Alunos inaptos



ALUNOS INAPTOS


Harry acordou, no dia seguinte, ainda de mal humor, sua cicatriz o incomodara a maior parte da noite. Rony também não parecia nada feliz, teriam que ter aulas com Snape naquela tarde.


Encontraram todos os Professores no Salão. Harry olhou incomodado em direção ao Snape, que parecia estar muito ocupado observando a pessoa com quem Dumbledore conversava.


– Não vou aturar as ofensas dele este ano.


– Pretende enfrentá-lo? – Rony perguntou considerando a ideia.


– Se eu tiver sorte, posso ser expulso de suas aulas... – sussurrou para que Hermione não ouvisse.


Dumbledore pediu a atenção de todos os alunos.


– Ah, não! O que será agora? – Rony puxou para si um prato de mingau.


– Quero apresentar a vocês... – Dumbledore começou. Sua voz ressoando no salão. – A nova Professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Profª Raven Sterling. Ela assumirá temporariamente no lugar do auror Lyman Dekker, designado pelo Ministério, até que este seja encontrado... – Os alunos bateram palmas educadamente. A mulher de cabelos pretos e curtos e maquiagem extravagante, sorriu alegremente para eles.


Rony acotovelou Harry nas costelas, fazendo-o derrubar a colher com mingau.


– Harry! É ela!


– Ela quem?! – perguntou irritado limpando o mingau que havia espirrado em suas vestes.


– A garota... do Sirius!


– Quem? – Mione perguntou interessada. Harry também o olhou curioso.


– A garota com quem Sirius estava no bar, no show da The Burners! – disse impaciente. – você não se lembra?


– Eu não estava enxergando muito bem naquela noite... – Harry respondeu examinado-a. – Tem certeza?


– Claro! Eu ia me esquecer de uma ga... garota... com quem Sirius... estava conversando? – respondeu desajeitado.


– Professora... Será que Sirius sabe?


– Ela não tem cara de professora... É nova demais! – Gina avaliou.


O correio coruja chegou e Hermione recebeu seu exemplar do jornal Profeta Diário, folheou-o enquanto continuavam observando a nova professora. Hermione arfou de repente.


– Encontraram um dos aurores desaparecidos... Derek Schreiber...


– Que bom! – Gina voltou a se concentrar no seu mingau. – Apesar dele ser muito chato...


– Morto... – Mione completou.


– O quê? – Harry puxou o jornal para ler a reportagem. – Os outros dois continuam desaparecidos... – informou aos amigos. Se entreolharam preocupados.


Levantaram assim que terminaram o desjejum. Hermione teria aula de Aritmancia e Gina, de Transfiguração. Rony e Harry iriam terminar o dever de Herbologia.

Uma coruja entrou atrasada com a correspondência matinal e os seguiu até a entrada do salão, só perceberam quando viram alguns alunos curiosos apontando. Harry recebeu surpreso o embrulho que ela deixou cair. Não havia remetente. Rasgou-o rapidamente, curioso. Seus olhos se iluminaram. Olhou para os amigos sorrindo.


– Não acredito... – disse retirando o conteúdo do pacote. – É a minha varinha!! – Poderia tê-la beijado se não tivesse tanta gente olhando.


Hermione puxou o pacote de sua mão.


– Não tem remetente, nem bilhete? – examinou-o mas não encontrou nada.


Harry foi apressado até os terrenos, riscou o céu com sua varinha.

Iris Illuminati – um lindo arco-íris de cores brilhantes apareceu. – Está inteira... – disse encantado.


– Tem certeza que é sua? – Mione se desfez do pacote vazio.


– Claro que é! Eu conheço a minha varinha... – Gina também olhava a varinha em sua mão desconfiada. Apontou-a em direção à floresta. – Expecto Patronum!

Um enorme veado rompeu da ponta de sua varinha, trotou garbosamente em volta deles e se aproximou de Harry. Tocou suavemente seu rosto com o focinho.

– Também tive medo de nunca mais te ver... – deslizou os dedos pelo pescoço do animal, nunca o havia tocado antes, era como vapor, mas também, denso e frio, seus dedos o atravessavam.


– Ele é lindo! – Gina se aproximou, Pontas curvou a cabeça para permitir que ela o tocasse também. Harry nunca havia reparado o quanto ele era grande.


– Harry, é seu patrono! Você o conjuraria com qualquer varinha, isso não significa...


– De quem é esse animal? – Hagrid apareceu saindo da Floresta Proibida puxando Bicuço, que havia sido devolvido a ele por Sirius.


– Meu patrono! – Harry respondeu alegre. – Recuperei minha varinha.

Pontas fez uma reverência para eles e desapareceu.


– Que bom Harry! É muito difícil para um bruxo se separar de sua varinha... – acariciou despercebidamente o cabo de seu guarda-chuva cor-de-rosa que carregava dentro do casaco. – Mas o seu patrono é impressionante! Nunca vi um patrono agir assim, ou se deixar tocar...


– Alguém mandou a varinha para o Harry pelo correio, Hagrid, sem nenhum bilhete, você não acha estranho?


– É, é estranho... – concordou. – Eu iria querer agradecer pessoalmente essa pessoa... E vocês não deveriam estar em aula?


– Harry e eu temos esse tempo livre até o almoço – Rony gabou-se.


– Mesmo? – espantou-se. – Então poderiam estar matriculados na minha turma...


– Eu tenho que ir! Estou atrasada para a aula de Aritmancia! – Mione escapou rapidamente, Gina a seguiu.


– É que... nós... – Harry tentou explicar – Não vamos precisar da sua matéria... para o que vamos fazer...


– E o que vocês vão fazer quando saírem de Hogwarts? – Perguntou chateado.


– Não temos muita certeza ainda... – Rony confessou.


– Não é que não gostamos da sua matéria, é que não estamos com... disponibilidade, as matérias a nível de NIEMs são muito puxadas... Também não vou praticar quadribol esse ano, nem teria aulas de Poções se pudesse evitar...


– Vocês não devem desistir das coisas que gostam assim tão fácil! Não importa o que acontece lá fora, ou o quanto as coisas fiquem difíceis, vocês são jovens, devem aproveitar o quanto puderem...


Ouviram mais cinco minutos de sermão até que, para alívio deles, Hagrid lembrou dos cinco alunos esperando para assistir sua aula de Trato das Criaturas Mágicas.


Rony e Harry voltaram para o Salão Comunal para terminarem os deveres. Quando desceram para o almoço Harry ainda estava de bom humor.


Alguns alunos observavam admirados o lindo arco-íris que se refletia no teto encantado do Salão Principal. Encontraram Gina à mesa da Grifinória com duas amigas, juntaram-se à ela. Hermione apareceu logo depois. Serviu-se e começou a comer rapidamente sem dar atenção a eles.


– O que houve? Vai à biblioteca? – Harry perguntou com o garfo na mão enquanto a amiga engolia três garfadas.


– Muito dever... – conseguiu dizer enquanto engolia. – Quero adiantar alguma coisa antes da aula de Poções... – Harry fez uma careta.


– Gina... Você não trouxe nenhum kit mata-aula com você?


Mione se engasgou. Harry deu umas batidinhas em suas costas.


– Rony! Você é monitor! – reclamou. – É esse o exemplo que quer dar aos alunos?


Rony passou a comer em silêncio. Harry reparou algumas garotas da Grifinória, sentadas olhando para eles e dando risadinhas. Franziu a testa estranhando, não as conhecia. Olhou para a mesa da Corvinal e viu Luna sorrindo para ele enquanto conversava com um grupo de meninas, elas também sorriram, falavam sobre ele, teve certeza. Tentou ver o seu reflexo na taça, não achou nada estranho.


Percebeu a entrada de Snape e olhou em sua direção, ele conversava com a nova professora.


– Estranho esse auror ter sumido assim, logo quando ia assumir em Hogwarts...


– Eu também estive pensando nisso, Harry! – Mione parou para lhe dar atenção. – É muita coincidência... mas o que ganhariam raptando o professor de DCAT?


– O Snape não estava aqui no dia em que chegamos, nem no dia seguinte...


– Não era bem isso que eu estava pensando – Mione suspirou. – E quem garante que ele não estava?


– Eu não senti a presença dele – sussurrou.


– Mas você saberia se ele estivesse em qualquer outra parte do castelo? Isso aqui é muito grande...


Harry não soube responder. Olhou para Malfoy, cochichando alguma coisa com Crabe e Goyle na mesa da Sonserina, parecia bem irritado. Voltou a atenção para a mesa dos professores.


Mione se levantou apressada e disse que os encontraria na aula.


– Você não vai terminar de comer? – Gina observou seu prato quase intocado.


– Estou sem fome... – empurrou o prato lembrando que logo teria que assistir a aula de Poções. – Você não tem mesmo nenhum doce do kit mata-aula?


– Não... desculpe.


Quando saíram em direção à Sala Comunal ouviram alguns alunos comentando com tristeza ue o arco-íris estava desaparecendo.


Harry e Rony chegaram à masmorra com as caras mais inconformadas do mundo. Mione se juntou a eles logo depois. Os três ocuparam a última bancada da sala. Malfoy também não parecia nada feliz por estar ali.


– Como vocês já sabem – Snape circulava entre as fileiras – esse ano estou sendo obrigado a aceitar alunos que considero pouco aptos para as minhas aulas de NIEMs... Mas saibam que não vou desacelerar o avanço da turma por causa dos menos despreparados, embora o Ministro ache que esses devam receber o privilégio de estar aqui...– disse lançando um olhar rápido à Harry. – Os alunos que ainda não conseguiram obter todos os ingredientes solicitados para esse ano podem usar os do meu estoque.


Malfoy também lançou a Harry um olhar invocado, como se ele estivesse fazendo barulho demais.


– Vamos dar início às nossas aulas com o preparo de uma poção simples de aceleração do crescimento, que será testada ao final da aula. As instruções estão no quadro... Comecem!


– Poção simples? Essa é bem complexa... – Mione sussurrou.


– Que bom, porque eu nem aprendi as simples ainda – Rony queixou-se preparando seu caldeirão. – Neville é que se deu bem, conseguiu só um “Aceitável”, se eu soubesse, teria me esforçado menos no NOM.


– Podemos estudar juntos, você vai conseguir...


– Será que o triângulo amoroso acha seus devaneios românticos mais importantes que a minha aula?! Srta Granger? – Snape chamou a atenção deles embora vários alunos também cochichassem.


– Estamos falando a respeito da poção que o senhor pediu. – Harry mentiu enquanto Hermione corava.


– Não mandei que falassem... Mandei que fizessem! – disse com raiva – Estão esperando o quê?

Houve uma agitação na sala, todos iniciando o mais rápido possível o preparo de suas  poções. Harry olhou para Rony.


– Agora ele vai descontar na gente as decisões do Ministro...


– Potter! Aqui na frente. – disse apontando para a bancada mais próxima à sua mesa, a qual ninguém se atrevera a ocupar.


Harry arrastou, com raiva, suas coisas para a bancada e pegou os ingredientes no armário. Leu duas vezes as instruções, era muito complicada. Ficou algum tempo considerando a opção de não fazer nada. Sabia por experiência que Snape arranjaria uma desculpa pra lhe dar zero, fazendo ou não.


– O que foi Potter? Não está conseguindo acompanhar a aula? – Snape perguntou em voz alta fazendo-o corar. Olhou com raiva para o professor, estavam todos apreensivos demais com o seu mau humor pra lhes dar atenção, nem mesmo Malfoy se deu ao trabalho de fazer seus costumeiros deboches.


Abriu o Lord discretamente e começou o preparo. Snape perambulava por toda a sala repreendendo os mais atrasados, Harry percebia involuntariamente seus movimentos, isso o estava deixando ainda mais irritado e nervoso.


– Chega! Acabou o tempo – disse a menos de quinze minutos para o término da aula.


Harry guardou o livro satisfeito, tinha feito o melhor que podia. Snape espalhou algumas mudas sobre a mesa.


– Conforme eu os chamar, venham à frente com uma amostra para testarmos nas plantas.

Snape ficou ao lado da mesa com uma prancheta dando notas e fazendo comentários rudes aos que não conseguiam resultados satisfatórios.


A muda de Rony não cresceu, mas surgiram outros brotos, feito conseguido pela maioria, mas Snape lhe deu nota três em vez de cinco. Draco tinha feito sua muda crescer apenas dois centímetros antes de murchar e morrer e Snape lhe deu nota sete. Rony trocou um olhar emburrado com Harry antes de voltar para sua bancada.


Hermione fora a única que tinha conseguido um crescimento considerável de cinco centímetros e tinha recebido oito. Harry aguardou impaciente enquanto era deixado por último.


Levou a sua poção até a mesa, quando chegou a sua vez, e a despejou confiante sobre a planta. Ela cresceu. Quase tanto quanto a de Hermione, e se abriu em ramos.


– O que você fez? – Snape se aproximou de seu caldeirão com raiva para examinar a poção.


– Fiz o que o senhor pediu, a poção de aceleração do crescimento...


– Impossível... – disse examinando seu caldeirão e os ingredientes à mesa. – Que um aluno sendo, há cinco anos, tão medíocre, consiga tal resultado sozinho...


– Então deve ser porque eu tive um bom professor nessas férias. – respondeu em alto tom.


–  Menos trinta pontos para a Grifinória, Potter! – pronunciou cada sílaba lentamente.


Saiu da aula revoltado, recebera nota quatro. Hermione e Rony o seguiam tão revoltados quanto.


– Você merecia um dez, Mione! E conseguiria, se fosse da Sonserina! – Ei! Não podem jogar essa porcaria nos corredores! – Gritou para dois alunos do primeiro ano que jogavam frisbies dentados.

– Rony! Não faz isso! – Mione disse envergonhada. – Eles nem são da Grifinória...


– E daí? É proibido pra eles também, ou não? Ninguém nunca facilitou pra gente! Cadê o Filch? – perguntou olhando ao redor enquanto os garotos corriam.


– Quer se acalmar?! – Harry o puxou pelo corredor. – Isso não vai mudar nada! Temos que arranjar um jeito de nos livrarmos do Snape, porque com certeza, ele está nos responsabilizando pela decisão do Ministro e duvido que vá esquecer isso até o final do ano.


– É, você tem razão! Procura alguma coisa no Lord... uma azaração de desaparecimento...

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Comentários (1)

  • Dih Potter

    kkkk Poção do desaparecimento... essa foi boa.. só podia ter saido do Rony mesmo... 

    2012-08-19
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