Primeiro encontro com os comen

Primeiro encontro com os comen



Sabem, é muito bom estar de volta e ver vocês por aqui... :)
Luiza e Mika, valeu pelos comentarios!! Mika, pobre da Alice, entõa ela é meio idiota demais? Hehehehe... acontece. Vou justificar como Sirius e Lupin fizeram para o Harry: ela ainda é novinha, depois cresce... 
Me desculpem por não ter postado semana passada, mas este capítulo e o próximo precisaram ser reescritos algumas vezes antes de postar e meu tempo anda um pouco escasso.
Bem, espero que gostem do que vem por aí. :)
Bjim e boa semana!

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106.Primeiro encontro com os comensais da morte


Ele deveria ter optado por ler um livro ao invés de jogar xadrez com Crouch para passar o tempo. Olhar para o garoto era simplesmente insuportável e fazia os minutos se arrastarem ainda mais. Regulus olhou em volta. O resto dos alunos da Sonserina não pareciam perceber quanto aquilo era antinatural e só poderia indicar que eles estavam tramando algo. Bem, se o “resto dos alunos” realmente não notava isso, ele não saberia dizer, pois com Rockwood de braços cruzados, medindo o movimento de todos na sala de modo sinistro, ninguém haveria de questioná-los se estariam tramando algo ou não. Nem mesmo Emma ousou comentar quando encontrou Regulus apanhando no xadrez.


- Temos treino amanhã à noite, Reg. Não... – ela franziu a testa ao notar Crouch – não vá faltar. Nada de detenções, hein?


- Fique tranquila, Emma. Estou me comportando. Nem saí com Alice hoje... – ele olhou pelo canto do olho de modo provocativo para Crouch, que franziu levemente a testa, parecendo aborrecido.


Regulus sorriu e olhou no relógio. Faltava menos de dois minutos para o horário. Ele lançou um olhar nervoso para Mulciber, que chamou a garota com a desculpa de que queria saber sobre as táticas que iriam empregar no próximo jogo.


- Vamos, Crouch. – ele sussurrou.


- Quer parar o jogo na metade para não perder vergonhosamente?


Regulus torceu o nariz:


- Não! Nosso compromisso, esqueceu?


Crouch arregalou os olhos, espantado. No instante seguinte, respondeu:


- Claro que não. Eu saio primeiro e espero você na escada, certo?


Regulus ficou incomodado por Crouch ter tomado a dianteira e decidido quem iria primeiro. Crouch era mais novo, ele esperava que tivesse algum respeito com os mais velhos... Eles tinham o quê? Regulus calculou mentalmente e respondeu ao próprio questionamento: meio ano de diferença de idade... Isso lhe dava direitos de mais velho, não? Regulus resmungou sozinho em seus pensamentos enquanto observava a capa de Crouch sumir no vão da porta entreaberta da sala Comunal. Então levantou-se e saiu, o mais discretamente que pode.


Crouch o esperava ao pé da escada. Regulus o alcançou e os dois começaram a caminhar juntos, sem sequer se olhar. Em pouco tempo estavam no quarto andar, em frente ao grande espelho. Regulus virou-se de costas para ele, mas Crouch hesitou.


Regulus olhou para os lados, teria ele notado a presença de alguém, esquecido a senha ou então – e essa ideia deu uma certa satisfação ao garoto – desistido de participar do novo clube? Crouch continuou em silêncio. Regulus não notou qualquer indício de que poderia ser perigoso seguir em frente, então olhou para Crouch, erguendo as sobrancelhas e indicando o espelho às suas costas com um curto aceno de cabeça.


- Eu sou a minha imagem. – ele disse, solenemente, ao dar um passo atrás, mergulhando na superfície gelada e fluída do espelho.


Ele ainda consegui a ver à sua frente a imagem de Crouch ainda paralisado. Regulus soltou uma risada debochada, aguardou um instante e então Crouch deu um passo atrás.


- Pensei que você não viesse mais.


- Tem coisas que fazemos que não tem volta – respondeu o garoto, mais para si mesmo – o que você está esperando? Vamos! – disse Crouch, com a voz subitamente arrogante e decidida de sempre.


Regulus não respondeu, apenas seguiu em frente atrás do garoto, por um pequeno corredor que abria para um hall espaçoso onde Gibbon, Avery e Amifidel aguardavam. Gibbon os saudou com um curto aceno de cabeça.


- Tudo certo? – perguntou ansioso Ami, caminhando ao seu encontro.


- Tudo. – respondeu Regulus, observando Crouch se encaminhar Pra o lado oposto de onde estavam, isolando-se dos outros, em silencio.


- Não é incrível que exista esse tipo de lugar aqui bem no meio do castelo? – comentou Avery, olhando para as altas colunas de pedra que se fechavam no teto como uma catedral. O pé direito da sala era tão alto que a luz das tochas da parede mal conseguiam alcançar.


Regulus apontou a varinha para o alto:


- Lumos!


A luz que atingiu o teto fez brilhar os olhos de centenas de aranhas que repousavam em suas teias a espera de algum animal desavisado.


- Legal! - ele comentou.


Os três garotos permaneceram a observar a movimentação das aranhas agora acordadas pela iluminação, inventando histórias de que, na realidade, elas eram antigos alunos que tinham sido esquecidos em detenção pelos fundadores da escola e haviam fundado uma sociedade secreta das aranhas. Eles riam e aumentavam cada vez mais a história, conforme o tempo ia passando e os outros alunos iam se juntando a eles.


- Vocês são tão infantis! – resmungou Rockwood ao chegar.


O comentário foi como se um feitiço paralisante tivesse sido lançado sobre os demais. Os sorrisos e gargalhadas deram lugar a expressões sérias de quem estava prestes a fazer algo muito importante.


- Melhor assim. – Rockwood riu e então voltou-se para Gibbon. – Podemos ir?


- Sim, claro. Apenas tenho algumas recomendações antes. Garotos, quero todos em silêncio até chegarmos ao nosso destino. Este é para ser o primeiro de muitos encontros e não o último. Não banquem os tolos colocando tudo a perder. Guardem suas varinhas e só as usem se lhes for pedido, fui claro? – ele olhou nos olhos de todos, um por um. – Se formos pegos, estávamos somente indo ver o eclipse da lua.


- Hoje vai ter um eclipse?


- Não, Ami. O eclipse será amanhã. Diremos que nos enganamos na data. – completou Gibbon, sorrindo maliciosamente. – agora vamos, todos atrás de mim. Rockwood, cuide do final da fila conforme combinamos. – ele disse, enquanto já virava o corpo para seguir em frente por um corredor escuro.


Regulus foi logo atrás de Avery, que havia cedido o lugar para Crouch depois de levar algumas cotoveladas.


O trajeto foi bastante longo. Após uma descida que parecia interminável, eles começaram a subir. O teto do corredor a essa altura era forrado de um emaranhado de raízes, algumas avançavam pelo caminho tornando difícil seguir em frente.


- Não toquem nas varinhas! Estas raízes crescem mais cada vez que tentamos cortá-las ou quebra-las. – Avisou Gibbon, enquanto rastejava por baixo de um novelo de raízes que fechavam quase totalmente a luz do túnel.


Quando finalmente foi possível levantar-se novamente, Regulus sentiu uma brisa suave que trazia o cheiro de mato. Ele sorriu, aquilo só podia significar que estavam chegando ao fim do túnel.


Sentindo as mãos geladas, a boca estranhamente seca e o coração acelerado, ele saiu do túnel chegando em uma espécie de gruta de pedras, cuja abertura era coberta por uma vegetação espessa. Na gruta, nove figuras encapuzadas os aguardavam. Mal Regulus saiu, ele sentiu a mão de uma pessoa segurar-lhe com firmeza o antebraço e, então, ele sentiu o ar comprimir à sua volta, um puxão na boca do estômago e então sentiu o ar fresco novamente. Ele havia aparatado.


Eles estavam no meio de um cemitério desconhecido e antigo, no meio de uma cidadezinha. Os Comensais da Morte fizeram um círculo em torno dos garotos e começaram a fazer perguntas, enquanto rodavam lentamente em torno deles. Ou seria sua impressão?


- Porque você está aqui esta noite?


A voz masculina vinha do homem à sua direita. Regulus não tinha certeza se a pergunta era para ele ou não, mesmo assim começou a responder, com convicção, ao mesmo tempo que faziam Avery, Snape e Amifidel.


- Eu vim aqui para me juntar a vocês na luta contra a opressão que sofre o povo bruxo!


- Belas palavras, nanico! – disse o homem alto à sua esquerda. – Mas porque você acha que o Lord das Trevas iria querer colocar crianças sob seu comando?


Os nove garotos estavam cada vez mais encurralados no centro da roda. A certeza, a confiança e o orgulho que sentiam antes de chegarem lá estava, aos poucos, sendo trocado por medo e hesitação. Haveriam respostas certas e erradas? Estariam os Comensais se divertindo às custas deles?


- Porque queremos lutar! – respondeu John.


- Por que quanto mais gente, melhor. – disse Amifidel.


- Por que somos bruxos? – respondeu Avery. No entando, sem confiança em suas palavras.


- Porque precisamos aprender mais para podermos defender nossos direitos? – arriscou Gibbon.


- Porque vamos crescer. Se hoje somos crianças, amanhã seremos adultos. – disse Regulus.


- Muito bem, muito bem... Todos estão certos. Mas precisamos ter certeza de que vocês são os garotos certos. A primeira etapa vocês já venceram: mostraram seu talento, mostraram que são destemidos e que sabem trabalhar em conjunto. Mas isso foi no conforto de quatro paredes. Aqui vocês entraram garotos e vão sair homens!


O comensal da morte caminhou lentamente em torno deles, medindo-os de cima a baixo com os olhos. Era um momento tenso e Regulus podia sentir a ansiedade crescendo em seu peito. Ninguém ousava falar nada. Tudo o que se ouvia agora eram os passos do comensal e a respiração asmática de Crouch indicando que ele também estava nervoso. Isso deu a Regulus uma certa satisfação. Ao longe uma coruja piou alto, chamando-lhe a atenção. Ele olhou para o céu e não viu nada além da lua crescente quase cheia, brilhando intensamente quase a cegar seus olhos acostumados à escuridão.  Então uma voz melosa e arrastada, bastante familiar ao pequeno Black, quebrou o silêncio.


- Se alguém aqui sentir que ainda não está preparado a se juntar a nós; se alguém estiver com dúvidas se é realmente isso que quer, pode dar um passo à frente e eu o levarei de volta ao castelo. Aos que ficarem que seja por curiosidade, convicção ou por vergonha de desistir, é importante ter em mente que ficando aqui esta noite você estará assumindo um compromisso vitalício com a nossa causa. Que a partir do momento que forem aceitos, sua vida nos pertencerá, assim como nossas vidas serão de vocês. Você terá que arriscar-se além dos seus limites, sofrerá dores insuportáveis, enfrentará a morte... Quem aceitar nosso treinamento não pode hesitar. Alguém quer desistir?


A pergunta de Lucius Malfoy era clara e talvez tentadora para alguns. Regulus olhou para Crouch pelo canto do olho e os outros garotos olharam uns para os outros, para checar quem iria desistir. Ninguém se mexeu.


- Você! – outro comensal, um pouco mais baixo que os outros dois, apontou para Crouch. – Você é filho de Barty Crouch, do Ministério da Magia, não? O que faz aqui? Está juntando informações para seu pai?


- Eu vim para me juntar a vocês. Eu quero lutar pelo direito dos bruxos de fazerem magia sob a luz do sol, pelo direito de voar em vassouras livremente, pelo direito de orgulhar-se por ser bruxo. As leis que meu pai segue são falhas e não nos defendem, nos aprisionam. Não podemos continuar escondidos enquanto os trouxas estragam o planeta como se fossem uma infestação de insetos asquerosos. Eu piso em insetos. E é esse o lugar que acredito que os trouxas deveriam ter: a sola do meu sapato! Morte aos trouxas e aos traidores do sangue mágico! – finalizou Crouch, inflamando-se, erguendo a varinha para o ar.


Pela primeira vez desde que se conheceram, Regulus sentiu uma certa afeição ao garoto. O discurso de Crouch o encheu de certezas. Era isso que ele queria também e era isso que ele iria fazer.

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Comentários (3)

  • Mika Black

      Nada mais natural e insupeito do que o Regulus e Crounch jogando xadrez...kk  Ohh, finalmente, esperei tanto por o este capítulo, Regulus em seu primeiro encontro com os comensais da morte, acho que agora tudo vai mudar mesmo, ele está muito decidido, ainda mais com o maravilhoso repulsivo discurso do Crounch.  Fico tão triste em ver com o Reg cresceu, e se encaminha mais ao mundo dos comensais da morte, e o relacionamente dele com Alice, eu temo o afastamente dele...mas não tão breve, espero que ainda haja mais capítulos com Crounch invejoso!   

    2014-10-20
  • Bia Ginny Potter

    Mais um belo capítulo da nada brave história de RAB que nos conta sua breve vida.Eu quase me empolguei com o discurso do Crouch e esqueci quem ele era, além de ser totalmente preconceituoso, nem mesmo os outros garotos vão muito com a cara dele, mas enfim, até o Reg gostou né... Uma dúvida, se alguém arregasse quando teve a "chance", essa pessoa iria ser levada de volta ao castelo viva?Sobre a história das aranhas, me identifiquei, não é mt difícil eu ver uma mancha no chão e criar uma história sobre isso hahaBom, é agora que negócio fica sério, isso é quase uma despedida do Reg :( 

    2014-10-19
  • Luiza Snape

    UAU!  

    2014-10-19
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