Fix You






Capitulo 20 Fix You


Quando você precisar de mim, eu estarei lá por você. E quando precisar de mim, eu consertarei você...


 


–O que estão pensando? – perguntei nervosa. Estava deitada naquele quarto com todos aqueles aparelhos e eu não gostava tanto de hospitais quando eu que tinha que ficar naquela cama.


–Em uma transferência. – Dominic disse evasivamente e eu olhei novamente para tudo ali, para não olhá–los.


–Acho que preciso que Mirax fique aqui você para que eu possa achar um lugar... –Scorpius começou, mas fui logo cortando–o.


–Não! Não quero Mirax aqui!


–Você não está desconfian...


–Por Merlin Scorpius! Mirax trocou suas fraudas, nunca desconfiaria dela, só não quero envolvê–la nessa historia, quero que ela fique bem, não queria meter nenhum de vocês...


–Estamos juntos para sempre, se lembra? – ele apontou para a aliança em meu dedo e eu assenti – eu quero te proteger, quero que minha família fique bem Rose. Seu problema meu problema –ele depositou um leve beijos nos meus lábios e Dominic tossiu, nada discretamente.


–Nós estamos tentando um resolver um problema aqui – ele disse e Scorpius voltou a conversar com ele. Eu apenas voltei a olhar para a frente e os deixei conversar sobre o que aconteceria comigo agora. Adormeci ouvindo a voz de Scorpius.


Sonhei que corria em uma floresta esquisita, chegava perto de um riacho e que começava a ter minha filha de cócoras como as índias costumavam ter seus bebês. Acordei com o primo grito de Joe no sonho. Estava suada nervosa e com medo. Olhei em volta e estava tudo escuro, senti o nervosismo quando notei – mesmo com toda aquela escuridão – que não estava mais no quarto de hospital. Comecei a chorar silenciosamente até senti algo do meu lado, eu comecei a gritar histericamente até a porta se abrir e rapidamente e a luz ser acesa por Dominic. Scorpius estava dormindo na poltrona eu relaxei e parei de chorar.


–Está se sentindo bem Rose ?


–Eu achei que... –na consegui terminar de falar, as lágrimas invadiram meus olhos e eu limpei antes que Dominic pudesse se aproximar – estou melhor. Onde estamos ?


–Estamos na antiga casa dos Batist! –ele disse animado. –Foi aqui que esse deus grego nasceu –ele brincou e eu ri. Scorpius se mexeu um pouco, mas não acordou.


–Scorpius dormiu ai... ?


–Sim! Até que Malfoy é determinado!


–Sempre! –falei –ai!


–O que foi... ?


–Contrações...


–Ah sim, já estava na hora de elas começarem... ­– ele pegou uma prancheta e uma caneta e começou a anotar alguma coisa nela – Isso é sinal de que a Joe pode estar chegando.


–Eu espero que sim –falei alisando minha barriga.


–Quer comer algo? –ele perguntou e eu assenti. –Ô Malfoy –ele chamou Scorpius nada delicadamente e ele acordou um pouco desesperado achando que algo havia acontecido.


–O que... Quem... Cadê ? –ele nos olhou e eu  sorri.


–Depois dizem que os médicos que são loucos... –Dominic balançou a cabeça  e eu ri.


Desci conversando com os dois. A casa era antiga e me lembrava um dos meus filmes prediletos, Orgulho e Preconceito, apesar de estar tudo claro ali tudo estava trancado. Segundo Scorpius e Dominic para nos proteger de possíveis ataques. Ele disse que meu pai e tio Harry estavam procurando quem havia mandado tudo aquilo para mim, mas em sigilo. Eu tinha uma suspeita, mas resolve não compartilhar com nenhum deles, poderia ser chamada de paranoica ou ser ignorada.


Quando chegamos à cozinha a mesa já estava posta, uma elfa, muito bem cuidada, cuidava de tudo com uma animação invejável. Ela cantava uma musica antiga de uma cantora bruxa que mamãe vivia falando.


–Ive esses são Scorpius Malfoy –ele disse fazendo uma careta –e Rose!


–Ive se sente honrada em servi–los senhores –ela se curvou em uma reverencia e logo depois voltou ao trabalho, olhei para os dois...


–Ive é um amor –Dominic falou –eu a conheço desde que me conheço por gente... No começo ela é assim, mas logo depois notará que é a melhor elfa do mundo! –Dominic disse animado.


–Apesar de ter feito uma lei apenas para os elfos, nunca tivemos um trabalhando em casa –eu disse enquanto estava sentada –O único elfo que conheci foi Dik –falei e Scorpius sorriu –ele trabalha para os Malfoy...


–Palmas para o Dik –Dominic brincou –por ter te aguentado por tanto tempo –Scorpius imitou uma risada falsa, mas logo depois os dois riram. Eles pareciam até bons amigos, mas eu sabia que não era tão simples assim.


 


 


–AHHHHHHHHH –gritei e ouvi os passos rápidos na escada. Scorpius e Dominic vieram quase ao mesmo tempo.


–O que aconteceu Rose? Outra contração ? –Scorpius perguntou e eu arranjei um pouco de ironia em meio a tanta dor para respondê–lo.


–Não Scor, eu gritei porque uma barata entrou no quarto! –falei e ele olhou para ver se eu a encontrava até eu revirar os olhos e dar mais um daqueles gritos.


Dominic despareceu pela porta, ouvi seus passos pelo corredor, e logo depois voltou trazendo uma enorme maleta cheia de coisas. Pegou novamente a prancheta e começou a anotar tudo. Me perguntou uma ou duas vezes a frequência das contrações e eu tentava responder calmamente, quando não dava certo eram meus gritos que todos ouviam.


Não Estava sendo exagerada nem nada do tipo, aquilo doía muito. Apesar de mamãe sempre dizer que tudo com ela foi tranquilo, comigo parecia mais um inferno. Scorpius ficou do meu lado enquanto eu apertava sua mão forte. Respirei uma, duas, três vezes e logo depois senti uma contração mais forte. Dominic anotava tudo um pouco serio demais enquanto eu apenas sofria.


–Acho que está chegando a hora Rose... –fiquei nervosa com isso e olhei para Scorpius.


–Estou com medo!


–Não fique, eu estou aqui –ele disse e então olhou para Dominic que o olhava com a sobrancelha arqueada –ele também...


Eu apenas assenti e voltei a ficar ali quietinha, apenas sentindo aquela dor de vez em quando. Não lembro quando adormeci, mas senti algo estranho no meio das minhas pernas... Algo que me fez acordar rapidamente. Eu me endireitei na cama e olhei envolta do quarto. Scorpius não estava, nem Dominic. Eu pensei em levantar, mas percebi o que estava acontecendo.


–Ai Merlin...Eu vou ter! –falei assustada quando notei que a bolsa havia estourado. –SCORPIUUUUUUS! –Gritei e logo ele entrou correndo pela porta –Está na hora!


–Está?


–É. Está! –Dominic entrou apressa provavelmente já prevendo o que meu grito queria dizer.


–Contrações?


–Entre 2 e dois minutos –falei.


–Joe está a caminho então!


Eu assenti. E o vi começando a preparar tudo ali com a ajuda de Scorpius. Haviam bastante panos , Dominic a cada minuto parecia fazer mais coisas aparecerem no quarto. Scorpius estava a o meu lado segurando minha mão a cada contração mais forte que eu tinha.Sorri pensando que logo teria minha filha em meus braços. Uma dor mais forte fez com que eu parasse de pensar nisso, por hora e me focasse apenas no parto.


–Rose, você vai me escutar com atenção. Eu vou fazer o parto da Joe, mas preciso da ajuda de vocês, você tem que ajudá–la a sair da sua barriga e você Scorpius ajudá–las nesse pequena jornada –ele disse seguro e eu assenti –Preciso que sejam fortes por Joe!


Eu entendi o que ele quis dizer com ‘ser forte por Joe’ quando tive que fazer força para Joe sair. Eu estava cansada, estava suada e meus cabelos estavam soltos grudando em meu rosto em meu pescoço e em todo o resto. Eu segurava a mão de Scorpius fortemente, provavelmente já havia estraçalhado sua mão. Gritava tanto enquanto fazia força para que Joe saísse. Eu estava arrasada!


–Mais força Rose!


–Arrrrrrrrr!


–Ó Merlin! Está indo bem Rosinha, ela está quase lá, mais forte!


–Arrrrrrrrrrrrrrrrrrr!


Não precisei de Dominic para me dizer o que havia acontecido. Ouvi o choro forte da minha menina e as vozes de Scorpius e Dominic em comemoração. Poderia dizer que estava imensamente feliz com aquilo, mas não estava. Eu nem ao menos sentia o que estava acontecendo. Desabei na cama com a cabeça zunindo com pensamentos terríveis e uma loucura interna me consumindo. Olhei para eles, mas só senti aquela sensação quando Dominic entregou aquele pequeno embrulho a Scorpius e ele resolveu que era hora de entregá–la para mim.


–Não! –Nem eu mesma entendi o que se passou em minha mente quando me recusei a pegá–la no colo. Minhas lágrimas  caiam desesperadamente enquanto Scorpius me olhava estranhamente –Não traz...–apontei com o dedo para o pequeno embrulho nos braços dele–pra perto de mim, não traz!


–Rose o que...?


–NÃO CHEGA PERTO DE MIM! –Gritei , minha cabeça estava pesada e eu não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que metade de mim estava lutando. Ou pelo menos tentando lutar, bravamente, contra aquilo que me fazia querer a minha filha bem longe de mim.


–Rose eu não estou...


–Deixe–a Scorpius! –Dominic falou, mas antes que ele pudesse dizer algo minha mente ficou tão pesada que não consegui notar quando desmaiei.


 


 


–Deixe–me explicar Scorpius –ouvi a voz de Dominic tentando parecer calma. Eu estava com os olhos fechados, deitada na cama em que havia tido Joe e com roupas frescas.


–Eu não quero explicações sobre isso, só quero a minha esposa de volta! –Não abri os olhos, mas sabia que ele provavelmente estava andando de um lado para o outro enquanto Dominic tentava lhe contar algo.


–Acho que sei o que Rose tem... Ela passou por dois grandes traumas, se posso por assim dizer, além de encontrar o tal assassino... Ela estava recebendo ameaças de morte, estava nervosa porque você estava bravo com ela...


–Eu não estava bravo...


–Estava sim. E ela notou isso, ainda sua aproximação com a tal medica... Mesmo que seja uma amizade a sua esposa grávida sentiu. E agora ela está...


–Com o que?


–Depressão pós parto Scorpius!


–O que é isso?


–É uma doença que algumas mulheres tem após o parto. A depressão  pode ser originada antes mesmo do parto, como a da Rose, mas ela costuma ser notada a partir da terceira semana após o parto...


–Se isso ai é notado a partir da terceira semana após o parto porque você está dizendo que Rose está com isso em?


 –Porque ela não quis a Joe! –ele falou com a voz um pouco mais baixa e triste.


Nem preciso dizer que assim que ele disse isso eu me desesperei, me levantei na hora. O que eu posso dizer é que foi um grande susto para eles. Eu não estava conseguindo ficar ali, eu queria ficar sozinha, apenas com meus pensamentos sem tentar pensar nas coisas que estavam acontecendo comigo ultimamente.


–Rose!


–O que está acontecendo em ?


–Nada é só... –Dominic começou a explicar e fez um sinal para Scorpius fizesse algo.


Logo depois Scorpius a trouxe. Meu pequeno embrulho. Ela estava envolta em uma mantinha que lembrava o céu estrelado. Eu me lembrava de tê–la comprado quando fomos ao Baby Center. Um shopping de Londres especializado em bebês. Eu olhei Scorpius com aquela pequena bebezinha nos braços e senti vontade de chorar. Havia uma parte de mim, que estava encantada e que queria vê–la, mas existia outra. Uma bem mais sombria, que se recusava ver a menina que Scorpius ninava tão afavelmente no colo.


–Por favor Rose –ele olhou para mim quando notou que eu não a seguraria –apenas a alimente.


­–Eu não...


–Por Merlin Rose, faça isso ok ? –ele me olhou e eu comecei a chorar. Estava convencida de que se eu não fizesse por bem, ele me faria fazer por mal. Talvez algum feitiço...


Estendi o braço para que ele me desse o bebê. Tentei não olhá–la, mas não consegui. A parte de mim, aquela que parecia boa, que queria ver a minha filha me fez olhar e então eu sorri. Tristemente, mas sorri. Joanne Weasley Malfoy era a bebezinha mais linda que eu já havia visto na vida. Com seus –muitos – cabelos negros e os olhos extremamente azuis que lembravam muito o de papai. Por um momento eu achei parecida com mamãe, era tão linda, tinha lábios pequenininhos e um narizinho arrebitado.


–A amamente Rose!


A voz de Scorpius me despertou e eu o olhei um pouco sem noção do que estava fazendo ali. Me concentrei em não olhá–la e apenas deixar que ela se alimentasse ali, quietinha daquela maneira que me fazia querer abraçá–la e niná–la como Scorpius fez a poucos segundos atrás. Mas que também me fazia querer devolvê–la a Scorpius e voltar a ficar ali, sozinha, sem nenhum deles perto de mim e sem nada para pensar.


Quando ela terminou de se alimentar Scorpius a levou. Eu fiquei ali, sem olhar para ninguém. Não sentia vontade de falar com eles. Não sentia nada. Dominic saiu dali também, não os vi por muito tempo até Ive me trouxe algo para comer. Não senti vontade nenhuma de comer, ela insistiu um pouco, mas eu não conseguia. Pra ser mais sincera, não sentia vontade de fazer nada. Só ficar  ali. Era como se uma força ruim houvesse se apossado do meu corpo e agora só quisesse ficar ali. Imóvel. Triste. Com aquela maldita angustia no meu peito.


A noite Scorpius voltou com ela e me fez amamenta–la. Ele até tentou conversar comigo, mas me virei e o ignorei. Não estava sendo fácil para mim e eu não queria que fosse para ele. E parecia realmente não estar sendo fácil, Scorpius entrou na noite seguinte ao meu parto no quarto em que eu estava com o rosto abatido. Ele parecia cansado e triste. Mas também eu não podia culpá–lo por não estar feliz, a esposa dele estava disposta a deixar sua filha sem carinho e sem leite.


–Eu quero conversar com você Rose! –Não respondi. Apenas continuei o olhando. –Ok não vai falar? Está bem. Tem todo o direito. Dominic me disse... Ele disse que você está doente. É até estranho isso, mas você tem que começar um tratamento bruxo para essa doença... Rose... ?


–Hum...


–Por favor... Poderia colabora? –o olhei por alguns segundos e abaixei a cabeça.


–Me desculpe, mas eu não consigo...


–Descobrimos algo sobre as cartas...


–Que cartas?


–As que você vinha recebendo...


–Ah sim, as cartas... O que tem elas?


–Descobrimos quem as mandou –ele disse, mas não mostrei interesse algum em saber quem era. Eu não simplesmente não conseguia pensar naquilo e vendo esse meu desinteresse ele continuou –foi um auror...–ele disse e eu me levantei confusa – Matthew, ele fez isso porque estava completamente enfeitiçado. Ele estava sobre a maldição Imperius, não descobrimos quem o enfeitiçou, nem ele mesmo sabia! –eu não disse nada apenas o olhei se levantar e vir até mim, ele tocou minhas mãos , mas não me manifestei novamente.


Era como se eu também estivesse sob o efeito de uma maldição imperdoável. Scorpius aparentemente notou isso se sentou ao meu lado cama e apenas ficou ali perto de mim. Confesso que por algum tempo fechei os olhos e logo depois dormi. Com Scorpius acariciando meus cabelos.


Nos dias seguintes minha vida mudou drasticamente. Voltamos para Londres. Na verdade, Scorpius e Joe voltaram para Londres e eu fui extraviada no caminho. Não me levaram para casa nem nada do tipo. Eu fui mandada para uma clinica. Era perto de Londres, segundo Scorpius era para o meu próprio bem. Eu tinha que ficar lá, sozinha com os médicos para que eles pudessem resolver o meu problema mental.


–Senhora Malfoy ? – um senhor careca baixinho e com roupas brancas me chamou. Eu havia acabado de chegar. Scorpius não havia ido comigo para a clinica porque tinha que cuidar de Joe, afinal eu havia me recusado.


–Sou eu mesma.


–Gostaria de explicá–la porque está aqui –começou ele –esperamos que tenha uma boa estadia aqui. Todos estamos aqui apenas para ajudá–la. Para que possa se curar dessa depressão que se encontra e possa voltar para sua família... –ele continuou explicando.


Disse–me que haviam regras e que eu não poderia ficar perambulando sozinha pela clinica, a menos que algum dos médicos houvessem me dado um passe. Disse também que todo dia eu deveria escrever em um pequeno diário que ele havia me trazido e que fariam de tudo para que eu ficasse bem. Não ouvi tudo que ele havia dito, não ouvi mesmo. Ele me entregou o diário, algumas penas e me deixou sozinha.


Eu não sentia vontade de fazer nada, eu não sentia vontade de escrever, o que é uma das coisas que mais amo no mundo. Eu não sentia vontade de falar, queria apenas ficar deitada na cama sem pensar em muita coisa, apenas deitada. Eu me sentia como os carros que eram colocados em piloto automático, fazia tudo como se houvessem me programado. Me deitei aquela primeira noite ali e apenas fiz isso.


Não escrevi, não sorri, não liguei para minha família. Não pedi para chamar meus parentes, não gritei como muitas outras pessoas gritavam, não chorei, não senti. Eu só conseguia sentir a angustia dentro de mim, a vontade de ficar sozinha e talvez chorar... Mas nem isso eu estava sendo capaz de fazer.


Os dias na clinica passavam com uma calma assustadora. Eu não havia recebi visitas, apenas recados de Scorpius. Nem por um momento me perguntei como ele estava se virando sem mim. Haviam recados dos meus pais, das meninas, até mesmo Dominic me mandou um desses. Haviam duas medicas cuidando de mim. Eram boas pessoas, mas eu não estava com força para nada.


Eu comecei a escrever em meu diário a partir da segunda semana ali. Eu escrevia sobre os dias ali, que não era nada legal. Escrevi sobre as medicas e escrevi sobre a vontade que tinha de chorar... Pra ser mais sincera eu escrevia sobre tudo, menos sobre o que eu estava sentindo em relação à Scorpius e minha filha. Sempre que eu escrevia –ou começava a escrever – algo sobre eles algo me impedia.


Aquela noite, depois do banho e do jantar na cama –fazia uns dias que eu não saia da cama. Até meu banho era ali. Feitiços e mais feitiços para que eu pudesse tomar banho ali. Lia, uma das minhas medicas me disse que isso era da doença.  – eu comecei a escrever em meu diário. Eu falei sobre o dia, como eles haviam recomendado que eu escrevesse. Ajeitei o xale sobre os ombros e antes que eu pudesse escrever mais uma frase ouvi batidas na porta. Fechei o diário, o coloquei debaixo do meu travesseiro.


–Pode entrar –eu afirmei e então ele entrou.
 


 (N/a: https://www.youtube.com/watch?v=J-pm3zQqgrw)
 


Eu juro que não sabia como me sentia até ele entrar pela porta e fechá–la. Estava diferente de semanas atrás, sua barba estava por fazer, seus olhos castanhos estavam tão brilhantes e ele parecia mais lindo que nunca. Me olhou daquela maneira que fazia meu coração partir em dois e se sentou do meu lado na cama.


–Eu vim... –ele disse tocando meu rosto.


–É, você veio – afirmei sem saber o que dizer. Eu não estava bonita. Estava trancada no quarto a mais de uma semana, comendo metade da comida que levavam para meu quarto e não dormia muito bem a noite. Mas ele sorriu para mim e fez com que meu coração desse outro daqueles saltos que dava sempre que ele estava por perto.


–Não pude vir antes, é complicado sem você... –ele olhou em volta para o quarto. – Joe está com Kalshe... É ela quem a alimenta. Ela parece muito com você... Hermione disse que ­era igualzinha a você, idêntica a quando você era um bebê...


–Os olhos...


–É, ela tem os olhos do seu pai –ele sorriu.  –Nina... Nina teve o bebê –ele falou e eu me controlei para não chorar –Roxi também...


Eu apenas me virei de costar para ele. Scorpius tentou me dizer mais algumas coisas, mas desistiu quando eu o mandei ir embora. Eu não sabia dizer porque, mas aquilo doía em mim, mas do que qualquer coisa no mundo. Eu não me sentia normal, qual tipo de mãe rejeita um filho da maneira que eu a rejeitei... ?   Peguei o diário de volta, precisava escrever, precisava tentar aliviar os sentimentos.


                                        


Como posso me perdoar ? Como poderão eles me perdoar ? Eu não sei. Eu não tenho as respostas, nunca as tive. Dói muito, dói estar aqui, dói não saber mais o que sinto. Dói acordar pela manhã e não estar em casa com a minha família. Dói saber que tudo está prestes a desmoronar e o muro está prestes a cair. Eu não sei o que houve, não sei o que aconteceu nem ao menos sei como os meus sentimentos se rebelaram e ficaram maiores que eu.


Eu não sou mais Rose Granger Weasley Malfoy, eu sou apenas algo dentro de mim, algo que nem mesmo que sei  como funciona. Eu não sou mais eu, eu não sei quem eu sou. Até o sofrimentos nos faz crescer, mas a cada momento que passa eu acho que apenas estou diminuindo. A angustia tomou conta de mim, eu sei, eu sei que não deveria estar aqui. Eu deveria estar nesse momento olhando a minha filha, a minha Joe, dormir enquanto sentia os braços do meu marido, meu Scorpius, ao redor do meu corpo.


Nós sorriríamos um para o outro e a vida continuaria tendo o sentido que sempre teve. Brigaríamos de vez em quanto, mas no fim sempre estaríamos ali, um pelo outro. Mas parece que sempre que estou feliz, sempre que as coisas estão indo bem para mim algo acontece, algo acontece para estragar minha felicidade.


Eu estaria mentindo se dissesse que não os amo de todo meu coração, eu os amo e sei disso, sei disso tanto quanto sei que meus pais são Hermione e Ronald  Weasley ou que a minha única tia é Ginevra Potter.


Eu só não sei mais o que fazer... Eu quero voltar, mas como voltar ? Como... ?


 


Algumas lágrimas começaram a rolar por meu rosto fazendo com que eu não conseguisse enxergar o que estava escrevendo. Parei de fazer isso. Apenas agarrei–me com toda força aquele diário. Puxei mais um pouco o xale e chorei. Chorei por Joe, por Scorpius, por minha família, pelo que e não sabia que estava chorando e chorei mais ainda porque eu estava ali, eu sabia, eu sabia, não deveria estar ali e por isso chorei mais ainda.


 


 

 


Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso


Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa


Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir


Preso em marcha ré


6 meses, 2 semanas, 3 dias, duas horas e 47 minutos. 48 minutos.


–Venha Rose... –Marta, a outra medica me chamou sorrindo –querida eles vem buscá–la. Seria bom se estivesse bem vestida. Um pouco de sol no rosto lhe faria muito bem.


Até mesmo eu me perguntei porque havia ficado tanto tempo ali. Eu havia perdido o primeiro sorriso dela, o primeiro banho dela, a primeira vez que brincou com patinhos de borracha que vovô deu a ela. Eu estava sendo preparada por ir embora. Segundo os médicos os avanços eram significativos. Durante os meses que eu estive ali recebi tantas visitas, Kalshe e Alvo sempre traziam Nicholas para que eu visse e sempre que eles iam embora eu chorava.


Nina e Roxi também. Meg, Arthur II e Samanta eram lindos e divertidos. Mamãe veio algumas vezes e em todas elas trazia Joe. Ela dizia que eu tinha que tentar passar mais tempo com Joe, mas não sabia que minha recusa em pegá–la no colo era medo. Medo de machucar a minha filha de algum modo.


 


Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto


Quando você perde algo que não pode substituir


Quando você ama alguém, mas é desperdiçado


Pode ser pior?


Papai veio me visitar algumas vezes e sempre tentava me fazer rir. Eu confesso que não sentia vontade, mas eu o amava tanto que sorria, ai sempre que ele e mamãe vinham juntos ele dizia que só ele conseguia me fazer rir. De todas as visitas que me fizeram apenas duas me fizeram chorar. E não foi Scorpius, ou mamãe, papai, muito menos minhas amigas.


A primeira foi a de vovó Molly. Ela veio aqui no segundo mês em que eu estava aqui. Ela disse que não entraria no meu quarto, falou que se eu quisesse falar com ela teria que falar no pátio, onde tinha a luz do sol. Eu assenti, mas não me arrumei nem nada do tipo. Apenas fui lá, ela estava sentada em um daqueles bancos desconfortáveis perto da fonte.


Luzes te guiarão até em casa


E aquecerão teus ossos


E eu tentarei, consertar você


–Vovó...


–Rose! –ela me olhou e eu tentei forçar um sorriso mais ela balançou a cabeça.


–Não, não tente me enganar como está fazendo com todos os outros. Eu sei Rose, sei que está confusa, sei que está doente e depois de tudo que aconteceu não é por menos, mas não tente nos enganar e se enganar. Sua mãe queria que eu trouxesse Joanne –ela falou e eu me sentei ao seu lado –mas eu sabia que não é o melhor para você. Todos estão tentando enfiar em sua cabeça que você tem uma filha, mal sabem ele que você sabe que tem, apenas ainda não está pronta.


–Eu a amo... Mais que a minha vida vovó...


–Eu sei querida, eu sei.


–Mas eu estou doente. Scorpius está cuidando da Joe é algo que eu deveria estar fazendo, eu queria minha filha perto de mim. Eu queria Scorpius perto de mim!


–Eu sei, você tem que se curar querida, do que quer que seja isso. Fique o tempo que quiser aqui... Apenas volte para os dois.


–Eu não me sinto capaz vó, não me sinto uma boa mãe, eu não serei uma boa mãe para a Joe... –eu estava sentindo as lágrimas incomodas rolando pela minha bochecha. Vovó não abolia os assuntos ruins como as outras pessoas andavam fazendo comigo, acho que por isso eu estava sentindo, pela primeira vez em tempos estava sentindo algo.


–Você é uma boa mãe, se não fosse duvido que ainda estivesse aqui. Você vai conseguir minha querida, você vai. –ela me abraçou e me deixou chorar ali. Em seus braços, como quando eu era pequena. E ali sim eu entendi o porque estava ali. Eu estava ali por Joe, por Scorpius, por todos eles, eu os amava demais para deixá–los... Ou para abrir mão da felicidade deles.


Bem no alto ou bem lá embaixo


Quando você está muito apaixonado para esquecer


Mas se você nunca tentar, você nunca saberá


O quanto você vale


A segunda foi Rita Skeeter. Nem eu mesma sabia o que ela havia ido fazer lá. Ela chegou em uma tarde. Foi no meu quarto mês ali, eu estava escrevendo no meu diário quando a porta se abriu. Ela me olhou daquele jeito reprovador e veio até mim.


–Espero que você tome um banho, ajeite essas emendas que chama de cabelo e vá me encontrar na sala de visitas agora Rose Weasley!


Confesso que não pensei em desobedecer aquela ordem direta da minha chefe. Eu me levantei, tomei um banho rápido , lavei os cabelos e tentei os arrumar da forma mais fácil possível. Peguei um vestido longo e solto e o meu inseparável xale, eu havia ganhado de Caio quando veio aqui. Meu amigo gay que conheci na viagem de volta do Brasil. Ele havia me dado porque aqui na clinica é na verdade uma fazenda, chácara ou algo do tipo, então faz um frio danado.


Luzes te guiarão até em casa


E aquecerão teus ossos


E eu tentarei consertar você


Eu cheguei a sala de visitas e encontrei Rita lá, sentada, me esperando. Quando me viu ela deu um sorriso nada convincente e bateu no banco confortável ao lado dela para que eu me sentasse.


– Ah querida, por quê ? Eu protelei o máximo que pude minha vinda aqui, mas foi inevitável.


–Porque inevitável... ?


–Eu não queria te ver desse jeito –ela apontou para mim e eu me olhei de um jeito débil, ela apenas balançou a cabeça –você está arrasada. Se fosse há alguns meses antes eu até faria uma piada com sua aparência deplorável, mas hoje não –confesso que quis rir daquilo. Rita nem ao menos na hora de ajudar alguém conseguia deixar sua língua ferina de fora – vim dizer que estou do seu lado Rose, quero que fique bem, afinal você é a editora–chefe da minha revista –ela brincou e eu sorri – eu sei o que está sentindo... E nem venha me dizer que não sei, porque eu sei. Acho que não sabe, mas eu tenho uma filha... E aconteceu algo parecido comigo, nunca me senti tão impotente, só que na minha época não sabiam diagnosticar esse tipo de coisa e então me internaram durante um tempo. Foram os piores momentos da minha vida e olha que eu passei por coisas bastante horríveis. Eu vim te dizer que estou com você ok ? Estou aqui porque eu sei o que sentiu e o que vai sentir. Tem que manter a cabeça erguida, tem sair daqui e dar todo amor que aquela pequena futura Sonserina vai precisar. Apenas mostre a eles, que você é Rose Weasley! –ela me disse e eu deixei que as lágrimas caíssem. Ela nunca havia me dito nada que me fizesse sentir tanta vontade de chorar e ali estava eu chorando com as palavras de Rita Skeeter, realmente estava tudo de cabeça para baixo.


Lágrimas rolam no seu rosto


Quando você perde algo que não pode substituir


Lágrimas rolam pelo seu rosto


E eu


Eu havia acabado de me arrumar. Me despedi de Marta, Lia e de todos os outros que estavam me ajudando quando Scorpius chegou com Joe. Ela estava no banco de trás do carro, na cadeirinha e ria gostoso quando Scorpius a tirou de lá. Ele veio até mim com um belo sorriso no rosto e com a pequena se balançando em seus braços ela batia palminhas, as garotas me olhavam com um sorriso quando eu me aproximei deles dois.


–Diz oi para a mamãe Joe –ele falou e ela bateu palminhas –Rose...? –ele pediu e eu fui até os dois. –Vai com a mamãe Joe.


Eu fui até os dois e tentei pegar ela no meu colo. Eu só havia a segurado em meu colo duas vezes, ainda para amamentá–la. Vi que ela era receptiva como Scorpius, quando a segurei em meus braços senti o maior alivio do mundo, achei que ela poderia não querer vir ao meu colo, mas notei que ela parecia gostar de mim, mesmo não tendo estado presente nos seus 8 meses de vida.


Nunca soube porque fiz isso, mas eu abracei, ali em meu colo, beijei seu rosto e senti ela se inclinando para me beijar também. Os olhinhos azuis me encarando e sua mão pequenininha tocando meu rosto. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu olhei para Scorpius que sorriu para mim.


 


Lágrimas rolam pelo seu rosto


Eu te prometo que vou aprender com meus erros


Lágrimas rolam pelo seu rosto


E eu


Scorpius a colocou de volta na cadeirinha do carro e depois de colocar minhas malas eu me sentei lá atrás com ela. Ele começou a dirigir e eu dei tchau as medicas que ainda me olhavam, mas agora todas com sorrisos de despedida. Não falei muita coisa durante o caminho, apenas ficou olhando minha pequena Joaninha dormir. Quando já estávamos perto de casa eu cai em mim. Fazia meses que eu nem ao menos estava em casa.


Assim que ele estacionou o carro eu abri a porta e olhei para tudo aquilo. Parecia tudo tão diferente do que eu havia deixado há quase um ano... Esperei Scorpius tirá–la da cadeirinha para pegá–la no colo outra vez, só que dessa vez ela estava adormecida. Eu inspirei seu cheirinho e senti tanta ternura por aquele serzinho.


–Vamos? –Scorpius perguntou enquanto segurava minhas malas. Eu assenti. Fomos até a porta da frente e ele hesitou. Me olhou primeiro e então falou  – Eu senti tanto a sua falta...


Luzes te guiarão até em casa


E aquecerão teus ossos


E eu tentarei, consertar você


Não precisei falar nada. Apenas me inclinei um pouco, com cuidado para não acordar Joanne e o beijei. As malas que ele estava segurando caíram e ele segurou meu rosto. Fazia tanto tempo que eu não sentia assim... Era tão bom tê–lo perto de mim. Quando nosso beijo acabou eu ajeitei Joe em meus braços, ele pegou as malas e abriu  a porta. Eu acho que não estava pronta para a recepção que tinha em nossa casa.


Haviam muitas pessoas, todas conhecidas é claro. Um enorme cartaz na sala dizia “Bem–vinda de volta Rose”. Confesso que não era o tipo de recepção que eu esperava. Mas eu deixei que todos me abraçassem. A ultimo da fila foi Dominic.


–Como está?


–Melhor –falei me sentindo extremamente envergonhada –não estou gostando disso –falei a ele mostrando todas aquelas pessoas.


–Realmente, foi uma ideia estúpida trazer um monte de pessoas para sua casa assim que você acaba de voltar de um clinica... Se quiser eu trago alguns Diabretes da Cornualha e expulso todos daqui, na hora –eu ri da sua proposta boba.


–Não, não precisa.


Continuei minha conversa animada com Dominic até ele ter que se retirar. Mas não fiquei sozinha por muito tempo, todos queriam me cumprimentar e confesso que não tive sossego até todos terem ido embora. Só sobramos eu, Scorpius e Joe. Me senti finalmente aliviada com aquilo. A pequena dormia nos braços dele e eu sorri com aquela cena. Scorpius estava sentado no sofá sorria para a bebezinha em seu colo. Ela dormia tão serena mente. Ele se levantou para levá-la para o quarto, mas a pequena abriu os olhinhos e deu uma de suas risadas animadas.


Ele me olhou por um tempo com o sorriso nos lábios. Senti meu coração bater descompassadamente. Joe balançou as mãozinhas e fez com que a atenção dele voltasse para ela. O vi começando a contar uma história para a Joe que levantava as mãozinhas a todo momento enquanto ele a levava para cima. Eu apenas os observei por um tempo e voltei minha atenção a bagunça que estava ali.


Eu não estava com a minha varinha, eu nem ao menos sabia onde estava. Aquele meses na clinica haviam mudado tanto meus hábitos que nem ao menos notei quando comecei a recolher todas as coisas que estavam fora do lugar. Não estava tão desarrumado assim, mas gostei de mexer em tudo, gostei de ver minha casa outra vez.


A enorme estante da sala agora ostentava outros porta–retratos.  O primeiro era de Joe com o mantinho que lembrava o céu estrelado. Seus olhos azuis pareciam brilhar e tive que concordar, se estivesse com os olhos fechados poderiam dizer que ela era igualzinha a mim, na foto ela balançava as mãozinhas como se chamasse alguém. Havia outra, onde Scorpius a segurava no colo e os dois sorriam para a câmera.


Olhando para todas aquelas fotos nem sabia como Joe ainda me reconhecia... Se é que ela reconhecia. Eu queria estar bem, por ela, por Scorpius... Por mim. Limpei as lágrimas e voltei a arrumar tudo. Quando estava cada coisa em seu devido lugar eu subi. Fui até o nosso quarto e a cama estava arrumada, as janelas abertas e não havia sinal de Scorpius.


Tomei um banho longo e demorado, minha mente trabalhava furiosamente. Eu pensava no que conversaríamos, pensava em como seria voltar agora e ver tudo que eles haviam feito nesses meses em que eu estava trancada naquela clinica. Sai do banheiro  e fui direto para o closet, escolhi uma das minhas antigas camisolas. Estranhei a demora de Scorpius, mas ao chegar no quarto de Joe só consegui sorris com a cena.


Na poltrona lilás que havia no quarto Scorpius dormia profundamente e em seu colo Joe também dormia. Ela estava no peito dele e os braços dele  a abraçavam. Me senti como as mães dos filmes trouxas que eu via. Tentei não fazer barulho ao procurar a câmera que ficava sempre no quarto de Joe –para aqueles tão esperados momentos, como a primeira palavra, a primeira vez que ela andasse... –eu  a achei em cima de um dos livros e registrei aquele momento.


Se eu tivesse sorte seria uma foto só minha. Como se eu pudesse guardá-los assim para o resto da minha vida. Uma corrente de ar fez com que eu saísse do meu estado de admiração de pai e filha e fechasse a janela. Eu não queria que Scorpius dormisse naquela posição e não queria que Joe acordasse. Ri quando notei que eu não sabia o que fazer com eles dois.


–Scorpius ? –o chamei, ele abriu os olhos castanhos e me olhou um pouco atordoado.


–Ross...


–Você podia ir dormir no quarto e colocar a Joe no berço... –eu sugeri com um sorriso nos lábios. Scorpius assentiu e levantou sem acordá-la. A colocou no berço e olhou por um tempo.


–Durma com os anjos minha pequena e olhe sempre para as estrelas...


–...Elas sempre te guiarão –eu completei.Era uma oração bruxa tão antiga que eu me perguntava onde Scorpius havia aprendido. A primeira vez que a li foi em um dos livros de mamãe, mas a primeira vez que eu a ouvi, provavelmente eu nem sabia o que estava sendo dito. Mamãe amava falar aquilo para mim.


Scorpius me estendeu umas das mãos e eu a segurei. Fui até ele e gostei de ter seus braços ao redor do meu corpo. Me sentia tão protegida com ele. Ficamos algum tempo ali, apenas admirando nossa pequena princesinha dormir, o mundo poderia acabar que eu me sentiria em paz.


–Vamos dormir –ele disse beijando minha testa.


–Vamos...


Nós não conversamos. Apenas me deitei sobre seu peito e adormeci. Não tive pesadelos aquela noite. Pra ser sincera eu até sonhei. Sonhei com nuvens branquinhas, anjos que me sorriam a todo instante e com eles dois. Não sei dizer por que, mas foi o melhor sonho que tive na vida. Eu sabia, eles sempre estariam lá por mim...


 


 


Acordei sem saber onde estava, havia dormido tanto tempo em outra cama que até desconhecia a minha. Ouvi e vozes e tentei reconhecê-las, uma delas era masculina e muito animada, fechei os olhos novamente quando ouvi que se aproximavam. Ouvi a voz alta de Kalshe dizendo que estava pasma com aquilo. Aquilo? Mas só entendi quando ela deu um gritinho de guerra.


–Ataquem! – abri os olhos e vi três mulheres e um homem se jogarem em cima da minha cama, sem contar as crianças, que realmente estavam em cima de mim. Joe era uma delas.


–Merlin isso é que é recepção Rose! –Nina brincou animada.


–Não, recepção vai ser o que vamos fazer mais tarde –Roxi disse.


–O que vieram fazer aqui? –perguntei animada.


–Te levar pra sair, oras!


–Está quase sendo uma tradição sair toda segunda da semana para levar as crianças para se divertirem, e finalmente você está aqui Ross! –Nina falou e Kalshe se levantou para dar aquela tão atenciosa olhada que ela dava no meu guarda roupa sempre que podia.


–Acha que está com o mesmo peso de antes de estar grávida... ?


–Que pergunta Kal! É só olhar para ela –Caio falou. E eu ri. Ele foi até o meu closet também e começaram a fuçar até Caio gritar escandalizado nos fazendo parar.


-Oh Meu. Merlin. Rose. Weasley... O que é isso? –ele tiro um longe vestido do guarda roupa e fez com que nos olhássemos sem entender.


–Tido! –Meg falou e nos olhamos para a pequena Potter que começou a falar alegremente –Tido! Tido! Tido!


–Oh queria você falou –Nina falou abraçando a pequena menina –James vai ter um surto, ele havia ensinado tantas vezes ‘Papai’ e ela acabou dizendo vestido...


–Quem vai ter um surto sou eu –Caio falou e nossa atenção se voltou para ele


–O surto seria por que... ?


–Você já viu de quem é esse vestido... ?


­–Não –falei sinceramente –, não lembro... Eu ganhei de aniversário de há uns meses, mas ainda não vesti. Não achei a ocasião perfeita...


–Ocasião perfeita? –os olhos dele se encheram de água e então eu fiquei preocupada. Deixei Joe um pouco de lado, ao lado das meninas na cama e me levantei.


–Caio estou ficando preocupada...


–Você falou ocasião perfeita...


–Claro, é um dos vestidos mais perfeitos que já ganhei e não vou desperdiçá-lo usando em qualquer lugar.


–Está certa Rose... Se Mabi der uma olhada nesse vestido... Ela enlouquecerá.


–Vocês acham mesmo esse vestido... ?


–Perfeito, mas porque o espanto Cah?


–Eu fiz! –Caio disse e então nós rimos.


–Não sabia que desenhava Caio –falei e ela deu um sorrindo voltando a se sentar na cama.


–Não é só isso que você não sabe –ele piscou e eu ri. Ele voltou a se levantar e começou a vasculhar meu closet para achar algo apresentável para que eu saísse.


 


 


–Como foi seu dia? –Scorpius perguntou assim que nos sentamos na sala de jantar para comermos. Eu havia alimentado Joe alguns minutos antes, mesmo sem muito jeito e agora estamos ali. Ela estava na cadeirinha brincando com a banana amassada enquanto nós jantávamos.


–Foi... Normal. E o seu? –perguntei.


–Foi muito bom, almocei com Alvo, Haniel e James –ele disse sorrindo –abri um bom restaurante perto daquela sua loja predileta...


–Serio?


–Sim... Eu fiz uma reserva...Para jantarmos lá amanhã ...


–E a Joanne... ?


–Ah sim, ela tem uma babá. Nice. É uma garota trouxa, ela mora aqui na rua. Quando eu sabia que iria chegar tarde em casa eu ligava para que ela ficasse aqui com Joe. É uma boa garota, fiz uma boa amizade com os pais dela.


–Me conte mais...


–Os pais da Nice, Victor e Ari são ótimas pessoas, eles me ajudaram bastante... Eles têm uma filha pequena também e me falaram da creche que ela frequenta.


–Joe está frequentando uma creche?


–Está. É uma ótima creche. Desde os 4 meses... Eu não te contei porque...


–Por favor, Scorpius... Apenas me conte tudo, estou curiosa –falei deixando meu prato de lado para escutar tudo que ele tinha a dizer.


–Joe entrou na creche e mesmo tendo só alguns meses cativou muita gente... Ela puxou a você a e Hermione... Com 8 meses parece até que tem mais. –a olhei por alguns instantes, ela levava a colher a boca e de vez em quanto sorria pelas fotos ela parecia comigo e com mamãe... Apenas os olhos azuis a tornava diferente –Então todas as mulheres da vizinhança já a conhecem, conhecemos quase todas as famílias.  São 5 no total, pelo menos nessa área. Os pai da Nice, família Rort, os que tem uma garota da idade da Joe, Família Muller, Os Consuelo que são os mais animados , os Evans, que são a família que mora no final da Valentim e tem os Valentim.


–Quem são esses ‘Valentim’.


–A família da Mirax...


–Eu não lembrava... Pra ser mais sincera, acho que irei ver Mirax amanhã... Não a vi hoje...


–Eu disse a ela que não viesse. As meninas disseram que passariam aqui, então achei que fosse passar o dia na rua...


–E passamos.


–Nana –Joe falou e Scorpius sorriu.


–Essa não é a primeira palavra dela é... ?


–Não, não é!


–E qual foi a primeira palavra dela... ?


–Rose...


–Qual foi Scorpius? –Respirei fundo. Ele olhou para Joe antes de responder :


–Mamãe.


Senti as lágrimas arderem meus olhos e me levantei rapidamente e sai da mesa. Scorpius chamou meu nome, mas eu já estava fora de casa, havia saído pela porta de vidro da sala. Praticamente corri pelo jardim até o lugar especial que Scorpius havia feito para mim e para Joe. Minha cabeça estava doendo e a minha vontade era sumir. Eu sabia que havia perdido todos os primeiro momentos da vida dela, mas saber que a primeira palavra que Joe havia dito era ‘Mamãe’ mesmo eu não estando presente, doía.


 Era como se eu ouvisse uma voz em minha mente dizendo que eu havia fracassado. Eu deveria estar bem para cuidar dela, mas não estava e Scorpius havia feito isso por mim, o tempo todo. Não precisei olhar para ver que ele se aproximava. Como se houvesse corrido tanto quanto eu. Não o olhei, apenas continuei ali encolhida olhando para o lago.


–Por favor não diga nada –falei e ele se sentou ao meu lado...


–Eu tenho que dizer. Não foi sua culpa, você estava doente, você estava sofrendo mais do que tudo eu sei Rose. Não posso te culpar e queria que não se culpasse. Você está aqui e é isso que importa não é mesmo ? Eu não aprendi a cuidar dela em um dia e com certeza não aprenderá em um dia também, mas vai aprender e eu vou estar aqui o tempo todo, estaremos juntos até o fim nisso ok ? –Ele me olhou carinhosamente e eu não resisti, o abracei deixando que as lágrimas caíssem.


 


–Repassando, 8 da manhã ela vai para a creche, sai de lá 17h00min, se não estivermos em casa ela fica com a babá... ?


–Isso ai. Agora venha, iremos juntos levá-la.


Assenti e terminei de me arrumar. Scorpius me levou para me mostrar como se arrumava um bebê. Era tão estranho notar que meu marido sabia fazer aquilo tudo de maneira tão fácil... Enquanto eu nem ao menos sabia direito por onde começar. Quando Joe estava pronta e com a farda  nós fomos para o carro. A viagem até a creche foi curta e pelo caminho Scorpius ia me mostrando tudo. A tal padaria onde tinha o melhor sonho de Valentim, me mostrou a casa de Mirax, a casa de Nice e finalmente a Creche.


–Não sei se quero sair do carro –falei a ele quando notei todas aquelas mulheres ali,elas estavam tão animadas e pareciam estar tão familiarizada com aquilo tudo que tive medo.


–Tudo bem –Scorpius tirou Joe da cadeirinha abriu a porta do passageiro e eu a peguei no colo.


–O que eu digo...? –Perguntei me sentindo idiota.


–Só diga que virá buscá-la e que tenha um bom dia Rose...


–Virei buscá-la mais tarde querida, tenha um bom dia. –falei lhe dando um beijo na testa e ela sorriu tocando meu rosto.


–Mamãe! –sorri e deixei que Scorpius a levasse.


O vi cumprimentar muitas das mãe na porta da creche. Ele levou Joe até lá a abraçou e a deixou com uma moça que provavelmente deveria ser uma das colaboradoras que da creche.Voltou para o carro com um grande sorriso e saiu rápido. Vi algumas mulheres olhando para o carro tentando ver quem estava no carro, graças a Merlin eu havia pedido janelas com vidro fumê, odiava saber que alguém poderia ficar olhando para o carro em que eu estava dentro.


–O dia é nosso –ele sorriu –que tal uma visita ao melhor afilhado do mundo pra começar ?


–Claro –sorri e pisquei para ele que começou a dirigir com um sorriso nos lábios.


Scorpius ligou o rápido do carro , estava tocando uma musica romântica de alguma cantora americana eu mesma fiz questão de mudar a estação. Parecia que não havia uma musica realmente boa, quando já estava quase desistindo uma musica me chamou atenção e eu olhei para Scorpius rapidamente. Era Sllep de Allen Stone e havia acabado de começar.




Passar minhas noites uivando para a lua,


Nunca acordar antes do meio dia,


Quando o sol, levanta-se,


Oh, ele sempre sobe em breve,


Porque eu passar minhas noites uivando para a lua, sim,


Scorpius começou a cantar a musica com animação enquanto eu batucava no carro. Estava me balançando , aquela musica era muito animada. Me lembrava os tempos antigos onde eu era apenas Rose, não a Rose que parecia a todo momento precisar de atenção e ajuda.


 


Eu nunca consigo dormir, dormir, dormir,


Não, eu só chegar, rea-, alcance,


Eu posso sentir isso nas pontas dos meus dedos,


E sentir o gosto na ponta dos meus dentes,


Então você vê porque eu nunca consigo dormir,


–Canta– ele pediu. E isso foi estranho. Em outros tempo ele não precisaria pedir para que eu cantasse eu faria isso mais animadamente possível e naturalmente.


–Está bem... Vou ver se me lembro da letra –menti descaradamente. Sleep sempre seria uma das minhas musicas prediletas e a letra dela não saia da minha cabeça.


 


(Eu não consigo dormir,


Não sei por que,


Eu não consigo dormir,


Não sei por que,


Eu não consigo dormir,


Não sei por que,)


A musica no rádio voltou a cantar, mas nem eu nem Scorpius cantávamos, ele olhava para a pista e eu fingia olhar para a paisagem. Eu me sentia pronta para cantar ,na verdade não me sentia feliz o suficiente para isso .Nos meses que passei na clinica descobri que minha depressão havia chegado antes mesmo de Joe nascer e por isso eu estava do jeito que estava. Era aquela maldita mistura de emoções.


 


Passar a minha noite atirando para as estrelas, sim,


Tentando mudar o mundo com esta guitarra,


E eu sei que é um tiro no escuro, mas está funcionando até agora,


Então eu passar minhas noites atirando para as estrelas, hey,


Scorpius voltou a cantar eu parei de prestar atenção no que ele cantava e apenas fiquei olhando o nada, mas pensando em tudo. Nem ao menos notei quando chegamos a casa de Kalshe e Alvo. Eu desci junto com Scorpius e ele apertou a campainha trouxa. Uma mulher morena e com um belo sorriso nos lábios atendeu.


–Bom dia, Scorpius! –Ela disse liberando a entrada para que nos passássemos.


–Bom dia Lucia, quem tá em casa ?


–Sr. Potter acabou de sair e a Senhorita Melling...Está no quarto.


–E o Nico onde está... ? –Eu o estava preparando para levar para a Creche senhor...


–Ah sim, podemos vê-lo antes de ele sair ... ? –Perguntei e ela sorriu.


–Ah sim senhorita...


–Ah, desculpe Lucia. Essa é a minha esposa Rose –eu falei e ela abriu um grande sorriso e me abraçou.


–Ah, fico feliz que a senhora esteja bem agora , vou buscar o Nico...–ela saiu e voltou logo depois com o loirinho no colo.


–Ah Nico, você está mais lindo que ontem querido –falei o abraçando e ouvi o riso de Kalshe.


–Isso é que dá ser madrinha coruja, como estão ?


–Muito bem, só passos aqui para ver essa coisa linda –falei segurando Nico em meus braços –mas não vamos atrasá-lo para  a creche não.


–Eu estou indo para o trabalho... Meu dia infelizmente está cheio. E ele ainda resolve lembrar que no fim de semana é aniversário do Nico – o ‘ele’ de Kalshe foi especifico. Alvo havia dito.


–Vocês vão fazer algo... ? –Perguntei e Kalshe assentiu.


–Sim, sim. Mas te conto isso amanhã, agora preciso ir –ela me beijou o rosto depois Scorpius e pegou Nico no colo –vai sentir saudades da mamãe ?


–Si mamãe!


–É assim que se fala garotão. –Então Kalshe se foi.


Eu e Scorpius passamos apenas mais um tempo ali e logo depois saímos. Voltamos para o carro.


–E agora para onde vamos?


–Londres... Quero resolver umas coisas e almoçar com você!


–Ótimo!


 


O restaurante novo era totalmente diferente do nosso restaurante preferido –A magia do amor –mas era tão aconchegante quanto. A recepcionista foi agradável e nos sorriu e a cada pessoa nos atendia com o mesmo carinho e dedicação. Havíamos acabado de almoçar e eu estava me sentindo muito bem. Tomei uma sopa de legumes e um ensopado de lagosta.


–Então o que achou... ?


–É maravilhoso –Sorri. –E o atendimento até consegue superar o meu maravilhoso ensopado de Lagosta –Ele riu algo e segurou minha mão sobre a mesa.


–Scorpius! –Meu sorriso se apagou do meu rosto e eu me virei para ver aquela maldita medica vir até nossa mesa sorrindo –Como você está ? –ele se levantou para cumprimentá-la.


–Oi Amanda, estou ótimo e como você está ?


–Melhor agora que te encontrei... –eu simplesmente não conseguia acreditar naquilo. Ela estava mesmo paquerando meu marido na minha frente... ?


–Oi Carry! –me pronunciei e ela sorriu falsamente.


–Oi Weasley...


–Malfoy se não se importa.


–Ah meninas, nada disso. Rose e Amanda. É tão melhor ser chamado pelo nome...


–Como está Rose, soube que estava em uma clinica...


–Anda muito bem informada Amanda, mas estou aqui não é mesmo ?


–É o que parece. Tenho que ir Scorpius... Nos vemos depois. Até a vista Rose Weasley! –Maldita! Maldita! Maldita! Falei mentalmente enquanto Scorpius se despedia dela.


–O que foi aquilo ?


–O que foi aquilo perguntou eu, Scorpius! Ela estava dando em cima de você descaradamente.


–Claro que não Ross...


–Não ache que sou idiota. Ela deu em cima de você como se eu não estivesse aqui.


–Rose, podemos não estragar isso ? –Ele falou e eu me mexi desconfortavelmente na cadeira.


–Me desculpe. E agora aonde vamos mesmo ? –ele sorriu para mim e começou a falar sobre tudo.


 


 


A tarde havia sido especial, Scorpius e eu andamos por muitos lugares, mas o melhor de tudo foi que conversamos tanto que eu achava que estava tudo bem. Eu nem lembrava mais que havia ficado 8 meses dentro de uma clinica porque agora eu sabia de tudo que havia acontecido com minha filha e com meu Scorpius. Assim que deu 4 horas voltamos para Valentim.


Scorpius havia acabado de estacionar o carro no estacionamento da creche quando eu desci do carro. Estava olhando todos os lugares possíveis, as arvores que rodeavam a creche, o pátio cheio de brinquedos e a fachada daquela instituição.


–Eu vou buscar a Joe, quer vir ? –ele perguntou e eu olhei em volta.


–Scorpius...


–Ok. Eu vou. Qualquer coisa é só ir direto e virar a esquerda. –ele explicou e foi buscá–la.


Continuei ali. Passaram–se meia hora e nada de Scorpius e Joanne. Eu fiquei preocupada e fui até onde eles deveriam estar. O que encontrei foi um aglomerado de mulheres e crianças. Scorpius não estava em lugar algum. Fiquei olhando para tudo aquilo com um aperto no coração. Duas das mães se encostaram ao meu lado, enquanto eu o esperava. E quase meia hora depois ele surge, com Joe no colo. Muitas mulheres começaram a falar e umas até o pararam para conversar. As do meu lado se mexeram bastante até a que estava do meu lado esquerdo se pronunciar.


–Está vendo aquele homem?


–Seria meio impossível que ela não visse, a não ser que tenha problemas nas vistas –A do lado direito alfinetou.


–Pare de ser intrometida Agnes...


–Você que pare de ser...


–Afinal o que tem o homem ? –As interrompi curiosa.


–Ah sim. Scorpius Malfoy, o homem traz e leva todo dia a pobre criança. Desde que me lembro de sua presença aqui é assim. –A do lado esquerdo falou.


–E o que tem de errado nisso ? –Perguntei um pouco irritada.


–Ora essa, olhe em volta querida. Esse é o mundo das mulheres, se um homem traz sua filha ou ele quer flertar com todas as professoras e mães de alunas...


–Ou... ? –Instiguei.


–Ou ele está desesperado –A que eu ainda não sabia o nome falou.


–Desesperado ?


–Isso. Desesperado. Ouvi dizer... Na verdade a babá dele é filha de uma de nossas vizinhas e me disse que não há presença de mulher naquela casa.


–Como ? Ele é casado...


–Claro que é. Mas creio eu que a esposa do homem tenha o abandonado assim como fez com a filha. Que mulher odiosa essa, não me olhe com essa cara Gertrudes –Agnes disse –só estou exteriorizando o que todas aqui querem falar. Como será que pode abandonar a família dessa maneira ? –Ela perguntou. –Com um homem desses eu não arredaria o pé de casa, se eu estivesse de frente com a senhora Malfoy eu a diria tantas verdades...


Ela não teve tempo de falar nada pois Scorpius saiu do aglomerado com Joe e a colocou no chão a segurando enquanto vinham em nossa direção. Eles sorriram e eu não contive um grande sorriso. Scorpius parou um pouco antes de chegar onde estávamos e deixou que Joe andasse até mim, foi estranho e confuso. Porque não a deixei completar o percurso. Estava com medo que se machucasse e por isso a carreguei no colo. Agnes e Gertrudes me olharam um tanto chocadas e logo depois me olharam envergonhada.


–Se quiser dizer as verdades eu ainda estou aqui! –Falei e a senhora enrubesceu.Senti vontade de rir, mas apenas voltei para o carro com Scorpius.


–O que foi aquilo... ?


–Suas colegas de espera acham que você é um belo homem e que vai para a creche ou flertar com todas as mulheres que passam ou porque está desesperado... ?


–Desesperado... ?


–É, desesperado. Agora vamos para casa ?


–Está se sentindo bem ?


–Estou – Falei mesmo morrendo de dor de cabeça e sono.


Eu coloquei Joe na cadeirinha. E voltei a me sentar ao lado dela. Peguei no sono antes mesmo de chegar em casa e acordei com as mãos pequenininhas dela acariciando meu rosto. Joe me olhava com seus lindos olhos azuis como se fosse a coisa mais linda do mundo. Eu a amava muito. Disso não tinha duvida alguma, mas eu via o que todos pareciam não ver. Joe e Scorpius estavam se virando muito bem sem mim.


–Eu te amo muito meu anjo –falei sorrindo. Enquanto a carregava para dentro de casa. Scorpius entrou meia hora depois com um sorrisinho amarelo no rosto.


–Rose...?


–O que aconteceu... ?


–Teremos que adiar o nosso jantar dessa noite.


–O que houve Scorpius... ? –Perguntei mais uma vez.


–Problemas no trabalho, tenho que ir a uma missão. Não posso demorar muito –ele disse se aproximando de Joe e lhe dando um beijo na testa –Até mais minha querida. –Até mais amor –ele se aproximou de mim e eu senti meu coração bater mais forte. Seus lábios tocaram os meus docemente.


–Até mais...–Falei assim que ele se afastou e olhei para Joe –Somos só nós duas querida.


A campainha tocou antes mesmo que eu pudesse pensar no que faríamos. Carreguei Joe e fui com ela até a porta abrir para quem quer que fosse. Abriu a porta e dei de cara com uma adolescente loirinha de olhos azuis e um sorriso bonito no rosto. Ela me olhou como se me conhecesse, mas não se lembrasse de onde.


–Boa tarde –ela disse calma –  eu sou Nicete Rort, mas todo mundo me chama de Nice.


–Ah sim, boa tarde e entre Nice...–ela entrou e ficou olhando um tempo para mim e para Joe que sorria para ela daquela maneira adorável que só ela sabia fazer.


–O senhor Malfoy...


–Ele teve empecilhos no trabalho, mas já que está aqui nos faça companhia. Ah, a propósito, eu sou Rose Malfoy –falei apertando a mão dela e a garota sorriu.


–Ah senhora Malfoy...Eu sabia que já havia visto em algum lugar. –ela apontou para as fotos na sala, algumas que não se mexiam agora porque ela estava presente e outras porque eram de câmeras trouxas. –É muito bela.


–Ah obrigada querida. Você que é. Me lembra uma amiga –falei sorrindo. Nice parecia realmente um pouco com Mabi.


–Obrigada senhora...


–Por favor, só Rose. Assim eu me sinto velho –brinquei –Sabe de uma coisa ? Acho que vou fazer o jantar...Faz um tempo que não faço o jantar. O que quer comer ?


–Ah eu não...Pode escolher se quiser Rose.


–Vou ver o que tem aqui –falei indo em direção da cozinha. Abri a enorme geladeira... –Droga! Droga! Droga!


–Rose ? –Nice me chamou da sala.


–Ah, estou aqui Nicete. É que... Eu simplesmente não sei o que fazer –Falei sorrindo –Ah achei algo!


–O que ? –ela se aproximou com Joe.


–Pra nós duas sopa de camarão... Você come camarão... ?


–Como sim.


–E para Joe uma sopa apenas com legumes...


–Parece bom.


–Então vou colocar a mão na massa.


Eu as deixei na sala brincando enquanto assistiam um desenho animado e voltei para a cozinha. E fiz as sopas. Nunca havia provado uma sopa de camarão, mas pelo cheiro parecia delicioso. Fui para a sala ver como as meninas estavam e vi Joe bater palmas com um dos episódios de ‘Pica–Pau’ onde uma bruxa perdia sua vassoura e misturava todas as vassouras normais a dela. Ela ria e dizia ‘Buxa’


–Ela ama esse episodio Senhora M. –Nice disse e eu ri. Até mesma esqueceu de me chamar de Rose, mas eu sorri.


–Lá vanós –ela falou e eu ri. Era o que a bruxa falava a cada vez que “experimentava” uma vassoura : Lá vamos nós.


–Quando terminar o episodio poderemos jantar.  –Me sentei ao lado delas e ri assistindo a minha pequena rindo com o desenho.


Quando acabamos de ver o desenho nos acomodamos na mesa da cozinha. Fiquei ao lado de Joe enquanto colocava um pouco daquela sopa com pedaços amassados das verduras. Ela mesma pegava a colher e comia com um sorriso satisfeito no rosto.


–Isso está uma delicia Rose.


–Obrigada. Eu não sou muito boa na cozinha, mas quando eu estava na... Eu aprendi –Resolvi não falar da clinica. Eu sempre aprendia algo novo na clinica, eles fazia questão de que as pessoas saíssem de lá com algo em mente : Aprender coisas novas é sempre bom e continuar tentando até que fiquem boa é melhor ainda.


–Mamãe –Joe me chamou com uma voz chorosa e eu fui até ela.


–O que foi minha querida... ?


–Dói mãe...


–Onde meu anjo ? –Eu perguntei notando que Joe parecia estava ficando inchada. – Ai meu Deus, ela deve ter alergia a alguma coisa... O que...–Eu não conseguia pensar direito, Nice que estava sentada até pouco tempo se levantou e foi correndo até o telefone, eu tentava me acalmar e olhava minha pequena bebezinha ficando de cor estranha.


–Rose, a ambulância está vindo... –Ela me encontrou parada na frente de Joe sem saber o que fazer –está bem ? –Ela perguntou mais logo saiu do meu campo de visão.


–Eu ... Oh Meu Merlin. O que está acontecendo com ela ? –A peguei no colo.


–Mamãe...


–Eu não sei...Eu não sei o que fazer –A olhei nos olhos começando a chorar –Ó querida me perdoe...Eu...Eu...


–Chegou! –Nice voltou esbaforida e eu levei Joe até a o carro parado na frente da porta. Nice me entregou um celular –O numero do Senhor M. está aqui Senhora M.


–Obrigada Nice...Obrigada! –Falei entrando na ambulância.


Eu senti tanto medo, eu vi um dos enfermeiros examiná-la enquanto minha pequena segurava minha mão fortemente. Eu estava apreensiva, estava chorando e não sabia o que fazer. Minhas mãos tremiam e meu coração batia descompassadamente, acho que foi o momento mais aterrorizante da minha vida. Quando Joe fechou os olhos minhas lágrimas ficaram mais fortes ainda e eu juro que gritei. Um dos enfermeiros tentou me dar um calmante, mas eu não quis.


–O que ela... Meu bebê...


–Senhora, precisamos que fique calma para responder as perguntas.


–Eu...


–Só se acalme –ele falou e me olhou com pena – Qual o nome dela ?


–Joanne Katlen Malfoy –falei.


–Quantos meses ?


–8 meses...Perto dos nove.


–Ela tem alergia a alguma coisa...Um remédio, uma fruta, um legume ?


–Não...Eu não sei! Eu...O pai dela, ele que vive, ele que cuida dela eu não sei. –Olhei para o celular e liguei para Scorpius.


–Alô –Ele disse com a voz calma.


–Scorpius... Sou eu, Rose. Aconteceu uma coisa... –Falei com a voz chorosa.


–O que houve Rose... ?


– Eu estava com a Joe e recebia a visita da Nicete e então fiz uma sopa...Mas a Joe começou a passar mal e ... –Falei chorando enquanto mais uma vez via o enfermeiro ficar nervoso comigo.


–Não entendi uma palavra que disse querida, fique mais calma ok ? Respire fundo, o que houve ?


– Eu estava com a Joe e recebia a visita da Nicete e então fiz uma sopa...Mas a Joe começou a passar mal e –Falei mais calma , ou tentando parecer –agora estamos indo em uma ambulância para um hospital...


–Hospital Central Senhora –O enfermeiro falou e eu dei o celular para ele. –O Hospital Central. Sim. Isso ai. O senhor sabe se ela tem alergia a algo... ? Ah sim. Nossa. Obrigada senhor –ele desligou o telefone e eu voltei a chorar –Vai ficar tudo bem Senhora Malfoy, apenas se acalme. Mas eu não me acalmei, a cada palavra proferida por cada um deles desde que fomos para o Hospital eu sentia como se um punhal estivesse sido enfiado em meu peito.


 Se Nice não houvesse ficado...Se não tivesse me dado aquele celular para que pudéssemos ligar para Scorpius provavelmente Joe estaria morta... Tremi ao pensar naquilo. Eu não era uma boa mãe. Eu não havia ficado perto dela quando ela mais precisou de mim, eu havia a rejeitado , eu não a merecia. Não merecia Scorpius, não merecia ser quem eu era. Deixei que mais lágrimas me dominassem enquanto íamos para o hospital. Quando chegamos eles levaram Joe para uma quarto e apenas aplicaram um soro com um tipo de antídoto para a alergia.


Ela dormiu e eu fiquei ao seu lado a olhando. Me senti pior do que antes. Eu não os merecia mesmo. Mais uma vez deixei que as lágrimas rolassem pelo meu rosto e só notei que não estava sozinha quando Scorpius tocou meu rosto. Ele dizia com os olhos que não era minha culpa, mas eu sabia que era. Antes de eu voltar eles não havia sofrido nada, eu ... Não consegui me conter. Enquanto Scorpius olhava Joe eu sai do quarto e fui para o pátio.


Me sentei em um dos bancos e voltei a chorar. Sentia toda a melancolia, que eu havia levado 8 meses para curar, voltar. Senti um cheiro inconfundível de cigarro e notei a mulher loira se sentar ao meu lado. Ela tentou sorrir para mim, mas seu sorriso se transformou em uma careta e ela apenas e ela me abraçou de lado.


–Não se culpe.


–Desde quando você fuma ?


–Desde que você entrou na clinica. Fiquei nervosa por tanto tempo que a única coisa que conseguiu me acalmar foi isso.


–Poderia me dar um...


–Rose...


–Kalshe... –Ela me olhou relutante, mas cedeu ao meu olhar e me entregou um cigarro. Eu o acendi e depois de duas tragadas me senti menos nervosa, mas odiei aquele cheiro e aquela sensação falsa de calma.


–Comece... –Ela disse enquanto eu dava outra tragada não cigarro.


–Não posso mais. Eu nunca pude. Meu Merlin. Se houvesse acontecido algo mais grave com a Joe eu não sei se conseguiria viver. Ela é a minha vida Kal, mas eu não posso cuidar da minha pequena. Eu não sou uma boa mãe, eu sei disso. Todo o medo e angustia que eu senti há meses atrás voltaram e eu não posso atrapalhar eles dois, Scorpius e Joanne estão bem sem mim. Fico feliz em vê-los feliz, mesmo sabendo que não posso compartilhar da mesma felicidade que eles. Não vou deixar que Scorpius me convença porque até mesmo uma pessoa como eu, sabe seus limites.


–Não acha que está sendo precipitada ?–Kalshe perguntou quando eu terminei de falar. Ela sabia que não poderia me persuadir a fazer o contrário por isso nem ao menos tentou. Ela me conhecia o bastante para saber que eu não voltaria atrás na minha decisão.


–Não. Você também é mãe, se soubesse que o Nico poderia viver melhor sem você por perto, ficaria mesmo sabendo que não seria a melhor mãe do mundo para ele ?


–Não. –A ouvi dizer – Mas você é uma ótima mãe Rose...Quando eu estava com medo por causa da gravidez e de não ser uma boa mãe, você me mostrou que eu poderia ser uma boa mãe. Você é uma boa mãe. Pelo amor de Merlin, não faça com que ele te odeie.


–Vou arrumar minhas coisas quando chegarmos em casa e falarei com ele. Sei que parece uma bobagem ir embora por causa disso, mas não dá Kal. Eu sai daquela clinica ciente de que muitas coisas estariam mudadas, mas não achei que seriam tantas. Até a babá adolescente da minha Joe a conhece melhor que eu –Eu ri, mas foi um riso tão frio que me fez parar assim que o ouvi –Não quero que ele saiba...


–Não direi nada, mas Rose...


–Sim... ?


–Espere uns dias. Ou melhor, converse com Scorpius antes. Seja qual for à decisão...Ele te ama.


–Droga! Eu não sei o que fazer...Quer dizer eu sei o que fazer, mas não sei se posso. Scorpius é ultima pessoa do mundo que eu quero magoar. Sabe o que eu ouvi hoje ? Duas das mães da creche da Joe...Elas falaram coisas horríveis sobre mim e nem ao menos sabiam quem eu era. Scorpius precisa de alguém que não seja eu. Alguém que não tome calmantes e que não pense em abandonar a própria filha antes mesmo da primeira amamentação.


–Eu queria tanto poder gritar com você! –Kalshe falou me olhando seriamente. –Sabe que está errada, não sabe ? Mas não vê isso. Rose, se você os deixar será sua ultima chance com eles. Vai mesmo arriscar isso ? –Dei a ultima tragada no cigarro e me levantei.


–Vou! –Limpei a ultima lágrima e respirei fundo. Kalshe balançou a cabeça, mas se levantou também e segurou minha mão.


–Espero que saiba o que está fazendo Ross. –Me abraçou e eu fechei os olhos.


Quando finalmente nos soltamos voltamos para o quarto onde Joe estava com Scorpius de mãos dadas. Ele sorriu quando nos viu. Kalshe entrou e ficou ao lado de Joe, enquanto eu apenas o olhava  do lado de fora do quarto. Scorpius veio até mim e me abraçou. O abracei contendo minha lágrimas e sorri.


–Ela está de alta, podemos voltar para casa agora –ele falou e Kalshe me olhou.


–É, acho que a Joe poderia passar um tempo lá em casa...Para vocês poderem... Conversar melhor –Kalshe falou e Scorpius a olhou estranhamente, sem entender porque estávamos nos olhando assim.


–Está bem. –Ele apenas concordou.


Fomos nós quatro de carro até o apartamento de Kalshe e ela ficou com Joe. Eu e Scorpius seguimos no mais profundo silencio. O caminho para casa pareceu uma eternidade, meu coração doía em pensar em como ficaríamos depois disso. Eu temia tantas coisas que no momento em que o carro parou eu o olhei seriamente, mas nada disse. Apenas sai do carro e entrei em casa,quando a porta da entrada bateu eu o olhei apreensiva.


–Scorpius, precisamos conversar!


 


***


–VOCÊ TÁ LOUCA? –A arvore que agora parecia em um nível máximo de histeria gritou comigo.


–Não...Por quê ?


–Como pode parar nessa parte critica sua insolente. Agora continue essa história ou se arrependerá amargamente por isso –Confesso que reprimi um riso, aquela arvore me lembrava alguém...Alguém muito conhecido.


 


Fim do capitulo 20




N/a: Como estão ? Eu espero que bem. Queria agradecer pelos comentários e fico feliz que estão lendo. Me desculpem caso tenha alguns erros ortográficos no capitulo nem consegui revisar e não tenho mais beta :/

 tamires wesley: Ei Tamires. Não sei de onde tirei esse nome kkkkk sim a familia Weasley reunida é uma coisa... A Kalshe tem medo de um relacionamento serio o Alvo as vezes é imaturo e sente ciumes dela então faz com que as coisas fiqueo do jeito que estão. E ele ainda vai dar uma aprontada...Também acho que não sirvo pra ser mãe kkkkkk mas acho que quando a mulher sente o bebê na barriga dela e começar a querer fazer tudo pra ele e por ele já começa a sentir e saber o que é ser mãe. Ahh que pena flr :/ Acho que a Rose ferra mais as coisas com o Scorpius quando não diz a ele o que está sentindo, quando omite ou esconde algo, ele gosta de sinceridade e gosta que ela jogue limpo, mas ai a Rose dá uma mancada e ele sente que não pode confiar, mas o Scorpius de um certo modo é um cara muito bom, porque tem coisas que ele vai relevar porque ama ela.  Muito obrigada por ler e por comentar :) Beijoos!

 Carolzinha Gregol: Ei obrigada pelo comentário flr... O Scorpius as vezes dá as mancadas dele mesmo, mas ai ele se redime de alguma forma com a Rose. Beijoos!

Trecho do próximo capitulo : 
 


Me levantei lentamente e olhei Scorpius, ele também não sorria. Não sabia se um olhar poderia demonstrar o quanto eu sentia, mas o olhei assim mesmo. Não era um pedido de desculpas mudo, era um pedido de perdão. Voltei a vestir minhas roupas enquanto Scorpius se endireitava, ele não me olhava desolado, mas havia magoa em seu olhar. Muita magoa. Eu estava pronta quando voltei–me para minha varinha e minha mala. Ele se levantou e apontou para porta antes de falar:


 


–Não vá embora Rose! Não sabia por essa porta, se você for eu não irei atrás. Não mesmo!


 


–Por favor Scorp, não torne isso tudo mais difícil. –E o pior foi que ele não tornou. Ele apenas balançou a cabeça desapontado e eu parti. E o mais irônico de tudo aquilo era que eu não queria sair dali, mas precisava.






Beijos, Lana!
 

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Comentários (3)

  • Luhna

    Agnes e Gertrudes parecem nomes de avós chatas e fofoqueiras. Que elas foram. LANAAAAAAAAA, QUE CAPÍTULO É ESSE? QUE TENSO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não faz isso comigo, a Rose NÃO pode ir embora. Eu até entendo o lado dela. Mas ela NÃO tem culpa. Ninguém escolhe ficar com depressão pós-parto e ser internada. E o Scorpius está sendo tão encantador, ela não pode abrir mão de um marido desses! NÃO PODE! Ele vai acabar com aquela loira nojenta e isso seria o fim! E outra: se ela for embora assim, vai ser o mesmo que dizer que desiste do marido e da filha. E eu não culpo o Scorpius por dizer que não vai atrás dela. Acho que eu faria o mesmo que ele em uma situação assim, mesmo que sangrasse e morresse por dentro aos poucos. E me explica: como alguém desiste da própria filha? COMO??????????????????????????????????????????????????????????????????????????????? Lana, a sua sorte é que Salvador fica a uma distância considerável de Minas. Porque se eu estivesse mais perto, ia querer tirar satisfações pessoalmente. E a Kalshe? Como ela deixa a Rose fazer isso e ainda dá cigarro para a amiga? BLARGH, QUE NOJO!!!!!!!!!!!! Ninguém devia fumar, na boa. Só quem perdeu pessoas especiais por causa de cigarro sabe a dor que é. E eu estou com medo de ler o resto da fic. Sério. O Scorpius está sendo tão lindo e amoroso e bom pai, e a Jo também AMA a Rose. Será que ela não VÊ ISSO? Eles a amam. E mesmo com as limitações dela, a depressão e tudo o mais, eles precisam da companhia dela. #profundamentechateada P.S.: me lembrei de duas músicas quando li esse capítulo: "The Outside", de Taylor Swift e "Keep holding on", da Avril Lavigne. 

    2013-07-04
  • Carolzinha Gregol

    Você me pegou de forma completamente desprevinida, os dois assuntos que mais acaba comigo depressão e não se achar suficiente para família que tem, pois tenho os dois problemas. Puta que pariu, estou mal pra burro, eu quero que ela veja que ela esta errada, eu quero dar um tapa na cara da Rose, quero socar a cara dela e falar que ela esta errada, mas não tem como, quando uma pessoa coloca algo assim na cabeça não tem volta e não tem como arrumar. Por favor, não demora para atualizar, se não, eu vou enlouquecer sem saber o que vai acontecer na cena dos próximos capitulos. 

    2013-05-16
  • Carolzinha Gregol

    Estou chorando de soluçar, a Rose precisa de ajuda, urgente, só isso que tenho a dizer, eu pensei que finalmente alguma coisa ia dar certo pra ela, mas tudo sempre dá errado pra ela. Ela esta com medo, mas ao mesmo tempo ela não se acha suficiente pra familia que tem. Não consigo parar de chorar, capitulo divino, por favor, não demora para atualizar :(

    2013-05-16
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