Aula Indesejada



AULA INDESEJADA



Na manhã seguinte receberam o comunicado de que não teriam aula, que seria Defesa Contra as Artes das Trevas. O Professor designado pelo Ministério, o auror, Lyman Dekker, não havia comparecido ainda e não estavam conseguindo contato com ele. Estava desaparecido. Teriam que aguardar que um novo professor fosse designado.


– Que bom! Acho que nos livramos de uma! Imaginem, ter um daqueles caras como professor!


– Ronald! – Mione o repreendeu chocada. – Como pode dizer isso? Com tanta gente morrendo lá fora?


– Desculpe, Mione... – murmurou sem jeito. – Eu falei sem pensar.


– Algo muito comum... – Gina comentou.


– Não é bem assim, Rony, há aurores legais também, Tonks, Moody, Quim, George... – Harry enumerou.


– Tá bom! OK! Me desculpem...


– Então, você mudou de ideia, Harry? Vai querer ser um auror? – Gina perguntou chateada.


– Não... não vou dar esse gostinho ao Ministro!


– Ele não é nosso inimigo...


– Não, Hermione... Só não é nosso amigo! Você ouviu o que ele disse ontem, o que quis insinuar.


– Tenho que ir! – Gina se surpreendeu quando percebeu que o salão estava ficando vazio. Se despediu deles jogando a mochila no ombro e se afastou apressada.


– Bom, o que vamos fazer? – Rony perguntou aos dois . Harry continuou sentado, observando a mesa da Sonserina. – Harry! O que foi?


– Vocês não querem saber o que ele veio fazer aqui, afinal?


– Harry, não! – Mione reclamou. – Deixa o Malfoy, Dumbledore está cuidando disso.


– Mas... e se Hogwarts tiver a ver com a missão que ele recebeu? E se o alvo dele estiver aqui? Por que mais Voldemort o incumbiria dessa missão, se ele não fosse o único capaz de realizá-la? O único capaz de entrar em Hogwarts?! – disse entusiasmando-se com sua conclusão. – Mione, faz sentido!


– É absurdo! – Mione disse observando o sonserino. – Sob o mesmo teto que Dumbledore...


– Alguém que viva em Hogwarts, que dificilmente saia daqui... senão, ele mesmo o faria. – Harry disse levantando-se.


– Um professor? – Rony arriscou. – Impossível!


Chegaram à entrada do Salão, Harry parou de repente, virou-se olhando novamente para a mesa da Sonserina, Malfoy continuava no mesmo lugar.


– Se Draco está aqui... Quem está lá fora? – perguntou alarmado. Levou mecanicamente a mão ao bolso das vestes, a retirou frustrado.


Snape entrou empertigado, lançou a eles um olhar mortífero, como se o tivessem ofendido e seguiu rumo às escadas.


– Nossa! O que fizemos dessa vez? – Rony se surpreendeu.


– Ele também... tinha me esquecido... É tão irritante ficar percebendo-os o tempo todo! Pelo menos, dele nós nos livramos... – disse satisfeito. – Ah, desculpe, Mione. – Ela o olhava chateada.


– Não acho que Draco seja capaz de fazer isso... matar um professor – cochichou. – Não sozinho...


– Se for o Snape... nós podemos ajudá-lo. – Harry sugeriu ignorando seu olhar reprovador.


Passaram a manhã passeando pelos terrenos, Neville se juntou a eles. Só deveriam ter dois tempos de aula de DCAT naquele dia, então tinham o dia inteiro de folga.


– Vamos ter bastante tempo livre para organizar as aulas da AD esse ano.


– Teremos muita coisa para estudar, Neville, Os NIEMs...


– Você vai ter muita coisa pra estudar – Rony a interrompeu. – Harry, Neville e eu só faremos quatro matérias...


– Não sei se vamos continuar com a AD esse ano – Harry informou. – Não há mais motivos pra isso. E eu não tenho mais nada pra passar pra vocês...


– Claro que você tem Harry, Você sabe como é estar frente a frente com eles...


– Neville! Eu quase morri naquela floresta, se Voldemort não estivesse...


– O que aconteceu? – Mione parou para olhar para ele.


– Temos o Lord... Tem muita coisa que podemos aprender, juntos... – Mione fez uma careta. – O que foi?


– Ele não nos ensina o que precisamos saber, defesa contra Magia Antiga!


– E eu nem tenho uma varinha... – Harry voltou a se desanimar.


– Não é tão ruim assim. Eu também já tive que trocar de varinha, lembra? E não sinto diferença nenhuma... – Rony disse tirando fagulhas de sua varinha enquanto a limpava nas vestes.


– Eu comprei a minha nessas férias, no Olivaras, é até melhor que a primeira... – Neville puxou sua varinha e fez aparecer uma rosa amarela, ofereceu-a à Mione. Ela ficou encantada.


Rony fechou a cara para os dois.


– Mas a minha era especial, ela me salvou no quarto ano, quando duelei com Voldemort... Não vou achar outra igual...


– Isso não existe... Não é a varinha, é o bruxo quem realiza os feitos, elas só se tornam mais eficazes à medida que a gente evolui... – Mione comentou acariciando sua rosa.


No dia seguinte Rony e Harry tiveram aulas apenas nos dois primeiros tempos, de Herbologia, ficaram na Sala Comunal na parte da tarde fazendo os deveres, enquanto Mione assistia aula de Runas Antigas. Quando ela voltou, no final da tarde, ainda não tinham terminado. Mione se juntou a eles para começar a fazer o seu, ainda tinha exercícios de Runas pra fazer.


– Se todos os professores se comportarem assim esse ano vamos precisar de ainda mais tempo livre pra dar conta de todos os deveres... – Rony pegou mais um livro entre os que tinham empilhado sobre a mesa.


– Já tinham nos avisados que os estudos seriam bem mais puxados nesse período. – Mione escolheu um livro e começou a pesquisar.


Harry se levantou e correu para o dormitório.


– O que houve com ele? – Mione desdobrou um pergaminho e começou a escrever.


– Não sei... Dever ter se assustado com a quantidade de dever que você tem pra fazer... – Mione lhe deu um meio sorriso. – Como pretende dar conta de todos eles fazendo sete matérias?


Harry voltou com o Lord.


– Vai nos ajudar a economizar tempo! - abriu o livro sobre a mesa.


– Boa ideia! Podemos dispensar essa montoeira de traças... – Rony empurrou para a longe a pilha de livros.


– Ora, tenho dois tempos livres na terça, assim como vocês, e sexta-feira também. – Mione abriu um livro ao lado do Lord, comparou os textos e começou a escrever. Harry sorriu.


– Mas não serão suficientes, ainda mais, se você começar a fazer estágio no Ministério nos fins de semana... A gente quase não vai se ver... – Rony queixou-se. Harry ficou observando os dois.


– Vamos nos ver nas aulas e teremos os tempos livres...


– Nos quais estaremos sempre ocupados demais...


– Mione, não é uma boa ideia esse estágio no Ministério – Harry disse interrompendo-os. – Não vai dar certo, temos que estudar para os NIEMs e além disso, O Ministro sabe que você é minha amiga, não iria facilitar as coisas...


– É... talvez... mas estou com outra ideia, só preciso checar algumas coisas...


Gina entrou no salão com um grupo de amigos do quinto ano, acenou para eles e se afastou com o grupo para o outro lado do salão. As duas garotas do grupo sorriram para eles, mas o rapaz alto de cabelos castanhos estava muito interessado em continuar a conversa com Gina.


Mione ficou olhando Rony terminar de copiar o último trecho da página. O rapaz se aproximou de Gina pra cochichar algo em seu ouvido. Harry desviou o olhar para outro grupinho de alunos e fingiu não estar prestando atenção. Rony terminou de copiar e virou a página.


– Harry... O que é isso? – Mione chamou-lhe a atenção.


– O quê? – perguntou mal-humorado.


– Azarações... Não é o que estamos estudando...


– Ah, desculpe... – virou mais algumas folhas voltando a se concentrar no trabalho. Alguns minutos depois Gina foi até eles. Harry procurou, mas não viu mais o rapaz.


– Vamos descer para jantar? – Gina convidou alegre.


Harry desceu em silêncio enquanto Rony e Mione conversavam. Viu o rapaz à mesa da Grifinória, mas Gina nem olhou em sua direção, sentou-se com eles.


Durante o jantar Dumbledore pediu a atenção dos alunos do sexto ano para informar que a matéria de Poções faria, obrigatoriamente, parte da grade dos que haviam obtido notas acima de Aceitável naquele ano. Rony e Harry se olharam perplexos. Mione os encarou contente. Harry a fuzilou com o olhar.


– Ah, não é tão ruim assim... – ela tentou amenizar.


– Perdemos nossa quinta-feira livre! – Rony bateu na mesa – Pra quê isso agora?


– Eu não vou voltar a ter aulas com Snape! De jeito nenhum! – Harry olhou para a mesa dos Professores e notou o olhar mortífero do Professor. – Então é por isso que ele estava com aquela cara ontem...


– Que estranho... obrigar os alunos a ter aula de Poções, mesmo não sendo útil na carreira deles... – Gina comentou pensativa.


Quando os alunos começaram a esvaziar o salão Harry e Rony correram até a mesa dos Professores para conseguir falar com o Diretor.


– A norma é para todos que tenham obtido pelo menos um E, sinto muito, mas não há brechas para exceções. Particularmente, eu acho bom que você tenha essa aula, Harry.


– Por quê?

Dumbledore o encarou por alguns momentos mas não disse mais nada. Pediu que voltassem aos seus afazeres.

– Não é justo!! – bradou com raiva quando regressaram ao Salão Comunal, foi direto para o dormitório sem falar com ninguém, sua cicatriz começou a incomodar.

Ficou andando de um lado para o outro enquanto tentava se controlar. Por fim abriu a janela para sair. Simas e Dino entraram no quarto.


– O quê está fazendo? – Dino perguntou curioso, observando Harry de pé na janela.


– Nada... Estava tentando... enxergar Hogsmeade daqui...


– Ah! Mas vê se não vai cair... – Simas o olhou desconfiado.


Harry fechou a janela e se jogou na cama.


 

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