O encontro



Olá, pessoal! è com muita alegria que estou aqui de volta para postar um novo capítulo, mesmo que tenha demorado um pouquinho... E ainda chego aqui e tenho dois comentário simpaticos para resposnder! U-huuuuuu

Biahfsousa, Eu também acho impressionante como os Black achavam tais barbáries coisas normais. E note que nem todos ali pensavam que se torturava trouxas em prol de um Bem Maior, pois para alguns, trouxas eram seres inferiores que não mereciam a mesma consideração que os bruxos - desta forma, torturar um trouxa não era assim tão chocante. Infelizmente, é assim que ainda pensam muitas pessoas... 

Luiza Snape, você é uma graça! Acho que podemos bagunçar ainda mais a cabecinha e o coração do Reg, não? Acho que ele ainda tem mais algumas lições para aprender... hehehehehe 

Meninas, muito obrigada por compartilhar suas observações, pensamentos e entusiamo. Fico realmente feliz! Espero que gostem do capítulo de hoje! :D
Beijos e boa semana a todos!
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134. O encontro


As dores no corpo haviam melhorado consideravelmente, mesmo assim Regulus não via motivos para levantar-se da cama aquela manhã. Natal. Seu primeiro Natal como filho único. Não, não era exatamente isso. Sirius estava presente na casa mais do que se estivesse realmente ali. Ele percebeu isso quando sua mãe trocou seu nome e por conta da suposição de seu pai de que ele havia fugido de casa para ir atrás do irmão. Seu pai nem havia tido o trabalho de checar com Legilimência se este era mesmo o motivo de sua saída furtiva. Sirius estava sim muito presente na casa. Até mesmo o silêncio reverberando pelos corredores parecia existir somente para lembrar-lhe da ausência de seu irmão. Aquilo corroía suas entranhas. Sirius era mais bonito, mais alto, mais animado, mais encantador, melhor aluno, mais debochado, mais tudo – não importava o quanto ele se esforçasse, o primogênito era sempre melhor, tanto em casa quanto na escola. E por isso mesmo Regulus sempre havia tentado ser igual ao irmão, sem conseguir, obviamente.


- Seu imbecil! – gritou para as paredes, para um Sirius imaginário que não estava ali, mas dentro dele mesmo. – Eu vou parar de pensar em você, seu babaca inútil. EU fui o assunto de ontem à noite na véspera de natal. Era de mim que todos falavam! Eu sou quem vai lutar ao lado de Lord Voldemort por nosso povo, enquanto você vai estar correndo atrás de um rabo de saia qualquer! Grrrrrrrrrrr


Regulus sabia que não adiantava nada ele esbravejar contra as paredes quando não conseguia convencer a si mesmo de que Sirius não tinha nenhum valor para ele. Ele virou-se na cama e avisou a carta de Alice sobre a cômoda. Ele levantou-se e pegou a carta, agora vazia, em suas mãos e tornou a deitar na cama, cruzando os pés, sem se cobrir.


O papel em branco não guardava nenhum sinal da mágica de Alice, mas tinha o poder da lembrança de tudo que é efêmero, do som do riso dela, do calor de seus abraços, das palavras ditas. Ele sentia saudade. Não ia demorar para estarem juntos outra vez, mas ele precisava dela agora. Alice o entendia, Alice o escutava e era com ela que ele queria conversar sobre o que sentia.


- Kreacher!


O grito irrompeu de sua garganta antes que ele pudesse pensar no que estava fazendo. O elfo imediatamente chegou ao seu quarto:


- Em que Kreacher pode ser útil, senhor? – disse, com uma reverência.


- Quero meu café da manhã na cama. E um pouco de companhia. E um pouco de música.


- Um instante, senhor.


Com um estalo, o elfo desaparatou. Em menos de cinco minutos ele bateu à porta e entrou, trazendo uma bandeja com uma xícara fumegante, pães frescos, ovos, bacon. Serviu Regulus na cama e ficou em pé ao lado, olhando de modo servil.


- E a música que pedi? – perguntou Regulus, servindo-se de uma farta porção de ovos mexidos.


-  Não há nada no mundo como cheiro de roupa lavada, comida no fogo e uma ordem bem dadaaaaaaaaaaaaa...


- Pare! Pare! O que você pensa que é isso, Kreacher?


- Música de efo, senhor.


Regulus olhou para Kreacher. Ele quase havia engasgado com o horror que eram os guinchos desafinados que o elfo chamava de música, mas não quis parecer rude, ainda ia precisar do elfo.


- Acho melhor ficarmos sem música no momento, Kreacher. O que seria de mim se algum caça-talentos passasse agora pelo Largo Grimmauld e levasse você embora? Como ficaríamos sem nosso elfo?


- Kreacher nunca abandonaria a sua família, Senhor. Kreacher vive para os Black, senhor. Kreacher promete não cantar mais, para que nenhum caça-talentos roube Kreacher dos Black.


- Obrigado, Kreacher.


Regulus fez força para não rir da ingenuidade daquele ser que fazia uma reverência para ele.


- Como estão meus pais esta manhã?


- Ainda dormindo, senhor.


- Kreacher, você teria como me levar a um lugar, se eu quisesse, mas que não tenho o endereço exato?


- Sem saber a destinação, nenhum elfo conseguiria. Quando não sabe o endereço, precisa ter estado no local antes.


 - Ah, que lamentável! Então vou dormir um pouco mais. Pode levar a bandeja.


E dizendo isso, esperou o elfo pegar a bandeja e deitou o corpo para trás sobre os travesseiros de pena de ganso.            Não demorou para que, agora alimentado, adormecesse novamente.                                                                                                                                                                                                                                                                                                    


***


Para um coração cheio de paixão e ressentimento como o de Regulus, o fato de ter nevado extraordinariamente naquelas breves férias de inverno, deixando todos enclausurados em suas casas não chegou a ser um empecilho para a única coisa que ele estava disposto a fazer: dormir a maior parte do tempo. Ele não tinha o endereço de Alice, os pais continuavam vivendo a eterna ausência de Sirius e não havia nada, naquele momento, que ele tivesse interesse em estudar. Então, foi com muita satisfação que ele recebeu de sua mãe a notícia daquela manhã:


- Filho, bom dia.


- Ahn... que horas são? – perguntou, sonolento.


- Quase cinco horas da manhã.


- Mãe, o trem parte de King’s Cross às 11:00. Ainda tenho muito tempo para dormir. Já tenho tudo pronto e...


Ele cobriu a cabeça com as cobertas quando sua mãe disse:


- Bella está na cozinha. Ela quer falar com você. Parece importante.


- O quê? Bella está aqui? – ele disse, dando um pulo na cama, quase derrubando a mãe para trás.


- O que será que ela quer? – perguntou, enquanto pegava a roupa para se trocar. - Mãe, se você me der licença, vou me trocar. Não quero atrasar para a missão que Bella deve me passar.


- Claro, filho. – disse Walburga, beijando-lhe a testa. Regulus havia notado que desde o Natal ela não falava mais seu nome, tratando-lhe somente por “filho” ou “filho amado”, mas ele não se importava. Achava melhor isso do que ser confundido com Sirius. Walburga saiu, deixando-o sozinho em seu quarto.


Regulus não demorou para se trocar e pentear-se. Em poucos minutos estava em pé, na cozinha.  Das escadas ele ouviu a voz da prima, que falava animadamente sobre seu potencial, de como ele havia resolvido o problema de comunicação entre os alunos e os Comensais da Morte, que ela chamava de “a organização”. Walburga não cabia em si de contentamento e orgulho e olhou para ele com ar de deslumbramento, como se fosse uma joia rara.


- Bom dia, priminho. Você está pronto?


- Ahn? Vamos a algum lugar? Bem, acho que sim, estou pronto.


- Ótimo. Já aparatou, imagino...


- Com o papai...


Bellatrix levantou o braço esquerdo levemente, oferecendo-lhe a Regulus, que o segurou e fechou os olhos.


- Segure firmemente. Trago ele a tempo de pegarem o trem, não se preocupe, tia. – e dizendo isso, Bellatrix guiou Regulus pelos tuneis sufocantes e turbulentos da aparatação.


A sensação de chão firme sob os pés e a temperatura ambiente levemente mais fria do que a de sua casa indicaram a Regulus que haviam chegado. Ele abriu os olhos, sem soltar o braço da prima.


Estavam na sala de estar de uma casa luxuosa, embora tivesse a aparência de não ser limpa há algum tempo. A casa estava escura, exceto pela claridade de uma lareira que vinha de um cômodo próximo.


- Vamos. Não faça perguntas, responda o que for perguntado e seja sincero. Ele saberá se você mentir.


- Ele quem?


- Psiuuu. Não faça perguntas, entendeu? Não queremos aborrecê-lo.


Conforme andavam pela sala, o coração de Regulus parecia querer fazer mais barulho que o assoalho estalando sob seus pés. Ele olhou para Bellatrix. Ela tinha no rosto um sorriso de satisfação. Ela bateu na porta entreaberta e uma voz fria respondeu:


- Entre.


- Eu trouxe meu primo, milord. – disse Bellatrix, enquanto abria a porta.


O rosto de Regulus iluminou-se subitamente, mais com a emoção que sentiu do que com a luz da lareira: lá estava ele, Voldemort, vestido em magníficas vestes verdes, sentado em uma cadeira de espaldar alto como um trono. Voldemort tinha a pele muito branca, um rosto suave e um nariz estranho, com fendas alongadas no lugar das narinas. Ninguém precisou falar quem era ele, mesmo sem nunca tê-lo visto antes, Regulus sabia. Imediatamente abaixou a cabeça numa reverência desproporcional, lembrando-lhe um elfo-doméstico. Antes mesmo de se levantar, o garoto sentia os olhos de Voldemort sobre ele. “Eu não sou um elfo”. Então endireitou-se e aproximou-se, sendo conduzido pela prima. Regulus manteve a cabeça erguida e encarou Voldemort.


- Black, Regulus Black, ao seu dispor, senhor. – disse, agora cumprimentando levemente com a cabeça, sem conseguir estender a mão para um cumprimento. Regulus notou, contudo, que Voldemort também não estendera a sua, de modo que, embora sendo receptivo à sua presença, Lord Voldemort não o tratava como um igual.


Regulus sentia a boca seca e as mãos úmidas e trêmulas. Não deveria ser o contrário? Boca úmida e mãos secas? Este pensamento o aborreceu um pouco. Estava diante do maior bruxo de todos os tempos e não sabia o que dizer e sua cabeça parecia se importar mais com a secura de sua boca...


- Sente-se, criança. Bellatrix e Lucius me contaram sobre você. Um bruxo dedicado aos estudos, de família tradicional, popular e ousado. Precisamos de jovens como você do nosso lado. Veja você que ontem mesmo o Ministério prendeu Mcnair acusando-o de ter preconceito por ele ter negado o pedido de casamento de sua filha por um nascido-trouxa... Obviamente ele negou isso de modo que esta ousadia não se repetisse, como cabe a um pai... Felizmente conseguimos interceptar os Aurores a tempo de impedir que ele fosse jogado em Azkaban. Onde vamos parar com um Ministério desses? Eles tiraram o direito de um pai de defender a honra e sua própria família em plena noite de Natal!


Embora enfáticas, as palavras de Lord Voldemort sempre soavam comedidas demais para Regulus. O garoto queria responder alguma coisa a Lord Voldemort, mas as palavras pareciam ter sido engolidas com a última gota de saliva. Voldemort, contudo, não se abalou com o silêncio e continuou seu discurso:


- Como eu ia dizendo, precisamos de jovens ousados e determinados ao nosso lado. Lucius contou que você descobriu um meio de enviar mensagens de voz via lareira sem a necessidade de se entrar nela.


- S-Sim senhor. – gaguejou.


- Muito astuto. Quantos anos você tem?


- Completo quinze no próximo mês de maio, senhor.


- Ainda muito novo... – Lord Voldemort franziu a testa e olhou para Regulus como se o medisse dos pés à cabeça. Após uma breve pausa, continuou - E esta descoberta que você fez foi de grande valia para que pudessem se comunicar com o nosso pessoal sem serem interceptados... Muito bom. Infelizmente, com o avanço de nossa causa, as lareiras estão sendo mais cuidadosamente vigiadas. Foi o que nos informou um amigo que trabalha no Ministério, no Departamento de Transportes Mágicos. Não poderemos mais usá-las.


- Ah, não... Tanto trabalho para nada! – desanimou Regulus.


- Foi muito útil enquanto durou, primo. Mas já era esperado que fosse descoberto. Mas fique tranquilo, quem descobriu foi o nosso agente infiltrado. Nada sobre a lareira da Sonserina será relatado ao Diretor e ao Ministério. – falou Bellatrix ainda às suas costas. Regulus assustou-se. Então, suspirou, aliviado.


 – Mas é muito importante que vocês continuem recebendo nosso treinamento. É na escola, entre os melhores alunos, que vamos conseguir importantes aliados. Desta forma, precisamos nos assegurar que a nossa comunicação continue funcionando. Usaremos corujas. Por isso o chamei aqui. Bellatrix vai lhe ensinar um feitiço para decifrar as cartas com as dtas dos próximos encontros. Compartilhe seu conhecimento com os outros e passe as novas direções somente quando for seguro. Considere esta sua primeira missão para a nossa causa.


De repente, o mundo não parecia mais grande o bastante para conter sua ansiedade.

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Comentários (1)

  • biahfsousa

    kkkk eu ri ao imaginar o Kreacher cantando aquela músicaVou dizer uma coisa q eu achei bem legal na sua história, é descrever uma Walburga muito preocupada e que se importava mto cm Sirius. Eu nunca imaginei ela assim, imagino ela sendo uma mãe ruim por ele ser da Grifinória e ñ concordar cm o resto da família e que ela n sentisse nem um pouco a falta de Sirius na família qndo fugiu. Muito bom o jeito q vc escreve ela, mas mesmo assim n gosto dela kkkkBJO!

    2015-09-24
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