O presente de Dumbledore



Olá! Novamente estou um pouco atrasada em postar um novo capítulo, tive alguns problemas que me mantiveram longe mas agora estou de volta. Espero que ainda tenha alguém lendo... Saibam que só vou parar de escrever essa história quando chegar ao fim, então, mesmo que demore um pouco para atualizar, sempre haverá um novo capítulo.

Luiza Snape, obrigada por comentar. Assim sei que você continua por aqui. :) Será que um dia Regulus vai descobrir o segredo de Lupin? Para algumas coisas ele é tão obtuso...

Este capítulo é um pouco longo, para compensar a ausência. ;)

Me deixem saber se gostaram. Boa semana. <3

-----------------------\----------------------------


131.O presente de Dumbledore


Não demorou muito para que os dois amigos estivessem vestidos e sentados à mesa da Sonserina no Grande Salão. Os alunos estavam, de modo geral, bastante agitados. Muito provavelmente por conta do final das aulas e exames. O café da manhã estava mesmo caprichado, como havia previsto Ami.


- Você sabe o motivo de tudo isso? – perguntou Regulus a Jack, que balançou a cabeça “não”, visto que estava com a boca ocupada por uma farta porção de bacon frito.


- Eu já disse a você, Reg, Slug e Dumbledore planejaram algo... – disse Ami com ar de quem sabia das coisas, deixando pequenas migalhas de pão escaparem de sua boca enquanto falava.


- Do que vocês estão falando? – perguntou John, subitamente interessado.


- Nem adianta perguntar, nem o “eu-sou-bem-informado” Ami sabe dizer. Só nos resta aguardar... – ele olhou para a mesa dos professores. Dumbledore conversava animado com a professora McGonagall, enquanto empilhava camadas de waffles em forma de coração intercaladas com cree de leite e geleia de mirtilos, fazendo escorrer uma calda grossa pelas bordas do prato – mas pelo jeito que o diretor está distraído com sua pilha de waffles com creme e mirtilos, acredito que vamos ter que esperar mais alguns minutos. Aliás, você viu como ele parece feliz hoje?


- Realmente... Será que... – Ami abaixou o tom de voz e aproximou sua cabeça à de Regulus antes de terminar a frase – será que perdemos alguma batalha importante?


- Nã... me parece mais algo pessoal, pois os outros não parecem tão excitados com seja lá o que o diretor planejou...


- Ei! Olhe, Slughorn está levantando... – disse Jack, indicando o professor com a cabeça.


Os outros olharam para ele cheios de expectativas; porém o professor meramente levou um pequeno embrulho em papel roxo até o diretor, que o abriu e sorriu, agradecendo em seguida. Depois Slughorn falou algo para o diretor e ele acenou um “sim” com a cabeça, indicando a pilha de waffles. Slughorn soltou uma boa gargalhada e retornou ao seu lugar. Os garotos entreolharam-se. Jack olhou ao redor.


- Sabe, Ami. Acho que você se enganou e não há nada planejado para hoje. Ou não seríamos só nós a esperar por algo. Mas olhe, os outros continuam só interessados nos quitutes, ninguém parece estar esperando nada do diretor...


- Não, Jack. Eles podem não saber. – Regulus defendeu o amigo – Mas nós sabemos e só precisamos esperar o diretor terminar seus doces... Ele vai falar... Olhe lá... comendo o último waffle, limpando a boca... ele está se levantando... agora vai...


- Vai nada. Vai é cumprimentar a professora McGonagall... – disse Jack, desanimado.


- Ei, não espera! Olhe! Todos quietos! O diretor vai falar! – avisou Amifidel, levantando-se e acenando os braços para que os outros se calassem, gesto esse que não passou desapercebido por Dumbledore, que sorriu para ele.


- Bom dia a todos! Aliás, um excelente dia, já que começou com uma série dos meus quitutes favoritos. Vocês devem estar se perguntando por qual motivo estamos tendo este café-da-manhã especial. Bem, não sou dado a este tipo de coisa, mas como neste maravilhoso solstício de verão eu completo 95 anos, quase um século de vida e meus amigos, seus professores, insistiram muito para que eu aceitasse a gentileza de um café comemorativo, aqui estou, compartilhando com vocês este momento. Talvez vocês não vejam muito sentido em comemorar 95 anos de vida de um único bruxo quando há muitos bruxos que nesse exato momento não chegarão a completar 50, 37, 17, 09 ou até mesmo o primeiro ano de vida. Saibam que lamento muito por todas essas perdas e é também por elas que ergo minha taça nesse momento para celebrar a vida, para lembrar que estou vivo e continuarei lutando até o último momento para que tantos outros possam, assim como eu, ter uma vida longa!


Dumbledore ergueu uma pequena taça que parecia estar cheia de água:


- À vida!


Os alunos e professores ergueram suas taças, copos e xícaras fumegantes e brindaram com o diretor:


- À vida!


Dumbledore bebeu sua taça e continuou a falar:


- Por conta do novo calendário do Ministério, terminamos as aplicações dos exames NOMs e NEWTs mais cedo este ano. Então acato a sugestão do professor Slughorn e proponho a vocês uma semana de jogos na escola. – Dumbledore aguarda os alunos conversarem excitados entre si antes de continuar – estes jogos serão um pouco diferentes do que vocês estão acostumados, pois não vamos manter a divisão de equipes por Casas. Queremos equipes mistas, pois queremos que vocês aprendam a colaborar uns com os outros sem sofrer a infuência histórica de preconceitos entre Casas que infelizmente observamos em nossa escola. Lembrando a todos o quanto é importante que não haja entre nós seres humanos, distinção entre raças, cor, estatus sanguíneo, nível social... Nesses tempos difíceis, todos deveriam ter a oportunidade de olhar no fundo dos olhos uns dos outros e ser capazes de reconhecer a magia da vida que existe no outro, não importando qual a porcentagem de sangue mágico que corre em suas veias. Deste momento em diante vocês serão apenas alunos, retornando à sua identidade inicial de quando pisaram neste salão pela primeira vez.


Dumbledore fez um movimento amplo com sua varinha e instantaneamente os emblemas das Casas dos uniformes dos alunos foi substituído por o brasão de Hogwarts e todas as cores de suas roupas foi substituída por tons de cinza. Os alunos olhavam uns para os outros, admirados.


- Dividiremos a escola em três equipes. A equipe que obtiver mais pontos ao final da semana, ganhará uma viagem de uma semana para a Escola de Magia de Uagadou, nas Montanhas da Lua, na Africa. É uma experiência única, muito recomendada pelo professor Slughorn, pela professora Sinistra e professora McGonagall, já que é uma escola mundialmente conhecida pelas suas aulas de astronomia, alquimia e por seus estudantes capazes de se auto-transfigurarem. A viagem acontecerá ao final de julho próximo. A equipe que se classificar em segundo lugar ganhará uma viagem para a Escola Brasileira de Magia, o Castelobruxo e serão acompanhados pela professora Sprout e o Professor Kettleburn. Lá terão o prazer de conhecer animais e ervas únicos em todo o mundo, bem como aprender suas propriedades e trazer alguns espécimes.  A equipe classificada em terceiro lugar ganhará uma semana em um acampamento para adolescentes na Irlanda, onde praticarão muita magia de uma forma lúdica e leve. Embaixo de seus pires encontrarão as coordenadas para a primeira tarefa. O resultado que obtiverem nesta prova é que determinará seus pares. Gostaria que observassem que o resultado dessa prova não tem caráter de exclusão, é apenas classificatório. Aproveitem o nosso café-da-manhã. A prova começará em 1h30. Aconselho o uso de roupas leves e confortáveis.


Após o discurso, Dumbledore estava se encaminhando de volta para o seu lugar quando a professora Sprout iniciou um “parabéns a você” bastante desafinado, que foi seguido pelos outros professores, funcionários e então, pelos alunos. Professor Flitwick providenciou uma queima de fogos mágicos em pleno salão, que foi seguido de muitos aplausos. Dumbledore estava visivelmente emocionado e, em meio a lágrimas, agradeceu a todos o carinho.


Os garotos entreolharam-se.


- Então é só isso? – perguntou John.


- E você esperava o quê? Muito me admira que conseguiram estas viagens... Quem estará patrocinando tudo isso? – perguntou Regulus.


- É algo para se pensar... – disse Ami – mas quem se importa? Uma viagem para longe vem a calhar. Meus pais avisaram que iríamos ficar em casa esse verão...


- Mas e o... – Regulus abaixou o tom de voz – e o clube... erm... da Bella?


- Mesmo dele precisamos de férias, não? – disse Ami, enchendo a boca com panquecas.


- Férias? Quando estamos em guerra? Logo se vê o tipo de Comensal que você vai se tornar. – Regulus revirou os olhos.


- Ei, calma aí, Black. O fato de querermos um pouco de férias não quer dizer que estamos deixando de lado a causa. Nós precisamos relaxar um pouco para estarmos inteiros para a guerra. É isso, entende?


Regulus sacudiu os ombros. Ele não iria dar o braço a torcer. Mas por outro lado, ter uma viagem garantida durante as férias o pouparia de passar o tempo todo livre ouvindo sua mãe lamentar-se e xingar as paredes por conta da falta que Sirius fazia. E, além disso, poderia estar no mesmo grupo de Rachel e passar mais algum tempo com a namorada. Afinal, a viagem estava começando a parecer um pouco mais interessante.


- E para onde vocês querem ir? – perguntou, disfarçando.


- Acho que África seria ótimo... Ou você ia querer ir para o Brasil só porque seus professores favoritos vão para lá?


Regulus torceu o nariz, mas não comentou nada.


- E então? Qual é a tarefa de vocês? – perguntou Ami, olhando para o seu bilhete que acabara de pegar debaixo do prato.


Os garotos que ainda não tinham olhado debaixo do pires, o fizeram. Ao primeiro olhar, não havia nada lá. Então aos poucos um pequeno papel acinzentado foi se materializando no local. Estava dobrado em quatro.


Regulus abriu o seu. Nele se lia: “No campo de quadribol, à esquerda do aro mais alto, cuja sombra a essa hora se estende sobre o gramado, há um pedaço de pano. Ele faz parte do grande quebra-cabeças que você deverá completar junto com o seu time. Juntos, deverão unir suas partes e se encaminhar  ao jardim de inverno, onde tomarão ciência da próxima tarefa. Observação: as partes não podem ser unidas por magia.” Regulus franziu o cenho. Ele ainda não havia entrado no clima da gincana e, além disso, havia uma chance de ter que fazer grupo com alunos com quem ele não simpatizava ou ainda pior, com aqueles que ele não deveria simpatizar. Seus olhos correram para a mesa da Grifinória e depois para a Lufa-lufa, então, sentindo-se culpado, olhou para a mesa da Corvinal e acenou para Rachel, que sorriu em resposta.


- Bem, aqui diz que devo achar uma peça de um quebra-cabeças que está junto do aro mais alto do campo de Quadribol... e depois achar as outras pessoas com as peças que se encaixam nela, reunir tudo e ir para o jardim de inverno... – falou Regulus.


- No meu diz a mesma coisa, porém a minha peça deve estar debaixo do pé esquerdo de uma armadura no sétimo andar. – comentou Ami.


Os outros começaram a falar e logo descobriram que todos precisariam encontrar peças do tal quebra-cabeças que estavam espalhadas pela escola.


- Bem, o jeito é começar a procurar – disse John, sacudindo os ombros.


- Nos vemos mais tarde, então. – disseram Ami e Regulus, ambos levantando-se e saindo apressados do grande salão, juntamente com uma massa de alunos, cada qual com seu papelzinho acinzentado na mão. Alguns checavam novamente as instruções, interrompendo o fluxo de alunos, fazendo os mais distraídos baterem uns nos outros.


Embora encontrar sua parte do quebra-cabeças não tenha sido algo tão difícil assim, a tarefa de encontrar as peças que se encaixavam foi árdua e levou o dia inteiro. Às vezes ele esbarrava com um ou outro aluno, desanimado. Já havia passado das quatro da tarde quando Regulus, suado e cansado, estava voltando para o castelo pela entrada principal. Para sua supresa, encontrou Amifidel, que saía pela grande porta de carvalho:


- Não sei, Ami. Eu acho que essas peças simplesmente não se encaixam e que é tudo uma grande brincadeira de mau gosto do diretor para que a gente fique conversando com todos os outros alunos... Sei lá. Já falei com uns cem e nada. Nenhuma peça se encaixa. – reclamou, sacudindo seu pedaço de pano na frente do amigo.


- Nem a minha... é, acho que você tem razão...


Os dois sentaram-se lado a lado no último degrau da escada e ficaram obsevando os alunos que iam de uma lado para outro, como baratas tontas. Após alguns minutos de silêncio, os dois falaram juntos:


- Deixa eu ver sua peça?


E como imagens espelhadas, os dois estenderam o braço para o amigo, esperando que lhe fosse entregue a peça para analisar. Ao notarem a coincidência dos gestos e palavras, os dois riram. Amifidel abaixou a mão vazia e estendeu a outra, entregando sua peça ao amigo. Regulus a pegou na mão, como se o gesto do amigo fosse aquilo que deveria ser feito, não havia o que discutir: ele era o Black, ele era quem iria determinar se elas encaixavam ou não. Amifidel também não falou nada, apenas ficou olhando com interesse o amigo manusear o pedaço de pano que encontrara. Não demorou muito para que Regulus concluísse, orgulhoso e satisfeito:


- Encaixa!


Amifidel sorriu.


- Legal, agora vamos encontrar os outros.


Regulus olhou a sua volta. Os alunos continuavam a vagar como baratas tontas de um lado para outro, sem saber como encontrar seus pares. O desânimo era geral, principalmente por não perceberem o propósito de tudo aquilo. Ele olhou para trás e viu o diretor e alguns professores observando do alto de uma janela. Ele sabia o que fazer, a situação exigia um ato de mestre. Ele precisava liderar. E teria que usar de toda a sua experiência para fazê-lo de forma agradável para que os outros o aceitassem como líder, pois nem todo mundo era como Amifidel. Ele sabia disso.


- Não, os outros virão até mim. Vem comigo, Ami. – disse, levantando-se e seguindo até o centro do gramado em frente ao castelo. Ele pegou sua varinha e a apontou para o céu, lançando, em seguida, fagulhas multicoloridas, o que, obviamente, chamou a atenção de todos a sua volta.


Vários alunos foram aos poucos se aproximando. Amifidel olhou para ele admirado, se perguntando por que não havia pensado naquilo antes? Então organizou ao alunos em uma fila para que Regulus pudesse checar os pedaços de tecido, um a um. Regulus aguardou com um sorriso de boas-vindas a todos que se aproximaram, pois sabia que eles naõ reagiriam bem se ele demonstrasse um pingo de agressividade ou mal humor. Então ele assumiu uma postura de tranquilidade, equilíbrio e compaixão. Após uma hora e meia a pequena multidão de donos de retalhos que foram compondo o quebra-cabeças se acotovelava em torno de Regulus, enquanto ele ia engatinhando sobre os retalhos estendidos no gramado, organizando-os e encaixando da melhor forma possível.  A todos aqueles cujos retalhos não se encaixavam, ele dizia palavras encorajando a pessoa a não desistir, àqueles cujos retalhos se encaixavam nos do grupo dele, ele dava boas vindas e falava coisas do tipo “como é mesmo seu nome? Eu sou regulus Black. Tenho certeza que vai ser muito bom trabalhar com você ou com você na nossa equipe, tenho certeza de que vamos conseguir um bom prêmio”.


- Agora só falta uma peça!!! – anunciou o garoto, entusiasmado. Os outros deram vivas ao redor dele. a essa altura todos já o assumiam como líder e esperavam dele as soluções  – gente, vamos, precisamos descobrir quem tem a última peça e ... – ele olhou para o céu, as nuvens se movimentavam com rapidez. Logo a brisa que sentia ia se tornar um vento forte – e, quem puder, me ajude a unir estas partes.


Rachel, que estava em pé ao lado dele, pegou a varinha.


- Não, Rachel. Lembra, não podemos usar magia para unir as partes. – ele disse, erguendo sua mão e abaixando a varinha dela com delicadeza.


- Mas como eles pensam que devemos fazer isso? Eu não sei e me recuso aprender a costurar – disse a garota, guardando a varinha e cruzando os braços, aborrecida.


- Não precisamos costurar. Podemos colar. – sugeriu uma garotinha do primeiro ano da Lufa-lufa que estava próxima a Rachel. Rachel olhou para a garota com um misto de interesse e desprezo, como se até então não tivesse notado sua presença.


- Muito boa ideia! Eu não disse que você ia nos ajudar a vencer? – a garotinha ficou vermelha e sorriu olhando para o chão, de uma maneira que fez Regulus morder os lábios para segurar um sorriso de satisfação. Rachel deu-lhe um cutucão na cabeça e seu sorriso se alargou, “meninas”, pensou, ciente do poder do seu charme. – Mas precisamos de cola... Onde vamos achar isso? – Regulus perguntou, olhando para os lados para disfarçar seus pensamentos.


Alguns alunos do primeiro e segundo anos falaram, um pouco encabulados de mostrar sua inépcia em lançar o feitiço auto-colante, que tinham um pouco de cola trouxa em seu material escolar.


- Ótimo. Vocês podem buscar, por favor? Rápido! – pediu. Mesmo que não gostasse da cola trouxa e duvidasse que fosse ser tão boa quanto o feitiço adesivo permanente que aprendera com a mãe, não havia lhe ocorrido ideia melhor.


- Eu não acredito! Vamos mesmo usar cola trouxa? – perguntou Rachel, torcendo o nariz, enciumada pelo namorado ter acatado a ideia da garotinha.


- Bem, existem algumas plantas que produzem seivas bastante grudentas. Já vi na estufa número quatro. São umas com pústulas arroxeadas. Mas tem um problema: quando tocam em nossa pele, provocam pústulas arroxeadas... Se alguém quiser ir lá pegar, acho que a professora Sprout não vai se incomodar se espremermos um pouco daquelas espinhas... Mas já vou avisando: o cheiro não é muito bom e demora alguns dias para sair dos dedos, mesmo usando luvas.


- Acho que não vai ofender ninguém usar um pouco de cola dos trouxas, não é mesmo? – perguntou uma menina de pele negra e cabelos trançados que se estendiam de modo jeitoso até a altura da cintura. Regulus já a havia visto algumas vezes orbitando a namorada antes deles terem um relacionamento.


- Não, Helena. Eu acho que não. – disse Rachel, para a amiga.


Enquanto falavam, John e Mulciber escoltavam Peter Petigrew com o último pedaço de tecido que parecia se encaixar.


- Ele estava se escondendo embaixo da mesa da Grifinória no Salão Principal, pelo que entendi ele já havia concluído que estava no nosso grupo e não com o bando dele e por isso resolveu trapacear e se esconder...


Petigrew jogou seu retalho sobre o restante do quebra-cabeças com muita má vontade. Regulus olhou para ele com o canto do olho e não disse uma só palavra, engatinhou sobre a bandeira quase pronta e fechou o buraco que restava no canto direito. A peça se encaixou perfeitamente e o rosto de Regulus se iluminou. Os alunos ao redor gritaram vivas.


- Bem vindo ao grupo, Petigrew. – disse, olhando com um sorriso maldoso para o garoto. Então voltou-se para o grupo – a cola? Alguém trouxe a cola?


Vários tubos de cola plástica foram jogados aos seus pés. Regulus pegou o primeiro tubo e começou a colar as partes umas às outras. Outros alunos se agaixaram, pegaram os tubos de cola e foram colando as outras partes. Não demorou mais de cinco minuto para que tivessem a bandeira devidamente colada, pronta. Regulus olhou por alguns instantes a figura, que não passava de um emaranhado de riscos disformes, então a dobrou com cuidado e chamou os outros para que fossem com ele até o jardim de inverno. Todos os seguiram com entusiasmo.


 O céu já estava escuro. O diretor e demais professores estavam no alto da escada, à entrada do castelo, de frente para o jardim aguardando pela chegada dos alunos. Regulus entregou o tecido e, como havia suposto, era mesmo uma bandeira. Professor Flitwick acenou sua varinha e ela foi, instantaneamente, hasteada no pátio, onde havia mais dois mastros para as outras bandeiras. Eles aguardaram um pouco e logo haviam duas bandeiras imensas ladeando a sua; uma cujas peças foram grampeadas e a outra, costuradas.


- Muito bem, muito bem. Escutem todos – disse o diretor com a voz magicamente amplificada. – agora que já encontraram seus pares...


- Mas o critério não seia outro, professor? – arriscou um aluno da Corvinal, incomodado por estar num grupo de maioria Lufa-lufa.


- O critério, senhor McFerrin, era dar a oportunidade de vocês trabalharem em conjunto. Eu fiquei observando vocês resolverem a questão e devo dizer que estou muito satisfeito – então ele se voltou para o restantante dos alunos – a primeira etapa dos Jogos Cooperativos de Hogwarts está concluída. Podem voltar para suas casas e aprontarem-se. O jantar será servido em uma hora.


Dizendo isso, o diretor virou as costas e entrou no castelo, o restante dos professores fez o mesmo. Todos conversavam e gesticulavam bastante, não deixando dúvidas de que não era só o diretor que estava feliz coom o resultado da primeira tarefa.


Mais tarde, no Salão Principal, que estava decorado alegremente nas cores do arco-íris, o diretor falou novamente a todos:


- A tarefa de montar um quebra-cabeças quando se tem uma peça só e se age sozinho parece impossível, mas assim que alguns de vocês perceberam que teriam que se reunir e colaborar uns com os outros, a tarefa não ficou só mais fácil, como prazerosa. Quando propusemos que vocês encontrassem os retalhos que iriam compor sua bandeira, sabíamos que seriam capazes de executar a tarefa, mas vocês teriam que acreditar em vocês mesmos para conseguir. A segunda parte, que era a montagem do quebra-cabeças em si, tinha como objetivo mostrar a vocês o quanto o grupo é importante; a terceira parte... bem, quando lhes disse que não deveriam usar magia para unir as peças, era para lembra-los de sua essência humana, de que vocês têm mãos e mentes incríveis, capazes de realizar coisas incríveis. Agora cada um de vocês têm o seu grupo e, acredito, seu líder. Amanhã cedo iniciará a segunda parte da gincana. Boa noite.


Alguns alunos sentados ao redor de Regulus o olharam rapidamente, outros o cumprimentaram com um breve aceno de cabeça. Ele respondeu a eles com um sorriso breve e uma expressão confiante, como se dissesse: “eu sei que sou seu líder, e vou dar o melhor de mim nesta gincana. Confiem.”


Naquela noite, talvez motivados pelo silêncio e a escuridão do dormitório, uma conversa bastante preenchida com silêncios e pausas começou.


- Esquisito, não é? Essa sensação... – comentou Amifidel.


- ... Sim, é estranho. – respondeu Jack depois de algum tempo.


- Eu me sinto alegre e empolgado como quando era criança e na véspera do Natal quase não conseguia dormir na curiosidade de encontrar um belo presente. – comentou, após um longo suspiro, John.


Passados alguns minutos de silêncio, Regulus finalmente falou:


- Eu sei o que você está falando, John. Também me sinto assim, leve e animado. É como se nesse momento só existíssemos nós e a nossa gincana, como se os problemas lá de fora tivessem acabado... Como se pudéssemos ser crianças novamente...


- Isso! – concordou  Amifidel, entusiasmadamente.


Regulus sorriu para a escuridão onde sabia estava o amigo. E bocejou.


- Boa noite, pessoal. – disse.


Os outros responderam. As vozes de todos soaram um tom mais agudas que o normal, segurando um sorriso embebido numa cumplicidade infantil.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Mika Black

    Dumbledore surpreendeu a todos! (inclusive a mim, nunca imaginei que isso pudesse acontecer)Simplesmente amei! Foi muuuito criativo, e bem, a cara do Dumbledore hahah.Estava torcendo para os irmãos blacks ficarem na mesma equipe, bem, de todas as formas vai ser legal ver eles em equipes contrárias e prontos para brigar! Mas fiquei suuuuper curiosa sobre as equipes dos outros, Lily, Severus, Lupin, Sirius, Tiago, Alice.  Nossa, até tive dó do Peter, ter que ficar com a maioria da sonserina, justo ele que é o menos introvertido. Regulus de fato consegue ser um ótimo líder, já conquistou a todos, desse jeito eles pode até ganharEstou muito animada mesmo com o que vai acontecer daqui em diante, foi uma ideias tão criativa que nem consigo imaginar como vai ser! Simplesmente AMO sua  fic!Beijoss , até mais! 

    2016-06-02
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.