Descobertas



DESCOBERTAS



Sábado tiveram a partida de quadribol contra a Sonserina à qual Harry teve que ir assistir como reserva. Percebeu que Draco nem ao menos estava na arquibancada. Subiu novamente com Hermione para a arquibancada dos professores, odiando cada minuto que teve que aturar a presença de Snape se vangloriando pela robustez dos jogadores de sua casa.


Harry teve que concordar, eram todos monstruosos, após trinta minutos de jogo dois artilheiros prensaram Dênis num encontrão, que alegaram “não intencionado” deixando-o seriamente machucado.


Cólin não silenciou sua revolta vendo o irmão sair da quadra amparado pela Madame Hooch. Harry o apoiou, estava claro que tinha sido proposital.


– O que está fazendo ainda aqui, Sr. Potter? – indagou Minerva – Vá, você tem que substituílo!


Harry espantou-se, não tinha se dado conta disso, pegou apressado sua firebolt.


– Um momento Professora – Snape se opôs. – Sabemos bem que isso seria uma desvantagem para a Sonserina. Uma coisa é mantê-lo ocupado com treinos, outra, bem diferente, é deixá-lo jogar...


– Também é desvantajoso a equipe da Grifinória ter que competir contra Nimbus 2001, Professor Snape – Minerva rebateu. – Mas não se preocupe, como sabemos, nada supera a capacidade e o talento.


Harry não conseguiu esconder o sorriso de satisfação, nem quando Snape o fuzilou com o olhar, contrafeito. Raven o abraçou desejando boa-sorte, estava ansiosa para vê-lo jogar.


– Se os jogadores da Sonserina tivessem cérebro ao invés de músculos teriam se dado conta que esse golpe covarde contra o apanhador da Grifinória colocaria Harry Potter de volta no campo. Vamos ver agora se eles têm chances contra o Eleito... – Cólin extravasou sua frustração.


Harry não gostou do último comentário, mas os alunos da Grifinória sim, ovacionaram ensurdecedoramente puxando o apoio da Corvinal e Lufa-lufa, o que sempre acontecia num jogo contra a odiada Sonserina. Se reuniu ao time para ouvir as instruções da Capitã, Cátia. Foi recebido com sorrisos convencidos da vitória iminente.


Estavam em vantagem de trinta pontos, o plano era aumentar a dianteira ao máximo possível. Harry já esperava pelos ataques, sabia que seria o próximo alvo, mas desviar dos balaços e evitar os batedores não era um problema, ao contrário, teve que fingir, por duas vezes, escapar por pouco para não chamar atenção. A contra-resposta não demorou a chegar, ouviu o apito paralisando o jogo. Desceu apreensivo quando viu o time se reunindo em volta de Gina.


– O que houve? – abriu caminho entre eles, o coração acelerado.


– Aquele idiota do Crabbe quebrou a minha vassoura! – Gina reclamou revoltada, Harry ficou aliviado, teve medo que ela tivesse sofrido algum dano.


Rony usou o Reparo para consertar a vassoura mas ela estava imprestável, demorava a mudar de direção, não teria como continuar com ela.


– Tome, pegue a minha – Harry estendeu-lhe a firebolt. Gina o olhou espantada, assim como os outros. – Pegue! – Harry insistiu tirando de sua mão a vassoura danificada.


– Não... Harry, precisamos de você para pegar o pomo! – Cátia desaprovou sua atitude.


– Não se preocupe, não vamos perder. – Harry a tranquilizou levantando voo para impedir outras oposições. A única diferença agora era que ele teria que carregar a vassoura consigo ao invés de montá-la.


Harry ouviu os comentários surpresos de Cólin questionando se estaria sofrendo de algum mal para abrir mão de sua firebolt. Mas tanto as radiações quanto os burburinhos da torcida mudaram quando perceberam que o jogo continuava e a Grifinória continuava na liderança. Harry se preocupou apenas em manter o apanhador da Sonserina ocupado seguindo suas pistas falsas, Gina marcou cinco gols seguidos, uma pequena vingança.


Cólin mudou de ideia quanto a sua atitude de entregar à Gina sua firebolt comentando que ela era um verdadeiro talento. Antes que a Professora McGonagall o repreendesse expressou sua opinião de que formariam um casal notável, que mesmo com uma vassoura danificada Harry conseguia voar melhor que todos os sonserinos.


Harry se surpreendeu com seus comentários e passou a diminuir a velocidade. Quando estavam em vantagem de duzentos pontos capturou o pomo, colocando a Sonserina a trezentos e cinquenta pontos abaixo da Grifinória.


Assim que chegaram ao chão todos quiseram parabenizá-los pela vitória, a tradicional comemoração que costumava ser na sala comunal da Casa teve que ser transferida para o Salão Principal, pois Corvinal e Lufa-lufa também quiseram comemorar com eles o feito. Os sonserinos se recolheram sumindo de suas vistas, desmoralizados.


Minerva, embora tenha dito que eles exageraram um pouco, estava satisfeita a ponto de permitir que eles continuassem a comemoração até mais tarde, deixando Raven responsável pelos alunos. Como nenhum aluno da sonserina apareceu para o jantar, que nesse dia teve gosto de festa, Minerva providenciou para que algo fosse levado até eles.

Assim que ela se foi Raven afastou as mesas e providenciou a música. Agora que a festa tinha realmente começado não tinham hora para terminar.


A iluminação de baile providenciada por Raven levou os alunos ao delírio, Filch apareceu logo depois, mas se reclamou alguma coisa ninguém conseguiu ouvir por causa da música alta.


Murta flutuava pelo salão, acompanhando do alto a movimentação dos estudantes, buscando novas histórias.


Algumas garotas apareceram convidando Harry e Rony para dançar mas eles as dispensaram, tanto por não saberem dançar quanto por estarem dispostos a dividir a atenção com outras pessoas.


Rony e Hermione riam muito conversando aos cochichos. Harry aguardava impaciente enquanto Gina era disputada pelos colegas do quinto ano que chegavam para parabenizá-la pelos gols e tirá-la para dançar. Harry começou a se aborrecer, só estavam tocando músicas dançantes e rock, não entendia o porquê de precisarem de uma companheira de dança. Foi abrindo caminho na multidão disposto a se arriscar pedindo-lhe, também, uma música.


Evandra atravessou seu caminho sorridente, sorriu de volta e tentou desvencilhar-se, mas ela o impediu falando alguma coisa. Harry gesticulou dizendo que não estava conseguindo ouvir por causa da música, ela o puxou pela mão até uma das extremidades do salão, que eram mais escuras, mas também menos barulhentas.


– Eu estava te procurando, não temos mais conseguido um momento a sós, eu quero falar sobre o que aconteceu naquele dia... – ela esclareceu.


– Não precisa falar nada! – Harry a interrompeu apressado. – Não devia ter acontecido, vamos esquecer isso – pediu tencionando se afastar.


– Não Harry, eu quero falar com você – insistiu.


– Eu não posso agora, tenho umas coisas para resolver – disse passando os olhos pelo salão à procura de Gina.


– Por que está fazendo isso? Você está me evitando, por acaso está com medo de mim? – Evandra perguntou realmente aborrecida.


– Desculpe... – Harry se deu conta de que deveria estar sendo grosseiro, poderia resolver essa situação sem magoar ninguém. – Evandra... – mediu as palavras sem saber como começar.


Ela o encostou na parede e o beijou, manteve uma mão em seu peito e com a outra segurava seu rosto. Harry passou a mão por seus cabelos encaracolados aspirando seu cheiro adocicado, não podia deixar de admitir que adorava a sensação que sentia quando a beijava, conseguia esquecer qualquer coisa. Mas quando seus lábios se separaram conseguiu pensar com clareza no que estava fazendo.


– Droga! – ajeitou os óculos chateado consigo mesmo e olhou em volta, ninguém prestava atenção neles. Ela levantou seu queixo e se inclinou para beijá-lo novamente. – Não Evandra, chega! – disse rispidamente, afastando-a.


– Você não gosta de me beijar? – perguntou incrédula.


– Gosto... – admitiu. – Mas não é isso o que quero fazer, entende?


– Acho que era isso o que você queria fazer há alguns segundos atrás. – Ela afirmou deixando-o encabulado. Harry passou a mão pela nuca sem saber como argumentar com ela.


– Se você quiser continuar minha amiga, de verdade, não faça mais isso – Harry pediu alteando o tom de voz para que ela ouvisse enquanto aumentava a distância entre eles.


– Tudo bem... – Evandra concordou. – Não tem graça nenhuma em ficar só sendo sua amiga.


A última frase pareceu ecoar pela ausência da música, logo outra começou a tocar estrondosamente, mas algumas pessoas mais próximas continuaram olhando. Harry se afastou envergonhado, porém Evandra segurou seu braço pedindo que ficasse.


– Para com isso! – Harry pediu indignado, ela sempre lhe passara a imagem de uma pessoa responsável e equilibrada.


– Eu gosto de ficar sendo só sua amiga, Harry... – ouviram a voz de Murta acima deles. Ela estava flutuando de bruços com o queixo apoiado nas mãos entrelaçadas, uma atenciosa espectadora.


– Obrigado, Murta. – Harry puxou o braço se libertando e se afastou rapidamente, procurou por Rony ou Mione mas estava difícil avistá-los no meio de tantos com tão pouca luz, não conseguiu distinguir os cabelos vermelhos de Rony nem os de Gina.


– Meu príncipe precisa ser salvo? – Raven cochichou em seu ouvido abraçando-o. Sorriu para ele divertida quando ele se recuperou do susto.


– Estou procurando Rony e Mione. – disse enquanto ela o afastava da pista simulando uma valsa apesar da música agitada. Todos já estavam acostumados a vê-los juntos, o relacionamento dela com Sirius não era segredo.


– Eles estavam sentados lá atrás – indicou com o olhar os fundos do salão. – Gostei de te ver jogando hoje, você é muito bom.


– Você não pode me avaliar por isso, você tinha que ter me visto jogando quando eu não sabia voar sem vassoura... ou quando eu achava que não sabia... – Harry comentou indeciso. – Pelo jeito essa profissão também está descartada, eu nunca poderia ser um jogador profissional se eu quisesse.


– Não há nada de errado em ter aptidões extras, contanto que você não as utilize para tirar proveito sobre outras pessoas...


– Como o que eu fiz hoje... – Harry viu Evandra passar por eles olhando-o de uma maneira que o fez se sentir mal.


– Essa menina está gostando de você. – Raven comentou olhando-o nos olhos. – Quem são os pais dela?


– Não sei... – Harry estranhou a pergunta, não tinha tido a curiosidade de perguntar até então.


– Evandra Velaska... – Raven pronunciou o nome dela lentamente – Sirius conhece a família dela?


– Não sei... Por quê?


– Você não pode começar a namorar uma garota sem a conhecer direito – Raven explicou passando os dedos pelo seu cabelo, arrepiando-os ainda mais, do jeito que seu pai gostava de usar. – Sirius já sabe?


– Eu não estou namorando ela! Foi só um beijo... – se justificou embora nem passasse pela sua cabeça pedir permissão a Sirius para começar a namorar alguém.


– Não é ela o motivo de você querer usar lentes? – Raven sondou com um sorriso desconfiado.


Harry negou achando a ideia absurda. – Ah...Já explicou isso a ela? – Raven perguntou em tom de repreensão.


– Já... Mas acho que ela não entende...


– Hum... sei... Ela faz o tipo determinada e insistente.


– E o que eu faço? – Harry perguntou esperançoso de que ela tivesse uma solução simples para tirá-lo daquele constrangimento.


– A primeira coisa que eu sugiro é que tenha uma conversa franca com ela, que deixe bem claro os seus sentimentos. De maneira educada! Você não precisa magoá-la...


– E se não der certo...


– Então deixa que eu converso com ela... – Raven finalizou com um sorriso.


– Nem pensar! – Harry se opôs firmemente, se lembrou do episódio com o Snape, sabia que ela era realmente capaz disso.


– Eu também já fui adolescente, eu sei que pode ser meio chato, mas por experiência própria afirmo que não há ninguém melhor do que os pais para afastar um pretendente.


– Não Raven, por favor... – Harry pediu, achou que seria vergonhoso ter ela ou Sirius se metendo nesse assunto. Ela apenas desviou o olhar reparando o salão.


– O que está achando da comemoração? – perguntou mudando de assunto.


– Legal... Não costumamos fazer isso após os jogos, nossas comemorações são mais simples.


– Sei, um tédio. – Raven concluiu.


– Como convenceu a Professora McGonagall? Isso não faz o gênero dela...


– Hum... Convencer? – Raven mordeu os lábios com um meio sorriso gaiato no rosto. – Ela me deixou responsável, não? E pra mim comemoração sem agito... não dá!


– Raven... – Harry suspirou preocupado. – Não vá arranjar confusão com a Professora Minerva, ela é muito legal, mas não admite que quebrem as regras.


– Tudo bem, ela já pega no meu pé de qualquer jeito – Raven não pareceu se importar com o seu comentário. – O que vocês três tem feito? Quase não me procuram mais...


– Temos tido muitos deveres... – respondeu automaticamente.


– É só isso mesmo? Não estão aprontando nada?


– Estamos só investigando algumas coisas... – Harry contou, não gostava de mentir para ela, ao contrário dos outros ela nunca os proibia. – A gente te conta, se achar algo.


Raven o arrastou para a mesa e o obrigou a comer mais antes de subir, se despediram com um beijo de boa noite. Harry não sabia se Rony e Mione ainda estavam por ali, então não se deu ao trabalho de procurá-los, se retirou.


Os corredores estavam desertos embora ainda fosse cedo, a maioria dos alunos continuava na festa. A feitiço Incarcerous o pegou desprevenido, foi coberto por um lençol e teve a varinha retirada de seu bolso antes que pudesse tentar qualquer reação.


– Que tal uma comemoração de verdade, Potter? – Urquhart, capitão da Sonserina, perguntou enquanto era suspenso e carregado.


O lençol impedia que visse para onde o estavam levando e as cordas o cortavam conforme tentava se soltar, só conseguiu percebeu que o levavam para baixo.


– Se não ficar quieto vamos quebrar seus braços – Harper ameaçou.


– É, assim você não vai poder capturar mais pomo nenhum! – Vaisey o apoiou.


Teve vontade de dizer que não precisaria capturar mais nada, que o rebaixamento da Sonserina valia todos os jogos do ano, mas a mordaça o impediu. Ouviu o Alohomorra ser lançado numa porta que rangeu alto ao abrir, imaginou que não deveria ser usada há um bom tempo, continuaram descendo, desta vez por um caminho totalmente escuro, conseguiu distinguir apenas a luz de suas varinhas.


Após alguns minutos de descida voltaram a caminhar em linha reta, seus passos ecoando.


– Tá bom aqui – ouviu Urquhart falar aos outros dois. – Espero que se divirta – disse enquanto o colocavam no chão. O chute no estômago quase o fez vomitar.


Ficou se contorcendo no escuro enquanto os ouvia correr de volta à saída, o lençol cobrindo-o lhe dava a sensação de sufocamento, rolou até conseguir uma posição que lhe permitisse dar o impulso necessário para sair do chão.


No ar pode se movimentar com maior liberdade e se livrar do lençol que o cobria.


Conseguiu tirar o calçado mas nem assim pôde libertar seus pés, continuou a se debater furioso mas a corda não cedia, só conseguiu fazer com que os cortes causados por ela ardessem mais a cada movimento, sua cicatriz ardeu violentamente como se protestasse. Parou e respirou fundo – “Calma, está tudo bem...” – pensou consigo mesmo – “Eu sou um bruxo, eu posso encontrar uma maneira de sair dessa”.


Fechou os olhos, lamentou não estar com o canivete, se concentrou na corda, tinha que se livrar dela. Após várias tentativas ela caiu aos pedaços no chão, retirou a mordaça satisfeito.


– Aqueles idiotas! – sua voz ecoou pelo salão vazio.


O antigo capitão, Marcos Flint, nunca tinha levado uma derrota tão à serio a ponto de chegar a esse extremo, embora ameaças e azarações fossem comuns entre os adversários. Catou seus óculos que tinham caído junto com o lençol, ficou feliz por não ter se quebrado, não teria como consertá-lo já que tinham levado sua varinha.


Olhou em volta tentando se acostumar com a escuridão, calçou-se novamente atento aos sons ao redor, ouvia alguns guinchos e um baixo arranhar de garras no chão de pedra, “ratos”, imaginou.


Arriscou alguns passos por ali sem saber em que direção seguir, passou a mão pelo relevo de uma das pilastras, distinguiu com facilidade o ornamento que as enfeitava, serpentes. Com certeza estava em algum lugar das masmorras, habitar dos sonserinos.


O lugar parecia estar há séculos abandonado, as teias de aranha grudavam em sua pele conforme as transpassava, seguiu tateando até encontrar uma parede, a percorreu até o teto em busca de um archote, continuou se deslocando até conseguir um, aquela escuridão o deixava nervoso. Ascendê-lo não foi tão difícil, depois das cordas estava se sentindo mais confiante, foi como direcionar o calor do seu corpo para a palma da mão, detestou a sensação de frio e fraqueza que sentiu, mas valeu a pena pela luminosidade.


Havia duas passagens uma à direita e outra à esquerda, ambas com longos corredores escuros e de aparência assustadora. Viu alguns roedores fugindo da claridade, olhou ao redor mas não conseguiu distinguir o branco do lençol naquela escuridão, não sabia por onde o tinham trazido.


Continuou em frente até encontrar uma porta dupla de madeira ornamentada, como tudo o mais ali, com duas serpentes, uma em cada porta. Passou a mão sobre elas, seu coração acelerou, tinham algo de familiar. Nas laterais havia outras duas passagens mais estreitas, as ignorou.


Prendeu a tocha na estrutura mais próxima e forçou e empurrou a porta até conseguir uma abertura pela qual pudesse passar, estava emperrada e difícil de ser movida, quando recuperou a tocha e entrou descobriu o que a prendia, havia acontecido um desmoronamento no local. Pensou em recuar mas queria muito ir mais adiante, flutuou sobre os escombros, Hogwarts era milenar e os desmoronamentos não eram raros, imaginou que só mesmo muita magia conseguia mantê-la de pé.


O corredor acabava com uma estreita porta de metal semi bloqueada pelo desabamento. Empurrou e puxou mas não consegui abri-la, tentou desobstruir a passagem, estava decidido a entrar de qualquer jeito, então uma resposta simples lhe ocorreu. – Abra – sibilou em alto som e a porta começou a se mover com um rangido alto de esmagamento em protesto a tantos anos de esquecimento.


Recebeu um banho de terra e poeira que apagou a tocha que carregava. Se espremeu pela abertura e puxou a porta enquanto ordenava que ela se fechasse. Sacudiu a poeira de seus cabelos enquanto ouvia parte do teto deslisando do lado de fora percorreu os olhos rapidamente pelo aposento. Quando o som parou tentou abrir novamente a porta, apenas um alto estalido foi ouvido após sua voz.


– Ótimo! – gritou para a porta. – Feliz agora? Estamos presos aqui! – falou consigo mesmo em desespero, tinha se deixado levar pela curiosidade, se arrependeu de não ter procurado logo pelas escadas.

Encostou-se na parede e deslisou até o chão. Observou as estranhas marcas no assoalho, não havia ratos ali, pôde sentir a presença de magia. Esqueceu a entrada e foi atrás da origem da luminosidade que se refletia pelas paredes de pedra lisa do aposento.


Havia uma velha cama de dossel e um guarda-roupa num canto, já tinha visto o suficiente na velha casa do Largo Grimmauld para saber que era mais prudente não tocar em nada. O cômodo se estendia por vários metros à frente e fazia uma curva em L, ficou se perguntando para que tanto contendo um líquido transparente onde um anel flutuava, um anel de prata com uma pedra verde musgo.


Ficou um bom tempo observando a taça, cobiçando o anel. Virou a taça mas nem o líquido nem o anel caíram, ele estava protegido. Procurou algo na escrivaninha que o ajudasse a pegá-lo, abriu as gavetas mas só encontrou papéis, passou os olhos por eles sem interesse até perceber a letra familiar, sentou-se e sob a luz da taça olhou mais detalhadamente as folhas soltas, Tom Riddle  havia estado ali. Descobrir isso fez com que visse o local de um jeito diferente, aquele lugar era especial.


Examinou os papéis, eram o mapa de um vilarejo com uma marcação em destaque numa colina próxima, um nome em especial lhe chamou a atenção “Little Hangleton”, era o mesmo que havia sido noticiado no Profeta.


Enrolou os papéis e prendeu-os no cós da calça, por baixo da blusa, vasculhou cada canto do aposento meticulosamente em busca de qualquer coisa a mais que ele pudesse ter deixado para  trás, porém, além do anel não achou mais nada de interessante só uma enorme banheira de pedra, maior que a do banheiro dos Monitores, num canto do salão, cheia com a água que escorria pela boca de três serpentes fixadas na parede rochosa e que parecia escoar pela outra extremidade da banheira, formando uma piscina de água corrente, e no final do aposento uma enorme cabeça de cobra se projetava da parede, como se houvesse mesmo uma cobra gigante se espremendo por uma estreita abertura, com a boca escancarada.


Harry pegou a taça, única fonte de luz do local e se aproximou cauteloso observando a abertura, era maior que uma porta, imaginou que deveria ser uma passagem que descia para algum outro lugar, mas a ideia de ser engolido vivo pela estátua não o agradava.


Sentou-se encostado à parede e depositou a taça ao lado da banheira. As pedras vermelhas, que eram os olhos da serpente pareciam brilhar em expectativa. Estava indeciso, não podia ficar ali para sempre, mas também não estava disposto a deslizar por sua garganta, estava cansado e imundo e seu estômago ainda doía pelo chute recebido. Gostaria de ter seu galeão falso, mas depois que voltaram do Ministério tinham descartado a ideia de continuar usando a moeda para se comunicarem entre si. Permaneceu sentado em silêncio apreciando o anel dentro da taça.


Não percebeu quando adormeceu, despertou sobressaltado e com frio. Tinha sonhado que estava sentado à escrivaninha observando a si mesmo desacordado ao lado da taça, um sonho bobo, mas que devido às circunstâncias o assustou. Olhou em volta ainda impressionado, estava sozinho.


Um formigamento percorreu sua cicatriz deixando-o arrepiado.


Olhou de novo para a passagem, que era a boca da serpente, de repente aquela hipótese se mostrou mais atraente do que a de permanecer ali naquele lugar, afinal, não tinha outra opção, era provável que nunca descessem ali para procurá-lo e mesmo se fizessem, as chances de perceberem que ele poderia estar ali, atrás de todo aquele escombro eram mínimas.


Pegou a taça do chão prestando atenção à cada sombra que surgia.


O túnel era espaçoso e descia em alguns trechos quase verticalmente foi andando e escorregando até chegar a uma abertura que ficava há quase três metros do chão de um outro salão com pilastras também ornamentadas por serpentes e com uma fraca luz esverdeada que circulava o local. Agora estava ainda mais abaixo de Hogwarts, tinha que descobrir um meio de subir, Harry flutuou para mais à frente e parou observando.


Avistou algo no chão que lhe chamou a atenção, sobrevoou aquela estrutura estranha intrigado, até perceber o que era, um enorme esqueleto de serpente. Olhou para trás, a estátua de Salazar Slytherin ainda conservava a boca aberta, desde que Tom Riddle invocara a presença do basilisco, revelando o enorme buraco negro que havia sido seu local de repouso. Tinha acabado de sair da boca de Slytherin, estava na Câmara Secreta.


Olhou ao redor mais animado, conhecia o caminho de volta. Até conseguia imaginar Riddle sentado à escrivaninha tendo aos pés um basilisco como se fosse um bichinho de estimação, o que não deixava de ser uma visão assustadora.


Reparou melhor na estátua, o bruxo trazia uma joia pendurada no pescoço, um pequeno amuleto ornamentado com a letra S, de Slytherin, aproximou-se mais e identificou que a letra, na verdade, era uma serpente, assim como nas portas do aposento acima. – “Como um brasão de família” – pensou, e então se lembrou de onde já tinha visto aquele símbolo, um amuleto idêntico àquele, se não fosse o mesmo. Perguntou-se como aquilo tinha ido parar na casa de Sirius.


O braço direito da estátua apontava a varinha para o chão e o esquerdo estava cruzado no peito segurando cuidadosamente um objeto que parecia um cetro ou chave, pois a ponta era esculpida como se para encaixar em algo.


Deixou sua análise de lado, estava exausto, poderia voltar outro dia, foi em direção à saída, seguiu pelo corredor e abriu mais a abertura que ele e Gina tinham usado para sair da Câmara após o desmoronamento, tantos anos antes. Subiu pelo encanamento, espantou-se com a claridade que entrava pela janela do banheiro feminino. Seguiu cauteloso pelas escadas até chegar ao sétimo andar, alguns alunos já desciam para o café da manhã, não se importou com os olhares de espanto, estava imundo, e ainda trazia a taça na mão, irradiando luminosidade.


Entrou de vagar no dormitório e pegou roupas limpas, guardou a taça e as anotações de Riddle no malão, os quatro ainda dormiam. Demorou um bom tempo no banheiro até conseguir retirar toda a poeira do corpo, vestiu as roupas limpas e saiu ouvindo o burburinho de início de manhã, foi até os dormitórios checar os demais membros da equipe, Dênis, que já havia sido liberado pela Madame Pomfrey, dormia a sono alto, Jaquito e Cadu, os batedores do time, estavam acabando de acordar, avisou a eles para tomarem cuidado com os alunos da Sonserina.


Desceu para o Salão Comunal ao invés de ir para a cama, queria saber como estavam as garotas. Encontrou Rony ainda de pijama conversando com uma sonolenta Hermione.


– Harry!! – Rony o cercou apressado. – Você não dormiu aqui, eu acordei e sua cama ainda estava arrumada! – o acusou.


– Eu cheguei há pouco... Não dormi ainda.


– Então é verdade o que estão dizendo? – Mione perguntou após um bocejo.


– O que estão dizendo? – Harry perguntou irritado imaginando os sonserinos contando vantagem por tê-lo pego pelas costas, desprevenido e na covardia de três contra um.


– Na verdade, foi a Murta. Ela contou que você e Evandra se beijaram – Mione explicou.


– Ah! Isso? – Harry desarmou- se, o episódio parecia ter ocorrido há muito tempo. A noite tinha durado, para ele, uma eternidade. – Foi ela quem me beijou!


– E você não?! – Rony perguntou revirando os olhos. – É melhor você decidir logo se gosta mesmo dela... – Rony sugeriu impaciente.


– O fato de gostar de beijá-la não quer dizer que eu goste dela!


– Não tem como você não gostar de uma garota e gostar do beijo dela – Rony afirmou. – Assim como é impossível você gostar de alguém e não gostar do beijo dessa pessoa, não é? – Rony pediu a opinião de Hermione.


– Bom... até agora eu não tive esse problema... – Mione afirmou esfregando os olhos, parecia que tinha dormido muito pouco.


Rony ficou feliz e surpreso com sua resposta, tentou esconder o sorriso enquanto se largava em cima de uma poltrona. Harry olhou de um para outro, não tinha imaginado que as coisas entre eles tinham avançado tanto.


– Não acredito que estamos falando sobre isso! – Harry reclamou. – E a Gina?


– Ela ainda não sabe... – Mione o avisou.


– Eu só quero saber se ela está bem! – explicou mal-humorado.


– Por que? O que eu ainda não sei? – Gina apareceu detrás dele com os cabelos molhados do banho espalhando seu perfume pela sala.


– Ei, eu te vi ontem! Tinha que ficar com aquele pessoal o tempo todo? – Rony saltou da poltrona se aproximando da irmã, novo alvo do seu sermão.


– Eu também te vi ontem – Gina rebateu fazendo Hermione corar. – Não tenho culpa de você não saber dançar.


– Mas tinha que passar a noite toda dançando? – Rony insistiu não se deixando intimidar.


– Eu sou popular tá legal? Eu só estava dançando com meus colegas, que mal há?


– Azar o seu! – Rony deu de ombros, enfezado, e foi para perto de Hermione, ela o olhou compassiva.


– Não entendi... – Gina olhou de Rony para Hermione pedindo explicação depois se virou para Harry – Você também acha que eu fiz algo de mais?


– Não é problema meu – Harry respondeu azedo deixando Gina desconcertada. – Cátia! Você e Demelza estão bem?


– Sim... – Cátia, que tinha acabado de descer, respondeu sem entender sua pergunta. – Demelza ainda está dormindo... Por quê?


– Porque três jogadores do time da Sonserina me atacaram ontem à noite, me jogaram numa parte desativada da masmorra, só consegui sair hoje de manhã – Harry resumiu para eles o acontecido irritado por ter sido o único escolhido como alvo por eles, alguns dos alunos que desciam para o café pararam para ouvir também.


– O quê?! E nós pensamos que você estava...


– Comemorando! – Mione interrompeu Rony antes que ele falasse demais.


– É foi muito divertido... – Harry levantou a manga da blusa para mostrar as marcas da corda.


– Vamos dar queixa à Professora McGonagall! – Cátia sugeriu horrorizada.


– E o que você fez com eles, nada? – Gina perguntou revoltada.


– Eu fui atacado pelas costas! – Harry se defendeu. – Fui amarrado e amordaçado, e ainda pegaram a minha varinha... – Harry ficou paralisado por alguns segundos olhando os presentes – Minha varinha...!


Caminhou para a saída decidido se deixando dominar pela fúria, ouviu Hermione falando algo a Rony sobre o fato dele ainda estar de pijama. Lançou-se escada abaixo o mais rápido que pôde deixando que a ira o recarregasse espantando seu cansaço.


Entrou no salão e foi direto para a mesa da Sonserina, encontrou Urquhart e Harper cochichando à mesa.


– Vocês dois, vamos lá pra fora! – Harry ordenou aos espantados sonserinos. – Agora! – insistiu ao ver que eles continuavam paralisados. Draco observava curioso da outra extremidade.


– Calma aí cara, a gente passou lá hoje de manhã pra te soltar... – Harper começou a gaguejar.


– Muita gentileza... O que foi? Estão com medo de um aluno desarmado ou é porque vocês só atacam pelas costas? – Harry foi em direção ao saguão não dando importância aos curiosos, ficou atento a qualquer movimento que pudessem fazer às suas costas. Precisava de um escudo e conjurou um, sentiu uma energia sendo liberada de seu corpo envolvendo-o por completo.


– O que foi Potter, não aguenta uma brincadeira? – Urquhart debochou quando chegou ao saguão, Harper ao seu lado não parecia tão confiante assim.


– Eu quero a minha varinha de volta!


– Até que eu gostaria, mas ela não está mais com a gente não... – disse Urquhart sorrindo. Seu sorriso virou uma careta de medo quando foi erguido pelos tornozelos e elevado à altura do teto.


Harper sacou a varinha, Harry ergueu a mão se defendendo instintivamente, nem sentiu quando o feitiço tocou seu escudo. Desarmou-o e o jogou contra a parede com um simples desejo.


– Onde está a minha varinha?! – repetiu furioso.

Alguns alunos que tomavam café agora saiam para assistir, e os que estavam chegando paravam por ali mesmo.


– Harry! Faz ele descer, os professores...– Hermione parou ao seu lado, Justino também, empunhando a varinha, mas não tinha nada a ser feito.


– Tá no telhado da torre de Adivinhação! – Harper informou amedrontado tentado se desgrudar da parede. – Fizemos levitar até o telhado ontem, eu posso voar até lá e trazer pra você!


– Harry... – Gina pediu.


Harry deixou que ele se soltasse. Urquhart despencou do teto gritando, algumas garotas deram gritinhos tampando os olhos, Harry fez com que ele parasse a alguns centímetros do chão, depois o liberou.


– Isso foi pelo chute. – disse Harry.


– Mas o que é que está acontecendo aqui?! – Minerva apareceu acompanhada da Professora Sprout. Harry nem tinha pensado na presença dos professores quando se dirigiu à mesa da Sonserina. – Isso aqui é uma escola! O que vocês estão pensando?


Raven também surgiu descendo as escadas correndo.


– Professora, é que eles... – Harry tentou se justificar.


– Harry, por que será que não estou surpresa em te ver envolvido nisso? – Minerva o olhou severamente e depois para Urquhart e Harper. Os três venham comigo, agora! – disse se afastando.


– Será que eu posso...? – Raven pediu cautelosa.


– Eu cuido disso Professora Sterling. – Minerva a dispensou energicamente. Harry seguiu a Professora Minerva junto com os outros dois.


Rony apareceu descendo as escadas esbaforido, Harry pediu que ele fosse até o alto da torre checar se sua varinha estava mesmo lá. Lançou um olhar irado a Harper que o fez estremecer.


Assim que chegaram à Sala dos Professores Cátia apareceu também com os capitães dos times da Corvinal e Lufa-lufa, que se uniram a ela para protestar temendo que seus jogadores fossem os próximos alvos. Harry recontou a história a Professora McGonagall.


– Eu não esperava isso de vocês, quanta imaturidade! – Minerva reclamou com Harper e Urquhart. – A antiga Ala de Salazar é proibida aos alunos! É muito perigoso lá em baixo, há risco de desmoronamentos...!


Harry e os três Capitães ouviram em silêncio enquanto ela ralhava com os sonserinos. Além de tirar cinquenta pontos, de cada, ela prometeu escrever aos pais deles informando o ocorrido, deixando a cargo de Snape, Diretor da Casa, a detenção que iriam cumprir.


Minerva os liberou e foi com Harper e Urquhart em busca de Vaisey e Snape. Os quatros saíram satisfeitos.


– O que eu perdi? – Rony perguntou entregando-lhe a varinha.


– A cara de medo do Capitão da Sonserina e um Harper apavorado... – Harry comentou divertido guardando-a no bolso.


Raven e as meninas também o aguardavam do lado de fora da sala.


– Eu vi o que você fez... O que estava querendo? – Raven o olhava séria e preocupada.


– Mas você não viu o que eles me fizeram primeiro... – Harry se defendeu.


Foram até a sala de Raven e Harry contou a eles, em detalhes, tudo o que tinha acontecido enquanto ela inspecionava seus ferimentos. Ficaram impressionados com a história, intrigados com os pertences deixados por Riddle, tinham muitas suspeitas e suposições, mas Harry não estava mais conseguindo prestar atenção, estava muito cansado. Por insistência de Raven adormeceu em seus aposentos enquanto eles examinavam seu achado.


No primeiro intervalo que tiveram para ir à Sala Precisa Harry levou as anotações e a taça de Riddle. Rony e Mione também se entusiasmaram com o nome do vilarejo, assim como ele, estavam convencidos de que tivera alguma coisa lá.


Harry se dedicou a descobrir como retirar o anel da taça, a maneira mais lógica de pegar o anel parecia ser bebendo seu conteúdo, mas para ele isso se assemelhava a um convite para o chá feito por Snape.


– Você não deveria ter trazido isso, Harry.


Mione, Gina e Raven tinham tido aversão à taça. Rony as tinha impedido de a jogarem ao fogo enquanto Harry permanecia desacordado.


– Por que eu a deixaria lá, abandonada? Esse anel é importante, para ele ter se dado ao trabalho de protegê-lo... – Harry revirou a taça nas mãos, admirando o anel flutuando no líquido translúcido. Já haviam tentado invocar o anel, quebrar a taça, e vários outros feitiços, mas sem sucesso. Abriu o Lord.


Hermione passou a se concentrar nas anotações deixadas por Riddle, um mapa e explicações de como chegar ao local. Harry procurou no Lord por feitiços e encantamentos que pudessem usar para proteger a joia, não demorou para encontrar o que buscava.


– Acho que eu achei, as descrições conferem... – Harry passou para Rony o livro aberto, para que também o analisasse. – O encantamento está na taça, e não no líquido, que pelo jeito, é água comum. O objeto só pode ser usado para a sua função original, no caso da taça, para se beber algo, só assim se terá acesso ao anel...


– E o que a bebida fará com a pessoa que estiver a fim de pegar o anel? – Mione perguntou desconfiada de tanta facilidade.


– Não sei... Pode ser que ele tenha usado outro encantamento para isso, ou não...Quem sabe ele não o deixou lá justamente para que o próximo que abrisse a Câmara ou os aposentos de Slytherin o pegasse, e essa proteção seja somente para conservá-lo...


– Não seja bobo! – Mione voltou a analisar o mapa, irritada.


– Enchê-lo parece ser bem fácil, mas esvaziar... – Rony comentou.


Harry olhou para ele e sorriu, procurou em volta da sala até achar o que estava precisando. Pegou a jarra e virou o seu conteúdo lentamente dentro da taça, até que ela começou a transbordar e o anel flutuou até a superfície e caiu. Rony também sorriu , depois de tentarem tantos feitiços para tentar pegar o anel, uma solução bem simples. Harry estendeu a mão para pegá-lo mas a retirou depressa.


– O que foi?


– Está dando choque... – respondeu Harry a Rony. – Tentou novamente e conseguiu colocá-lo na palma da mão.


– Conseguiram?! – Mione voltou a prestar atenção neles. – Acho melhor não fazer isso...


Mas Harry colocou-o no indicador, ficou muito largo a principio, mas aos poucos foi se ajustando ao seu tamanho, imaginou ele que a magia do anel o estava reconhecendo como seu legítimo dono.


– É lindo não é? – perguntou feliz por tê-lo finalmente.


– O que será esse desenho? – Rony perguntou indicando a pedra verde.


– Um brasão de família – Harry respondeu.


– Como é que você sabe? – Mione não gostou de vê-lo usando o anel. – Pode ser qualquer coisa, por que não o mostra a Dumbledore? – insistiu, pois já havia sugerido isso e Harry a ignorou.


– Porque é meu – respondeu encerrando a questão. – Agora estou curioso para saber como o medalhão de Slytherin foi parar com os Black...


– Se for mesmo o medalhão de Slytherin... – disse Mione fechando a cara para ele.


– Daqui há algumas semanas será natal, poderemos perguntar pessoalmente... – Rony sugeriu.


 

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