A partida frustrante contra Lu

A partida frustrante contra Lu




  1. O frustrante jogo contra Lufa-lufa


Quando chegou à porta do vestiário a poucos minutos de começar o jogo, Regulus olhou para trás e se perguntou como havia chegado ali. O sol estava forte e a brisa leve e perfumada da primavera era uma agradável surpresa em seu rosto. Era como se acordasse de um transe, tão focado estava no que deveria fazer. Voltou-se para o vestiário decidido e entrou. Sem seu costumeiro bom humor, ele cumprimentou os outros, pegou sua vassoura e ajeitou o uniforme esportivo. Emma ainda dava suas orientações para o jogo, quando ele saiu e se dirigiu para o centro do campo, a vassoura em punho, os olhos focados na caixa de bolas ainda trancada. Não precisava saber o que a capitã estava planejando. Não desta vez.


Pouco tempo depois ele percebeu seus companheiros de time se juntarem a ele e se posicionaram e círculo em torno do meio do campo, as vassouras a postos, aguardando o início do jogo. Em seguida chegou o time adversário, mas todos eles eram menos do que um ruído para a mente de Regulus, ainda focado na caixa de bolas.


Então, uma voz masculina magicamente amplificada veio da cabine de locução, de onde deveria vir a voz de Bertha Jorkins:


“Amigos, é com muito prazer que hoje eu, Bertram Aubrey , substituo Bertha Jorkins na locução desta partida, uma vez que ela encontra-se indisposta e subitamente afônica devido a uma alergia contraída na última aula de Herbologia. Não se preocupem, logo nossa colega estará de volta, garantiu Madame Pomfrey.” O quintanista da Corvinal abriu um largo sorriso. Aquela era a oportunidade que ele estava esperando para poder delatar a fraude de James durante o último jogo. Como ele tinha sido talvez o único além de Regulus e Lisa a testemunhar o que James havia feito e não era nem da Sonserina nem da Grifinória, tinha certeza que seria ouvido. Ainda mais diante da escola inteira. Não que se importasse contra quem seu time iria competir a partida final do campeonato de Quadribol, apenas estava bravo com James e com Sirius por eles terem “acidentalmente” feito seu robe encolher enquanto ele tentava se declarar para Florence Wineriver, fazendo a garota rir dele.


Regulus percebeu os demais integrantes dos times, bem como a multidão da arquibancada começar um burburinho, mas para ele nada daquilo interessava. Tanto fazia que iria narrar o jogo, tudo o que ele precisava era ouvir o garoto da Corvinal anunciar seu nome, pois esse era o momento que ele devia lançar voo e aguardar do alto, o início da partida. Bertram continuou:


“Os times estão muito bem preparados e a Sonserina promete um jogo bastante difícil hoje, ainda mais que Pot...” subitamente sua cabeça aumentou de tamanho e ele se sentiu meio zonzo. Ele continuou “felizmente hoje não está chovendo e os artilheiros de ambos os times sabem como um artilheiro deve jogar, diferentemente de...” sua cabeça então aumentou ainda mais de tamanho e ele quase vomitou. Não querendo dar o braço a torcer e, sendo muito perspicaz, percebeu que seu plano de delatar Potter diante da escola inteira não daria certo, pois toda vez que tentava falar no assunto, sua cabeça parecia aumentar de tamanho. Então continuou sua narração, ignorando o peso que agora carregava sobre os ombros, os olhos fixos em James e Sirius, que se afastavam da cabine de locução empunhando suas varinhas.


“Bertram, por favor, a escalação dos times.” Gritou a professora Hooch, aguardando no centro do campo ao lado dos já posicionados jogadores.


Bertram, num só fôlego, falou:


“Jogando pela Sonserina: a capitã Emma Vanity, Tom Blishwick e Ruppert Greengrass como artilheiros, a dupla Louis Avery e Caspar Mulciber como batedores, Lucinda Talkalot como goleira e Regulus Black, apanhador!”


 


Regulus voou o mais alto que pode, posicionando-se acima de todos, os olhos ainda focados na caixa de bolas que agora parecia do tamanho de uma caixa de fósforos. Então o garoto da Corvinal anunciou o outro time:


 


“No time da Lufa-lufa: o capitão Amos Diggory, como goleiro, Natalie Applebee, James Stonewall e Myrna Irishsong, apanhadores; Gustav Goldshmidt e Petra Rickett, batedores e Katherin O'Flaherty, apanhadora! É com você, professora!” gritou satisfeito, Bertram, jogando sua imensa franja loira para trás para poder procurar ansiosamente onde estavam James e Sirius. Os dois estavam bem próximos à cabine, Sirius olhando para ele ameaçadoramente, enquanto James murmurava algo que só Bertram podia entender: “quietinho aí, cabeção!”


 


Bertram engoliu em seco e levou um susto quando ouviu a professora apitar o início do jogo. O garoto voltou sua atenção para o campo a tempo de ver a goles sendo lançada verticalmente contra o céu azul.


 


“Goles no ar! Vanity tem a posse da bola para Sonserina e passa rapidamente para Greengrass que mergulha num voo rasante para escapar do balaço de Goldshimidt. A bela Natalie Applebee ... vai gatinha! -  ele gritou, depois voltou à narração - acompanhada de Stonewall e Irishsong aproximam-se de Greengrass, que lança a goles com toda força para o alto, onde Blishwick a aguarda e a rebate com o punho para dentro do aro do meio. Desta vez Diggory não teve a menor chance de proteger seu gol. Deeeeeeeeeeeez pontos para Sonserinaaaaaa!! Goles de volta ao jogo, quem pega é Irishsong... essa garota é assustadora, acho que tem mistura com um banshee...”


 


“Bertram! Respeito, menino!”


 


“Desculpe, professora! A banshee, quer dizer, Irishsong grita e assusta Blishwick que se aproximava dela – é o que eu estou dizendo, ela é meio banshee e, de qualquer forma, pegou a goles... mas o que é aquilo? Mulciber acerta em cheio a orelha da garota, que solta a goles para Emma Vanity... Não pode ser! Professora! O Black pegou o pomo!”


 


Regulus Black, que desde o início do jogo escaneava o campo feito uma ave de rapina, deu um único mergulho certeiro em direção à arquibancada central do lado esquerdo do campo, próximo à torcida da Lufa-lufa e pegou o pomo.


 


“Final de jogo: 160 a zero para Sonserina! Desta vez não tivemos artilheiro nenhum se metendo a besta, quem pegou o pomo foi mesmo o apanhador Regulus Black!” então a cabeça de Bertram dobrou de tamanho e ele caiu para trás devido ao seu peso. Ele não conseguiu falar mais nada e sentia muita dor. Foi rapidamente acudido por Richard Broadmore que, como a maioria dos que assistiam a partida, não entenderam os comentários de Bertram.


 


No centro do campo, Regulus voava baixo, exibindo o pomo de ouro, satisfeito, enquanto os outros jogadores desmontavam de suas vassouras e lhe davam parabéns, embora ele percebesse pouca disposição dos outros em comemorar a vitória.


 


Regulus deu uma última olhada esperançosa para a arquibancada onde estavam os alunos da Lufa-lufa. Esperava que Alice estivesse lá. Tudo o que ele queria agora era tomar um banho rápido e correr para a Torre de Astronomia. Sem desmontar da vassoura, voando muito próximo ao chão, ele devolveu o pomo à Madame Hooch e voou para o vestiário, desviando dos colegas que caminhavam lentamente.


 


No vestiário, Avery veio ao seu encontro:


 


- Você não poderia ter esperado eu pelo menos dar uma rebatida antes de pegar o pomo?


 


- É, eu nem marquei meu gol hoje! – disse Greengrass.


 


- E eu nem defendi! – reclamou Talkalot.


 


- Hey, pessoal! Nós ganhamos, está bem? Deixem o Black em paz e vamos comemorar! Temos um campeonato inteiro depois das férias para jogar! E com esse time, não perderemos mais nenhum jogo! Quem perdeu o jogo de zero foi a Lufa-lufa, não nós!  – Emma lembrou o time, embora ela ainda estivesse com cara de quem havia levado um soco no estômago.


 


Apesar do ânimo dos jogadores não ser dos melhores, a alegre cantilena da torcida Sonserina vinda do lado de fora não deixava dúvidas sobre o que seus colegas de casa pensavam sobre o jogo.


 


“Um pomo no céu, uma vassoura na mão;


Uma vassoura no céu, um pomo na mão;


Ninguém pode negar, o Black é campeão!”


Regulus sorriu. Alguém havia lido a dedicatória que Emma havia deixado em seu livro. Ele achou que provavelmente tinha sido Amifidel. A melodia parecia muito com a que o amigo costumava assobiar no caminho para a aula de Trato das Criaturas Mágicas. Regulus então guardou sua vassoura e saiu do vestiário. Do lado de fora, muitos rostos conhecidos gritavam seu nome de forma entusiasmada.


- Ganhamos!!!!!


Respondeu Regulus, sacudindo o punho fechado sobre a cabeça como se ainda tivesse o pomo na mão. A galera vestida em verde e prata, gritou animada e repetiu seu gesto. Então ele sentiu as mãos de Mulciber e Avery erguendo seu corpo por trás e o lançando para cima dos companheiros de Casa. Regulus deu um grito animado e deixou-se carregar pela multidão entusiasmada. Eram tantas as mãos a sustentar seu corpo que lhe dava a impressão de estar deitado em uma só superfície. Ele fechou os olhos e relaxou. Para ele não importava de quanto haviam ganhado o jogo. Naquele momento só importava que ele tinha o apoio genuíno de sua Casa de volta.

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Comentários (1)

  • Ivana R

    Sofia, fico contente em saber que você está melhor. Realmente. não se estresse com o vestibular, não vale a pena. Faça seus reumos e tente olhar para todas aquelas matérias pensando assim: toda ciência, tudo o que existe em termos de estudos foram criados a partir de reflexões de pessoas que tentaram compreender o mundo que nos cerca. Elas foram feitas de modo a organizar o pensamento sobre estas coisas, decifrar seus segredos (nem todos, há muito para se fazer ainda). Abra seu coração e tente encontrar o sentido de cada coisa e aí não haverão mais segredos para você. Veja bem, os cientistas já fizeram isso por você, agora é só brincar de cientista e olhar com paixão para tudo aquilo que você tem para estudar. E fique tranquila, no final dá tudo certo. :)Espero que você tenha gostado deste capítulo e encontre tempo para comentar.Até mais! :) 

    2013-09-27
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