CAPITULO DOIS: IN MEMORIAN



Harry sangrava.


 


— Que novidade. — Falou Hermione.


 


— Porque você sempre tem que estar sangrando? — Perguntou Gina irritada.


 


Harry apenas balançou os ombros.


 


Segurando a mão direita com a esquerda, e xingando baixinho, ele empurrou a porta do quarto com o ombro. Ouviu um barulho de porcelana quebrando, pisara em uma xícara de chá frio que alguém deixara do lado de fora, à porta do quarto.


— Que m...?


 


— Não fale palavrões. — Falou Molly fazendo cara de brava.


 


Ele olhou para os lados; o corredor da rua dos Alfeneiros n° 4 estava deserto. A xícara de chá era, possivelmente, a idéia de armadilha inteligente imaginada por Duda.


 


— Claro. — Falou Harry revirando os olhos.


 


Harry manteve a mão ensangüentada no alto, juntou os cacos da xícara com a outra mão e atirou-os na cesta abarrotada de lixo que entreviu pela porta de seu quarto. Depois caminhou pesadamente até o banheiro para pôr o dedo sob a água da torneira.


Era uma idiotice sem sentido e incrivelmente irritante que ainda lhe faltassem quatro dias para poder realizar feitiços... mas tinha de admitir que esse feio corte no dedo o derrotaria. Nunca aprendera a curar ferimentos e, agora que lhe ocorria pensar nisso — particularmente à luz dos seus planos imediatos —, parecia-lhe uma séria lacuna em sua educação bruxa. Anotando mentalmente para perguntar a Hermione como se fazia...


 


— O que seria do Harry sem a Hermione? — Perguntou Jorge.


 


— O que seria do HARRY e do RONY sem a Hermione você quis dizer Jorge. — Falou Fred.


 


Harry e Rony se olharam e disseram juntos.


 


— Não seriamos nada.


 


Hermione corou.


 


Ele usou um grande chumaço de papel higiênico para secar o melhor que pôde o chá derramado, antes de voltar para o quarto e bater a porta.


 


— Porque bater a porta? — Perguntou Parvati.


 


Harry gastara a manhã inteira esvaziando seu malão de viagem pela primeira vez desde que o arrumara havia seis anos.


 


— E eu que achei que o Rony era preguiçoso. — Falou Hermione rindo.


 


— Ei. — Reclamou Rony.


 


Nos primeiros anos de escola, ele simplesmente limpara uns três quartos do seu conteúdo e os repusera ou atualizara, deixando no fundo uma camada de lixo, penas usadas, olhos secos de besouro, meias sem par que não lhe serviam mais.


 


— Como será o dormitório de vocês? — Perguntou Lila.


 


— Não é tão desarrumado assim. — Falou Hermione.


 


— E como sabe? — Perguntou Lila de novo.


 


— A Hermione às vezes vai nos chamar lá, já que nós não podemos ir ao dormitório dela. — Respondeu Rony.


 


— E vocês não se incomodam com a Hermione lá? — Perguntou Lila a Dino, Simas e Neville.


 


— E porque nos incomodaria? Hermione é uma menina muito simpática. — Falou Neville.


 


Hermione corou.


 


Minutos antes, Harry metera a mão nesse entulho, sentira uma dor lancinante no quarto dedo da mão direita e, ao puxá-la, viu que estava coberta de sangue.


 


— Sangue de novo. — Falou Gina.


 


Continuou, então, um pouco mais cauteloso. Tornando a se ajoelhar ao lado do malão, apalpou o fundo, retirou um velho broche que piscava fracamente, ora Apóie CEDRICO DIGGORY ora POTTER FEDE...


 


— Eu não tenho isso. — Falou Harry.


 


Um bisbilhoscópio rachado e gasto e um medalhão de ouro contendo um bilhete assinado por R.A.B.


 


— Onde foi que eu já ouvi falar sobre esse R.A.B? — Perguntou Sirius.


 


E finalmente descobriu o gume afiado que o ferira. Reconheceu-o sem hesitação. Era um caco de uns cinco centímetros do espelho encantado que Sirius, seu falecido padrinho, tinha lhe dado.


 


— O que quis dizer com seu falecido padrinho? — Perguntou Harry.


 


— Nós nunca conhecemos o Almofadinhas, ele morreu no final do quinto ano do papai. — Falou James.


 


— Você quer dizer FINAL DESSE ANO? — Perguntou Harry.


 


— Eu acho que esse seria um dos muitos motivos pelo qual papai mudaria o futuro. — Falou Lily.


 


. Harry separou-o e apalpou o malão à procura do resto, mas nada mais restara do último presente do padrinho exceto o vidro moído, agora grudado, na última camada de destroços, como purpurina.


 


— Sirius, o que eu exatamente faria com esse vidro? — Perguntou Harry.


 


— Se for o espelho de duas faces, você poderia se comunicar comigo pelo espelho, era só você me chamar que eu escutaria no meu espelho, James e eu usávamos nas detenções. — Explicou Sirius.


 


— Quando ele quis dizer NAS DETENÇÕES, ele quis dizer nas MUITAS detenções. — Falou James.


 


Harry sentou e examinou o caco pontiagudo em que se cortara, mas não viu nada além do reflexo do seu brilhante olho verde.


 


Gina suspirou.


 


— O que foi Gina? — Perguntou Harry.


 


Gina estava imaginando como seria esses olhos o mais perto possível de seu rosto.


 


— Nada, nada Harry, só estava meia distraída. — Falou Gina desviando o olhar para Hermione.


 


Colocou, então, o fragmento sobre o Profeta Diário daquela manhã, que continuava intocado em sua cama, e tentou estancar o repentino fluxo de amargas lembranças, as pontadas de remorso e saudade que a descoberta do espelho partido tinha ocasionado, ao atacar o resto do lixo dentro do malão.


 


— Harry tem pensamentos profundos. — Falou Tonks.


 


Harry corou.


 


— E pensamentos estranhos também. — Murmurou Harry.


 


Levou mais uma hora para esvaziá-lo completamente, jogar fora os objetos inúteis e separar os demais em pilhas, de acordo com as suas futuras necessidades. Suas vestes de escola e de Quadribol, caldeirão, pergaminho, penas e a maior parte dos livros de estudo foram empilhados a um canto para serem deixados em casa.


 


— Você não vai usar isso em Hogwarts? — Perguntou Hermione confusa.


 


— Não se ele não for para Hogwarts. — Murmurou Gina.


 


— O que disse mamãe? — Perguntou Lily.


 


Gina arregalou os olhos, tinha esquecido que os futuros filhos estavam ali.


 


— Por favor, me chame de Gina, é muito estranho ser chamada de mãe com apenas 14 anos. — Falou Gina.


 


Lily revirou os olhos.


 


— O que disse Gina? — Perguntou de novo Lily.


 


— Eu disse que ele não precisaria de material escolar se não fosse para Hogwarts. — Respondeu Gina.


 


Todos arregalaram os olhos.


 


Ficou imaginando o que os tios fariam com aquilo; provavelmente queimariam tudo na calada da noite, como se fossem provas de um crime hediondo. Suas roupas de trouxa, Capa da Invisibilidade...


 


— Você tem uma capa da invisibilidade? — Perguntou Fred e Jorge juntos.


 


— Sim. — Respondeu Harry.


 


— É por isso que nunca pegam vocês três andando a noite. — Falou Lino.


 


Estojo para preparo de poções, certos livros, o álbum de fotos que Hagrid um dia lhe dera, um maço de cartas e sua varinha foram rearrumados em uma velha mochila.


 


— Você acertou Gina, ele não vai para Hogwarts. — Falou Gui.


 


Molly fechou a cara.


 


No bolso frontal, guardou o mapa do maroto e o medalhão com o bilhete assinado por R.A.B. O medalhão recebera esse lugar de honra não porque fosse valioso, sob qualquer ângulo normal, era imprestável, mas pelo que lhe custara obtê-lo.


 


— O que é um mapa do maroto? — Perguntou Molly.


 


— É um mapa que eu, James, Remo e Pettigrew inventamos. — Explicou Sirius.


 


Fred arregalou os olhos.


 


— Eu pensei que quem inventou o mapa foi Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas. — Falou Jorge.


 


— Prazer, sou Almofadinhas. — Falou Sirius rindo.


 


— E eu Aluado. — Falou Remo.


 


Os gêmeos olharam para Harry.


 


— Porque não nos disse que o Sirius e o Remo são Almofadinhas e Aluado? — Perguntou Jorge.


 


— Pensei que você já soubesse, já que passou um tempo no Largo Grimmauld. — Respondeu Harry.


 


— Quem é Pontas e Rabicho? — Perguntou Fred.


 


— James Potter e Pedro Pettigrew. — Respondeu Remo.


 


— Seu pai é Pontas, Harry, desde quando você sabe disso? — Perguntou Fred.


 


— Desde o terceiro ano. — Respondeu Harry dando sinal para que Tonks continuasse a leitura.


 


Restou uma avantajada pilha de jornais sobre sua escrivaninha, ao lado da alvíssima coruja Edwiges: um exemplar para cada um dos dias desse verão que Harry passara na rua dos Alfeneiros.


Levantou-se, então, do chão, espreguiçou-se e se dirigiu à escrivaninha. Edwiges não fez o menor movimento quando ele começou a folhear os jornais e atirar um a um na montanha de lixo acumulado; a coruja cochilava, ou fingia cochilar; estava zangada com Harry por causa do pouco tempo que, no momento, ele a deixava fora da gaiola.


 


— Sua coruja tem personalidade Harry. — Falou Tonks antes de voltar para a leitura.


 


Quase no fim da pilha de jornais, Harry desacelerou à procura de uma certa edição que ele sabia ter chegado logo depois do seu regresso à rua dos Alfeneiros, para passar o verão; lembrava-se de que havia uma pequena nota na primeira página sobre o pedido de demissão de Caridade Burbage, a professora de Estudos dos Trouxas em Hogwarts. Finalmente encontrou-a. Abrindo-a à página dez, sentou-se à cadeira da escrivaninha e releu o artigo que estivera procurando.


 


 


EM MEMÓRIA DE ALVO DUMBLEDORE


Elifas Doge


 


— OQUE? — Perguntou todos.


 


— Dumbledore morreu? — Perguntou Harry para Al.


 


— Bom, é a primeira vez que eu vejo Dumby pessoalmente. — Falou Al, desviando o olhar.


 


Dumbledore riu por causa do apelido.


 


— Que apelido é esse? Porque não fala Dumbledore? — Perguntou Molly.


 


— Dumbledore é um nome muito grande, dá até preguiça de pronunciar o nome inteiro, posso te chamar de Dumby? — Perguntou Al para Dumbledore.


 


— Claro que pode. — Respondeu Dumbledore rindo.


 


— Vão nos dizer quem matou Dumbledore? — Perguntou Hermione.


 


— O livro vai responder a sua pergunta. — Falou Rose.


 


Tonks voltou a ler.


 


Conheci Alvo Dumbledore aos onze anos de idade, em nosso primeiro dia em Hogwarts.


 


— Porque será que eu não consigo imaginar Dumbledore com 11 anos. — Falou Harry.


 


Todos assentiram


 


Sem dúvida o nosso interesse mútuo se deveu ao fato de ambos nos sentirmos deslocados. Eu contraíra varíola de dragão pouco antes de chegar à escola, e, embora não oferecesse mais contágio, o meu rosto marcado e verdoso não animava ninguém a se aproximar de mim. Por sua vez, Alvo chegara a Hogwarts carregando o peso de uma indesejável notoriedade. Menos de um ano antes, seu pai, Percival, fora condenado por um ataque selvagem, e amplamente comentado, a três rapazes trouxas.


 


Todos no salão arregalou os olhos, nunca pensaram que isso tivesse acontecido no passado de Dumbledore.


 


Alvo jamais tentou negar que o pai (que morreria em Azkaban) cometera o crime; muito ao contrário, quando reuni coragem para lhe perguntar, ele me confirmou que sabia que o pai era culpado. E se recusava a acrescentar o que fosse sobre o triste caso, embora muitos tentassem fazê-lo falar. Alguns até se dispunham a elogiar a atitude do pai, presumindo que Alvo também odiasse trouxas. Não poderiam estar mais enganados: todos que conheceram Alvo atestariam que ele jamais revelou a mais remota tendência antitrouxa. Na realidade, seu decisivo apoio aos direitos dessa comunidade conquistou-lhe muitos inimigos nos anos que se seguiram.


 


— Eu imagino a quantidade de inimigos. — Murmurou Draco.


 


Em questão de meses, no entanto, a fama pessoal de Alvo começou a eclipsar a do pai. Ao terminar o primeiro ano de Hogwarts, deixara de ser conhecido como o filho do homem que odiava trouxas, e ganhou a reputação de ser o aluno mais brilhante que a escola já vira. Aqueles que tinham o privilégio de ser seus amigos se beneficiavam do seu exemplo, além de ajuda e estímulo, que sempre distribuía com generosidade. Mais adiante na vida, ele me confessaria que já naquela época sabia que o seu maior prazer era ensinar.


 


— Não me vejo fazendo outra coisa, a não ser ensinar. — Falou Dumbledore.


 


Minerva assentiu em concordância.


 


Alvo não só ganhou todos os prêmios importantes que a escola oferecia, bem como não tardou a se corresponder regularmente com as personalidades mais notáveis do mundo da magia contemporânea, inclusive Nicolau Flamel...


 


— Nicolau Flamel... — Murmurou Harry, Rony e Hermione escutaram e riram.


 


O famoso alquimista, Batilda Bagshot, a renomada historiadora, e o teórico da magia Adalberto Waffling. Vários dos seus artigos foram acolhidos por publicações cultas como a Transfiguração Hoje, Desafios nos Encantamentos, O Preparador de Poções. A carreira futura de Dumbledore provavelmente seria meteórica, e a única dúvida era se chegaria a ministro da Magia. Embora futuramente se previsse com freqüência que ele estava às vésperas de assumir o cargo, Dumbledore nunca teve ambições ministeriais.


 


— Só um idiota acharia que Dumbledore quisesse assumir o ministério. — Falou Hermione.


 


— Está me chamando de idiota? — Perguntou Fudge que estava em silencio no seu lugar.


 


— Não só você, mais Umbridge também. — Falou Hermione cruzando os braços.


 


Três anos depois de começarmos a estudar em Hogwarts, seu irmão chegou à escola. Não se pareciam; Aberforth nunca foi dado a leituras e, ao contrário de Alvo, preferia resolver suas diferenças com duelos em vez de discuti-las racionalmente. É, porém, um engano insinuar, como alguns têm feito, que os irmãos não fossem amigos. Davam-se tão bem quanto dois garotos, assim diferentes, poderiam se dar. E, para fazer justiça a Aberforth, deve-se admitir que viver à sombra de Alvo não pode ter sido uma experiência muito confortável. Ser continuamente ofuscado era um risco ocupacional que acompanhava seus amigos, e não pode ter sido muito mais prazeroso para um irmão.


Quando Alvo e eu concluímos os estudos em Hogwarts, pretendíamos fazer juntos a viagem pelo mundo, então tradicional, para visitar e observar os bruxos estrangeiros, antes de seguir cada qual a sua carreira. Interveio, porém, a tragédia. Na véspera de nossa viagem, a mãe de Alvo, Kendra, faleceu, legando ao filho mais velho a tarefa de chefiar e sustentar sozinho a família.


 


— Uma tarefa muito difícil. — Admitiu Hermione.


 


Adiei a minha partida tempo suficiente para prestar as últimas homenagens a Kendra, então iniciei a viagem, solitário. Com um irmão e uma irmã mais jovens para cuidar, e o pouco dinheiro herdado, já não havia possibilidade de Alvo me acompanhar.


Aquele foi o período de nossas vidas em que mantivemos menos contato. Escrevi a Alvo, narrando, talvez insensivelmente, as maravilhas da minha viagem, desde o episódio em que escapei por um triz de quimeras na Grécia até as minhas experiências com alquimistas egípcios.


 


— E eu que achava que já escapei de varias criaturas estranhas. — Falou Harry.


 


— Tipo o que? — Perguntou Dino.


 


— Trasgos, Aranhas gigantes, Dementadores, Dragões, Explosivim e sereianos. — Falou Harry.


 


— Esqueceu de lobisomem. — Falou Remo.


 


— Lobisomem nem tanto. — Falou Harry.


 


As cartas dele me contavam alguma coisa de sua vida diária, que eu percebia ser monótona e frustrante para um bruxo tão genial. Absorto em minhas próprias experiências, foi com horror que soube, quase no fim do ano de viagens, que outra tragédia se abatera sobre a família: a morte de sua irmã Ariana.


 


— Dumbledore teve irmã? — Perguntou Harry.


 


— Tive uma. — Respondeu Dumbledore.


 


Embora Ariana não gozasse de boa saúde havia tempo, o golpe tão próximo à morte da mãe afetou profundamente os dois irmãos. Todos os que eram mais chegados a Alvo — e incluo-me entre esses felizardos — concordam que a morte de Ariana e o sentimento de responsabilidade do irmão por esse desfecho (ainda que ele não fosse culpado) marcaram-no para sempre.


 


— Sempre. — Murmurou Dumbledore.


 


Quando regressei, encontrei um rapaz que passara por sofrimentos de um homem mais velho. Alvo tornou-se mais reservado do que antes e muito menos alegre. Para aumentar sua infelicidade, a morte de Ariana não conduzira a uma aproximação maior entre Alvo e Aberforth, mas a um afastamento. (Com o tempo isso se resolveria — nos últimos anos eles restabeleceram se não uma relação íntima, ao menos cordial.) Desde então, porém, ele raramente falava dos pais ou de Ariana, e seus amigos aprenderam a não mencioná-los.


Outros escritores descreverão os triunfos dos anos seguintes. As inúmeras contribuições de Dumbledore ao acervo de conhecimentos sobre magia, inclusive a descoberta dos doze usos para o sangue de dragão, beneficiarão as futuras gerações, do mesmo modo que a sabedoria que demonstrou nos muitos julgamentos que realizou durante o mandato de presidente da Suprema Corte dos Bruxos. Dizem, ainda hoje, que nenhum duelo de magia jamais se igualou ao que foi travado entre Dumbledore e Grindelwald, em 1945. Os presentes descreveram o terror e o assombro que sentiram ao observar aqueles dois bruxos extraordinários combaterem. A vitória de Dumbledore e suas consequências para o mundo bruxo são consideradas um marco na história da magia, comparável à introdução do Estatuto Internacional de Sigilo em Magia ou à queda d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.


Alvo Dumbledore jamais demonstrava orgulho ou vaidade; sempre encontrava o que elogiar em qualquer pessoa, por mais insignificante ou miserável que fosse, e acredito que as perdas que sofreu na juventude o dotaram de grande humanidade e solidariedade. Sentirei saudades de sua amizade mais do que poderia reconhecer, mas a minha perda é desprezível se a compararmos à do mundo dos bruxos. É indiscutível que ele foi o mais inspirador e o mais querido diretor de Hogwarts. Ele morreu como viveu: sempre trabalhando para o bem maior e, até a sua hora final, tão disposto a estender a mão ao garotinho com varíola de dragão quanto no dia em que o conheci.


 


Todos aplaudiram com o fim do discurso de Elifas.


 


— Hogwarts nunca mais foi a mesma. — Falou Teddy.


 


— Como assim? — Perguntou Rony.


 


— Todos sentiam falta das vezes que Dumbledore falava alguma coisa estranha, sabe. — Respondeu Teddy.


 


Harry terminou a leitura, mas continuou a contemplar a foto que acompanhava o obituário. Dumbledore exibia o seu conhecido sorriso bondoso, mas, ao olhar por cima dos oclinhos de meia-lua, dava a impressão, mesmo em jornal, de ver o íntimo de Harry cuja tristeza mesclou-se com uma sensação de humilhação.


Tinha achado que conhecia Dumbledore muito bem, mas, depois da leitura do obituário, fora forçado a admitir que pouco sabia dele. Jamais imaginara uma única vez a infância ou a juventude do mestre; era como se ele tivesse ganhado existência quando Harry o conhecera, venerável, de barbas e cabelos prateados, e idoso. A idéia de um Dumbledore adolescente era simplesmente esquisita, o mesmo que imaginar uma Hermione burra ou um explosivim amigável.


 


— Tá ai uma coisa que nunca vamos ver, uma Hermione burra. — Falou Rony recebendo um tapa no braço de Hermione.


 


Nunca pensara em indagar a Dumbledore sobre o seu passado. Sem dúvida, teria sido constrangedor, e até impertinente, mas era de conhecimento geral que Dumbledore travara um lendário duelo com Grindelwald, e Harry nem sequer pensara em perguntar ao mestre como fora este e outros feitos famosos. Não, eles sempre discutiam Harry, o passado de Harry, o futuro de Harry, os planos de Harry... e a impressão de Harry agora, apesar de seu futuro tão perigoso e incerto, era que ele perdera insubstituíveis oportunidades de perguntar mais a Dumbledore sobre ele mesmo, embora a única pergunta pessoal que fizera ao mestre tenha sido, também, a única que, desconfiava, Dumbledore não respondera com sinceridade:


— O que é que o senhor vê quando se olha no espelho?


— Eu? Eu me vejo segurando um par de grossas meias de lã.


 


Harry riu.


 


Após alguns minutos de reflexão, Harry retirou o obituário do Profeta, dobrou a folha cuidadosamente e guardou-a no primeiro volume de Prática da magia defensiva e seu uso contra as Artes das Trevas. Em seguida, atirou o resto do jornal no monte de lixo e virou-se para encarar o quarto. Estava muito mais arrumado. As únicas coisas fora de lugar eram a edição do dia do Profeta Diário, ainda sobre a cama, e, em cima dela, o caco de espelho.


Harry atravessou o quarto, empurrou o caco para o lado e abriu o jornal. Tinha apenas corrido os olhos pela manchete ao tirar o exemplar enrolado das garras da coruja entregadora, mais cedo naquela manhã, abandonando-o em seguida ao reparar que nada havia sobre Voldemort. Harry tinha certeza de que o Ministério contava que o Profeta omitisse as notícias sobre o bruxo das trevas. Foi somente neste momento, portanto, que reparou no que deixara escapar.


 


— O que? — Perguntou Sirius.


 


Na metade inferior da primeira página, havia uma manchete no alto de uma foto de Dumbledore caminhando com um ar preocupado: DUMBLEDORE — ENFIM A VERDADE?


 


— Que verdade? — Perguntou Hermione.


 


Na próxima semana, a chocante verdade sobre o gênio imperfeito que muitos consideram o maior bruxo de sua geração.


Desfazendo a imagem popular de serena e venerável sabedoria, Rita Skeeter revela a infância perturbada, a juventude rebelde, as rixas intermináveis e os segredos vergonhosos que Dumbledore levou para o túmulo. POR QUE o homem indicado para ministro da Magia se contentou com o simples cargo de diretor de escola? QUAL era a real finalidade da organização secreta conhecida como a Ordem da Fênix? COMO Dumbledore realmente encontrou a morte?


As respostas a essas perguntas e muitas outras são examinadas em uma nova e explosiva biografia A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore, de autoria de Rita Skeeter, entrevistada com exclusividade por Betty Braithwaite, na página 13 deste número.


 


— Acho que vou fazer umas visitinhas a Rita, ela vai adorar me ver. — Falou Hermione.


 


— Pensei que fosse mentira o que ela publicou sobre você Hermione, porque ela iria gostar de ver você? — Perguntou Lila.


 


— Ela estava sendo irônica Lila, a Rita não gosta da Hermione, e nem a Hermione gosta da Rita, é que a Hermione descobriu um pequeno segredo da Rita. — Respondeu Rony.


 


— Que tipo de segredo? — Perguntou Parvati que é tão curiosa quanto Lila.


 


— O tipo de segredo que você nunca vai saber. — Respondeu Rose rindo.


 


Lila e Parvati fecharam a cara.


 


— Curiosas. — Falou Lily e Hugo.


 


— Continua lendo Tonks. — Falou James.


 


Harry rasgou a cinta do jornal e abriu-o à página treze. O artigo estava encimado pela foto de outro rosto conhecido: uma mulher com óculos enfeitados com pedrinhas, cabelos louros bem ondulados, os dentes à mostra no que, sem dúvida, se supunha ser um sorriso cativante, agitando os dedos para ele. Fazendo o possível para ignorar a imagem nauseante, Harry leu.


 


— Eu não acredito que você vai ler Harry. — Falou Hermione.


 


Harry apenas mexeu os ombros.


 


Rita Skeeter é muito mais simpática e sensível em pessoa do que os seus já famosos e ferozes retratos a bico-de-pena poderiam sugerir. Recebendo-me à entrada de sua casa aconchegante, ela me conduz diretamente à cozinha para uma xícara de chá, uma fatia de bolo inglês e, nem é preciso dizer, um caldeirão fumegando com fofocas frescas.


 


— Com fofocas ele quis dizer mentiras. — Falou Al.


 


"Naturalmente, Dumbledore é o sonho de qualquer biógrafo", diz Skeeter, "com sua vida longa e plena. Tenho certeza que o meu livro será o primeiro de muitos outros."


Skeeter certamente agiu com rapidez. Seu livro de novecentos páginas foi concluído apenas quatro semanas após a misteriosa morte de Dumbledore, em junho. Pergunto-lhe como conseguiu esse feito de velocidade.


"Ah, quando se é jornalista de longa data, trabalhar com prazos curtos é uma segunda natureza. Eu sabia que o mundo dos bruxos exigia uma história completa e queria ser a primeira a satisfazer essa demanda."


Menciono os comentários recentes e amplamente divulgados de Elifas Doge, conselheiro especial da Suprema Corte dos Bruxos, o Wizengamot, e amigo de longa data de Alvo Dumbledore, de que "o livro da Skeeter contém menos fatos do que um cartão de sapos de chocolate".


 


Sirius começou a gargalhar.


 


Skeeter joga a cabeça para trás dando uma gargalhada.


 


— A Rita se parece com você Sirius. — Falou Remo.


 


— Você só sabe fazer piada na hora errada né Aluado. — Falou Sirius.


 


"Querido Doguinho! Lembro-me de tê-lo entrevistado há alguns anos sobre os direitos dos sereianos, que Deus o abençoe. Completamente gagá, parecia achar que estávamos sentados no fundo do lago Windermere, e não parava de recomendar que eu tivesse cuidado com as trutas."


Contudo, as acusações de imprecisão feitas por Elifas Doge encontraram eco em muitos lugares. Será que Skeeter julga que quatro breves semanas foram suficientes para captar um retrato de corpo inteiro da longa e extraordinária vida de Dumbledore?


"Ah, minha cara", responde ela, abrindo um largo sorriso e me dando um tapinha afetuoso na mão, "você conhece tão bem quanto eu a quantidade de informações que pode gerar uma bolsa cheia de galeões, uma recusa em aceitar um 'não' e uma pena de repetição-rápida! As pessoas fizeram fila para despejar as sujeiras de Dumbledore. Nem todas achavam que ele fosse tão maravilhoso assim, sabe, ele pisou um bom número de calos de gente importante. Mas o velho Doguinho esquivo pode descer do seu hipogrifo, porque tive acesso a uma fonte que faria jornalistas negociarem as próprias varinhas para obter, alguém que jamais fez declarações públicas e que foi íntimo de Dumbledore durante a fase mais turbulenta e perturbada de sua juventude."


 


— Quem foi o traíra? — Vociferou Sirius.


 


A publicidade que antecede o lançamento da biografia de Skeeter certamente sugere que o livro reserva surpresas para os que acreditam que Dumbledore levou uma vida sem pecados. Perguntei-lhe quais foram os maiores que descobriu.


"Francamente, Betty, não vou revelar todos os destaques antes de as pessoas comprarem o livro!", ri-se Skeeter. "Mas posso prometer que alguém que ainda pense que Dumbledore era alvo como suas barbas vai acordar assustado! Digamos apenas que ninguém que o tenha ouvido vociferar contra Você-Sabe-Quem sonharia que ele próprio lidou com as Artes das Trevas na juventude! E, para um bruxo que passou o resto da vida pedindo tolerância, ele não era exatamente indulgente quando mais moço! Sim, senhora, Alvo Dumbledore teve um passado sombrio, isso para não mencionar sua família muito suspeita, que ele tanto se esforçou por ocultar."


 


— Essa mulher não tem o que fazer? — Perguntou Luna.


 


Pergunto se Skeeter está se referindo ao irmão de Dumbledore, Aberforth, cuja condenação pela Suprema Corte dos Bruxos por mau uso da magia causou um pequeno escândalo há quinze anos.


"Ah, Aberforth é apenas o topo da estrumeira", ri-se Skeeter. "Não, não, estou falando de coisa muito pior do que a predileção de um irmão por bodes, pior mesmo do que a mutilação de um trouxa pelo pai, coisas que Dumbledore não pôde abafar, os dois foram condenados. Não, estou me referindo à mãe e à irmã que me intrigaram, uma pequena pesquisa desenterrou um verdadeiro ninho de maldades — mas, como digo, você terá que esperar pelos capítulos de nove a doze para conhecer os detalhes. O que posso adiantar agora é que ninguém estranhe que Dumbledore nunca tenha contado como fraturou o nariz."


 


— Nem o coitado do nariz se livrou. — Falou Teddy.


 


Apesar dos torpes segredos de família, será que Skeeter nega a genialidade que conduziu Dumbledore a tantas descobertas em magia?


"Ele tinha cabeça", admite ela, "embora muitos agora questionem se realmente mereceu sozinho o crédito por suas supostas realizações. No capítulo dezesseis, transcrevo a afirmação de IvorDillonsby de que ele já teria descoberto oito usos para o sangue de dragão quando Dumbledore 'tomou emprestado' os seus estudos."


 


Hermione conjurou um pedaço de pergaminho, uma pena e tinta, começou a escrever no pergaminho, todos a olhando.


 


— Hermione. — Chamou Harry.


 


— Pode falar Harry. — Falou Hermione ainda escrevendo no pergaminho.


 


— O que exatamente você está escrevendo ai? — Perguntou Harry.


 


— Estou escrevendo o que gostaria de fazer com a Rita, e o que posso fazer. Sirius, aproveitando que você é um maroto, me ajuda aqui. — Falou Hermione.


 


— Com certeza. — Falou Sirius mudando de lugar para se sentar ao lado de Hermione.


 


— E eu que pensava que o Sirius tinha crescido, continua o mesmo. — Falou Remo revirando os olhos.


 


Atrevo-me a replicar que a importância de algumas realizações de Dumbledore não pode ser negada. E a famosa vitória sobre Grindelwald?


"Ah, foi bom você ter mencionado o Grindelwald", responde Skeeter, com um sorriso irresistível. "Acho que aqueles cujos olhos umedecem de emoção com a magnífica vitória de Dumbledore devem se preparar para uma bomba — ou talvez uma bomba de bosta. Realmente fede bastante. Só posso alertar para a dúvida com relação ao duelo espetacular que nos conta a lenda. Depois de lerem o meu livro, as pessoas talvez sejam obrigadas a concluir que Grindelwald simplesmente conjurou um lenço branco na ponta da varinha e se entregou!"


 


— Como eu queria que ele tivesse feito isso. — Falou Dumbledore.


 


Skeeter se recusa a revelar outros detalhes sobre o intrigante assunto, portanto, abordamos a relação que, sem dúvida, mais fascina os seus leitores.


 


— A relação de quem? — Perguntou Hermione.


 


— Pensei que não estivesse escutando. — Falou Rony.


 


— Há, estou escutando tudo do que estão falando. — Falou Hermione.


 


"Ah, sim", diz Skeeter, assentindo energicamente, "dedico um capítulo inteiro à relação Potter-Dumbledore. Há quem a considere doentia e até sinistra. Repito mais uma vez, os seus leitores terão de comprar o meu livro para saber a história completa, mas, pelo que ouço dizer, é ponto pacífico que Dumbledore tomou um interesse anormal por Potter. Se isso realmente visava o bem do garoto — é o que veremos. Certamente não é segredo que Potter tem tido uma adolescência excepcionalmente perturbada.”


 


— Essas pessoas não me esquecem. — Falou Harry.


 


Perguntei se Skeeter ainda mantém contato com Harry Potter, a quem entrevistou, com sucesso, no ano anterior: um furo de reportagem em que Potter falou exclusivamente de sua certeza sobre o retorno de Você-Sabe-Quem.


 


— Você falou com ela? — Perguntou Hermione.


 


— Não sei, isso é o futuro Hermione, ainda não sei o que vai acontecer. — Respondeu Harry.


 


"Ah, sim, construímos um forte vínculo", diz Skeeter. "O coitado do Potter tem poucos amigos verdadeiros, e nos conhecemos em um dos momentos de maior desafio de sua vida — o Torneio Tribruxo. Provavelmente sou uma das poucas pessoas vivas que podem afirmar conhecer o real Harry Potter."


 


— Ela acha que me conhece, como as pessoas sonham. — Falou Harry.


 


A resposta nos leva diretamente aos muitos boatos que continuam a circular sobre as últimas horas de vida de Dumbledore. Será que Skeeter acredita que Potter estava presente quando ele morreu?


 


— O QUE? — Gritou todos.


 


— Papai tem o talento de aparecer no lugar errado na hora errada. — Falou Al.


 


— Dá para nos explicar porque eu estava presente na hora da morte de Dumbledore? — Perguntou Harry.


 


As pessoas do futuro se entreolharam.


 


— Na noiteem que Dumbledoremorreu ele tinha saído pra procurar uma coisa, teria que levar o Harry para ajuda-lo, quando voltaram o castelo tinha sido invadido e tinha a marca negra pairando em cima da torre de Astronomia, eles então foram até lá, quando chegaram lá, Dumbledore mandou Harry colocar a capa da invisibilidade, e foi o que Harry fez antes de ser petrificado por Dumbledore, passado alguns minutos a torre foi invadida por comensais e mataram Dumbledore. — Explicou Teddy.


 


— Não vai mesmo nos dizer quem matou Dumbledore? — Perguntou Rony.


 


— Não, o livro vai responder vocês. Continue lendo Tonks. — Falou Scorp.


 


"Bem, não quero falar demais — está tudo no livro —, mas testemunhas oculares no castelo de Hogwarts viram Potter saindo de cena instantes depois de Dumbledore cair, saltar ou ser empurrado. Mais tarde, o garoto prestou depoimento acusando Severo Snape, um homem com quem ele tinha conhecida inimizade. Será que as coisas são como parecem ser? Caberá à comunidade bruxa julgar — depois de ler o meu livro."


 


— Então foi ele, Snape matou Dumbledore. — Afirmou Harry.


 


— Foi, mais tem uma explicação. — Contestou Al.


 


— Então, nos diz qual é a explicação. — Falou Sirius.


 


— Tem um motivo pelo qual Al recebeu aquele nome. — Falou James.


 


— O que Snape tem a ver com o filho do Harry? — Perguntou Sirius.


 


— Vai ter que dizer seu nome inteiro. — Falou Lily.


 


— Tudo sobra pra mim, tudo sobra pra mim. — Falou Al.


 


— DIZ LOGO A PORCARIA DO SEU NOME ALVO. — Gritou Rose.


 


Todos arregalaram os olhos.


 


— Tá bom, meu nome é Alvo Severo Potter. — Disse Al desarrumando o cabelo.


 


— Porque o meu filho tem o mesmo nome que o Snape? — Perguntou Harry.


 


— Eu desconfio que Tio Harry tenha bebido whisky de fogo quando o Al nasceu. — Falou Fred II.


 


— Vamos terminar de ler e depois julgaremos. — Falou Dumbledore.


 


— Amanhã eu ligo pro papai. — Falou James.


 


— Tonks, por favor, volte a ler. — Pediu Dumbledore.


 


A essa nota intrigante, eu me despeço. Não há dúvida de que Skeeter escreveu um bestseller de ocasião. Enquanto isso, as legiões de admiradores de Dumbledore talvez estejam apreensivas com o que em breve será divulgado sobre o seu herói.


Harry chegou ao fim do artigo, mas continuou a olhar atônito para o papel. A repugnância e a fúria o acometeram como um vômito; ele amassou o jornal e atirou-o, com toda a força, contra a parede, onde a bola foi se juntar ao monte de lixo que já transbordava da lata.


 


— Harry está bravo... — Começou Jorge.


 


— Isso não é bom. — Terminou Fred.


 


Começou a caminhar às cegas pelo quarto, abrindo gavetas vazias e erguendo os livros para, em seguida, repô-los nas mesmas pilhas, quase inconsciente do que fazia, enquanto frases esparsas da entrevista com Rita ecoavam em sua cabeça: um capítulo inteiro à relação Potter-Dumbledore... há quem a considere doentia e até sinistra... ele próprio lidou com as Artes das Trevas na juventude... tive acesso a uma fonte que faria jornalistas negociarem as próprias varinhas para obter...


— Mentiras! — berrou Harry, e pela janela viu o dono da casa ao lado, que parara para religar o cortador de grama, erguer os olhos, nervoso.


 


— Não se pode mais ficar nervoso? — Perguntou Rony.


 


— As pessoas de lá não gostam de nada Rony, são pessoas que ficam tomando chá o dia todo, não se pode fazer nada. — Falou Harry.


 


O garoto sentou-se com força na cama. O caco de espelho saltou para longe; ele o apanhou e examinou entre os dedos pensando, pensando em Dumbledore e nas mentiras com que Rita Skeeter o difamava...


Um lampejo azul intenso. Harry congelou, o dedo cortado escorregou pela ponta do espelho. Fora imaginação, devia ter sido. Ele espiou por cima do ombro, mas a parede continuava da cor pêssego enjoativo que tia Petúnia escolhera; não havia nada azul ali para ser refletido. Harry tornou a examinar o fragmento de espelho e nada viu, exceto o seu olho muito verde encarando-o.


Imaginara o lampejo, não havia outra explicação; imaginara porque estivera pensando no diretor falecido. Se havia uma certeza era que os olhos muito azuis de Alvo Dumbledore jamais o perscrutariam outra vez.


 


— Alguém estava te olhando pelo outro espelho, mas quem? — Perguntou Sirius.


 


“Aberforth?” Pensou Dumbledore.


 


— Acabou o capitulo, quem quer lê? — Perguntou Tonks.


 


— Eu quero. — Falou Neville.

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