Recompensa



RECOMPENSA



Quando voltaram à Hogwarts foram recebidos por Dumbledore e a Professora Minerva no saguão de entrada. Gina estava com eles esperando apreensiva, esfregava seu falso galeão nas mãos e sorriu aliviada quando os viu.


Aguardaram próximo às portas do Grande Salão enquanto os alunos se dispersavam para as suas Casas e os funcionários do Ministério conversavam com o Diretor.


Rony lançou um olhar triste para as mesas vazias. Estavam mortos de fome. Raven prometeu preparar alguma coisa para eles em sua sala e se afastou.


Assim que os funcionários foram embora Tonks apareceu com Sirius.


– O que aconteceu? – Tonks indagou apreensiva.


– Encontramos ele! – Mione anunciou alegre. – Ele está no Ministério!


– O que?! Lupin? – Sirius não acreditou. - Como ele está?


– Não muito bem... – Mione respondeu cautelosa.


– Ele está confuso – Harry explicou.


– Não, ele está selvagem! – Rony o corrigiu


– Ele consegue se controlar...


– Tudo bem, nós sabemos que ele não está em seu juízo perfeito. Como descobriram onde ele está?


– Aqui não, Sirius. – Dumbledore os chamou. – Venham!


Dessa vez foram para a sala dos professores, Harry nem se importou com a presença do Professor Snape, estava ansioso para contar o que estava acontecendo. Omitiram apenas a ida à sala dos livros proibidos.


– Como souberam que ele estava no décimo nível? – Dumbledore perguntou seriamente.


– Não sabíamos, foi meio, por acaso...


– Foi por acaso também que você ficou preso lá em baixo? Eu fiquei preocupada sabiam? – Tonks reclamou. – Eu nem sabia onde procurar!


– Quem contou isso? – Mione perguntou perplexa.

Perceberam Gina corar guardando a moeda.


– Temos que arranjar um outro meio de comunicação, mais privativo! – Rony reclamou com Gina irritado.


– Isso não tem importância agora, temos que voltar hoje à noite, eles vão tentar fugir, temos que ir ajudar...


– Vocês foram muito valentes hoje, não posso negar – Dumbledore olhou para eles friamente. – Apesar de terem mentido, transgredido as regras, desrespeitado nossa autoridade e claro, ter nos deixado preocupados.


– Nós precisávamos fazer alguma coisa pelo Lupin...– Mione disse timidamente.


– E vocês acham que nós não estávamos fazendo nada por ele? Que estávamos de braços cruzados? – Tonks perguntou irritada. Sirius também olhava para eles zangado.


– Vocês deveriam ganhar pontos para Grifinória, por terem ajudado a encontrá-los... – Dumbledore comentou. Rony chegou a se entusiasmar por alguns segundos – Mas, como estavam fora dos limites de Hogwarts... Já por todas as transgressões... Vão cumprir detenção durante os fins de semana, a partir desta noite...


Harry não disse nada estava começando a ter calafrios, massageou o ombro incomodado. Rony ficou de cabeça baixa para não mostrar o quanto estava desapontado.


Saíram chateados e foram direto para a torre da Grifinória.


– Desculpem... – Gina pediu timidamente.


– Você não tem culpa de nada... – Harry disse antes que Rony abrisse a boca. – Eles é que não confiam na gente, não importa o quanto a gente faça!


Harry demorou debaixo do chuveiro quente o quanto seu estômago permitiu, estava se sentindo imundo depois de se arrastar pelos dutos do Ministério, saiu sentindo ainda mais frio do que quando entrou.


Se reuniram no Salão Comunal, Colin e Dênis os cercaram, queriam saber detalhes do que havia ocorrido, também haviam acompanhado a troca de mensagens entre Harry e Hermione e tinham ficado curiosos. Prometeram explicar mais tarde.


– Hermione, eu vou ficar com essa marca? – perguntou mostrando a marca avermelhada, em alto-relevo, que ardia em seu ombro. – Não tem como tirar isso?


– Não sei... – respondeu pensativa. – Podemos procurar alguma coisa...


– Não ficou muito ruim... – Rony o consolou enquanto se dirigiam à sala da Professora Raven.


– Já tenho cicatrizes o suficiente, e nem sou um auror! – disse chateado esfregando as costas de sua mão direita.


– Eu não me importo.... – Gina segurou sua mão alisando a marca deixada pelas suas detenções com a Umbridge.


– Vai continuar não se importando daqui a alguns anos? – Harry perguntou observando os dedos dela deslizando sobre a sua pele.


Rony bateu com o braço em seu peito.


– Otimismo seu pensar isso, Moody está vindo para cá!


Disfarçaram e viraram no primeiro corredor pelo qual passaram, deram a volta e pegaram um atalho até a sala da Professora Raven.


Ao chegarem encontraram a mesa posta, não esperaram convites para se servirem. Enquanto comiam contaram a ela o que tinha acontecido. Não omitiram nada. Harry contou também sobre a conversa que tivera com Voldemort e porque os praticantes da Magia Oculta estavam atrás dele.


Ficou aliviado por poder contar a alguém, a um adulto. A considerava como se fosse de sua família também, já que seria da de Sirius.


– Vocês se arriscaram tanto só por causa disso aqui?! – folheou o livro rapidamente e o fechou sobre a mesa.


– Não tínhamos a quem perguntar – Mione explicou.


– Sirius não sabe sobre isso, e mesmo assim, não quer falar a respeito, se souber que estamos buscando informações...


– É, eu já percebi... – Raven comentou pensativa. – Ele tem um certo preconceito quanto a esse assunto...


– Acho que as pessoas têm medo, eles não são do tipo amigáveis.


– Não é bem assim, Harry...


– Eles já me atacaram três vezes... – sentiu um calafrio percorrer seu corpo. – Depois que eu descobrir como me livrar da alma e dos conhecimentos de Voldemort talvez eles me deixem em paz...


– Harry... – segurou seu rosto para que ele a olhasse nos olhos. – Nossa! Você está tão quente!


– Não acho, acho até que está muito frio!


– Você! Não essa sala!


– Não está frio aqui – Rony informou a ele.


– Você está febril! O que houve? Você se machucou? Tocou em algum objeto estranho, ingeriu ou aspirou alguma coisa lá no Ministério? – perguntou apreensiva.


– Não... – disse achando-a meio exagerada.


– Se machucou sim. Um lobisomem o arranhou – Mione o corrigiu.


– Você quer dizer um dos homens que estavam presos...


– Não! Um lobisomem de verdade. – Rony contou – Ele se transformou na nossa frente e nem estamos na lua cheia!


– Greyback... Ele é o único que consegue... – Raven explicou preocupada.


– Por que só ele consegue? – Gina perguntou.


– Vamos primeiro verificar esse corte...


– Deixa pra lá – Harry pediu. – Não foi nada, Mione já fechou pra mim. Tem como tirar essa marca? – aproveitou para pedir sua ajuda.


– Vocês limparam antes de fechar? – Raven perguntou.


– Limpar? Como assim? – Mione perguntou corando.


– Deve estar infeccionado... – Raven examinou seu ombro.


– Desculpe... Eu sei feitiços, não sei curar pessoas...


– Eu não teria feito melhor... – Harry a tranquilizou.


– Vai ter que reabrir o corte... – Gina comentou ao seu lado.


– É verdade... – Raven meditou. – Teremos que reabrir para limpar o ferimento antes que piore. – pegou uma caixa e colocou um estojo com lâminas, alguns vidros, gazes e toalhas em cima da mesa. Destampou um dos vidros, um cheiro forte se espalhou pelo cômodo. – Não se preocupe, eu sei o que estou fazendo... Já cuidei de vários ferimentos causados por lobisomens. Meu irmão adorava brincar com eles quando era pequeno.


– Ele era maluco?! – Rony perguntou surpreso.


– Não... – Raven respondeu sorrindo. – Ele é um Lobo-Cinzento.


– Ele também é animago? – Harry trocou um olhar chateado com Rony enquanto Raven passava um líquido esverdeado em seu ombro. – Nós também queríamos ser, mas Sirius... Espera! O que está fazendo?! – segurou sua mão quando sentiu o frio da lâmina em seu ombro.


– Não vai doer... muito...Se quiser eu posso te levar à enfermaria, para Madame Pomfrey...


– Não! Eu não quero ficar na Ala Hospitalar...


– Bom, eu não sou tão boa com cortes quanto o meu amigo Doc, mas se você ficar quieto...


– Deixe que eu faço... – Gina pediu a ela a lâmina. – Você confia em mim, não é Harry?


– Confio... – disse incerto. Rony fingiu estar interessado em observar as bandas de rock se agitando silenciosamente nos quadros e se afastou. Mione deu um sorrisinho amarelo e desapareceu do seu campo de visão.


– Você ainda não consegue se transformar? – Raven perguntou. – Harry sentiu uma breve ardência e depois o sangue escorrendo pelo ferimento.


– Dizem que é um processo muito complicado e demorado...


– Aposto que não será para você... – umedeceu algumas gazes com um líquido cor de barro e passou à Gina. – Se o “Lorde das Trevas” consegue, você provavelmente conseguirá também. Sabendo o que fazer, o ritual se torna apenas um detalhe.


– Ele também é um...?


– Deve ser, é tão útil e prático... Um ótimo disfarce.


Ficou curioso por saber em que animal Voldemort conseguia se transformar.


– Há quanto tempo vocês são animagos? – sentiu uma queimação incômoda em seu ombro, mas não reclamou.


– Desde que decidimos ser, acho que eu tinha nove...


– Seus pais deixaram?


– Claro! Sempre tivemos muita liberdade!


– Diferentes... – Mione comentou de algum lugar distante.


– Pronto! – Gina avisou.


Harry passou a mão pelo ombro, depois se virou para olhar, não viu nada além de uma fina linha rosada.


– Gina! Você é maravilhosa!! – exclamou contente.


– Vai ser muito bom termos uma curandeira na família! Ainda mais com o gosto que vocês possuem em correr riscos... – Raven guardou seus vidros e poções. Gina corou satisfeita.


Bateram à porta e Mione foi atender.


– Professor Moody!! – o cumprimentou em alto tom.


Raven rapidamente pegou o livro em cima da mesa e o fez desaparecer.


– Não sou mais professor... – lembrou-lhe enquanto seu olho mágico observava o aposento – Fiquei sabendo do que fizeram hoje...


– Já fomos castigados... – Rony o avisou cauteloso. – Dumbledore nos mandou cumprir detenções...


– Por isso mesmo que eu vim, vou levá-los até lá.


– Mas, já? – Gina perguntou chateada. – Posso ir também?


– Claro que não! – vociferou. – Vamos, só vocês três!


– Isso é muito injusto! – Raven os defendeu. – Depois de tudo o que passaram...


– Desculpe-me professora, mas em se tratando de criar adolescentes a senhora se parece muito com Sirius...


– O que quer dizer? – Raven perguntou intrigada.


– Tudo bem Professora, a gente se fala mais tarde... Obrigado. – Harry se adiantou empurrando Rony para que saíssem logo, antes que discutissem.


Foram levados para uma das torres mais distantes. Era circular e com estreitas janelas oferecendo uma visão limitada da floresta proibida, dali não tinham vista para o lago, os terrenos, nem o vilarejo. Continha mesas e cadeiras, duas estantes enormes abarrotadas de papéis velhos e amarelados, alguns meio comidos por traças, e ao lado, uma caixa contendo pergaminhos novos.


– Vocês vão copiar todos esses documentos, para que não se percam pela ação do tempo– os três olharam desanimados as duas estantes de quase três metros de altura. – Me deem as varinhas...


– Sem Magia?! – Rony espantou-se. – Durante os fins de semana... Vamos levar toda uma vida! Vamos ter de voltar aqui depois que nos formarmos em Hogwarts!


– Tem razão – Moody concordou com ele coçando o queixo. - Então, vocês virão também em todos os tempos vagos que tiverem durante a semana, incluindo o almoço e jantar, para adiantar o serviço!


– Mas precisamos estudar também, nossos deveres... – Mione começou a explicar.


– Vocês os farão aqui!


– Vamos dormir aqui também? – Rony perguntou de mau humor.


– Posso providenciar algumas camas, Sr. Weasley! – Moody disse severamente. Rony abriu a boca para argumentar.


– Cala a boca Rony! – Harry pediu irritado.


– Tem banheiros no final daquele corredor – informou indicando uma porta à direita e recolheu suas varinhas. – Letra legível, por favor!


Saiu deixando-os trancados. Harry se jogou em uma das carteiras.


– Por que estão fazendo isso com a gente? – Rony perguntou chateado. – Bastaria um “muito brigado por se arriscarem resolvendo um assunto que não conseguimos”...


– Querem nos isolar do mundo... Espero, pelo menos, que consigam ajudá-los a fugir...


– Onde está o livro? – Mione pediu a ele – Teremos bastante privacidade para estudá-lo aqui.


Harry examinou os bolsos. – Está com a Raven!


– Que droga! – Rony deitou sobre as carteiras e ficou observando o teto.


– Anda! Vamos começar logo a copiar esses papéis... – Mione sugeriu chateada.



No dia seguinte, domingo, foram conduzidos, depois do café da manhã, de volta à torre. Examinaram o mapa mas não encontraram a Professora Raven no castelo.


– Temos que arranjar um jeito de falar com a Professora e pegar o livro de volta! Tente falar com Sirius, talvez estejam juntos – Mione sugeriu.


Harry tirou o espelho da mochila, o tinha levado com essa intenção, queria saber notícias de Lupin. Passaram a manhã tentando falar com ele a intervalos regulares, depois do almoço Monstro atendeu ao chamado deles.


– Jovem Mestre... – fez uma reverência sumindo momentaneamente do campo de visão deles. – Mestre Sirius está lá em baixo, no porão. Está muito ocupado agora...


– Eles conseguiram, então? O Lupin está com ele?


– Monstro não tem permissão para falar sobre isso...


– Mas eles estão bem?


– Ninguém foi mordido ainda...


Resolveram considerar essa informação como sendo uma boa notícia.


– A Professora Raven está com ele? 

Monstro abanou as orelhas parecendo confuso.


– A mulher de cabelos cor de arco-íris está...


– Ah, Tonks! – Mione concluiu feliz.


– Tudo bem então Monstro, obrigado.


Despediram-se.


– Ótimo, Lupin já está solto, só falta a gente... – Rony pegou novamente sua pena e voltou a escrever.



Eram obrigados a voltar à torre durante todos os tempos livres entre as aulas e só saíam após o horário de recolher. Praticamente não falavam com ninguém. Nunca conseguiam um tempo a sós para conversar com Raven, não podiam ir à mesa dos professores durante o café da manhã e a sua aula era a única de terça-feira, quando o sinal tocava Filch já estava à porta aguardando para conduzi-los de volta e todas as demais refeições eram feitas na torre.


Murta era a única que os visitava. Estava adorando a ideia de mantê-los informados sobre o que acontecia pelo castelo, já que não conseguiam mais ter acesso a informação nenhuma. E estavam muito felizes por tê-la por perto, todos os dias ela os bombardeava com notícias de tudo o que acontecia no castelo, brigas entre alunos, intrigas, fofocas...


– Vocês não sabem o que eu ouvi... – disse flutuando animada pela torre.


– Não, Murta... não sabemos... – Mione disse pacientemente enquanto copiava uma auto de detenção aplicado a um aluno da Corvinal há mais de 70 anos atrás.


– Parece que um aluno destruiu a sala de uma das funcionárias do Ministério, Dolores Umbridge, com uma bombinha silenciosa... Uma aluna da Lufa-lufa estava falando com as amigas no corredor do quarto andar, a tia dela trabalha no Ministério... Quando ela voltou ao trabalho no dia seguinte, encontrou todos os móveis destruídos, parece que tiveram que reconstruir as paredes... – Murta contou alegre a novidade, adorava saber detalhes sobre a vida alheia, já que não mais possuía uma.


Harry notou as orelhas de Rony ficando vermelhas.


– Por que teria que ser um aluno? – Rony se defendeu. – Aposto que muita gente não gosta dela naquele lugar...


– Ah, Rony! Seria muita coincidência se isso acontecesse logo depois de alunos terem estado visitando o lugar. – Mione reclamou. – Espero que não estejam acusando ninguém...


– E o Ministro, Murta? Ainda não o viu circulando pelo castelo?


– Já... umas duas vezes, mas ele foi direto para o escritório do Diretor, e nenhum fantasma tem permissão para ir até lá... – comentou decepcionada. – Agora eu tenho que ir, dois alunos da Corvinal, Miguel Corner e Rogério Davies, marcaram uma briga lá em baixo na sala de barcos. Depois eu volto pra dizer quem ganhou... – despediu-se.


– Por que será? – Rony ficou curioso.


– Rogério já quis sair com Cho, ano passado, no dia dos namorados, dever ter algo a ver. – Harry explicou. – Talvez Murta consiga descobrir o motivo também, ela parece gostar disso...


– É, que bom que alguém tem se divertido... – Mione enrolou o pergaminho e pegou um novo documento na pilha.



Seus colegas, no princípio, lançavam a eles olhares curiosos durante as aulas, estranhando a constante ausência, mas com o tempo foram se acostumando. Harry recebeu a visita de Edwiges dias depois, ficou feliz por revê-la, mas ela não trazia nenhum bilhete de Sirius. Ficou decepcionado, seu padrinho o tinha abandonado, não se comunicou nem para dar notícias sobre Lupin.


Snape continuava a fazer demonstrações sobre os variados tipos de veneno e a usar Photon, nome que Harry deu ao jovem espécime ofídio, como cobaia. Nenhum aluno parecia se importar tanto quanto ele, com as torturas impostas ao animal.


Rony era liberado, para os treinos de Quadribol uma vez por semana.


– Professora McGonagall, eu também não tenho que treinar de vez em quando, apesar de ser só o reserva? – perguntou esperançoso por uma oportunidade de se afastar por mais tempo de seu cárcere.


– Bom... Que bom que você está voltando a se interessar por práticas mais saudáveis e não perigosas... – Minerva comentou com eles no final da aula.


– E Hermione? – Rony perguntou angustiado. – Ela não pode nos assistir nessas horas? Para não ficar sozinha...


Minerva lançou a eles um olhar penetrante, avaliando-os.


– Tudo bem, pode sim – disse lançando a ela um meio sorriso.



Na manhã de sábado, do jogo contra a Corvinal, conseguiram a tão sonhada liberdade. Após o café da manhã Harry e Rony se trocaram no vestiário com os outros.


Depois, Harry e Hermione subiram para o pódio dos Professores de onde Cólin irradiava a partida. Aproveitaram para trocar algumas palavras com a Professora Raven. O Professor Flitwick e a Professora McGonagall estavam próximos a eles.


– Professora Raven, eu gostaria de ter de volta aquele livro... – Harry começou.


– Ah, sei... Mas ele não está mais comigo... – Raven disse em tom de desculpa. Harry a olhou surpreso, mas se recompôs rapidamente.


– Onde ele está? – tentou parecer o mais casual possível.


– Eu pedi que meu irmão o guardasse para mim, sabe, ele é muito... “raro”, não é bom que fique por aí...


Harry calou-se, não poderia dizer mais na frente dos professores e não poderia pedir que ela se arriscasse a ser pega de posse do livro. Suspirou chateado, teria que aguardar uma oportunidade para conversar melhor com ela a respeito.


Foi uma disputa fácil, Grifinória ganhou com duzentos e trinta pontos a trinta da Corvinal. Dênis havia feito uma ótima captura, Rony havia defendido muito bem e Gina tinha sido responsável por cinco dos oito gols. Após a saída dos gêmeos, os Weasleys voltavam a fazer a diferença nas partidas de Quadribol.


Mal puderam comemorar, uma hora após regressarem à sala comunal a Professora Minerva foi buscá-los.


– Por favor Professora, nós temos nos comportado... – Mione pediu. – Só hoje, então, por favor. – insistiu.


– Sinto muito, mas vocês ainda não terminaram com todos os documentos.


– E isso importa mesmo? – Harry perguntou irritado. – Vocês sabem que nunca vamos conseguir dar conta de tudo aquilo! Até quando vão continuar castigando a gente?


– Até aprenderem a obedecer, Sr. Potter!


Seus amigos assistiram enquanto seguiam de volta à torre revoltados, assim que entraram entregaram as varinhas.


– Vamos poder ir à inauguração do Gemialidades Weasley hoje à noite? – Rony arriscou. – Todo os alunos irão...


– Nem todos, Sr. Weasley, os alunos do primeiro e segundo anos não têm permissão...


– Mas somos do sexto... – Hermione não estava escondendo mais sua insatisfação.


– Veremos... – Minerva hesitou observando-os. – Vou consultar o Diretor quando ele voltar...


– Ele vai deixar! – Rony afirmou quando ficaram sozinhos – Afinal, são meus irmãos...


Harry permaneceu em silêncio observando as paredes nuas. Hermione cruzou os braços e se encostou à porta olhando para os próprios pés.


– Foi um bom jogo hoje! – Rony tentou distraí-los, mas ninguém respondeu. Sentou em uma das carteiras. – É bem chato ficar só assistindo, bem angustiante... – Harry desviou rapidamente o olhar para ele e voltou a observar o vazio. – Você se arrependeu de não ter aceitado ser capitão do time?


– Me arrependo por não ter fugido quando tive chance... – disse lentamente.


– Harry? É você mesmo...? – Rony perguntou cauteloso se esticando na carteira para encará-lo nos olhos. Levou um tapa no topo da cabeça. – Tudo bem! Desculpa! Só estava checando...


Quando a noite caiu ouviram fogos ao longe. Rony correu para a janela, mas não conseguiu ver nada dali. Hermione continuou sentada massageando o pulso dolorido. Harry estava debruçado sobre a carteira copiando letra por letra de seu documento, desenhando-as lentamente. Rony voltou e consultou o mapa.


– O castelo está quase vazio!! – esticou-o sobre a mesa. – Não estou vendo os Professores... só Madame Pince na entrada , Madame Pomfrey na enfermaria, Professora Sprout na sala dela... Esqueceram a gente aqui!! – reclamou exaltado.


Mione se levantou para conferir. Parecia que todos os alunos a partir do terceiro ano tinham deixado o castelo. Harry nem se mexeu.


– Estamos no alto de uma torre! Nem se berrássemos alguém nos ouviria, quando algum dia se lembrarem de nós, já teremos morrido de fome!! – Rony se desesperou.


– Dobby nunca atrasou nossas refeições... – Harry se limitou a lembrá-lo.


– Não podem continuar fazendo isso com a gente, é tortura! – Mione reclamou.


Harry despertou de seu estado letárgico e puxou o mapa. Animou-se ao perceber a sala do Snape vazia, ele não parecia estar pelo castelo.


– Eu vou sair! – avisou aos amigos. – Vou aproveitar que o Snape não está e tentar libertar Photon. Se alguém aparecer... Não, não precisam dizer nada! Estou me lixando pra isso!


– Harry, não! Você não pode sair! E além do mais não há como...


Ele guardou o mapa e correu para o banheiro. Havia algumas janelas no alto um pouco menos estreitas que as outras, flutuou até lá .


– Harry! – Hermione o chamou de novo. – Se te pegarem...


– Vão fazer mais o quê?! Já estou prisioneiro pelo resto da vida... Vão me mandar para Azkaban?


– Deixa ele Hermione, ninguém vai desconfiar, não há como a gente sair daqui...Pena que eu não tenho nenhuma outra bombinha...


Harry se espremeu pela abertura e saiu, não estava mais se incomodando com o seu tamanho diminuto, estava achando-o muito útil.


– Por que você é tão teimoso!? – ouviu Mione reclamando lá de dentro.


Se esgueirou com cuidado rente à parede, evitando as janelas. Estava escuro e seria difícil que alguém o visse. Contornou o castelo vendo os fogos de luxo de Fred e Jorge sendo deflagrados ao longe. Não demorou para encontrar os aposentos de Snape.


Parou decepcionado próximo à janela, sentiu uma presença lá dentro. Abriu o mapa para se localizar, talvez conseguisse falar com a Professora Raven. Ficou examinando o mapa por alguns segundos, estupefato. Abriu a janela e entrou.


– O que está fazendo aqui?


Draco virou-se assustado apontando a varinha em sua direção.


– Que droga! O que VOCÊ está fazendo aqui?!


– Roubando ingredientes do Snape... – Harry reparou o frasco em sua mão. – Está maluco?


– Que eu saiba, você também não deveria estar aqui, deveria estar preso no alto de alguma torre! – disse achando graça.


Sentiu raiva, mas estava sem varinha e com pouco tempo. Foi até a jaula de Photon. Deixou que ele se enrolasse em seu corpo enquanto sussurrava o que pretendia fazer. Sobressaltou-se quando percebeu sua aproximação pelo corredor, olhou ao redor enquanto Draco continuava a examinar as estantes, resolveu deixar a jaula aberta pra parecer que a cobra tinha conseguido sair sozinha. Correu apressado de volta à janela.


– Espero que Snape seja benevolente com os amigos comensais, porque ele está vindo pra cá! – avisou antes de sair.


Foi surpreendido por Draco seguindo-o. Havia um bom espaço no parapeito da janela, mas não havia como sair dali.


– O que você está fazendo? – perguntou irritado. – Não pode sair por aqui!


– Se você consegue, eu consigo! – Draco o empurrou e fechou a janela.


Snape entrou na sala sem reparar a jaula vazia. Harry ficou olhando sem saber o que fazer, não poderia ficar esperando a boa vontade de Snape sair novamente, se é que sairia, poderia demorar uma eternidade. Também não poderia voar de volta para a torre na frente de Draco. Malfoy se aproximou devagar da beirada e examinou as paredes ao redor.


– Como chegou por aqui? – sussurrou surpreso.


Harry não respondeu. Sentou- se, irritado, no parapeito e olhou para baixo tentando resistir à vontade de sair dali, tinha que voltar logo para a torre antes que alguém aparecesse. Draco recuou de volta à janela e ficou espiando. Snape desapareceu em direção ao quarto e voltou logo a seguir com um livro nas mãos, sentou-se à mesa e começou a ler.


Harry ficou conversando com Photon, ele o estava apertando demais, não gostava de alturas. Ficou acariciando o animal, para acalmá-lo, enquanto observava os fogos ao longe. Estava considerando ir embora, Voldemort já sabia o que ele conseguia fazer e Draco não poderia fazer nada contra ele além de o delatar, mas então delataria a si mesmo também.


– Você está se parecendo com o Lorde das Trevas, sabia? – Draco perguntou ressabiado. – Ele também faz isso.


Harry o olhou de esguelha e voltou a apreciar os fogos que iluminavam o céu com suas luzes coloridas.


– O quê? Fica sentado na janela aturando caras chatos, metidos a besta e impertinentes?


– Fica horas conversando com aquela cobra dele...


– Bom Draco... – disse levantando-se. – Tenho que ir, acho que Snape não pretende sair mais hoje, então... Boa-noite!


Lançou-se no ar e desceu, deixando Draco com cara de assombro. Todas aquelas insinuações o estavam irritando. Levou Photon até uma árvore e o libertou. Voltou ao castelo o mais rápido possível. Os amigos já estavam jantando.


– O que aconteceu? Alguém te viu? – Mione perguntou preocupada.


– Não, só o Malfoy. Ele estava roubando ingredientes na sala do Snape.


– Que estranho! – Mione comentou. – Por que será que não pediu? Snape adora ele...


– Talvez Snape esteja um pouco egoísta... – Rony sugeriu picando um dos pergaminhos amarelados e misturando-o às sobras de seu prato.


– O que está fazendo? – Harry perguntou enquanto se servia.


– Temos que passar a deixar sobras de comida para que recolham junto com esses documentos idiotas, senão, nunca sairemos daqui – explicou.



Snape estava de péssimo humor, na próxima aula, ameaçou realizar torturas inimagináveis com quem tivesse tido a ousadia de entrar em sua sala e roubar sua cobaia e ingredientes que ele classificou como raríssimos.


Harry e Draco copiaram as expressões de espanto de seus colegas. Snape estava sendo tão desagradável que Harry, Rony e Mione estavam ansiando por voltar à torre. Quando o sinal tocou os alunos correram para disputar a saída.


– Harry Potter! Fique!


Harry sentiu-se gelar, não tinha pensado na hipótese de Snape acusá-lo, todos sabiam que ele andava enclausurado na torre. Aproximou-se devagar enquanto os outros saíam. Rony e Mione o ficaram esperando perto da porta.


– Podem sair vocês dois, eu chamei apenas um, ou não podem se desgrudar nem um segundo sequer?!


Snape foi até o seu armário, quando eles saíram, e voltou com uma taça dourada. Depositou-a  sobre a mesa.


– Beba!


Harry olhou para o líquido translúcido e sentiu-se arrepiar.


– Eu não fiz nada! – deu um passo para trás e olhou para a porta.


Com um movimento brusco, Snape agitou a varinha fechando-a.


– Beba! – gritou colericamente.


– Não pode fazer isso! Não pode me obrigar a beber veneno...– o lembrou assustado.


– Infelizmente não... – disse olhando-o nos olhos. Harry desviou rapidamente o olhar, não tinha certeza se conseguiria fechar sua mente naquele momento. – Isto é veritaserum... – explicou com raiva dando a volta na mesa, Harry se afastou. – Você vai beber e me dizer como conseguiu fazer isso.


– Mas eu estava preso na torre... – continuou se afastando enquanto Snape avançava ferozmente.


– Não é a primeira vez que rouba de meu estoque! Quem mais se preocuparia em levar aquele réptil idiota? Se é inocente, então beba e me conte a verdade! Não se preocupe, por mais que me seja tentador, nada vai te acontecer... se for mesmo inocente...


– Então, o senhor primeiro...


– Não seja insolente! – estendeu o braço direito e invocou a taça, com o outro prensou-o contra parede e levantou seu queixo.


Snape foi arremessado contra as carteiras, a taça voou de sua mão.


– Professor Snape! É melhor vir comigo rápido! – Draco ficou parado à porta, observando a cena.


– Saia daqui Draco! Eu não vou aturar isso Potter! – Snape puxou a varinha e apontou para Harry, que retribuiu o gesto.


– É urgente professor! Parece que invadiram a sua sala, de novo... – Draco insistiu.


– O que disse? – virou-se para ele, estava possesso. – A minha sala! – disparou pela porta.


Draco lançou um breve olhar para Harry e seguiu atrás dele. Harry ficou observando enquanto se afastavam, seu coração estava disparado, sentia muitas coisas ao mesmo tempo, não soube definir seus sentimentos. Sua cicatriz estava queimando passou a mão pela testa para ver se sangrava. Saiu da sala devagar Rony e Mione correram para ele.


– O que houve? O que aconteceu com o Snape? – Mione o olhou assustada.


– Você está bem? – Rony tocou em seu braço.


Filch o aguardava para reconduzir à torre olhava curioso na direção em que Snape sumira.


– O que houve com o Professor Snape? Por que saiu daquele jeito? – Filch se aproximou.


– Eu quero ver o Professor Dumbledore! – Harry anunciou com a voz relativamente calma apesar de estar tremendo.


– O Diretor não está no castelo. Venham, eu vou levá-los à torre...


– Eu quero falar com ele! Quero dar queixa do Professor Snape!


– O que?! Queixa!? – espantou-se – De um professor? Bom... Vai ter que esperá-lo voltar...


Um aluno da Lufa-lufa apareceu correndo e disse a Filch que Snape o estava chamando, alguém tinha inundado sua sala, Filch ficou nervoso com a notícia. Deixaram que ele os conduzisse de volta. Ao chegarem perto das escadas puderam ouvir o som da água descendo em cascata pela escadaria. Assim que chegaram à torre Filch tentou pegar as varinhas mas Harry não permitiu.


– Não vamos ficar aqui indefesos caso o Snape volte. Se quiser que a gente aguarde pelo Diretor aqui, então, é melhor não insistir! – bradou com ferocidade.


Filch hesitou durante algum tempo sem saber que atitude tomar, depois resolveu deixá-los e atender ao chamado do Snape.


– O que houve Harry? O que ele fez? – Mione se aproximou dele.

Harry sentou-se e apoiou os cotovelos sobre a mesa, tirou os óculos e escondeu o rosto nas mãos, sua cicatriz ainda ardia. Rony sentou-se ao seu lado.


– Harry fala com a gente! O que está acontecendo? – Rony insistiu.


– Snape! Ele tentou me obrigar a beber uma poção!


– O que? Que poção? – Mione puxou o braço dele obrigando-o a olhar para eles.


– Veritaserum! Queria me obrigar a confessar que entrei na sala dele!


– Mas ele não conseguiu, não é? – Rony perguntou alarmado.


– Não... Ele é doente! É maníaco! Centenas de alunos passam próximo à sala dele todos os dias! Mesmo se eu estivesse acorrentado aqui ele me culparia!


A Professora Minerva apareceu horas depois, contou a ela o que tinha ocorrido e que não iria mais aceitar ter aulas de Poções com o Professor Snape.


– Não é justo a maneira com estão nos tratando, nós só queríamos ajudar um amigo, a cada minuto que passava as chances de encontrá-lo com vida se reduziam e a Ordem não estava conseguindo nada! – discursou furiosamente. – Por que temos que ser punidos? Conseguimos resolver, não foi? Ele está vivo graças a nós!


– Acalme-se Sr. Potter... – pediu controladamente. – Quanto a isso vocês mereceram a punição, sim. Desobedeceram-nos, colocaram-se em perigo desnecessário, não iríamos deixálos impunes para incentivar aos demais alunos, principalmente aos entusiastas pela Armada de Dumbledore! Quanto ao Snape... ele se excedeu – examinou a marca deixada em seu rosto. – Está furioso pela invasão à sala dele, ainda mais agora que perdeu vários ingredientes importantes com a “inundação”.


– Podem me expulsar se quiserem, eu não vou mais ter aulas com ele! – informou taxativo.


– O Diretor irá voltar neste fim de semana... ele está tendo que se ausentar constantemente... Até lá vocês continuarão aqui, Snape não terá permissão para chegar perto dessa torre... Vocês não fizeram nada mesmo? – olhou ao redor fazendo um rápido exame da sala, parecia impossível que alguém pudesse sair dali.


– Professora, eu não roubei ingrediente nenhum!


– Tudo bem... Vocês serão avisados assim que o Diretor regressar.


Foram reconduzidos de volta à torre da Grifinória.


– Bom, quanto a isso você tem sorte, Harry – Rony comentou mais tarde quando estavam nos dormitórios. – Mamãe iria preferir me ver beber Pus de Bobotúbera a permitir que eu ameace sair de Hogwarts.


A Professora McGonagall foi vê-los na torre, no fim da tarde de sábado. Harry levantou-se ansioso, o pergaminho à sua frente permanecia intocado desde que chegara.


– O Diretor já chegou?


– Já, mas ele teve que sair novamente, recebeu um chamado urgente.


– Está acontecendo alguma coisa? – Mione perguntou apreensiva.


– Tem muita coisa acontecendo Srta. Granger, e tudo ao mesmo tempo. Os membros da Ordem estão fazendo o impossível para tentar impedir os avanços do lado das trevas. Não pude falar com ele sobre vocês ainda...


O desânimo percorreu o trio, não aguentavam mais continuar naquela situação.


– Mas... – continuou. – Como sou a responsável em sua ausência vou liberá-los da detenção, quanto às suas aulas de Poções, não cabe a mim decidir...

– Professora, eu falei sério, não vou voltar às aulas.


Minerva viu a determinação em seu olhar, então não argumentou.


– A maioria dos alunos está em Hogsmeade. A loja de Fred e Jorge Weasley está atraindo muita gente de fora, talvez, pela sensação de segurança pela presença dos funcionários do Ministério, pode-se dizer que Hogsmeade é o povoado mais seguro que existe, já que é onde os aurores ficam alojados para vigiar o castelo... Não vou impedí-los de sair, mas os aconselho a não irem, apesar dos aurores, não temos membros da Ordem disponíveis hoje...


Voltaram à torre da Grifinória. Rony foi até a janela quando ouviu os primeiros fogos iniciarem a noite .

– Eu estou a fim de ir, quero ver a nova loja deles, e vocês?


– Não... – Mione começou a dizer.


– Sim, vamos sim. Nós merecemos sair um pouco! Eu vou! – anunciou decidido.


Passaram por quatro aurores a caminho de Hogsmeade, que os cumprimentaram  cordialmente. A loja era de longe a mais atraente do vilarejo. Várias pessoas circulavam pelas ruas, que haviam recebido uma iluminação especial, que fazia parecer dia ao invés de noite, e as pessoas assim se comportavam entrando e saindo das lojas com suas compras. O interior da loja dos gêmeos era igualmente iluminado as prateleiras repletas de embalagens coloridas, a música alegre instigava as pessoas a se manterem sempre em movimento.


– Não acredito! – Fred descia as escadas quando os viu, parou entre um degrau e outro. – Jorge! Vem ver quem está aqui!


– Ah, droga! – Mione resmungou encabulada, várias pessoas próximas se viraram para olhar. Ela puxou Rony e Harry pela mão para que se aproximassem logo dele. – Quer parar com isso?


– Ah não! Já soltaram o trio! – Jorge desceu também e olhou de cara feia para eles, visivelmente chateado por vê-los em liberdade.


– Obrigado!! – Rony disse indignado.


– Estávamos elaborando um kit de fuga para situações extremas! E agora? Quem vai testar para a gente?! – Fred os encarou mal-humorado como se o tivessem feito perder uma ótima oportunidade.


– Que kit? – Rony se interessou em saber.


– Meus queridos!! – Raven abraçou e beijou os três. – Finalmente liberaram vocês! Eu estava me sentindo tão sozinha naquele castelo...


– Então porque não tentou entrar em contato com a gente? – Harry perguntou magoado. – Estivemos esse tempo todo no mesmo lugar...


– Ah, não... Não fiquem magoados comigo... Eu não podia, não me autorizaram...


– E daí? – Rony perguntou chateado.


– Rony! Se não autorizaram, claro que ela não poderia! – Mione chamou sua atenção. – Queria que fosse punida por nossa causa?


– Acreditem, minha ficha já não está muito limpa... Mas venham conhecer meu irmão! – Conduziu-os alegremente até o fundo da loja.


Um homem de cabelos pretos usando jeans e camiseta estava parado examinando a seção de artigos defensivos.


– John?! – Rony perguntou incrédulo. – Vocês são irmãos? - Harry e Rony olharam assombrados para Raven e ele, percebendo algumas semelhanças.


– Que bom revê-los garotos!! – John os saudou entusiasmadamente sacudindo o cabelo para longe dos olhos cor de mel.


– Por que você não disse quem era naquela noite? – Harry perguntou.


– Vocês estavam fingindo ser outra pessoa, então...


– Mas você reconheceu a gente! – Rony o acusou.


– Não havia outras crianças no local... – Harry e Rony fecharam a cara para aquele comentário. – Outros adolescentes... – corrigiu. – Como Sírius estava ocupado demais para nos apresentar formalmente...– lançou um sorriso gaiato para a irmã, ela fez uma careta e um breve aceno com as mãos, como para espantar seu comentário.


– E Sírius? Onde está? – Harry perguntou a Raven.


– Não o tenho visto ultimamente, mal nos falamos. Ele anda muito ocupado, a serviço da Ordem...


– Não tanto pra você quanto para mim... – respondeu ainda chateado.


– E vocês, como estão? – John tentou descontraí-los. – O que tiveram que fazer durante a detenção? Fred e Jorge têm estado ocupados pensando em alguma forma de ajudá-los...


– Lembra quando disse que as coisas poderiam mudar? – Rony perguntou – Pois mudaram para pior! Só faltaram nos acorrentar! E isso porque ajudamos, se tivéssemos feito algo para atrapalhar então ...


– Não é assim Rony, nós violamos as regras! Só que eles exageraram um pouco...


– Desculpe, nós não fomos apresentados ainda... você é a Hermione, não? Eu sou John.


– Prazer... – correspondeu ao seu aperto de mão corando.


Rony a olhou desconfiado. O semblante de Harry se iluminou quando viu Gina se aproximando.


– Não sabia que vocês viriam!! Já se livraram do castigo?! – Gina perguntou alegremente sorrindo para Harry.


– Já. – Rony respondeu lentamente, ainda olhando para Hermione. – A Professora Minerva liberou a gente...


– John, você está com o meu livro? Raven disse que entregou a você... – Harry aproveitou a oportunidade para pegá-lo de volta.


– Eu estava, mas... – John coçou a nuca enquanto pensava numa resposta. – Eu não podia ficar com ele, andando por aí... Então entreguei a um amigo...


– O quê?! Deu a outra pessoa? – Rony estranhou. – Tudo bem... Quando você vai pegar de volta?


– Eu não sei onde ele escondeu o livro, mas vou perguntar assim que o encontrar novamente. – acrescentou sorrindo para eles.


– Quando?! – Harry perguntou impaciente.


– Não tenho ideia, ele é um andarilho como eu...


– Você está brincando! O livro é meu! Eu tive muito trabalho para roubá-lo!


– Harry! Fala baixo! – Mione lhe chamou a atenção.


– Ei! discussão em família? Aqui não é lugar para isso! – Fred apareceu ralhando com eles. – Por favor... acompanhem-me.


Fred os conduziu até o segundo andar e parou em frente a um espelho, após alguns segundos sua imagem refletida desapareceu e o espelho se transformou numa passagem, a atravessaram.


– É a sala comunal da Grifinória?! Como fizeram isso? – Rony ficou espantado observando a passagem que tinham usado.


– Nós a decoramos para ficar idêntica a de Hogwarts, foi lá que tivemos nossas melhores ideias! Tirando as matérias e os professores... Nós gostávamos da escola... – Fred saiu para ajudar Jorge na loja, deixando-os à vontade.


– Legal... – Gina passou a mão pela clareira admirando a semelhança.


– Tá, mas e o meu livro?! – Harry estava irritado demais para se importar com a decoração.


– Não é o tipo de informação que deva ficar por aí... – John comentou seriamente.


– É verdade, Harry. – Raven apoiou o irmão. – O livro não foi uma boa ideia...


– Você vai me contar então? O que eu preciso saber? – Harry perguntou com raiva, estava muito decepcionado com eles.


– Não podemos... – John trocou um olhar com Raven. – Não é um assunto para ser tratado assim, livremente. Os resultados oferecidos pala magia livre são tentadores, poucos resistem, e para os que a buscam é pedido algo em troca, um pagamento. Vocês estão dispostos a pagar o preço?


– Claro!


– Claro que não! – Raven o censurou. – Não pode fazer isso John, ele não entende o que está acontecendo...


– Então vai ser bom que ele saiba o quanto antes...


– Não enquanto houver outras possibilidades...


– Vocês estão escondendo alguma coisa da gente? – Gina também parecia estar perdendo a paciência.


– Sim... Esses assuntos são proibidos para vocês! – Raven admitiu. – Então não podemos contar...


– Que outras possibilidades? – Mione perguntou curiosa.


– Se ele tem mesmo os conhecimentos do Lorde das Trevas sobre a Magia Oculta e tudo o mais, basta que ele as recorde, aí ninguém vai precisar contar nada, nem violar as regras...


– Eu já pensei nisso... Mas como? – Mione se interessou.


– Temos que fazê-lo se lembrar...


– Já conversamos sobre isso, Raven, é perigoso... – John chamou-lhe a atenção.


– Andaram conversando sobre mim? Conversando o quê?! – Harry perguntou mal-humorado.


– E Raven tem outro assunto agora que não seja você e Sirius? – John perguntou aborrecido.


– Você está com ciúmes...? – Raven o abraçou.


– Não! Vou ser eternamente grato ao Sírius, por te tirar do meu pé! – John reclamou mas retribuiu seu abraço e beijou-lhe a face.


– Você contou isso a mais alguém? – Harry perguntou a Raven preocupado, ela parecia ser do tipo descontraída o suficiente para mencionar o assunto numa conversa amigável.


– Não! É melhor que ninguém saiba disso. Além do mais, ninguém sabe até onde isso vai, o quanto você pode descobrir...


– Mas eu só quero saber o suficiente para desfazer nossa ligação. – Harry os interrompeu. – Até porque os praticantes da Magia Oculta não querem que eu saiba muito.


– Até onde eu entendi, eles não vão se opor, se você entrar para a irmandade deles... – John sugeriu.


– Ah, Claro! E nos deixar... – Gina se irritou com John. – Nós vamos ajudá-lo a se livrar tanto da alma de Voldemort quanto dos conhecimentos sobre essa gente... – Olhou para Harry como se o desafiasse a falar algo em contrário.


– Tá, claro... Eu nunca iria me associar a eles, não sou um assassino... – Harry respondeu prontamente. John e Raven olharam para eles sem entender.


– Pelo o que sabemos, eles mataram um auror... Derek Schreiber – Mione explicou.

Rony puxou Harry pela manga e cochichou em seu ouvido.


– É melhor você tomar cuidado, ela está ficando igual à mamãe...


– Eu ouvi isso, Rony! – Gina puxou a varinha para ele.


– Aqui não!! – Fred entrou na sala.


– Vão estragar nossa decoração! – Jorge brigou com os irmãos.


– É melhor vocês irem, os aurores estão fazendo todos os alunos voltarem ao castelo. – Fred os dispensou.


– Vamos logo, crianças, precisamos ir... – Raven os apressou.


– John, você está devendo à gente! – Rony reclamou enquanto seguiam em direção ao castelo. – Depois de tudo o que passamos no Ministério...


– Eu vou recompensá-los pelo livro. O que querem saber? Que não esteja relacionado àquele assunto...? – acrescentou antes que Harry pudesse sugerir.


– Nos ensine a aparatar! – Rony pediu.


– Vamos ter aulas esse ano. – Mione os lembrou. – Todos os alunos do sexto ano têm aulas com funcionários do Ministério, após o natal...


– É muito tempo, você pode nos ensinar antes, não pode, John?


– Tudo bem, não tem nada de mais, posso vir nos fins de semana... Amanhã de manhã eu estarei aqui também. Tudo bem para vocês?


Rony concordou prontamente e Hermione deu de ombros, mas Harry não quis responder.


John se despediu deles no portão enquanto se juntavam aos demais estudantes. Várias garotas olharam interessadas enquanto ele se afastava.


Todos os fins de semana, pela manhã, iam até a loja de Fred e Jorge e saíam pela porta dos fundos em direção à floresta, John havia encontrado uma boa clareira na qual poderiam praticar sem interferência dos aurores do Ministério. Decidiram que era melhor que ninguém soubesse, e tomavam cuidados extras já que Harry lhes informara que havia sempre um comensal rondando por Hogsmeade nos fins de semana, se fazendo passar por comprador ou alguém a passeio.


Na terceira aula, Hermione já estava conseguindo atravessar de uma ponta a outra da clareira.


– Muito bom, Hermione! – John a parabenizou. – Claro que distâncias maiores vão exigir maior concentração... – E vocês? Não estão se esforçando o suficiente...


– Eu acho que tenho problemas de concentração. – Harry deu uma pausa se sentando ao lado de Raven, aos pés de uma árvore. – Também demorei a aprender Oclumência. – Pegou o Lord na mochila e começou a desfolhá-lo.


Na verdade sua curiosidade não o estava permitindo se concentrar, tinha tido uma visão com Voldemort, tinha sido muito rápido, mas percebeu que ele estava satisfeito com algo que tinha nas mãos.

A princípio pensou que pudesse ter algo a ver com o assunto que tinham em comum, mas pensou que neste caso, provavelmente, ele o procuraria, e o Profeta não noticiava nada de novo, apenas mortes, desaparecimentos, conflitos...


– Eu consegui! – Rony anunciou alegre.


– Mas você continua no mesmo lugar! – Gina estava tendo mais sucesso que eles, conseguia aparatar, só não estava conseguindo se orientar, reaparecia sempre em um lugar diferente ao combinado.


– Não, eu estava ali. – apontou para um ponto a menos de dez centímetros de distância.


– Então você se desequilibrou e saiu do lugar. – Mione palpitou.


– E você acha que sou assim tão idiota?! – perguntou a ela aborrecido.


– Tudo bem – John o acalmou. – Tente novamente para a gente ver...


Rony ficou parado olhando para eles, suas orelhas começaram a ficar vermelhas.


– Eu não consigo assim, com vocês olhando... – murmurou encabulado.


Hermione suspirou e se afastou para perto de Harry, então, todos resolveram parar também, para comer alguma coisa. Raven havia levado uma cesta de comestíveis para um piquenique.


– John! – Harry chamou sua atenção. – Por que naquela noite, no show da The Burners, você fingiu que não conhecia Hogwarts?


– Mas eu não conhecia Hogwarts... Só ouvi falar em Hogwarts mais tarde.


– Onde vocês estudaram, na Durmstrang? – Rony perguntou enquanto olhava para Hermione para ver sua reação.


– Onde? – John perguntou confuso.


– Nós nunca frequentamos escolas. – Raven explicou. – estudávamos em casa, com nossos pais.


– Sério? – Harry estranhou. – Deve ter sido legal...


– Era... – Raven sorriu. – Eles foram pais maravilhosos...


– Seus pais eram meio hippies? – Gina perguntou a Raven.


– É... – ela pensou um pouco a respeito. – Pode-se dizer que sim... Nós vivemos na colônia até completarmos a maior idade, aí então, saímos para conhecer o mundo.


– E estamos conhecendo até hoje! Vinte anos depois! – John comentou alegre.


– Mas sempre voltamos para casa. Eu sou professora, trabalho com crianças, mas sempre em cursos e atividades de férias ou temporárias, não consigo me ausentar por muito tempo.


– Trabalha com trouxas? – Mione se entusiasmou.


– Sim, sempre. Vivemos harmoniosamente, na verdade, esse termo dado pelo Ministério “trouxa” nós achamos ofensivo, lá na colônia nós os chamamos de céticos. Porque muitos possuem dons mágicos, só não acreditam neles, paranormais, médiuns, curandeiros, sensitivos, ... embora não apresentem o nível de magia considerado pelo Ministério para serem chamados de bruxos...


– Eu aprendi a fazer de tudo um pouco. – John a interrompeu. – Para ajudar na colônia, não temos um sistema econômico, nós plantamos e colhemos para comer, construímos e consertamos para usufruir. Sei um pouco de eletrônica, elétrica, carpintaria, alvenaria, hidráulica, e outras coisas mais...


– Você me leva com você, para conhecer a sua colônia? – Harry pediu a Raven.


Raven sorriu para ele, seus olhos se umedeceram.


– Você vai gostar de lá – disse com a voz embargada, pigarreou para disfarçar.


– Mas antes disso – John chamou sua atenção. – Eu quero levar você e Rony para conhecerem a estrada, para experimentarem um pouco da verdadeira liberdade... Se deixarem, lógico.

– Eu quero! – Rony aceitou entusiasmadamente.


– Vocês terão que ter autorização dos seus pais primeiro. – John o lembrou. Rony fez uma careta que resumia o quanto isso seria difícil. Harry sorriu para ele. – Você também Harry!


Harry deixou o sorriso morrer em seus lábios e o olhou preocupado, virou-se para Raven.


– Você deixa, Raven?


– Claro que sim, meu amor. – Raven respondeu surpresa. – Mas você terá que pedir ao Sirius.


– Mas você consegue convencê-lo, não consegue? – Harry pediu suplicante. Raven sorriu para ele em cumplicidade.


– Vamos ver o que eu consigo fazer...



Harry passou a faltar a todas as aulas de Poções e ninguém o havia procurado para falar a respeito, por precaução passou a evitar a presença de Snape, pegava um desvio ou utilizava as passagens secretas sempre que sentia alguma presença, a marca, e freqüentava o Grande Salão apenas quando Snape não estava presente. Fazia a maioria de suas refeições na cozinha, para alegria de Dobby.

Quase não via Winky, ela ainda estava muito mal, e ninguém parecia estar se importando, os outros elfos a ignoravam. Harry mentalizou tocar no assunto com Hermione mais tarde, talvez pudessem achar um outro dono para ela, um amo de verdade, para que se sentisse melhor.


Sábado, após o almoço, foram se encontrar com John em Hogsmeade. Passaram pelos aurores e os cumprimentaram descontraidamente, já estavam familiarizados com suas idas e vindas.


Encontraram Sirius na estrada indo para o castelo. Raven não coube em si de alegria quando o viu. Hermione e Gina trocaram olhares e risinhos. Sirius os cumprimentou ainda abraçado a Raven.


– Por que vocês estão aqui fora? É perigoso... – Sirius estranhou.


– Já ficamos presos por tempo suficiente naquele castelo. – Harry reclamou. – E Hogsmeade está cheia de aurores.


– Sim, mas Dumbledore permitiu? – Sirius insistiu.


– Eles estão comigo! E John... – Raven disfarçou. – E agora você está aqui também... Vamos ao Três Vassouras?


– Tudo bem, vamos... – ficou meio hesitante, mas concordou para fazer sua vontade.


– E o Lupin, Sirius? Como ele está? – Harry perguntou.


– Está controlado, mas mesmo assim, Tonks e eu temos nos revezado para não deixá-lo sozinho.


– Eu gostaria de ir visitá–lo. Você não pode me levar, num desses fins de semana?


– Não... Não acho que seja uma boa ideia agora. – Harry ficou chateado mas não argumentou.


Quando chegaram em frente à Gemealidades Weasley, Rony, Mione e Gina pararam indecisos.


– Nós... encontraremos vocês mais tarde, então... – Harry se despediu de Raven e Sirius.


– Não vão ficar com a gente? – Sirius se surpreendeu.


– Nós marcamos com o John lá dentro, ele está nos esperando. – Rony explicou.


– Por que não o chamam para se juntar a nós? – Sirius sugeriu. Gina e Mione olharam para Harry, esperando que ele decidisse.


– Não... nós combinamos de fazer outra coisa... – Harry recusou.


– Vamos Sirius, mais tarde a gente se encontra com eles... – Raven o puxou em direção ao bar.


– No mesmo horário! – gritou para eles enquanto se afastavam.


– Tem certeza que não quer ficar com eles? – Mione perguntou a Harry.


– Tenho. Nós atrapalharíamos, acho que eles preferem ficar a sós.


Entraram na loja e a atravessaram direto para a saída dos fundos. Os gêmeos não estavam, eles se revezavam entre Hogsmeade e o Beco Diagonal. Encontraram John, encostado numa árvore em frente à loja, e foram para a clareira.


– Harry, o que está acontecendo com você? – John reclamou depois de uma hora. – Você estava indo bem semana passada...


– Desculpe... – Harry não estava conseguindo se concentrar o suficiente. – Que perfume é esse? – sentiu um cheiro familiar que o vento trazia das árvores.


– Esquece o perfume! Você tem que se concentrar mais... Se eu pudesse te ensinar do jeito mais fácil ...


– E existe um jeito mais fácil?! – Rony o encarou pasmo. – Ah, deixa eu adivinhar...


– É, ela é proibida para vocês...


– E por que você sabe e a gente não pode? – Mione aparatou para mais perto deles.


– Porque eu sou adulto...


– Isso não é resposta! – Gina reclamou.


– Vamos, vamos! – John bateu palmas instigando-os. – Continuem se concentrando, eu quero treinar longas distâncias com vocês ainda hoje, isso encerra as nossas aulas.


– Pensei que gostasse de ficar com a gente – Gina comentou decepcionada.


– Não acho que seja uma boa ideia terminarmos hoje... – Mione opinou.


– Não é nada disso meninas, vamos continuar nos vendo nos fins de semana, mas não em todos, claro...


– Não... não é isso é ... por causa dos meninos, eles ainda não estão prontos. – Mione gaguejou.


– Quem disse que não estamos prontos?! – Rony se irritou. – Podemos ir mais longe que vocês!


– Há, isso eu duvido! – Gina o desafiou.


– Vamos ver então! – Rony aceitou o desafio. Foi até Harry e cochichou em seu ouvido.


– Não acho uma boa ideia... – Harry deu para trás. – É muito longe, como vamos chegar lá?


– É Rony, não seja infantil... – Mione ralhou com ele.


– Eu sou infantil?! Ou é você que está com medo de perder?


– Parem pessoal, isso não é uma competição... – John tentou acalmá-los.


– Nós podemos fazer isso, Harry! Podemos ir para onde quisermos, basta se concentrar no lugar certo! Imagine o que mais poderemos fazer se conseguirmos... Poderemos descobrir qualquer coisa... – Rony sussurrou para ele.


– Vence quem conseguir ir mais longe! Vem Gina, vamos – elas trocaram algumas palavras e no instante seguinte se foram.


– Não! – John tentou impedi-las. – Não é para ser assim, eu preciso estipular o lugar primeiro!


Mas elas já haviam partido, no segundo seguinte Rony também se foi e a seguir Harry.


– Droga! – John olhou ao redor coçando a nuca.


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