CAPÍTULO TRINTA E TRÊS: A HIST

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS: A HIST



CAPÍTULO TRINTA E TRÊS


A HISTÓRIA DO PRÍNCIPE


— A história do Príncipe. — Falou Helena.


— Príncipe? O que aconteceu? O autor pensou melhor e excluiu o capitulo que ia falar do Snape? Alguém me apresente ao autor que eu darei os parabéns a ela ou ele. — Falou Sirius rindo.


— Dá pra parar? Eu em, que birra é essa. — Falou Helena para o pai que logo parou de rir para olhar para ela.


— Não se pode nem ser feliz? — Perguntou Sirius.


— As custas de uma pessoa que acabou de passar por uma tragédia? Que coisa feia em. — Falou Helena de modo que o repreendesse, Remo ao escutar Sirius tomar uma dura da filha começou a rir — Ei, o que você esta rindo também? Da desgraça dele, só pode ser contagioso. — Falou Helena olhando para Remo que logo parou de rir.


— Concordo com ela em, coisa feia. — Falou Tonks tirando uma cara de Remo e Sirius que olharam para ela séria.


— Tonks não começa. — Falou Sirius para Tonks que riu.


Antes que Helena pudesse começar a ler, todos se apressaram em ver a única coisa que Snape fez, que foi se levantar e ir em direção da saída do grande salão.


— Severo, acho que deveria ler, não acha Lily? — Perguntou Dumbledore fazendo Snape parar em meio ao caminho, Lily logo respondeu o que o diretor perguntara.


— Acho. — Respondeu Lily.


— Achar não é ter certeza, e eu não me interesso por esse livro, não me importo para o que ele vai ajudar ou não. — Falou Snape voltando a andar.


— Iremos impedir varias mortes, Severo. — Falou Dumbledore.


— A minha morte eu espero a muito tempo Dumbledore, e nós dois sabemos que demorou muito para chegar, mas fique tranqüilo, parece que eu paguei o que devia a você. — Falou Snape saindo do grande salão por fim.


— Divida? — Perguntou Sirius confuso a Dumbledore.


— Nossa, sabe eu querendo ler com a maior das minhas vontades e vocês tentam fazer com que outra pessoa leia no meu lugar? Isso que é boas vindas. — Falou Helena olhando para Dumbledore que sorriu.


— Comece a ler, é só que eu acho que esse capitulo será tudo explicado, então Sirius, preste bastante atenção. — Falou Dumbledore a Sirius que assentiu — Varias pessoas aqui ficarão abismadas. — Falou Dumbledore antes de Helena começar a ler.


Harry permaneceu ajoelhado ao lado de Snape, simplesmente contemplando-o, até que, de súbito, uma voz aguda e fria falou tão perto que ele se pôs de pé com um salto, o frasco bem seguro na mão, pensando que Voldemort tivesse voltado à sala.


A voz do Lorde das Trevas ressoou nas paredes e no chão, e Harry percebeu que o bruxo estava se dirigindo a Hogwarts e a toda a área vizinha, para que os residentes de Hogsmeade e todos que ainda lutavam no castelo o ouvissem tão claramente como se estivesse ao lado deles, bafejando-lhes na nuca, à distância de um golpe mortal.


 


— Ele deve estar tão feliz, nem ao menos tem a certeza de que a varinha pertença a ele mesmo. — Falou Dumbledore.


— Mas Snape te matou, se a varinha não pertencesse a ele a quem pertenceria? — Perguntou Rony confuso.


— Uma pessoa poderia ter me desarmado antes que Snape pudesse me matar. — Falou Dumbledore — O segredo da varinha é que não precisa matar para a adquiri-la, você pode simplesmente desarmar o antigo dono com um simples Expelliarmus. — Falou Dumbledore.


— Mas para o antigo dono estar em posse da varinha é por que tem no mínimo um pouco mais de poder que o comum, seja da varinha ou não, a pessoa que esta querendo a varinha terá no mínimo um pouco mais de trabalho para apenas desarmar. — Falou Rony.


— Com certeza, mas pode ser adquirida de um modo trouxa também, como na história, que conta que o primeiro irmão perdeu a varinha ao ser morto enquanto dormia, não precisa necessariamente usar magia para adquiri-la. — Falou Dumbledore.


— Mas são poucos os bruxos que tentam matar de maneiras trouxas, se bem que existem vários bruxos que preferem matar pelas costas e sem que ninguém fique sabendo. — Falou Gina.


— Com certeza, da mesma forma que Voldemort foi atrás de suas preciosidades, ele fingiu ser um homem comum, que tem um gosto para coisas valiosas, e assim quando já conseguia o que queria matava sem ninguém percebesse. — Falou Dumbledore.


Vocês lutaram — disse a voz — valorosamente. Lord Voldemort sabe valorizar a bravura. Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isto aconteça. Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício. Lord Voldemort é misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente. Você têm uma hora. Dêem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos. Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará. Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei, e castigarei até o último homem, mulher e criança que tentou escondê-lo de mim. Uma hora.


 


— Ninguém merece isso em. — Falou Helena — E eu que pensava que o ruim era ouvir a voz da diretora da minha escola falando comigo pra todo mundo ouvir era ruim, aquela vaca. — Falou Helena — Só por que eu coloquei terra no café dela. — Falou Helena fazendo Sirius começar a gargalhar.


— Porque fez isso? Não tem cara de quem faz coisas assim. — Falou Molly para Helena que logo respondeu.


— É que uma vez eu passei mal na escola e acabei por vomitar, eu fui pedir para ele chamar a minha tia né, ai ela olhou pra minha cara e disse assim: “Você não esta grávida né?” — Falou Helena fazendo uma careta, ao ouvir aquilo Sirius parou de falar.


— Como é que é? — Perguntou Sirius.


— Ela é maluca, pra ela tudo é gravidez, não se pode nem vomitar que já esta grávida, já quer saber o sexo do neném, qual vai ser o nome e todo o resto. — Falou Helena.


— Mas o que você falou quando ela perguntou isso pra você? — Perguntou Gina.


(autora aqui: Gente eu acho um absurdo alguém olhar pra sua cara e só por que você vomitou perguntar se você esta grávida, isso aconteceu comigo, juro para vocês, e foi a maldita pedagoga da escola, pensem uma menina virgem estar grávida, daqui a pouco irão pedir pra gente fazer teste para confirmar que somos virgens mesmo, vão pedir como se fosse um documento de comprovação de pureza na escola, esse negocio do pureza eu tirei das fics, não levem pelo lado ruim gente)


— Olha só o que eu pensei na hora, como uma resposta, eu me lembro até hoje, pensei aqui: “Estou grávida sim, não esta vendo, do seu marido aquele corno”, eu pensei isso, mas ai eu fui educada e disse que tinha certeza que não estava grávida. — Falou Helena.


— Mas porque ela perguntou isso? — Perguntou Remo confuso.


— Porque as vezes acontece alguns casos de adolescentes terem filhos no Brasil, povo parece que tem preguiça de ir no posto de saúde e pegar camisinha, eu em. — Respondeu Helena.


— Esse mundo esta perdido. — Falou Molly.


— Esta mesmo, Vic quando se tornou maior de idade ganhou uma caixa de poções pra não engravidar da minha mãe. — Falou Elliz rindo da cara de envergonhada de Vic.


— Sua mãe é muito engraçadinha. — Falou Vic com cara feia.


— Bom, depois desse assunto de gravidez, irei voltar a ler. — Falou Helena depois de parar de rir da cara de Vic.


Ambos, Rony e Hermione, sacudiram a cabeça freneticamente, olhando para Harry.


— Não dê ouvidos a ele — disse Rony.


— Tudo dará certo — acrescentou Hermione, irrefletidamente. — Vamos voltar ao castelo, se ele foi para a Floresta precisaremos pensar em um novo plano...


Ela olhou para o corpo de Snape e voltou correndo ao túnel. Rony seguiu-a. Harry recolheu a Capa da Invisibilidade tornou a lançar um olhar a Snape. Não sabia o que sentir, exceto choque pela maneira como fora morto, e a razão alegada...


 


— Eu já imaginava que um dia Voldemort mataria Snape. — Falou Sirius dando de ombros — Por qual motivo eu não sei. — Falou Sirius dando de ombros novamente.


— Ele matou Snape pelo motivo errado, ele nem ao menos desconfia o que Snape fez a ele. — Falou Dumbledore — Matou por uma futilidade. — Falou Dumbledore novamente.


— O que tanto esconde Dumbledore? O que apenas Snape sabe? Porque até hoje nenhum membro da Ordem soube de um motivo tão grande assim para a morte de Snape. — Falou Sirius.


— Não Sirius, duas pessoas da Ordem soube, mas eles morreram. — Falou Dumbledore se lembrando que falara do acordo que fez com Snape para Lily e James.


— E porque apenas essas duas pessoas souberam? — Perguntou Sirius.


— Eles tinham certeza que iriam morrer, e na minha opinião eles precisavam saber quanto a Snape, eu fiz sim um trato com Snape, mas para esse trato acontecer ninguém poderia saber, e isso vai para o lixo, já que todo esse trato será exposto a vocês. — Falou Dumbledore.


— Isso aconteceu depois que Voldemort soube da profecia, porque eu me lembro muito bem que Snape só entrou pra Ordem depois que isso aconteceu. — Falou Sirius.


— Você esta correto, acho que esse trato nunca aconteceria se a profecia não tivesse sido exposta em partes para Voldemort. — Falou Dumbledore parando para pensar.


— Mas para esse trato acontecer Lily e James tiveram que morrer. — Falou Sirius.


— Não, não tiveram, eles esperavam a morte, mas isso nunca quis dizer que havíamos tentado parar de evitar a morte deles, e você sabe muito bem que se não fosse o Harry, seria o outro menino. — Falou Dumbledore.


— Que perderam os pais da mesma maneira, por que Dumbledore, ter pais que pensam não ter filho é tortura, é o mesmo que não ter pais. — Falou Remo.


— Mas o menino não perdeu as esperanças que eles voltarão ao normal. — Falou Dumbledore.


— Eles estão daquela maneira a quase 15 anos Dumbledore, o menino nem havia feito um ano quando aquilo aconteceu. — Falou Sirius olhando brevemente para Neville.


— Volte a ler Helena, se não nunca iremos terminar esse capitulo. — Falou Minerva vendo que Sirius tentaria falar algo.


Eles voltaram engatinhando pelo túnel, calados, e Harry ficou em dúvida se Rony e Hermione ainda conseguiam ouvir o eco das palavras de Voldemort em sua cabeça, como ele.


Você permitiu que os seus amigos morressem por você em lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida... Uma hora...


Pequenos embrulhos pareciam coalhar o gramado em frente ao castelo. Devia faltar pouco mais de uma hora para amanhecer, mas estava um breu. Os três se apressaram em direção aos degraus de pedra da entrada. Um tamanco solitário, do tamanho de um pequeno barco, se achava abandonado ali. Não havia sinal de Grope nem do seu atacante.


O castelo estava anormalmente silencioso. Não havia clarões agora, nem estampidos, nem gritaria. As lages do deserto saguão de entrada estavam manchadas de sangue. As esmeraldas continuavam espalhadas pelo piso ao lado de pedaços de mármore e lascas de madeira. Parte do balaústre fora destruído.


 


— Cadê todo mundo? — Perguntou Rose.


— Provavelmente dentro do salão. — Falou Scorpius.


— Onde estão todos? — sussurrou Hermione.


Rony saiu à frente para o salão principal. Harry parou à porta.


As mesas das Casas tinham sido retiradas, e o salão estava lotado. Os sobreviventes formavam grupos, abraçando uns aos outros. Na plataforma, os feridos recebiam atendimento de Madame Pomfrey e seus auxiliares. Firenze estava entre os feridos; seu flanco sangrava e ele se agitava deitado, incapaz de se levantar.


Os mortos estavam enfileirados no meio do salão. Harry não viu o corpo de Fred, porque a família o rodeava. Jorge estava ajoelhado à cabeça do irmão gêmeo; a Sra. Weasley se deitara sobre o seu peito, o corpo sacudindo, o Sr. Weasley acariciava os cabelos dela e as lágrimas desciam em cascata pelo seu rosto.


 


Molly ao escutar aquilo pode sentir as lagrimas deslizarem por seu rosto, olhou em volta e percebeu que não era a única, pode ver varias meninas e meninos que eram amigos de Fred e que sentiam a mesma tristeza que ela ao imaginar a vida sem o gêmeo.


Sem dizer palavra a Harry, Rony e Hermione se afastaram. Harry viu Hermione se aproximar de Gina, cujo rosto estava inchado e borrado, e abraçou-a. Rony se juntou a Gui, Fleur e Percy, que passou o braço pelos ombros do irmão. Quando Gina e Hermione se aproximaram do resto da família, Harry pôde ver com clareza os corpos ao lado de Fred: Remo e Tonks, pálidos e imóveis, a fisionomia plácida, aparentemente dormindo sob o escuro teto encantado.


 


Sirius no mesmo instante sentiu seus olhos se encherem de lagrimas, olhou para Remo e Tonks e viu os dois abraçados, já Teddy estava normal, quando o livro fora terminado o menino havia lido aquele mesmo trecho varias e varias vezes, imaginando a forma que os pais estariam, se suas almas estariam a volta daqueles que ainda estavam vivos, ou se não resguardando o sono de um bebê que achava que quando fosse acordar encontraria os pais, para brincar com ele, fazendo caretas.


— Eles morreram? — Perguntou Sirius não acreditando para Teddy que assentiu.


— Eu fui criado pela minha avó e também passava boa parte na casa do meu padrinho, quando pequeno cheguei a ganhar um quarto na casa deles, quer dizer, na primeira casa que eles tiveram. — Respondeu Teddy.


— Já sabíamos, Sirius. — Falou Tonks ao primo que tomou um susto ao ouvir aquilo.


— O que esta acontecendo com vocês? Sabem que vão morrer, não dizem nada a nós só esperam que fiquemos sabendo de qualquer maneira. — Falou Sirius — Desde quando vocês sabem disso? — Perguntou Sirius.


— Desde o começo da leitura, quer dizer, desde quando eles chegaram. — Respondeu Remo.


— Helena, volte a ler. — Falou Sirius, ele já não estava agüentando mais, não falaria nada no momento,  por se falasse nunca mais terminaria de falar, daria uma de James Potter e iria dar uma dura em Remo.


O salão principal pareceu fugir, se tornar menor, encolher, quando Harry recuou tonto do portal. Não conseguia respirar. Não conseguia suportar a visão dos outros corpos, saber quem mais morrera por ele. Não conseguia suportar a idéia de se reunir aos Weasley, não conseguia olhar em seus olhos, pois se ele tivesse se sacrificado em primeiro lugar, Fred talvez não tivesse morrido...


Ele deu as costas e subiu, rápido, a escadaria de mármore. Lupin, Tonks... Ele ansiava por não sentir... Desejava poder arrancar seu coração, suas entranhas, tudo que estava gritando dentro dele...


O castelo estava completamente vazio; até os fantasmas pareciam ter se reunido ao funeral coletivo no salão principal. Harry correu sem parar, apertando o frasco de cristal contendo as últimas lembranças de Snape, e não desacelerou até alcançar a gárgula de pedra que guardava o gabinete do diretor.


 


— E a senha? — Perguntou Hermione sempre se lembrando dos detalhes.


— Que senha? — Perguntou Helena confusa.


— Na minha sala tem que ter uma senha para entrar. — Respondeu Dumbledore.


— Uau. — Falou Helena impressionado com tamanha segurança que tinha no castelo.


 


"Senha?"


— Dumbledore! — disse, sem pensar, porque era quem ele ansiava por ver, e, para sua surpresa, a gárgula se afastou revelando a escada circular que protegia.


 


— Eu nunca pensaria nessa senha, não sendo que Snape escolheria. — Falou Tonks recebendo a concordância de varias pessoas ali em volta.


Quando, porém, Harry irrompeu pelo gabinete, encontrou-o mudado. Os retratos pendurados a toda volta estavam vazios. Nem um único diretor ou diretora ficara para vê-lo: pelo visto, todos tinham saído voando, atravessado os quadros que se alinhavam pelo castelo, para poder ter uma boa visão dos acontecimentos.


Harry olhou desesperado para o quadro deserto de Dumbledore, diretamente atrás da cadeira do diretor, e lhe deu as costas. A Penseira de pedra estava no armário onde sempre estivera: Harry carregou-a para cima da escrivaninha e despejou as lembranças de Snape na grande bacia com a borda de runas. Fugir para a cabeça de outro era um alívio abençoado... Nada que mesmo alguém como Snape tivesse lhe deixado poderia ser pior do que os seus próprios pensamentos. As lembranças giraram, branco-prateadas e estranhas, e, sem hesitar, possuído de um sentimento de irrefletido abandono, como se isso pudesse aliviar a tortura do seu pesar, Harry mergulhou.


 


— É agora que tudo começa. — Falou Lily antes de Helena voltar a ler.


Caiu de cabeça em um lugar ensolarado e seus pés encontraram um chão morno. Quando se endireitou, viu que estava em um parquinho infantil quase deserto. Uma enorme chaminé solitária dominava o horizonte distante. Duas meninas se balançavam para frente e para trás, e um menino magricela as observava, de trás de uma moita de arbustos. Seus cabelos negros eram demasiado longos e suas roupas tão díspares que isso até parecia intencional: jeans excessivamente curto, um casaco enxovalhado e tão largo que poderia ter pertencido a um adulto, uma camisa estranha, com aspecto de bata.


 


— É o Snape, com suas roupas estranhas. — Falou Sirius rindo.


— Isso não tem graça, você criticar uma pessoa pelo modo que viveu ou pelo modo que se veste. — Falou Helena de modo que o repreendesse, Sirius logo parou de rir.


— Tá bem, eu já parei. — Falou Sirius ficando zangado.


Harry se acercou do garoto. Snape não parecia ter mais de nove ou dez anos, macilento, pequeno, rijo. Havia uma indisfarçável cobiça em seu rosto magro ao espiar a mais jovem das meninas que se balançava mais alto do que a irmã.


— Lily, não faz isso! — gritava a mais velha.


A garota, porém, soltava o balanço na altura máxima do arco que descrevia e voava no ar, literalmente voava, atirava-se para o céu com uma grande gargalhada e, em vez de cair no asfalto do parquinho, pairava no ar como uma artista de trapézio, permanecendo no alto tempo demais, aterrissando leve demais.


 


— Ela tinha mais controle do que muitas crianças que estavam para entrar na escola. — Falou Dumbledore se lembrando do talento que Lily tinha ao usar magia.


— Mamãe disse para você não fazer!


Petúnia parou o próprio balanço arrastando os calcanhares das sandálias no chão, produzindo um forte atrito, depois saltou, com as mãos nos quadris.


— Mamãe disse que você não podia, Lily!


— Mas eu estou ótima — respondeu Lily, ainda rindo. — Túnia, dá uma olhada. Veja o que eu sei fazer.


 


Ela tinha as melhores intenções possíveis, mas sua própria irmã não via isso, via apenas o poder que ela tinha. Pensou Dumbledore ao se lembrar de Petúnia.


Petúnia relanceou a sua volta. O parquinho estava deserto exceto pelas duas e, embora as garotas ignorassem, Snape. Lily apanhara uma flor caída na moita em que o garoto espreitava. Petúnia se aproximou, evidentemente dividida entre a curiosidade e a desaprovação. Lily esperou a irmã chegar suficientemente perto para poder ver bem, então estendeu a palma da mão. A flor estava ali, abrindo e fechando as pétalas, como uma bizarra ostra com muitos lábios.


— Pára com isso! — guinchou Petúnia.


— Não estou machucando ninguém — respondeu Lily, mas fechou a flor na mão e atirou-a no chão.


 


— Pelo jeito, minha tia não foi atribuindo sua frieza depois da adolescência, já era insuportável desde criança. — Falou Harry dando de ombros.


— Sua tia na época tinha tudo pra ser normal, mas ela tinha um defeito que acabou com ela, a inveja, foi por isso que ela sempre odiou sua mãe, ela tinha inveja dela, seja por ser uma trouxa ou uma bruxa. — Falou Dumbledore surpreendendo a Harry.


— Não é direito — reclamou Petúnia, mas seus olhos tinham acompanhado o vôo da flor até o chão e se detiveram nela. — Como é que você faz isso? — acrescentou, e havia um claro desejo em sua voz.


— É óbvio, não é? — Snape não conseguira mais se conter e saltara de trás da moita. Petúnia gritou e voltou correndo para os balanços, mas Lily, embora visivelmente assustada, não arredou pé. Snape pareceu se arrepender de ter se mostrado. Um colorido baço subiu às suas bochechas pálidas quando olhou para Lily.


— O que é óbvio? — perguntou ela.


Snape tinha um ar de nervosa excitação. Com um olhar rápido à distante Petúnia, agora parada ao lado dos balanços, ele baixou a voz e disse:


— Sei o que você é.


— Como assim?


— Você é... Você é uma bruxa — sussurrou Snape. Ela se ofendeu.


 


— O que ele achou? Que ela iria gostar de ser chamada de bruxa? — Perguntou Hermione.


— Você não gostou quando eu disse. — Falou Minerva fazendo Hermione ficar vermelha de vergonha, quando Minerva fora na casa de Hermione, dar a noticia de que ela era uma bruxa, a menina não gostara nada, chegou até a fazer birra.


— Como assim Hermione? — Perguntou Harry confuso.


— O que fez? — Perguntou Rony sorrindo, queria saber qual fora a reação da namorada.


— Eu não gostei daquilo ué, na escola já haviam me insultado de varias palavras diferentes. — Falou Hermione dando de ombros.


— O que você fez? — Perguntou Rony novamente.


— Não tem problema dizer Hermione, já vi reações piores. — Falou Minerva.


— Fala logo o que você fez, não pode ser tão ruim assim. — Falou Gina para a amiga que soltou um longo suspiro.


— Bom, digamos que eu tive uma reação meia infantil ao ser chamada de bruxa, já que eu fiz cara feia pra Minerva e mostrei a língua pra ela. — Falou Hermione ficando envergonhada — Desculpa. — Pediu Hermione a Minerva que sorriu gentil.


Rony tentava segurar a risada.


— Ei. — Falou Hermione para o namorado que sorriu.


— Bom, é que é difícil imaginar você mostrando a língua pra professora Minerva, sabe, você tem tanto respeito por ela e tal, mas ter uma reação infantil a ponto de mostrar a língua. — Falou Rony sorrindo.


— Você faria pior se fosse com você. — Falou Hermione dando de ombros.


— É claro que faria, afinal eu sou o Rony, mas com você é diferente. — Falou Rony dando de ombros.


— Porque é diferente? — Perguntou Hermione confusa.


— É difícil ver você fazendo birra Hermione, imagine chegar a mostrar a língua. — Falou Harry sabendo que aquela seria a explicação que Rony daria a namorada.


— Eu nunca mais falo nada pra vocês, volte a ler Helena. — Pediu Hermione a Helena que assentiu e voltou a ler.


— Não é bonito dizer isso a uma pessoa!


Ela deu as costas, empinou o nariz e se afastou com firmeza em direção à irmã.


— Não! — chamou Snape. Estava agora muito vermelho, e Harry se perguntou por que não tirava aquele casaco ridiculamente grande, a não ser que quisesse esconder a bata que usava por baixo. Ele saiu atrás das garotas abanando o casaco, já parecendo o absurdo morcego que veio a se tornar em adulto.


As irmãs o avaliaram, unidas em sua desaprovação, ambas se segurando na armação do balanço como se fosse um pique.


— Você é — disse Snape a Lily. — Você é uma bruxa. Estive observando um tempo. Mas não é uma coisa ruim. Minha mãe é, eu sou um bruxo.


 


— Nem sabia que esse ai tinha mãe. — Falou Sirius.


— Mas ele tinha, Sirius. — Falou Dumbledore.


— Deve ser tão ruim quanto a minha. — Falou Sirius dando de ombros.


— Eu diria que são pessoas completamente diferentes, a mãe dele o amava, mas ao invés de passar mais tempo com o filho, perdia seu próprio tempo brigando com o marido e o servindo, enquanto ele ficava sozinho, como você viu, a Lily o atraiu, a magia dela. — Falou Dumbledore.


— Então a mãe dele não deu a atenção suficiente para ele, não deu a atenção que uma criança precisava naquela época. — Falou Tonks para o diretor que assentiu com a cabeça.


— Exatamente, e por sempre estar sozinho, sem amigos ele preferiu viver assim, sem ninguém em volta, eu acredito que ele teve apenas uma pessoa que considerou de verdade alguém especial, claro depois da mãe dele, que mesmo não dando atenção a ele, ele a amava. — Falou Dumbledore.


— E porque é essa pessoa estranha hoje em dia? Onde esta essa pessoa? — Perguntou Helena confusa.


— Ele cometeu um erro e essa amizade acabou, e depois a pessoa morreu, e depois ele ficou assim. — Respondeu Dumbledore.


— Vou voltar a ler. — Falou Helena.


A risada de Petúnia foi um balde de água fria.


— Bruxo! — guinchou ela, retomando a coragem, agora que se refizera do choque de sua inesperada aparição. — Eu sei quem você é. Você é aquele garoto Snape! Mora na rua da Fiação na beira do rio -disse Petúnia à irmã, deixando evidente, pelo seu tom, que considerava o endereço uma fraca recomendação. — Por que estava nos espionando?


— Não estava espionando — respondeu Snape, vermelho e constrangido, os cabelos sujos à claridade do sol. — Não espionaria você, pode ter certeza — acrescentou vingativo —, você é uma trouxa.


Embora Petúnia não entendesse a palavra, o tom não deixava dúvida.


 


— E o mau educado sou eu. — Falou Harry.


— O que? — Perguntou Carlinhos confuso.


— Minha tia, eu não posso falar uma palavra que já sou chamado de mau educado, já começo a ser mau educado por meu cabelo não ficar do jeito que ela quer. — Falou Harry.


— Cabelo? Você é mau educado só porque o cabelo é desarrumado de nascença? Essa mulher que é sua tia, essa Petúnia? — Perguntou Helena lendo o nome no livro.


— Sim. — Respondeu Harry dando de ombros.


— Se você não me confirmasse que elas são mesmo parentes, eu acharia que eram apenas pessoas conhecidas, como podem ser tão diferentes, né? — Perguntou Helena.


— Também somos diferentes, e olha que somos sete. — Falou Gina.


— Mas não tão diferentes assim né, quer dizer, vocês não teriam coragem de maltratar seu próprio sobrinho, né? — Perguntou Helena olhando para os Weasley que estavam ali, que logo negaram com a cabeça — Esta vendo, agora vou voltar a ler.


— Lily, anda, vamos embora! — disse esganiçada. Lily obedeceu imediatamente à irmã, fazendo cara feia para Snape ao se afastar. Ele ficou parado observando-as se dirigirem ao portão do parquinho, e Harry, o único que restara ali, reconheceu o amargo desapontamento de Snape e compreendeu que o bruxo planejara aquele momento há muito tempo e que tudo saíra errado...


A cena se dissolveu e, antes que Harry tomasse consciência, uma nova se formara ao seu redor. Achava-se agora em um arvoredo. Via o rio banhado de sol cintilando entre os troncos. As sombras projetadas pelas árvores produziam um círculo de sombra verde e fresca. Snape agora despira o casaco; sua bata esquisita causava menos estranheza à meia-luz.


— ... e o Ministério pode punir você se usar magia fora da escola, você recebe cartas.


 


— Já se tornaram amigos? — Perguntou Remo confuso.


— Ela já deve ter recebido a carta, e percebeu que ele não havia chamado ela de bruxa por maldade. — Falou Tonks.


— Ele já chamou de coisa pior. — Falou Sirius dando de ombros.


— Não começa. — Falou Helena para Sirius que olhou sério para ela.


— Não começa você. — Falou Sirius antes que Helena voltasse a ler, ela preferiu não retrucar o que ele falara.


— Mas eu usei magia fora da escola!


— Não é o nosso caso. Ainda não temos varinhas. Não castigam quando a gente é criança e não consegue se controlar. Mas quando se faz onze anos — ele acenou a cabeça com autoridade — e começam a nos ensinar, então temos que maneirar.


Houve um breve silêncio. Lily apanhara um gravetinho no chão e girou-o no ar, e Harry percebeu que ela estava imaginando faíscas saindo de sua ponta. Ela largou o graveto, se inclinou para o garoto e perguntou:


— Isso é verdade, não é? Não é uma brincadeira? Petúnia diz que você está mentindo. Petúnia diz que Hogwarts não existe. É verdade, não é?


 


— Ela também tentou fazer com que eu não viesse. — Falou Harry.


— O que fizeram? — Perguntou Helena.


— Pegaram minhas cartas e queimaram, depois as coisas ficaram piores, as cartas começaram a chegar até dentro de casca de ovo, eles ficaram doidinhos. — Falou Harry rindo.


— Deve ter sido engraçado. — Falou Helena antes de voltar a ler.


— É verdade para nós — respondeu Snape. — Não para ela. Mas nós receberemos a carta, você e eu.


— Sério? — sussurrou Lily.


— Sem a menor dúvida. — E mesmo com os seus cabelos mal cortados e suas roupas descombinadas, ele era uma figura estranhamente impressionante, esparramado à sua frente, esbanjando confiança no próprio destino.


 


Nunca o vi assim. Pensou Harry.


— E realmente vai ser entregue por uma coruja? — sussurrou Lily.


— Normalmente é. Mas você é nascida trouxa, então alguém da escola terá de vir explicar aos seus pais.


— Faz diferença ser nascida trouxa?


Snape hesitou. Seus olhos negros, ansiosos à sombra esverdeada, percorreram o rosto pálido e os cabelos acaju da garota.


— Não — garantiu ele. — Não faz a menor diferença.


 


— Quem é esse e o que fizeram com Severo Snape? — Perguntou Rony — Ele só pode estar brincando né, ele parece ser a pessoa que sabe ditar todas as diferenças entre nascido trouxa e sangue puro. — Falou Rony.


— Aquele menino que antigamente se esforçou em conversar com uma menina por vontade própria já não existe mais, e isso é meio obvio né. — Falou Lily para aqueles que estavam surpreso por saber tudo aquilo de Snape.


— Que bom — disse Lily, se descontraindo: era evidente que andara preocupada.


— Você tem muita magia. Eu vi. Todas as vezes que estive espiando você.


Sua voz foi se distanciando; ela não estava mais ouvindo, deitara-se no chão coberto de folhas e contemplava a abóbada de folhas no alto. Ele a observava tão avidamente quanto o fizera no parquinho.


— Como vão as coisas em sua casa? — perguntou Lily. Um pequeno vinco apareceu entre os olhos dele.


— Ótimas.


— Eles não estão mais brigando?


— Ah, sim, continuam brigando. — Ele apanhou um punhado de folhas e começou a rasgá-las, aparentemente sem notar o que estava fazendo. — Mas não vai demorar muito e logo terei ido embora.


 


Ele naquela época tinha as mesmas vontades que eu, sair de um lugar que eu não considerava um lar. Pensou Harry de cabeça baixa, ele percebeu que em sua infância teve muita coisa incomum com Snape, como a falta de amigos e a infelicidade.


— O seu pai não gosta de magia?


— Ele não gosta muito de nada.


— Severo?


Um pequeno sorriso curvou os cantos da boca de Snape ao ouvi-la pronunciar o seu nome.


— Quê?


— Me fale outra vez dos dementadores.


— Para que quer saber sobre eles?


 


— Há sim, a especialidade do Snape. — Falou Sirius.


— Dementadores, nunca vi um. — Falou Helena.


— Sorte a sua. — Falou Harry a Helena que logo se lembrou de uma duvida.


— É verdade que no seu terceiro ano enfrentou dezenas ou centenas de dementadores? — Perguntou Helena.


— Como sabe disso? — Perguntou Harry.


— Há, os assuntos chegam ao Brasil, ainda mais quando minha tia trabalha lá no Ministério, e com certeza o Ministro daqui comentou com o Ministro de lá, mas parece que o tal do Fudge comentou com um pouco de descaso, sabe, com ironia ou sarcasmo? — Falou Helena.


— Ele não acreditou que eu havia mesmo feito aquilo, mas não é que eu fique me gabando por isso. — Falou Harry dando de ombros.


— Apenas uma curiosidade, bom vou voltar a ler. — Falou Helena.


— Se eu usar magia fora da escola...


— Não entregariam você aos dementadores só por isso! São para as pessoas que fazem coisas realmente ruins. Os dementadores guardam a prisão dos bruxos, Azkaban. Você não vai para Azkaban, você é muito...


Ele corou novamente e rasgou mais folhas. Então, um leve farfalhar atrás de Harry o fez se virar: Petúnia, escondida atrás de uma árvore, se desequilibrara.


— Túnia! — exclamou Lily, havia surpresa e boas-vindas em sua voz, mas Snape saltara em pé.


— Quem está espionando agora? — gritou. — Que é que você quer?


Petúnia ficou ofegante, assustada por ter sido descoberta. Harry viu que se concentrava à procura de alguma coisa para dizer que o magoasse.


 


— Ela tem o talento para isso. — Falou Harry revirando os olhos.


— Afinal, o que é isso que você está vestindo? — perguntou ela, apontando para o peito de Snape. — A blusa da sua mãe?


Ouviram um estalo: caíra um galho na cabeça de Petúnia. Lily gritou; o galho bateu no ombro da irmã, que cambaleou e caiu no choro.


— Túnia!


Petúnia, porém, estava fugindo. Lily virou-se para Snape.


— Você fez isso acontecer?


— Não. — Em seu rosto havia desafio e medo.


— Fez! — Ela foi se afastando dele. — Fez, sim! Você a machucou!


— Não... Não fiz!


 


— Se eu tivesse feito teria admitido. — Falou Helena dando de ombros — Afinal ela mereceu, não se deve ficar tirando com  cara das pessoas, pode até fazer isso com um amigo que entenda que é brincadeira, mas com uma pessoa que não conhece não. — Falou Helena.


Garota certinha, em um momento parece comigo, no outro parece com a Lene, só ela mesma para entender essa menina. — Sussurrou Sirius para si próprio, Remo que estava ao lado do amigo riu baixo ao ouvir aquilo.


A mentira, no entanto, não convenceu Lily; lançando-lhe um último olhar fulminante, ela saiu correndo do arvoredo atrás da irmã, deixando Snape com um ar infeliz e confuso...


A cena se reformulou. Harry olhou para os lados: estava na plataforma nove e meia com Snape ao seu lado, ligeiramente curvo, ao lado de uma mulher magra de rosto pálido e azedo, parecidíssima com ele. O garoto observava uma família de quatro pessoas não muito longe. As duas garotas um pouco separadas dos pais. Lily parecia estar justificando alguma coisa para a irmã; Harry aproximou-se para ouvir.


 


— Curioso. — Falou Gina rindo do namorado.


Engraçadinha. — Sussurrou Harry fazendo uma leve cosquinha na ruiva que riu.


— ... Desculpe, Túnia, me desculpe! Escute... — Ela segurou a mão da irmã e apertou-a, embora Petúnia tentasse se desvencilhar — Talvez quando eu estiver lá... Não, escute, Túnia! Talvez quando eu estiver lá, eu possa procurar o professor Dumbledore e convencê-lo a mudar de idéia!


— Eu não... Quero... Ir! — disse Petúnia, ela puxou com força a mão do aperto da irmã. — Você acha que eu quero ir para um castelo idiota e aprender a ser... Ser...


O seu olhar percorreu a plataforma, passou pelos gatos que miavam no colo dos seus donos, pelas corujas que esvoaçavam piando umas para as outras nas gaiolas, pelos estudantes, alguns já usando longas vestes pretas, embarcando os malões no trem de locomotiva vermelha ou então se cumprimentando com gritos de alegria, depois de um verão separados.


 


— Como assim, fazer você mudar de ideia? — Perguntou Carlinhos confuso.


— ... Você acha que quero ser um... Um bicho estranho?


Os olhos de Lily se encheram de lágrimas quando Petúnia conseguiu largar a mão dela.


— Não sou um bicho estranho — respondeu Lily. — Que coisa horrível para dizer.


— É para onde você vai — insistiu Petúnia, com gosto. — Uma escola especial para bichos estranhos. Você e aquele garoto Snape... Bizarros, é o que vocês são. É bom que sejam isolados das pessoas normais. É para a nossa segurança.


 


— Que coisa horrível para se dizer para a própria irmã. — Falou Hermione horrorizada.


— Ela e o marido dela fazem uma dupla ótima para insultar os bruxos. — Falou Harry entediado.


— Aquela coisa feia? — Perguntou Jorge rindo.


— Seus tios são o casal mais estranho que eu já vi em toda minha vida, ela já é estranha, e ele ainda mais com aquela pança enorme. — Falou Fred rindo junto do irmão.


— Imagine meu sofrimento de ter passado tanto tempo com eles. — Falou Harry.


Lily olhou em direção aos seus pais, que examinavam a plataforma com um ar de entusiástico prazer, absorvendo o cenário. Então, ela voltou o olhar para a irmã e sua voz era suave e cruel.


— Você não achou que era uma escola para anormais quando escreveu ao diretor suplicando que a aceitasse.


Petúnia ficou escarlate.


— Suplicando? Não supliquei!


— Eu vi a resposta dele. Foi muito bondosa.


— Você não devia ter lido... — sussurrou Petúnia. — Era minha e particular... Como pôde...?


 


— Ela pediu? Sério mesmo? — Perguntou Sirius.


— Eu nunca imaginaria isso da minha tia. — Falou Harry.


— É apenas o sonho de qualquer criança. — Falou Dumbledore.


— Diz pra ela que meu sonho era sair daquela casa, duvido que ela vá entender. — Falou Harry.


— Você e o Sirius combinaram alguma coisa? Parecem ter combinado de ficarem revoltados e em ficar retrucando tudo sem nem ao menos esperar a história ser terminada. — Falou Dumbledore.


Sirius e Harry se olharam e deram de ombros.


Lily se traiu ao dar uma olhada em Snape parado ali perto. Petúnia ofegou.


— Foi aquele garoto que descobriu! Você e aquele garoto andaram espionando o meu quarto!


— Não... Não espionando... — Agora Lily estava na defensiva. -Severo viu o envelope, e não pôde acreditar que uma trouxa tivesse escrito para Hogwarts, foi isso! Ele diz que deve haver bruxos infiltrados nos correios que se encarregam de...


— Pelo visto, os bruxos metem o nariz em tudo! — replicou Petúnia, agora tão pálida quanto estivera corada. — Anormal! — Ela cuspiu na irmã e voltou acintosamente para o lado dos pais...


 


— Que coisa feia para se dizer para a própria irmã. — Falou Molly.


A cena se dissolveu mais uma vez. Snape estava andando apressado pelo corredor do Expresso de Hogwarts enquanto o veículo sacudia pelos campos. Já trocara as vestes da escola, talvez aproveitando a primeira oportunidade para despir suas horríveis roupas de trouxa. Finalmente, parou à porta de um compartimento onde um grupo de garotos barulhentos conversava. Encolhida no canto ao lado da janela, estava sentada Lily, o rosto colado na vidraça.


Snape abriu a porta do compartimento e se sentou em frente à garota. Ela lhe lançou um breve olhar e tornou a voltar sua atenção para a janela. Estivera chorando.


— Não quero falar com você — disse, em tom crispado.


— Por que não?


— Túnia me od... Odeia. Porque vimos aquela carta do Dumbledore.


— E daí?


Ela lhe lançou um olhar de profundo desagrado.


— E daí que ela é minha irmã!


— Ela é só uma... — Ele se refreou depressa; Lily, ocupada demais em secar os olhos discretamente, não o ouviu. — Mas nós vamos! — exclamou ele, incapaz de conter a exaltação na voz. — Isso é o que conta! Estamos viajando para Hogwarts!


 


— É agora que todo o ódio começa. — Falou Sirius.


Ela concordou, enxugando os olhos, e, apesar de não querer, deu um meio sorriso.


— É melhor você entrar para a Sonserina — disse Snape, animado ao vê-la menos triste.


— Sonserina?


Um dos garotos que dividia com eles o compartimento, e até aquele momento não mostrara o menor interesse em Lily e Snape, olhou para o lado ao ouvir aquele nome, e Harry, cuja atenção estivera totalmente concentrada nos dois ao lado da janela, viu seu pai: magro, cabelos negros como os de Snape, mas com aquele ar indefinível de alguém que foi bem cuidado, até adorado, que visivelmente faltava a Snape.


— Quem quer ir para a Sonserina? Acho que eu desistiria da escola, você não? — James perguntou a um garoto esparramado nos assentos defronte a ele, e, com um sobressalto, Harry percebeu que era Sirius. Sirius não riu.


— Toda a minha família foi da Sonserina.


— Caramba — replicou James —, e eu que pensei que você fosse legal!


 


— Seu pai nem tinha medo de dizer tudo o que pensa né? — Perguntou Lila.


— Ele tem sorte de eu odiar minha família, porque se a amasse, menino seu pai não teria chegado vivo em Hogwarts. — Falou Sirius rindo ao se lembrar daquele dia.


— Ele apanharia tanto quanto você, Sirius. — Falou Remo.


— Esta dizendo que eu não sou bom o suficiente para bater naquela coisa magrela? — Perguntou Sirius.


— Estou afirmando. — Respondeu Remo.


Sirius olhou feio para Remo e depois virou a cara par ao lado contrario, fazendo bico.


— Infantil. — Falou Remo alto o suficiente para Sirius escutar.


— Pedófilo. — Falou Sirius apenas para irritar Sirius, e foi o que conseguiu, já que o amigo olhou bravo pra ele.


Helena vendo que Remo iria retrucar voltou a ler.


Sirius riu.


— Talvez eu quebre a tradição. Para qual você iria se pudesse escolher?


James ergueu uma espada invisível.


"Grifinória, a morada dos destemidos!" Como o meu pai.


Snape deu um muxoxo de descaso. James se virou para ele.


— Algum problema?


— Não — retrucou Snape, embora seu sorrisinho de deboche dissesse o contrário. — Se você prefere ter mais músculo do que cérebro...


 


— Nem ao menos sabem o nome um do outro e já estão desse jeito. — Falou Hermione.


— Não me impressiona que o Snape não goste do Harry. — Falou Rony.


— E para onde está esperando ir, uma vez que não tem nenhum dos dois? — interpôs Sirius.


James deu gostosas gargalhadas. Lily se empertigou, ruborizada, e olhou de James para Sirius com ar de desagrado.


— Vamos, Severo, vamos procurar outro compartimento.


— Oooooo...


James e Sirius imitaram o seu tom de superioridade; James tentou fazer Snape tropeçar quando ele passou.


— A gente se vê, Ranhoso! — uma voz gritou quando a porta do compartimento bateu...


 


— Sirius, você e James não estavam sendo certos em fazer aquilo. — Falou Molly repreendendo Sirius.


— Era legal, e era crianças. — Falou Sirius.


— Também não seria legal se eu ficasse te chamando de cabeludo, de pulguento ou sarnento. — Falou Teddy para Sirius que deu de ombros.


— Sabia que isso pode dificultar o crescimento da pessoa, não é legal a ficar zoando, a pessoa se sente humilhado. — Falou Helena para o pai que revirou os olhos.


— Eu era criança. — Falou Sirius.


— Você chama ele assim até hoje. — Falou Remo.


— Há ele já deve ser acostumado com isso, nem deve se importar. — Falou Sirius dando de ombros.


— Do mesmo jeito que você não se importa em ser chamado de assassino traidor? — Perguntou Tonks vendo o primo fechar os punhos de raiva.


— Você já deveria ter se acostumado né? Já faz 14 anos que as pessoas o consideram assim. — Falou Hermione.


— Eu já entendi o que vocês estão querendo dizer, satisfeitos? — Perguntou Sirius olhando para cada um deles que assentiram — Mas ainda não acredito nele. — Falou Sirius dando de ombros.


Mais uma vez a cena se dissolveu...


Harry estava atrás de Snape, ambos observando as mesas iluminadas a velas, repletas de rostos extasiados. Então, a professora McGonagall chamou:


— Evans, Lily!


Ele observou a mãe se adiantar de pernas trêmulas e se sentar no banquinho bambo. A professora deixou cair o Chapéu Seletor sobre sua cabeça, e, mal se passara um segundo após tocar seus cabelos acaju, o chapéu anunciou: "Grifinória!"


Harry ouviu Snape soltar um pequeno gemido. Lily tirou o chapéu, devolveu-o à professora McGonagall, e correu ao encontro dos alunos da Grifinória que a aplaudiam, mas a caminho se virou para olhar Snape, e havia um sorriso triste no rosto dela. Harry viu Sirius escorregar no banco para dar espaço a Lily. Ela deu uma olhada e pareceu reconhecê-lo do trem, cruzou os braços e, com firmeza, virou-lhe as costas.


 


— Enjuadinha. — Falou Sirius revirando os olhos.


A chamada continuou. Harry observou Lupin, Pettigrew e seu pai se reunirem a Lily e Sirius à mesa da Grifinória. Por fim, quando restavam apenas dez estudantes a serem selecionados, a professora McGonagall chamou Snape.


Harry acompanhou-o ao banquinho, viu-o colocar o chapéu na cabeça. "Sonserina!", anunciou o Chapéu Seletor.


E Severo Snape andou para o lado oposto do salão, longe de Lily, onde os alunos da Casa o aplaudiam e Lúcio Malfoy, com um crachá de monitor brilhando no peito, deu-lhe uma palmadinha nas costas quando Snape se sentou ao seu lado... E a cena mudou...


 


— Achei que Lucio e Snape tivessem a mesma idade. — Falou Remo.


— Não, Snape é mais novo, do mesmo jeito que eu sou mais velha que a Lily. — Falou Molly.


— Há, não faz diferença, os dois continuam sendo velhos. — Falou Gina dando de ombros antes de ouvir Helena voltar a ler.


Lily e Snape atravessavam o pátio do castelo, discutindo abertamente. Harry se apressou a alcançá-los e escutar. Quando chegou perto, percebeu o quanto ambos haviam crescido: alguns anos pareciam ter transcorrido desde a seleção.


— ... pensei que fôssemos amigos? — reclamava Snape. — Grandes amigos?


Somos, Sev, mas não gosto de um pessoal com quem você anda! Desculpe, mas detesto Avery e Mulciber! Mulciber! O que vê nele, Sev? Me dá arrepios! Você sabe o que ele tentou fazer com a Maria Macdonald outro dia?


 


— Há eles não faziam nada, ficavam apenas tirando uma com a cara dela. — Falou Sirius ironicamente.


— Nada muito diferente do que vocês faziam. — Falou Parvati para Sirius.


— Mas nós nunca zoamos uma menina desse jeito, quer dizer, talvez nós tenhamos feito algo e a Lily entrou no meio do caminho e acabou se envolvendo. — Falou Sirius dando de ombros.


— Tipo o que? — Perguntou Harry.


— Bom, tipo ter jogado uma bomba de fumaça no banheiro das monitoras, e a Lily por acaso sabe estava tomando banho lá, e teve que sair correndo, coitada. — Falou Remo.


— Você é tarado. — Falou Helena par Sirius.


— É claro que não, é que tínhamos combinado de faze alguns meninos ir para lá, dizendo que as meninas estariam esperando lá, mas ninguém foi, a ideia de bomba de fumaça não envolvia a Lily, principalmente ver ela correndo pelo corredor de toalha. — Falou Sirius dando de ombros.


— Eles tiveram que limpar todo o banheiro depois. — Falou Remo — Secar toda a água. — Falou Remo novamente.


— Pra mim aquilo era a baba do James por ter visto a menina sair correndo de toalha, fiquei com cinco marcas na cara pelo resto da semana. — Falou Sirius passando a mão no rosto, onde levara um belo de um tapa.


— Se formos comparar suas atitudes com a do seu pai, diríamos que não são pai e filho. — Falou Helena.


Lily chegou a uma pilastra e se encostou, com os olhos erguidos para o rosto magro e macilento.


— Aquilo não foi nada. Foi uma brincadeira, só isso...


— Foi Magia das Trevas, e se você acha que isso é brincadeira...


— E aquelas coisas que Potter e os amigos dele aprontam? — retrucou Snape. Seu rosto corou ao dizer isso, aparentemente incapaz de refrear o seu rancor.


— E onde é que o Potter entra nisso? — perguntou Lily.


— Eles saem escondidos à noite. Tem alguma coisa esquisita naquele Lupin. Aonde é que ele sempre vai?


— Ele é doente. Dizem que é doente.


— Todo mês na lua cheia?


 


Porque esse menino tinha que ser tão esperto? Pensou Remo.


— Conheço a sua teoria — replicou Lily, e seu tom era frio. — Afinal, por que você é tão obcecado por eles? Por que se importa com o que eles fazem à noite?


— Só estou tentando lhe mostrar que eles não são tão maravilhosos quanto todo o mundo parece pensar.


A intensidade do seu olhar a fez corar.


— Mas eles não usam Magia das Trevas. — Lily baixou a voz. — E você está sendo realmente ingrato. Me contaram o que aconteceu outra noite. Você estava bisbilhotando naquele túnel do Salgueiro Lutador e James Potter salvou você de sei lá o que tem lá embaixo...


O rosto de Snape se contorceu e ele engrolou:


— Salvou? Salvou? Você acha que ele estava bancando o herói? Ele estava salvando o próprio pescoço e o dos amigos também! Você não vai... Eu não vou deixar você...


— Me deixar? Me deixar?


 


— Ela odiava quando alguém dizia que ela não podia. — Falou Sirius.


Os vivos olhos verdes de Lily se estreitaram. Snape retrocedeu na mesma hora.


— Eu não quis dizer... Só não quero ver você fazer papel de boba... ele gosta de você, James Potter gosta de você! — As palavras davam a impressão de serem arrancadas dele contra sua vontade. — E ele não é... Todo o mundo acha... Grande herói de Quadribol... — A amargura e a antipatia que Snape sentia deixavam-no incoerente, e as sobrancelhas de Lily subiam sem parar em sua testa.


— Eu sei que James Potter é um biltre arrogante — disse ela, cortando Snape. — Não preciso que você me diga. Mas a idéia que Mulciber e Avery fazem do que seja brincadeira é simplesmente maligna. Maligna, Sev. Não entendo como você pode ser amigo deles.


 


— Não entendo como ela era amiga daquela coisa. — Falou Sirius.


Harry duvidava que Snape tivesse sequer escutado as críticas de Lily a Mulciber e Avery. No momento em que ela insultara James Potter, todo o seu corpo se descontraiu, e, quando se separaram, havia uma nova leveza no andar de Snape...


E a cena se dissolveu...


De novo, Harry observou Snape deixar o salão principal, após prestar o exame de Defesa Contra as Artes das Trevas para obtenção do N.O.M., sair do castelo sem destino e, distraído, parar perto da bétula onde James, Sirius, Lupin e Pettigrew estavam sentados juntos. Desta vez, porém, Harry guardou distância, porque sabia o que tinha acontecido depois que James pendurou Severo no ar para atormentá-lo; sabia o que tinha sido feito e dito, e não lhe daria prazer algum tornar a assistir. Ele viu quando Lily se reuniu ao grupo e saiu em defesa de Snape. A distância, ouviu o grito de Snape para ela em sua fúria e humilhação, a palavra imperdoável: "Sangue-ruim."


 


— Eu não acredito que ele fez isso. — Falou Hermione indignada.


— Pois ele fez, e foi ali que a amizade deles acabaram. — Falou Sirius — Se bem que a amizade deles não acabou antes de Lily dar um ultimo fora em James, sinceramente né, ela comparou ele com a Lula Gigante, o que é isso? Ela praticamente humilhou ele.


— Com a Lula Gigante? Legal. — Falou Carlinhos rindo


Logo depois que Carlinhos parou de rir, Helena voltou a ler.


A cena mudou...


— Me desculpe.


— Não estou interessada.


— Me desculpe!


— Poupe seu fôlego.


Era noite. Lily, de robe, estava parada de braços cruzados diante do retrato da Mulher Gorda, à entrada da Torre de Grifinória.


— Eu só saí porque Maria me disse que você estava ameaçando dormir aqui.


— Estava. Teria feito isso. Nunca quis chamar você de sangue-ruim, simplesmente me...


 


Ele tentou pedir desculpas? Eu nunca soube disso. Pensou Sirius afinal não era todo dia que via um Sonserino pedir desculpas a um Grifinório, ainda mais se esse Grifinório fosse uma nascida trouxa.


— Escapou? — Não havia piedade na voz de Lily. — É tarde demais. Há anos dou desculpas para o que você faz. Nenhum dos meus amigos consegue entender sequer por que falo com você. Você e seus preciosos amiguinhos Comensais da Morte: está vendo, você nem nega! Nem nega que é isso que vocês pretendem ser! Você mal pode esperar para se reunir a Você-Sabe-Quem, não é?


Ele abriu a boca, mas tornou a fechá-la sem falar.


— Não posso mais fingir. Você escolheu o seu caminho, eu escolhi o meu.


— Não... Escute, eu não quis...


— ... Me chamar de sangue-ruim? Mas você chama de sangue-ruim todos que nasceram como eu, Severo. Por que eu seria diferente?


Ele se debateu, prestes a responder, mas, com um olhar de desprezo, Lily lhe deu as costas e atravessou o buraco do retrato...


O corredor se dissolveu, e a cena seguinte demorou um pouquinho a se formar: Harry teve a impressão de estar sobrevoando formas e cores mutantes até que o cenário se solidificou e ele se viu parado no escuro, no cume de um morro, abandonado e frio, o vento assoviando entre os galhos de umas poucas árvores desfolhadas. O Snape adulto arfava, virava-se no mesmo lugar, a mão apertando com força a varinha, esperando alguma coisa ou alguém... Seu medo contagiou Harry, embora o garoto soubesse que não podia ser atingido, e ele espiou por cima do ombro, imaginando o que Snape estaria aguardando...


 


— Vai ver um dos amiguinhos dele estava o querendo matar. — Falou Sirius dando de ombros.


— Não era nenhum comensal, Sirius. — Falou Dumbledore.


Então, um feixe denteado de ofuscante luz branca cortou o ar: Harry pensou em raio, mas Snape caíra de joelhos e sua varinha voara da mão.


— Não me mate!


— Não era a minha intenção.


Qualquer aviso da aparatação de Dumbledore fora abafado pelo ruído do vento passando pelos galhos. Ele surgiu diante de Snape com as vestes drapejando contra o corpo e o rosto iluminado de baixo para cima pela varinha.


— Então, Severo? Qual é a mensagem que Lord Voldemort tem para mim?


 


— Que legal, ele esta trabalhando de mensageiro, pelo jeito Voldemort sabe dar serviços inúteis a pessoas inúteis. — Falou Sirius dando de ombros.


— Você vai se arrepender, aposto que vai. — Falou Helena.


— Aposta quanto? — Perguntou Sirius.


— 30 galeõs. — Falou Helena.


— Aposta aceita. — Falou Sirius apertando a mão de Helena que logo voltou a ler.


— Não... Nenhuma mensagem, estou aqui por conta própria!


Snape torcia as mãos: parecia meio demente, com os cabelos negros desgrenhados voando em torno da cabeça.


— Eu... Eu venho com um alerta... Não, um pedido... Por favor...


 


— Pedido? — Perguntou Remo.


— Que pedido? — Perguntou Sirius.


— Se vocês me deixarem ler eu leio e assim vocês vão saber qual é o pedido. — Falou Helena.


Dumbledore fez um gesto com a varinha. Embora as folhas e ramos ainda se agitassem no ar da noite ao redor, fez-se silêncio no lugar em que ele e Snape se defrontavam.


— Que pedido poderia um Comensal da Morte fazer a mim?


— A... A profecia... O vaticínio... Trelawney...


— Ah, sim. Quanto daquilo você relatou a Lord Voldemort?


— Tudo... Tudo que ouvi! — respondeu Snape. — É por isso... É por esta razão... que ele julga que se refere a Lily Evans!


— A profecia não se referia a uma mulher. Mencionava um menino nascido no fim de julho...


 


— Foi por ele que você ficou sabendo que a profecia havia sido dita a Voldemort? — Perguntou Sirius.


— Não, eu já sabia antes daquela noite, mas ai ele me confirmou que Voldemort iria atrás de Lily. — Falou Dumbledore — Já que tínhamos duas opções de pessoas que ele poderia ir atrás. — Falou Dumbledore.


— O senhor sabe o que quero dizer! Ele acha que se refere ao filho dela, ele vai matá-la... Matar a todos...


— Se ela significa tanto para você — disse Dumbledore —, certamente Lord Voldemort irá poupá-la, não? Você não poderia pedir a ele misericórdia para a mãe em troca do filho?


— Pedi... Pedi a ele...


— Você me dá nojo — disse Dumbledore, e Harry nunca ouvira tanto desprezo em sua voz. Snape pareceu se encolher um pouco — Você não se importa, então, com as mortes do marido e do filho dela? Eles podem morrer desde que você tenha o que quer?


Snape não disse nada, apenas ergueu os olhos para Dumbledore.


— Esconda-os todos, então — falou rouco. — Mantenha ela... Eles... Em segurança. Por favor.


— E o que me dará em troca, Severo?


— Em... troca? — Snape olhou boquiaberto para Dumbledore, e Harry esperou que ele protestasse, mas, passado um longo momento, ele respondeu: — O que quiser.


 


— Não estou entendendo, o que você quer dele? Digo, o que você pediu a ele? — Perguntou Molly a Dumbledore que não respondeu, apenas pediu para Helena voltar a ler.


O cume do morro desapareceu e Harry se viu parado no gabinete de Dumbledore, e alguma coisa produzia um ruído terrível como o de um animal ferido. Snape estava dobrado para frente em uma cadeira e Dumbledore contemplava-o do alto, com um ar inflexível. Após alguns momentos, Snape ergueu o rosto, e parecia um homem que tivesse vivido cem anos de privações desde que deixara o cume do morro.


— Pensei... Que o senhor fosse... Mantê-la... Segura...


— Ela e James depositaram sua fé na pessoa errada — disse Dumbledore. — Muito semelhante a você, Severo. Você não tinha a esperança de que Lord Voldemort fosse poupá-la?


A respiração de Snape era ansiosa.


— O filho dela sobreviveu — ressalvou Dumbledore.


 


Todos sentiram seu olhos se encherem de lagrimas ao ouvir aquilo, saber que a tristeza existente na vida de Harry começara com aquela tragédia, e depois tudo foi piorando.


Com um brusco e quase imperceptível aceno da cabeça, Snape pareceu espantar uma mosca irritante.


— O filho sobreviveu. Tem os olhos dela, exatamente os mesmos. Você certamente se lembra da forma e da cor dos olhos de Lily Evans, não?


— NÃO! — berrou Snape. — Se foi... Morreu...


— Isto é remorso, Severo?


— Eu gostaria... Gostaria que eu é que estivesse morto...


— E que utilidade isso teria para alguém? — perguntou Dumbledore, friamente. — Se você amou Lily Evans, se você a amou verdadeiramente, então o seu caminho futuro é cristalino.


Snape parecia espiar através de uma névoa de dor, e as palavras de Dumbledore levaram um longo tempo para alcançá-lo.


— Como... Como assim?


— Você sabe como e por que ela morreu. Empenhe-se para que não tenha sido em vão. Ajude-me a proteger o filho de Lily.


 


— Duvido que ele aceite isso, não parece estar fazendo isso me tratando daquele jeito. — Falou Harry dando de ombros.


— Harry, você sempre responde ele na mesma frieza em que ele fala com você, não são tão diferentes assim. — Falou Hermione para Harry que deu de ombros.


— O que eu posso fazer? A primeira coisa que ele fez na sala de aula, no primeiro dia de aula foi zombar de mim, dizer coisas que eu não sou, dando as opiniões dele que sempre estão erradas a meu respeito. — Falou Harry dando de ombros.


— Não tem tanta diferença com seu pai quando fala sobre certos assuntos. — Falou Sirius.


— Esta querendo dizer que ele não é diferente do James só porque os dois têm a mesma opinião quanto a Snape? — Perguntou Remo ao amigo que deu de ombros em resposta.


— Ele não precisa de proteção. O Lorde das Trevas se foi...


— ... O Lorde das Trevas retornará, e Harry correrá um perigo terrível quando isso ocorrer.


Fez-se uma longa pausa e lentamente Snape recuperou o controle, normalizou sua respiração. Por fim, disse:


— Muito bem. Muito bem. Mas jamais, jamais revele isso, Dumbledore! Isto deve ficar entre nós! Jure! Não posso suportar... Particularmente o filho de Potter... Quero sua palavra!


 


— Ele concordou? — Perguntou Harry confuso.


— Concordou. — Respondeu Dumbledore sorrindo ao ver a cara de estático de Sirius.


— Você não tinha o direito de fazer isso, Dumbledore. Ele nem ao menos faz parte da família, se um dia tivesse que pedir algo quanto a Harry, é para mim, afinal... — Sirius não pode terminar de dizer.


— Você estava preso Sirius, e eu não poderia me opor a isso, afinal, a ideia de manter o fato de Pedro ser o fiel foi sua, do James e da Lily, você não contou a ninguém, nem mesmo a Remo, como acha que eu poderia me opor ao fato de que você ser o fiel? — Perguntou Dumbledore.


— Deveria ter ido atrás de mim, conversado comigo. — Falou Sirius.


— Faça-me o favor né Sirius, era o mundo inteiro como prova, eu nem sempre estive certo por completo que tivesse sido você o fiel, mas ainda não tinha provas, não sabia que você, James e Pedro fossem animagos, se eu soubesse teria pensado que seria fácil Rabicho ter conseguido fugir daquilo sem morrer. — Falou Dumbledore.


— Se eu tivesse te falado você com certeza saberia como eu tinha fugido de Azkaban. — Falou Sirius.


— Se eu soubesse eu poderia saber que Rabicho estava vivo ao fugir em forma de rato e você não teria ido pra Azkaban. — Falou Dumbledore.


— Esta me fazendo mudar de assunto. — Falou Sirius.


— Volte a ler, Helena. — Falou Dumbledore para Helena que logo voltou a ler, Sirius apenas não retrucou por que não queria interrompeu a leitura da filha.


— Dou a minha palavra, Severo, de que jamais revelarei o que você tem de melhor. — Dumbledore suspirou, olhando para o rosto feroz e angustiado de Snape. — Se você insiste...


O gabinete se dissolveu, mas reapareceu instantaneamente. Snape andava de um lado para outro diante de Dumbledore.


— ... medíocre, arrogante como o pai, deliberadamente indisciplinado, encantado com a fama, exibido e impertinente...


 


— Ele me ama, só pode ser. — Falou Harry.


Fui obrigado a escutar esses mesmos insultos durante um ano. Pensou Dumbledore se lembrando que Snape não parava de insultar Harry quando o menino entrara para a escola.


— Você vê o que espera ver, Severo — disse Dumbledore, sem erguer os olhos do exemplar de Transfiguração Hoje. — Outros professores me informam que o garoto é modesto, amável e tem algum talento. Pessoalmente, eu o acho uma criança cativante.


Dumbledore virou uma página e disse sem erguer os olhos:


— Vigie Quirrell, por favor.


 


— Então, você sabia? — Perguntou Hermione a Dumbledore, a menina estava indignada por saber que Dumbledore sabia sobre Quirrell e mesmo assim o deixou no castelo.


— Não tinha certeza, eu apenas desconfiava. — Respondeu Dumbledore.


— Então era por isso que Snape estava sempre atrás de Quirrell, por que você o mandou. — Falou Rony.


— Exatamente. — Falou Dumbledore fazendo sinal para Helena ler, a menina estava curiosa para saber quem era esse homem e o que ele fizera, decidiu que perguntaria outra hora quem era esse tal homem.


Um redemoinho de cor, e em seguida tudo escureceu, e Snape e Dumbledore estavam parados a certa distância no saguão de entrada, enquanto os retardatários do baile de Natal passavam a caminho do dormitório.


— Então? — murmurou Dumbledore.


— A Marca de Karkaroff está escurecendo também. Ele está em pânico, receia uma retaliação, você sabe o quanto ele ajudou o Ministério depois da queda do Lorde das Trevas. — Snape olhou de esguelha para o perfil de nariz-torto de Dumbledore. — Karkaroff pretende fugir se a Marca arder.


 


— Então era isso que Karkaroff queria aquele dia, em que foi procurar Snape todo desesperado? Porque estava com medo de a marca arder e ser chamado por Voldemort? — Perguntou Hermione.


— Sim, foi esse o motivo. — Responde Dumbledore.


— Uau, e olha que ele era o diretor da Durmstrang, imagine se fosse um aluno, cagaria nas calças ao ver apenas a marca escurecer. — Falou Rony rindo junto de Hugo.


— Durmstrang? Eles apareceram na minha escola uma vez, os meninos dessa escola queria se achar, dizia que era melhor que todos, um deu até em cima de mim. — Falou Helena rindo.


— Como assim? — Perguntou Rose.


— Ele me chamou para sair, e disse que se eu recusasse me arrependeria amargamente, eu deu um chute no meio das penas dele e disse que não me arrependi, povinho mais folgado. — Falou Helena com cara de brava.


— É mesmo? — exclamou Dumbledore em voz baixa, no momento em que Fleur Delacour e Rogério Davies entravam do jardim às risadinhas. — E você está tentado a se juntar a ele?


— Não — disse Snape, seus olhos negros acompanhando os dois alunos que se retiravam. — Não sou tão covarde.


— Não — concordou Dumbledore. — Você é um homem bem mais corajoso do que Karkaroff. Sabe, às vezes penso que fazemos a Seleção cedo demais...


 


— A coisa vai ficar feia. — Falou Teddy vendo Gui fechar os punhos de raiva.


— Continue a ler e não começa Teddy. — Falou Vic.


Dumbledore se afastou, deixando Snape com um ar espantado...


E, mais uma vez, Harry se viu no gabinete do diretor. Era noite e Dumbledore estava sentado em sua cadeira-trono, à escrivaninha, com o corpo meio caído para um lado, aparentemente semiconsciente. Sua mão direita pendia do braço, escura e queimada. Snape murmurava encantamentos, apontando a varinha para o seu pulso, ao mesmo tempo em que, com a mão esquerda, inclinava uma taça cheia com uma densa poção dourada para a garganta de Dumbledore. Passados alguns momentos, as pálpebras dele mexeram e se abriram.


— Por quê? — perguntou Snape, sem preâmbulo. — Por que você pôs esse anel no dedo? Ele tem um feitiço, certamente você percebeu isso. Por que tocou nele?


 


— Anel? Será que pode ser a Horcrux? — Perguntou Molly.


— Provavelmente. — Falou Dumbledore.


O anel de Servolo Gaunt estava sobre a mesa diante de Dumbledore. Estava rachado; e, a espada de Gryffindor, ao lado da jóia. Dumbledore fez uma careta.


— Fui... Um tolo. Aflitivamente tentado...


— Tentado pelo quê?


Dumbledore não respondeu.


— É um milagre que tenha conseguido voltar a Hogwarts! — Havia fúria no tom de Snape. — Esse anel carregava um feitiço de extraordinário poder, paralisá-lo é o máximo que podemos ter esperança de conseguir; por ora, restringi o feitiço a uma das mãos...


 


— Não seria mais segura pedir ajuda a alguém que entendesse mais desse assunto? Tudo bem que Snape é um grande bruxo, mas ele não é uma das pessoas mais apropriadas para fazer isso. — Falou Molly.


— Se eu fosse ao St. Mungus com certeza saberiam da minha ida lá, e com certeza a imprensa iria ir atrás, e também teria que explicar o que aconteceu. — Falou Dumbledore.


— Sem contar que o Snape é a primeira pessoa que ele pensa quando precisa de ajuda, nós ele apenas se lembra quando tem reunião da Ordem. — Falou Sirius olhando feio para Dumbledore.


O diretor apenas revirou os olhos.


Dumbledore ergueu a mão enegrecida e inútil, examinou-a com a expressão de uma pessoa a quem mostrassem uma interessante curiosidade.


— Você cuidou muito bem de mim, Severo. Quanto tempo acha que me resta?


O tom de Dumbledore era coloquial; poderia estar perguntando qual era a previsão da meteorologia. Snape hesitou e então respondeu:


— Não sei dizer. Talvez um ano. Não há como paralisar um feitiço desses definitivamente. No fim, ele irá se espalhar, é o tipo de feitiço que se fortalece com o tempo.


Dumbledore sorriu. A notícia de que tinha menos de um ano de vida lhe pareceu de pequena ou nenhuma conseqüência.


 


— Você é maluco? — Perguntou Helena a Dumbledore que sorriu.


— Um pouquinho. — Respondeu Dumbledore sorrindo minimamente.


— Da pra perceber. — Falou Helena antes de voltar a ler.


— Tenho a sorte, a extrema sorte, de contar com você, Severo.


— Se tivesse mandado me chamar um pouco mais cedo, eu talvez tivesse podido fazer mais, ganhar mais tempo para você! — disse Snape, indignado. Ele olhou para o anel partido e a espada. — Você achou que partindo o anel pudesse romper o feitiço?


— Algo parecido... Sem dúvida eu estava delirando... — respondeu Dumbledore. Com esforço ele se aprumou na cadeira. — Bem, realmente isso torna as questões mais objetivas.


Snape pareceu extremamente espantado. Dumbledore sorriu.


— Estou me referindo ao plano que Lord Voldemort está tecendo a meu respeito. O plano de mandar o coitado do menino Malfoy me liquidar.


 


Draco ao escutar aquilo e empalideceu, e ao olhar para sua mão que estava  junta de Astória achou aquilo muito e interessante, e não querendo ver que todos olhavam pra ele ficou ali, olhando para a delicada mão da menina até escutar Helena voltar a ler.


Snape sentou-se na cadeira que Harry tantas vezes ocupara em frente à mesa de Dumbledore. O garoto percebeu que ele queria acrescentar mais alguma coisa a respeito da mão amaldiçoada de Dumbledore, mas o diretor ergueu-a em uma cortês recusa de continuar a discutir o assunto. Amarrando a cara, Snape comentou:


— O Lorde das Trevas não espera que Draco seja bem-sucedido. Isto é apenas um castigo pelos recentes malogros de Lúcio. Uma tortura lenta para os pais de Draco, que o observam fracassar e pagar o preço.


— Em suma, o menino foi sentenciado à morte com tanta certeza quanto eu — disse Dumbledore. — Agora, eu diria que o sucessor natural para esse serviço, se Draco não tiver êxito, será você, não?


 


— Você esta pedindo para ele te matar? Isso será um prazer pra ele. — Falou Sirius.


— Não comece Sirius. — Falou Dumbledore para Sirius.


— É. — Falou Helena antes de voltar a ler.


Houve uma breve pausa.


— Esse, acho, é o plano do Lorde das Trevas.


— Lord Voldemort prevê um momento em futuro próximo em que não precisará ter um espião em Hogwarts?


— Ele acredita que a escola logo estará nas mãos dele, sim.


 


— Eu não estou entendendo mais nada, uma hora você diz que ele esta do nosso lado, em outra hora admite que ele seja um espião no castelo, eu sinceramente não entendo você, Dumbledore. — Falou Sirius para o diretor que ficou apenas o olhando.


— Hoje você tirou o dia pra falar em Sirius. — Falou Remo para o amigo que deu de ombros.


— E se realmente cair nas mãos dele — disse Dumbledore, quase como um aparte —, tenho a sua palavra de que fará tudo em seu poder para proteger os estudantes de Hogwarts?


Snape assentiu formalmente.


 


— Há tá, deixar comensais da morte torturarem alunos é uma ótima forma de proteger os alunos. — Falou Sirius ironicamente.


Helena revirou os olhos e voltou a ler.


— Ótimo. Agora então. Sua prioridade será descobrir o que Draco está fazendo. Um adolescente amedrontado é um perigo para os outros e para si mesmo. Ofereça-se para ajudá-lo e orientá-lo, ele deve aceitar, ele gosta de você...


— ... Menos, desde que o pai caiu em desgraça. Draco me culpa, acha que usurpei a posição de Lúcio.


— Ainda assim, tente. Estou menos preocupado comigo do que com as vítimas acidentais dos planos que possam ocorrer ao menino. Em última hipótese, é claro, há apenas uma coisa a fazer se você quiser salvá-lo da ira de Lord Voldemort.


 


— Eu não estou entendendo, o que quer que façam? Quer deixar o menino te matar? Simples assim? — Perguntou Jorge confuso.


— Concordo com o Rony quando ele diz que Dumbledore é meio maluco, ou melhor, completamente. — Sussurrou Fred para o irmão gêmeo que assentiu, mesmo que o diretor houvesse dito que era meio maluco, todos tinham que sempre dizer com as idéias que o diretor tinha.


Snape ergueu as sobrancelhas e seu tom foi sardônico quando perguntou:


— Você está pretendendo deixar que Draco o mate?


— Certamente que não. Você deverá me matar.


 


— Não estou entendendo nada, você não esta pedindo a ele, esta mandando, porque isso? — Perguntou Sirius confuso a Dumbledore que não respondeu, assim que Helena percebeu que ele não responderia voltou a ler.


Houve um longo silêncio, quebrado apenas por estranhos cliques. Fawkes, a fênix, estava roendo um pedaço de osso de siba.


— Quer que eu faça isso agora? — perguntou Snape, a voz carregada de ironia. — Ou gostaria de ter alguns momentos para compor um epitáfio?


— Ah, ainda não — respondeu Dumbledore sorrindo. — Acho que a oportunidade se apresentará no devido tempo. Considerando o que aconteceu esta noite — ele indicou a mão murcha —, podemos ter certeza de que isso ocorrerá dentro de um ano.


 


— Se não se importa em morrer,  porque pedir ao Snape? Deixasse Draco te matar de qualquer jeito, isso se ele fosse conseguir. — Falou Rony para Dumbledore.


— Eu sei quando uma pessoa não esta pronta para fazer tal coisa, e se não esta pronta quer dizer que ainda existe uma salvação, um jovem desperdiçando a vida por um pedido de Voldemort? Não é uma coisa que eu iria querer que acontecesse com ninguém, independente de como é e de quem é filho. — Falou Dumbledore.


— Se você não se importa de morrer — disse Snape, com aspereza —, então por que não deixa Draco fazer isso?


— A alma daquele menino ainda não está totalmente comprometida — contestou Dumbledore. — Eu não permitiria que se rompesse por minha causa.


— E a minha alma, Dumbledore? A minha?


 


Achei que essa coisa não tivesse alma. — Sussurrou Sirius, mas ele falou em um tom que varias pessoas pudessem ter ouvido.


— Sirius, a quanto tempo vai ficar acreditando que Snape esta do lado de Voldemort? O livro já não te deu provas o suficiente de que ele é confiável? — Perguntou Dumbledore.


— Dumbledore, Snape estava em todas as batalhas de pessoas que eu conheci que ao menos se machucaram, algumas delas estão machucadas até hoje e você sabe quem é. — Falou Sirius olhando brevemente para Neville que não percebeu o olhar, mas Dumbledore entendeu que ele falava de Alice e Frank — E não se esqueça que por causa dele o filho da Molly perdeu uma orelha, poderia ter sido pior, como posso acreditar em uma pessoa que fez essas coisas? — Perguntou Sirius.


O diretor não teve resposta para aquilo, verdadeiramente não sabia o que se passara na cabeça de Snape para tacar o feitiço em Jorge, ele olhou para Helena e fez sinal para que ela voltasse a ler.


— Somente você é capaz de saber se prejudicará sua alma ajudar um velho a evitar a dor e a humilhação — replicou Dumbledore. -Peço a você um único e grande favor, Severo, porque a morte está vindo me buscar tão certo quanto os Chudley Cannons terminarão este ano em último lugar. Confesso que prefiro uma saída rápida e indolor à opção demorada e suja que terei se, por exemplo, Greyback estiver envolvido; ouvi dizer que Voldemort o recrutou. Ou se for a cara Belatriz, que gosta de brincar com a comida antes de comê-la.


 


— Não precisa humilhar assim né. — Falou Rony ao ouvir o mencionar de seu time, Dumbledore riu ao ouvir o que Rony havia dito.


Seu tom era leve, mas seus olhos azuis perfuravam Snape como tão freqüentemente perfuravam Harry, como se ele pudesse ver a alma que discutiam. Por fim, Snape fez um breve aceno com a cabeça.


Dumbledore pareceu satisfeito.


— Obrigado, Severo...


O gabinete desapareceu, e agora Snape e Dumbledore estavam caminhando juntos nos jardins desertos do castelo ao crepúsculo.


— Que é que você está fazendo com Potter, todas essas noites em que se trancam no gabinete? — perguntou Snape, abruptamente.


 


— Deve ser a época em que Dumbledore estava contando a você sobre as Horcrux. — Falou Gina ao namorado que assentiu, varias pessoas ali estavam confuso quando ouviram Snape mencionar o que Dumbledore estaria fazendo com Harry.


Dumbledore tinha o ar abatido.


— Por quê? Você está tentando lhe dar mais detenções, Severo? Logo o menino passará mais tempo em detenções do que fora delas.


— Ele é o pai sem tirar nem pôr...


 


— Seis anos depois e ele ainda fica falando a mesma coisa, parece um disco arranhado. — Falou Hermione revirando os olhos de tédio.


— Na aparência, talvez, mas, em sua natureza profunda, ele parece muito mais com a mãe. Gasto tempo com Harry porque tenho coisas a conversar com ele, informações que preciso lhe passar antes que seja tarde demais.


— Informações — respondeu Snape. — Você as confia a ele... Não as confia a mim.


— Não é uma questão de confiança. Tenho, como ambos sabemos, um tempo limitado. É essencial que eu dê ao menino informações suficientes para ele fazer o que precisa ser feito.


— E não posso receber as mesmas informações?


— Prefiro não guardar todos os meus segredos em uma única cesta, particularmente uma cesta que passa tanto tempo pendurada no braço de Lord Voldemort.


— O que faço cumprindo suas ordens!


 


— Eu ainda não entendo, Voldemort pensa que Snape é um espião aqui em Hogwarts, você pensa que Snape é um espião entre os comensais da morte, ele vê pessoas morrer na frente deles, pessoas de trabalho, como no primeiro capitulo, é muito confuso. — Falou Sirius.


— Deixe que a menina termine o capitulo Sirius, depois conversamos. — Falou Dumbledore para Sirius que assentiu.


— E faz isso extremamente bem. Não pense que subestimo o constante perigo em que se coloca, Severo. Dar a Voldemort informações que pareçam valiosas, negando-lhe o essencial, é um serviço que eu não confiaria a ninguém exceto você.


— Contudo, você faz muito mais confidencias a um garoto que é incapaz de aprender Oclumência, cuja magia é medíocre e que tem uma ligação direta com a mente do Lorde das Trevas!


— Voldemort teme essa ligação. Não faz muito tempo, ele provou um pouquinho do que realmente significa partilhar a mente de Harry. Foi uma dor que ele jamais experimentara na vida. Não tentará possuir Harry outra vez, tenho certeza. Não da mesma forma.


 


— Quando mesmo foi que Voldemort tentou me possuir? — Perguntou Harry ao pessoal do futuro.


— No seu quinto ano, quer dizer, esse mesmo ano. — Respondeu Al.


— Não estou entendendo.


— A alma de Lord Voldemort, mutilada como está, não suporta o contato com uma mente como a de Harry. É como o contato de uma língua com o aço congelado, como a carne do corpo em chamas...


 


— Almas? Até agora o assunto era sobre mentes. — Falou Molly confusa.


— Almas? Estamos falando de mentes!


— No caso de Harry e Lord Voldemort, falar em uma é falar da outra.


Dumbledore olhou ao redor para se certificar de que se encontravam realmente sozinhos. Agora estavam muito próximos da Floresta Proibida, mas não havia sinal de ninguém na vizinhança.


— Depois que me matar, Severo...


— Você se recusa a me contar tudo, no entanto espera de mim esse pequeno serviço! — rosnou Snape, e uma fúria real inflamou o seu rosto magro. — Você presume muita coisa, Dumbledore! Talvez eu tenha mudado de idéia!


 


— Olha isso, ele mesmo diz que pode mudar de ideia, do mesmo jeito que pode mudar de lado, como quer que acreditemos na confiança dele? — Perguntou Sirius novamente, mais uma vez revoltado.


— Sirius, eu já pedi para deixar a menina terminar o capitulo. — Falou Dumbledore.


— Você me deu a sua palavra, Severo. E, já que estamos falando em serviços, você está em falta comigo, pensei que tivesse concordado em vigiar o nosso jovem amigo da Sonserina?


Snape não escondia a raiva, a rebeldia. Dumbledore suspirou.


— Venha ao meu gabinete hoje à noite, Severo, às onze, e você não se queixará de que não tenho confiança em você.


 


— O que vai ser revelado agora? — Perguntou Remo.


— Não tenho certeza. — Respondeu Dumbledore, o diretor pensava em como seria a reação das pessoas ao saber o que provavelmente seria revelado, o que Harry iria sentir — Não posso tomar o livro e dizer que a leitura acabou. — Pensou Dumbledore.


Tinham voltado ao gabinete de Dumbledore, as janelas escuras, e Fawkes estava tão silenciosa quanto Snape imóvel na cadeira, e o diretor andava em volta dele, falando.


— Harry não pode saber, não até o último momento, não até que seja necessário, do contrário como poderia ter a força para fazer o que deve ser feito?


— Mas o que deve fazer?


— Isto é entre mim e Harry. Agora escute bem, Severo. Virá um tempo... Depois da minha morte... Não discuta, não interrompa! Virá um tempo em que Lord Voldemort temerá pela vida da cobra dele.


— Por Nagini? — Snape pareceu admirado.


 


— Há, isso nós já sabemos, que a cobra é uma Horcrux. — Falou Fred.


— Se não é o Sirius é algum outro em. — Falou Dumbledore fazendo Fred ficar um pouco vermelho — Mas confesso que o Sirius já estava sendo irritante.


— Eu irritante? Porque? — Perguntou Sirius.


— Sirius, você nunca irá aceitar a si mesmo que Snape é uma pessoa completamente ao contrario do que você pensa e do que você diz, que ele cuida do filho do James, digo e da Lily, mesmo não gostando do seu melhor amigo, o garoto com quem sempre teve uma implicância. — Respondeu Dumbledore — Que o errado entre você e Snape na adolescência foi você, você foi o errado que decidiu fazer aquela brincadeira.


— O que eu possa fazer se ele é um enxerido? — Perguntou Sirius.


— Não Sirius, isso não é motivo para você fazer aquilo, imagine se ele tivesse levado a Lily? Imagine o que teria acontecido? — Perguntou Dumbledore.


— Ele sabia muito bem o que iria encontrar lá, foi porque quis. — Falou Sirius.


— Foi por curiosidade, você deveria saber mais que todo mundo que todo adolescente tem uma certa curiosidade, e o Remo também nunca tentou disfarçar que era diferente, o que chamou a atenção de Snape, do mesmo jeito que chamou a atenção da Srta. Granger. — Falou Dumbledore.


— Vocês acham que é fácil esconder que se é um Lobisomem? Eu fico pálido toda lua cheia e no dia seguinte acordo arranhado, e as vezes nem era por culpa minha, era esse idiota que ficava arrumando briga comigo quando éramos adolescentes. — Falou Remo apontando para Sirius — E ele achando que poderia brigar comigo de novo em 93, levou uma bela de uma surra.


— Você queria o que? Três adolescentes, Rony desacordado, Rabicho acorrentado a ele, Snape também desacordado por causa daquele ali ó. — Falou Sirius indicando Harry.


— Não venham colocar a culpa em mim não. — Falou Harry.


— E respondendo a sua pergunta, sobre o que aconteceria se Snape tivesse levado a Lily, já não existiria mais Sirius, ele já estaria a sete palmos do chão porque com certeza James teria o matado. — Falou Remo.


Helena vendo que não diriam mais nada, voltou a ler.


— Exatamente. Quando chegar o momento em que Lord Voldemort parar de mandar a cobra cumprir os seus mandados, e a mantiver segura ao seu lado, sob proteção mágica, então, acho, não haverá perigo em contar a Harry.


— Contar o quê?


 


— Aha, estão vendo, eu sabia que esse Snape queria alguma coisa, era por isso que ele não parava de olhar para a cobra, ele queria ir tanto atrás do Harry porque queria contar a ele o que Dumbledore pediu. — Falou Helena parando a leitura repentinamente — Eu vou ganhar aqueles 30 galeoes. — Falou Helena sorrindo para Sirius.


— Até agora eu não vi nada de interessante quanto a ele. — Falou Sirius dando de ombros.


Dumbledore inspirou profundamente e fechou os olhos.


— Conte-lhe que na noite em que Lord Voldemort tentou matá-lo, quando Lily pôs a própria vida entre os dois como um escudo, a Maldição da Morte ricocheteou em Lord Voldemort, e um fragmento da alma dele irrompeu do todo e se prendeu à única alma sobrevivente na casa que desabava. Parte de Lord Voldemort vive em Harry, e é esta parte que lhe dá tanto a capacidade de falar com cobras quanto uma ligação com a mente de Lord Voldemort que ele jamais entendeu. E enquanto esse fragmento de alma, de que Voldemort não sentiu falta, permanecer preso e protegido por Harry, Lord Voldemort não poderá morrer.


 


Todos olharam estáticos para Dumbledore que soltou um longo suspiro, sabia que surpresa e indignação seria a reação de todos, esperava que Sirius logo desabasse, ele e Molly.


— Isso não pode ser verdade Dumbledore. — Falou Molly.


— Eu não posso dizer que é mentira, esta no livro, tudo o que contém ai é verdade. — Falou Dumbledore.


— Mas se isso for verdade, Harry terá que morrer. — Falou Sirius olhando para Dumbledore, o animago estava indignado com o que aconteceria com Harry.


— Eu estive pensando nessa hipótese nos últimos dias, desde quando soube dessa história das Horcrux. — Falou Dumbledore.


— E não tem um outro jeito de matar Voldemort? Digo, sem que aconteça algo com o Harry? — Perguntou Gina.


— Não sei, eu realmente não sei, nem sei se minha hipótese esta certa, já que se estivesse ele não teria filhos. — Falou Dumbledore indicando James, Lily e Al que sorriram amarelo.


— É Lily, se papai tinha que morrer para matar Voldemort, como nascemos? — Perguntou James a irmã.


— Porque esta perguntando isso pra mim? — Perguntou Lily ao irmão que logo respondeu.


— Ué, você sabe de tudo, você herdou a inteligência que o papai deveria ter herdado da vovó Lily, pode muito bem nos responder isso. — Falou James a irmã que olhou brava para ele.


— Engraçadinho, muito engraçadinho você. — Falou Lily para o irmão — Só porque eu quero conhecer o papai mais que você, não quer dizer que eu tenha a resposta pra tudo. — Falou Lily ainda brava com o irmão.


— Não é que eu não queira o conhecer, é só que penso que ter você enchendo o saco do papai já é o suficiente. — Falou James tirando com a cara da irmão que não entendeu como uma brincadeira.


Será que o papai fica bravo comigo por eu perguntar tanta coisa? Pensou Lily meia chateada.


— Então, se o pai dela esta vivo, quer dizer que pode existir outra maneira para Harry ficar vivo, pra ele não precisar se suicidar. — Falou Remo que estava tão abalado quanto o melhor amigo.


— Provavelmente. — Falou Dumbledore.


— Olha que bom, ao menos iremos nascer. — Falou Al.


— Primeiro seus pais terão que casar e te fazer depois. — Falou Tonks rindo.


— Ou faça do jeito que meu pai faz, faça primeiro e depois pense em casar. — Falou Helena sorrindo divertida ao ver Harry ficar vermelho e os Weasley o olhar com os olhos banhados de raiva.


— Você deve me odiar né? — Perguntou Harry a Helena que riu.


— Desculpe, foi apenas uma brincadeira, e você é muito certinho pra fazer isso, sem contar a quantidade de cunhados. — Falou Helena rindo, voltando a ler logo em seguida.


Harry teve a sensação de estar observando os dois homens do fim de um longo túnel, tão distantes estavam dele, as vozes ecoando estranhamente em seus ouvidos.


— Então o garoto... O garoto deve morrer? — perguntou Snape, muito calmo.


— E é Voldemort quem deve matá-lo, Severo. Isto é essencial.


Seguiu-se outro longo silêncio. Então Snape falou:


— Pensei... Todos esses anos... que nós o protegíamos por causa dela. De Lily.


— Nós o protegíamos porque era essencial que fosse ensinado, criado e pudesse experimentar a própria força — explicou Dumbledore, com os olhos ainda fechados. — Nesse meio-tempo, a ligação entre os dois foi crescendo, um crescimento parasitário: às vezes penso que Harry suspeita disso. Se bem o conheço, tomará providências para que, ao sair ao encontro da morte, isto represente, verdadeiramente, o fim de Voldemort.


 


— Isso é um horror Dumbledore, falando assim parece que ele sobreviveu apenas para poder morrer novamente no tempo certo, como se ele tivesse um limite de tempo de vida. — Falou Minerva.


— Não é uma coisa que eu escolhi para a vida dele, Minerva. Não sou eu que escolho o destino das pessoas. — Falou Dumbledore.


A professora não disse mais nada, sabia que Dumbledore estava tão arrasado por saber daquilo quanto ela, Helena ao perceber o silencio voltou a ler.


Dumbledore reabriu os olhos. Snape estava horrorizado.


— Você o manteve vivo para que pudesse morrer na hora certa?


— Não fique chocado, Severo. Quantos homens e mulheres você viu morrer?


— Ultimamente apenas os que não pude salvar. — Ele se levantou — Você me usou.


— Em que sentido?


— Espionei por você, menti por você, corri risco mortal por você. Supostamente tudo para manter o filho de Lily Potter vivo. Agora você me diz que o esteve criando como um porco para o abate...


 


— Como se ele se importasse se você iria morrer ou não. — Falou Sirius dando de ombros.


— Sirius, pare. — Falou Tonks ao primo que olhou feio pra ela.


— Ora, isso é comovente, Severo — exclamou Dumbledore, sério.


— Você acabou se afeiçoando ao menino, afinal?


— A ele? — gritou Snape. — Expecto patronum!


Da ponta de sua varinha irrompeu a corça prateada: ela pousou, correu pelo soalho do gabinete e saiu voando pela janela. Dumbledore observou-a se afastando pelos ares e, quando seu brilho prateado se dissipou, ele se dirigiu a Snape e seus olhos estavam cheios de lágrimas.


— Depois de todo esse tempo?


— Sempre — respondeu Snape.


 


Ele ainda a ama, mesmo depois de tanto tempo. Pensou Sirius, mas logo o animago não se surpreendeu, e ao se lembrar de Lene entendeu o que Snape sentia em ter a pessoa que amava tão longe, e a situação dele ainda era pior, a amou por tanto tempo sem nem ao menos ser correspondido e mesmo depois dela começar a odiá-lo.


Foi por isso que ele nunca desistiu de proteger o menino, por Lily, ele ainda a ama entendo do porque da raiva dele, e ele estava certo, o usei, menti dizendo que ele estaria cuidando do menino por Lily, mas no final ele cuidou de Harry apenas para que ele chegasse vivo no momento certo em que deveria morrer. Pensou Dumbledore triste com si mesmo, por ter enganado um homem como aquele, tão valente em fazer tudo o que precisasse, pensando que poderia ser uma forma de agradecer os momentos felizes que teve ao lado da ruiva, ou como se fosse uma forma de pedir desculpas por ter dito tais palavras que a levaram para longe dele.


— Os homens de hoje em dia deviam ser iguais a ele. — Sussurrou Helena se referindo ao amor que Snape sentia por Lily.


As meninas em volta estavam surpresas e emocionadas ao mesmo tempo, Snape nunca deixou transparecer um homem emocional, que faria de tudo para ver sua amada feliz, seja onde estiver, que mesmo odiando um homem não deixou de negar algo que fizesse a ruiva feliz, mesmo depois dela ter dispensado suas desculpas.


Draco não entendia o professor, porque ele se transformara naquele homem que parecia não ter sentimento por ninguém, um homem que pareceu nunca ter capacidade para chorar por uma mulher.


— Então, essa corça, ela é a mesma que mostrou onde estaria a espada? — Perguntou Rony tentando amenizar a situação.


Mas a verdade era que muitos ali ficaram tão surpresos com o fato de Snape amar Lily, que se esqueceram que a forma do patrono de Snape era uma corça, Sirius e Remo se lembraram da forma de animago de James e logo em seguida que a forma do patrono de Lily também era uma corça.


Pelo jeito, a corça tomou o lugar da minha mãe quando Snape precisava de companhia. Pensou Harry, ele varias vezes que conjurava seu patrono sentia a presença de James por perto, como um escudo, como o dever do pai de sempre estar cuidando do filho.


— Bom, é provável que seja essa mesma corça. — Falou Minerva.


— Mas não temos certeza. — Falou Sirius.


Helena revirou os olhos para o pai e voltou a ler.


E a cena mudou. Agora Harry via Snape conversando com o retrato de Dumbledore atrás da escrivaninha.


— Você terá de informar a Voldemort a data certa da partida de Harry da casa dos tios — recomendou Dumbledore. — Se não fizer isso, levantará suspeitas, uma vez que Voldemort o julga bem informado. Entretanto, você precisa plantar a idéia dos chamarizes: acho que isso deverá garantir a segurança de Harry. Tente confundir Mundungo Fletcher. E, Severo, se você for obrigado a tomar parte na perseguição, assegure-se de representar a sua parte convincentemente... Estou contando com você para continuar nas boas graças de Lord Voldemort o maior tempo possível, ou Hogwarts ficará à mercê dos Carrow...


 


— Ai esta a prova para você perceber que ele não engana Dumbledore e que esta realmente do lado de vocês. — Falou Lily olhando para Sirius.


— Que prova? — Perguntou Sirius confuso.


— Ele sabia muito bem do plano da Ordem, quer dizer, ele foi o primeiro a saber, o que significa que ele ajudou a Ordem. — Falou Lily.


— Preciso de outra prova, já que ele quase matou o filho da Molly. — Falou Sirius dando de ombros, Lily soltou um longo suspiro como se houvesse desistido.


Agora Snape estava face a face com Mundungo em uma taberna desconhecida, o rosto deste parecendo curiosamente inexpressivo, Snape franzindo a testa concentrado.


— Você irá sugerir à Ordem da Fênix — murmurou Snape — que use chamarizes. Poção Polissuco. Potters idênticos. É a única coisa que poderia dar resultado. Você esquecerá que lhe sugeri isso. Apresentará a idéia como sua. Entendeu?


 


— Como vocês não desconfiaram do Mundungo? Eu teria desconfiado, ele nunca teria tido uma ideia dessas. — Falou Sirius.


— Entendi — murmurou Mundungo, seus olhos desfocados... Agora Harry estava voando emparelhado com a vassoura de Snape, através da noite escura e desanuviada: o professor ia acompanhado por outros Comensais da Morte encapuzados, e à sua frente estavam Lupin e Harry que era na realidade Jorge... Um Comensal passou a frente de Snape e apontou a varinha diretamente para as costas de Lupin...


Sectumsempra! — gritou Snape.


O feitiço que visava a mão do Comensal da Morte, no entanto, errou o alvo e atingiu Jorge...


 


Helena naquele momento parou de ler e olhou significativamente para o pai, esperando mais uma de suas desculpas, Sirius não sabia o que dizer, acabara de saber que Snape tentara salvar a vida de Remo, olhou para o amigo a procura de uma resposta, mas ele apenas deu de ombros.


— O que foi? — Perguntou Remo.


Me ajude. — Respondeu Sirius com a voz apenas em um sussurro.


Sirius, deixe de ser assim, já ouvimos muitas provas que comprovam que Snape esta do nosso lado, e olha só, ele salvou o homem que poderia ter o matado na época da adolescência, ele fez a segurança do Harry, o filho do James, do homem que ele sempre odiou, e fez isso por Lily, ele nunca guardou ressentimento quanto a Lily, ele fez o que muitos nunca nem ao menos tentaram fazer, mentiu para Voldemort para assim continuar cuidando do Harry. — Sussurrou Remo para o amigo que apenas escutou, cada palavra.


Sirius sabia que estava sendo idiota, mas seu ego ainda estava alto, fez sinal para Helena voltar a ler, e no final do capitulo teria sua resposta pronta quanto a Snape.


No momento seguinte, Snape se achava ajoelhado no antigo quarto de Sirius. As lágrimas escorriam da ponta do seu nariz curvo ao ler a carta de Lily. A segunda página tinha apenas algumas palavras:


 


 


... pudesse ter sido amigo de Gerardo Grindelwald. Pessoalmente, acho que ela está começando a caducar!


Afetuosamente,


Lily


 


As meninas do salão, do mesmo jeito que alguns minutos tinham seus olhos banhados de lagrimas, um homem que mesmo depois de tanto sofrer nunca desistira, um homem que sempre pensaram ser um perfeito Sonserino, mas que na verdade tinha a coragem que muitos Grifinórios não tinham.


Snape removeu a página que continha a assinatura de Lily e o seu afeto e guardou-a no bolso interno das vestes. Em seguida, rasgou ao meio a foto que segurava, para poder guardar a metade em que Lily ria, e atirou a outra com James e Harry no chão, sob a cômoda...


E agora Snape estava mais uma vez no gabinete do diretor e Fineus Nigellus voltava correndo para o seu quadro.


— Diretor! Eles estão acampando na Floresta do Deão! A sangue-ruim...


— Não use essa palavra!


 


— Deve ser a palavra mais horrível que ele conhece na opinião dele. — Falou Lila com lagrimas nos olhos, ela sentia até uma certa inveja da mãe de Harry, tiveram um grande homem ao seu lado, seja ela o considerando como amigo e ele a amando como mulher.


Nem ao menos eu tive tanta sorte em encontrar um homem assim, ela devia o agradecer por dedicar sua vida ao filho dela e dedicar o amor dele por ela. Pensou Lila sentindo mais uma lagrima descer por seu rosto.


— ... Que seja, a garota Granger mencionou o lugar quando abriu a bolsa e eu a ouvi!


— Muito bom. Ótimo! — exclamou o retrato de Dumbledore atrás da cadeira do diretor. — Agora, Severo, a espada! Não esqueça que deve ser apanhada sob condições de necessidade e coragem, e ele não pode saber quem a está entregando! Se Voldemort puder ler a mente de Harry e vir você ajudando-o...


— Eu sei — respondeu Snape, secamente. Aproximou-se, então, do retrato de Dumbledore e afastou-o para um lado. O quadro girou para frente, revelando uma cavidade oculta, da qual ele tirou a espada de Gryffindor.


— E você vai continuar a não explicar por que é tão importante dar a Potter a espada? — indagou Snape, vestindo uma capa de viagem por cima das vestes.


 


— Foi ele mesmo. — Falou Sirius em voz alta.


— Ouvi alguma coisa? — Perguntou Helena sorrindo para Sirius que estreitou os olhos para ela.


— Continua lendo Helena. — Falou Sirius virando a cara, a menina riu antes de voltar a ler.


— Vou, acho que vou — respondeu o retrato de Dumbledore — Ele saberá o que fazer com ela. E, Severo, tenha muito cuidado, os garotos podem não reagir bem à sua presença depois do acidente com Jorge Weasley...


A porta, Snape se virou.


— Não se preocupe, Dumbledore — disse tranqüilo. — Tenho um plano...


E, dizendo isso, saiu do gabinete. Harry ergueu a cabeça da Penseira, e momentos depois estava deitado no piso acarpetado exatamente na mesma sala: Snape poderia ter acabado de fechar a porta.


 


— Acabou. — Falou Helena olhando para Sirius, esperando que ele falasse alguma coisa.


— Garota, você seria uma boa interpretante do carrasco. — Falou Sirius para a filha que assentiu e riu.


— Devo ter herdado esse meu grande talento do meu pai. — Falou Helena sorrindo largamente para ele que continuou a olhá-la — E então, eu acho que deveria estar escutando uma coisa parecida como: eu estava errado quanto ao Snape. — Falou Helena imitando uma voz grossa.


Carlinhos riu da menina.


— Tá bem, eu concordo com você, esta satisfeita? — Perguntou Sirius.


— É claro que não, eu quero ouvir de você, sai daí Carlinhos, quero ouvir isso. — Falou Helena se levantando e indo até Carlinhos, que estava sentado de frente para Sirius, o animago olhava atentamente para a filha.


— Nem pede por favor? — Perguntou Carlinhos olhando para Helena que continuava em pé, esperando que ele se levantasse.


— É claro que não, vai logo, deixa de ser chato, eu sou visita, tenho que ser bem tratada. — Falou Helena.


— E educada também, não acha? — Perguntou Carlinhos logo se arrependendo ao ver o olhar de raiva da menina, ela mesmo tendo apenas 15 anos era assustadora, antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa ele se levantou e foi para o lugar onde ela estava antes.


Helena se levantou e sustentou o rosto com as mãos, sorrindo largamente para Sirius, esperando que ele dissesse algo.


 


(Autora aqui: Gente, espero que gostem do capitulo em, eu sei que disse que postaria ontem, mas é que ontem foi o dia de passar a tarde toda na casa da mãe, então já viram né, nada de internet, espero os comentários e estou aceitando idéias para o próximo extra em kkk’)

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Comentários (4)

  • AnnyChase

    A maioria dos Potterheads, são extremamente devotos a Snape. Acham lindo o amor que ele sentia por Lily, e de fato, é mesmo, porque até eu tenho de concordar. Contudo, alguém aqui pensa no amor que James sentia pela Lily? A maioria não. E é isso que eu acho ruim, porque todos ficam falando que o amor que Snape sentia por ela era o mais forte de todos, mas não acho que seja. Posso afirmar com toda a certeza de que o amor que James sentia por Lily era maior, capaz de superar anos de ódio, capaz de fazer ele mudar por ela. Tanto, que se não fosse, não acredito que Lily teria casado com ele. Se o amor de Snape fosse tão forte assim, ele pensaria nela antes de se tornar Comensal. Porque sua desculpa foi de que fez tudo aquilo por Lily, mas será mesmo? Pode até ser, mas não completamente. Porque ele conhecia ela muito bem, e também sabia muito bem que Evans NUNCA aceitaria isso. Na verdade, penso que ele foi um pouco (ou bastante) egoísta. E quanto ao Sirius concordar com a Helena, eu também achei errado. O Snape pode ter feito tudo aquilo pelo Harry, mas Sirius não passaria a gostar do Snape ou ao menos dizer que ele ta certo só por causa disso. Eles tem uma briga de muitos anos! Eu também achei errado porque todo mundo ficou contra o Almofadinhas o tempo todo, até mesmo a Helena, que nem sabia da história e nem conhecia o Snape. Sei lá...   Mas enfim, o resto ficou legal.

    2013-06-18
  • Victórie Weasley Lupin

    Adorei, e chorei horrores é claro, kkk. O modo como o Snape protege a Lily é tão lindo e muito fofo, admito que não gosto do jeito como ele trata o Harry, mais, em relação a Lily ninguém tem o que reclamar. E o Sirius que continua muito oergulhoso pro meu gosto. Ele e o Harry estão sendo muito amargurados em relação ao Snape, pelo menos o Thiago teve a decencia de pedir desculpas por ser um completo idiota que não pensa nas consequência de seus atos. Estou amando a fic continue assim que vai ter mais de 200.000 mil leitores.Xoxo,Vicky.

    2013-06-18
  • Beatrice e Nina Potter

    O cap ficou super, hiper, mega, pawer perfeita, posta logo o proximo cap.

    2013-06-17
  • Clenery Aingremont

    Adorei! O próximo será 'extra' ou capítulo normal? Eu estou adorando... <3 O pessoal do futuro não comentou muito, o pessoal do presente quem comentou mais. Sirius sempre teimoso, ai ai. Só quero ver como serão os próximos capítulos. Nem dá para acreditar que já estão nos últimos capítulos do livro.

    2013-06-17
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