Uma gota de intriga





UMA GOTA DE INTRIGA


No dia seguinte Rony e Mione foram a Hogsmeade levando o livro, a horcruxe e as presas do basilisco, não precisariam delas agora que tinham o punhal, mesmo assim não tencionavam usá-lo. Harry e Gina ficaram aguardando impacientemente nos jardins, deixando que todos os vissem no castelo, estudando. Rony e Mione voltaram um tempo depois com as mãos vazias.
– O que eles disseram? Por que demoraram?- Gina perguntou ansiosamente.
– Estávamos tentando abrir o cilindro, achamos que deve haver um código de seis letras, uma palavra, que consegue fazer com que se abra. - Mione explicou.
– Essa é diferente, achamos que o cilindro protege ela, outro objeto talvez. - Rony continuou.
– E por que não o quebraram logo e pegaram o objeto? - perguntou Harry impaciente.
– Calma meu amigo, isso não foi possível... - Rony sorriu pondo a mão em seu ombro. - Mas conseguimos outra coisa. - retirou do bolso um bolo de dinheiro. - Isso vai financiar nossas expedições para fora daqui quando formos procurar as outras.
– O que fizeram? Assaltaram um banco?
– Fred e Jorge. - Mione disse satisfeita. - Negociamos as presas, eles só precisariam de uma. Nós vendemos as outras, são muito raras...

Algumas pessoas tinham comentado sobre sua briga com Mark Dawnson, mas como ele não prestou queixa, ninguém o tinha abordado, apesar do Ministro ter aparecido duas vezes em Hogwarts, vezes essas que Harry procurou se manter fora de vista.
Ainda estava chateado com Evandra então a estava ignorando e recusou o convite feito a Hermione de que os três poderiam visitar seu pai no início das férias.





 





– Desculpe Mione, mas você e Rony podem ir sem mim, em julho vocês já serão maior de idade, poderão ir onde quiserem e eu terei que esperar até o final do mês. Mesmo assim, Moody não permitiria.
Sirius tinha comunicado sua decisão em deixá-lo aos cuidados de Moody logo após o casamento enquanto saíam em lua de mel. Tinha desconsiderado seu pedido para ficar com os Weasley ou com John, Harry sabia que isso se devia à sua intenção de sair de casa quando completasse dezessete e Raven não quis interferir na decisão de Sirius, prometendo apenas que estariam de volta antes do seu aniversário.

Seguiram os dias fazendo o possível para se dedicarem às aulas. Os gêmeos tinham mandado notícias dizendo que ainda não tinham conseguido descobrir o código de abertura do cilindro. Todas as sugestões que pudessem dar estavam sendo descartadas.
O tempo estava passando rapidamente agora e Raven estava ansiosa com o casamento.
Tinha tirado um fim de semana para escolher o vestido, apenas Gina e Mione receberam autorização para vê-lo. Ambas garantiram que ela seria uma noiva linda.




– Para com isso! - Rony pediu a Harry pela segunda vez tirando o tinteiro de sua mão, estivera batendo-o ritmicamente sobre a mesa.


Harry estava irritado e impaciente. O sinal tocou e a Professora McGonagall dispensou a classe, foi o primeiro a se levantar, não estivera prestando atenção à aula, nem anotara nada do que fora dito.


– Vamos pra biblioteca, estou cansada de ficar no Salão Comunal. - Mione pediu. - Andavam presos ao Salão ultimamente tentando dar conta de todos os deveres.


– Eu vou visitar o Hagrid. - Harry anunciou parando nas escadaria.



– Por que agora? Temos muito o que fazer... - Mione o olhou inquisitivamente.

– Não estou a fim de estudar. Vocês podem ir se quiserem.



– E quem é que está? - Rony começou a descer entusiasmado – Faz tempo que não vemos o Hagrid... como se já não bastasse não estarmos assistindo suas aulas... - argumentou com Hermione que os seguia contrariada.


Ouviram os latidos de Canino conforme foram se aproximando, não demoraram para avistarem Hagrid indo em direção à floresta proibida. Correram até ele e conseguiram alcançá-lo antes das primeiras árvores.


– O que estão fazendo aqui fora?


– Viemos te ver. - Mione coçou entre as orelhas de Canino, que latia insistentemente.


– Desculpem, mas não vou poder dar atenção a vocês agora, tenho trabalho a fazer – disse Hagrid ajeitando o arco sobre o ombro.


– Posso ir com você? - Harry pediu ansioso.


– Claro que não. Vocês não têm dever de casa?


– Ah, Hagrid... - Rony reclamou por ser lembrado de suas obrigações.


– Hagrid, que tipo de criaturas das trevas se alimenta de pessoas? - Harry tinha certeza de poder obter a resposta com Hagrid, sendo ele professor de Trato das Criaturas Mágicas. - Criaturas que Você-Sabe-Quem possa estar usando?


– Além dos lobisomens? Várias. - Hagrid passou a mão livre pela barba.


– Lobisomens? - Mione estranhou.


– Sim... mas só os mais selvagens, não lobisomens como o Lupin... Há as viúvas negras, manticoras, serpentes..., ora Harry, qualquer animal carnívoro, e são a maioria deles...


– Mas que possam andar pela cidade sem serem vistos...


– Por que está interessado nisso? - perguntou Hagrid.


– Acho que ele está envolvido no desaparecimento de trouxas... - Harry respirou fundo e massageou a nuca tentando descontrair, estava se sentindo tenso, caminhou até a orla da floresta depois voltou até Hagrid. - E os Centauros, como estão?


– Não os tenho visto muito ultimamente...


– E o Grope?


– Nas montanhas aqui perto... O que você tem afinal?


– Nada. - Harry olhou na direção do salgueiro lutador. - A gente se vê mais tarde. - despediu-se e seguiu pelos terrenos enquanto Hagrid seguia para a floresta desconfiado.


– Quer explicar o que está acontecendo? - Mione o parou.


– Tem alguma coisa errada. - Harry disse a ela angustiado. - Mas eu não sei o que é. - Reparou em volta, um testrálio levantou voo de dentro da floresta, olhou para o castelo. - Vou sentir falta daqui.


– Ah, não! Você está sentimental... - Rony caçoou.


– Não há nada de errado nisso. - Mione o repreendeu. - também vou sentir falta daqui, mas por quê pensar nisso agora?


Não tinham mais o que fazer, então Harry e Rony se resignaram e seguiram Hermione de volta ao castelo.


Depois da aula de Feitiços o Professor Flitwick deu o recado de que Harry deveria ir ao escritório de Diretor. Ele deixou os amigos a caminho do Salão Comunal e foi até a gárgula de pedra que vigiava a entrada para a torre. Subiu as escadas após dizer a senha “acidinhas”, bateu à porta e entrou após a permissão do Diretor.


– Mandou me chamar, Diretor?


– Sim, venha Harry, sente-se.


Dumbledore estava sentado à escrivaninha e fawkes estava em seu poleiro dormindo com a cabeça embaixo de uma das asas.


– Pedi que viesse para te devolver isto. - Colocou o anel à sua frente, sobre a mesa. Estava inteiro e perfeito, por alguns segundos Harry não soube o que dizer, apenas sorriu.


– O senhor conseguiu! - Harry pegou o anel com cuidado, não sentiu nada.


– Não Harry, eu não consegui. - Dumbledore apenas o olhava pacientemente, as mãos entrelaçadas sobre a mesa.


– Mas... Ele não está mais aqui. - examinou o anel, confuso. - Para onde foi?


– Estranha essa sua capacidade de senti-lo, não? Preocupante até. Chegou a sentir o mesmo em relação ao diário naquela época?


– Não, que eu me lembre não... O que aconteceu com o anel, senhor?


– Talvez porque então, ele ainda não tivesse um corpo... - Dumbledore meditou ignorando sua curiosidade. - O que acha dessas vestes? - perguntou descontraidamente estendendo-lhe uma caixa amarelada que continha em seu interior um conjunto de terno e calça, cor de beterraba.


– Hã... - Harry olhou para o interior da caixa meio sem jeito, achou estranho que estivesse pedindo sua opinião, achou que a escolha não era a das melhores.


– Não são para mim, apesar da cor não me desagradar. - explicou o Diretor – Quero que me diga se essas vestes possuem algum traço dele, de Voldemort... Cuidado! - o advertiu quando esticou a mão para pegá-las. - Já mataram muitos trouxas e um bruxo que ousaram vesti-las. Achei o fato curioso e são bem antigas.


– Não, não são. - Harry disse após tocá-las ainda dentro da caixa.


– É, era de se esperar, não faz o gosto dele, não é mesmo?


– Não, senhor. - Harry concordou. - O anel ainda está inteiro, como conseguiu? - insistiu.


– Eu simplesmente o reparei depois de destruí-la hoje cedo, já que o queria tanto. É algo difícil de ser feito com um objeto danificado por magia tão forte, mas não para mim, claro.


Harry não conseguiu esconder a decepção. Colocou o anel no dedo e ele novamente se ajustou ao seu tamanho, um dos cantos de seus lábios se crisparam num quase sorriso, suspirou desanimado.


– Deixe-me ver... - Dumbledore puxou sua mão e ajeitou os óculos meia-lua enquanto o examinava, tirou o anel de seu dedo. Agora o tamanho era pequeno demais para ele, e o anel não se ajustou. - É um anel de família que deve ter passado por muitas gerações, moldando-se especialmente para cada herdeiro. - Dumbledore o olhou por cima dos óculos, estudando-o. - Com certeza enfeitiçado para reconhece-los, o que com certeza não te inclui. Por que, então, ele te aceita, Harry?


Harry se remexeu na cadeira, inquieto, o tom de voz do Diretor o deixou nervoso. Sentiu com se o tivesse acusando ou querendo que ele chegasse a uma linha de raciocínio que desconhecia.


– Porque talvez, tenhamos algum parente em comum? - Harry pensou em Sirius e Draco que possuíam um parentesco, apesar de não agirem como uma família. Sabia que era pelo fato de ter parte da alma de Voldemort, mas já havia se decidido por não mencionar isso.


– Não, não houve qualquer relacionamento, já estudei a genealogia de vocês. - declarou o Diretor. - Os Potter tem um parentesco longinquo, de séculos, com os Howard, conhece Isabele Howard do segundo ano da Corvinal?


– Não senhor...


– É a última descendente que leva o sobrenome, o qual será perdido assim que ela se casar.


Será o fim dos Howard. - comentou pensativo enquanto olhava para a lareira. - Acontecerá o mesmo com os Sterling quando a Professora Sterling se casar com Sirius Black. Meio injusto como uma das famílias desaparece por meio do casamento, não acha?


– Ainda tem o irmão dela, John Sterling. - Harry comentou – Professor, mesmo que não tenha dado certo com o anel, tem como ser feito não é?


– Talvez, em circunstâncias especiais... Mas o estou devolvendo inteiro, não era o que queria? - Dumbledore estendeu o anel para ele. - Quero que me fale sobre a Professora Raven. Sirius não está capaz de analisar com clareza alguns fatos, não sei se ela é realmente confiável... Parece haver algo diferente em seu passado, ela lhe contou sobre os pais?


– Não tem nada de errado com a família dela e ela não fez nada. - Harry a defendeu.


– Se não fez nada, isso a torna, ao menos, conivente... Ela parece gostar muito de você, e te apoiar em tudo...


– E do que estou sendo acusado agora?


– De nada. E espero que não haja nada do qual possam te acusar... novamente.


– Não deveria confiar no Snape! Ele tem ciúmes, está tentando envenená-lo contra Raven porque ela o desprezou...


– O Professor Snape, Harry! - Dumbledore o repreendeu. - Eu confio no julgamento dele, se ele desconfia de algo devo ficar atento... Mas pelo jeito vocês já estão muito ligados, pelo que percebo, possuem um relacionamento sólido de proteção mútua.


– Somos uma família. - respondeu irritado. - Posso ir agora, Professor?


– Claro. - concordou também se levantando. - Harry... - chamou-o quando tinha chegado à porta. - Eu prefiro que você não voltasse a usar o anel.


Harry apertou mais o anel na palma da mão e saiu. Pensou em ir tirar satisfações com Snape ou então usar o espelho para chamar Sirius e avisar o que estava acontecendo. Ambas as hipóteses poderiam acarretar em graves consequências. Quando chegou à Torre da Grifinória recolocou o anel no dedo.


Acordaram tarde no sábado. Harry acordou, pois demorara a pegar no sono. Rony, Mione e Gina o esperaram no Salão Comunal para descerem para o café. Harry ainda estava chateado com a conversa que tivera com Dumbledore, no dia anterior, com o modo como Snape o estava envenenando contra Raven, e com sua desesperança com relação à horcruxe.


– Acho que sei o que estava te deixando angustiando ontem. - Mione comentou baixando o jornal e o estendendo sobre a mesa do café para que os quatro lessem.


Ficaram pasmos por um tempo. Na terceira folha do jornal, em uma notícia sem muito destaque estava noticiado a fuga de Azkaban, de cinco comensais, liderados por Lúcio Malfoy, que conseguira obter uma varinha. Harry olhou para Draco, que estava cabisbaixo na mesa da Sonserina.


– Bom, não é uma surpresa que o Sr. Malfoy tenha preferido sair de lá. - Harry comentou.


– E como foi que ele conseguiu pegar a varinha de volta, se estava preso em Azkaban? - Rony perguntou a Harry, este franziu a testa estranhando a pergunta.


– Você sabe que eu a entreguei ao Draco.


– Mas ninguém mais precisa saber disso, e é o que provavelmente os funcionários do Ministério vão imaginar, se desconfiam que estivemos mesmo lá em baixo. - Rony explicou. - Se devolvemos as varinhas dos lobisomens, por que não a do sr. Malfoy?


– Qualquer outra pessoa poderia ter estado lá também, e roubado a varinha, e não está dizendo que a varinha usada era a dele. - Harry argumentou.


– É só uma questão de tempo até perceberem, e a Ordem sabe o que fizeram – Gina os lembrou. - Podem acabar fazendo a ligação.


– Mas e daí? O que isso muda? - Harry não se importou. - Parece que o Ministro não quer que essa notícia tenha muita repercussão, então não irá fazer muito caso disso... - Virou-se quando percebeu que Draco estava saindo.


Ele olhou em direção à mesa deles antes de ir para o saguão. Harry se levantou também e os outros o seguiram.


– Sabem o que isso significa? - Draco perguntou quando entraram na Sala Precisa.


– Que você conseguiu arranjar mais problemas pra gente. - Rony concluiu.


– Rony... ninguém pode provar que fomos nós que roubamos a varinha nem que foi Draco quem a levou até lá. - Harry descartou o pessimismo deles.


– Não é sobre isso que estou falando. Meu pai vai tentar voltar para o bando deles.


– Não acredito muito que eles irão aceitá-lo de volta, se o abandonaram em Azkaban... - Harry comentou.


– Eu também não. - Draco concordou. - A não ser, que ele entregue alguma coisa em troca, algo que o Lorde das Trevas queira.


– E será que seu pai consegue descobrir onde está o cetro de Slytherin? - Harry perguntou imaginando que o Sr Malfoy devia conhecer muita gente com interesse em antiguidades.


– Estou falando de você. Eu falei com meu pai, ele não acredita nessa história de Eleito ou que vão conseguir destruir as horcruxes dele.


– Contou ao seu pai sobre as horcruxes? ! - Rony sobressaltou-se.


– Não tem importância, Voldemort já sabe. - Harry o tranquilizou. - Ele descobriu isso ontem quando Dumbledore destruiu o anel. Da primeira vez ele ainda não tinha um corpo e com o medalhão ele não conseguiu identificar, mas agora ele sabe.


– Meu pai acha que te entregando ao Lorde das Trevas, talvez consiga ser perdoado.


– Está pensando em ajudar o seu pai? - Mione o desafiou. Draco olhou para ela ofendido.


– Se Draco quisesse me entregar, o teria feito quando fomos à casa dos pais dele. - Harry olhou para os três repreendendo-os. - E sinceramente, eu não o culparei se quiser. - Harry falou a Draco e se afastou caminhando pensativo pela sala.


– Harry! - Mione reclamou chocada.


– Eu não pretendo fazer isso. - Draco ficou olhando para a estante, perdido em pensamentos.


– Vai dizer que não o agradaria ver seu pai novamente recuperar o poder ao lado de Você-Sabe-Quem?


– Não, não me agrada vê-lo submisso ao Lorde das Trevas, menina Weasley! Eu sei como ele trata seus seguidores! - Draco abriu a blusa com raiva mostrando a cicatriz do lado direito do peito.


– Desculpe, eu sinto muito. - Gina pediu constrangida.


– E se ele conseguir? Você não deve subestimar meu pai... - Draco continuou.


– Vocês continuarão sem mim. - Harry o interrompeu. - Você sabe que essa história é bobagem, Draco, provavelmente inventada pelo Profeta pra vender mais jornais. O fato de eu estar vivo ou não, não altera o que tem que ser feito.


Harry andara pensando no que faria se destruísse todas as horcruxes e mesmo assim descobrisse que Voldemort não podia ser morto, se isso realmente acontecesse já tinha decidido o que fazer, motivo pelo qual tinha resolvido não contar a ninguém a verdade sobre a conexão entre eles, muito menos à Sirius. Não deixaria que Voldemort continuasse aterrorizando o mundo. Sentou-se no sofá e ficou em silencio acariciando o anel, um hábito que não conseguia largar.


– Do que está falando? - Mione sentou ao seu lado.


– Que enquanto eu puder vou fazer o possível para ajudar a encontrá-las, mas se eu não estiver mais aqui...


– Dá um tempo, você ainda não aprendeu nada depois desses anos todos? - Rony reclamou. - Nada vai acontecer, e se acontecer você vai se sair bem, como sempre.


– Rony... - Harry pensou em argumentar mas desistiu. - Isso é porque eu sempre posso contar com vocês.


– E a gente com você... - Gina se aproximou. - Sempre pensando em salvar os outros.


– Ei! Lembram de quando ouvimos falar pela primeira vez em Tom Riddle, no segundo ano? Eu que disse a vocês que tinha lido a respeito dele... - Rony comentou entusiasmado. - Ele recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à Hogwarts! E se ele é tão apegado assim a objetos de valor sentimental...


– Rony! - os olhos de Mione brilharam.


– Claro... - Harry saltou do sofá entusiasmando-se - Então, vamos!


– Esperem! E sobre o que estávamos falando? - Draco os interrompeu.


– Tenho certeza que Dumbledore aceitará o seu pai, se ele quiser se unir à Ordem. Mas ele é que terá que decidir, não podemos fazer nada quanto a isso. - Harry comentou se dirigindo à porta decidido. - Ou talvez possamos fazer muitas coisas por todos nós, e uma delas está lá embaixo agora, na Sala de Troféus.


Pararam em frente ao escudo dourado que estava guardado dentro de um armário. Draco prudentemente não os acompanhara. A sala estava vazia, mas era enorme e o som ecoava ali dentro. Mione usou o Alohomoha para abrir o armário e Rony pegou o escudo cuidadosamente.


– O que acham? É uma horcruxe? Está tão desprotegida... - Rony observou.


– Depende do que você achar por desprotegida, se Filch não for o suficiente... - Gina comentou olhando em direção à porta.


Harry passou a mão pelo escudo e o retirou das mãos de Rony, o analisou por um tempo chateado depois o devolveu à prateleira.


– Não é ele. - anunciou desanimado.


– Então tenta a medalha que ele ganhou, de Mérito em Magia... - Rony foi até a outra parede onde diversas medalhas eram guardadas em um grande armário.


Demoraram um tempo até localizá-la. Rony a pegou e estendeu a Harry, ele a tocou brevemente.


– Parabéns Rony, você a achou. - o felicitou entusiasmado.


Fecharam o armário e saíram rapidamente antes que alguém aparecesse, por sorte ninguém mais se sentia atraído pelos troféus adquiridos pelos antigos alunos do castelo.


– Fácil de mais não acham? - Mione olhou para trás em direção à sala que haviam deixado.


– Será que esse é o limite? - Gina perguntou.


– Ele também devia gostar muito de Hogwarts – Harry observou - Mas não vamos encontrar mais nada aqui.


– Então você acha que há mais delas? - Gina o olhou curiosa.


Dumbledore descia as escadas, se calaram e continuaram a subir.


– Estive agora na Torre da Grifinória procurando por você. - Dumbledore os parou quando se encontraram. - Harry, suba e se vista com roupas normais, de trouxa, pegue também alguma roupa de frio, nada mais. Ah, e sua varinha, claro.


– Para onde eu vou? - Harry olhou pela janela, o sol brilhava tímido.


– Vou precisar de ajuda em algo que preciso fazer. – Dumbledore olhou para o rosto espantado dos quatro. - E pensei em te levar comigo, mas tudo bem se quiser ficar...


– Não! Eu vou! - Harry concordou prontamente.


– Encontro você no saguão em uma hora. - Dumbledore avisou.


Os quatro subiram apressados. Harry abriu o malão quando chegou ao dormitório e começou a escolher o que iria usar. Pegou uma calça preta e uma blusa branca de gola alta.


– Pra onde será que ele vai te levar? - Mione questionou observando-o separar a roupa. - Estar no meio dos trouxas não quer dizer estar em segurança, não com todos eles lá fora...


– Provavelmente ele achou alguma coisa e quer que eu diga se é uma horcruxe... - Harry palpitou.


– Então por que não trouxe até aqui? Será que é tão grande assim? - Rony tirou do bolso a medalha de Mérito de Riddle – Devemos entregar essa ao Fred e Jorge, e deixar a outra para uma segunda tentativa, não conseguimos abri-la inda...


– Faça isso, não temos muito tempo, ele já sabe o que está acontecendo, então é melhor que sejam todas destruídas o quanto antes. - Harry foi até o banheiro e voltou algum tempo depois, já vestido. Colocou no bolso do casaco luvas e um gorro. - Algum lugar frio... - meditou.


– Não esqueça de levar a capa da invisibilidade. - Mione o lembrou. - Será melhor que não o vejam.


– E não faça bobagens. – Gina pediu.


– Vocês se preocupam demais, eu estou indo com Dumbledore... - Harry as tranquilizou.


Desceram e encontraram Raven andando pelo corredor abraçada a um balde cheio de objetos que saltitavam brilhantes.


– Que bom que encontrei vocês, que tal me ajudarem a escolher alguns enfeites para o casamento? Estou pensando em decorar as árvores da trilha principal que levam à Casa Verde... - Raven os convidou entusiasmada, mas então reparou nas vestes de Harry – Acho que você fica bem de cinza grafite... vou falar com Sirius, ele vai te levar...


– Raven, eu estou saindo, a gente se fala depois... - Harry a interrompeu, ultimamente ela andava empolgada demais com o casamento.


– Saindo? Como assim? - perguntou ficando séria de repente.


– Dumbledore vai me levar com ele...


– Te levar para onde? - Raven pareceu não gostar da notícia, principalmente depois de Harry dar de ombros indicando que não sabia e não se importava muito com isso.


Raven desceu com eles até o saguão. Minerva aguardava ao lado do diretor com uma expressão contrariada no rosto. Dumbledore usava um sobretudo marrom, um conjunto de calça e pullover cinzas sobre uma blusa amarelo canário, trazia o longo cabelo prateado preso num rabo de cavalo. Parecia muito bem disposto, Harry imaginou que a ideia de estar lá fora lhe fazia tão bem quanto a si próprio.


– Vamos então? - Dumbledore perguntou a Harry. - Trouxe também a capa de invisibilidade? - Dumbledore reparou.


– Trouxe. - respondeu feliz por Hermione ter sugerido.


– Deixe-a, não precisaremos dela. - Dumbledore pediu.


– Para onde irá levá-lo, Diretor? - Raven perguntou enquanto Harry entregava a capa a Rony.


– Para Londres. - Dumbledore esclareceu.


– Mas não é perigoso...


– Eu o trarei de volta Professora – Dumbledore estudou sua expressão preocupada depois chamou Harry para acompanhá-lo.


– O que vamos fazer em Londres? - Harry perguntou entusiasmado quando cruzaram os portões de Hogwarts.


– Vamos para o Norte, mas não é preciso que saibam. - Dumbledore respondeu.


– E como vamos chegar até lá, senhor? Chave de Portal ou...


– Aparatação é mais simples.


Dumbledore o conduziu pelo povoado, passaram pelos aurores, os quais cumprimentou a todos, e seguiram em direção à Casa dos Gritos. Harry olhou para trás se dando conta de um fato que não tinha parado para analisar.


– Descobriram o comensal que andava pelo povoado, Professor?


– Sim, o prenderam, ele estava trabalhando no Três Vassouras, com o aumento da clientela Madame Rosmerta precisou de ajuda no atendimento. E como a proteção que eles lançaram exclui os moradores e funcionários... Mas você sabia, claro. - Dumbledore concluiu. - Por que não nos avisou antes?


– Ele não me fez nada... - Harry explicou após pensar a respeito, não tinha tido motivos para entregá-lo, ele tinha tantos seguidores espalhados.


– Notável, imagino que não quis comprometer seus passeios com a Professora Sterling.


Harry se calou, não queria voltar a discutir esse assunto. Contornaram a Casa dos Gritos e continuaram andando por uma trilha que Harry nunca tinha visto antes, ficou tentado em dizer que já poderiam aparatar dali mesmo, mas conseguiu se conter.


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