Noivado



NOIVADO


O Natal chegou e foram para casa. Hermione foi visitar os pais mas prometeu que não faltaria ao noivado.


Chegaram primeiro à Toca, por chave de portal com Raven e Sirius. O Sr. Weasley os recebeu ainda no quintal e fez com que entrassem. Gui e Fleur também estavam em casa.


Tonks e Lupin chegaram um pouco depois de mãos dadas, seus cabelos negros com mechas azuis desciam até a cintura e nunca tinham visto Lupin tão bem disposto. Ficou um pouco receoso quando viu Harry, mas este não se importou.


– Ficamos preocupados com você – Harry disse enquanto o abraçava.


– Desculpe-me, eu não queria ter agido daquela forma, era mais forte do que eu...


– Você não fez nada! Você era, com certeza, o mais controlado naquele lugar.


– E como estão as coisas? - Rony perguntou - Os lobisomens vão ficar do nosso lado?


– Ora, que pergunta é essa?! - Sra. Weasley brigou com ele.


– Vocês mal chegaram e já estão querendo se meter de novo em assuntos que não lhes dizem respeito? - O Sr. Weasley ralhou com eles, mas de forma branda.


Rony e Harry trocaram um breve olhar e foram se sentar perto da lareira.


– Fleur e eu estávamos pensando que vocês poderiamos casar todos juntos, na mesma data, o que acham? - Gui perguntou a Raven e Sirius.


– Nas próximas férias, em julho... pra mim estará perfeito... - Sirius concordou.


– O quanto antes melhor. - Raven se aninhou em seus braços. - Então temos que começar a providenciar os preparativos, a decoração... Harry pode levar nossas alianças. - sugeriu a Sirius.


– Por que eu? - protestou.


– Por que é meu casamento! Você não vai querer participar?- Raven indignou-se. - Por mim...


– Tá, tudo bem... - Harry concordou a contragosto.


Rony riu e puxou de dentro das vestes seu cordão, mandou uma mensagem para Hermione. Ela não demorou a responder, Harry e Rony sentiram o pingente esquentar segundos depois.


– Muito engraçado Rony! - Harry reclamou após ler a mensagem, Rony riu ainda mais.


– O que é isso que estão usando? - Tonks perguntou curiosa – Uma lembrança do dia dos namorados? - perguntou por causa do coração.


– Não! - Harry se apressou em responder escondendo-o novamente – Foi a Mione que deu a gente.


– Aos dois? - A Sra. Weasley estranhou.


– Por que eu não tenho um? - Gina reclamou.


– Deve ser porque você é muito discreta! - Rony alfinetou.


– Nós ainda temos as moedas... - Harry se intrometeu antes que brigassem.


– Ah, eu quero ter muitos filhotes, Sirius... - Raven disse carinhosamente olhando para os três.


– Que?! - Sirius assustou-se corando.


– Ora, filhotes... nós dois...


Lupin riu do embaraço do amigo.


– E que casal não quer filhos? - perguntou Tonks deixando Lupin pálido e preocupado.


– Ah, mas dão um trabalho! - Molly comentou sorrindo satisfeita.


– Por favor... As crianças... - Sirius pediu a eles.


– Tudo bem, nós vamos lá pra fora. - Harry disse se levantando seguido por Rony e Gina deixando Sirius ainda mais nervoso.


– Nunca vi Sirius tão embaraçado – Rony comentou divertido, quando pararam para olhar os gnomos espalhando a neve do jardim.


– Lupin e Tonks parecem felizes juntos – Harry comentou - Mas como eles farão durante a lua cheia?


– Vocês ainda não sabem? Lupin e Sirius a estão ajudando a se transformar em um animago. - Gina esclareceu – ela me contou há tempos.


– Que caras de pau! - Rony reclamou.


– Isso é bom pra eles. - Harry considerou. - E ela já sabe que animal será? - perguntou curioso. Gina sorriu.


– Uma raposa vermelha.


Depois do almoço Tonks teve que voltar ao trabalho no Ministério. Rony, Harry, Lupin e Sirius partiram deixando Raven na Toca por insistência da Sra Weasley que a acomodaria no quarto de Ronald.


Harry e Rony estranharam a Casa Verde, o quintal tinha sido ampliado para receber aros de quadribol e tinha ganhado um terceiro andar.


– Nossa! Vocês vão querer mesmo muitos filhos... - Harry brincou. A ideia não o desagradava, adorava Raven, e agora tinha outros planos para si.


– Para com isso. - Sirius pediu encabulado. - Isso é pra você. Um lugar para praticar esporte e estou construindo uma sala de estudos lá em cima, por enquanto são só cômodos, se você preferir posso colocá-la próxima ao seu quarto...


– Pra quê tudo isso? Em julho faço dezessete, serei maior de idade...


– O que quer dizer? - Sirius parou nos degraus da varanda fazendo-o parar também.


– Que já poderei morar sozinho... - Harry disse cuidadosamente, não tinham discutido a respeito ainda, mas pensou que seria óbvio que ele se afastaria quando os dois casassem.


– Que loucura é essa agora, Harry? - Lupin perguntou confuso.


– Não é loucura, só estou dizendo que tenho planos para o ano que vem... - Buscou o apoio de Rony com o olhar, tinham discutido isso na noite anterior, precisaria de um tempo longe da vigilância da Ordem para conseguir algum avanço em suas buscas, ter liberdade para fazer o


que precisasse.


– Não, não comece com mais uma de suas ideias... - Sirius reclamou. - Pensei que estivesse feliz com o casamento.


– Eu estou feliz por vocês, mas isso não quer dizer que eu tenho que ficar aqui... Sério, vocês não vão sentir minha falta...


– É claro que vamos! Não! Não vamos, porque você não vai a lugar nenhum. - Sirius decidiu. - e não deixe Raven saber que você pensou isso. Ela está fazendo tantos planos, quer que sejamos uma grande família...


– Eu não quero continuar sendo vigiado e controlado, acho que com a maior idade em ganho esse direito, não? - Harry perguntou enquanto subiam para guardar as bagagens.


– É verdade, ganha. - Lupin concordou.


– Você o está incentivando? - Sirius se virou para ele.


– Ele ganha o direito, sim, mas não a capacidade para exercê-lo. - Lupin se explicou.


– Por que não discutem isso ano que vem? - Rony sugeriu – Falta muito tempo ainda.


– É melhor. Arrumem suas coisas que nós temos que organizar os preparativos para o natal. – Lupin sugeriu levando Sirius consigo.


– Deixe para se estressar uma vez só, quando for a hora de se mandar – Rony disse quando ficaram sozinhos. - Ninguém vai poder te arrastar pra cá contra a tua vontade.


– Será? - Harry duvidou.


Abandonaram seus pertences no quarto, de qualquer jeito, e desceram para procurar por Monstro. Ouviram as vozes abafadas de Sirius e Lupin vindas do porão, foram até a cozinha.


– Monstro! - Harry o chamou vasculhando a cozinha. Ele apareceu ao seu lado no mesmo instante.


– É um prazer revê-los jovem mestre e seu amigo. - Fez uma reverência depois se apressou a por na mesa vários doces que tinha preparado para a chegada deles.


– Obrigado, Monstro – Harry se serviu de um enquanto Rony catava vários, enchendo a mão. - Monstro, lembra daquele medalhão que encontramos no Lgo Grimmauld? Que você disse ter pertencido ao irmão de Sirius? - Monstro abanou as orelhas e balançou a cabeça em consentimento. - É o medalhão de Salazar Slytherin, pertenceu à família de Voldemort, como foi parar na casa dos Black?


Monstro esfregou as mãos indeciso enquanto olhava para ambos.


– Olhe... - Harry tirou do bolso o anel dos Gaunt. - Esse anel pertenceu a Voldemort também, tem alguma coisa estranha nele eu gostaria de examinar também o medalhão.


– Então ambos devem ser destruídos, mestre Potter, os dois. - Monstro foi até seu armário e o pegou. - Mestre Régulos disse que o medalhão deveria ser destruído, mas ele não conseguiu.


Rony pegou o medalhão, como se fossem ímãs o medalhão e o anel tentaram se unir. Rony e Harry se olharam surpresos.


– Você tem que destruí-los mestre Potter, terminar a tarefa do meu amado mestre. - Monstro pediu.


– Mas que tipo de magia é essa? - Harry perguntou pondo o anel e o medalhão sobre a mesa, e observando eles se juntarem. - O que faz eles agirem assim?


– “O que” não jovem mestre, “quem”...


Harry sentiu a cicatriz latejar quando entendeu o que ele queria dizer.


– Como o diário... Rony, acho que são como o diário, contém pedaços da alma de Voldemort...- concluiu alarmado olhando para Monstro, pedindo confirmação.


– Você serviu a uma família de bruxos das trevas sua vida inteira – Rony observou. - Você sabe para quê isso serve, não sabe? Pra quê ele anda por aí se dividindo...?


Monstro olhou em direção à porta fechada do porão.


– Sirius não está aqui, mas eu estou Monstro, e te autorizo a me contar tudo o que você souber.


– São as horcruxes dele. - Monstro disse rapidamente. - Mestre Régulos descobriu o medalhão,mas não conseguiu destruí-lo. Ele não sabia que havia mais...


– Sirius sabe disso, ou mais alguém?


– Não, jovem mestre, Monstro nunca contou a ninguém, era segredo do meu amo Régulus e ele confiou a Monstro a tarefa de guardá-lo até que descobrisse uma forma de destruí-lo, mas ele não voltou mais...


– Mas para quê elas servem? - Rony insistiu.


– Para prender a alma à Terra. Ele não morrerá enquanto sua alma estiver dividida. Uma alma incompleta não viaja para o mundo dos mortos. - Monstro sussurrou para que nada além deles ouvisse.


– Ou se... parte da alma dele estiver unida à de outra pessoa...? - Harry perguntou pensativo. Monstro estreitou os olhos para ele sem entender. - E se ao invés de estar em um objeto...- Olhou para o medalhão e o anel sobre a mesa - estiver dentro de uma pessoa...


– Isso não é possível, é um encantamento muito antigo, só objetos são usados... - Monstro explicou.


– Mas isso é Magia Antiga ou é Arte das Trevas? - indagou Rony.


– É conhecimento. - Monstro sacudiu as orelhas olhando para ele. - Os humanos dividem o conhecimento em permitido, das trevas, antigo,... Para nós, criaturas que andam sobre a terra desde o princípio, são apenas conhecimentos. - Vocês têm que destruir as horcruxes dele se


quiserem que ele deixe este mundo para sempre.


Rony olhou para Harry esperando uma reação, mas ele permaneceu imóvel.


– Nós vamos. - Rony prometeu a Monstro recolhendo-as. - Harry... vamos descobrir o que precisamos saber, mas agora...


– Como? - Harry disse desesperançado.


– Ei! Se concentra em me ajudar a destruir isso aqui primeiro, você conseguiu destruir o diário... - Rony puxou-o até o quarto, pegou o Lord e o entregou a Harry. - Acho que precisamos de alguma coisa tão letal quanto as presas do basilisco.


Harry recebeu o livro e ficou olhando-o sem o abrir.


– Estamos mais perto do que antes! Percebe que acabamos de descobrir o ponto fraco dele? Se forem mesmo o que estamos pensando, podemos nos livrar delas e torná-lo vulnerável. Pare de pensar no que não podemos fazer ainda, pense no que já descobrimos. - Rony pediu


angustiado – Nós também vamos descobrir o que fazer quanto a ligação de vocês... Queria que Hermione estivesse aqui...


– Tudo bem Rony... - Harry tentou tranquilizá-lo. Abriu o Lord e procurou o que ele pedia. - Tem... fogomaldito... é um feitiço, parece bem complicado.


– Não podemos fazer magia aqui.


– Certo... metal forjado por duendes que tenha absorvido substância mágicas de grande poder...


– Não temos isso!


– Garra de dragão...


– Caramba! Não tem nada mais fácil?


– Talvez seu irmão Carlinhos consiga arranjar algumas... - Harry sugeriu ainda examinando o livro.


– Claro!! - exultou Rony, assustando-o. - Vou mandar uma mensagem para ele... Acho que vou ter que buscar Pichitinho lá em casa – disse olhando ao redor, aparatou antes que Harry pudesse dizer alguma coisa.


Harry ficou olhando apreensivo para o lugar onde Rony tinha estado, se soubessem que podiam aparatar as coisas ficariam mais complicadas para eles. Deixou o Lord sobre a cama e foi até a janela procurar por Edwiges. Ela não tinha aparecido ainda, não devia estar por perto. Subiu até o telhado e chamou por ela, dali podia avistar a copa das árvores próximas e não viu nenhum movimento, ficou ainda mais triste ao imaginar que ela poderia tê-lo deixado para sempre. O céu cinzento refletia seu estado de espírito no momento. Saltou para o jardim.


– Harry! - Lupin o chamou descendo as escadas da varanda. - O que estava fazendo?


– Procurando Edwiges... Vocês a tem visto?


– Hum... Não... - disse após pensar um pouco. - Escuta, você não pode ficar fazendo isso, mantenha seus pés no chão.


– Mas estamos em casa.


– Sirius já te pediu para não fazer isso, alguém pode aparecer de repente, funcionários do Ministério...


– O que viriam fazer aqui? - Harry olhou em volta se lembrando das palavras de Raven, de que o Ministério o andava pressionando. - Estão atrás de você! É por isso que Sirius tem estado preocupado, o Ministério sabe que são amigos e o estão pressionando... - Harry concluiu.


Lupin ergueu uma sobrancelha enquanto o fitava com interesse.


– Sabe, você tem muita imaginação... Mas é, não posso ser visto por aqui, por isso já estou indo.


– Para onde você vai?


– Para casa. Estamos nos abrigando na floresta de Nottinghan, longe do preconceito dos bruxos e curiosidade dos trouxas, na verdade, foi ideia da Raven, estaremos perto o suficiente para nos unirmos se aparecer um inimigo e longe o bastante para mantermos a paz, faremos um voto, um juramento, que irá nos ajudar nisso.


– Isso é muito legal, deixa eu ir com você. - Harry pediu tentando esquecer momentaneamente de seus problemas.


– Não posso te levar, não hoje. Estamos na lua crescente... - Lupin o lembrou mediante seu olhar decepcionado. - Não somos todos tão bem civilizados ainda, mesmo tendo nossos territórios definidos. Levarei você durante as férias... Durante a lua nova. – Acrescentou após se


despedir.


Harry ficou um tempo parado no mesmo lugar olhando para o vazio, depois foi caminhando em direção às árvores observando os galhos à procura de Edwiges, chamando-a de vez em quando. Parou quando se sentiu cansado e subiu até o galho de uma árvore, ficou sentado, de olhos fechados tentando não pensar em nada. Ficou assim até sentir os primeiros respingos gelados sobre a sua pele, tinha voltado a nevar.


Sentiu o colar esquentar em seu peito e puxou o cordão, Rony o estava procurando, levantou-se decidido a voltar para casa.


– Harry!


Assustou-se ao ouvir a voz de Raven chamando-o tão próximo, desequilibrou-se e caiu.


– Desculpe! Não queria te assustar... - disse Raven com as mãos espalmadas sobre o coração.


– Tudo bem, eu consigo cair de pé. - caminhou até ela.


– Como um felino... - Raven disse fazendo careta, passou o braço sobre seus ombros. - Quer conversar? - perguntou enquanto o guiava de volta pra casa.


Foram caminhando devagar, apesar da neve que caía insistentemente.


– Rony te contou... - Harry deduziu pela sua aparição repentina. - Ele pelo menos conseguiu chegar à Toca sem que ninguém o visse aparatando?


– Por pouco. Tive que puxar as orelhas dele. Se descobrirem, como é que eu vou explicar isso? Vão me culpar pelos passeios proibidos de vocês... Se bem que posso colocar a culpa no John...


– Faria isso com ele?


– Para que servem os irmãos? - Raven perguntou fazendo-o sorrir. - Gosto de te ver assim... - Acrescentou abraçando-o com força. - O que está te preocupando?


– Tudo... - disse olhando-a nos olhos. -Tudo o que tenho que fazer...


– Você não tem que fazer nada. Conte tudo à Ordem e deixe que o destino se cumpra.


– Destino? O meu está dependendo do que acontecer ao dele...


– Então destrua todas as horcruxes, deixe-o vulnerável, mate-o.


– Eu?!


– Não é o que você quer? Ele é cruel, matou os seus pais e os de tantos outros, vem tentando te matar há anos. Você não deseja acabar com ele? Se vingar? - Raven o instigou.


– Não! Quero que ele pare, mas... Não quero fazer isso...


– É, foi o que imaginei... - Disse sentando-se nos degraus da varanda. Harry sentou-se ao seu lado.


– O que acontece comigo se ele for morto? Vou morrer também ou a alma dele não conseguirá partir? - Harry perguntou angustiado.


– Gostaria muito de poder te responder isso...


– O que você acha que eu devo fazer?


– As coisas vão melhorar, Harry, confie nisso. Ano que vem seremos uma família e tudo vai se ajeitar, enfrentaremos juntos o que vier. - Harry gostou de ouvir seu otimismo.


– Talvez eles tenham me deixado em paz. - Não tinha tido mais nenhum contato com Voldemort ou os Antigos, começou a considerar isso um bom presságio. - Só conheci dois dos Guardiães, talvez tenham chegado a conclusão de que não vale a pena se expor tanto por minha causa... - disse esperançoso.


– Eu não iria tão longe – Raven o desiludiu. - Nós o estamos protegendo, nada conseguiria chegar até você.


– Pensei que quisesse me animar... - Harry chutou a neve que se acumulava sobre seus pés.


Raven o puxou para mais perto abraçando-o.


– Estávamos indo procurar vocês, o que aconteceu? - Sirius apareceu com Rony e se sentou com eles na escada.


– Nada, saudades... Mas não posso demorar, combinei com Molly de escolher alguns pratos especiais para o nosso noivado. - explicou a Sirius entre beijos.


Raven ficou um tempo com eles, depois se despediu, restou a Harry e Rony ajudarem Sirius com a decoração da casa.


O tom dourado, vermelho e prata deixou o ambiente alegre e aconchegante. Rony olhava para Harry a todo instante ansioso para que dissesse algo.


– Conseguiu enviar a mensagem ao seu irmão? - Harry perguntou a ele.


– Consegui... Mamãe disse que ele virá para o natal, então acho que Píchi chegará a tempo.


– Quem te levou até lá? Nem sabia que tinha saído. - Sirius perguntou.


– Raven... - Rony respondeu naturalmente. - Ela queria falar com Harry, então pedi a ela...


– McGonagall acha que vocês vivem de segredos pelos cantos...


– Acho que todos nós temos segredos... - Harry jogou se referindo a ele e à Ordem.


– Fico feliz que confiem na Raven... - Sirius disse e pareceu sincero.


– Eu confio em você... - Harry se sentiu desconfortável com seu comentário. - Se você parasse de brigar comigo por qualquer coisa e voltasse a agir como meu padrinho...


– Não posso ser conivente com você , como seu tutor eu tenho responsabilidades. - Sirius passou a mão pelos cabelos chateado. - Óbvio que consigo ser melhor padrinho do que pai...


– Você é um ótimo padrinho e será um ótimo pai.


– Obrigado. - Sirius o olhou melancólico. - Eu não quero ficar sabendo o que andaram fazendo de errado, mas você pode me contar o


que não estiver relacionado a alguma regra violada, norma desobedecida...


Harry o encarou em silêncio por um tempo, depois olhou para Rony, ele também parecia não estar conseguindo se lembrar de nada assim.


– Por Merlim! - Sirius exclamou. - Que bom que temos a Raven!


Deram uma atenção especial ao porão que Sirius transformou em salão de festa especialmente para a ocasião. O amplo espaço ganhou mesa e cadeiras, sofás e uma aparelhagem de som que prometia botar a casa a baixo se ligado na máxima potência.


– Raven adora festas – Sirius explicou – Quero fazer algo especial.


– Vai ser especial. Ela vai gostar. - disse Harry.


Harry não conseguiu dormir. Passou a noite olhando os flocos de neve batendo no vidro da janela. O dia seguinte foi agitado, Sirius parecia ansioso para que tudo estivesse perfeito para o dia seguinte. Aproveitaram a chegada de Raven, Fleur e da Sra. Weasley, à tarde, para saírem da casa enquanto eles discutiam os preparativos para o noivado e planejavam o casamento.


– É estranho como as coisas estão acontecendo tão rápido... - Harry comentava com Rony quando chegaram à Toca.


– O quê exatamente? - Fred perguntou a ele quando entraram.


– Pensei que só viessem amanhã. - comentou Rony.


– É véspera de natal, fechamos a loja mais cedo. - Explicou Jorge – Aproveitem e venham escolher seus presentes.


– O que preferem? - Fred indicou a mesa da cozinha abarrotada de itens da loja de logros que eram inspecionados por Gina.


– Algo que possa ser usado contra as Artes das Trevas... – Rony se aproximou para examinálos.


– Tem algo defensivo? Algo realmente forte? - perguntou Harry.


– Ei, trouxemos presentes, não um arsenal de guerra! - Fred reclamou.


– Nada? - Rony perguntou decepcionado.


– O que estão planejando desta vez? Talvez tenhamos alguma coisa... Se nos contarem o que pretendem.. - Fred os chantageou.


– O sucesso está se tornando monótono para nós, estamos à procura de desafios. - gabou-se Jorge.


– Metidos... - Rony sussurrou.


– Boa escolha, Gina. - Fred se aproximou da irmã que examinava um estojo de cura de emergência – Pode curar pequenos ferimentos acidentais causados por magia.


– Mas não quer algo mais feminino? – Jorge perguntou passando-lhe uma caixinha. - As garotas adoram, faz o maior sucesso em Hogsmeade.


– O que ele faz? - Gina perguntou pouco interessada, girando o brilho labial nas mãos.


– Torna seus beijos irresistíveis, quem for beijado vai sentir exatamente o que mais desejar, nenhum garoto vai resistir a eles. Nós o inventamos a partir da fórmula da Amortentia. - Jorge explicou orgulhoso.


– Não que você precise... Na verdade... eu não quero te dar isso não. - Fred acrescentou pegando-o de volta, Harry tomou-o de suas mãos.


– Eles fazem o quê? - perguntou perplexo enquanto lia as informações.


– Hum... Interessados? - Jorge se aproximou deles.


– Isso é desonesto! - Rony reclamou.


– Na verdade não... É só uma ajudinha nas conquistas femininas. - Fred explicou. - Mas podemos desenvolver uma linha masculina também, talvez tenhamos que mexer na fórmula...


– Não acredito que fizeram isto. - Harry devolveu o caixa.


– Vocês podem usar esse e nos dizer como funciona, assim poderemos fazer as modificações necessárias. - Jorge sugeriu. - Poderíamos usar nós mesmos, mas já somos irresistíveis, não teríamos como medir o desempenho...


– Não vou usar essa porcaria! – Rony foi para um canto da sala, emburrado, tirou a corrente do pescoço e a manteve bem escondida na palma da mão, Harry imaginou que tivesse trocando mensagens com Mione.


– Nós pagaremos para serem nossas cobaias... - Harry também se afastou, indo se sentar próximo à lareira - O que você acha Fred? Há mercado?


– Vamos fazer uma pesquisa. - Fred sugeriu.


– Eu vou ficar com o kit de emergência. - Gina avisou indo se sentar ao lado de Harry. - O que você tem? Parece cansado.


– Estou. Não consegui dormir essa noite. - Harry explicou olhando para ela indeciso.


– Quer me dizer alguma coisa?


– Não... - disse desviando o olhar – Hoje não.


O quarto estava escuro, Rony roncava na cama ao lado. Levantou-se com cuidado para não acordá-lo, se vestiu e desceu. Estava cansado, mas tinha coisas demais na cabeça pra conseguir dormir. Todas as portas estavam trancadas, estava se sentindo angustiado, foi até o quarto de


hóspedes e saiu pela janela.


Ficou empoleirado no galho de uma velha árvore, observando a noite. O frio cortante o judou a se distrair. Ouviu um uivo distante, os pelos do seu corpo se arrepiaram e seus lábios se contraíram involuntariamente. Se esticou e massageou a nuca tentando relaxar. Acabou


adormecendo ali mesmo.


Acordou se sentindo melhor, o dia já estava claro. Voltou para o quarto de hóspedes mas a janela estava fechada, deu a volta até seu quarto e entrou. Rony já tinha acordado e deixado a janela aberta.


Tomou um banho quente e desceu , Sirius ria à mesa ouvindo Monstro relembrar uma época em que os Black haviam sido uma família feliz. Sentou-se com ele contente por vê-los assim.


– Onde está o Rony? - Harry perguntou servindo-se.


– Pulou da cama e correu para a Toca, nunca o vi tão ansioso, nem quis esperar que eu o levasse...


– Hum... - Harry sabia que sua animação se devia ao fato de que Hermione viria para o noivado - Sirius, onde fica mesmo aquele lugar onde Voldemort mantinha os lobisomens, a floresta?


– Leicester? - perguntou depois fechou a cara para ele. - Não importa, a única coisa que eu quero que você saiba e não se esqueça... é que voltarei a colocar grades nas janelas se você continuar teimando em não usar a porta. - Sirius o avisou.


Harry considerou a ameaça e passou a se concentrar em suas torradas. Sirius passou a mão pelos seus cabelos fazendo-o olhar para ele.


– Feliz Natal, Harry. - disse sorrindo.


Logo a casa ficou cheia e barulhenta. Primeiro chegaram Raven, Fleur e Molly requisitando a cozinha para iniciar os preparativos, Tonks chegou logo depois disposta a ajudar, para preocupação da Sra. Weasley. Mione chegou com os demais Weasley e correu para abraçá-lo


quando o viu.


– Você está melhor? - Mione perguntou ao seu ouvido.


– Estou ótimo. - sussurrou.


Gina foi logo requisitada pela mãe, que queria manter Tonks distraída. Gui, Carlinhos e Sirius foram providenciar mais lenha para as lareiras e Harry, Rony e Mione subiram ao terceiro andar para planejarem os próximos acontecimentos.


– Carlinhos trouxe as garras – Rony contou, sua voz ecoando no cômodo vazio, mostrou na mão espalmada duas garras de aproximadamente vinte centímetros de comprimento – Os filhotes trocam as garras quando crescem... - repetiu a informação que Carlinhos lhe dera.


– Acham que só isso vai funcionar? - Mione perguntou pegando uma delas.


– Só há um jeito de descobrir. - Rony disse confiante - Eu vou buscar...


– Não, aqui não. - Harry o impediu. - Não é tão simples assim. Lembrem-se do que o Tom Servolo do diário fez à Gina. Não é só um objeto a ser destruído, é um bruxo das Trevas que teremos que enfrentar...


– Então talvez seja melhor entregar aos membros da Ordem. - Mione sugeriu.


– Mas eu prometi ao Monstro que iríamos destruir. - Rony reclamou. - Podemos entregar a eles depois, já temos as garras... - Rony insistiu ansioso para se testar.


– Tudo bem. - Harry concordou. Foram até o quarto pegar o anel e o medalhão.


– Evandra e eu conseguimos uma solução para o problema da Winky – Mione informou alegre enquanto desciam. - Estivemos conversando com ela e decidimos que ela precisa de uma família de verdade e a mãe da Evandra concordou em ter um novo elfo, o deles já está muito idoso... o


sr. Gardner Velaska o mantém, mas não para os afazeres de casa, o tratam como um membro da família... por falar nisso, ele virá passar o natal com elas.. - Mione disse mudando de assunto.


– Ficaram amigas de repente? - Rony perguntou desaprovando.


– Evandra é muito legal. Gostaria de ir visitá-la amanhã, você poderia falar com o pai dela, Harry... - Mione sugeriu. - Ele é Historiador.


– O que eu tenho pra falar com ele? - Harry não escondeu o quanto a ideia o desagradava.


– O que aconteceu com o “não se meter” ou “tomar partido”? - Rony se irritou.


– Nós não falamos sobre o Harry, ela nunca tocou no nome dele comigo. - Mione esclareceu chateada. - Você acha que eu iria sugerir isso se ela estivesse se mostrando interessada nele?


– Do que estão falando? Ela não está? - Harry perguntou surpreso.


– Até onde eu sei, não... Você gostaria que estivesse?


– Claro que não! - Harry exclamou emburrado. - Que tal a gente voltar a falar em como destruir...


– Não deixe sua alma sombria apagar a magia do natal, Harry. - Fred disse a ele enquanto espalhava fadinhas luminosas pela casa.


Harry o olhou chocado e foi para a varanda, onde não havia ninguém que pudesse ouvi-los.


– O pai dela pode saber alguma coisa sobre o Cetro de Slytherin... - alguma indicação de seu paradeiro.


– Pra que vamos perder tempo procurando...? - Rony foi interrompido pelo pai, que queria ajuda para arrumar a mesa.


Desistiram de tentar conversar ali. Sirius tinha ido buscar Lupin, John, Quim e Moody,voltaram logo após terem terminado.


– Por onde tem andado John? - Harry perguntou a ele.


– Irlanda... encontrei um lugar muito bonito, vocês vão gostar.


– Vai nos levar? - Rony perguntou entusiasmado.


– Negativo! - Raven estava atenta a eles, enquanto colocavam a mesa – Desculpem mais eu


mudei de ideia quanto àquele passeio, não vou deixar. - Harry abriu a boca para protestar, mas Raven o silenciou - Não depois do que aconteceu da última vez...


– Que passeio é esse? - Moody estava de costas para eles, mas devia estar observando-os com o olho mágico. - Não estou ciente disso. - se virou para encará-los.


– Porque não vai mais acontecer, não até o casamento, aí sim poderemos viajar todos juntos. - Raven prometeu a eles.


– Não tão cedo, nada mudou lá fora. - Moody os lembrou.


– Mas Sirius e eu iremos nos responsabilizar...


– E isso me preocupa ainda mais. - Moody a cortou e saiu mancando para perto de Sirius que estava analisando com o Sr. Weasley as possíveis mudanças que poderia fazer com a reforma que estava realizando para o casamento.


Raven deu um muxoxo e murmurou alguma coisa que se parecia com “aurores”. Harry ficou em silencio, se ficasse com eles a Ordem iria interferir nos planos dela, ela estava acostumada a ser livre e o castelo já a entediava, não se acostumaria a viver desse jeito.


Almoçaram todos juntos no porão. Raven fez questão de que Monstro se juntasse a eles à mesa e Mione ficou radiante com isso. Rony aproveitou para lhe mostrar as garras de dragão.


– O que você acha Monstro? Pode funcionar?


– Mestre Régulus nunca tentou isso antes...


Harry cutucou Rony, Moody os vigiava com o olho mágico e imaginou que estivesse com os ouvidos atentos também.


Mais tarde Sirius discursou aos presentes e deu a Raven uma delicada aliança de ouro onde dois focinhos se uniam beijando uma pérola.


Depois de todos os votos de felicidade e fotos, Rony chamou Harry e Mione para fora, caminharam até não poderem mais ver a casa, para então aparatar.


Procuraram, na beira do rio, por uma pedra plana o suficiente para depositarem o medalhão. Rony pegou uma das garras e passou a outra para Mione.


– É melhor você ficar afastado, Harry. Não sabemos se isso pode te afetar. - Rony pediu.


– Estão esquecendo que fui eu quem destruiu o diário? - Harry disse impaciente com o protecionismo deles.


– Mas naquela época foi diferente, ele não tinha um corpo ainda e a ligação entre vocês não estava tão forte. - Mione argumentou.


– Deixa a gente fazer desta vez, OK? - Rony pediu entregando-lhe o anel. - Tome conta desse por enquanto.


Harry recebeu o anel evitando olhar para ele e o guardou rapidamente no bolso. Rony e Mione se olharam por instantes e se aproximaram para examinar o medalhão sobre a pedra. Rony tentou perfurá-lo, mas seu metal era resistente, tentaram abri-lo.


Mais de meia hora depois Harry e Rony estavam sentados atirando pedrinhas no rio,entediados, enquanto uma insistente Hermione tentava com a garra forçar a abertura do medalhão.


– Estamos deixando de fazer alguma coisa – Mione disse depositando-o novamente sobre a pedra – O diário não foi tão difícil, foi? - Perguntou quando Harry olhou para ela.


– Talvez esteja protegido assim como o anel estava, dentro da taça, ou talvez só se abra para Voldemort... - Harry sugeriu.


– Nesse caso... - Rony se levantou e pegou novamente o medalhão forçando-o com a garra em suas mãos, porém sem êxito. - Não podemos fazer nada.


– Que outro tipo de proteção ele poderia ter usado? - Mione perguntou a Harry.


– Não sei, eu não trouxe o Lord... - respondeu estranhando sua pergunta.


– Eu sei, mas pense... como se você fosse ele... - Mione pronunciou cuidadosamente as palavras. - Digamos que você o tenha protegido e que agora, depois de muitos anos, quer que ele se abra novamente... - Harry olhou dela para o medalhão balançando nas mãos de Rony, que


suspirou desanimado. – Como você faz... para abri-lo Harry...


– Abra... - Harry sibilou em resposta.


Com um estalido alto o medalhão se escancarou e um denso vapor negro começou a se desprender rapidamente. Rony o largou no chão assustado. Dois olhos negros surgiram em meio a forma indistinta que a principio pensaram que fosse um dementador.


– Não olhem nos olhos dele! - Harry gritou para eles, mas Rony parecia não estar ouvindo, apenas encarava a criatura – Rony! - correu até o amigo, o empurrou para longe e sacou a varinha.


Quando Harry se virou para enfrentar a criatura deparou-se com um rapaz quase adulto de rosto sério e olhar curioso, uma figura pálida, meio transparente, como um personagem de um antigo filme em preto e branco. Piscou várias vezes tentando se focar enquanto sua cicatriz latejava.


Encararam-se, imóveis. Harry soube o que ele estava tentando fazer, entrar em sua mente, mas não permitiu. Era uma briga de vontades, não conseguia desviar o olhar. Uma queimação percorreu sua cicatriz como uma descarga elétrica e a figura à sua frente piscou e o encarou surpreso.


O grito agourento dado pela criatura o fez se encolher e tapar os ouvidos. Não durou muito, mas foi perturbador. Rony ainda no chão, onde tinha sido jogado, destapou os ouvidos lentamente e olhou ao redor, assim como o grito a figura de Tom Servolo também havia desaparecido. Harry olhou para Mione, agachada em frente ao medalhão com seu interior espelhado reduzido a cacos mínimos.


– Desculpem, na hora eu não imaginei que ele fosse realmente abrir... - Harry se agachou ao lado de Hermione e Rony se arrastou para perto, retirou a garra das mãos dela, estava trêmula.


– Você está bem? - Rony segurou as mãos dela e as esfregou entre as suas, estavam frias.


– Isso foi horrível... Tive medo por vocês dois... - Mione livrou uma das mãos e puxou o medalhão pela corrente.


– Vamos... - Harry sugeriu abraçando-a para ajudá-la a se erguer. Tentou não fazer qualquer movimento em direção a sua cicatriz, que o incomodava, não queria que se preocupassem, estava se sentindo satisfeito apesar de tudo.


Voltaram para a Casa. Assim que entraram na cozinha Gui fez uma careta para eles, souberam na hora que estavam encrencados.


– Acho que agora é uma boa hora pra contar a verdade. - Harry sugeriu a Rony e Mione, que concordaram prontamente, mas deixaram que ele fosse na frente.


Desceram com Gui até o porão. Todos se viraram para eles e na mesma hora o som foi desligado.


– Onde estavam? Sirius, John e Moody foram procurar vocês... - Raven se aproximou curiosa - Nem pensem em dizer que estavam na Toca – sussurrou para eles para que não se encrencassem ainda mais mentindo.


– Para onde vocês três foram? Sozinhos? - Molly parecia estar a ponto de puxá-los pelas orelhas.


– E para fazer o quê? - Arthur os repreendeu com o vinco de preocupação marcando a testa. - Francamente não sei quem são piores, vocês três ou os gêmeos!


– Nós estamos quietos aqui! - Fred o lembrou acenando.


– Nós vamos contar tudo – Harry anunciou a eles. – Quando todos voltarem. Lupin ficou distante, abraçado a Tonks, parecia não estar querendo se intrometer, Harry imaginou, pela proximidade que estavam da lua cheia.


Monstro os olhou ansioso e Mione lhe entregou o medalhão que ele ficou admirando como que hipnotizado. Artur saiu recomendando que todos ficassem e voltou pouco tempo depois com os três.


Harry olhou para Rony e Mione e começou a contar sobre o mapa que tinham feito a partir das notícias publicadas no Profeta, Rony foi buscá-lo e o estendeu sobre a mesa.


– Como vocês têm nos negado informações, nós andamos pesquisando por conta própria...


Sirius se sentou numa cadeira levando Raven consigo. Moody olhou para todos os presentes e por último para os três.


– Estamos ouvindo. - declarou.


– Conferindo a data e o local dos ataques que têm ocorrido, acreditamos que ele esteja fazendo com que percam tempo com encenações planejadas enquanto se dedica a algo realmente importante... Como na noite em que eu tive aquele pesadelo, com Tahaus, ocorreram dois


ataques, na costa e no centro - Harry explicou apontando as marcações no mapa - Mas sabemos que ele estava bem longe dali, em algum lugar árido e montanhoso. Ele deve ter ordenado essas outras duas aparições para desviar a atenção. - tinha a informação de Draco, sobre como


Voldemort decidia aquelas aparições, para comprovar o que estava dizendo, mas preferiu não comentar isso, estava proibido de se aproximar dele.


– Sua teoria é muito interessante... - Quim comentou – Realmente esses ataques não fazem sentido algum.


– Muita coisa acontece, pessoas desaparecem sem que ninguém veja nada. Essas aparições são só para desviar a atenção do que ele está fazendo de verdade, que é procurar o Cetro de Slytherin. - Rony afirmou.


– Quem disse isso? Isso é uma bobagem! - Moody o olhou com o olho bom enquanto o mágico ainda analisava o mapa.


– Nós sabemos. - Harry se limitou a responder, não iria contar sobre as saídas do castelo. Tirou o anel do bolso e o colocou na mesa, sobre o mapa - Vocês se lembram do diário de Tom Riddle que foi responsável pela abertura da Câmara Secreta? - Perguntou se dirigindo aos Weasley, mas sabia que os demais já tinham ouvido a história e ele mesmo contara a Raven.


– Sim... - Arthur confirmou olhando para o anel.


– Existem mais objetos parecidos com ele – Mione disse estendendo a mão para Monstro, que lhe devolveu o medalhão. Colocou-o ao lado do anel - Nós acabamos de confirmar um.


– Parecidos com o diário? Como assim...? - Gina pediu explicação sem tirar os olhos dos três enquanto Artur inspecionava o medalhão danificado e passava aos demais.


– Ele guardou parte da alma dele dentro do diário, e também do anel e do medalhão, horcruxes... Garantem a ele a imortalidade e acreditamos que possa ter mais por aí...


– Mas isso é lógico! No que estávamos pensando? - Moody o interrompeu se dirigindo aos demais enquanto segurava o medalhão. - Se fosse apenas o diário como pensávamos, nada o teria prendido aqui, ele nem tinha um corpo ainda.


– Ele poderia ter feito qualquer outra coisa, sabemos que já bebeu sangue de unicórnio e tentou fazer uso da pedra filosofal, poucos bruxos de arriscam a fazer uma horcruxe, ainda mais... três... - Lupin se aproximou do anel e tocou-o com a varinha. Olhou diretamente para eles – Vocês descobriram isso tudo... como?


Harry contou sobre a noite do jogo contra a Sonserina, como descobriu os aposentos de Slytherin, o anel e as anotações, a Câmara Secreta e a estátua com o medalhão que tinha visto na mansão dos Black. Nessa parte Monstro teve que contar o que sabia, como guardara o medalhão a


pedido de Régulos Black que tencionava encontrar uma forma de destruí-lo.


– E nós acabamos de vê-lo saindo de dentro do medalhão – Rony confirmou.


– Por que fizeram isso sozinhos? Por que não pediram nossa ajuda? - Artur inqueriu.


– Nós queríamos ter certeza de que eram mesmo as horcruxes dele – Rony explicou mas não conseguiu tirar o ar de preocupação do semblante dos pais nem mudar o olhar de acusação de Gina.


– Calma aí, é muita informação... - Tonks reclamou – Há quanto tempo estão sabendo de tudo isso?


– Há um bom tempo. Vocês não permitiam que falássemos a respeito. - Mione reclamou.


– E nos puniram por ajudar a encontrar o Lupin – Rony não quis perder a oportunidade.


– Vocês tiveram muita sorte de não terem se machucado! - Molly exclamou severamente, depois olhou para os três atentamente – Vocês não se machucaram, não é?


– Não... queremos saber o que vamos fazer de agora em diante. Como vamos saber quantas horcruxes ele fez? - Harry perguntou determinado.


– Teremos que consultar Dumbledore. - Moody lembrou a todos quando permaneceram em silêncio.


– Mas não vão continuar nos ignorando, não é? - perguntou Mione.


– Por que é tão difícil para vocês se manterem fora disso? - Sirius perguntou preocupado.


– Não adianta Sirius. O interesse do Lorde das Trevas por Harry é tão forte quanto o dele pelo Lorde, e nada que façamos pode mudar isso. - Moody declarou convicto.


– Não é algo que dê pra evitar... O meu destino cruza com o dele o tempo inteiro...


– Então você já deve ter percebido que a ligação entre você e o Lorde das Trevas está se tornando cada vez mais forte. - Lupin o questionou - Sua cicatriz, a Ofidioglossia, os sonhos, o voo, a percepção da marca negra, agora Snape disse a Dumbledore que você conseguiu se desenvolver em Oclumência sendo que não tinha aprendido nada com ele ano passado... tudo isso, acreditamos, fruto de sua ligação com Voldemort, sem falar no interesse que os Antigos têm demonstrado por você, e não sabemos o que podemos fazer para evitar isso, a não ser tentar te manter afastado.


Harry olhou para eles em silencio, poderia acrescentar mais algumas coisas à lista, mas decidiu não revelar tudo ainda, o ponto de vista deles não estava muito longe da verdade.


– Não sabemos até onde isso vai – Sirius declarou. - Mas o Ministério não sabe metade do que pode fazer e está se mostrando muito interessado em você, por isso pedimos tanto para que tome cuidado. Ele acha que você pode vir a se tornar uma ameaça e sabemos o que ele é capaz de fazer quando se sente ameaçado...


– Ou um grande trunfo, Sirius – Lupin o interrompeu. - isso também justifica o modo como tem agido, talvez ele queira controlar o garoto.


– Não ligo para o que o Ministério pensa a meu respeito, minha única preocupação é cortar essa minha ligação com Voldemort. - disse pegando o anel.


– Deixe, nós destruiremos o anel. - Tonks estendeu a mão em sua direção.


– Só que eu não vou deixar que vocês o destruam. - Harry disse encarando-os. - Só vou entregálo se prometerem encontrar um meio de libertar a alma dele sem destruir o anel.


– Harry... - Mione tencionou reclamar, mas se calou quando seus olhos se encontraram. - É... o anel é importante... pode ser útil mais tarde. - Ela o apoiou e embora Rony não tenha entendido permaneceu em silencio.


– Não há como fazer isso.


– Então nós encontraremos um jeito. - Harry guardou o anel no bolso.


– Você não está falando sério... - Sirius reclamou mas Moody pediu silêncio a todos.


– Alguém acabou de atravessar a barreira – Seu olho mágico apontava para o teto, foi mancando até as escadas – Pode ser um dos nossos... Ou não. - lançou um olhar rápido na direção de Lupin.


Sirius ligou novamente o som e Lupin subiu ao terceiro andar até ter certeza de que seria seguro sair. Tonks, Sirius e Quim acompanharam Moody para recepcionarem o recém chegado.


Artur recolheu o mapa e o medalhão enquanto Molly foi à cozinha com Raven e os outros se espalharam tentando fazer com que tudo parecesse normal.


– Nós podemos tentar ajudar – Fred ofereceu.


– Adoramos desafios – Jorge acrescentou – e eles não querem que participemos ativamente da Ordem, só porque abandonamos a escola.


– Nossa única contribuição é elaborando artigos defensivos, vestuários com feitiço escudo, detonadores-chamariz,... Se nos derem como isso é feito, poderemos pensar numa forma de desfazer...


– Claro... - Harry se animou, chamou por Monstro mas ele não estava mais no porão, tampouco apareceu, nem o ouviria com a música.


Cruzaram o porão para procurá-lo na cozinha.


– Até que não foi tão ruim - Rony comentou enquanto subiam as escadas - Ao menos ninguém deu um... ataque... - As palavras morreram em seus lábios quando se depararam com Dumbledore.

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