Sr Filch



Nos dias seguintes, a alegria havia tomado conta de Regulus. Apesar dele não ter mais visto Alice desde a festa, isso não o estava incomodando. Era com extremo bom humor que ele deixava a aula tediosa de História da Magia:


- Finalmente acabou! – Regulus disse, sorrindo, ao sair da sala.


- O que terminou? – perguntou uma voz seca, às suas costas. Regulus virou-se para encará-la. Neste momento avistou o novo zelador da escola, Argus Filch, que o olhava severamente. E atrás do zelador, a janela estava molhada pela neve que derretia.


- A neve, senhor Filch. Olhe: está derretendo! Finalmente vamos ter um pouco de sol...


Sr. Filch olhou pela janela e comentou, já se afastando:


- De fato.


Assim que o senhor Filch desapareceu na multidão de alunos que ganhava os corredores, seus amigos Jack, John e Theodor se juntaram a ele.


- Onde vocês estavam? – regulus perguntou, franzindo as sobrancelhas.


- Nós estávamos esperando você se livrar do zelador... figura sinistra ele, não? Parece que foi contratado para cuidar dos alunos bagunceiros... – disse Theodor.


- É, ouvi falar que foi em homenagem ao seu irmão e os amigos dele... Parece que os professores não estavam dando conta de mantê-los na linha, então arrumaram reforços. Dizem que esse Filch é chegado a castigos físicos...


- Hei, o novo zelador acaba de começar a trabalhar aqui, não faz nem uma semana e vocês já sabem de tudo isso?


- Foi o Snape que contou que ouviu seu irmão, Sirius, gritando na sala do zelador, algo do tipo: “o que você está pensando que eu sou? Um elfo doméstico? Vai passar minhas mãos a ferro, seu imbecil?” Mas uma garota da Grifinória disse que ouviu Sirius gargalhando, dizendo que os castigos do zelador pareciam cócegas se comparados ao de sua mãe... é verdade?


Todos olharam para Regulus, que franziu a testa e riu.


- Minha mãe é cão que late mas não morde... se bem que para os elfos o tratamento dela é outro... Talvez Sirius estivesse falando disso - Regulus ponderou. - Ou apenas não quisesse mostrar que estava sentindo dor. Sirius é orgulhoso demais.


Os quaro garotos estavam indo para a aula de Feitiços quando avistaram alguns garotos da Grifinória à frente, andando sem pressa alguma, fechando o caminho. Regulus subitamente reconheceu um dos garotos, um loiro magrelo, como sendo um que o havia rido de Alice quando ela não estava conseguindo praticar feitiços, no dia em que a conheceu. Isto lhe deu uma ideia:


- rápido, escondam-se!


Os garotos esconderam-se atrás da posta de uma sala de aula vazia.


- O que você vai fazer? – sussurrou Theodor.


- Você já vai ver. – sussurrou Regulus, que pegou sua varinha e aguardou.


Quando os garotos chegaram perto o suficiente, Regulus acenou a varinha e falou:


- Locomotor Wibbly.


No mesmo instante as pernas do garoto loiro perderam a força e ele tentou se sustentar em pé alguns segundos, desempenhando uma dança esquisita até que colapsou no chão. Seus amigos já de varinha na mão procuraram ver de onde viera o feitiço:


- tem alguém querendo brincar... – disse um garoto, magro e alto, de cabelos negros encaracolados, olhando para os lados.


Nesta mesma hora Filch apareceu no corredor, ao lado de Snape e outros alunos do segundo ano.


- Você vai brincar na minha sala!


Disse Filch, puxando o garoto pelos cabelos negros.


- Mas não fui eu, não fui eu!


Snape olhou para o chão e viu o garoto loiro ainda sem conseguir se sustentar em pé. Rapidamente ele pegou sua varinha e desfez o feitiço. Ao seu lado, Lily sorria, orgulhosa do amigo.


Eles continuaram andando. Então Severus viu, pela fresta da porta, Regulus Black espiando e acenou com a cabeça disfarçadamente ao passar.


Após o almoço, Regulus deixava o salão principal quando recebeu um bilhete, entregue por Snape, que sussurrou:


- Aqui não.


Regulus acenou com a cabeça e seguiu no meio da multidão. Já havia quase subido todos os degraus para o terceiro andar quando seus amigos o alcançaram:


- Oi, Reg. O que o Snape deu a você? – perguntou Theodor.


- Um bilhete, Ami. Ainda não li. Vem cá.


Eles seguiram pelo corredor e então ele abriu o pedaço de pergaminho:


“Clube de duelos. 22h, corredor do 5º andar.”


-Hum, Hum.


Eles ouviram Filch pigarrear às suas costas.


- O que vocês têm aí, garotos?


- Nada, não. – apressou-se Theodor, virando-se e mostrando as mãos.


- E você, garoto?


Regulus não teve dúvida, colocou o bilhete na boca e virou-se, mostrando as mãos.


Sr Filch olhou-o dentro dos olhos.


- Você deve estar escondendo alguma coisa que não quer me mostrar. Mostre-me seus bolsos.


Regulus mostrou os bolsos vazios e seu material escolar.


- Eu sinto que você tem alguma coisa escondida em algum lugar. Mostre, garoto, abra sua boca.


Agora ele estava realmente em apuros.


- Ã-ã. – Regulus sussurrou, negando com a cabeça enquanto engolia o papel molhado. Depois, com muita má vontade, ele abriu a boca e mostrou que estava vazia.


- Eu vou falar com o Professor Slughorn. Creio que você não deveria fazer a gente passar por tal humilhação...


- À vontade, garoto. Estou de olho em vocês.


Então os garotos se afastaram, apressados. Quando estavam longe de Filch, pouco antes de entrar na aula de Transfiguração, Theodor perguntou:


- O que você fez com o bilhete?


- Engoli.


- E agora?


- Bem, acho que vai ser digerido...


- Mas e o clube?


- Fique calmo: 22h, 5º andar. Decorei. Agora vamos para aula senão vamos acabar conseguindo uma detenção e bye-bye clube...

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