Sentimentos Confusos



Capítulo 6: Sentimentos Confusos

Existem sempre pequenas coisas na vida que não se conseguem explicar! Como quando se ama alguém sem saber ao certo o porquê; quando se tomam certas decisões que não percebemos como as tomámos; e certos momentos que passam à nossa frente e em que só nos apercebemos deles quando já fazem parte do passado.
Era deste modo que James Potter se sentia. Quando entrara no salão principal, nada de muito extraordinário acontecera. Era apenas mais um jantar na companhia dos amigos após um longo dia cansativo devido às aulas ou a outras actividades mais ilegais.
Mas o que parecera uma noite como as outras, tivera um desfecho único. Quando ouvira o discurso do director, James tivera uma reacção em tudo semelhante com todos os outros alunos: puro espanto e a excitação de conhecer os Magids. Mas rapidamente a sua reacção colectiva tornara-se em algo mais pessoal. James não conseguiu evitar um suspiro ao recordar os acontecimentos da noite.

Flashback:

_ IMPORTA-SE DE REPETIR O NOME OUTRA VEZ?!
_ Mr. Potter é capaz de se acalmar. Acho que já tivemos pessoas exaltadas que chegue por hoje –chamou a atenção a Prof.ª McGonagall.
_ Deixe estar minha cara Minerva, é perfeitamente normal a reacção dele. Na verdade já estava à espera de uma reacção muito parecida. Como muitos já devem ter reparado, o Magid número 10 possui o mesmo sobrenome que um dos vossos colegas, o James Potter. Se o Sr.Potter fizer o favor de se sentar eu tratarei de explicar a razão para tal facto.
Envergonhado com a sua reacção e ainda mais pelo facto de ter sido chamado à atenção pelo Director, James sentou-se em silêncio.
_ Existe uma explicação muito simples para o sobrenome em comum. Na verdade o Harry vem de um futuro muito próximo. Ele será o filho de vosso colega James Potter!

Fim de Flashback

James fechou os olhos diante da recordação. Após as palavras do Director, tudo o que se tinha sucedido parecia como um sonho estranho, confuso e irreal.
Recordava-se vagamente das exclamações de todos os alunos e das expressões de choque dos seus amigos. Recordava-se também das apresentações finais de todos os outros Magids, de que não comera nada ao jantar e que no final o director mandara todos para a cama afirmando que durante a sua estadia, os Magids iriam ocupar uma das torres do castelo. Tudo isso era vago e nebulado.
Mas se havia algo de que James Potter se recordava com clareza naquela noite era de como durante todo o jantar até à altura em que todos se levantaram (Magids, professores e alunos) para se dirigirem para seus aposentos, era de como não fora o único a ficar em completo silêncio.
Durante todo esse tempo, Harry Potter observara-o com um brilho diferente no olhar. James retribuíra. Nenhuma palavra fora proferida, nenhum gesto fora executado, nenhum sorriso fora esboçado. Simplesmente ficaram sentados, a olhar um para o outro como se receassem quebrar o silêncio.
Quando James fora arrastado para fora do salão por Sirius e Remus, não conseguiu deixar de pensar o quão triste o olhar de Harry Potter lhe parecera naquela noite.

* * *

Uma das torres sul do castelo de Hogwarts tinha uma vista espectacular. De todas as janelas da torre eram visíveis as poderosas falésias que mergulhavam no vasto lago negro. Os quartos eram aconchegantes, possuindo cada um duas camas rodeadas por pesados cortinados beijes, e uma casa de banho particular.
“ É como voltar aos tempos de escola”- pensou Alexandre divertido.
Alexandre era dotado de uma constituição fisíca forte sem nunca perder os traços finos do seu rosto. Os seus cabelos castanho claros aos caracóis caíam graciosamente pelo seu rosto até ao nível dos seus olhos cor de avelã. Sua irmã sempre dizia que ele parecia um daqueles deuses da mitologia grega. Aparentava sempre um ar muito jovial, afável e divertido. O seu espírito brincalhão costumava divertir grande parte dos Magids ou pura e simplesmente irritar com quem pregava partidas. Gabrielle costumava dizer que era um garotinho que por vezes se recordava que já era um Homem. Nessas alturas, conseguia dizer sempre a coisa certa na altura certa.
De todos os Magids, Harry era de quem mais gostava. Adorava o espírito aventureiro e brincalhão do rapaz e admirava ainda mais a sua capacidade lutadora e corajosa. Sempre o idolatrara. Considerava absolutamente heróico como alguém tão novo conseguira lidar com a responsabilidade que lhe tinha sido depositada nos ombros e conseguir inspirar esperança em todos os que o rodeavam, sem jamais desistir. Gostava de pensar nele como um irmão mais novo com quem tinha necessidade de partilhar tudo e proteger.
Mas, naquele momento, o seu colega de quarto não emanava a luz que costumava existir à sua volta. Encontrava-se encolhido no sofá ao pé da janela, observando a chuva que caía lá fora.
_Harry?
Harry não deu sinal de que tinha ouvido. Decidiu aproximar-se e tocou-lhe no braço.
_ Harry? Estás bem?
_O quê? Oh…és tu Alexandre. Não te tinha ouvido entrar. Estás aí há muito tempo?
_ Não. Cheguei mesmo agora. Estive a assistir à discussão da distribuição dos quartos.
_Então o Amos conseguiu convencer Merlin a não ficar no mesmo quarto que Caleb?
_ Sim. Mas agora está a discutir que não quer ficar com Hengisto. Sabes como ele é …está sempre à procura de qualquer coisa com que discutir.
Com o comentário Harry libertou um pequeno sorriso.
_ O que se passa pequenote? Normalmente és tão alegre e cheio de energia…
_Não é nada. Uma pessoa tem sempre alturas que está um pouco em baixo. Hoje simplesmente estou nesses dias.
_ Harry… tu sabes tão bem quanto eu que nunca foste grande mentiroso. Será que vais dizer-me o que se passa a bem ou terei que tomar medidas drásticas- ameaçou com um olhar traquina.
_ Eu realmente não vou conseguir livrar-me de ti, pois não?!
_ OH… nem penses. Enquanto não começares a contar os teus segredos mais sórdidos, vou colar-me a ti como uma lapa. Quer dizer…não precisas contar todos os pormenores pois não quero ficar traumatizado. Existem certas coisas relativamente às quais ainda sou muito novo para tomar conhecimento.
Harry soltou uma pequena gargalhada. Só mesmo Alexandre para levantar o seu espírito!
_Entãoooooo…- incentivou Alexandre.
_É só que…é um pouco estranho vê-los.
_ Quando dizes vê-los, presumo que fales dos teus pais e dos amigos deles.
_ Sim. Eu já sabia que os iria ver e já tinha tudo programado na minha cabeça. Só que quando os vi… os sentimentos que pensei ter sob controlo libertaram-se. Senti-me… perdido, angustiado…tão sozinho. Não que eu não goste de passar tempo com vocês mas… é diferente. Toda a minha vida quis conhecer os meus pais e agora que os vi pareço um garotinho assustado. E ver o Sirius, que foi a única figura paterna que alguma vez conheci, foi aterrador. Senti-me culpado…
_ Harry…isso é disparate. Sabes muito bem que não és o culpado das suas mortes. Eles fizeram de tudo para te proteger. Deram-te o tempo necessário para te preparares.
_Mas eles eram tão novos…
_ E pensas que a idade significa alguma coisa. Eles viveram a sua vida. Foi curta, não o vou negar, mas eles aproveitaram-na até à última gota. São muito poucos os que podem gabar-se disso.
_Eu sei. A minha mente sabe que não posso mudar as coisas e que não existe lógica neste tipo de pensamentos. O Harry Magid quer cumprir a sua missão e não receia contactar com eles. Mas o Harry… apenas o Harry… tem medo…quer mudar tudo e construir um outro tipo de futuro mesmo que o lado racional o avise que as consequências podem sem avassaladoras. O Harry não sabe como agir com eles. Deseja conhecê-los, criar laços de amizade, mostrar quem é verdadeiramente Harry Potter, mas não o sabe como o fazer. Não sei quem escolher…
_Não escolhas! Sê ambos! Harry… tu não podes ser o Magid sem ser o simples Harry; tal como não podes escolher apenas o Harry abandonando o Magid. Tu és uma mistura dos dois. Fica com a confiança do Magid em falar com eles mas não abandones o Harry…o amigo, filho e colega… que te vai ajudar a fazer as escolhas. A sabedoria e os sentimentos não estão isolados. Precisas de sabedoria para viveres com os teus sentimentos e dos sentimentos para escolheres com sabedoria.
_ Como é que sabes sempre o que dizer?
_Ei… é de mim que estamos a falar - troçou- Anda lá pequenote… vamos à cozinha beber um chocolate quente.

* * *

Albus Dumbledore desencostou o ouvido da porta. Normalmente, não tinha o vício de escutar atrás das portas mas ficara muito preocupado com a reacção de Harry. Recordava-se muito bem quando Harry visitara a ilha de Asera pela primeira vez. Fora uma semana depois da sua batalha com Voldemort. Estava na enfermaria do seu tempo a cuidar dos seus ferimentos, quando o concelho Magid decidiu que era a altura de Harry iniciar os seus estudos na arte Magid.
Fora realmente uma decisão muito difícil já que muitos afirmaram que ele ainda era muito novo, embora já tivesse começado a despertar os seus poderes. Mas Albus não concordara. Afinal, já tinha tido várias demonstrações das capacidades de Harry. Sabia que se existia alguém que conseguia lidar com algo tão grandioso, esse alguém era Harry Potter.
Quando Harry, durante o seu sono, apareceu na ilha ele ficara um pouco assustado. Costumava ser tradição de que quando um Magid atingia o momento de iniciar a sua vida como um, ficava ao em cargo de outro, explicar-lhe tudo acerca da vida de Magid.
Albus tinha se voluntariado para tal. Afinal Harry já o conhecia e era sempre bom contar com o apoio de alguém com quem estivesse familiarizado para melhor conseguir lidar com a verdade.
Albus não conseguiu evitar a forte emoção que lhe preencheu o peito ao recordar-se da reacção de Harry ao vê-lo desde a sua morte no ano de 1996. Correra para ele e abraçara-o como um neto abraça um avô muito querido. E foi desta maneira que Dumbledore se sentira: um avô muito orgulhoso e cheio de saudades de um neto muito amado.
Quando a porta do quarto se abriu, Albus afastou-se. Nem Harry nem Alexandre o viram enquanto se dirigiam alegremente na direcção das cozinhas.
Dumbledore também desceu as escadas da Torre e começou a caminhar lentamente para os seus aposentos.
Enquanto cruzava os corredores de Hogwarts, que naquele momento estavam muito vazios (parecia que hoje os marotos não iriam passear), Dumbledore cumprimentava todos os quadros pelos quais passava.
De repente, um frio gélido apoderou-se dele. Estagnou. A sua visão ficou turva até que só distinguiu uma sombra negra e dois olhos brancos inexpressivos. Cambaleando, apoiou-se numa das paredes do corredor.
Tal como a visão aparecera, também rapidamente desvaneceu-se. Olhando à sua volta, verificou que tudo estava normal.
“ Isto está a passar dos limites…temos de descobrir o que está a acontecer”.
Levantou-se e recomeçou a andar. Fosse pelo cansaço ou pela preocupação que agora lhe preenchia os pensamentos, Albus Dumbledore não reparou que um dos quadros que cumprimentara há pouco, começava a desaparecer. A imagem começou a deformar-se num remoinho de cores até restar apenas uma tela em branco, pregada na parede de pedra.


Nota da autora:

Eu peço muita...muita...mas muita desculpa pela demora. PARA VOS COMPENSAR VOU COLOCAR UM NOVO CAPÍTULO JÁ AMANHÃ!
Espero que gostem deste! Por favor comentem. Continuo a agradecer a todos que votam e deixam os seus comentários. É muito importante para mim... é o que me faz ter ainda mais vontade de escrever. Como sempre eu aceito todo o tipo de comentários( até aquelas ameaças de morte por não ter actualizado mais rápido)
Quero agradecer como sempre à minha beta GUIDA POTTER que corrige os meus capítulos e tem paciência para me aturar quase todos os dias.
MUITOS BEIJOS A TODOS desta muito arrependida,
Lightmagid

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