O Mensageiro prateado



O MENSAGEIRO PRATEADO



A escuridão caiu novamente e com ela algo que fez o chão estremecer. Uma chuva de folhas caiu sobre eles e a seguir novamente o som de algo atingindo o solo.


– Estão nos atacando! - Ouviram um auror gritar ao longe correndo em direção à floresta.


– Escondam-se, fiquem no trem! - George disse empurrando-os em direção ao Expresso. Virou-se e correu para a floresta.


Vários alunos ainda gritavam, alguns voltaram para o trem, outros correram sumindo na escuridão. Ficaram parados no mesmo lugar a pouca luz só permitia que visualizassem nove pontos luminosos correndo em direção ao desconhecido.


– O que eram aquelas coisas? Gigantes? - Gina perguntou nervosa.


– Não deu pra ver direito... Acho que não - Luna apontou a varinha para o alto - Perículum - uma chuva de faíscas vermelhas subiu até o manto negro que os cobria e se espalhou.


– Ótima ideia Luna! - Neville disse erguendo sua varinha e fazendo o mesmo, os outros o imitaram.


Vários pontos luminosos, como estrelas, se espalharam iluminando a cena de vermelho.


Quatro monstruosos seres de barro com mais de três metros de altura arrancavam as árvores pela raiz como se fossem grama. Viram os feitiços lançados pelos aurores os atravessar sem causar danos.


– Temos que tirar o trem daqui antes que o esmaguem! - Harry disse correndo para a cabine do maquinista.


– Mas e os trilhos?! - Gina o lembrou. – Retiraram os trilhos!


– Não podemos enfeitiçar o trem? E se usarmos o Locomotor?


– O Expresso é muito extenso, acho que só nós seis não vamos conseguir... mas podemos tentar! - Mione disse apontando a varinha para o trem. No três...1,2...


Locomotor! - Gritaram juntos. Nada aconteceu. Avistaram ao longe os aurores tentando interceptar os galhos e troncos lançados pelos homens de barro, haviam desistido do confronto direto.


– Precisamos de ajuda... - Harry disse apreensivo. Apontou a varinha para a própria garganta e murmurou - Sonorus - virou-se para o trem - Armada de Dumbledore! Precisamos de vocês aqui fora, no primeiro vagão!


Não demorou para que alunos começassem a saltar do trem e correr na direção deles. Contaram nove pessoas: Dino, Simas, as gêmeas Parvati e Padma, Cátia, os irmãos Cólin e Dênis Creevey, Ernesto e Justino.


– Obrigado por terem vindo! - Harry não deixou de se surpreender por terem atendido prontamente ao seu pedido. - Vamos tentar tirar o trem daqui, venham comigo.


Deram a volta no trem ficando do lado oposto ao dos atiradores de árvores.


– Preciso que se espalhem, vamos usar o Locomotor no trem para tentar movê-lo. Vou contar até três... - Os catorze se espalharam do primeiro ao último vagão e aguardaram. Harry  começou a contagem, sua voz se sobrepondo ao som da batalha travada pelos aurores. - Um, dois...

– LOCOMOTOR
!


O trem se ergueu alguns centímetros, flutuando sobre o trilho. Alguns alunos dentro do trem gritaram. Vários disputavam um espaço à janela, para colarem ao vidro seus rostos curiosos.


Ficaram empolgados, com as varinhas firmes na mão, foram conduzindo-o para frente. O trem deslizou com facilidade. Harry começou a correr incitando os outros a fazerem o mesmo.


Foram conduzindo-o para longe da batalha e dos troncos de árvores que eram lançados. O trem parou de repente. Ouviram alguns gritos e sons de malas caindo. Não conseguiram mais movê-lo.


– Tem alguma coisa aqui, barrando a passagem. - Harry tentou lançar luz à frente, mas esta foi rapidamente consumida. Tinham chegado à extremidade do escudo. Seu peito estava pesado e os outros também pareciam muito cansados pelo esforço.


Andou para a frente, em direção à escuridão, com o braço estendido, sua mão a atravessou facilmente, era como ar, não sentiu nada sólido impedindo sua passagem, nenhuma mudança de temperatura, nada. Continuou avançando, seu braço aos poucos sumindo na escuridão.


Gina o puxou pelas vestes. - Não faz isso! Não sabemos o que tem do outro lado!


Ouviam ao longe a tentativa dos aurores em derrubar as criaturas. O trem pousou com um baque forte causando mais gritos.


– Precisamos abrir espaço pra deixar o trem passar – Harry disse aos outros. Todos ficaram em silêncio, ainda cansados. Denis se agachou arfando. - Hermione? - Harry pediu esperançoso.


– Eu não sei... - Mione disse angustiada. - Talvez uma luz cortante...


Harry ergueu a varinha disposto a tentar de tudo.


Lumus Secare! - A luz atravessou o escudo, ao invés de desaparecer, se manteve forte, Harry moveu a varinha para fazer a luz deslizar cortando o bloqueio, os outros o ajudaram. Com muito esforço conseguiram abrir uma janela. Viram os trilhos brilhando à luz do luar logo à frente.


Olhou para trás, cinco aurores jogando sobre as criaturas algo brilhante, que saía de suas varinhas, parecia ser água.


– Alguém tem que ir lá fora buscar ajuda. - disse.


– São mais de três horas de trem, nunca chegaríamos à pé! - Parvati observou.


– Vai você, Harry você tem uma firebolt! - Colin afirmou confiante se encostando no trem.


– Precisamos de um mensageiro veloz, que consiga passar pelo o que estiver lá fora, se houver alguma coisa. - Harry explicou. Não abandonaria seus amigos.


– Um Patrono! Patronos podem enviar mensagens - Dino informou.


– A janela está se fechando! - Luna apontou.


A janela foi se fechando rapidamente, a escuridão retomando-a. Harry apontou sua varinha para o espaço restante e berrou com urgência - “Expecto Patronum”! - O enorme veado prateado saltou de sua varinha atravessando a passagem.


– Pontas! Pontas! - Harry o chamou com urgência. – Vá para Hogwarts, traga Dumbledore! - Seu veado empinou nas patas traseiras e disparou deixando um rastro de luz, sumiu antes que a passagem se fechasse por completo.


– Você conseguiu? Enviou uma mensagem?


– Eu não sei Cátia, nunca fiz antes, não sei se vai dar certo. - disse escorregando para o chão, estava muito cansado. Apontou a varinha para a própria garganta e murmurou - Quietus.


Ouviram alguém gritar ao longe, um auror.


– Temos que ajudá-los... - Harry se obrigou a levantar e fingiu escalar o trem enquanto flutuava com dificuldade para o teto. Ernesto e Justino tentaram acompanhá-lo sem sucesso.


Ficou olhando os quatro aurores, resistindo cambaleantes, as criaturas continuavam a atirar troncos de árvores e galhos ao longe, não estavam mirando no trem. Harry olhou para a luz fraca em sua varinha e percebeu alarmado que não estavam sendo atacados de verdade, ainda não.


 

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