Aprisionados



APRISIONADOS



Acordou com o solavanco do trem, ouviu vários protestos e exclamações. O trem foi diminuindo aos poucos a velocidade.


– O que houve? - Perguntou enquanto tirava os óculos e os limpava na ponta da camisa.


– Não sei. - Mione respondeu consultando o relógio. - Nossa! Parece que vai cair uma tempestade, está escurecendo rápido!


Alguns minutos depois o trem parou. Viram alguns aurores passarem agitados. Ficaram sentados aguardando por vários minutos. Rony baixou a janela pra tentar ver melhor.


– E aí Simas! O que está acontecendo? - Rony gritou da janela.


– Não sabemos. Tudo bem aí, Rony? - Ouviram Simas respondendo de algum lugar não muito longe.


Aos poucos vários outros alunos foram aparecendo à janela pra conversarem uns com os outros, já que não podiam sair para os corredores.


Não demorou muito para os aurores começarem a surgir reclamando e lacrando as janelas com magia. Alguém começou a vaiar, logo, vários outros se juntaram a ele numa onda de gritaria que se espalhou pelo trem, voltando a morrer em poucos minutos, provavelmente por coação.


Meia hora depois estavam impacientes e o trem continuava parado. Harry se levantou e foi para o corredor.


– O que houve com o trem? - Perguntou a um outro auror que não era Sthephen nem Derek.


– Fiquem em suas cabines!! - Foi a única resposta que recebeu, obedeceu antes que resolvessem lacrar as portas também.


Bichento que passara a manhã dormindo tranquilo no bagageiro desceu agitado. Quarenta minutos depois ainda estavam no mesmo lugar. Rony se levantou decidido.


– Vou pedir pra ir ao banheiro e tentar encontrar algum auror da Ordem que possa nos dizer alguma coisa.


Harry se levantou também.


– Eu vou com você, vou levar minha capa...


– Não é um bom momento para se meterem em confusão! Vocês têm de se comportar, senão, não aceitarão nosso pedido para ir ao Ministério! - Hermione reclamou levantando também.


Rony abriu a porta e espiou o corredor, saiu calmamente.


– Não tem ninguém aqui...


Os outros se juntaram a ele examinando ao longo do corredor, em ambos os lados não viram ninguém. Todas as luzes se apagaram ao mesmo tempo lançando o trem na total escuridão.


Nenhuma luz vinha das janelas. Os gritos se espalharam pelo trem. Harry sentiu uma mão deslizar pelo seu braço e segurar a sua.


– Gina... – sussurrou.


– Harry?


– Mione!!!


– O que vocês estão fazendo? – ouviram a voz de Gina se aproximando.


– Ai! Meu pé! – ouviram Neville reclamar em algum lugar. – Harry puxou a varinha.


Lumus!


A luz de sua varinha iluminou o corredor e diminuiu rapidamente de intensidade deixando-os na penumbra. Os outros o imitaram e o mesmo aconteceu.


LUMUS! - Harry reforçou o feitiço, mas o fato se repetiu.


– O que houve com nossas varinhas? – Rony perguntou.


Avistaram vários outros pontos mal iluminados surgindo no corredor. Aos risos, o restante dos alunos começaram a sair, também não estavam conseguindo conjurar o feitiço apropriadamente.


– Essa escuridão não é normal... – Harry disse lembrando-se de uma cena familiar. – Fiquem juntos!


Foram seguindo pelo corredor junto aos demais alunos que tropeçavam e esbarravam uns nos outros achando graça. Não viram nem ouviram nenhum auror. Alguns alunos se amontoavam na porta tentando enxergar alguma coisa do lado de fora, o céu estava escuro, mal distinguiam o contorno da floresta próxima à linha. Muitos estavam descendo do trem ansiando por liberdade.


Rony pulou do trem e conjurou degraus enquanto ajudava Hermione a descer.


– Voltem para o trem! – ouviram um auror esbravejando ao longe. Outros pontos de luz se aproximavam rapidamente também gritando ordens.


– Que caras malas!! – alguém reclamou próximo a eles.


– Há comensais aqui, Harry? – Mione perguntou em voz baixa


– Não... só um... – Ficou parado aguardando enquanto um feixe de luz se aproximava, a varinha apontada para o chão, tentando iluminar o caminho.


– Aonde está indo, Malfoy? – Harry perguntou barrando seu caminho.


– Você é bizarro, Potter! – Draco ergueu a varinha tentando iluminar à sua volta. - Por falar nisso, você me deve doze galeões!


– E você me deve um muito obrigado!


– Não é culpa minha se tem tanta gente querendo te ver morto... – disse arrogante. – Não se meta comigo! – desviou e continuou se afastando.


Harry o observou partir. Rony o puxou pela blusa.


– O que está fazendo? Esqueceu o que Dumbledore disse?


– Pra onde ele está indo? Sozinho no escuro? Deve estar tramando alguma coisa... - Harry disse pensativo.


– Ele não vai fazer nada na frente dos funcionários do Ministério... - Harry deixou Rony falando sozinho quando ouviu um auror se aproximar ralhando com um grupo de alunos para que voltassem a entrar no trem. Foi até ele enquanto os alunos se afastavam resmungando em direção ao Expresso.


– O que está acontecendo? Por que ninguém retirou esse feitiço ainda?


– O que... Quem falou em feitiço, garoto?


– Essa escuridão consumindo a luz de nossas varinhas é o quê, então?


– Potter? - Outro auror colocou a mão em seu ombro virando-o para ver ser rosto. - Vem comigo! Travor, pode continuar a patrulha. - disse conduzindo-o para longe de ouvidos curiosos.


– Sou George Killingbeck, estive em sua festa de aniversário... Vocês estão bem?


– Estávamos procurando por alguém da Ordem. - chamou por Rony, lançou um Lumus em direção ao trem para localizá-los. Eles se aproximaram enquanto a luz de sua varinha se enfraquecia novamente. - O que houve com o trem? - voltou-se novamente para George quando os seis se reuniram.


– O maquinista sumiu! - ele aguardou o término das exclamações surpresas para continuar. - Não sabemos como... O trem parou e quando Lance foi até lá não encontrou ninguém. A escuridão caiu à nossa volta como um feitiço escudo, não conseguimos aparatar, nem as Chaves de Portal estão funcionando aqui.


– Então temos que sair daqui, não tem ninguém que possa guiar o trem? - Hermione perguntou.


– Nós estávamos lá na frente agora, examinando a área, os trilhos sumiram, simplesmente não estão mais lá. Já enviamos três pessoas para buscar ajuda além da barreira, nenhum deles voltou até agora, nem sabemos se conseguiram passar. Temos que aguardar, estamos desfalcados, somos apenas nove agora, e não sabemos quando irão nos atacar.


– Vão nos atacar? - Neville perguntou se aproximando mais de Luna.


– Como o Harry percebeu, essa escuridão não é normal... Não sabemos que feitiço é esse, não conseguimos removê-lo. Talvez estejam tentando nos desorientar no escuro, temos que aguardar enquanto a ameaça não toma forma.


Ouviram um som alto próximo, parecia uma árvore sendo arrancada. O som se repetiu várias vezes. Vários alunos levantaram as varinhas assustados. Ouviram três aurores lançarem o Lumus Máxima em direção ao som.


Uma extensa área foi momentaneamente iluminada. Gritos de medo ressoaram pela floresta.


 

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