Professora de DCAT
PROFESSORA DE DEFESA CONTRA AS ARTES DAS TREVAS
O dia seguinte era o último da semana, teriam a aula de Transfiguração com a Profª McGonagall.
– Sr Potter... – Ela o chamou ainda no Salão Principal. – Já está tudo confirmado para amanhã de manhã, seu padrinho virá buscá-lo.
Harry havia esquecido de comunicar sobre sua varinha, esquecera de avisar a Sirius também.
– Professora eu não vou precisar, já recuperei minha varinha – disse tirando-a das vestes. – Desculpe, eu esqueci de avisar ontem... Vou falar com Sírius assim que terminar a aula... – acrescentou notando a mudança brusca em sua expressão.
– Me acompanhe, por favor, Sr. Potter! – disse friamente. Os outros me esperem na sala.
Harry a acompanhou enquanto ela seguia rapidamente pelo corredor, em direção à sala dos professores.
– Professora, o que aconteceu?
– Você vai aguardar aqui enquanto chamo o Diretor, Sr. Potter. Não acredito que tenha tido a coragem de sair sem permissão...
– Eu não saí! Eu a recebi ontem pelo correio... – respondeu indignado.
– Pelo correio! De quem? – perguntou desconfiada.
– Não sei, não tinha remetente... É verdade! Pode perguntar para a Hermione, Rony ou Gina... – Observou sua expressão furiosa mudar lentamente.
– Deixe-me me ver isso! – pegou a varinha nas mãos, examinando-a. Entrou na sala dos Professores. – Prof. Flitwick! Que bom encontrá-lo aqui. Alguém enviou ontem essa varinha para o Sr. Potter, sem se identificar! E ele simplesmente esqueceu de avisar... – disse olhando-o severamente.
A Profª Sprout, o Prof. Binns, único professor fantasma de Hogwarts, e a nova professora de DCAT, Prof Sterling, também estavam na sala.
– A varinha que tinha perdido? – Prof. Flitwick recebeu a varinha com cuidado exagerado.
– Não tem nada errado com ela, eu já testei... Está funcionando muito bem...
– Pode ir, Sr. Potter, nós vamos examiná-la. Não acredito que possa continuar sendo tão irresponsável!
– O que vão fazer com ela? – perguntou lembrando-se do quanto tivera que esperar por sua firebolt enquanto era testada com todos os feitiços possíveis.
– Examiná-la, lógico, desmontá-la para saber se há alguma irregularidade...
– Se ela for desmontada voltará ao normal depois?
– Bom... De qualquer maneira Sirius virá amanhã e te levará pra comprar uma nova... – desconversou. – Agora saia!
A Profª Minerva o pôs para fora da sala. Ficou algum tempo encarando a porta fechada. Tão inesperadamente quanto a tivera de volta, agora, a estava perdendo outra vez. Tinha que arranjar um jeito de salvá-la da desconfiança da professora.
Ficou andando no corredor, de um lado para o outro, não se importando com os alunos que passavam apressados indo para as aulas.
– Oi Harry! – Uma garota da Grifinória parou para cumprimentá-lo. – Meu nome é Evandra.
– Oi... – respondeu mecanicamente enquanto continuava indo e vindo, tentando pensar em uma forma de convencer a Profª Minerva. – Evandra o acompanhou.
– Por que está nervoso? – atravessou seu caminho para fazê-lo parar. Harry a olhou nos olhos, eram azuis, era mais alta que ele e seus cabelos cor de avelã caíam em cachos até os ombros.
– Desculpe, mas estou ocupado agora, o que você quer?
A Profª Minerva saiu da sala. – O que ainda faz aqui, Sr. Potter? Srta. Velaska, não deveria estar em aula? – A garota se afastou contrariada.
– Professora, eu tenho certeza de que não há nada errado com a minha varinha, eu me responsabilizo por ela...
– Vai ter de aguardar até o término dos testes, e não quero mais falar a respeito. – Harry a seguiu pelo corredor até a sala de aula.
– Professora, por favor... Ela é importante para mim, não vou conseguir achar outra igual...
– Eu entendo... Há coisas das quais achamos difícil nos separar, mas você vai superar isso. Muitas percepções mudam enquanto nos tornamos adultos, você mesmo, já superou sua paixão pelo Quadribol...
– Se eu a tiver de volta... Poderei voltar a jogar esse ano... – arriscou. Ela parou com a mão na maçaneta e virou-se para ele.
– Tem certeza disso? Pode mesmo voltar ao time? – sua expressão séria era indefinida.
– Claro! – entusiasmou-se, seria uma troca justa.
– E o Senhor acha que coloco interesses por um jogo acima da segurança dos meus alunos?! – entrou na sala pisando firme.
– Desculpe professora, é só que...
– Se disser mais uma palavra sobre esse assunto vou descontar dez pontos da Grifinória Sr. Potter! E não me importo que seja de minha própria casa! – disse severa.
Harry foi até o fundo da sala e sentou-se ao lado de Rony. Os amigos o olhavam curiosos, mas não abriu a boca para dizer nada até o final da aula.
– Mas ela tem razão, Harry – Mione disse a caminho do Salão Comunal. Iriam usar o tempo livre antes do almoço para adiantar os deveres.
– Eu já te disse, depois que você começar a usar a varinha nova, não vai nem se lembrar da antiga. – Rony atravessou o buraco do retrato e se sentou à mesa.
Terminaram o dever de Herbologia e começaram o de Transfiguração. Quando tocou o sinal do término da aula, Harry deixou os amigos terminando o dever de casa e foi procurar a Profª Minerva. Encontrou-a na porta de sua sala.
– Ainda não, Sr. Potter. – respondeu antes que ele falasse.
– Mas, como é que ela está? – perguntou temeroso. Alguns alunos ainda saíam das salas e o corredor estava cheio.
– A professora de DCAT a está examinando agora. Ela fez questão de contribuir com seus conhecimentos. – o estômago de Harry afundou ao imaginar a que tipo de feitiços ela poderia estar submetendo sua varinha.
– Não vá incomodá-la, duvido que seja tão paciente quanto eu. – Harry ouviu a Professora recomendar enquanto se afastava.
Viu Chô no corredor, ela andou em sua direção, meio constrangida.
– Oi Harry, eu queria falar com você...
– Oi... Pode ser outra hora? Preciso encontrar a nova Professora.
– Ah, ela já saiu da sala... Tive aula com ela agora. Acho que ela foi para a sala dos professores.
– Obrigado! Depois eu falo com você! – disse enquanto se afastava. Pegou o atalho que ficava escondido atrás de uma tapeçaria e seguiu o corredor cheio de alunos.
Ela estava no corredor conversando com algumas alunas.
– Professora! – Harry a chamou ofegante enquanto se aproximava correndo.
– Harry! – Ela abriu um enorme sorriso, seus olhos castanhos dourados brilharam. – Que bom revê-lo! – ela o cumprimentou para seu espanto e das três garotas da Corvinal que a acompanhavam. - Tinha esperanças que viesse me procurar... Pena não termos sido devidamente apresentados naquela noite, Sirius ficou tão chateado... – ela falava descontraidamente como se fosse muito natural estarem ali dialogando a respeito daquilo.
– Ah... é, acho que sim – disse encabulado. – As garotas olhavam para ambos com interesse.
– Podem ir meninas, mais tarde a gente conversa... – Elas se afastaram lentamente a contragosto. Muitos olhavam curiosos enquanto passavam por eles.
– Professora... A Profª McGonagall disse que a senhora está...
– Não, Harry... Não me chame de senhora, me chame de Raven...
– Desculpe... – disse pacientemente. Ela passou o braço por seus ombros e o conduziu pelo corredor. – você está fazendo testes com a minha varinha... vou poder tê-la de volta?
– Você a quer?
– Muito! Ela é especial pra mim...
– Ela não é tão necessária assim... com o tempo vai descobrir isso. – Harry a olhou desanimado. – Mas se ela é tão importante pra você... Vou devolvê-la sim, e inteira, mas na hora certa. – disse ao perceber seu entusiasmo.
– Obrigado.
– Esse não é o melhor momento, mas você se incomodaria se eu desse uma olhada? – parou e fez um gesto significativo apontando para o próprio rosto. – Estou muito curiosa...
– Minha cicatriz... – afastou o cabelo da testa. Estava achando-a muito simpática, ao contrário do que insinuara a Profª Minerva.
– Não, seus olhos. – se aproximou e retirou-lhe os óculos. Não gostou de se sentir vulnerável, mas também não reclamou. Ela o olhou diretamente por alguns segundos. – Os olhos são o espelho da alma, sabia? Refletem toda a nossa luta interior, o equilíbrio... – repôs seus óculos no lugar. – Você é um guerreiro! – disse alegremente enquanto Harry corava.
Agarrou o seu braço e continuaram a caminhada. Ela lhe fez várias perguntas, seus gostos, seus horários, seu relacionamento com o padrinho... Harry estava gostando dela, seu jeito descontraído e rebelde o fazia se lembrar de Sirius.
O salão Principal estava cheio, várias pessoas comiam apressadas ansiando por mais tempo livre antes da próxima aula.
– Você fica bem, ruivo. Mas eu prefiro ao natural – disse divertida assanhando seus cabelos.
Beijou-lhe a testa e foi para a mesa dos professores. Harry cruzou rapidamente o salão em direção à mesa da Grifinória. Ignorou os olhares e risinhos.
– O que foi aquilo? – Gina perguntou quando se sentou ao lado de Rony.
– Nada... Fui falar com ela sobre a minha varinha, ela disse que vai devolver... – disfarçou servindo-se de um pouco de tudo que estava à sua frente. Nem se atreveu a olhar em direção à mesa dos professores.
– E o que isso tem a ver com o beijo – Rony perguntou entre risadinhas. – Harry lamentou que estivesse sem sua varinha, teve vontade de azará-lo.
– É que ela é muita espontânea... extrovertida...
– E grudenta? – Gina sugeriu com raiva.
– Na verdade, ela me lembra um pouco o Sirius.
– Irresponsável? – Mione perguntou descontraída, mas disfarçou assim que notou o olhar reprovador de Harry. – Você já teve aula com ela, não é? Como foi? – Mione perguntou a Gina.
– Horrível... – Gina jogou os longos cabelos para trás, numa perfeita imitação de Fleur.
– Ela é má professora? – Mione comia rapidamente observando Gina.
– Não. – respondeu a contragosto.
– É severa? Passa muitos deveres? – Rony perguntou curioso.
– Não... – Gina respondeu desanimada.
– Então por que disse que a aula dela é horrível? Ela parece ser muito legal – Rony a defendeu. – Você está com inveja...
– Ah, é? – Vai ficar bajulando e paparicando-a sempre que a ver, na esperança de ganhar um beijo também? Como fazia com a Fleur?
Rony corou violentamente. Mione parou de comer e o olhou irritada, se levantou e disse que os veria mais tarde.
– Você me paga! – Rony vociferou ameaçando puxar a varinha.
– Nem se atreva, Rony! – Harry disse seriamente segurando o seu braço. Rony o olhou chateado e se levantou também.
– Não devia ter dito aquilo. – Harry disse enquanto Gina observava o irmão se afastar.
– Eu sei... É que ele me irrita às vezes... – disse chateada.
Harry sorriu. Ela sorriu de volta.
– Se incomoda em limpar isso? – perguntou encarando-o.
– Isso o quê?
Gina debruçou-se sobre a mesa e limpou a marca de batom em sua testa com um guarda-napo. Ficaram conversando até a mesa se esvaziar.
Harry carregou sua mochila até a sala de aula. Neville e Luna estavam parados à porta conversando. Cumprimentaram-se. Neville devolveu à Luna seu material, despedindo-se. Harry fez o mesmo. As duas entraram conversando animadamente. Harry e Neville se olharam meio sem jeito, e foram para a aula.
– Você soube o que o Malfoy fez? – Neville perguntou enquanto caminhavam.
– Não. O quê? – Perguntou interessado.
– Desistiu do time de quadribol também.
– Como assim? Ele não vai mais jogar?
– Pelo que parece, não. Acho que ele só entrou para o time pra te chatear, como você não vai jogar mais esse ano, resolveu sair também.
Harry ficou em silêncio, duvidava que tivesse alguma coisa a ver com a decisão de Malfoy, imaginou que tivesse algo mais em sua atitude, na verdade, achava seu comportamento esse ano muito estranho, ele estava muito quieto. Ficou curioso em saber o que Dumbledore estava fazendo a respeito.
O Professor Flitwick já estava em sala quando chegaram. Harry viu Rony e Mione cochichando na última fileira, estavam sorrindo. Harry ficou aliviado, detestava ter que assistir a briga dos dois. Se aproximou cauteloso, com medo de interromper alguma coisa.
Olhou ao redor por acaso e viu Malfoy sentado sozinho a um canto, Crabe e Goyle estavam mais à frente. Se deixou levar pela curiosidade e se aproximou cuidadosamente sentando na última fileira, exatamente atrás da carteira de Draco.
Ele encarava fixamente uma folha de papel. Se perguntou se não seriam instruções de Voldemort. Tentou ler o que estava escrito.
– Harry! – Rony o chamou do outro lado.
Harry o olhou irritado. “Gina tem razão!”, pensou.
– O que você quer aqui Potter? – Draco perguntou enfezado enquanto dobrava o papel e o guardava no bolso.
– Recebendo novas instruções de Voldemort? – cochichou.
– Claro! Ele me manda cartas todas as manhãs! – respondeu debochado.
– O seu alvo é um professor, não é? Por isso ele te mandou pra cá. – Malfoy estreitou os olhos avaliando-o. Harry esperou impaciente, mas ele não disse nada.
– Eu quero que vocês se dividam em pares! – Prof. Flitwick iniciou a aula, de cima de seu banquinho. – Potter, você pode ficar observando por hoje, já que está sem varinha.
– Professor, eu esqueci a minha varinha no dormitório, na verdade, não lembro onde a guardei.
– Vou ter que descontar três pontos de sua casa, Sr. Malfoy, pelo desleixo.
– Como se eu me importasse... – Draco sussurrou. – Essa aula ridícula! Toda essa cobrança... E por sua causa ainda terei de frequentar as aulas de Poções também... O protegido de Dumbledore, queridinho do Ministro, O Eleito... – murmurou com desdém.
– Se está tão incomodado por que não vai embora? Voldemort o está obrigando a ficar? – chacoteou. Rony e Mione vigiavam os dois de longe.
– E você? Não? Você é tão prisioneiro quanto eu! E o mais ridículo é que mesmo com toda proteção do Diretor, e todo aquele show montado pelo Ministério, bastou um dos Antigos aparecer pra acabar com o espetáculo...
– Um dos Antigos? Kariel... – ficou um tempo meditando a respeito – E os outros, quem são? – Harry perguntou esperançoso.
– Ora, que pergunta idiota! – Draco o olhou desconfiado.
– Então responde...
– Não te contam nada Potter? Te consideram muito, então! – disse satisfeito.
– Imagino, então, que Voldemort deve te pôr a par de tudo o que acontece... – disse irritado. Malfoy bufou.
– São dois velhacos ultrapassados... Acham que podem obrigar todo o mundo a fazer o que querem. Afinal eles se parecem muito, o Lorde das Trevas e Dumbledore...
Harry abriu a boca para protestar, mas não disse nada. Há muito vinha perdendo a admiração que sentia a respeito de Dumbledore, sempre omitindo fatos, se negando a dar-lhe atenção, fazendo exigências, negando informações, pensou em Lupin, sendo obrigado a andar com os lobisomens, em Sirius, obrigado a ficar encarcerado por um ano inteiro...Ele mesmo obrigado a conviver com os Dursley quando poderia ficar com os Weasley...
– É, tá na hora de uma nova geração assumir... – Draco concluiu.
– Você? Derrubar o Lorde das Trevas? – Harry se espantou com a confiança de Draco. – Vai salvar o mundo mágico!?
– Vou salvar a minha família! – Draco o corrigiu.
– O que você sabe sobre a Magia Oculta? – Harry perguntou espontaneamente. – Não sou seu professor, Potter! O que eu ganho por essa informação? – seus olhos frios encararam os de Harry.
– Bem, eu te ajudei...
– Não – Draco o interrompeu. – Estamos quites! Quem você acha que avisou aos comensais sobre o ataque ao trem?
– Você! – Espantou-se. – Por que fez isso?
– Por que ele pediu para ser avisado caso alguma coisa acontecesse.
– Então isso não conta...
– Você está vivo, não está!?
– Malfoy? – Crabe e Goyle se aproximaram curiosos.
Não tinham percebido que o professor já havia dispensado a turma. Vários alunos lançavam olhares curiosos aos dois. A inimizade entre eles era tão natural, para os outros alunos, quanto a disputa das casas.
Malfoy se levantou e partiu com os dois, Harry viu de relance a varinha em seu bolso. Se levantou também e foi se juntar a Neville, Rony e Mione que o aguardavam com cara de assombro.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!