CAPÍTULO TRINTA E DOIS: A VARI

CAPÍTULO TRINTA E DOIS: A VARI



CAPÍTULO TRINTA E DOIS


A VARINHA DAS VARINHAS


Todos já estavam no grande salão, esperando para jantarem e depois começarem a leitura, Astória e Draco conversavam animadamente, a morena não conseguia conter a ansiedade que sentia para saber qual seria a surpresa que seu pai falara, ficara o dia inteiro no dormitório de Draco.


Já Helena ainda não havia ido embora, Adriana a moça que a criou havia pedido para que Sirius ficasse com Helena, já que ela precisava viajar para resolver algo com seu ex marido.


Naquele dia Hermione e Rony não namoraram tanto, do mesmo jeito que Harry e Gina, haviam passado o dia com todos os amigos, mostrando o castelo para Helena, Gina não pode deixar de zoar o irmão Carlinhos ao ver ele trazendo Helena para onde o grupo estava, alegando que ele não perdia tempo mesmo.


— Gina, não começa. — Falou Carlinhos mais uma vez.


— O que foi? Eu não disse nada. — Falou Gina sorrindo significante para o irmão.


Antes que Carlinhos pudesse dizer algo, um clarão repentino iluminou todo o salão e depois que sumiu, todos puderam ver Helena (adulta), Harry (adulto), Dominique e Fernando.


— Ótimo, estão entregues, agora vamos embora que o Harry tem muito o que fazer essa noite, não é? — Perguntou Helena (adulta) sorrindo malicioso para Harry que olhou feio para ela.


— Não começa, você e Carlinhos também tem muito o que fazer né, trouxe eles tão rápido. — Falou Harry (adulto) indicando Dominique e Fernando que já haviam se sentado.


— Eu não precisaria ter trazido se eles pudessem ficar na sua casa, poderia ter feito esse favor pra mim, né Harry, você lembra aquele favor que eu fiz a você, quando Gina estava grávida do James? — Perguntou Helena (adulto).


— Há deixe-me ver, você trancou eu e a Gina no nosso quarto, dentro da minha casa durante um dia inteiro, eu poderia fazer isso com você e o Carlinhos, mas eu preferia trancar vocês em um banheiro minúsculo e fedorento pra variar. — Falou Harry (adulto).


— Porque fez isso? — Perguntou Sirius confuso.


— Ele e a Gina brigaram por causa de Quadribol, e ele saiu de casa, olha só, e Gina estava grávida, era o único jeito de eu fazer ele dormir na casa dele, e Carlinhos me pediu ajuda, disse que já não agüentava mais ficar cuidando da irmã. — Falou Helena (adulta) dando de ombros.


— Carlinhos só cuidou de Gina por uma noite. — Falou Harry (adulto).


— E em uma noite ele já sofreu, imagine se eu não tivesse feito nada. — Falou Helena (adulto).


— Você teve ajuda de alguém né? — Perguntou Harry (adulto).


— Tive, aquela roupas quem foi que escolheu foi a mãe da Hermione, sério mesmo, eu amo a sua mãe, Hermione. — Falou Helena (adulta) para Hermione que ficou confusa.


— Ela só gosta da sua mãe, porque sua mãe da roupa pra elas todo mês. — Falou Harry (adulto).


— Que tipo de roupa? — Perguntou Carlinhos sorrindo malicioso.


— Esse tipo de roupa mesmo, agora vamos embora. — Falou Harry (adulto) para Helena (adulta).


— E o pior, porque quando a Hermione briga com o Rony ela recebe cinco conjuntos? — Perguntou Helena (adulta) para si mesmo.


— Porque a Hermione é filha dela o tapada. — Falou Harry (adulto).


— Lily, sua mãe comprou um vestido lindo, porque não vai pro futuro ver, seu pai vai adorar que passe a noite lá com vocês. — Falou Helena (adulta) para a sobrinha que parou para pensar.


— É brincadeira isso Lily, sabe que em casa tem uma louça enorme pra lavar, se você for pra lá sua mãe vai te fazer lavar. — Falou Harry (adulto) para a filha.


— Vou não, obrigada pelo convite tia Helena. — Falou Lily.


— Sem graça. — Falou Helena (adulta) para o cunhado que sorriu.


— Esses três é tudo preguiçoso, vou inscrever eles em um curso domestico. — Falou Harry (adulto).


— Só porque você sofreu na sua infância, não quer dizer que precisamos sofrer também. — Falou James para o pai.


— Vamos embora logo, já demoramos demais aqui. — Falou Harry (adulto) pegando na mão de Helena (adulta), a única coisa que a mulher pode fazer foi dar tchau para seus filhos.


— Eu queria ter uma sogra igual a sua, Rony. — Falou Carlinhos para o irmão que fechou a cara pra ele.


— Tudo bem, vamos jantar e depois começar a ler. — Falou Dumbledore acenando com a mão, fazendo o jantar aparecer em cima da mesa, depois de já terem saboreado a comida e a sobremesa, Dumbledore pegou o livro.


— Pena que Arthur não esta aqui para acompanhar a leitura. — Falou Molly.


— Onde ele esta? — Perguntou Teddy.


— Trabalhando de vigia essa noite, lembra? — Perguntou Molly a Teddy que assentiu.


— Quem quer ler? — Perguntou Dumbledore.


— Eu quero. — Falou Carlinhos pegando o livro e começando a ler — A varinha das varinhas, tudo bem que eu não entendi nada. — Falou Carlinhos.


— Eu também não. — Falou Helena.


— Pra você ver, somos os únicos desinformados aqui. — Falou Carlinhos sorrindo e começando a ler.


O mundo acabara, então por que a batalha prosseguia, o horror não silenciara o castelo, e cada combatente não depusera suas armas? A mente de Harry estava em queda livre, girando descontrolada, incapaz de apreender o impossível, porque Fred Weasley não podia estar morto, o testemunho dos seus sentidos devia ser mentiroso...


 


— Podem me explicar essa história de Fred estar morto? — Perguntou Carlinhos já sentindo lagrimas em seus olhos.


— Sim, ele morreu, nem mesmo o Teddy que nascera naquele ano o conheceu, a não ser que Fred já havia visto Teddy quando ele tinha alguns meses de vida. — Falou Vic.


Carlinhos já sentia a primeira lagrima descer por seu rosto antes de voltar a ler.


E, então, um cadáver entrou pelo rombo na fachada lateral da escola e feitiços voaram contra eles vindos da escuridão, atingindo a parede atrás de suas cabeças.


— Abaixe-se! — gritou Harry, ao ver que outros tantos feitiços cortavam a noite: ele e Rony agarraram Hermione ao mesmo tempo e a puxaram para o chão, mas Percy se deitara sobre o corpo de Fred, protegendo-o de dano maior, e quando Harry gritou "Percy, anda, temos que sair daqui!", ele balançou a cabeça.


— Percy! — Harry viu uma trilha de lágrimas marcar a fuligem no rosto de Rony, quando ele segurou os ombros do irmão mais velho e puxou-o, mas Percy não se moveu. — Percy, você não pode fazer nada por ele! Vamos...


 


Nossa, as coisas não deve estar fáceis para ele. Pensou Helena olhando para Carlinhos que apenas ficava com o rosto abaixado.


Hermione gritou e Harry, virando-se, não precisou perguntar o porquê. Uma aranha monstruosa do tamanho de um automóvel compacto estava tentando trepar pelo enorme rombo na parede: um dos descendentes de Aragogue viera participar da luta.


 


— Ninguém merece essas coisas em. — Falou Rony revirando os olhos.


Hermione riu do namorado, sabia que ele morria de medo de aranha.


Rony e Harry gritaram juntos; seus feitiços colidiram e o monstro foi rechaçado, suas pernas sacudiram freneticamente, e ele perdeu-se na escuridão.


— Ela trouxe os amigos! — Harry alertou os outros, correndo o olhar pelos muros do castelo, através do buraco que os feitiços tinham aberto: mais aranhas gigantescas vinham subindo pelo lado da construção, libertadas da Floresta Proibida por onde deviam ter penetrado os Comensais da Morte. Harry lançou Feitiços Estuporantes contra as invasoras, derrubando o monstro que as liderava em cima das companheiras, fazendo-as rolar fachada abaixo e desaparecer. Então, mais feitiços voaram sobre a cabeça de Harry, tão perto que ele sentiu seu ímpeto despentear-lhe os cabelos.


— Vamos sair, AGORA!


 


— As coisas estão ficando cada vez piores, imagine a situação lá de baixo. — Falou Neville para os amigos que assentiram.


Empurrando Hermione e Rony à frente, Harry se inclinou para agarrar o corpo de Fred por baixo dos braços. Percy, percebendo o que Harry estava tentando fazer, soltou o corpo e ajudou-o; juntos, abaixados para evitar os feitiços atirados contra eles, os dois tiraram Fred do caminho.


— Aqui — disse Harry, e o colocaram em um nicho onde antes estivera uma armadura. Ele não agüentaria olhar para Fred nem um segundo além do necessário e, se certificando de que o corpo estava bem escondido, saiu ao encalço de Rony e Hermione. Malfoy e Goyle tinham sumido, mas no fim do corredor, que agora se enchia de pó e destroços de alvenaria, de vidros das janelas há muito estourados, ele viu muitas pessoas avançando e recuando; se eram amigas ou inimigas, ele não saberia dizer. Dobrando um canto, Percy soltou um fortíssimo berro "ROOKWOOD!", e correu em direção a um homem alto, que perseguia uns estudantes.


 


— Nunca vi Percy desse jeito. — Falou Carlinhos.


— Você não chegou a conhecer a filha dele. — Falou Molly para o filho.


— Filha? Quem foi a maluca que casou com ele? — Perguntou Carlinhos para a mãe que mandou um olhar feio para ele, o ruivo logo percebeu a besteira que havia feito.


— Carlinhos, olha o jeito que você fala do seu irmão. — Falou Molly repreendendo o filho.


— Há mãe desculpa né, mas é que eu fico escutando esses dois falando e as palavras deles ficam grudadas na minha cabeça, não posso fazer nada se o Percy é meio estranho comparado ao resto da família, eu até o consideraria normal se ele fosse filho da Muriel, mas ele é seu filho também né. — Falou Carlinhos dando de ombros.


— Imagine o Percy sendo o filho da Muriel? — Perguntou Jorge rindo.


— Imagine o susto de ter aquela mulher te acordando de manhã, se fosse comigo, eu iria preferir te um pesadelo do que ver aquela cara de manhã. — Falou Fred rindo.


— Há é, nesse livro tem um capitulo que conta o casamento do Gui, Muriel foi convidada. — Falou Gina para Carlinhos que arregalou os olhos e olhou para Gui.


— Casamento? Finalmente casou Gui, com quem? Com a francesa? — Perguntou Carlinhos para o irmão que assentiu — Nossa, achei que ela não fosse nunca te aceitar, as vezes ela tem um jeitinho meio que enjuadinha. — Falou Carlinhos dando de ombros.


— A Fleur é minha sogra. — Falou Teddy.


— Má sorte a sua. — Falou Carlinhos rindo — É sua mãe? — Perguntou Carlinhos ao ver a cara feia que Vic direcionava a ele.


— Sim, ela é minha mãe. — Respondeu Vic.


— Desculpe ai. — Falou Carlinhos sorrindo.


— Harry, entra aqui! — chamou Hermione.


Ela puxara Rony para trás de uma tapeçaria. Pareciam estar lutando e, por um delirante segundo, Harry achou que estavam se beijando outra vez; então viu que Hermione estava tentando impedir Rony de correr atrás de Percy.


— Me escute... ESCUTE, RONY!


— Quero ajudar... quero matar Comensais da Morte...


Seu rosto estava contorcido, sujo de poeira e fuligem, e ele tremia de fúria e pesar.


 


— Enlouqueceu de vez. — Falou Helena.


— Se você acha que ele ficou louco, tem que conhecer meu pai. — Falou Vic.


— Imagine, seu pai é tão calmo, ele tentou me matar hoje, tinha que ver, a única coisa que faltava era ele estourar minha cabeça com o olhar. — Falou Fernando.


— Porque ele tentaria te matar? — Perguntou Teddy.


— Simples, estou namorando com a Dominique. — Falou Fernando dando de ombros.


Todos olharam assustados para Fernando e Dominique, Teddy gargalhava ao lado da esposa que não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, sua irmã nunca contara que gostava de Fernando, ainda mais se alguém dia já havia saído com ele.


— Eu sabia que estava demorando demais, eu até imagino a cara do seu pai, imagine o susto, em uma hora pensava que os dois eram apenas primos, na hora seguinte ele chega perguntando se pode namorar com ela, seu pai foi com você? — Perguntou Teddy a Fernando que assentiu — Sabemos porque você ainda esta inteiro. — Falou Teddy ainda rindo.


— Quem é seu pai? — Perguntou Carlinhos.


— Eu, a Elliz, o Fernando e o Miguel somos seus filhos, mas de sangue é só o Miguel mesmo. — Respondeu Felipe para Carlinhos que pensou que não deveria ter perguntado.


— Como só um de vocês é de sangue? — Perguntou Carlinhos confuso.


— Eu e o Felipe somos adotados e a Elliz foi gerada de uma inseminação artificial. — Respondeu Fernando.


— O que é isso? — Perguntou Carlinhos confuso.


— Existem vários bancos de esperma, o homem doa seu esperma e a mulher pode fazer uma inseminação, ela escolhe as características que quer do dono do esperma e depois eles colocam o sêmen no útero da mulher, e assim ela engravida, sem fazer sexo nem nada. — Respondeu Vic.


Eu fico me perguntando se uma mulher que faz isso tem preguiça de fazer sexo? — Sussurrou Carlinhos para si próprio, Teddy pode ouvir e começou a rir.


— Não é isso, mas é que existem mulheres que não tem parceiro, então procura esses bancos de sêmen. — Explicou Teddy para Carlinhos que ficou confuso.


Eu que tenho de sobra e direto da fonte e estou aqui, sem ninguém, isso é injusto, se bem que eu não penso em ter filhos. Pensou Carlinhos antes de voltar a ler.


— Rony, nós somos os únicos que podemos pôr fim a isso! Por favor... Rony... precisamos da cobra, temos que matar a cobra! — Disse Hermione.


 


— Que cobra? — Perguntou Helena.


— Francamente vocês deviam ter vindo antes em, vão ter que ler o livro inteiro para poder entender. — Falou Hermione.


— Há não, esse livro é muito grande, só de olhar da preguiça, eu só preciso ler um capitulo né? — Perguntou Carlinhos.


— Só, apenas um capitulo. — Respondeu Tonks.


— Imagine eu ter que ler todo o resto livro. — Falou Carlinhos.


— Acho que não gostar de ler é de família em. — Falou Hermione olhando para Rony.


— Você também não gosta de ler? — Perguntou Helena para Rony que negou com a cabeça — Eu também nem sempre tenho muito animo para ler, mas é bom de vez em quando. — Falou Helena sorrindo.


Harry, no entanto, sabia o que Rony estava sentindo: capturar outra Horcrux não lhe traria a satisfação da vingança; ele também queria lutar, castigar as pessoas que tinham matado Fred, queria achar os outros Weasley e, acima de tudo, ter certeza, certeza absoluta de que Gina não estava... Mas ele não podia permitir que essa idéia tomasse corpo em sua mente...


— Nós lutaremos! — disse Hermione. — Teremos que lutar para chegar à cobra! Mas não vamos perder de vista, agora, o que devíamos estar f-fazendo! Somos os únicos que podemos pôr fim a isso!


 


Só Hermione mesmo para me ajudar em um momento desses. Pensou Rony apertando a mão da namorada que retribuiu o aperto, sorrindo fracamente para ele.


Ela estava chorando também, e enxugava o rosto na manga queimada e rasgada enquanto falava, mas inspirou profundamente mais de uma vez para se acalmar e, sem largar Rony, virou-se para Harry.


— Você precisa descobrir onde Voldemort está, porque a cobra está com ele, não? Faça isso, Harry... Espie a mente dele!


 


— Deixa eu ver se entendi, você consegue entrar na mente de Voldemort? Como é isso? E porque você fazer isso? — Perguntou Helena confusa.


— Ainda não esta explicado, acho que nos próximos capítulos iremos saber, não foi explicado direitinho, não sabemos porque isso acontece. — Falou Harry — Mas eu sei que isso começou a aconteceu só depois do final do ano passado. — Falou Harry.


— Isso só pode ser um castigo né? Imagine, se eu já sofro com os meus próprios pensamentos, imagine com os pensamentos de uma pessoa tão horrível. — Falou Helena.


— Como assim, sofrer com os próprios pensamentos? — Perguntou Gui confuso.


— É uma mania dos brasileiros fazer isso, mas as vezes chega uma época em que as pessoas sofrem com os pensamentos, com as decisões que vai fazer e todo o resto. — Explicou Helena.


 


Por que isso era tão fácil? Porque sua cicatriz estava queimando havia horas, querendo lhe mostrar os pensamentos de Voldemort? Ele fechou os olhos quando Hermione mandou, e, na mesma hora, os gritos e estampidos e todos os ruídos dissonantes da batalha foram abafados até se tornarem quase inaudíveis, como se ele estivesse longe, muito longe dali...


Harry estava parado em uma sala arruinada, mas estranhamente familiar, o papel descascando nas paredes e todas as janelas fechadas com tábuas, exceto uma. O fragor do assalto à escola soava indistinto e remoto. A única janela destapada revelava clarões distantes junto ao castelo, mas dentro da sala estava escuro, exceto por uma solitária lâmpada a óleo.


 


— É impressão minha ou ele esta na casa dos gritos? — Perguntou Sirius confuso.


— Também tive essa impressão. — Falou Remo que varias vezes já esteve na casa que todos acreditavam ser assombrada.


Ele estava girando a varinha entre os dedos, examinando-a, seus pensamentos na sala do castelo, a sala secreta que só ele encontrara, a sala, como a Câmara, que a pessoa tinha de ser inteligente, astuta e curiosa para descobrir... Ele estava confiante de que o garoto não encontraria o diadema... Embora o fantoche de Dumbledore tivesse ido mais longe do que ele jamais imaginara... longe demais...


— Milorde — disse uma voz falha e desesperada. Ele se virou: ali estava Lúcio Malfoy, sentado no canto mais escuro, rasgado e ainda trazendo as marcas do castigo que recebera depois da última fuga do garoto. Um de seus olhos fechado e inchado. — Milorde... Por favor... meu filho...


 


Tudo o que eu precisava no momento é que todos me olhassem. — Sussurrou Draco para si mesmo, sabendo que quase toda a escola estaria olhando para ele.


O que? — Perguntou Astória sussurrando.


— Tudo o que eu precisava era que as pessoas ficassem me olhando como se eu pudesse explicar a reação do meu pai. — Falou Draco para a namorada que soltou um longo suspiro — Devíamos ter ficado no dormitório, estava mais divertido lá. — Falou Draco sorrindo.


— Eu não acho, quer dizer, é claro que lá estava divertido, mas eles nos olhariam de qualquer jeito, as meninas do meu dormitório por exemplo, ficaram me dizendo que sente muito pelo que aconteceu, eu nem me lembrava mais, ai só foi elas falaram e eu me lembrei. — Falou Astória dando de ombros.


— Interessante, quando alguém não queria ser olhado pediu pra ficar no dormitório, eu deixei é claro, agora quando é eu, não pode. — Falou Draco sorrindo.


— Eu posso, você não. — Falou Astória rindo para ele que sorriu.


Scorpius e Cath olhava aquilo detalhadamente, como Draco e Astória estavam de costas, não dava para ter certeza se eles estavam sorrindo, mas imaginavam que sim.


— Estão se dando muito bem em. — Falou Cath para o irmão que assentiu.


 


— Se o seu filho estiver morto, Lúcio, não será por minha culpa. Ele não veio se reunir a mim, como os outros alunos da Sonserina. Quem sabe decidiu ser amigo de Harry Potter?


— Não... Nunca — sussurrou Malfoy.


— Pois deseje que não.


— O senhor não... Não tem medo, Milorde, que Potter morra por outras mãos que não as suas? — perguntou Malfoy, a voz trêmula. — Não seria... Me perdoe... Mais prudente interromper essa batalha, entrar no castelo e procurá-lo p-pessoalmente?


 


— Esta vendo, seu pai se preocupa muito bem com você. — Falou Astoria para Draco.


— Se ele se preocupasse deveria ter pensado em criar o filho longe desse tipo de pessoa, deveria ter impedido que eu me tornasse, e não ter se arrependido depois que ele não possa fazer nada. — Falou Draco.


Astória revirou os olhos por causa da teimosia do loiro.


— Não finja, Lúcio. Você quer que a batalha termine para poder descobrir o que aconteceu com o seu filho. E eu não preciso procurar Potter. Antes que a noite termine, Potter virá me procurar.


Voldemort baixou novamente o olhar para a varinha entre seus dedos. Ela o incomodava... E as coisas que incomodavam Lord Voldemort precisavam ser resolvidas...


— Vá buscar Snape.


— Snape, M-milorde?


— Snape. Agora. Preciso dele. Tem um... Serviço... Que preciso que ele faça. Vá.


 


Ele não quer um serviço. Pensou Snape que conhecia muito bem o homem que fingia ser leal.


Ele percebeu o olhar de Lily sobre si e desviou o olhar logo em seguida, aquela menina mesmo não tendo os olhos verdes, lembrava muito o jeito que sua antiga amiga o olhava.


Assustado, tropeçando um pouco na luz rarefeita da sala, Lúcio saiu. Voldemort continuou parado ali, girando a varinha nos dedos, estudando-a.


— É a única solução, Nagini — sussurrou, virando a cabeça para onde estava a cobra grande e grossa, agora suspensa no ar, revirando-se graciosamente no espaço encantado e protegido que Voldemort criara para ela: uma esfera transparente e estrelada, algo entre uma jaula cintilante e um tanque.


Com um ofego, Harry se retirou e abriu os olhos; no mesmo instante, seus ouvidos foram assaltados por guinchos e gritos, os choques e estampidos da batalha.


 


— Vai ser um pouco mais difícil matar essa maldita cobra. — Falou Rony revirando os olhos.


— Imagine se essa cobra fosse a mesma que você soltou no mundo dos trouxas. — Falou James para Harry que olhou feio para ele, o menino riu ao perceber que Harry não queria que ninguém soubesse.


— Você soltou uma cobra quando era pequeno? — Perguntou Gina a Harry que soltou um longo suspiro.


— Foi sem querer, ela começou a falar comigo, é muito difícil alguém falar comigo com tanto respeito, ai sem querer eu soltei ela, mas não é a mesma que a cobra de Voldemort, me lembro que é diferente. — Falou Harry — E foi no mesmo ano em que eu vim pra Hogwarts, eu não era tão pequeno assim. — Falou Harry dando de ombros.


— Imagine Harry, você não era pequeno. — Falou Jorge rindo.


— Querido, com sinceridade a primeira vez que te vi pensei se você se alimentava bem, porque você estava muito magrinho. — Falou Molly com sinceridade para Harry.


— Fome era uma coisa que não faltava pra mim. — Falou Harry.


Carlinhos teve até dó do cunhado, e voltou a ler logo em seguida.


 


— Ele está na Casa dos Gritos. A cobra está com ele, tem uma espécie de proteção mágica em volta. E ele acabou de mandar Lúcio Malfoy buscar Snape.


— Voldemort está sentado na Casa dos Gritos? — exclamou Hermione, indignada. — Ele não... Ele não está nem lutando?


— Acha que não precisa lutar. Acha que vou procurá-lo.


— Mas por quê?


— Ele sabe que quero as Horcruxes... Está mantendo Nagini junto dele... Obviamente eu terei de procurá-lo para me aproximar daquela coisa...


— Certo — falou Rony, aprumando os ombros. — Logo, você não pode ir, se é o que ele quer, o que está esperando. Você fica aqui e cuida da Hermione, e eu irei pegar...


Harry interrompeu-o.


— Vocês dois ficam aqui. Irei com a Capa da Invisibilidade e voltarei assim que...


 


— Vocês também em, em um momento como esses e vocês ficam discutindo ai, como que tivessem que escolher quem pediria algo para o pai sabendo que ele negaria. — Falou Helena rindo.


— Nossa, que comparação em. — Falou Carlinhos rindo antes de voltar a ler.


 


— Não — discordou Hermione —, faz muito mais sentido eu levar a capa e...


— Nem pense nisso — disse Rony, rispidamente.


Antes que Hermione pudesse terminar de dizer "Rony, sou tão capaz...", a tapeçaria no alto da escada em que estavam foi rasgada.


— POTTER!


Dois Comensais da Morte mascarados achavam-se parados ali, mas, antes que pudessem acabar de erguer suas varinhas, Hermione ordenou:


— Glisseo!


Os degraus sob seus pés se achataram formando um plano inclinado pelo qual ela, Harry e Rony despencaram, incapazes de controlar a sua velocidade, tão alta que os Feitiços Estuporantes dos Comensais da Morte passaram muito acima de suas cabeças. Os bruxos atravessaram a tapeçaria que os ocultava e rolaram pelo chão, batendo na parede oposta.


Duro! — gritou Hermione, apontando a varinha para a tapeçaria, e eles ouviram dois baques fortes e nauseantes quando a tapeçaria virou pedra e os Comensais que os perseguiam desabaram com a colisão.


 


— Imagine a dor, e eu achando que a Hermione era uma menina tão inofensiva. — Falou Gui rindo fazendo sinal para que o irmão voltasse a ler, e foi o que ele fez depois de soltar um fraco sorriso.


— Para trás! — gritou Rony, e os três se achataram contra uma porta no momento em que passou por eles um trovejante rebanho de carteiras a galope, pastoreadas por uma professora McGonagall velocista. Aparentemente não reparou neles: seus cabelos tinham se soltado e havia um corte em seu rosto. Quando virou o canto, eles a ouviram ordenar: "ATACAR!"


— Harry, vista a capa — disse Hermione —, não se incomode conosco...


Ele, porém, atirou a capa sobre os três; embora fossem grandes, ele duvidava que alguém pudesse ver os seus pés sem corpo através da poeira que entupia o ar, das pedras caindo, do brilho dos feitiços.


 


— Principalmente os pés do Rony né, esse menino não para de crescer. — Falou Carlinhos rindo do irmão.


Eles desceram a escada seguinte e toparam com um corredor repleto de combatentes. Os quadros de cada lado estavam cheios de figuras que gritavam conselhos e incentivos, enquanto os Comensais da Morte, tanto os mascarados quanto os sem máscara, duelavam com estudantes e professores. Dino conquistara uma varinha porque estava cara a cara com Dolohov, Parvati enfrentava Travers. Harry, Rony e Hermione ergueram imediatamente as varinhas, prontos para atacar, mas os adversários zanzavam para aqui e para ali de tal modo que, se eles disparassem feitiços, era grande a probabilidade de ferir um aliado. Ainda em posição, esperando uma oportunidade para agir, ouviram um guincho agudíssimo e, erguendo os olhos, Harry viu Pirraça que sobrevoava a cena, disparado, despejando vagens de Arapucosos nos Comensais da Morte, cujas cabeças eram subitamente engolfadas por túberas verdes que se mexiam como gordos vermes.


 


— Esse deve estar sendo o dia mais feliz do Pirraça. — Falou Remo revirando os olhos.


— Remo, como ele reagiu ao ver você em 1993? — Perguntou Sirius.


— Normalmente com aquela musica idiota dele. — Respondeu Remo dando de ombros.


 


— Irque!


Um punhado delas batera na capa sobre a cabeça de Rony; as raízes verdes e pegajosas pararam absurdamente no ar enquanto ele tentava sacudi-las fora.


— Tem alguém invisível lá! — gritou um Comensal da Morte mascarado, apontando.


Dino tirou partido da momentânea distração do Comensal e derrubou-o com um Feitiço Estuporante; Dolohov tentou retaliar, e Parvati lançou contra ele um Feitiço do Corpo Preso.


— VAMOS EMBORA! — berrou Harry, e ele, Rony e Hermione seguraram a capa mais junto do corpo e saíram correndo de cabeça abaixada entre os combatentes, escorregando um pouco nas poças de sumo de Arapucosos, em direção à escadaria de mármore do saguão de entrada.


— Sou Draco Malfoy, sou Draco, estou do seu lado!


Draco estava no alto da escadaria, se defendendo de outro Comensal mascarado. Harry estuporou o Comensal quando passaram: Malfoy olhou para os lados, sorridente, procurando o seu salvador, e Rony deu-lhe um murro por baixo da capa. Malfoy caiu para trás por cima do Comensal, a boca sangrando, completamente pasmo.


 


— Esse povo me ama mesmo em. — Falou Draco revirando os olhos, Astória ao ouvir aquilo começou a rir — Você gosta de rir da cara dos outros né? — Perguntou Draco para a morena que não conseguia parar de rir.


— Desculpe. — Falou Astória respirando fundo, para assim parar de rir.


— E essa é a segunda vez que salvamos sua vida hoje à noite, seu filho-da-mãe de duas caras! — berrou Rony.


Havia mais gente duelando por toda a escada e o saguão, havia Comensais da Morte para qualquer lugar que Harry olhasse: Yaxley, próximo às portas de entrada, dava combate a Flitwick, um Comensal da Morte mascarado duelava com Kingsley. Estudantes corriam em todas as direções, alguns carregando ou arrastando amigos feridos. Harry mirou um Feitiço Estuporante em um Comensal mascarado, falhou, mas quase acertou Neville, que surgira de algum lugar brandindo uma braçada de Tentáculos Venenosos, dos quais um espécime se enganchou feliz no Comensal mais próximo e começou a puxá-lo para si.


 


— Sinceramente, eu tenho até dó dessas pessoas que tem que passar por essas criaturas estranhas. — Falou Gui.


 


Harry, Rony e Hermione desceram correndo a escadaria de mármore: vidros estilhaçaram à sua esquerda e a ampulheta da Sonserina que registrava os pontos da Casa vazou as esmeraldas pelo recinto, fazendo as pessoas escorregarem e se desequilibrarem ao fugir. Dois corpos caíram da galeria no alto quando os garotos chegaram ao térreo, e um borrão cinzento, que Harry pensou ser um animal, correu sobre quatro patas pelo saguão e cravou os dentes em um dos caídos.


— NÃO! — guinchou Hermione, e com um jato ensurdecedor de sua varinha, Lobo Greyback foi arremessado para longe do corpo ainda vivo de Lilá Brown. Ele se chocou com os balaústres de mármore e tentou se pôr de pé. Então, com um cintilante lampejo branco e um estalo, uma esfera de cristal atingiu-o na cabeça e ele desmontou no chão, e não mais se mexeu.


 


Lila ao ouvir aquilo sentiu seu coração parar, então ela fora mordida por um lobisomem, pensava qual teria sido seu futuro.


— Então, o que acontece com uma mulher que é mordida? — Perguntou Lila para Remo que temeu responder.


— Depende, se for na lua cheia a mulher morre, porque não consegue suportar a transformação, mas se não for na lua cheia ela sobrevive, mas tem alguns sintomas, a mudança de gosto por comidas um pouco mais cruas, principalmente quando é carne, ela quando esta em tempo de lua cheia pode ficar agressiva. — Respondeu Remo.


— Mas fique aliviada, você esta bem, digo no futuro, tem uma vida comum, tem filhos e todo o resto. — Falou Teddy para Lila que soltou um longo suspiro de alivio.


(Autora aqui: Gente, eu vou fazer a Lila estar viva no futuro, porque se o Gui sobreviveu quando foi mordido ela também pode sobreviver, e quem sabe ela mude com essa noticia terrível)


— Tenho mais! — gritou a professora Trelawney, do alto da escada. — Mais para quem quiser! Aqui vai...


E com um movimento que lembrava um serviço de tênis, ela ergueu outra enorme bola de cristal da bolsa, acenou com a varinha no ar e fez a bola disparar pelo saguão e atravessar uma janela, destroçando-a. No mesmo momento, as pesadas portas de madeira da entrada se escancararam, e mais aranhas gigantes forçaram a entrada no saguão.


 


— Nós precisamos entrar na floresta para saber que existia essas aranhas, agora no livro ninguém precisou ir atrás, as aranhas que foram atrás delas. — Falou Rony para Harry que assentiu.


Berros de terror cortaram o ar: os combatentes se dispersaram, tanto Comensais da Morte quanto Hogwartianos, e jatos de luz vermelha e verde foram lançados no meio dos monstros atacantes, que estremeciam e se empinavam, mais pavorosos que nunca.


— Como vamos sair? — berrou Rony, mais alto que a gritaria geral, mas, antes que Harry ou Hermione pudessem responder, foram empurrados para o lado: Hagrid desceu trovejando, brandindo seu florido guarda-chuva rosa.


— Não machuquem elas, não machuquem elas! — berrava.


 


— Hagrid, você ficou maluco? Essas coisas tentando nos matar e você protegendo elas? O que você tem na cabeça? — Perguntou Rony horrorizado para o guarda caça.


— Rony, elas não tem culpa. — Falou Hagrid.


— Também não tiveram culpa por quase ter nos comido, né Harry? — Perguntou Rony para Harry que assentiu.


— São apenas criaturas incompreensíveis, elas tem mais medo da gente do que nós dela. — Falou Hagrid dando de ombros.


— Há não, eu afirmo a você que eu tenho mais medo delas do que elas tem de mim, mas eu concordo que elas tenham medo, eu mesmo tentaria matar essas coisas sem nenhum pudor. — Falou Rony dando de ombros.


— Eu só não entendo do porque delas estarem atacando nós, deveria estar do nosso lado né Hagrid. — Falou Hermione.


— Foi porque Aragogue morreu no ano anterior. — Respondeu Teddy.


— É sério? — Perguntou Hagrid.


— É, padrinho presenciou até o discurso no enterro dele. — Falou Teddy sorrindo.


— Olha que sorte. — Falou Rony para Harry, mas o ruivo logo levou um cutucão da namorada que indicou Hagrid, Rony acabara de presenciar uma lagrima cair dos olhos do guarda caça — Engraçado, ninguém chorou quando eu quase morri indo atrás desse bicho. — Sussurrou Rony para a namorada que não pode deixar de sorrir.


— HAGRID, NÃO!


Harry esqueceu todo o resto: saltou de baixo da capa e correu abaixado para evitar os feitiços que iluminavam todo o saguão.


— HAGRID, VOLTE AQUI!


Ele, no entanto, não cobrira sequer a metade da distância até Hagrid, quando viu acontecer: Hagrid desapareceu entre as aranhas e com grande correria e um movimento de enxame, elas se retiraram sob uma barragem violenta de feitiços, Hagrid soterrado no meio delas.


— HAGRID!


 


— Você esta querendo morrer? — Perguntou Harry a Hagrid que encolheu os ombros.


— É maluco. — Falou Rony.


Harry ouviu alguém chamar seu nome, fosse amigo ou inimigo não fez diferença: ele se precipitou pelos degraus da entrada em direção aos jardins escuros, e o enxame de aranhas se afastava com sua presa, e ele não conseguia ver nenhuma parte de Hagrid.


— HAGRID!


Ele pensou ter avistado um enorme braço acenando em meio às aranhas, mas, quando fez menção de persegui-las, seu caminho foi barrado por um pé monumental, que baixou da escuridão e fez estremecer o chão em que pisou. Harry ergueu a cabeça: havia um gigante parado diante dele, seis metros de altura, a cabeça oculta nas sombras, nada exceto canelas peludas e grossas como troncos de árvores iluminadas pelas luzes do castelo. Com um movimento brutal, ele enfiou o punho maciço por uma janela dos andares superiores e o vidro choveu sobre Harry, forçando-o a recuar para a proteção do portal de entrada.


 


— As coisas estão ficando cada vez pior. — Falou Carlinhos — Eu estou nesse lugar? — Perguntou Carlinhos a mãe que negou com a cabeça — Devo estar na Romênia. — Falou Carlinhos dando de ombros.


— Como sempre. — Falou Gina revirando os olhos.


— Eu devo voltar né? Já que minha irmã esta namorando e nenhum dos meus irmãos me avisam. — Falou Carlinhos olhando para os irmãos que olharam para ele.


— Apenas Percy me manda carta ultimamente, para reclamar de sua vida sofrida. — Falou Carlinhos revirando os olhos.


— E como ele esta? — Perguntou Molly.


— Esta bem. — Respondeu Carlinhos voltando a ler logo em seguida.


— Ah, meu...! — guinchou Hermione, quando ela e Rony alcançaram Harry e olharam para o gigante, que agora tentava gadunhar gente pela janela.


— NÃO! — berrou Rony, agarrando a mão de Hermione quando ela ergueu a varinha. — Se você o estuporar, ele achatará metade do castelo...


— HAGGER?


Grope surgiu correndo pela quina do castelo; só agora Harry percebia que ele era, na realidade, um gigante nanico. O monstro gargantuano, que tentava esmagar gente nos andares altos, olhou para o lado e soltou um rugido. Os degraus de pedra vibraram quando ele se voltou pesadamente para o seu pequeno parente, e a boca torta de Grope se abriu, deixando à mostra dentes amarelos do tamanho de tijolos; então eles se atiraram um ao outro com a selvagem de leões.


 


— Ai Hagrid, ele esta quase a aprendendo a falar seu nome. — Falou Hugo para Hagrid que assentiu e sorriu.


— Ér sim. — Falou Hagrid secando uma lagrima de seu rosto, Rony ao ver aquilo revirou os olhos.


— CORRAM! — berrou Harry; a noite se enchia de gritos medonhos e pancadas de gigantes em luta, e ele segurou a mão de Hermione e saiu disparado pelos degraus de acesso aos jardins, Rony seguiu-os. Harry não perdera a esperança de salvar Hagrid; corriam tão depressa que já estavam a meio caminho da Floresta quando foram novamente barrados.


O ar ao redor congelara: a respiração de Harry ficou presa e solidificou em seu peito. Sombras saíram da escuridão, vultos rodopiantes de puro negrume deslocavam-se em uma grande onda em direção ao castelo, os rostos ocultos sob o capuz e a respiração estertorante...


Rony e Hermione se colocaram dos lados de Harry quando os ruídos da batalha às suas costas repentinamente silenciaram, morreram, porque caía denso sobre a noite um silêncio que somente os dementadores poderiam trazer...


— Vamos, Harry! — Ele ouviu a voz de Hermione chamando de muito distante. — Patronos, Harry, vamos!


 


— Acha que é fácil conjurar um patrono com tudo que acabei de ver em uma guerra? — Perguntou Harry para os amigos que deram de ombros.


Ele ergueu a varinha, mas um surdo desalento o invadiu: Fred se fora e Hagrid certamente estava morrendo ou morto; quantos mais ele ainda ignorava que jaziam mortos? Tinha a sensação de que metade de sua alma abandonara seu corpo...


— ANDA, HARRY! — gritou Hermione.


Cem dementadores vinham avançando, deslizando ao encontro deles, sugando a distância para se avizinhar do desespero de Harry, que era uma promessa de banquete...


Ele viu o terrier prateado de Rony irromper no ar, brilhar fracamente e se extinguir; viu a lontra de Hermione girar no ar e se dissolver, e a varinha tremeu em sua mão, fazendo-o quase acolher com prazer o oblívio que chegava, a promessa do nada, da ausência da emoção...


Então, uma lebre, um javali e uma raposa prateados sobrevoaram as cabeças de Harry, Rony e Hermione: os dementadores recuaram ante a aproximação dos animais. Mais três pessoas emergiram da escuridão para se postar ao seu lado, as varinhas em punho, continuando a conjurar Patronos: Luna, Ernesto e Simas.


 


Luna sorriu ao saber que ela acabara de ajudar seus amigos, já que naquele ano, fora eles que a ajudaram, dando uma chance para que ela mostrasse quem ela realmente era, que não era aquela esquisita que todos diziam ser, era uma pessoa completamente diferente, apenas com pensamentos e modos de agir diferentemente de outras pessoas.


— Certo — disse Luna em tom de incentivo, como se estivessem de volta à Sala Precisa e aquilo fosse simplesmente uma prática de feitiços para a Armada de Dumbledore. — Certo, Harry... Vamos, pense em alguma coisa feliz...


— Alguma coisa feliz? — disse ele, a voz quebrada.


— Ainda estamos todos aqui — sussurrou ela —, ainda estamos lutando. Vamos, agora...


Houve uma faísca prateada, depois uma luz vacilante, então, com o maior esforço que já lhe custara, o veado irrompeu da ponta da varinha de Harry. Ele avançou em um meio galope e agora os dementadores realmente se dispersaram e logo a noite amornou, mas os sons da batalha circundante agrediam seus ouvidos.


— Nem sei como agradecer a vocês — disse Rony trêmulo, dirigindo-se a Ernesto e Simas —, vocês acabaram de salvar...


 


— Nós somos demais. — Falou Simas se gabando.


— É, eu estou vendo o seu demais. — Falou Cath rindo da cara dele.


— Não se pode nem comemorar em. — Falou Simas.


Cath riu de Simas.


Com um rugido e um tremor de terra, outro gigante se precipitou da escuridão vindo da Floresta, brandindo uma clava maior do que qualquer um deles.


— CORRAM! — tornou Harry a gritar, mas eles não precisaram ouvir a ordem: todos se espalharam na hora certa, pois o pé descomunal da criatura baixou exatamente no lugar em que tinham estado parados. Harry olhou para os lados: Rony e Hermione continuaram a segui-lo, mas os outros três tinham voltado à luta e desaparecido de vista.


— Vamos sair da linha de fogo! — berrou Rony, quando o gigante tornou a girar a clava e seus urros ecoaram pela noite nos terrenos da escola, onde clarões vermelhos e verdes continuavam a iluminar a escuridão.


— O Salgueiro Lutador — disse Harry. — Agora!


 


— Ainda bem que vocês sabem como parar o Salgueiro. — Falou Sirius.


De alguma forma, ele emparedara as emoções em sua mente, confinara-as em um pequeno espaço para o qual ele não podia olhar agora: pensamentos sobre Fred e Hagrid, e seu medo por aqueles que amava, espalhados dentro e fora do castelo, todos precisariam esperar, porque eles tinham que correr, tinham que chegar à cobra e Voldemort, porque era, como dizia Hermione, a única maneira de acabar com aquilo...


Ele correu velozmente, acreditando que, de certa forma, poderia ultrapassar a morte em si, ignorando os jatos de luz que voavam pela escuridão à sua volta, o ruído do lago quebrando como o mar, e os rangidos da Floresta Proibida, embora fosse uma noite de calmaria; através dos jardins que pareciam ter, eles mesmos, se rebelado, Harry correu mais veloz do que jamais o fizera na vida, e foi ele quem viu primeiro a grande árvore, o Salgueiro que protegia o segredo em suas raízes com ramos que cortavam como chicotes.


Com a respiração ofegante, Harry desacelerou, rodeando os ramos socadores do Salgueiro, examinando na escuridão o seu grosso tronco, tentando localizar o nó único na casca da velha árvore que a paralisava. Rony e Hermione o alcançaram tão sem fôlego que não conseguiam falar.


— Como... Como vamos entrar? — ofegou Rony. — Poderia... Ver o lugar... Se ao menos tivéssemos... Bichento...


 


— Falando em Bichento, Hermione seu gato continua dormindo lá no seu antigo dormitório. — Falou Lila para Hermione que assentiu.


— Hoje a noite vou pega-lo. — Falou Hermione.


— Não vai não. — Falou Rose para Hermione que olhou para ela confusa.


— Porque não? — Perguntou Hermione confusa.


— Eu sou alérgica, não posso ficar perto desse gato, se não eu vou começar a me coçar, inchar e só depois de dias eu voltarei ao normal. — Falou Rose.


— Rose uma vez ficou quase uma semana parecendo um monstro, só por que o gato da vizinha entrou la em casa. — Falou Hugo rindo da irmão que olhou feio para ele.


— Gato maldito. — Falou Rose.


Rony riu do modo da menina de dizer.


— Bichento? — chiou Hermione, dobrada, segurando o peito. — Você é um bruxo ou não é?


— Ah... Certo... É...


Rony olhou em volta e em seguida apontou a varinha para um graveto no chão e disse:


— Wingardium Leviosa! — O graveto ergueu-se do chão, girou no ar como se uma rajada de vento o apanhasse, então disparou certeiro contra o tronco entre os ramos do Salgueiro Lutador que balançavam agourentamente. Cravou direto em determinado ponto junto às raízes, e imediatamente a árvore se imobilizou.


— Perfeito! — ofegou Hermione.


— Esperem.


Por um lento segundo, ouvindo os choques e estrondos da batalha que enchiam o ar, Harry hesitou. Voldemort queria que ele fizesse aquilo, queria que ele viesse... Estaria levando Rony e Hermione para uma armadilha?


 


— Vão ficar discutindo se o Rony e Hermione vai junto ou não? Que perca de tempo meu Merlin. — Falou Elliz fazendo sinal para Carlinhos ler, o ruivo ficou olhando para ela, via varias semelhanças entre ela e Helena — Ei, volte a ler. — Falou Elliz para Carlinhos que estava em transe.


— Já vou. — Falou Carlinhos mau humorado.


A realidade, porém, pareceu assediá-lo, simples e cruel: o único modo de progredir era matar a cobra, e a cobra estava onde Voldemort estava, e Voldemort estava no fim do túnel...


— Harry, vamos com você, entre logo aí! — disse Rony, empurrando-o para frente.


Harry se espremeu pela passagem de terra oculta pelas raízes da árvore. Estava muito mais apertada do que da última vez que penetraram ali. O túnel tinha o teto baixo: eles precisaram se dobrar para atravessá-lo quase quatro anos antes, agora não havia opção exceto engatinhar. Harry entrou primeiro, a varinha iluminada, esperando encontrar barreiras a qualquer instante, mas não havia nenhuma. Eles se moveram em silêncio, o olhar de Harry fixo na luz oscilante da varinha que empunhava.


 


— Nossa, é tão fácil assim parar aquela maldirá arvore? — Perguntou Dino para Sirius que assentiu.


— E nós aquela vez quase se matando imaginando como se parava aquela coisa. — Falou Simas para Dino que assentiu, os dois sempre tivera vontade de saber como parava aquela arvore medonha.


 


Por fim, o túnel começou a se inclinar para o alto e Harry viu adiante uma fresta de luz. Hermione deu um puxão em seu tornozelo.


— A capa! — sussurrou ela. — Vista a capa!


Ele tateou às costas e ela empurrou em sua mão livre um embrulho de tecido escorregadio. Com dificuldade, ele puxou a Capa da Invisibilidade por cima do corpo e murmurou "Nox", apagando a luz da varinha e continuando a engatinhar o mais silenciosamente possível, todos os seus sentidos tensos, esperando a cada segundo ser descoberto, ouvir a voz fria e clara, ver um lampejo de luz verde.


Então, ele ouviu vozes que vinham da sala diretamente à frente, ligeiramente abafadas porque a abertura no final do túnel estava bloqueada por um objeto que parecia um velho caixote. Mal se atrevendo a respirar, Harry avançou cauteloso até a saída e espiou por uma pequena fresta entre o caixote e a parede.


 


— Vamos saber como é a conversa do grande Snape com seu querido mestre. — Falou Sirius, Helena estranhou o modo de seu pai falar desse tal Snape.


— Porque fala dele desse jeito? — Perguntou Helena.


— Porque seu pai é idiota, desde a época escolar os dois não se gostam. — Falou Remo para Helena que ficou mais confusa ainda.


— E quem é Snape? — Perguntou Helena ainda confusa.


— É aquele ali, do cabelo oleoso. — Falou Sirius apontando para a mesa dos professores, Helena olhou e pode perceber o olhar de Snape em si.


— Oi. — Falou Helena normalmente para Snape que não respondeu — Nossa, esse homem é ogro mesmo em. — Falou Helena ficando de costas para Snape.


— Ogro? — Perguntou Carlinhos rindo.


— É, mal educado nem me respondeu. — Falou Helena dando de ombros — Eu também não queria o oi dele, quem liga para o oi dele? — Perguntou Helena dando de ombros.


Carlinhos riu antes de voltar a ler.


 


A sala estava mal iluminada, mas dava para ver Nagini, girando e se enrolando como se estivesse embaixo da água, protegida em sua encantada esfera de estrelas, que flutuava sem apoio no ar. Dava para ver a ponta de uma mesa e uma mão branca de dedos longos brincando com uma varinha. Então Snape falou, e o coração de Harry deu um salto: o bruxo estava a centímetros do lugar em que ele se encolhia escondido.


— ... Milorde, a resistência está entrando em colapso...


— ... E está fazendo isso sem a sua ajuda — retorquiu Voldemort, com sua voz clara e aguda. — Mesmo sendo um bruxo competente, Severo, acho que você não fará muita diferença agora. Estamos quase chegando lá... Quase.


— Deixe-me procurar o garoto. Deixe-me trazer Potter. Sei que posso encontrá-lo, Milorde. Por favor.


 


— Como pode ainda acreditar nele, Dumbledore? Ele quer ir atrás do Harry só para levá-lo a Voldemort. — Falou Sirius para Dumbledore.


— Sirius, não comece, ainda acredito que ele esta do nosso lado, temos provas do futuro quanto a isso. — Falou Dumbledore olhando brevemente para Lily que percebeu sendo observada — Volte a ler. — Falou Dumbledore para Carlinhos ao ver que Sirius tentaria falar alguma coisa.


Snape passou em frente à fresta e Harry recuou um pouco, mantendo os olhos fixos em Nagini, imaginando se haveria algum feitiço que pudesse penetrar a proteção que a cercava, mas não conseguiu pensar em nada. Uma tentativa fracassada e trairia sua posição...


Voldemort se levantou. Harry o via agora, via seus olhos vermelhos e o rosto achatado e ofídico, sua palidez levemente luminosa na penumbra.


— Tenho um problema, Snape — disse Voldemort, suavemente.


— Milorde?


Voldemort ergueu a Varinha das Varinhas, segurando-a com a delicadeza e a precisão de uma batuta de maestro.


— Por que ela não funciona comigo, Severo?


No silêncio, Harry imaginou que ouvia a cobra silvar levemente, enrolando-se e desenrolando-se, ou seria o suspiro sibilante de Voldemort ainda vibrando no ar?


 


— Como assim não funciona? — Perguntou Rony confuso.


— Alguém pode me explicar sobre essa varinha? — Perguntou Carlinhos.


— Lembra daquela história que a mamãe contava pra gente, em que os bruxos andavam ao anoitecer e ai eles encontravam a morte e eles ganham presentes? — Perguntou Gui.


— A história não acontecia a meia noite? — Perguntou Carlinhos.


— É a mesma porcaria, Carlinhos. — Falou Gui já ficando com raiva do irmão, já era o segundo que questionava aquilo.


— Pra que tanta raiva? Sua namorada esta de TPM por acaso? — Perguntou Carlinhos ao irmão que soltou um longo suspiro.


— Eu não vejo a Fleur a uma semana já. — Falou Gui.


— A garota provavelmente esta pensando que você deixou ela de lado, Gui, ta eu sei que história são essas, o que essa história tem haver com a varinha? — Perguntou Carlinhos.


— A história é real, a varinha existe, e esta em posse de Voldemort no livro. — Explicou Gui para o irmão que assentiu e voltou a ler.


— Mi... Milorde? — replicou Snape, aturdido. — Não estou entendendo. O senhor realizou extraordinária magia com essa varinha.


— Não. Realizei a minha magia habitual. Sou extraordinário, mas esta varinha... Não. Ela não revelou as maravilhas prometidas. Não sinto diferença entre esta varinha e a que comprei de Olivaras tantos anos atrás.


O tom de Voldemort era reflexivo, calmo, mas a cicatriz de Harry começara a latejar e vibrar: a dor em sua testa aumentava e ele percebia um sentimento de fúria controlada crescer em Voldemort.


— Não há diferença — repetiu Voldemort.


 


— Porque ele não adquiriu a varinha de forma certa. — Falou Dumbledore.


— Como assim de forma certa? — Perguntou Rony confuso.


— Tenho certeza que será explicado, volte a ler Sr. Weasley. — Falou Dumbledore para Carlinhos que assentiu e voltou a ler.


Snape não respondeu. Harry não via seu rosto. Pôs-se a imaginar se ele perceberia o perigo, se estava tentando achar as palavras certas para tranqüilizar o seu senhor.


Voldemort começou a andar pela sala. Harry perdeu-o de vista por alguns segundos nos quais ele rondava, ainda falando naquele mesmo tom comedido; a dor e a fúria se avolumavam em Harry.


— Estive refletindo longa e intensamente, Severo... Você sabe por que o fiz voltar da cena da batalha?


E, por um momento, Harry viu o perfil de Snape: seus olhos estavam pregados na cobra que se enroscava na jaula encantada.


 


Ele já sabe do segredo de Voldemort, tenho certeza que o contei. Pensou Dumbledore olhando para Snape que percebeu seu olhar.


— Não, Milorde, mas peço que me deixe retornar. Me deixe encontrar Potter.


— Você parece o Lúcio falando. Nenhum dos dois compreende Potter como eu. Ele não precisa ser achado. Ele virá a mim. Conheço sua fraqueza, entende, seu grande defeito. Ele não suportará ver os outros caírem fulminados ao seu redor, sabendo que é por ele que estão morrendo. Irá querer pôr um fim nisso a qualquer custo. Ele virá.


— Mas, Milorde, ele pode ser morto acidentalmente por outra pessoa que não o senhor.


— Minhas instruções aos meus Comensais da Morte foram absolutamente claras. Capturem Potter. Matem seus amigos... Quanto mais melhor... Mas não o matem.


 


— Eu poderia cair de um lugar alto, ser atingido por um feitiço em meio a tantos, não da para ter certeza que não irão me matar, já Crabbe tentou. — Falou Harry dando de ombros.


— Querem te matar e você fala quanto a isso normalmente? Você tem problema. — Falou Helena para Harry que deu de ombros.


— Mas é sobre você que eu queria falar, Severo, e não Harry Potter. Você tem sido muito valioso para mim. Muito valioso.


— Milorde, sabe que só busco servi-lo. Mas... Me deixe ir procurar o garoto, Milorde. Deixe-me trazer Potter ao senhor. Sei que posso...


 


— Ele esta querendo alguma coisa a mais você, sério mesmo, falar algo ou fazer algo. — Falou Helena.


— Porque acha isso? — Pergunto Remo.


— Não sei, só penso que ele saiba de alguma coisa e quer contar a você, ele pode pensar que se continuar ali na presença de Voldemort não consiga te dizer e por isso quer tanto sair dali. — Falou Helena.


— Já lhe disse, não! — exclamou Voldemort, e Harry percebeu um brilho vermelho em seus olhos quando ele se virou, o farfalhar de sua capa lembrando o rastejar de uma cobra, e o garoto sentiu a impaciência de Voldemort na queimação de sua cicatriz. — Minha preocupação no momento, Severo, é o que irá acontecer quando eu finalmente me encontrar com o garoto!


— Milorde, não pode haver dúvida, certamente...?


— ... mas uma dúvida, Severo. Há.


Voldemort fez uma pausa, e Harry ouviu-o claramente escorregando a Varinha das Varinhas entre seus dedos brancos, com os olhos em Snape.


 


— Só faltava ele matar Snape. — Falou Sirius.


Lily olhou brevemente para Sirius que nem percebeu ser observado.


— Por que as duas varinhas que usei não funcionaram quando as apontei para Harry Potter?


— Eu... eu não sei responder, Milorde.


— Não sabe?


A pontada de raiva pareceu um furador penetrando a cabeça de Harry: ele enfiou o punho na boca para conter os gritos de dor. Fechou os olhos e, subitamente, ele era Voldemort, encarando o rosto pálido de Snape.


— Minha varinha de teixo fez tudo que lhe pedi para fazer, Severo, exceto matar Harry Potter. Falhou duas vezes. Olivaras me falou, sob tortura, dos núcleos gêmeos, me aconselhou a tomar a varinha de outro. Fiz isso, mas a varinha de Lúcio se partiu ao enfrentar a de Potter.


 


— Como assim? A varinha de Lucio partiu ao enfrentar a sua? Isso já aconteceu ou não? — Perguntou Carlinhos confuso.


— Não isso não aconteceu, mas simplesmente se partiu, como se a minha fosse mais forte. — Falou Harry.


— Legal. — Falou Carlinhos antes de voltar a ler.


— Eu... Eu não tenho explicação, Milorde.


Snape não estava olhando para Voldemort no momento. Seus olhos negros continuavam fixos na cobra movimentando-se em sua esfera protetora.


— Procurei uma terceira varinha, Severo. A Varinha das Varinhas, a Varinha do Destino, a Varinha da Morte, tirei-a do seu dono anterior. Tirei-a do túmulo de Alvo Dumbledore.


E agora Snape olhou para Voldemort, e seu rosto lembrava uma máscara mortuária. Estava branco-mármore e tão imóvel que, quando ele falou, foi um susto perceber que havia um ser vivente por trás dos seus olhos inexpressivos.


— Milorde... Me deixe ir até o garoto...


 


— Estou tendo a impressão de que Voldemort não esta satisfeito e de que a qualquer momento pode matar Snape. — Falou Hermione olhando para Dumbledore e depois para Snape.


— Durante toda essa longa noite, de vitória iminente, estive sentado aqui — disse Voldemort, sua voz pouco mais do que um sussurro — pensando, pensando, por que a Varinha das Varinhas se recusa a ser o que deveria ser, se recusa a agir como a lenda diz que deve agir para o seu legítimo dono... E acho que sei a resposta.


Snape ficou calado.


— Talvez você já saiba, não? Afinal, você é um homem inteligente, Severo. Você tem sido um servo bom e fiel, e eu lamento o que terá de acontecer.


 


— Sim, Voldemort irá tentar matar Snape, olha só Snape, você vai ser morto pelo seu precioso mestre. — Falou Sirius para Snape que apenas continuou a olhar Sirius, não se importando com o que ele estava fazendo.


— Milorde...


— A Varinha das Varinhas não pode me servir corretamente, Severo, porque não sou o seu verdadeiro dono. A Varinha das Varinhas pertence ao bruxo que matou o seu dono anterior. Você matou Alvo Dumbledore. Enquanto você viver, Severo, a Varinha das Varinhas não pode ser verdadeiramente minha.


— Milorde! — protestou Snape, erguendo a varinha.


— Não pode ser de outro modo — replicou Voldemort. — Tenho que dominar a varinha, Severo. Domino a varinha e domino Potter, enfim.


E Voldemort cortou o ar com a Varinha das Varinhas. Ela não afetou Snape, que, por uma fração de segundo, pareceu pensar que sua execução fora temporariamente suspensa: então, a intenção de Voldemort se tornou evidente. A jaula da cobra girava no ar, e, antes que Snape pudesse dar mais do que um grito, ela o envolvera, a cabeça e os ombros, e Voldemort falava em linguagem ofídica.


Mate.


 


Todos ficaram horrorizados ao ouvir aquilo, Snape realmente fora morto por Voldemort, o professor mantinha o rosto impasse, mesmo sabendo que seria morto.


Ouviu-se um berro terrível. Harry viu o rosto de Snape perder a pouca cor que lhe restava, embranquecer, e seus olhos negros se arregalarem quando as presas da cobra se cravaram em seu pescoço, pois não conseguira repelir a jaula encantada para longe, seus joelhos cederam e ele caiu ao chão.


— Lamento — disse Voldemort, friamente.


O Lorde das Trevas virou-se para sair; não havia tristeza alguma nele, remorso algum. Estava na hora de deixar a casa e assumir o comando, com a varinha que agora lhe obedeceria perfeitamente.


Apontou-a para a jaula estrelada que continha a cobra, e ela se elevou, afastando-se de Snape, caído de lado no chão, o sangue esguichando dos ferimentos no pescoço. Voldemort saiu imponente da sala sem sequer olhar para trás, e a grande cobra acompanhou-o flutuando em sua enorme esfera protetora.


De volta ao túnel e à sua própria mente, Harry abriu os olhos: fizera sangrar os punhos mordendo-os na tentativa de refrear seus gritos. Agora ele olhava pela pequena fresta entre o caixote e a parede, observando uma bota tremendo no chão.


 


Todos olharam para Snape, esperando que ele fizesse algo, mas ele não o fez, continuou calmo em sua cadeira, já o professor sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde.


— Harry! — sussurrou Hermione às suas costas, mas ele já apontara a varinha para o caixote que bloqueava sua visão. O objeto se ergueu uns três centímetros no ar e se deslocou sem ruído para o lado. O mais silenciosamente que pôde, ele se guindou para dentro da sala.


Não sabia por que estava fazendo aquilo, por que estava se aproximando do homem moribundo: não sabia o que sentia ao ver o rosto branco de Snape e os dedos tentando estancar o sangue no ferimento do pescoço. Harry tirou a Capa da Invisibilidade e olhou do alto para o homem que odiava, cujos olhos arregalados encontraram Harry ao tentar falar. Harry se curvou sobre ele; Snape agarrou a frente de suas vestes e puxou-o para perto. Um gargarejo rascante e terrível saiu da garganta do professor.


— Leve... Isso... Leve... Isso...


 


— Levar o que? — Perguntou Tonks.


Alguma coisa além do sangue vazava de Snape. Algo prateado, nem gás, nem líquido, jorrou de sua boca, ouvidos e olhos, e Harry percebeu o que era, mas não sabia o que fazer...


Um frasco materializou-se no ar e foi empurrado em suas mãos por Hermione. Harry recolheu a substância prateada com a varinha. Quando o frasco se encheu e Snape pareceu exangue, ele afrouxou o aperto nas vestes de Harry.


— Olhe... Para... Mim — sussurrou o bruxo.


Os olhos verdes encontraram os negros, mas em um segundo alguma coisa no fundo dos olhos de Snape pareceu sumir, deixando-os fixos, inexpressivos e vazios. A mão que segurava Harry bateu no chão e Snape não se mexeu mais.


 


— Acabou. — Falou Carlinhos — Vocês vão ler mais um capitulo? — Perguntou Carlinhos olhando em volta, viu sua mãe assentiu — E quem quer ler? — Perguntou Carlinhos.


— Eu vou, quero saber o que esse homem tem de estranho, talvez com isso que o Harry pegou explique tudo. — Falou Helena se esticando para pegar o livro das mãos de Carlinhos.

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Comentários (3)

  • Beatrice e Nina Potter

    Caramba, o capitulo em que Harry sabe que Severo é realmente leal à Dumbledore é o proximo, eu estou louca de vontade de ver a reação de todos quando verem a lembraça de Severo. Posta logo por favor.

    2013-06-12
  • Clenery Aingremont

    Agora que percebi. Só faltam 4 capítulos: A História do Príncipe, De Volta À Floresta, King's Cross, A Falha no Plano. Ah, sim: tem também o epílogo! A fanfic é maravilhosa, cara. Eu comecei a ler já estava na metade (ou já tinha passado). Você escreve muito bem!

    2013-06-12
  • Clenery Aingremont

    Queria que no livro tivesse a fala "Você tem os olhos da sua mãe". Quero só ver como será daqui em diante...

    2013-06-12
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