A outra face do tempo



Nota de autora IMPORTANTE:

Este capítulo é um pouco… quer dizer… muito chocante! Eu faço descrições um pouco macabras sendo que não aconselho a leitura deste capítulo a pessoas que se impressionam com sangue, estruturas corporais, e outras coisas afins.

Eu gostei particularmente de escrever este capítulo porque deu asas a uma parte da minha mente que adora coisas, como a Guida diria: psicopatas!

Por essa razão, e porque provavelmente tenho leitores muito jovens e outros que não gostem de cenas com sangue, quero avisar com antecedência que este capitulo não será muito aconselhável.

Boa leitura… ou não! Está ao vosso critério…

Ps.: Aqueles que decidirem ler, aconselho relembrarem o capitulo anterior pois as coisas farão muito mais sentido. Afinal este é a outra face do anterior!




Capítulo 35: A outra face do tempo



A Ampulheta fica suspensa no ar, não deixando nenhum grão de areia cair. Parada no nada, sem passado ou futuro…simplesmente congelada no presente!

De repente a ampulheta decide brincar com os acontecimentos e vira na direcção contrária e as areias que já haviam caído voltam à sua origem…

O tempo recua, forte e poderoso, sem regras ou moral.

Novamente pára e volta à posição inicial, deixando suas areias caírem novamente na direcção correcta.

Mas desta vez, a ampulheta muda de forma e mostra outras maneiras de vermos a queda das areias!

Afinal não são os acontecimentos encarados de diferentes formas por pessoas diferentes? Não temos cada um de nós visões distintas do que foi, é e será?

A ampulheta do tempo assim decidi… e ela decidiu que quer reviver um pouco mais o passado.


* * *

5 horas antes

Um cheiro nauseabundo atingiu-lhe o sentidos, arrancando-o da inconsciência. E mesmo sentindo o corpo dolorido, tentou mexer-se mas não conseguiu. Algo pesado encontrava-se encostado junto à sua perna. Tentou mexer o braço mas sentiu um novo peso. Virou a mão tentando agarrar no objecto de modo a perceber o que era. Parecia…cabelo?

De repente sentiu algo húmido atingir-lhe no rosto… húmido e viscoso. O cheiro intensificou-se. Um cheiro a…a…

Abriu os olhos em pânico!

CADÁVERES!

Estava deitado numa cama antiga com 4 colunas a rodeá-la, colunas com corpos mutilados… presos na madeira. E no tecido que pendia no alto da cama, unido às colunas, estavam seguradas várias cabeças… cabeças humanas e grotescas das quais caíam gotas de sangue… as mesmas gotas que lhe atingiram a face.

Sentiu o estômago revoltar-se e tentou controlar a ânsia enorme que tinha de vomitar. Virando-se de lado, deu de caras com uma mão de um homem, separada do seu corpo. Uma mão que ainda continha uma fina aliança de ouro no quarto dedo.

Afastou-a soltando um gemido, só para depois ver o que sentira com a mão momentos atrás. Ele tinha razão. Era cabelo! Os cabelos loiros manchados de sangue de uma cabeça de criança!

A ânsia de vomitar aumentou. Onde é que ele estava? Como foi que num momento estava frente a frente ao véu e no seguinte encontrava-se numa cama recheada de cadáveres… de mãos mutiladas, de troncos lançados sobre as cobertas… de cabeças com bocas abertas em sinal de horror, de olhos esbugalhados, vítreos… sem vida!

Ignorou as dores que sentia sobre o corpo todo e o cansaço. A única coisa que queria era sair dali. Afastou penosamente os corpos sem vida de si, e tombou no chão, mesmo ao lado do corpo de uma mulher grávida, pálida na morte, que agarrava o ventre dilatado com uma expressão de medo no rosto. Um ventre que se encontrava aberto e de onde saia algo pequeno, banhado em sangue…Um feto!

Não aguentou! Gatinhou o mais longe que pôde apenas para sucumbir à necessidade de vomitar. Tossiu por entre as golfadas de líquido que lhe saiam da boca, enquanto lágrimas lhe vinham aos olhos. Deixou o rosto tombar sobre o chão de madeira e manteve-se aí, de olhos fechados, a desejar acordar daquele pesadelo.

Quando por fim se acalmou, reabriu os olhos desejando que tudo que vira fora apenas imaginação sua. Mas a realidade estava ali: nos corpos sem vida que pareciam perseguí-lo com os olhos já abandonados de luz.

Estendeu a mão ao alto tentando agarrar algo que o ajudasse levantar. Mas o que agarrou foi uma mão pertencente a um corpo grosseiramente pregado ao tecto do quarto.

Largou-a rapidamente como se esta estivesse em brasa e encostou-se à parede.

Fechou novamente os olhos e respirou fundo apenas para recomeçar a tossir. O cheiro era horrível… parecia subir-lhe pelo nariz, entorpecendo o cérebro, queimando-lhe a garganta. Vergou-se para vomitar mas já nada saía.

Levou a mão ao rosto sentindo gotas de sangue, algumas suas, outras dos estranhos que agora lhe faziam companhia. Furiosamente, rasgou parte do manto e esfregou com vigor o rosto tentando tirar o máximo sangue que podia, limpando de seguida as mãos. Por fim, ficou a olhar para o pedaço de tecido escuro que quase camuflava o vermelho do sangue.

“Quem poderia ter feito algo tão grotesco? Tão desumano?”

Levantou os olhos e estudou o recinto, tentando ver para além dos corpos mutilados. Estava num quarto, talvez de uma pousada. Reparou na pequena janela na parede oposta à que estava encostado, da qual pendiam pesadas cortinas verdes. Pelo menos Harry pensou que seriam verdes por debaixo de todo o sangue que as banhava. A cama onde acordara era grande e estava localizada no centro do quarto. Mas a visão era tão horripilante que Harry rapidamente desviou os olhos dela. Um tapete antigo estava pousado no chão e sobre ele… órgãos… dezenas de órgãos. Todos eles dispostos sobre a tapeçaria como se fossem peças de um museu.

O desespero e a repugnância tomaram conta de Harry enquanto este se prensava cada vez mais contra a parede, desejando fundir-se com ela e desaparecer. Obrigou-se a desviar os olhos do tapete e da mulher grávida colocada estrategicamente aos pés da cama e continuou o seu estudo pelo quarto.

Viu um quadro colocado numa das paredes que retratava duas crianças a brincar na areia. Harry soltou um gemido pela ironia! Um quadro de paz e inocência num quarto de destruição e morte.

Imediatamente por baixo do quadro, uma pequena secretária, e o que viu nela fez o seu sangue gelar nas veias.

Dispostos em círculo sobre o tampo da mesa estavam vários corações. No centro, um pequeno coração (“talvez de criança” pensou horrorizado) encontrava-se aberto com algo no seu interior.

Afastando-se da parede, deu passos vacilantes em direcção à secretária sentindo o seu próprio coração parar quando se apercebeu do que era.

Bem no centro do pequeno coração, estava uma peça de xadrez e junto a ela uma nota.

Achas que consegues jogar pelas vidas deles, Abner? Apostas pelos seus corações?

E a compreensão atingiu Harry com a força de um raio. Com a excepção dos habitantes de Asera, apenas uma pessoa o chamava de Abner.

Behemoth…

Tropeçando nos seus próprios pés, afastou-se da secretária apenas para tombar no meio do tapete. Sentindo a mão pousar sobre algo mole e viscoso, levou ao rosto uma massa grande e esponjosa…um pulmão!

Soltando mais um gemido de dor, levantou-se rapidamente até que seus olhos se fixaram na porta fechada, localizada do outro lado do quarto.

Sem perder mais tempo, reuniu energias que pensava já não possuir, e correu em direcção à porta. Por uns milésimos de segundo pensou que a porta provavelmente estaria trancada, mas não questionou a sorte quando a sua mão se fechou sobre a maçaneta e esta rodou.

Foi com grande alívio que sentiu uma golfada de ar fresco quando atingiu o longo corredor. Respirou fundo várias vezes tentando afastar o cheiro a morte e decomposição que lhe invadira os sentidos enquanto estivera no quarto.

Sem esperar muito tempo, continuou a caminhar rapidamente, perguntando-se se deveria abrir as outras portas localizadas ao longo do corredor. Mas logo viu uma escadaria que ligava o andar onde estava a um outro mais inferior. Dirigiu-se a elas, começando a ter cada vez mais certezas de que estava numa pousada. O aspecto rústico e as múltiplas portas, provavelmente para outros quartos, davam-no a entender.

Agora o que queria era sair daquele lugar amaldiçoado e achar uma maneira de contactar com os outros Magids.

Com grande alívio atingiu o fundo das escadas, observando uma sala com vários cadeirões e um balcão imediatamente à frente da porta principal. Sorriu levemente pela primeira vez em várias horas e dirigiu-se à porta apenas para sentir uma força estranha empurrá-lo na direcção de uma estante de livros, fazendo-o bater com força na madeira das prateleiras para depois se estatelar no chão.

Com o rosto virado para baixo, ouviu passos a aproximarem-se momentos antes de sentir a mesma força invisível levantá-lo e prensá-lo contra a estante. Á sua frente, dois olhos prateados fixaram-se nos seus.

_ Olá Abner! Já me perguntava quanto tempo irias demorar a acordar.

_ Behemoth.

Behemoth sorriu, mas este sorriso não lhe atingiu os olhos. Nunca atingia!

_ Gostaste do meu presente Abner?

Harry sentiu uma nova onda de náusea atingir-lhe mas outro sentimento triunfou: raiva!

_ Foste tu! Claro! Apenas uma mente tão perversa poderia ter feito aquilo.

Behemoth soltou uma gargalhada e virou-lhe as costas. Imediatamente, a força que o prensava contra a estante desapareceu e os pés de Harry atingiram o chão. Levantando-se com todo a dignidade que conseguiu reunir naquele momento, observou o seu inimigo sentar-se confortavelmente num dos cadeirões, fazendo um sinal convidativo com a mão na direcção do outro cadeirão.

_Senta-te Abner. Não quero que penses que sou mau anfitrião.

Harry olhou friamente para ele, mas decidiu sentar-se pois duvidava que conseguisse manter-se em pé durante muito mais tempo. Aproximou-se em passos lentos da poltrona, tentando dar a entender a Behemoth que se encontrava completamente à vontade e confiante. Era uma mentira e ele sabia que Behemoth se apercebera disso.

_ Então, não gostaste do meu presente. Pensei que gostarias das acomodações. E eu que decorei o quarto com tanta dedicação.

_ Não insultes a minha inteligência, Behemoth! Tanto eu como tu sabemos que não esperavas que gostasse dela. Apenas alguém tão desumano como tu iria encarar um massacre de inocentes como um jogo.

_ E não é? - os olhos prateados brilharam maliciosamente – Segundo o meu ponto de vista são meros peões para nos divertir.

_Diz-me – a voz de Harry tremia de raiva – Gostaste de as matar? De torturar cada uma dessas pessoas?

_Oh, não! Não fui eu que as matei. Não tive esse privilégio. Sabia que se as matasse tu apenas irias trazê-las de volta. Não que isso importasse neste momento, não é Abner? – Inclinou-se para a frente curioso - Porque para as trazeres de volta terias de ter energia para isso. E neste momento nem forças tens para te aguentares em pé!

Ao contrário da vontade que tinha em desviar o olhar, Harry segurou-o com determinação.

_ Foste tu que me deixaste assim?

Nova risada.

_ Infelizmente não posso vangloriar-me disso. Pelo menos não na totalidade. Tu nunca tinhas selado os Gamyth, pois não? Nunca tinhas realmente partilhado a magia com eles. – não esperou por uma resposta - É claro que não. Nunca tiveste de o fazer porque nunca houve necessidade. Foi uma acção arriscada a que tu fizeste. Fazer um ritual tão desgastante magicamente enquanto andas a sustentar a magia que protege aquela escola. Hogwarts, não é?

_Como sabes disso?

_Oh… eu sei muitas coisas. Pelos vistos algumas mais do que tu. Acho que não estavas à espera que o ritual dos Gamyth desgastasse tanto, pois não? Eu deveria estar furioso contigo, afinal impediste que o meu exército penetrasse neste tempo. Mas não estou porque eu sou um óptimo jogador e adoro desafios.

Harry olhou para ele, sorrindo ironicamente.

_Acho que te deixei sem as tuas peças.

_Pelo contrário. Ao agir te um modo tão impetuoso, deixaste o rei à minha mercê. TU estás à minha mercê. Depois de tratar de ti, quebrar os Gamyth será fácil!

O sorriso de Harry desvaneceu.

_Estás enganado! Uma vez criado o selo nada o pode quebrar.

_Não, Abner, TU é que estás enganado. Não leste nos livrinhos mágicos da biblioteca de Asera que uma vez feito o selo, o sangue e a magia são partilhados entre os Gamyth e os Magids, principalmente aquele que deu do seu próprio sangue.

Apontou para os cortes visíveis no rosto e pescoço de Harry.

_ E acho que esse Magid és tu. Neste momento estás ligado aos Gamyth pelo sangue, pela tua magia e pela tua vida. Por essa razão é que te sentes tão drenado magicamente. Por essa razão, é que não estou preocupado minimamente com a tua magia. Tu fizeste a tua jogada e agora eu aproveitei a tua fraqueza. A isso se chama estratégia!

A respiração de Harry tornou-se elaborada, sentindo todo seu corpo gritar em protesto quando se tentou levantar. Behemoth ao observar a sua tentativa frustrada simplesmente sorriu.

_ Quanto aos Gamyth eu tenho de os quebrar pois de outro modo não terei o meu exército e seus generais.

_Os sete malditos!

_ Sim…acho que é isso que sempre lhe chamaram. Sempre achei piada aos nomes que os mortais dão: 7 malditos…Behemoth… Tem uma certa sonoridade, não é verdade?

_Como pretendes quebrá-los.

_ Fácil! Quebro-te a ti e aos outros.

_ Quebrar-me? - perguntou confuso.

_ Sim… quebrar-te. Tenho apenas de anular a tua presença mágica para que esta deixe de atingir e alimentar os Gamyth. SE o conseguir fazer, eles serão quebrados.

_ Se achas que vou deixar conseguires fazer isso, estás muito enganado!

_Estou?! - parecia surpreendido - Não me parece que neste ponto possas fazer qualquer ameaça. Estás fraco e ainda não tiveste tempo de recuperar os teus níveis normais de magia e os teus amiguinhos Magids também estão fragilizados. Este é o momento perfeito para agir!

Naquele momento, um pensamento aterrador trespassou a mente de Harry. E se Behemoth tinha os outros Magids? E se todas aquelas portas por que passara no corredor eram portas que ligavam a quartos onde os outros Magids estavam adormecidos, tal como ele estivera até meros minutos atrás?

_ Eles não estão aqui! – respondeu-lhe Behemoth e Harry ficou furioso por não estar a guardar os seus pensamentos com maior cuidado - Pelo menos não ainda. Tu foste o único que consegui apanhar.

_ Como assim?

_ Não te lembras, pois não? Logo que acabaste o ritual tu simplesmente desapareceste. Acho que os outros Magids devem estar, neste preciso momento, preocupadíssimos contigo. Sem saber se estás vivo ou morto!

_ Foste tu que me fizeste desaparecer?

_Não! Acho que deve fazer parte do ritual. Depois apenas tive sorte. Senti a tua presença reaparecer e rapidamente me coloquei ao teu lado mascarando-a, como se ela nunca tivesse reaparecido. Um golpe de génio que me forneceu tempo para dar o próximo passo.

Á medida que Behemoth falava, Harry ia-se recordando. Foi como se ele deixasse de existir porque passara a fazer parte dos Gamyth. Fizera parte para depois eles passarem a fazer parte de si.

_ Portanto, vais matar-me!

_Não! Isso não resolvia nada porque aí a tua magia seria sugada pelos Gamyth e eu não conseguiria quebrá-los. O que preciso é anular a tua presença sem te matar para que os Gamyth percam a sua fonte de magia. Além disso tenho de esperar pelos meus outros convidados.

_Que convidados? - perguntou inutilmente pois já sabia a resposta.

_Tenho 1 Magid mas ainda me faltam 19!

E para espanto de Behemoth, Harry começou a rir divertido.

_ Se pensas que será fácil apanhá-los estás muito enganado.

_ Mas eu não os vou apanhar, Abner. Eles vêm ter comigo.

_ Porque achas que eles vêm ter contigo?

_ Porque eles são tal como tu: sedentos de proteger. Eles virão ter comigo porque irão querer salvar-te. É o truque mais antigo da história mas a verdade é que, independentemente do tempo, as pessoas são demasiadamente ligadas umas às outras. Não conseguem impedir a criação de laços afectivos. Eles virão ter comigo porque gostam de ti. Até mesmo aqueles que um dia se intitularam imunes aos sentimentos dos mortais.

De repente, Harry sentiu uma presença atrás de si, e olhou chocado para a figura que acabara de entrar por uma porta que parecia ligar a sala à cozinha.

_ Acho que já conheces Igneos!

Harry olhou profundamente para a criatura em forma de homem.

_ Como poderia esquecer?!

_ Olá Abner.

Harry sorriu ironicamente para Behemoth.

_ É assim que vais atrair os outros para a tua armadilha.

_ E porque não. Igneos é perfeito para entregar esta mensagem. De mais formas do que possas imaginar.

Harry voltou a encarar Igneos:

_Sim…. Tenho a certeza que sim!


* * *

2 horas antes

Harry fechou os olhos tentando concentrar-se mas por mais que tentasse não conseguia mover a cadeira magicamente. Se nem era capaz de mover uma simples cadeira como seria capaz de lutar contra Behemoth?

“Não posso desistir agora. Existem pessoas que dependem de mim e não as posso abandonar!”

Voltou a concentrar-se, respirando fundo, e tentou canalizar a sua magia. Sentiu a cadeira mover-se e sorriu. Estava a conseguir. Concentrou-se mais um pouco e conseguiu mover o pesado relógio antigo até ao fundo da sala.

_ Ele está a mover os objectos!

A voz familiar fez Harry abrir rapidamente os olhos. “Não, não podia ser! Não pode ser ele.” Mas quando olhou na direcção da voz, deparou-se com as duas íris avermelhadas visíveis por entre as duas fendas que eram os seus olhos.

_Voldemort…

O Mago aproximou-se, estudando o rosto de Harry com cuidado, tentando procurar algo que Harry não sabia o que era.

_ Então és tu quem supostamente me vence?

Harry esbugalhou os olhos, olhando chocado para um Behemoth que acabava de descer as escadas.

_ Contaste-lhe?! Disseste o futuro?!

_ Sim. E depois? - Behemoth encolheu os ombros - As vossas regras não são as minhas. Eu precisava de alguém deste tempo que pudesse agir sem interferir com o tempo, e o nosso caro Lord Voldemort era a opção ideal. Pelo menos enquanto isso ainda tem importância. Além disso, foi graças a ele que consegui fazer a decoração do teu quarto. Todas aquelas pessoas são vítimas dele e não minhas. Eu simplesmente brinquei com elas.

_Brincar? Brincar?! Tu mutilaste-as! Tiraste-lhes os órgãos. Havia uma mulher grávida! – Harry gritava furioso - E tu tiveste a frieza de esquarteja-la e arrancar-lhe o bebé do útero!

_Isso dificilmente deveria vir como uma surpresa para ti, Abner. Afinal, aquilo que viste não é nada para mim. São meros mortais, inferiores…

Harry deu um passo em frente, tremendo de fúria.

_ São vidas!

_ Não! – contrariou calmamente como se estivesse a corrigir uma criança – São simples meios para atingir um fim.

Indiferente a tudo, Voldemort continuava a olhar chocado para Harry.

_ Mas tu és apenas um miúdo! Como é que me conseguiste derrotar?

Behemoth aproximou-se de Voldemort, falando-lhe conspirativamente,

_ Não deixes que o aspecto dele te engane, meu caro Voldemort. O pequeno Abner é senhor de uma magia incrível. Porque achas que esperei que ele ficasse fraco?

_ Mas… ele acabou de mover os objectos sem uma varinha. Tu disseste que ele estava demasiado fraco para usar os seus poderes.

Harry manteve-se impassível enquanto Behemoth se aproximava dele.

_Ele ainda está demasiado fraco. Não te preocupes Voldemort. Ele não te vai atacar.

_ Então? Vamos matá-lo ou não?

_ Tem calma. E se alguém vai tratar do Abner, esse alguém sou eu!

_Mas ele é meu inimigo!

Behemoth desviou a sua atenção de Harry, olhando friamente para o outro bruxo.

_Não, ele não é! Não te iludas, Voldemort. Ser inimigo de Abner é uma grande honra. Honra relativamente à qual tu não estás à altura. Mas eu estou!

_ Ainda bem que falam sobre mim como se eu não estivesse aqui. - Harry falou ironicamente.

_Não te preocupes Abner. Eu nunca me esqueço de ti.

_ Ainda não explicaste o que Voldemort está aqui a fazer.

_ Não?! Mil perdões. Lord Voldemort vai-me fornecer a distracção que eu preciso para que possa agir.

_Distracção?

_Sim. Ele vai atacar com os seus homens e criaturas este vilarejo dando-me espaço de manobra.

Harry seguiu Behemoth com os olhos, tentando simultaneamente concentrar a sua magia na mão direita sem no entanto chamar a atenção. Observou Behemoth aproximar-se do balcão de madeira e fazer aparecer à sua frente um vaso com terra. Cada vez mais confuso, viu-o pegar em 3 sementes negras da túnica e plantá-las na terra. E viu quando este estendeu a mão sobre o vaso e uma pequena planta começou a surgir por entre a terra serpenteando em direcção à mão suspensa no ar.

Desfocando a sua atenção do que Behemoth estava a fazer, tentou apenas concentrar-se na energia que estava a tentar criar. Quando finalmente conseguiu sentir uma bola de fogo surgir na sua mão, não perdeu tempo e disparou-a na direcção de Behemoth. A bola atingiu-o com força, lançando-o contra a parede oposta.

Harry levantou outra vez o braço mas antes que conseguisse fazer surgir uma segunda bola, a planta que se encontrava no vaso, cresceu rapidamente e envolveu o mesmo braço. No mesmo instante que sentiu o caule entrar em contacto com a pele, Harry sentiu uma dor excruciante e uma fraqueza como se estivesse a ser sugado da sua energia.

Behemoth levantou-se lentamente, massajando o pescoço. Virando-se, fixou a sua atenção na figura de Harry, caída no chão, enquanto a planta que se fixara no seu braço crescia cada vez mais.

_Pelos vistos estás a recuperar as tuas forças mais rapidamente do que pensava, Abner! – começou a bater palmas – Bravo! Consegues sempre surpreender-me! Realmente é uma pena que estejamos em lados opostos nesta guerra.

Aproximou-se dele e estendeu a mão. Imediatamente a planta separou-se de Harry e ergueu-se no ar. Behemoth olhou de relance para Voldemort e sorriu ao deparar-se com a expressão de choque.

Harry fechou os olhos e começou a levantar-se sentindo-se cada vez mais fraco. Quando por fim conseguiu levantar-se, olhou fixamente para a planta que o atacara. Reparou nas folhas negras dispostas em torno do caule, também negro, e nas pequenas gotas de sangue que caiam do seu caule. O seu sangue!

_ Que espécie de planta é essa?

_Esta é uma planta muito especial. Ela vive da energia daqueles que ataca. Sempre que utilizares a tua magia ela vai atacar-te, sugando-te e tornando-te cada vez mais fraco. Não te aconselhava a despertá-la.

Afastando-se de Harry, colocou-se de cócoras no chão e tocou com a mão no chão. De imediato, a madeira e a pedra afastaram-se como se tivessem ganho vida, e a terra, por debaixo, tornou-se visível. A planta rapidamente penetrou na terra, serpenteando, suspeitava Harry, por toda a Hogsmead.

_ Será ela que me irá permitir controlar todos os outros Magids. - confidenciou a Harry mas este ainda olhava para o ponto onde a planta desaparecera.

“Por favor! Que os outros não venham… Eles também estão com os níveis de magia alterados e se aquela planta os ataca… eu não sei o que vai acontecer!”

_ Não te iludas, Abner! Eles virão. E eu estarei aqui à espera deles.

Sem esperar qualquer resposta, aproximou-se de Voldemort, tirando este do seu torpor.

_ Agora meu caro Voldemort…é a tua vez! Diverte-te!


* * *

_ Eles chegaram!

Behemoth sorriu triunfante, levantando-se da poltrona. Olhando para a poltrona ao seu lado, deparou-se com duas orbes esmeraldas fixadas em si, preenchidas de fúria.

_ Quando conseguir ter controlo total na minha magia…

_ Quando conseguires já será tarde demais!

_ Talvez! Mas juro-te Behemoth que as coisas não vão terminar por aqui. Não sei como, mas podes ter a certeza de que vais voltar a ver-me. E não vais gostar!

Behemoth limitou-se a rir enquanto se aproximava da janela.

_ Não Abner, o cheque-mate é meu e tu não podes fazer nada quanto a isso. Tudo o que tenho de fazer é mandar as minhas criaturas para o meio dos devoradores da morte, obrigando-os separar-se para as travar e aí…- olhando para Harry triunfante – Cheque-mate!

Harry levantou-se, mas antes que pudesse fazer alguma coisa ouviu uma voz, vinda do exterior, uma voz demasiadamente familiar.

“Não! Isto não pode estar acontecer”

Dirigiu-se o mais rápido que pode à janela, apenas para se deparar com uma realidade que não queria que existisse. James estava lá fora, no meio da batalha!

_Aquele não é o teu futuro pai, Abner? Finalmente percebo quando dizem que és muito parecido com ele. Pelos vistos o complexo de herói é um traço que corre na família.

Harry ainda olhava para James, desejando que este desaparecesse… que ficasse bem longe daquele lugar.

_Não sei se sabes…- sussurrou Behemoth baixinho - Mas se ele continuar aqui eu não terei problema algum em mutilá-lo um pouco. Talvez consiga fazer um trabalho esplêndido e coloque aquela cabeça tão jovem em destaque no teu quarto. Que achas, Abner?

_ Não te atrevas a tocar nele!

_ Apenas depende de ti. Manda-o embora e talvez ele saia daqui ileso.

Harry respirou fundo e aproximou-se da porta. Sabia o que tinha a fazer e sabia que não iria ser fácil. Saiu da pousada e tentou caminhar de uma forma confiante, tentando ignorar as dores que sentia, o cansaço… a fraqueza. Sentia o olhar penetrante de Behemoth na sua nuca e, à medida que dava cada passo, tentava converter-se em algo que não era.

A partir daquele momento teria de ser alguém frio e arrogante. Alguém que fosse capaz de afastar James e Sirius daquele lugar, para longe das garras do seu inimigo. Hogwarts! Tinha de os fazer voltar a Hogwarts onde estariam protegidos.

E quando viu James correr na sua direcção com uma expressão de puro alívio, fechou a sua personalidade numa caixa e adoptou o exterior gélido que sempre direccionava aos seus inimigos.

_ Harry!

Reunindo toda a força que consegui, fez surgir na sua mão uma bola de energia e disparou-a na direcção de James. Ao vê-lo tombar e Sirius correr na direcção do amigo, sentiu uma culpa enorme.

“Não é tempo de te sentires culpado Harry! Tens de o fazer para o protegeres. Se Behemoth o ataca não tens forças para o enfrentares! Não tens outra hipótese.”

_ O que fazes aqui James?

_ Vim ajudar!

_ Não deverias estar aqui! Vai para Hogwarts James e fica lá.

“Por favor James. Simplesmente faz o que eu te digo. Pela primeira vez na vida deixa de ser impulsivo e vai!”

_ Olha lá! A quem pensas que estás a dar ordens? – O olhar de fúria no rosto de Sirius magoou-o mas esforçou-se para sorrir ironicamente.

_ Estou a dar ordens a dois alunos desobedientes que não sabem quando devem deixar os outros resolverem as coisas.

_ Nós viemos ajudar! E viemos proteger-te!

Proteger… Ironicamente quem precisava de protecção eram eles, mais do que ninguém. Riu divertido pela ironia da situação. Pela ironia de todos os acontecimentos. Quisera selar os Gamyth para travar Behemoth e no final ajudara-o. Quisera proteger quem amava e no final via-se frente a frente à possibilidade de os perder sem conseguir fazer nada.

_ Proteger-me? Por favor… eu não preciso da vossa protecção! O que eu preciso é que vocês voltem para Hogwarts.

_ Tu não és o Harry!

_ “Não sou o Harry?!” Diz-me James, se não sou o Harry, quem sou então?- perguntou ironicamente.

_ O Harry nunca falaria assim connosco.

“ Não…não falaria. Mas não vês James que as coisas nem sempre correm como desejaríamos e que por vezes temos de nos tornar alguém que nunca pensámos ser apenas para proteger quem mais amámos?”

Mas sabia que não podia dizer isso. Que se o dissesse apenas alimentaria a necessidade que James tinha de o proteger. Que ele apenas iria ficar para tentar ajudar.

_ Pouco me interessa o que tu pensas. Eu sou o Harry, teu futuro filho e afilhado de Sirius, que ainda há pouco tempo trocou de lugar contigo numa aula com o teu professor de defesa contra as artes das trevas. – reparando no olhar surpreendido de James – Vês? Eu sou o Harry! Um Harry que te está mandar ir embora porque tem mais o que fazer do que estar a preocupar-se com dois alunos.

_ Porque estás a falar assim?

A mágoa presente na voz de James foi a maior tortura pela qual Harry alguma vez passou. Com receio que a tristeza e culpa que sentia se manifestassem na sua face, desviou o rosto. Não conseguia fazer aquilo! Simplesmente não conseguia! James tinha razão: aquele ser frio e calculista não era ele.

No entanto, o seu olhar prendeu-se num espelho perdido na rua, provavelmente durante os ataques. E o que viu, recordou-o da razão porque tinha de afastar James e Sirius dali. Reflectido no espelho, via-se uma janela do segundo andar da pousada, onde por entre as cortinas verdes manchadas, via-se uma mão a pender do tecto. Uma mão sem vida!
Compreendeu que a janela que via reflectida no espelho era a janela do quarto onde acordara horas atrás. O quarto repleto de corpos…

Uma imagem formou-se na mente de Harry. Imaginou o rosto de James nas cabeças que pendiam dos pilares da cama. Imaginou o corpo de Sirius mutilado e vazio de órgãos, que estavam expostos sobre o tapete, junto a muitos outros.

E num segundo, Harry encheu-se de determinação. Não iria deixar Behemoth atingir James ou Sirius, nem que para isso precisasse de ser o maior monstro, insensível, imbecil, gélido e arrogante que existisse!

_ Ouve bem o que te digo… Tu vais agarrar todos os outros alunos idiotas que trouxeste contigo nesta missão e vais voltar para Hogwarts…

_Mas…

_ VAIS VOLTAR PARA HOGWARTS E FICAR LÁ!

_ Não enquanto não me disseres o que se está a passar. Onde estão os outros Magids? Porque foi que desapareceste? Onde…

Harry não o deixou concluir, lançando-lhe nova bola de energia. Sentiu no mesmo instante, a planta brotar do chão, e enrolar-se na sua perna, sugando-lhe a energia. Tentando manter-se em pé, foi com grande alívio que viu James agarrar no braço de Sirius.

_Vamos embora Sirius!

_ Mas…

_ Ele tem razão. Não somos bem-vindos aqui.

_ Ainda bem que percebeste…- sussurrou Harry.

Viu-o afastar-se rapidamente e só quando já não mais o via é que tentou afastar a planta de si. Lançando-lhe uma bola de energia conseguiu que esta se afastasse apenas o suficiente para caminhar rapidamente na direcção do edifício onde Behemoth o esperava.

Reunindo novamente forças pelo caminho, preparou-se para atacar Behemoth logo que entrasse na sala mas o que viu fê-lo estagnar.

No centro da sala estava Dumbledore, completamente coberto pela planta, que se enrolava em torno dele como se fosse uma cobra. Viu-o pálido, com os olhos azuis preenchidos pela preocupação.

_ Dumbledore!

Mas antes de conseguir aproximar-se dele, uma nova planta brotou do chão da casa, quebrando a madeira furiosamente, apenas para se enrolar em torno dele. Sentiu o caule prensar-lhe o tórax cortando-lhe a respiração. Sentiu-a fincar as folhas na sua pele, sugando o seu sangue e a sua energia.

Com a visão já turva, observou Behemoth aproximar-se com uma chama de triunfo a irradiar dele.

_ Pobre Abner! Fizeste de tudo para proteger todos aqueles que habitam neste tempo apenas para te despedires com a memória de que as últimas palavras que disseste ao teu pai foram palavras de crueldade.

Caminhou em torno dele, acariciando a planta à passagem.

_ Neste momento todos os Magids sucumbem ao poder desta planta. Sentindo sua energia ser roubada…


_ Godric! CUIDADO!

Godric virou-se apenas para ver algo brotar do chão e enrolar-se em torno de si. Tentou lançar-lhe um feitiço mas rapidamente descobriu que as forças lhe faltavam. Olhando para Madalena viu-a completamente envolvida por uma caule negro, com sangue a escorrer por entre as folhas.

Quase consigo sentir o cheiro deles, Abner! Do sangue deles! Apenas desejava senti-lo também nas minhas mãos…

Mara não conseguia respirar, ouvindo apenas os gritos das pessoas à sua volta. Conseguia ouvir vários aurores a lançarem feitiços tentando soltá-la… a ela, a Salazar e a Martin… mas nada funcionava. Sentia-se cada vez mais fraca… mais frágil!

Quase consigo ouvir o último suspiro enquanto o ar é retirado dos seus pulmões. Como gostaria de ouvir cada um deles…acho que os guardaria na minha memória para toda a eternidade!

Caleb sucumbiu finalmente à fraqueza e perdeu a consciência.

_ Caleb! Não! Acorda… acorda – Berta tentava gritar com o último resquício de força que sentia no seu corpo. Mas finalmente a chama dentro de si se apagou e deixou a escuridão tomar conta de si.

A mesma escuridão que envolveu Oliver… Danielle…Vincent…Alexandre… Morgana… Alberico… Amos… Paólo…

E por fim, entrego-vos ao sonho eterno… presos num mundo de escuridão… vivos na solidão e ausentes no mundo!

A planta desenrolou-se dos corpos inconscientes de Gabriella, Hengisto e Merlin, apenas mantendo-os em pé, até que um espelho apareceu por detrás de cada um deles. A planta pressionou-os docemente contra o vidro e este fundiu-se com os corpos… sugando-os para o seu interior.



Harry observou assustado o reflexo adormecido de Dumbledore no espelho negro e sentiu uma onda de pânico em si, quando a escuridão se tornou apetecível.

Behemoth aproximou-se dele.

_Não te preocupes, Abner, com as pessoas inocentes deste tempo. Eu vou tratar bem delas! E quando terminar, trato de todas as outras distribuídas ao longo do tempo. Mas por agora, acho que me vou concentrar nos alunos de Hogwarts! Tantas presenças inocentes…é absolutamente irresistível! E sabes de uma coisa? Vou começar pelos teus amiguinhos, aqueles que trouxe do futuro. Eis a verdadeira razão da sua presença aqui. Eu quis te tivesses um último instante com eles antes do adeus.

Os olhos de Harry esbugalharam-se de receio… não por si mas pelos amigos. Ron… Hermione… Dean… Neville… Ginny… todos eles ele corriam perigo e ele não os conseguiria proteger.

_Vês como fui simpático contigo Abner?! Deixei-te aproveitar alguns momentos de felicidade antes de ta tirar. Agora…acho que vou simplesmente matá-los!

Por fim, perdeu a consciência e nada mais se recordou. Behemoth ficou a ver o corpo de Harry se fundir por completo no vidro. E quando a planta se afastou, aproximou-se do espelho e tocou levemente no vidro sobre o rosto do seu maior inimigo.

_ Bons sonhos Abner! O tempo acabou…




A última areia da ampulheta tombou!



* * *

Nota de Beta: Ainda estou a tentar encontrar um capítulo que tenha gostado tanto como este. Essa tarefa é impossível! Este foi, sem sombra de dúvida, o meu preferido até agora. E sabem porquê? Porque a Light finalmente mostrou o seu lado psicopata de que eu falava e ninguém acreditava. He he he! Estou a brincar. Foi fenomenal! Caros leitores da minha maninha, digam lá se ela não é uma “escritora todo-o-terreno”? O que acabaram de ler é o que eu chamo uma perfeita aula de anatomia. Sim… está intenso, não o nego… chocante, eu diria, mas a nossa cara Lighmagid conseguiu fazer com que entrássemos no cenário e imaginássemos tudo com pormenor.
E agora? Agora é só esperar. As principais peças estão fora do jogo de xadrez… todos os peões brancos foram derrubados e o rei corre perigo. Agora chegou a vez das torres e cavalos virem em seu auxílio. (E quero ler logo o próximo capítulo… tu sabes bem porquê, maninha!)


nota de autora

E agora a cortina corre… o mistério deixa de estar escondido por entre as sombras… e dois capítulos se unem como peças de puzzle começando a tornar aquilo que fora confuso em algo claro!

Este capítulo, tal como o próprio título afirma, é a outra face do anterior… a face de Harry Potter. Vemos o que Harry viu durante aquelas horas que foram abordadas no capítulo anterior e as coisas começam a fazer sentido.

Brinquei com a ampulheta do tempo e espero que todos tenham gostado dessa brincadeira. Eu confesso que gostei!

Quase que posso apostar que neste momento, está tudo a olhar horrorizado para o computador a pensar: “eu não acredito que ela fez isto! Como é que ela foi escrever algo tão macabro e psicopata?”

Pois é meus caros leitores, eu tenho uma confissão a fazer.

A vossa cara lightmagid adora psicopatas, cenas aterrorizantes, macabras, dignas de um serial killer. Espero não ter chocado muito com a descrição detalhada da primeira cena: a cena do quarto.

Sim, eu sei que foi uma descrição demasiadamente nojenta e real.

Mas é de Behemoth que estamos a falar e eu quero que vocês conheçam a verdadeira face deste vilão: alguém com uma frieza e desinteresse para com a vida humana, com um humor negro e calculista e que adora chocar e baralhar o adversário.

Todo este capítulo foi dedicado a dois grandes inimigos: Abner vs Behemoth.

O pior é que ainda nada vimos do poder de Behemoth. E Abner, Harry Potter, estava demasiado enfraquecido para lutar.

E se nenhuma ameaça de morte não voar na minha direcção depois da descrição agonizante que fiz, acho que vão voar pelo que fiz aos Magids.

Sim, eu sei que sou muito má! Sim eu sei que deveria ir a um psicólogo! Rs rs rs

Mas na guerra, não há justiça nem beleza… não há palavras bonitas, finais felizes por entre o conto nem expressões suaves e brincalhonas. Existe apenas a frieza, a escuridão e sangue!

E foi isso que quis transmitir: REALIDADE!

Acham que fui muito má? Gostaram do capítulo?

Devo confessar que foi o meu preferido de toda a fic… aquele que mais gostei de escrever!

Mas e vocês? Acham que fui longe demais? Odiaram? Amaram? Assim-assim? Desilusão? Vontade de prosseguir? Ou querem abandonar esta história depois das coisas terem ficado tão sinistras? Exigem capítulos novos? Exigem uma reconstrução deste? Exigem a minha tortura? Exigem o meu computador para não escrever mais?

Digam… por favor!! Comentem!!!


Agora, vou responder aos comentários ao capítulo anterior:

Biank Potter: eu sei que o capítulo anterior foi frustrante mas acho que este aliviou um pouco o mistério. Quanto ao colar? Espera pelo próximo e logo perceberás!
“ Noção do perigo?” Aqui tens o capítulo. Apenas responde-me uma coisa: agora, depois de teres lido este capítulo, o perigo é maior para mim? Deverei temer a minha lançadora de maldições profissional?!

Guilherme McKinnon: muito obrigada pelo elogio. Ainda bem que gostaste do capítulo anterior. E deste? Gostaste das minhas brincadeiras com o tempo? E das descrições? Ainda achas este capítulo incrível? Será que depois desta descrição macabra ainda me vais dizer: até ao próximo capitulo?

Ginny Potter: podes ter a certeza que verás muitas provas da inteligência da Hermione. E eu NUNCA estou cansada dos comentários, ainda mais quando são elogios. Mostra realmente que aquilo que fazemos… aquilo que escrevemos é apreciado! Muito obrigada e por favor continua! Ainda achas que deves elogiar-me depois deste capítulo?

Mandy Black: Eu sei que não gostaste da maneira como o Harry tratou o James. Acho que ninguém gostou. Mas e agora? Sabendo que o Harry apenas o queria proteger já é compreensível, não achas? Ah ah ah! Fizeste-me inchar de orgulho! Elogiaste-me tanto que nem consigo expressar o quão agradecida estou! Ainda por cima tu intitulaste-me a “garota”! Quanta honra! Espero não te ter desiludido neste com a minha franqueza na escrita. Eu adorei escrever ele mas sei que foi um capítulo forte psicologicamente! E quem está eternamente grata sou eu: por ter a oportunidade de ter uma leitora assim!

James V Potter: Ai! Obrigada! Agradeço o tirar do chapéu! Depois de um comentário como esse para quê mais palavras? Simplesmente tiro a chapéu a um leitor fantástico! Só posso desejar que este capitulo te tenha feito tirar o chapéu novamente e que tenhas gostado do jogo entre o tempo e as personagens! Aguardo ansiosamente o próximo comentário…

Tati: bom… não fui tão rápida como no último mas ao menos não demorei uma eternidade! Já é um começo… Quanto às crónicas, não sei! A razão é mesmo a falta de tempo e eu acabei por optar por canalizar o pouco tempo que tenho para a fic principal pois afinal ela é mesmo a PRINCIPAL! Ainda tenho de organizar mais a minha vida mas logo que decidir o que fazer eu aviso!

Expert 2001: tu disseste que o anterior tinha sido o que mais tinhas gostado. E este? Está a que nível? Inferior, igual ou superior? E agora? Entendes o porque da reacção de Harry? E depois do que fiz ao Harry… achas que ainda não perdi o toque?

Beca Black: Depois de tanta ansiedade por este capítulo espero que tenha valido a pena! Espero mesmo! Agora só aguardo comentários, gritos furiosos, exigências, maldições e tudo o que a tua imaginação pode gerar!

Guida Potter: Que continuação? Não sei do que falas! “lightmagid olha em volta inocentemente”. AI Guida! Eu já te disse que és a maior? Por que tu és! Eu sei que tenho mudado o meu estilo de escrita ao longo da fic afinal quantas vezes já não me apanhaste a resmungar contra capítulos inicias? Mas ainda bem que gostas dele! Eu acho que não tenho um poço sem fundo de imaginação. Na verdade acho que tem um fundo bem sólido! Tu é que estás sempre ao meu lado a corrigir-me e a ouvir a minha mais recente ideia louca!
Outra coisa: quem merecia uns cascudos eras tu! Deixa o pobre personagem em paz e livra-te de dizer um ai dele e, como os brasileiros dizem, pôr a boca no trombone!
Quanto a este capitulo eu já sei que gostaste dele pois tu também gostas de coisas psicopatas embora me recorde muito bem como ficaste escandalizada ao lê-lo!
E isso… goza com as pobres criaturas que nem um teclado com todas as letras têm! Pelo menos a funcionar! Um dia virás suplicar pelos meus P e não os terás! Rs

A Deby: Se achavas que estava louca no capitulo anterior o que dizer deste? Agora já percebes como o Harry sumiu e depois reapareceu! E agora é que deves achar que sou mesmo má pois para além de sangrar, eu torturei, mutilei e apaguei do mapa personagens! Queres matar-me? Xingar-me? Choquei-te?
O colar? Bem… isso vais perceber no próximo capítulo!
Se não os faço brigar? Eu agora vou estar a fazer isso o tempo todo! Não fiques muito furiosa comigo…. Por favor!!




E assim me despeço aguardando DESESPERADAMENTE COMENTÁRIOS!!! POR FAVOR!! Se comentarem tentarei ser rápida no próximo!!!

Beijos da vossa sempre, Lightmagid

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