Olhos Cor de Violeta



Pessoas! Estou de volta! Esta época do ano é bastante corrida para todos, ainda mais para quem "negocia" diretamente com o Papai Noel como eu... Ufa! Mas agora que os presentes já estão em casa, inclusive os meus (comprei três kits de miniaturas nas Americanas, uma varinha do Voldemort que acende, um globo de neve com um mini castelo de Hogwarts e um pomo de ouro... tão lindos! E estavam em promoção!!!)... ok, estamos de volta após os nossos comerciais... então, agora, finalmente, posso atualizar as coisas por aqui.:)

Luiza Snape! Acho que essa paixão do Reg por Alice ainda vai assombrá-lo por muito tempo... Um passarinho me contou que Frank ainda vai ter problemas com isso... Nada comparado com o que o futuro lhe reserva, obviamente. ;) Obrigada pelo seu comentário!

Mika Black! Que confusão, não? Ele acabou beijando logo a desprezível Rachel... Esse é o poder de uma dor de cotovelo aliada a um excesso de... bem, deixa pa lá. Se Reg e Alice um dia vão resolver suas pendências, os próximos capítulos dirão. Se eu fosse ela, não iria gostar nada, nada de ver ele beijando a Rachel. Eu ficaria despeitada.

Em relação à carta, agora que foi parar nas mãos do Robert Smith, eu divido que chegue às mãos dela... E caso ela, um dia, escutasse a música que foi criada a partir da carta, dificilmente ela associaria a Regulus, afinal ele escondeu bem seus sentimentos, não? "Garotos não choram"... Você ouviu a música? Gsoto até hoje. :) Muito obrigada por compartilhar suas observações e seu carinho. <3

Espero que gostem desse capítulo, não é muito movimentado, mas serve para dar uma ideia no que esperar para os próximos. Boa semana para todos!

Sejam meus papais noeis: compartilhem minha fic, comentem, façam essa criança feliz. :)
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142. Olhos Cor de violeta

Aquilo era, no mínimo, perturbador. Definitivamente, perturbador. Era como ele definia para si mesmo o impulso que tivera de beijar Rachel no final da partida de Quadribol. A garota, que sempre competia com ele as melhores notas e os melhores elogios, ao mesmo tempo que o humilhava sempre que possível, agora não saia de sua cabeça. Perturbava muito mais do que os caroços que Richard Broadmore, o irmão de Rachel, havia feito aparecer por todo seu rosto com aquela estúpida azaração do pedregulho. Iriam sumir em poucos dias. Era o que havia dito Madame Pomfrey, que havia dito que não existia contrafeitiço para tal azaração – mas ele, de alguma forma, não conseguiu acreditar nela. Madame Pomfrey, assim como todas as mulheres do castelo, estavam estranhas desde o episódio do beijo.

O beijo. Volta e meia ele se pegava rememorando a partida de quadribol e, em especial, o beijo em Rachel. Morno, urgente. O beijo. Já havia se passado uma semana desde então. Era sábado à tarde, uma tarde de sol tímido e brisa fresca, que espalhava no ar as lembranças da primavera. A maioria dos alunos de Hogwarts estava à beira do Lago Negro, “lagarteando”, namorando, jogando papo fora e tecendo teorias importantíssimas sobre a vida que seriam esquecidas até o entardecer.

Mas Regulus não compartilhava dos mesmos ares. Ele estava sozinho com a professora Sprout nas estufas, ajudando-a a cuidar das alfazemas brancas, o aroma de intenso de alfazema a lhe enjoar o estômago. Ele não lamentava sua sorte, ali parecia o único lugar em que lhe era permitido ouvir os próprios pensamentos.

Enquanto executava um feitiço para tirar pulgões dos botões de alfazema – o que irritava a planta e a fazia exalar três vezes mais perfume - ele lembrou da última carta de Bellatrix. A carta a princípio falava de moda para bruxas de alta sociedade – assunto que havia aborrecido bastante, pois se aquela carta tivesse sido violada, ele tinha certeza que quem a lesse iria achar o assunto um tanto estranho para ser compartilhado com um garoto. Mas ele não iria brigar com Bella por causa disso, pois suspeitava que a criatividade da prima estivesse se esgotando e eles precisavam manter o disfarce. A carta avisava, na realidade, sobre o encontro que aconteceria naquela noite e que ele ainda não estava autorizado a comparecer. Ele começava a se aborrecer com a ideia de ficar mais uma vez jogando xadrez de bruxo com Crouch quando Sprout rompeu o silêncio:

- Você não deveria ter feito aquilo.

A voz da professora o assustou e ele errou o aceno da varinha, fazendo com que os pulgões triplicassem de tamanho ao invés de sumirem.

- Perdão, professora. Não entendi – disse ele, virando-se para a professora que estava em uma bancada atrás dele, de modo a tentar esconder com o corpo o resultado de seu pequeno acidente. Enquanto ela respondia ele teria tempo de pensar no contrafeitiço necessário. Teria ela descoberto sobre as cartas de Bellatrix? Regulus olhou para ela fingindo cara de inocente.

- Você não deveria ter beijado a moça, humilhando-a na frente de toda a escola. Não foi nada cavalheiro. Fiquei decepcionada.

Ah, então era isso. Mesmo com Sprout olhando para ele com aquela expressão dura que mais combinava com McGonagall, ele não deixou de sentir-se aliviado.
- Humilhado? Eu não a humilhei... – Regulus reclamou, incomodado. Depois se calou por alguns instantes, antes de concluir seus pensamentos em voz alta – Rachel é uma menina linda e inteligente... Nós estávamos lado a lado a partida inteira, ela brilhando mais do que o pomo poderia... Eu simplesmente... Não sei o que deu em mim.

Sprout olhou para ele, pensativa. E finalmente sorriu. Era muito mais fácil para ela acreditar que ele estava apaixonado do que pensar que o beijo tivesse sido um exemplo de comportamento machista e prepotente. E Regulus, ele mesmo, não sabia o que pensar. Aquele sorriso significava que ele estava perdoado, então? Resolver arriscar:

- Os unicórnios estão bem? Salvamos uma geração?

Sprout alargou o sorriso e já parecia com a professora tal e qual ele conhecia. Ela havia engolido a mentira. Mas era mentira mesmo? O impulso de beijar Rachel tinha vindo de onde? A dúvida fez com que ele contraísse levemente as sobrancelhas, fazendo doer os cinco caroços que haviam em sua testa.

- Ah, sim! Muito obrigada, Regulus. Kettleburn e Hagrid disseram que podemos esperar vários filhotes para o próximo ano. Em breve poderemos plantar algumas mudas na clareira, Hagrid a está adubando e logo estará pronta para florescer novamente. – disse ela, acenando a varinha para várias plantas ao mesmo tempo – As garotas vão gostar de saber que você continua sendo o garoto gentil e adorável de sempre.

Algo se iluminou na cabeça de Regulus e ele sorriu: então é isso! Não que estivesse realmente preocupado com os animais, a questão dele era com as garotas e seu repentino comportamento estranho. O que havia acontecido era que as garotas que não estavam morrendo de inveja de Rachel, estavam fazendo um protesto de repúdio ao seu comportamento. Fazia sentido. Ele se voltou para a sua bancada e acenou a varinha. Os pulgões, que haviam crescido, voltaram ao tamanho habitual, então ele só precisou acenar a varinha mais uma vez para que sumissem.
Passados mais alguns dias e Regulus já estava acostumado ao comportamento das garotas. Ele até já conseguia distinguir os dois grupos perfeitamente: as que o ignoravam por sentirem inveja de Rachel lhe lançavam olhares esperançosos e magoados, ao mesmo tempo. Essas, aos poucos estavam se reaproximando dele e para elas ele sempre abria um sorriso maroto ou um olhar sapeca, de canto de olho, como quem as elogiasse só com o olhar. Era divertido. Para o segundo grupo, das garotas que o julgavam um chauvinista desprezível, ele oferecia o seu olhar mais provocante e sorriso mais maroto. Elas viravam a cara, ofendidíssimas, o que o divertia muito. Mas nem um grupo ou outro era capaz de fazer seus pensamentos desviarem de duas garotas em especial: Alice e Rachel.

Alice, que agora encabeçava o grupo das despeitadas, só não parecia mais ofendida com o beijo que ele dera em Rachel porque estava na maior parte do tempo com o atual namorado. O que Regulus fingia não ver. Já Rachel encabeçava a lista das mais estranhas garotas. Ao mesmo tempo que parecia querer azará-lo toda a vez que o encontrava e andava com a língua mais afiada nos comentários mordazes cada vez que vislumbrava um erro dele, não parava de persegui-lo com o olhar e era uma presença constante em todos os caminhos e lugares por onde ele andava. De repente, Hogwarts parecia ter encolhido.

Era sábado à noite e havia uma festa oferecida por Slughorn, para a qual ele e seus amigos haviam sido convidados, como sempre. Regulus vestiu-se elegantemente com uma calça preta e camisa azul petróleo quase tão escura quanto seus cabelos negros que caíam pelos ombros.

- Como foi ontem? – perguntou a Amifidel, enquanto ajeitava o cabelo em frente ao espelho na parede do dormitório.

- Foi interessante. Sua prima faz o treino de Lucius Malfoy parecer brincadeira de roda. Não me admira que o Lorde das Trevas tenha designado ela a nos ensinar... Parece mais profissional.

Regulus o examinou através do reflexo no espelho. O amigo não parecia estar querendo contar vantagem, parecia cansado enquanto amarrava os cadarços do sapato sentado na beirada da cama. Amifidel e os outros do clube da Bella, como agora chamavam, haviam sido convidados por Slughorn para a festa, o que denunciava quase que imediatamente alguma ligação do professor com o Lorde das Trevas ou sua causa. Aquilo não seria mera coincidência. Muitos ali não eram brilhantes em nada que faziam, Regulus suspeitava inclusive que alguns tivessem sérios problemas mentais, o que não lhes daria um futuro brilhante, o que era a condição para ser membro do clube do Slug.

- E o que seria ser mais profissional?

- Bem, ela é mais criteriosa. Tem as regras claras do que devemos e o que não devemos fazer. Não nos coloca uns contra os outros, diz que para ela somos um só. Se um fracassa, todos fracassam. Ela diz que não quer um ou dois bons soldados, mas o todo tem que ser bom, pois não vamos ganhar medalhas no final, vamos vencer e nos sentir honrados por isso, por ter salvo o nosso mundo da mediocridade. Ela diz que não devemos nos gabar pelo que sabemos de melhor, mas compartilhar o que nos faz melhor nesse ou naquele feitiço... Acho que ela pensa mais ou menos como uma treinadora de Quadribol. É bom. Estão todos mais confiantes. Você vai gostar. Quanto falta agora para você entrar? - Amifidel levantou-se.

- Um mês... ou seja, uma eternidade. – disse Regulus, arregalando os olhos ao voltar a se olhar no espelho. O cabelo, àquela altura, já estava ficando com uma aparência estranha de tanto ser penteado. – Vamos?

- Vamos.

Os dois caminharam até o local da festa e entraram. A masmorra de Slughorn estava toda enfeitada com corações, flores e animais alados, todos em verde esmeralda. Não havia sido dito o motivo da comemoração, mas o professor parecia bastante animado quando os recebeu.

- Vamos entrando, meus ilustres convidados! Sirvam-se e divirtam-se à vontade! Em poucos dias começaremos as nossas provas de nível e espero que a diversão desta noite supere o gosto amargo das provas. – disse o professor segurando uma taça com um líquido azul borbulhante.

- Obrigado, Professor. Tenho certeza que vamos nos divertir bastante. – respondeu
Regulus, bastante impressionado com a decoração, pois olhando mais de perto conseguia perceber que os animais alados eram exatamente um bando de pufosos enfeitiçados para terem asas. Os animais pareciam um tanto quanto atônitos com a repentina aquisição e voavam sem destino de um lado para o outro, batendo nas paredes e nos balões de gás.

A um canto estava Mulciber, Avery e Snape. Mulciber e Avery observavam os pufosos, gargalhando muito alto sempre que um estava prestes a esborrachar-se contra uma parede. Regulus distraiu-se por algum tempo observando os convidados da festa, sentindo-se um tanto deslocado como há muito tempo não se sentia. Ele sabia que havia algo errado naquela festa. Slughorn havia convidado algumas de suas celebridades favoritas e parecia estar se esforçando além do costume para deixar todos em grande excitação.

Regulus e Ami juntaram-se ao grupo de Snape. Realmente parecia divertido acenar a varinha e fazer os pufosos rodarem no ar. Os garotos logo inventaram um jogo e as gargalhadas começaram a ser inevitáveis. Porém a sensação de inquietude interior não cessava e só piorou depois que os garotos começaram a comentar sobre suas aventuras no clube da Bella – o que, naturalmente, faziam em código. Regulus era o único no grupo que não compreendia as piadas, de modo que ele logo arranjou uma desculpa para sair dali.

Andando sorrateiro por entre os convidados, ele esgueirou até a porta e saiu. O ar do corredor era fresco e estava muito mais respirável. Assim que fechou a porta atrás de si o barulho da festa cessou, provavelmente tinha sido usado algum feitiço para isolar acusticamente a sala. Regulus ergueu as sobrancelhas.
Precisava saber aquele feitiço, pois o Abafiato não parecia ser tão eficiente. Ele olhava, pensativo, para a porta quando a voz de Rachel lhe atingiu como uma espada:

- Do que você está fugindo, Black?

Ele virou-se e encontrou a garota mais adiante, em uma área mal iluminada do corredor.

- Do que eu estaria fugindo? E o que você faz aí?

Rachel se aproximou. Ele não queria admitir, mas achou que ela estava deslumbrante em um vestido azul de alças, que brilhava mesmo com pouca luz, então desviou o olhar e começou a tatear os bolsos.

- Eu não lhe devo satisfações, Black. Mas ainda acho que se você não está fugindo de nada, é porque é muito burro… - ela disse, enquanto se aproximava lentamente, com as mãos para tras.

Regulus achou graça. O que ela estaria tentando fazer?

- Você pensa que vai me intimidar, Rachel? – e notando que ela agora apontava para ele sua varinha, ele completou – ora, guarde essa varinha… Você não tem um encontro de meninas daqueles em que uma pinta as unhas da outra?

Rachel ergueu a mão, apontando a varinha diretamente para o cenho de Regulus, que riu provocativamente. Regulus manteve o olhar fixo nos olhos cor de violeta de Rachel. Ele não deixou de sorrir, nem se mexeu, pois duvidava que ela pudesse fazer algo.

- Me respeite, Black, ou eu mato você!

Regulus cruzou os braços lentamente e deu um passo em direção à garota, sentindo a varinha dela a espetar-lhe o cenho. A ponta da varinha estava levemente quente, como se estivesse concentrando magia.

- Eu não tenho medo de morrer, Rachel. Mas você não quer me matar.

- Fique longe de mim, Black! – o grito agudo da garota ecoou pelo corredor deserto e ela apertou ainda mais a varinha contra a pele dele.

O sorriso fugiu de seu rosto por um instante. E se ela estivesse mesmo com tanta raiva dele? Regulus sentiu o frio percorrer lhe a espinha. Então notou que a mão dela começava a tremer levemente. Ou aquilo era mesmo raiva, ou significava outra coisa...

- Me desculpe, Rachel, mas não consigo ficar longe de você...

E dizendo isso com o seu olhar mergulhado no dela, ele ergueu sua mão e a colocou sobre a mão que segurava a varinha e a afastou de seu rosto. Rachel não se opôs. Então ele aproximou sua boca cuidadosamente dos lábios dela e ali permaneceu, sentindo a respiração da garota aquecer sua pele. Seu coração acelerou e ele percebeu a respiração dela ficar mais rápida. Nenhum dos dois recuou, nenhum dos dois fechou os olhos, nenhum dos dois avançou. Os dois permaneceram ali, no corredor deserto, próximos demais um do outro como se tivessem sido atingidos por um feitiço paralisante. Passados alguns minutos, Rachel suspirou e mexeu a mão que segurava a varinha.

- Você ainda quer me matar? – ele perguntou, deixando que seus lábios tocassem levemente os dela enquanto falava.

- Não – ela sussurrou em resposta e fechou os olhos.
Regulus não teve tempo de reagir. Mal ela havia dito não, a porta da masmorra de Slughorn se escancarou e Richard gritou:

- Ora, como se atreve? Estupefaça!

O feitiço atingiu o meio das costas de Regulus e ele foi lançado para cima de Rachel com violência. Ela caiu para trás, com o garoto desacordado sobre ela. Richard puxou Regulus por um braço, livrando a irmã do peso do seu corpo, tomando o cuidado de larga-lo com violência de cara no chão. Não demorou para que uma pequena multidão se formasse em torno dos três. Richard pegou a irmã pelo braço,

- Venha comigo. Vamos sair daqui.

Regulus acordou logo e seguida, ainda em tempo de ouvir Rachel reclamar para o irmão, enquanto era conduzida para as escadas.

- Olha o que você fez, Rick! Meu vestido novo rasgado!
Regulus virou a cabeça e, por entre as pernas das pessoas à sua volta, viu a garota gesticulando muito. Ao virar-se para subir as escadas, ela olhou para ele brevemente. Estava escuro, mas ele podia jurar que tinha visto a garota sorrir.

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Comentários (2)

  • Mika Black

    Capítulo interessante, parece que Regulus vai mudar. Regulus como sempre, mentiu muito bem para a professora. Achei legal ele se dar mal pelo que ele fez, o engraçado é que ele nem parece ligar... O melhor é Alice com o grupo das meninas que odeiam o Regulus, ahuahua, finalmente surgiu um grupo desses, o Regulus tava se achando demais. Sobre essa última cena, nossa, parece que surgiu um novo casal, que estava sendo preparado desde o início da fic. Por enquanto parece mais um impulso do Reg, mas vamos ver o que acontece, a Rachel parece estar interessada nele de verdade. Reg sendo excluido da conversa, hauahuah, coitado, ele que recebe as informações, e nem pode participar das reuiniões. Até o próximo capítulo.  

    2015-12-21
  • Luiza Snape

    Esse irmão da Rachel é mais insuportável que ela!  

    2015-12-13
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