CAPÍTULO CATORZE: O LADRÃO



— O ladrão. — Falou Lysa.


— Ladrão? Vocês vão assaltar alguém? — Perguntou Molly.


— Tá parecendo que alguém vai roubar alguma coisa, e eles não sabem quem é o ladrão. — Falou Gina.


— Mas roubar o que? — Perguntou Cho Chang.


— Só lendo para saber. — Falou Hermione dando sinal para que Lysa começasse a ler, a loira voltou a ler.


Harry abriu os olhos e se sentiu ofuscado por uma claridade ouro e verde; não tinha idéia do que acontecera, só sabia que estava deitado no que lhe pareciam folhas e gravetos.


— Uma floresta? — Perguntou Arthur.


Ninguém soube responder.


Lutando para insuflar ar nos pulmões que sentia achatados, ele piscou os olhos e compreendeu que a luminosidade excessiva vinha do sol se infiltrando por um dossel de folhas. Então, um objeto se mexeu próximo ao seu rosto. Ele se apoiou nas mãos e nos joelhos, pronto para enfrentar um animal pequeno e feroz, mas viu que era apenas o pé de Rony. Olhando ao redor, percebeu que os três estavam deitados no chão de uma floresta, aparentemente sozinhos.


 


— Mas que floresta? E onde fica essa floresta? — Perguntou Molly preocupada, Arthur segurou a mão da esposa em forma de passar segurança a ela.


O primeiro pensamento de Harry foi a Floresta Proibida e, por um momento, mesmo sabendo como seria tolo e perigoso aparecerem nos terrenos de Hogwarts, seu coração pulou de alegria à idéia de atravessá-la furtivamente até a cabana de Hagrid. Contudo, nos poucos instantes que Rony levou para gemer baixinho e Harry começar a rastejar até o amigo, ele notou que não era a Floresta Proibida: as árvores pareciam mais jovens, mais espaçadas e o chão mais limpo.


 


— E não se pode aparatar em Hogwarts, então sem chance de ser aqui. — Falou Jorge.


Deparou com Hermione, também de quatro, junto à cabeça de Rony. Quando seu olhar recaiu sobre o amigo, todas as outras preocupações fugiram de sua mente, porque o sangue encharcava todo o lado esquerdo de Rony e seu rosto se destacava, branco-acinzentado, na terra forrada de folhas. A Poção Polissuco ia se dissipando agora: na aparência, Rony era um meio-termo entre Cattermole e ele próprio, seus cabelos cada vez mais ruivos e o rosto perdendo a pouca cor que lhe restava.


 


— O que aconteceu? Porque ele esta assim? — Perguntou Gui.


— Pelo que parece eles, a Srta. Granger pegou eles de surpresa para aparatarem, e por isso o Sr. Weasley acabou por estrunchar. — Falou Dumbledore.


— Estrunchamento é uma coisa séria, alguém com experiência tem que cuidar disso a tempo. — Falou à enfermeira que estava sentada em sua costumeira cadeira atrás da mesa dos professores.


As palavras da enfermeira não acalmaram nem Molly e nem Hermione, a menina que estava abraçada a Rony se culpava internamente por ter feito ele passar por uma coisa dessas, afinal havia sido culpa dela ele ter estrunchado.


— Que aconteceu com ele?


— Estrunchou — respondeu Hermione, os dedos ocupados com a manga do amigo, onde o sangue estava mais profuso e escuro.


Harry observou-a, horrorizado, rasgar a camisa de Rony. Sempre pensara no estrunchamento como algo cômico, mas isso... Suas entranhas se contorceram desagradavelmente ao ver Hermione expor parte do braço de Rony onde faltava um naco de carne, removido por inteiro como se o tivessem cortado a faca.


— Harry, depressa, na minha bolsa, tem um frasquinho com a etiqueta Essência de Ditamno...


 


— Usar a quantidade excessiva de Ditamno pode causar consequências. — Falou Snape sem pensar.


— Não esta ajudando. — Falou Lily.


Todos pensavam que Snape fosse revidar, mas ele não fez nada, apenas esperou que voltassem a ler.


— Bolsa... Certo...


Harry correu para o lugar onde Hermione aterrissara, apanhou a bolsinha de contas e enfiou a mão nela. Na mesma hora, objetos após objetos começaram a se apresentar ao seu toque: ele sentiu as lombadas de couro dos livros, as mangas de lã dos suéteres, saltos de sapatos...


 


— Há ele vai encontrar esse negocio rapidinho. — Falou James ironicamente.


— Pra que serve a varinha? — Perguntou Hugo para Harry.


— Tá bom, podem deixar que quando isso acontecer eu vou usar a varinha logo de uma vez, ao invés de procurar manualmente. — Falou Harry levantando as mãos.


— Vocês não vão precisar procurar esse medalhão. — Falou Remo.


— Por quê? — Perguntou Rony.


— Já estamos procurando por vocês. — Respondeu Tonks, seria melhor que as pessoas pensassem que eles estavam procurando do que saber que eles já haviam achado.


Depressa!


Ele apanhou sua varinha no chão e, apontando para o fundo da bolsa mágica, ordenou:


— Accio ditamno!


Um frasquinho marrom voou da bolsa; ele o aparou e voltou correndo para Hermione e Rony, cujos olhos agora estavam semicerrados: traços de córneas brancas era tudo o que se via entre suas pálpebras.


 


— Esse livro tem muitos detalhes, não precisamos saber os detalhes de uma pessoa que esta sofrendo, ainda mais de uma pessoa que conhecemos. — Falou Neville.


— Se saber os detalhes já é ruim, imagine ver e não saber o que fazer. — Falou Cath.


— Mas com certeza Hermione deve saber o que fazer. — Falou Molly torcendo para que estivesse certa.


Hermione deu uma leve tremida, ela não tinha certeza se saberia o que fazer, afinal a Hermione do livro estava dois anos a frente dela, torcia para que ela tivesse estudado sobre estrunchamento no sexto ano.


— Ele desmaiou — disse Hermione, que também estava muito pálida; já não se parecia com Mafalda, embora seus cabelos ainda conservassem algumas mechas grisalhas. — Destampe-o para mim, Harry, minhas mãos estão tremendo.


 


Hermione ao ouvir isso sentiu sua mão tremer também, Rony também pode sentir a mão da namorada tremer, já que estava de mãos dadas com ela, segurou a mão dela com mais força, transmitindo segurança a ela.


O garoto arrancou a tampa do frasquinho e entregou-o a Hermione, que aplicou três gotas da poção na ferida ensangüentada.


Dependendo do tamanho da ferida, a menina esta usando a quantidade certa. Pensou Snape admirado.


Ergueu-se uma nuvem de fumaça esverdeada e, quando se dissipou, Harry viu que o sangramento cessara. O ferimento agora parecia ter ocorrido há vários dias; uma pele nova se estendia sobre a carne antes exposta.


 


— Estão vendo, Hermione sabia o que fazer. — Falou Arthur.


— Também sabia a quantidade certa a usar. — Falou Minerva sorrindo para Hermione que soltou um suspiro de alivio.


— Uau! — exclamou Harry.


— E só o que consigo fazer sem correr riscos — disse Hermione, trêmula. — Há feitiços que o deixariam novo em folha, mas não me atrevo a usá-los por medo de errar e causar mais estrago... Ele já perdeu muito sangue...


— Como foi que ele se machucou? Quero dizer — Harry sacudiu a cabeça, tentando clarear as idéias e compreender seja lá o que tivesse acontecido —, por que estamos aqui? Pensei que estávamos voltando para o largo Grimmauld, não?


Hermione inspirou profundamente. Parecia à beira das lágrimas.


 


— Não podem voltar mais para lá. — Falou Elliz.


— Harry, acho que não podemos voltar para lá.


— Que foi que você...?


— Quando desaparatamos, Yaxley me agarrou e não pude me livrar dele, foi mais forte e continuava me segurando quando chegamos ao largo Grimmauld, aí... Bem, acho que ele deve ter visto a porta, e pensou que fôssemos entrar, então afrouxou a mão e consegui me desvencilhar, e trouxe todos para cá!


 


— Tem a possibilidade dele não conseguir entrar. — Falou Sirius.


— Mas podem mandar Snape entrar. — Falou Gui.


Muitos ali olharam para Snape como se quisessem mata-lo apenas com o olhar, o professor apenas ignorou eles, não era a primeira vez e nem seria a ultima que olhariam para ele daquele jeito.


— Mas cadê ele? Espere aí... você não quer dizer que Yaxley está no largo Grimmauld? Ele não pode entrar lá, pode?


Os olhos da garota cintilaram com as lágrimas acumuladas quando assentiu.


— Harry, acho que ele pode. Eu... eu o forcei a me largar com um Feitiço Repelente, mas já o deixara penetrar a proteção do Feitiço Fidelius. Desde que Dumbledore faleceu, somos fiéis do segredo, portanto entreguei a ele o segredo, não?


 


— Hermione, poderia acontecer com qualquer um, não precisa se martirizar por isso. — Falou Sirius.


Era impossível fingir. Harry sabia que a amiga tinha razão. O golpe era acachapante. Se Yaxley agora podia entrar na casa, não havia como regressarem. Naquele exato momento, ele poderia estar levando outros Comensais da Morte por aparatação. Embora a casa fosse sombria e deprimente, fora seu único refúgio: e, agora que Monstro estava mais feliz e amigo, uma espécie de lar. Com uma pontada de pesar que não estava ligada propriamente à comida, Harry imaginou o elfo doméstico ocupado em preparar o empadão de carne e rins que Harry, Rony e Hermione jamais provariam.


 


— Como você pode pensar em comida uma hora dessas? — Perguntou Gina indignada.


— Olha que desperdício, quando estávamos lá tivemos que comer a comida da Hermione, e quando não estamos lá o Monstro faz uma comida dessas. — Explicou Harry.


— Tanta comida vai ir para o lixo. — Falou Rony desolado.


— Harry, sinto muito, sinto muito!


— Não seja idiota, não foi sua culpa! Se foi de alguém, foi minha...


Harry levou a mão ao bolso e tirou o olho mágico de Olho-Tonto. Hermione se encolheu, horrorizada.


— Umbridge tinha cravado o olho na porta da sala para espionar as pessoas. Eu não podia deixá-lo lá... Mas foi assim que eles souberam que havia intrusos.


 


— Também, esse olho vê até mesmo pessoas que estão embaixo de capas da invisibilidade. — Falou Rony.


— Como sabe? — Perguntou Sirius.


— Aquele homem que estava fingindo ser Harry o viu debaixo da capa andando pelo castelo durante a noite. — Respondeu Rony.


— E o que você fazia fora do dormitório durante a noite? — Perguntou Molly.


— Coisa boa é que não é. — Falou Gui rindo.


— Eu só estava estudando o ovo de dragão da primeira tarefa. — Falou Harry em sua defesa.


Depois da resposta de Harry ninguém falou mais nada.


Antes que Hermione pudesse responder, Rony gemeu e abriu os olhos. Continuava cinzento, e o suor brilhava em seu rosto.


— Como está se sentindo? — sussurrou Hermione.


— Péssimo — respondeu Rony rouco, fazendo uma careta ao tocar o braço ferido. — Onde estamos?


 


— Em uma floresta. — Falou uma menina.


— Vendo assim até parece que ele vai escutar. — Falou Fred baixinho para que a menina não escutasse, e deu certo porque a menina o olhou confusa.


— Na floresta onde foi realizada a Copa Mundial de Quadribol -informou Hermione. — Eu queria um lugar fechado, escondido e esse foi...


 


— Nossa, achei que o primeiro lugar que você fosse pensar seria um lugar trouxa. — Falou Rony.


— Eu também. — Falaram todos os Weasley.


— ... o primeiro em que pensou. — Harry terminou a frase por ela, correndo os olhos pela clareira aparentemente deserta. Não pôde deixar de lembrar o que acontecera na última vez que tinham aparatado no primeiro lugar que ocorrera a Hermione; como tinham sido encontrados pelos Comensais da Morte em poucos minutos. Teria sido Legilimência? Voldemort ou os seus capangas já saberiam onde Hermione os levara?


— Você acha que devemos ir para outro lugar? — perguntou Rony a Harry, que percebeu no rosto do amigo que lhe ocorrera o mesmo pensamento.


— Não sei.


Rony ainda estava pálido e suado. Não tinha feito a menor tentativa de sentar e, pelo seu aspecto, parecia fraco demais para tentar. A perspectiva de removê-lo era assustadora.


— Por enquanto, vamos ficar aqui — respondeu Harry. Com uma expressão de alívio, Hermione se pôs de pé.


— Aonde está indo? — perguntou Rony.


— Se vamos ficar aqui, devíamos lançar alguns feitiços de proteção ao nosso redor.


 


— Bem pensado. — Falou Luna.


 


Replicou ela e, erguendo a varinha, começou a caminhar em um amplo círculo em torno de Harry e Rony, murmurando encantamentos. O garoto observou pequenas turbulências no ar em torno; era como se Hermione tivesse lançado uma névoa de calor sobre a clareira.


Salvio hexia... Protego totalum... Repello trouxatum... Abaffiato... Você podia ir apanhando a barraca, Harry...


 


— São os feitiços mais usados para esconderijos. — Falou Minerva.


— Barraca? Onde? — Perguntou Rony.


 


— Barraca?


— Na bolsa!


— Na... é claro — disse ele.


 


— Meu Merlin, quantas coisas inusitadas podem ter nessa bolsa? — Perguntou Fred II.


— Essa bolsa devia ficar em um museu dos Weasley’s. — Falou Roxanne.


— E existe isso? — Perguntou Arthur.


— Não. — Respondeu Roxanne rindo.


— Minha irmã tem problemas, não liga não. — Falou Fred II.


— Cala a boca idiota. — Falou Roxanne brava.


— Eu já disse varias vezes que irmãos não devem brigar. — Falou Vic, Fred II e Roxanne olharam brevemente para Vic e depois deram de ombros.


— Quem se importa? — Perguntaram os dois juntos.


— Quando os dois precisarem da minha ajuda para conseguir alguma coisa dos seus pais, eu vou dizer um belíssimo NÃO, ai vocês vão ver quem se importa. — Falou Vic brava.


— É brincadeira, é claro que nos importamos com a sua opinião. — Falou Fred II sorrindo amarelo.


— Terão que fazer muito mais para conseguirem o meu perdão. — Falou Vic cruzando os braços e fazendo bico, como se fosse uma criança.


— Depois agente vê isso, pode voltar a ler Lysa. — Falou Roxanne sorrindo.


Desta vez, ele não se deu o trabalho de meter a mão na bolsa, mas usou outro Feitiço Convocatório. A barraca saiu em um disforme bolo de lona, corda e paus. Harry reconheceu, em parte pelo cheiro de gatos, que era a mesma barraca em que tinham dormido na noite da Taça Mundial de Quadribol.


 


— Achei que a barraca fosse daquele homem, esqueci o nome dele. — Falou Fred.


— O nome dele é Perkins. — Respondeu Molly.


— Ele disse que poderíamos ficar com a barraca. — Falou Arthur.


 


— Pensei que pertencesse àquele cara do Ministério, o Perkins.


— Aparentemente ele não a quis mais, seu lumbago está doendo demais — respondeu Hermione, executando com a varinha uma figura complicada em oito movimentos.


— Esses feitiços de vários movimentos é horrível de se decorar. — Falou Felipe fazendo uma careta ao se lembrar de quando a professora o ensinara.


— Nem me fale. — Falou Fernando passando as mãos pelo cabelo.


— Então o pai de Rony disse que eu podia pegar emprestada. Erecto! — acrescentou ela, apontando a varinha para o amontoado de lona, que, em um movimento fluido, se ergueu no ar e se acomodou, inteiramente montado, no chão diante do surpreso Harry, de cuja mão voou um espeque que aterrissou com um baque final na ponta de uma corda. — Cave inimicum, terminou Hermione, com um floreio para o alto. Isso é o máximo que sei fazer. No mínimo, nos avisarão da chegada deles; não posso garantir que impedirão a entrada de Vol...


 


— Porque ela nome? — Perguntou Harry.


— Não diga o nome! — interrompeu-a Rony, rispidamente. Harry e Hermione se entreolharam. — Desculpem — tornou ele, gemendo um pouco ao se erguer para encarar os amigos —, mas dá uma sensação de... Azaração ou coisa parecida. Será que não podemos chamá-lo de Você-Sabe-Quem... Por favor?


— Dumbledore dizia que o temor de um nome... — começou Harry.


— Caso você não tenha reparado, colega, chamar Você-Sabe-Quem pelo nome, afinal, não deu muito certo para Dumbledore — retrucou Rony. — Quer... Quer... Pelo menos demonstrar algum respeito por Você-Sabe-Quem?


Respeito? — repetiu Harry, mas Hermione lhe lançou um olhar avisando-o para não discutir com Rony enquanto o amigo estivesse tão fraco.


 


— É normal vocês brigarem assim? — Perguntou Jorge.


— Não. — Responderam Harry e Rony juntos.


Harry e Hermione carregaram e, ao mesmo tempo, arrastaram Rony pela entrada da barraca. O interior era exatamente o que Harry lembrava: um pequeno apartamento, completo, com banheiro e uma minicozinha. Ele empurrou uma velha poltrona para o lado e depositou o amigo com cuidado na cama de baixo de um beliche. Mesmo esse percurso tão pequeno deixara Rony ainda mais pálido, e, quando terminaram de acomodá-lo no colchão, ele tornou a fechar os olhos e ficou algum tempo calado.


— Vou preparar um pouco de chá — disse Hermione, sem fôlego, tirando uma chaleira e canecas do fundo da bolsa e se dirigindo à cozinha.


 


— Fico me perguntando da onde você pegou tanta coisa. — Falou Angelina Johnson.


— Ela assaltou os armários da Toca. — Falou Jorge rindo enquanto Hermione ficava corada de vergonha.


— Não tem problema querida, melhor ter pegado do que ter que ficar precisando. — Falou Molly.


 


Harry achou a bebida quente tão providencial quanto o uísque de fogo na noite em que Olho-Tonto tinha morrido; pareceu queimar um pouco o medo que se agitava em seu peito. Minutos depois, Rony quebrou o silêncio.


— Que acham que aconteceu com os Cattermole?


— Com um pouco de sorte, terão conseguido fugir — disse Hermione, apertando a caneca para se tranqüilizar. — Desde que tenha mantido a presença de espírito por algum tempo, o Sr. Cattermole terá transportado a mulher por Aparatação Acompanhada e estarão fugindo do país com as crianças neste exato momento. Foi esse o conselho de Harry à mulher.


 


— Temos que torcer para que ele tenha feito isso realmente. — Falou Arthur.


— Temos que torcer mesmo por eles, são pessoas gentis, eles apenas tem medo de manifestar seus pensamentos, por medo que aconteça algo com eles ou com os filhos deles. — Falou Gui.


 


— Caramba, espero que tenham escapado — disse Rony, tornando a baixar a cabeça nos travesseiros. O chá parecia estar lhe fazendo bem; recuperara um arzinho de cor. — Mas tive a impressão de que Reg Cattermole não era muito inteligente, pela maneira com que as pessoas se dirigiam a mim enquanto fui ele. Deus, espero que tenham conseguido... se eles acabarem em Azkaban por nossa causa...


Harry olhou para Hermione e a pergunta que tinha na ponta da língua — se a falta de varinha impediria a sra. Cattermole de aparatar com o marido — morreu em sua boca. Hermione estava vendo Rony se preocupar com o destino dos Cattermole, e havia tanta ternura em seu rosto que Harry teve a sensação de quase surpreendê-la beijando o amigo.


— Então, pegou? — perguntou Harry, em parte para lembrar Hermione de sua presença.


— Pegou... Pegou o quê? — perguntou ela, um pouquinho assustada.


 


— Estava tão penetrada em olhar par ao Rony que até ficou meia que desnorteada, não é todo dia que Hermione fica assim em. — Falou Gina rindo da amiga que ficou meio que corada.


 


— Para que foi que passamos por tudo isso? O medalhão! Onde está o medalhão?


Você pegou? — gritou Rony, erguendo-se um pouco mais nos travesseiros. — Ninguém me conta nada! Caramba, podiam ter falado!


— Ora, estivemos correndo dos dementadores para não morrer, não foi? — justificou-se Hermione. — Tome aqui.


E, tirando o medalhão do bolso das vestes, entregou-o a Rony.


Era grande como um ovo de galinha. Uma letra "S" floreada, engastada com pedrinhas verdes, lampejou sombriamente à luz difusa que se infiltrava pelo teto de lona da barraca.


— Há alguma chance de alguém tê-la destruído desde que esteve na posse de Monstro? — perguntou Rony esperançoso. — Quero dizer, temos certeza de que continua a ser uma Horcrux?


 


— Pela descrição parece estar intacta, então acho que não foi destruída. — Falou Dumbledore.


— O que não melhora a nossa situação. — Falou Hermione.


— É, terão que descobrir como destruir ele. — Falou Remo.


— Acho que sim — respondeu Hermione, retomando o medalhão das mãos dele e examinando-o atentamente. — Haveria algum sinal de dano se o conteúdo tivesse sido magicamente destruído.


Ela passou-o a Harry, que virou e revirou o medalhão nos dedos. O objeto parecia perfeito, intacto. Lembrou-se dos restos estraçalhados do diário e da pedra no anel-Horcrux que fendera ao ser destruído por Dumbledore.


 


— Esse anel, onde ele esta escondido? — Perguntou Sirius.


— Acho que não esta explicado no livro, já que foi achado por Dumbledore no sexto ano. — Falou Teddy.


— E como vamos saber onde o anel esta? — Perguntou Tonks.


— Terão que perguntar ao papai, ele deve saber. — Respondeu Lily.


— E quando mais ou menos ele vem para ca? — Perguntou Remo.


— Não sei, vou tentar falar com ele. — Falou James.


Depois de James terminar de falar Lysa voltou a ler.


— Acho que Monstro tinha razão. Temos que descobrir como abrir essa coisa para podermos destruí-la.


A súbita consciência do que segurava, do que estava vivo por trás das portinhas de ouro, atingiu Harry enquanto falava. Mesmo depois de todos os esforços para encontrá-lo, ele sentiu um violento impulso de arremessar longe o medalhão. Controlando-se, tentou abri-lo com os dedos, depois experimentou o feitiço que Hermione usara para abrir a porta do quarto de Régulo. Nenhum dos dois deu resultado. Devolveu, então, o medalhão a Rony e Hermione, cada um fez o que pôde, mas não tiveram maior sucesso.


 


— Será que poderia ser uma forma de abrir que apenas Voldemort sabe? Ou conhece? — Perguntou Miguel.


— Se for algo do tipo, como eles vão descobrir? — Perguntou Hugo.


— Só lendo para saber. — Falou Lysa antes de voltar a ler.


— Mas você consegue sentir? — perguntou Rony com a voz abafada, ao apertar o objeto na mão.


— Como assim?


Rony passou-lhe a Horcrux. Instantes depois, Harry pensou ter entendido o que ele queria dizer. Estaria sentindo o sangue pulsar em suas veias, ou havia alguma coisa no medalhão batendo como um minúsculo coração metálico?


 


É horrível mesmo, é como se o medalhão transmitisse raiva para nós. Pensava Tonks ao se lembrar de quando pegou o objeto horas mais cedo.


 


— Com certeza esse medalhão tem uma forma de se proteger. — Falou Minerva.


— Como assim? — Perguntou Edu Carmichael.


— Uma forma de se manifestar ao sentir uma coisa que possa destruí-lo por perto. — Respondeu Minerva.


— Mas o que poderia destruí-lo? — Perguntou Kevin Entwhistle.


— Se nem eles que tiveram ordens de Dumbledore sabe, imagine nós. — Falou Lily.


— Tenho que estudar mais sobre modos de destruir Horcrux. — Falou Dumbledore mais para si mesmo do que para as pessoas que estavam em volta — Volte a ler Srta. Lovegood. — Falou Dumbledore para Lysa que voltou a ler instantaneamente.


— Que vai fazer com isso? — perguntou Hermione.


— Guardá-lo em segurança até descobrirmos como destruí-lo —respondeu Harry e, por menos que isso lhe agradasse, prendeu a corrente ao pescoço, deixando o medalhão pender, oculto, sob suas vestes, onde repousou sobre seu peito, ao lado da bolsa que Hagrid lhe dera.


— Acho que devíamos nos revezar para vigiar a barraca por fora — acrescentou Hermione, se pondo de pé e se espreguiçando. — E também teremos que pensar em alguma coisa para comer. Você fica aqui — acrescentou, rapidamente, quando Rony tentou se levantar e seu rosto adquiriu um feio tom verdoso.


 


— Nossa, nem mandou agora. — Falou Rose rindo.


Equilibrando com cuidado sobre a barraca o bisbilhoscópio que Hermione dera de presente a Harry em seu aniversário, os dois passaram o resto do dia dividindo os turnos de vigia. O bisbilhoscópio, no entanto, permaneceu silencioso e parado o tempo todo, e, fosse por causa dos feitiços de proteção e Feitiços Antitrouxas que Hermione lançara ao redor, ou porque as pessoas raramente se aventuravam naquelas paragens, a clareira permaneceu deserta exceto por raros pássaros e esquilos. A noite não trouxe alteração alguma; Harry acendeu a varinha ao substituir Hermione às dez horas e contemplou uma paisagem deserta, registrando os morcegos que voavam muito alto no retalho de céu estrelado que se avistava da clareira protegida.


 


— Não deve existir coisa mais emocionante do que ficar olhando os morcegos voarem. — Falou Al rindo.


 


Sentia fome, agora, e um pouco de tontura. Hermione não estocara alimentos na bolsinha mágica, pois supusera que eles fossem retornar ao largo Grimmauld naquela noite. Não havia, portanto, comida, exceto alguns cogumelos silvestres que a garota colhera entre as árvores mais próximas e cozinhara em uma vasilha. Depois de comer dois bocados, Rony afastara sua porção, parecendo enjoado; Harry só persistira para não magoar Hermione.


 


— Nossa Harry, muito obrigado em, acabou de dizer que até mesmo meu chá é ruim. — Falou Hermione para Harry que riu.


— Sinceramente, chá de cogumelo, só dizendo o nome parece horrível. — Falou Harry.


— O pior é que papai fica completamente mal humorado quando esta com fome. — Falou Hugo.


— O que vai causar brigas. — Falou Rose.


— Seus pais deviam ganhar um prêmio. — Falou Teddy.


— Porque? — Perguntou Rose e Hugo ao mesmo tempo.


— Brigam desde sempre e continuam casado, isso é uma realização incrível. — Respondeu Teddy rindo junto a todos que escutara o que ele havia dito.


Depois de todos terem parado de dar risada Lysa voltou a ler.


O silêncio circundante era quebrado por sons indistintos ocasionais e, talvez, gravetos estalando. Harry achou que fossem produzidos por animais e não por gente, contudo, empunhou com firmeza a varinha, pronta para uso. Suas entranhas, já avariadas pela porção insuficiente de cogumelos borrachudos, tremiam, causando-lhe mal-estar.


 


— Não precisávamos saber que você esta com vontade de vomitar. — Falou Sirius.


— No livro a descrição é mais decente, ele falou que esta com mal estar, e não que quer vomitar. — Falou Fernando.


— Quando ele diz que esta com mal estar quer dizer que alguma coisa fez mal a ele, quando ele diz que quer vomitar é por que alguma coisa fez mal a ele, então mal estar e vontade de vomitar é tudo a mesma coisa. — Falou Sirius dando de ombros.


 


Pensara que sentiria euforia se conseguissem reaver a Horcrux, mas por alguma razão isso não acontecera; tudo que sentia, sentado naquela escuridão, da qual sua varinha iluminava uma ínfima parte, era apreensão pelo que aconteceria a seguir. Parecia que estivera se precipitando velozmente até aquele lugar durante semanas, meses, talvez anos, mas agora estacara abruptamente, era o fim da estrada.


Havia outras Horcruxes lá fora em algum lugar, mas ele não fazia a menor idéia de onde poderiam estar. Nem mesmo sabia o que eram. Nesse meio-tempo, não lhe ocorria como destruir a única que encontrara: a Horcrux que, no momento, jazia sobre seu peito nu. Curiosamente, o objeto não roubara calor do seu corpo, estava tão frio ali, sobre sua pele, que poderia ter saído da água gelada. De vez em quando, Harry pensava, ou talvez imaginasse, que podia sentir um batimento de coração mínimo, no mesmo compasso que o seu.


— Será que Umbridge sentiu essa manifestação do medalhão? — Perguntou Lisa Turpin.


— Acho que não, se ela tivesse sentido ela teria achado estranho e teria parado de andar com isso no pescoço. — Respondeu Felipe.


— Porque será que a manifestação acontece com Harry, Rony e Hermione, mas não acontece com Umbridge? — Perguntou Lorcan, como ninguém soube responder Lysa voltou a ler.


 


Pressentimentos inomináveis o assaltavam, ali no escuro: tentava resistir-lhes, afastá-los, contudo eles recorriam sem descanso. Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver. Rony e Hermione, agora conversando baixinho na barraca às suas costas, poderiam ir embora se quisessem: ele não poderia. E parecia-lhe, naquela imobilidade em que tentava dominar o medo e a exaustão, que a Horcrux sobre seu peito marcava o tempo que lhe restava... Que idéia idiota, disse a si mesmo, não pense isso...


 


— É bom não pensar nisso mesmo. — Falou Gina.


 


Sua cicatriz estava recomeçando a formigar. Receava que estivesse provocando aquilo ao entreter tais pensamentos, e tentou redirecioná-los. Pensou no pobre Monstro, esperando a chegada deles em casa e, em vez disso, recebendo Yaxley. O elfo guardaria silêncio ou contaria ao Comensal da Morte tudo que sabia? Harry queria acreditar que Monstro mudara sua relação com ele durante o mês que passara, que se manteria leal, mas quem sabia o que iria acontecer? E se os Comensais da Morte torturassem o elfo? Imagens tétricas fervilharam em sua mente e ele tentou afastá-las também, porque não havia nada que pudesse fazer por Monstro: ele e Hermione já tinham decidido não convocá-lo; e se alguém do Ministério viesse junto? Eles não podiam contar que a aparatação de elfos fosse isenta da falha que levara Yaxley ao largo Grimmauld agarrado à manga de Hermione.


 


— Falando de Monstro, você foi ao Largo Grimmauld hoje Sirius, conversou com ele? — Perguntou Hermione.


— Sim Hermione, eu me ajeitei com o Monstro por enquanto, mas se caso ele não me obedecer eu não poderei fazer nada a não ser manda-lo embora, ou uma opção que seria meio que radical demais mata-lo. — Falou Sirius fazendo Hermione arregalar os olhos.


— Você não vai mata-lo. — Falou Hermione.


— Não disse que iria, apenas disse que poderia manda-lo embora, e disse que mata-lo seria radical demais. — Explicou Sirius fazendo Hermione soltar um suspiro de alivio.


— Bem, fico feliz que tenha ajeitado sua situação com ele. — Falou Hermione sorrindo.


Depois da pequena conversa entre Sirius e Hermione ter terminado Lysa voltou a ler.


A cicatriz de Harry agora queimava. Lembrou que havia tanta coisa que ignoravam: Lupin estava certo quando falara em magia que jamais tinham enfrentado ou imaginado. Por que Dumbledore não lhe explicara mais? Teria pensado que haveria tempo; que viveria anos, séculos talvez, como seu amigo Nicolau Flamel? Se assim fosse, enganara-se... Snape se encarregara disso... Snape, a serpente adormecida, que atacara no alto da Torre...


E Dumbledore caíra... caíra...


— Entregue-me, Gregorovitch.


 


— O que aconteceu? Você em uma hora estava falando de Dumbledore e agora esta falando de Gregorovitch. — Falou Colin Creevey.


— Parece que ele esta na mente de Voldemort novamente. — Falou Cath.


— Não adianta me olhar assim Hermione. — Falou Harry vendo que a amiga logo direcionara o olhar em sua direção — Volte a ler Lysa antes que ela comece a dizer alguma coisa. — Pediu Harry a loira que riu antes de voltar a ler.


 


A voz de Harry saiu aguda, clara e fria: sua varinha estendida à frente por uma mão branca de dedos longos. O homem para quem apontava estava suspenso no ar de cabeça para baixo, embora não houvesse cordas segurando-o; ele balançava, invisível e sinistramente preso, os membros enrolados no corpo, seu rosto aterrorizado, no mesmo nível que o de Harry, vermelho por causa do sangue que lhe afluíra à cabeça. Tinha cabelos absolutamente brancos e uma barba cerrada de pêlos espessos: um Papai Noel no espeto.


 


— Bela comparação Harry, bela mesmo. — Falou Vic rindo.


 


— Não a tenho, não a tenho mais! Roubaram-me há muitos anos!


— Não minta para Lord Voldemort, Gregorovitch. Ele sabe... ele sempre sabe.


 


— Ele ainda esta procurando uma forma que possa matar você. — Falou Dumbledore.


— Mas que forma poderia ser essa? — Perguntou Harry, ninguém respondeu.


 


As pupilas do homem pendurado estavam grandes, dilatadas de medo, e pareciam inchar, cada vez mais, até que seu negrume engoliu Harry inteiro...


E agora ele se via correndo por um corredor escuro atrás do atarracado Gregorovitch, que segurava uma lanterna no alto: o bruxo adentrou um aposento no final do corredor e sua lanterna iluminou o que lhe pareceu uma oficina; aparas de madeira e ouro reluziam no foco trêmulo de luz, e ali, no peitoril da janela, achava-se, empoleirado, como uma grande ave, um jovem de cabelos dourados. Na fração de segundo que a luz da lanterna incidiu nele, Harry viu prazer em seu belo rosto, então o intruso lançou um Feitiço Estuporante de sua varinha e saltou, de costas, do peitoril com um grito de triunfo.


 


— Então era esse o ladrão. — Falou Denis Creevey.


— Então, esse tal ladrão roubou uma coisa que poderia matar Harry e que seria útil a Voldemort? — Perguntou Dino Thomas.


— Sim, mas temos poucas características físicas desse tal ladrão para poder conhecer ele. — Falou Scorpius.


— Isso é verdade. — Falou Cath concordando com o irmão mais novo.


 


E Harry se viu recuando velozmente daquelas pupilas enormes como túneis, o rosto de Gregorovitch aterrorizado.


— Quem foi o ladrão, Gregorovitch? — perguntou a voz aguda e fria.


— Não sei, nunca soube, um jovem... não... por favor... POR FAVOR!


Um grito interminável seguido de um lampejo verde...


— Harry!


Ele abriu os olhos, ofegante, a testa latejando. Tinha desmaiado contra a parede da barraca: escorregara de lado pela lona e se estatelara no chão. Ergueu os olhos para Hermione, cujos cabelos cheios obscureciam o retalhinho de céu visível através da escura ramagem acima.


 


— Má sorte em, nem vai precisar falar alguma coisa para ela saber que você estava vendo os pensamentos de Voldemort. — Falou Rony.


— Ei, Harry é meu melhor amigo, é claro que eu ficaria preocupado por ele estar baixando a guarda assim tão fácil. — Falou Hermione.


Vendo que ninguém falaria mais nada Lysa voltou a ler.


 


— Sonho — disse ele, sentando-se depressa e tentando enfrentar a carranca de Hermione com um ar de inocência. — Devo ter cochilado, desculpe.


— Sei que foi a sua cicatriz! Percebo no seu rosto! Você estava espiando a mente de Vol...


— Não diga esse nome! — Ouviram a voz irritada de Rony vinda das profundezas da barraca.


Ótimo — retorquiu Hermione. — Então, a mente de Você-Sabe-Quem!


— Não quis que acontecesse! — defendeu-se Harry. — Foi um sonho! Você consegue controlar o que sonha, Hermione?


 


— Ta ai uma coisa difícil de se fazer, nem sei se é possível. — Falou Elliz.


 


— Se você ao menos tivesse aprendido a usar a Oclumência...


Harry, porém, não estava interessado em levar uma descompostura de Hermione; queria discutir o que acabara de ver.


— Ele encontrou Gregorovitch, Hermione, e acho que o matou, mas, antes de matar, leu a mente do homem e vi...


— Acho que é melhor eu assumir a vigia, se o seu cansaço é tanto que você está cochilando — disse Hermione friamente.


— Eu posso terminar a vigia!


— Não, obviamente você está exausto. Vá se deitar.


 


— Valeu mesmo, mamãe. — Falou Harry para Hermione.


— Engraçado como vocês sempre vão dormir quando ela pede. — Falou Neville rindo.


— Melhor obedecer do que ficar ouvindo ela discutir com agente. — Falou Rony rindo.


 


Ela se largou na entrada da barraca, decidida. Aborrecido, mas querendo evitar uma briga, Harry entrou.


O rosto ainda pálido de Rony se ergueu, curioso, do beliche; Harry subiu na cama de cima, deitou-se e ficou olhando para o teto escuro de lona. Passados vários minutos, Rony falou muito baixinho para Hermione não ouvir, encolhida na entrada.


— Que é que Você-Sabe-Quem está fazendo?


Harry apertou os olhos se esforçando para recordar cada detalhe, então sussurrou no escuro:


— Encontrou Gregorovitch. Amarrou-o e estava torturando o homem.


— Como é que Gregorovitch vai fazer uma nova varinha para ele se está amarrado?


 


— Tá vendo, Rony sim é um bom amigo, pelo menos ele me escuta. — Falou Harry apenas para irritar Hermione.


— É mesmo Hermione, é melhor ele compartilhar o que viu com agente do que ficar guardando isso apenas para si. — Concordou Rony.


— O que é isso? Um complô contra mim? — Perguntou Hermione fazendo todos rirem.


— É apenas nossa opinião, se sua opinião é diferente da nossa, nós não podemos fazer nada. — Falou Rony.


— Rony, você bebeu algo que não sabia o efeito? Ou alguém sequestrou o verdadeiro Rony e colocou um péssimo substituto falso. — Falou Gina rindo do irmão.


— Porque? — Perguntou Rony.


— Você ta parecendo inteligente hoje, falando assim. — Falou Jorge.


— Idiotas. — Falou Rony dando de ombros.


— Meninos, deixem seu irmão em paz. — Falou Molly para os filhos que não disseram mais nada, logo em seguida Lysa voltou a ler.


 


— Não sei... é esquisito, não é?


Harry fechou os olhos, pensando em tudo que vira e ouvira. Quanto mais lembrava, menos sentido fazia... Voldemort não tinha dito nada sobre a varinha de Harry, nada sobre os núcleos gêmeos, nada sobre a idéia de mandar Gregorovitch fazer uma varinha nova e mais poderosa para derrotar a de Harry...


— Queria alguma coisa de Gregorovitch — disse Harry, ainda com os olhos bem fechados. — Pediu que lhe entregasse, mas Gregorovitch disse que tinham lhe roubado... e então... então...


Harry lembrou como ele, no corpo de Voldemort, parecera invadir os olhos de Gregorovitch até sua memória...


— Leu a mente de Gregorovitch e viu um rapaz louro, empoleirado no peitoril da janela, que lançou um feitiço em Gregorovitch e, dando um salto para trás, desapareceu. Ele roubou, roubou seja o que for que Você-Sabe-Quem procura. E eu... eu acho que já vi o rapaz em algum lugar...


 


— Seria mais fácil se você ao menos soubesse o nome da pessoa. — Falou Padma Patil.


— Nada é fácil para mim mesmo. — Falou Harry dando de ombros.


— E temos que saber o que foi roubado. — Falou Gina.


 


Harry desejou poder dar mais uma olhada naquele rosto risonho. O roubo acontecera havia muitos anos, segundo Gregorovitch. Por que o jovem ladrão lhe parecia familiar?


Os ruídos da mata soavam abafados no interior da barraca; só o que Harry escutava era a respiração do amigo. Passado algum tempo, Rony sussurrou:


— Você não viu o que o ladrão estava segurando?


— Não... devia ser alguma coisa pequena.


— Harry?


As ripas de madeira da cama de Rony rangeram quando ele mudou de posição.


— Harry, você não acha que Você-Sabe-Quem estava atrás de outro objeto para transformar em Horcrux?


 


— Acho que não, já foi perigoso ele conseguir fazer sete, tentar fazer mais alguma poderia causar danos a ele, não é? — Perguntou Minerva.


— Sim. — Respondeu Dumbledore simplesmente.


 


— Não sei — respondeu ele, lentamente. — Talvez. Mas não seria perigoso criar mais uma? Hermione não disse que ele já tinha forçado a alma ao máximo?


— É, mas ele talvez não saiba disso.


— É... talvez — disse Harry.


Tivera certeza de que Voldemort andava procurando uma maneira de contornar o problema dos núcleos gêmeos, certeza de que buscava uma solução com o velho fabricante de varinhas... Contudo, matara-o, aparentemente sem lhe fazer uma única pergunta sobre varinhas.


 


— Será que não é uma varinha? — Perguntou Alicia Spinnet.


— São tantas possibilidades. — Falou Arthur.


 


Que é que Voldemort estava tentando encontrar? Por que, com o Ministério da Magia e o mundo bruxo a seus pés, ele foi para longe, decidido a encontrar um objeto que no passado pertenceu a Gregorovitch e lhe foi roubado por um ladrão desconhecido?


Harry ainda via o rosto do rapaz louro, era alegre e rebelde; havia nele um ar à la Fred e Jorge e seus bem-sucedidos logros. Ele voara do peitoril da janela como um pássaro, e Harry já o vira antes, mas não conseguia lembrar onde...


Com Gregorovitch morto, era um ladrão de rosto alegre que agora corria perigo, e foi nele que se detiveram os pensamentos de Harry quando os roncos de Rony começaram a ecoar da cama de baixo e ele próprio recomeçou lentamente a adormecer.


 


— Acabou o capitulo, quem vai ler? — Perguntou Lysa.


 


— Eu vou. — Falou Gui antes que alguém falasse antes dele.


Lysa esticando um pouco o braço conseguiu passar o livro para Gui.


— A vingança do duende. — Falou Gui.


— Vingança? Que tipo de vingança? — Perguntou Córmaco McLaggen.


— O tipo de vingança dos duendes nunca é bom. — Falou Gui.


 

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Comentários (3)

  • MionGinnyLuna

    Todos os cáps dessa fic estão ótimos, e este não podia ser a exseção! cONTINUE ASSIM!

    2013-05-30
  • Nathália Pina

    Continuaa! Otimo capitulo, adorei !

    2013-01-04
  • Dorcas Potter

    Perfeito assim como os outros *-* Esperando por mais *-*

    2012-12-30
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