CAPITULO OITO: O CASAMENTO



ÀS TRÊS HORAS DA TARDE do dia seguinte, Harry, Rony, Fred e Jorge estavam parados diante da grande tenda branca no pomar, aguardando a chegada dos convidados para o casamento. Harry tomara uma boa dose de Poção Polissuco e virara o duplo de um trouxa ruivo, morador da aldeia local, Ottery St. Catchpole, de quem Fred roubara alguns fios de cabelo usando um Feitiço Convocatório. O plano era apresentar Harry como o "primo Barny" e confiar que o grande número de parentes dos Weasley o camuflasse.


— Ótimo plano. — Falou Tonks.


— Olha Harry você finalmente entrou pra família. — Falou Jorge.


— Ele não precisa fingir que é nosso primo, já que daqui uns tempos irá virá nosso cunhado. — Falou Fred.


Harry olhou para Gina de canto que ria do lado.


Os quatro estavam segurando mapas da disposição das cadeiras para poder levar os convidados aos seus lugares. Uma legião de garçons vestidos de branco chegara uma hora antes, ao mesmo tempo que uma banda de paletós dourados. No momento, todos esses bruxos estavam sentados a uma pequena distância sob uma árvore; Harry viu uma nuvem azulada de fumaça de cachimbos se elevando do local.


 


— Com certeza mamãe não viu isso, já que ela não gosta dessas coisas. — Falou Gui.


Atrás do garoto, a entrada da tenda revelava filas e mais filas de frágeis cadeiras douradas dispostas nas laterais de um longo tapete roxo. Os postes de sustentação estavam enfeitados com guirlandas de flores brancas e douradas. Fred e Jorge tinham prendido um enorme buquê de balões dourados sobre o ponto exato em que Gui e Fleur em breve se tornariam marido e mulher. Fora da tenda, abelhas e borboletas pairavam preguiçosamente sobre a grama e a sebe. Harry se sentia bastante desconfortável. O garoto trouxa cuja aparência ele assumira era ligeiramente mais gordo, e suas próprias vestes a rigor estavam quentes e apertadas à claridade ofuscante do dia de verão.


 


— Não existe pessoa mais magra que você Harry... — Começou Fernando.


— Daqui uns tempos você irá ser levado pelo vento de tão magro que é. — Terminou Felipe.


Harry fez um bico e todos riram da atitude dele.


— Quando eu me casar — disse Fred, repuxando a gola de suas vestes —, não vou me preocupar com nenhuma dessas bobagens. Vocês todos podem vestir o que quiserem, e lançarei um Feitiço do Corpo Preso na mamãe até terminar a cerimônia.


 


As pessoas do futuro se olharam tristes, mas por sorte ninguém percebeu.


— Ela não esteve tão ruim assim hoje de manhã — comentou Jorge. — Chorou um pouco porque Percy não veio, mas quem queria a presença dele? Ah, caramba, se preparem... aí vêm eles, olhem.


Vultos muito coloridos vinham surgindo do ar, um a um, na distante divisa do quintal. Em minutos formou-se uma procissão, que começou a serpear pelo jardim em direção à tenda. Flores exóticas e pássaros enfeitiçados esvoaçavam nos chapéus das bruxas, e pedras preciosas cintilavam nas gravatas de muitos bruxos; o murmúrio das conversas animadas foi crescendo cada vez mais, abafando o zumbido das abelhas à medida que a multidão se aproximava da tenda.


 


— Informações demais. — Falou Rony.


— Excelente, acho que estou avistando algumas primas veelas — disse Jorge, espichando o pescoço para ver melhor. — Elas vão precisar de ajuda para entender os nossos costumes ingleses, podem deixar que eu cuido delas.


 


Molly olhou feio para o ruivo que sorria largamente.


— Calma aí, seu mal-amado — disse Fred, passando como uma flecha pelo bando de bruxas de meia-idade que vinham à frente da procissão. — Por aqui, permettez-moi de assister vous — ofereceu-se ele a duas belas francesinhas, que aceitaram entre risadinhas, que ele as conduzisse à tenda.


 


— Desde quando fala francês? — Perguntou Jorge.


— Eu não sei. — Respondeu Fred dando de ombros.


 


A Jorge, couberam as bruxas de meia-idade, Rony se encarregou de um velho colega do sr. Weasley no Ministério, Perkins, e, para Harry, sobrou um casal um tanto surdo.


 


— Falar com pessoa surda é a pior coisa do mundo, acredite eu já passei por isso. — Falou Al.


— Eu também, no casamento do Teddy, eu tentava falar com eles e as vezes perdia a paciência e gritava, ai eles olhavam pra mim e falavam que não precisava gritar que eles não eram surdos, pensa a raiva que eu tive na hora. — Falou Elliz.


— Mas no casamento do Teddy tinha muita gente, tinha gente que eu nunca vi na vida. — Falou Hugo.


— A Fleur que convidou metade da comunidade francesa. — Falou Teddy fazendo cara de indignado.


— Não exagera tanto Teddy, foram só algumas pessoas. — Falou Vic.


— Você por acaso conhecia aquela velha que estava falando sobre o meu cabelo? — Perguntou Teddy.


Vic fez uma cara indicando que estava pensando.


— Não. — Respondeu por fim.


— Então como pode dizer que eu estou exagerando, nem mesmo a noiva conhece, imagine eu então. — Falou Teddy.


Vic não segurou a risada.


— Eu não sei por que dizem tanto do seu cabelo, ele até que combinou com o . seu terno. — Falou Lily.


— Pelo menos alguém concorda comigo, valeu mesmo Lily, sabe que é minha preferida. — Falou Teddy.


— O deixava mais novo. — Falou Hugo zombando.


Teddy o fuzilou com os olhos.


— Primeiro: eu não sou velho, segundo: hahaha você é muito engraçadinho Hugo. — Falou Teddy fazendo todos rirem.


— E aí, beleza? — disse uma voz conhecida quando Harry tornou a emergir da tenda e deparou com Tonks e Lupin à frente da fila. Ela virara loura para a ocasião. — Arthur disse que você era o de cabelos crespos. Desculpe pela noite passada — acrescentou a bruxa em um sussurro, enquanto o garoto os conduzia pelo corredor central da tenda. — No momento, o Ministério está se mostrando muito anti-lobisomem, e achamos que a nossa presença poderia prejudicar você.


 


— Prefiro vocês do que o ministro. — Falou Harry para Remo e Tonks que sorriram.


— Tudo bem, eu entendo — respondeu Harry mais para Lupin do que para Tonks. O bruxo sorriu brevemente, mas, assim que os dois viraram as costas, o garoto percebeu que o rosto do ex-professor retomou as rugas de infelicidade.


— Não é infelicidade, é preocupação. . — Falou Teddy.


— Como sabe? — Perguntou Arthur.


— Espere que logo vai ser explicado o porque da preocupação. — Falou Vic.


Ele não estava entendendo, mas não tinha tempo para aprofundar o assunto. Hagrid estava causando um certo tumulto. Tendo entendido mal a orientação que Fred lhe dera, acomodou-se, não na cadeira magicamente aumentada e reforçada que lhe prepararam na última fila, mas em cinco cadeiras que agora pareciam uma montanha de palitos dourados.


Enquanto o sr. Weasley reparava o dano e Hagrid gritava suas desculpas para quantos quisessem ouvi-lo, Harry voltou rapidamente à entrada e encontrou Rony diante de um bruxo excepcionalmente excêntrico. Um tanto vesgo, cabelos brancos que lembravam a textura do algodão-doce e lhe desciam pelos ombros, ele usava um barrete cuja borla balançava diante do seu nariz e era cor de gema de ovo tão berrante que fazia doer os olhos. Um símbolo estranho, em forma de um olho triangular, brilhava em uma corrente de ouro pendurada ao seu pescoço.


 


Dumbledore lembrara muito bem que símbolo era esse.


— Papai. — Falou Luna.


— Seu pai? — Perguntou Lila.


Luna assentiu.


— As vezes vovô usa roupas tão engraçadas. — Falou Lorcan.


— Não é pra tanto Lorcan, você já se vestiu de palhaço. — Falou Lysa rindo.


— Eu era pequeno. — Falou Lorcan levemente corado.


Lysa não pode segurar a vontade de rir e começou a gargalhar do irmão.


James não pode deixar de sorrir pela felicidade da loira.


— Xenofílio Lovegood — apresentou-se, estendendo a mão a Harry. — Minha filha e eu moramos ali atrás do morro, foi muita gentileza dos Weasley nos convidarem. Mas acho que conhece a minha Luna, não? — acrescentou para Rony.


— Conheço. Ela não veio com o senhor?


— Luna parou um instante naquele jardinzinho encantador para dizer alô aos gnomos, que gloriosa infestação! São muito poucos os bruxos que entendem o quanto podemos aprender com esses pequenos gnomos sábios, ou, para chamá-los pelo seu nome correto, os Gernumbli gardensi.


— Os nossos sabem realmente um tesouro de palavrões — acrescentou Rony —, mas acho que aprenderam com Fred e Jorge.


 


O salão caiu em gargalhadas, até mesmo os professores riram.


Molly olhou feio para os gêmeos que também riam.


Dito isso, saiu para levar um grupo de bruxos à tenda no momento em que Luna os alcançava.


— Alô, Harry! — cumprimentou-o a garota.


 


— Você não estava usando poção Polissuco? — Perguntou Hermione.


— Acho que sim, como ela saberia? — Perguntou Harry.


— Ãh... meu nome é Barny — respondeu ele, surpreso.


— Ah, você trocou o nome também? — replicou Luna animada.


— Como soube...?


— Ah, a sua expressão.


 


— Só por isso? — Perguntou Rony.


Luna assentiu.


Dumbledore ficou surpreso pela esperteza da loira.


Tal como o pai, a garota estava usando vestes amarelas berrantes, que complementara com um grande girassol nos cabelos. Uma vez que os olhos se acostumassem com o excesso de cor, o efeito geral era bem agradável. Pelo menos desta vez não trazia rabanetes pendurados nas orelhas.


Xenofílio, que estava absorto a conversar com um conhecido, perdera o diálogo entre Luna e Harry. Despedindo-se do bruxo, virou-se para a filha, que, erguendo o dedo, disse:


— Papai, olhe... um dos gnomos me mordeu!


 


— Isso não é perigoso? — Perguntou Neville.


— Não. — Respondeu Dumbledore.


— Mas é nojento. — Falou Parvati fazendo cara de nojo.


Luna não deu importância para o que ela disse.


— Que maravilha! A saliva de gnomo é extremamente benéfica! — comentou o sr. Lovegood, segurando o dedo que a filha lhe estendia e examinando os furinhos ensanguentados. — Luna, meu amor, se hoje você sentir um novo talento despontar, talvez uma inesperada vontade de cantar ópera ou de declamar em serêiaco, não se reprima! Talvez tenha recebido uma dádiva dos Gernumblies!


Rony que cruzava por eles, desdenhou com uma risadinha.


 


Hermione beliscou Rony como forma de repreende-lo.


— Ai, o que? É que é engraçado o jeito que eles falam, só isso. — Falou Rony.


— Não tem problema Rony, não ligo pelo que as pessoas dizem. — Falou Luna.


Hermione continuou a olha-lo feio.


Rose e Hugo não conseguiram conter o riso.


— Rony, pode rir — comentou Luna serenamente, enquanto Harry conduzia ela e o sr. Lovegood aos seus lugares —, mas meu pai fez muitas pesquisas sobre a magia Gernumbli.


— Sério?! — exclamou Harry, que há muito tempo resolvera parar de questionar as excêntricas opiniões de Luna e seu pai. — Mas tem certeza que não quer pôr alguma coisa nessa mordida?


 


— Que bonitinho, ele esta preocupado com ela Fred. — Falou Jorge.


— É com certeza a Gininha não vai gostar disso. — Falou Fred zombando do casal.


— Me chame de Gininha de novo e você vai ver o “não gostar”. — Falou Gina ameaçadora.


Os gêmeos jogaram as mãos para o ar em forma de rendição.


— Ah, não se preocupe — disse Luna, chupando o dedo, distraidamente, e medindo Harry de alto a baixo. — Você está elegante. Eu disse a papai que a maioria das pessoas provavelmente usaria vestes a rigor, mas ele acredita que se deve usar cores solares em um casamento, para dar sorte, entende.


 


— Até que faz sentido. — Falou Hermione.


Algumas meninas concordaram outras não.


Quando ela se afastou para acompanhar o pai, Rony reapareceu com uma bruxa idosa agarrada ao seu braço. Seu nariz curvo, os olhos de contornos vermelhos, e o chapéu rosa enfeitado com penas lhe davam a aparência de um flamingo mal-humorado.


 


— Tia Muriel. — Falaram todos os Weasley.


— Como eu sinto saudades dela. — Falou James limpando uma lagrima que nunca existiu em forma de fazer drama.


— Imagino também como ela deve estar morrendo de saudades de você. — Falou Lysa.


— Que nada, eu sou o neto que ela mais gosta. — Falou James.


— Ela também nunca gostou de mim, vive dizendo que sou desastrado por quebrar alguns objetos dela, eu não sou desastrado, as coisas que caem quando eu chego perto. — Falou Teddy.


As pessoas do futuro riram, principalmente Vic que presenciara varias vezes ele quebrando algo ou tropeçando em alguma coisa.


—... E os seus cabelos estão compridos demais, por um momento cheguei a pensar que você era a Ginevra.


— Quantas vezes terei que dizer, é Gina... Gina... Será que ninguém entende? — Falou Gina fazendo bico por causa do nome.


— E eu então, Frederico, olha o nome que mamãe foi arrumar. — Falou Fred.


— Frederico é nome de velho. — Zombou Hugo rindo.


Fred e Fred ll olharam feio para o menino.


— Vocês acham seus nomes feios, da onde minha mãe arrumou Lorcan e Lysander, se fosse Lysandra até ia, mas Lysander, meu Merlin. — Falou Lysa.


— O meu também não é um dos mais lindos. — Falou Rose.


— Seu nome pelo menos é o mesmo que uma flor, rosa, uma flor linda, delicada e cheirosa. — Falou Cath.


— Não sei do que vocês reclamam, o meu é Scorpius Hyperion Malfoy, não existe nome mais feio que esse, o nome da Rose veio de uma Rosa, Lorcan e Lysander podem não ser uns nomes lindos, mas também não se parece com o nome de um bicho, Catherine pode até ser um nome de velha, mas não é tão ruim assim. — Falou Scorpius.


— Está me chamando de velha, caçulinha. — Zombou Cath.


— Sim, você é uma velha sim, filhinha do papai. — Rebateu Scorpius.


— Eu sou a filhinha do papai? Você que é mimado sua coisa feia. — Falou Cath já ficando com raiva.


— Coisa feia é o seu pai. — Falou Scorpius também ficando com raiva.


— É claro que meu pai é feio, com aquele cabelo engordurado. — Zombou Cath olhando para traz mirando em Draco.


Todos no salão não se aguentaram e riram da loira.


— OQUE VOCÊ TÁ FALANDO AI GAROTA? — Gritou Draco não se aguentando mais ficar apenas ouvindo.


— Olha só, ele fala. — Falou Scorpius rindo do loiro.


— O que você está falando ai, não gostou não, você pode ser mais velho, mais não é dois não, acha que eu tenho medo de você? Se é uma coisa que eu aprendi com minha mãe é não abaixar a cabeça para Draco Malfoy, quer dizer... Não abaixar a cabeça pra nenhum Malfoy, se Lúcius Malfoy aparecer aqui eu enfrento aquele cabeludo, lhe dou um chute no meio das pernas e ele vai aprender a escolher a quem se ajoelhar. — Falou Cath já de pé e olhando séria para Draco.


Draco não se aguentando mais se levantou e ficou apenas olhando o que a loira faria.


— Levanta ai Felipe. — Falou Cath.


Felipe se levantou e foi para o lado da loira.


— Você não disse que não tem medo de ninguém, vai pedir para esse ai lhe defender? — Perguntou Draco debochadamente.


Cath riu da ideia que teve.


— Felp, me segura pelo braço, mas não me solta em. — Falou Cath ficando de costas para o loiro.


— Felp? Arrumou um apelido pra mim? — Perguntou Felipe segurando delicadamente os braços da loira.


— Sim, posso lhe chamar assim? — Perguntou Cath olhando para a imagem jovem do pai.


— Pode, mas o que vai fazer? — Perguntou Felipe.


— Apenas uma ceninha, só pra irritar ele. — Respondeu Cath sorrindo maroto.


Todos no salão olhavam de Draco par Cath, até mesmo os professores, esperavam pelo primeiro movimento de um dos dois.


— ME SOLTA FELIPE, ME DEIXA ACABAR COM A CARA DE MULEQUE. — Gritava Cath fingindo tentar se desvencilhar dos braços do loiro.


Todo o salão achando que iria acontecer uma briga ficaram decepcionados quando perceberam que ela só estava tirando uma com a cara de Draco, já Draco já esperava por isso, é claro que uma menina nunca arrumaria briga com ele.


— Agora que acabaram com a palhaçada, podemos voltar a leitura? — Perguntou Roxanne.


Cath e Felipe se sentaram sendo observados por todos.


Lila voltou a ler.


Pelas barbas de Merlim, que é que o Xenofílio está vestindo? Parece uma omelete. E quem é você? — perguntou rispidamente a Harry.


 


— Eu odeio essa velha. — Falou Fred II.


— Quem não odeia. — Falou James.


— Ah, sim, tia Muriel, esse é o nosso primo Barny.


— Mais um Weasley? Vocês se reproduzem como gnomos. E Harry Potter não está aqui? Eu tinha esperança de conhecê-lo. Pensei que fosse seu amigo, Ronald, ou você andou apenas se gabando?


 


— Não queira conhecer ela. — Falou Lily.


— Vejam, até Lily que não fala mal de ninguém não gosta dessa velha. — Falou Miguel.


— Não... ele não pôde vir...


— Humm. Deu uma desculpa, foi? Então, não é tão retardado quanto aparenta ser nas fotos da imprensa. Estive ensinando a noiva como é melhor usar a minha tiara — gritou para Harry. — Artesanato dos duendes, sabe, está na minha família há séculos. Ela é uma moça bonita, mas... francesa. Bem, bem, me arranje um bom lugar, Ronald, tenho cento e sete anos e não devo ficar em pé muito tempo.


 


— Eu não sou retardado. — Protestou Harry.


— Sabemos. — Sussurrou Gina para o moreno causando arrepios no mesmo.


— Nossa, se eu pudesse daria um cachão pra ela, assim ela não precisaria se levantar nunca mais. — Falou Elliz.


— Mas ela ainda está viva na época de vocês? — Perguntou Molly.


— Essa é mais velha que Dumbledore, daqui uns tempos Teddy vai ter filhos e essa coisa continuara viva. — Falou Fernando.


Teddy não ouviu nada depois da palavra filhos, seus cabelos ficaram brancos e ele olhou para Vic e depois para Gui que o encarava.


— Que foi Teddy? Se assustou com a ideia de ter filhos? — Perguntou Lorcan sorrindo maroto.


— Não é isso, é que estou me lembrando como padrinho sofreu pra criar esses três ai. — Falou Teddy apontando para James, Al e Lily.


— Para, nem dávamos tanto trabalho assim, éramos uns santos. — Falou Lily fazendo cara de anjo.


— Há, eu me lembro também, nossa e na hora do banho então, e o pior, quando James tinha um ano o Al já estava sendo fabricado, imagina a situação do Tio Harry, ter que trocar uma criança e dar comida, atender aos desejos da mulher. — Falou Vic.


— Sem falar na mudança de humor de Tia Gina. — Falou Teddy.


— Você falou que eles já estavam fabricando um filho depois de um ano de idade do filho mais velho, porque usou o termo fabricar se referindo ao fazer bebes? — Perguntou Parvati.


— ÓH, você quer que eu seja mais clara? — Perguntou Vic.


— Eu falo: Ela quis dizer que quando eu tinha um ano, minha mãe e meu pai faziam se... — James não conseguiu terminar a frase.


— CALA A BOCA JAMES. — Gritou Al e Lily causando um susto no irmão mais velho.


— O que? Eu só estava falando que mamãe e papai faziam... — James foi interrompido de novo.


— MANDAMOS CALAR A BOCA. — Gritou Lily enfurecida.


— Mas qual é o problema de dizer que eles... — James foi interrompido de novo.


— CALA A BOCA JAMES SIRIUS WEASLEY POTTER. — Gritou Al no ouvido do irmão mais velho.


— Mas me diga qual é o problema de dizer? — Perguntou James não entendendo.


— Só um minuto, Abaffiato. — Falou Al segurando a varinha.


— Me responda. — Pediu James.


— VOCÊ QUER MESMO DISCUTIR SOBRE A RELAÇÃO SEXUAL DOS NOSSOS PAIS? ESQUECEU QUE ESTAMOS NO PASSADO, OLHA A CARA DA VERSÃO MAIS NOVA DOS NOSSOS PAIS JAMES SIRIUS POTTER. — Gritou Al segurando o irmão mais velho pela gola fazendo o mesmo virar e rosto e avistar Harry e Gina que estavam da cor do cabelo da ruiva de tanto vergonha.


Al vendo que James havia entendido desativou o feitiço e se sentou calmamente, mas estranhou quando percebeu que todos o olhavam como se ele fosse um ET.


— O que? — Perguntou Al sem entender.


— Há, é que você estava gritando com seu irmão, mas não ouvimos sua voz, então achamos estranho. — Explicou Hermione.


— Há... isso é apenas um feitiço que eu aprendi com meu pai, é usado para ocultar a voz de uma pessoa, por isso vocês não escutaram minha voz. — Explicou Al.


— Não me lembro desse feitiço. — Falou Harry ainda corado.


— É por causa que isso está explicado em outro livro, quando papai estava no sexto ano. — Falou Lily.


— Espera ai, livros? Quantos são? — Perguntou Harry.


— São sete. — Respondeu James.


— SETE LIVROS? PRA QUE TUDO ISSO? NÃO PODERIA SER APENAS UM NÃO? — Perguntou Harry espantado.


— E dá pra explicar sua vida dos11 a18 anos em apenas um livro? Ainda mais com os acontecimentos que ocorreram entre esses sete anos. — Explicou Lily como se explicasse um mais um.


— Mas, tipo, o que explica nesses livros? — Perguntou Rony.


— Tudo, Pedra Filosofal, Câmara Secreta, Prisioneiro de Azkaban, Cálice de Fogo, Ordem da Fênix, Príncipe mestiço e Relíquias da Morte. — Respondeu Teddy.


— Bom, vamos voltar a ler, se não, não iremos terminar a leitura, imagina se trouxéssemos todos os livros, não terminaríamos nunca. — Falou Lysa.


Então Lila voltou a ler.


Ao passar por Harry, Rony lançou-lhe um olhar significativo e não reapareceu por algum tempo; quando tornaram a se encontrar na entrada, Harry tinha levado mais de dez pessoas aos seus lugares. A tenda estava quase cheia agora e, pela primeira vez, não havia fila do lado de fora.


— Um pesadelo, essa Muriel! — exclamou Rony, enxugando a testa com a manga da roupa. — Costumava vir todo ano passar o Natal conosco, então, graças a Deus, se ofendeu porque Fred e Jorge estouraram uma bomba de bosta embaixo da cadeira dela na hora da ceia.


— Nossa, esse ano foi o melhor... — Começou Fred.


— Poderíamos repetir algumas vezes. — Completou Jorge.


Papai sempre comenta que ela deve ter riscado os dois do testamento, como se eles se importassem; nesse ritmo, eles vão acabar sendo os mais ricos da família... uau — acrescentou, pestanejando rapidamente quando viu Hermione vindo apressada ao encontro dos dois. — Que máximo!


 


Hermione corou com o comentário do livro.


Rony deixou um risinho escapar dos lábios.


 


— Sempre o tom de surpresa — respondeu Hermione, embora sorrisse. Usava um esvoaçante vestido lilás com sapatos altos da mesma cor; seus cabelos estavam lisos e sedosos. — Sua tia-avó Muriel não concorda, acabei de encontrá-la lá em cima entregando a tiara a Fleur: "Ai, não, essa é a menina que nasceu trouxa?", e em seguida "má postura e tornozelos finos demais".


 


— Nem ligue pelo que ela fala, velha chata. — Falou Rony.


— Não se ofenda, ela é grosseira com todo o mundo — disse Rony.


— Falando de Muriel? — perguntou Jorge, emergindo da tenda com Fred. — É, ela acabou de dizer que as minhas orelhas estão desiguais. Morcega velha. Mas eu gostaria que o tio Abílio ainda fosse vivo; ele era gargalhada certa em casamentos.


 


— Já ouvi falar dele. — Falou Scorpius.


— Ele era mó legal, risada na certa nas festas. — Falou Rony.


— Não foi ele que viu um Sinistro e morreu vinte e quatro horas depois? — perguntou Hermione.


— Bem, foi, ele ficou meio esquisito mais para o fim da vida — admitiu Jorge.


 


— Coloca esquisito nisso. — Falou Fred.


Todos os Weasley concordaram com ele.


 


— Mas, antes de ficar caduco, ele era a alma das festas — comentou Fred. — Costumava beber uma garrafa inteira de uísque de fogo, depois ia para o meio do salão de dança, levantava as vestes e começava a tirar buquês de flores do...


— É, era realmente encantador — interrompeu-o Hermione, enquanto Harry se acabava de rir.


 


O salão todo caiu na gargalhada.


 


— Jamais casou, não sei por quê — disse Rony.


— Você me espanta — replicou Hermione.


Estavam rindo tanto que nenhum deles notou um convidado atrasado, um rapaz de cabelos escuros com um narigão curvo e grossas sobrancelhas negras, até ele apresentar o convite a Rony e dizer, com os olhos em Hermione:


— Você está marravilhosa!


— Vítor! — exclamou ela, deixando cair a bolsinha de contas, que produziu um baque desproporcional ao tamanho. Ao se abaixar, corando, para recuperá-la, disse: — Eu não sabia que você foi... nossa... que prazer ver... como vai?


 


Rose e Hugo fingiam vomitar, colocando um dedo na boca e fazendo cara de nojo.


— Porque vocês estão fazendo isso? — Perguntou Arthur.


— Não gostam dele? — Perguntou Hermione estranhando.


— E quem gosta dessa coisa chata, eu juro que se um dia ele tentar apertar minhas bochechas de novo, eu o mato, teve uma vez que ele quase me deixou sem bochecha. — Falou Rose.


— Mas porque vocês não gostam dele? — Perguntou Hermione.


— Porque ele é chato... — Falou Hugo.


— Irritando... — Falou Rose.


— Metido... — Falou Hugo.


— E ridículo. — Terminou Rose fazendo outra careta.


— Há... Isso tudo é verdade... homem chato da pega em... — Falou Scorpius.


— É mesmo, uma vez o filho dele veio jogar na minha cara que o pai dele foi jogador de Quadribol . novo, vê se pode. — Falou James.


— E o que você falou pra ele? — Perguntou Rony.


— Que meu pai foi o apanhador mais jovem do século, que salvou o mundo bruxo com 17 anos e que minha mãe se tornou a melhor artilheira da copa mundial de Quadribol com apenas 19 anos. — Respondeu James.


— Você costuma se gabar pela fama do seu pai? — Perguntou menino da sonserina.


— Não, eu só fiz isso pra deixar ele do jeito que tentou me deixar. — Respondeu James.


Vendo que ninguém mais iria falar Lila voltou a ler.


As orelhas de Rony tinham mais uma vez ficado muito vermelhas. Examinando o convite de Krum como se não acreditasse em uma palavra do que via escrito, falou, um pouco alto demais:


— Por que está aqui?


— Fleur me convidou — respondeu Krum, erguendo as sobrancelhas.


 


— Nossa, com uma cunhada dessa, quem precisa de Voldemort para acabar com sua vida? — Ironizou Scorpius.


— Não fale assim Scorpius, seu futuro sogro é muito ciumento quando se fala da princesinha dele. — Falou Hugo sorrindo maroto.


— Não sei do que esta falando Hugo. — Falou Scorpius fingindo não saber.


“Nunca que eu e Rose daríamos certo, afinal, eu sou um Malfoy e ela uma Weasley.” Pensava Scorpius triste.


— As vezes acho que você e o Al são cegos, a resposta está bem a frente de vocês, mas não a aceitam por causa da diferença, ou até mesmo da semelhança. — Falou Vic olhando do loiro para o moreno dos olhos verdes.


— Do que está falando? — Perguntou os dois.


As meninas reviraram os olhos.


— De nada, não estava falando de nada, esquece o que eu disse, mas se um dia for tarde de mais, não venha se lamentar comigo. — Falou Vic.


Scorpius e Al se olharam como se um tivesse a resposta para o outro.


Lila voltou a ler.


 


Harry, que não tinha nada contra o búlgaro, apertou a mão do rapaz; depois, sentindo que seria prudente retirá-lo das imediações de Rony, ofereceu-se para lhe mostrar onde sentar.


— O seu amigo não ficou satisfeito em me verr — comentou Krum, entrando na tenda agora inteiramente lotada. — Ou ele é seu parrente? — acrescentou, reparando nos cabelos ruivos e crespos de Harry.


 


— O Krum que é cego, como pode não perceber que Tio Rony nunca gostou dele? — Falou Al como se fosse obvio.


— Eu falei, ele é idiota. — Falaram Rose e Hugo e em seguida se olharam e sorriram um para o outro.


— Primo — murmurou, mas Krum parara de escutar. Sua aparição estava causando certo rebuliço, particularmente entre as primas veelas: afinal, era um famoso jogador de quadribol. Enquanto as pessoas ainda se esticavam para dar uma boa olhada nele, Rony, Hermione, Fred e Jorge vieram, apressados, pelo corredor central.


— Hora de sentar — disse Fred a Harry — ou vamos ser atropelados pela noiva.


Harry, Rony e Hermione sentaram-se na segunda fila atrás de Fred e Jorge. A garota ainda estava muito rosada, e as orelhas de Rony continuavam escarlates. Passados alguns instantes, ele resmungou para Harry:


— Você viu a barbicha idiota que ele deixou crescer? Harry respondeu com um grunhido indefinido.


Uma sensação de ansiedade perpassava a tenda quente, os murmúrios eram pontuados por ocasionais risadas de excitação. O sr. e a sra. Weasley entraram no corredor sorrindo e acenando para os parentes; ela trajando um conjunto novo de vestes ametistas e um chapéu da mesma cor.


No momento seguinte, Gui e Carlinhos se postaram à frente da tenda, os dois de vestes a rigor com grandes rosas brancas nas botoeiras; Fred deu um assovio de aprovação, que foi acompanhado por nova erupção de risinhos das primas veelas.


 


— Ai sim em, veelas. — Falou Jorge sorrindo para o irmão gêmeo.


As meninas não gostaram nada disso.


Então a multidão fez silêncio e o volume da música foi aumentando, aparentemente vinda dos balões dourados.


— Aaaah! — exclamou Hermione virando-se na cadeira para olhar a entrada.


Um suspiro coletivo se ergueu dos bruxos e bruxas reunidos quando Monsieur Delacour e Fleur entraram pelo corredor, ela deslizando, ele balançando o corpo com um largo sorriso no rosto. A noiva usava um vestido branco simples e parecia desprender uma forte aura prateada. Embora, por comparação, sua radiância normalmente empanasse a de qualquer pessoa, hoje embelezava todos sobre quem incidia. Gina e Gabrielle, ambas usando trajes dourados, pareciam ainda mais bonitas do que de costume, e quando Fleur chegou aonde estava Gui, ele pareceu jamais ter enfrentado Lobo Greyback.


 


As meninas soltavam um suspiro a cada palavra e os meninos a olhavam sem entender.


 


— Senhoras e senhores — anunciou uma voz ligeiramente cantada, e, com um leve choque, Harry reconheceu o mesmo bruxo franzino com cabelos em tufos que presidira o funeral de Dumbledore, agora diante de Gui e Fleur. — Estamos aqui reunidos para celebrar a união de dois fiéis...


— Decididamente, a minha tiara valoriza toda a cerimônia — comentou tia Muriel, com um poderoso sussurro. — Mas é preciso que se diga, o vestido de Ginevra está decotado demais.


 


Gina fez uma careta por causa do nome.


— Será que eu terei que gritar no ouvido pra que ela entenda que é GINA... GINA... — Falou Gina.


— Se ela já fica assim por causa do nome, imagina na TPM e na gravidez. — Falou Dino.


Harry fuzilou Dino.


— Não se meta. — Falou Gina ríspida.


— Gina, olha os modos. — Repreendeu Molly.


Gina cruzou os braços e fez bico como uma criança birrenta.


Harry não conseguiu segurar o riso e acabou rindo da ruiva que fingiu não ouvir.


Gina olhou para o lado, sorrindo, piscou para Harry e em seguida virou-se de novo para a frente. O pensamento de Harry transportou-se a grande distância da tenda, para as tardes em que passaram a sós em lugares isolados dos jardins da escola. Pareciam ter sido há tanto tempo; sempre bons demais para serem reais, como se ele tivesse furtado horas ensolaradas da vida de alguém normal, alguém sem cicatriz em forma de raio no meio da testa...


— Guilherme Arthur, você aceita Fleur Isabelle...?


Na primeira fila, a sra. Weasley e Madame Delacour choravam baixinho em lencinhos de renda. Sons de trombeta ao fundo da tenda anunciaram que Hagrid puxara do bolso um dos seus lenços tamanho-toalha.


Os amigos de Hagrid riu sobre a toalha.


Hermione virou-se sorridente para Harry; seus olhos também estavam marejados de lágrimas.


 


Rony revirou os olhos, o que não passou despercebido por Hermione.


 


— ... então eu os declaro unidos para toda a vida.


 


O bruxo de cabelos em tufos ergueu a varinha sobre as cabeças de Gui e Fleur e uma chuva de estrelas caiu sobre os noivos, envolvendo em espirais os seus corpos agora entrelaçados. Enquanto Fred e Jorge puxavam uma salva de palmas, os balões dourados no alto estouraram: flutuaram no ar aves do paraíso e minúsculos sinos de prata que somaram seus cantos e tinidos à zoada geral.


— Senhoras e senhores! — falou o bruxo de cabelos em tufos. — Por favor, queiram se levantar!


 


Todos obedeceram, tia Muriel resmungando audivelmente; ele acenou a varinha. As cadeiras em que as pessoas tinham estado sentadas se ergueram graciosamente no ar, ao mesmo tempo que as paredes da tenda desapareciam, deixando agora os convidados apenas sob o toldo sustentado pelos postes dourados, com uma vista gloriosa do pomar ensolarado e do campo ao redor. Em seguida, uma poça de ouro líquido se espalhou do centro para a periferia da tenda formando uma pista de dança reluzente; as cadeiras suspensas se agruparam em torno das mesinhas, cobertas com toalhas brancas, o conjunto flutuou suavemente de volta ao jardim, e a banda de paletós dourados marchou em direção a um pódio.


— Legal — aprovou Rony, enquanto os garçons surgiam de todos os lados, alguns trazendo bandejas de prata com suco de abóbora, cerveja amanteigada e uísque de fogo, outros equilibrando montanhas de tortinhas e sanduíches.


 


O estomago de Rony e Hugo roncaram.


— Eu não acredito que você está com fome. — Falou Rose e Hermione para Hugo e Rony.


— O que? Faz tempo que eu comi e além do mais, mamãe disse que estou em falta de crescimento. — Contestou Hugo.


— Você? Em falta de crescimento? Daqui a pouco está mais alto do que eu, e olha que eu sou mais velha. — Falou Rose.


— Você queria o que? Estou acostumado a ir pegar comida na cozinha de Hogwarts ou em casa toda hora. — Falou Hugo.


— Isso não é desculpa Hugo Weasley. — Falou Rose num tom repreendem-te.


— Qual é? Vai dar uma de Hermione Jean Granger Weasley agora? Você não manda em mim, baixinha. — Falou Hugo se levantando.


— Eu não sou baixinha, você é do meu tamanho seu legume insensível. — Falou Rose também se levantando.


— Isso mesmo, sou dois anos mais novo que você e do mesmo tamanho, isso quer dizer que você é uma baixinha que nunca cresce. — Falou Hugo sorrindo zombeteiro da irmã.


De repente os dois começou a gritar um para o outro, ninguém estava entendendo nada, eles começaram a brigar de uma hora pra outra e ninguém entendia nada do que eles estavam falando.


Os do futuro já estavam acostumados com isso, mas as pessoas do presente ficaram indignados, não era sempre que viam dois irmãos brigarem assim.


— Aff, vai começar... E agora quem irá parar esses dois? — Perguntou Scorpius vendo Rose vermelha de raiva.


— Tia Hermione resolveria isso rapidinho. — Falou Lorcan.


— Sim, mas ela não está aqui. — Falou James.


— PODE PARAR OS DOIS, EU ESTOU MANDANDO, PARA AGORA. — Gritou Vic.


Rose e Hugo olharam para a loira espantados, assim como todos no salão, nunca haviam ouvido ela gritar desse jeito.


Os dois irmãos ruivos não conseguiam dizer nada, estavam paralisados olhando para a prima mais velha.


— Senta ai, os dois... Como pode dois irmão brigarem desse jeito? São irmãos, não devem brigar assim, pelo contraria, tinham que ser carinhosos um com o outro. — Falou Vic indignada.


Rose e Hugo se olharam e começaram a gargalhar da cara de Vic.


— Do que estão rindo idiotas? — Perguntou Vic irritada.


— Nós dois... Carinhosos... — Falou Hugo tentando parar de rir.


— Você é muito engraçada Vic, devia tentar carreira na loja do Tio Jorge. . — Falou Rose respirando fundo e parando de rir.


— Estou falando sério, são parentes, ainda mais irmãos, e vivem brigando... Juro que não entendo vocês, eu nunca briguei com meus irmãos. — Falou Vic.


— Mentira. — Falou Teddy descordando da esposa.


— É claro que é verdade, quando foi que eu briguei com um dos meus irmãos? — Perguntou Vic.


— Semana passada, quando ele tentou dar veritaserum para sua irmã, pra tentar tirar resposta dela sobre sua vida pessoal. — Respondeu Teddy.


— Mas ao menos teve um motivo, não briguei sem ao menos ter um motivo como eles. — Se explicou Vic.


— Já sim, me diz alguém que nunca brigou com o irmão mais novo, ou mais velho. — Perguntou Teddy.


— Você não tem irmão mais novo e nem mais velho. — Respondeu Vic.


— É pra isso que o James, Al e Lily servem. — Falou Teddy.


— É mesmo, Teddy é nosso irmão mais velho, pra falar a verdade eu acho que tenho irmão mais velho até demais. — Falou Lily.


— E oque você quer dizer com isso? — Perguntou Al.


— Sei lá, papai e mamãe poderiam ter tido outro filho depois de mim, mamãe era bem nova quando teve eu, apenas 29 anos, daria pra ter mais um filho. — Falou Lily.


— Você tá louca? Mais um filho? Já não basta quatro. — Falou Al.


— Mas não são só vocês três? — Perguntou Harry.


— Não, tem que contar o Teddy também, já que papai também trocou as fraldas dele, ai ficam quatro. — Falou James.


— Tente não dizer mais isso. — Falou Teddy mudando seu cabelo para a cor vermelha de vergonha.


— É mesmo, com certeza Tio Harry e Tia Gina aprenderam a trocar fraldas usando você como cobaia Teddy. — Falou James zoando da cara do primo.


— Cala a boca James, e voltem a leitura logo. — Pediu Teddy fazendo sinal a Lila.


— Temos que ir cumprimentá-los! — disse Hermione, ficando nas pontas dos pés para localizar onde Gui e Fleur tinham desaparecido cercados por uma multidão que lhes desejava felicidades.


— Bem, teremos tempo depois — disse Rony dando de ombros, e, tirando três cervejas amanteigadas de uma bandeja que passava, entregou uma a Harry. — Hermione, é agora, vamos pegar uma mesa... ali não! O mais longe da Muriel...


Rony atravessou a pista de dança vazia, olhando para os lados: Harry teve certeza de que ele estava atento a Krum.


As orelhas de Rony ficaram vermelhas de vergonha.


— Quem iria gostar de ficar perto dele, nem mesmo eu. — Falou Scorpius.


— Até você não gosta dele, por quê? — Perguntou Hermione.


— Além do fato de ele se achar o gostosão... — Scorpius foi interrompido.


— Foi porque o filho do Krum chamou a Rose para o baile. — Falou Cath rindo da cara do irmão.


Scorpius ficou levemente corado.


— Não é por isso, além disso... Rose pode ir ao baile com quem quiser. — Falou Scorpius.


Rose ia responder mas Al respondeu primeiro.


— Mas antes o corajoso tem que passar por cima dos Weasley primeiro. — Falou Al.


— E com quem você foi a esse tal baile? — Perguntou Hermione.


— Bom... Eu fui com o Scorpius, na verdade eu não queria ir, mas ai ele me chamou de uma hora pra outra, então eu fui. — Respondeu Rose corada.


— Se você soubesse como foi difícil arrumar ela de uma hora pra outra, meu Merlin, foi difícil mas nós conseguimos, deveríamos ter ganhado um premio por fazer um belo trabalho em pouco tempo. — Falou Elliz olhando para as amigas que concordavam com ela.


— E que belo trabalho. — Falou Scorpius se lembrando de como Rose ficara linda naquele baile, ele tinha um álbum de fotos daquela noite, e na sua opinião Rose foi a que ficara mais bonita, mesmo que ela seja bonita até mesmo descabelada e com raiva.


Todos os meninos olharam para Scorpius sorrindo maroto.


— Ér, continue a ler Lila, por favor. — Pediu Scorpius desviando o olhar dos meninos e vendo de relance que Rose estava corada.


“Será que ela fica com vergonha de dizer que foi ao baile comigo?” Pensava Scorpius com um semblante triste. “Com certeza!” Finalizou o pensamento triste e magoado, mas mesmo assim não deixaria de gostar e de ser amigo dela.


Lila voltou a ler.


Quando finalmente alcançaram o lado oposto do toldo, a maior parte das mesas já estava tomada: a mais vazia era a que Luna ocupava sozinha.


— Tudo bem se a gente sentar com você? — perguntou Rony.


— Ah, claro — respondeu ela contente. — Papai foi entregar a Gui e Fleur o nosso presente.


— Que é... Um estoque de raízes-de-cuia para a vida toda? — perguntou Rony


 


— RONALD. — Repreendeu Hermione pelo modo que ele falou.


— Há, o que eu devo apenas ter achado estranho. — Falou Rony em sua defesa.


— Nunca se sabe quando irá precisar. — Falou Dumbledore dando de ombros.


Rony fez o mesmo gesto, apenas deu de ombros.


Hermione deu-lhe um pontapé por baixo da mesa, mas acertou em Harry. Com os olhos lacrimejando de dor, o garoto perdeu o fio da conversa por alguns momentos.


 


— Quase que consigo sentir a dor aqui. — Falou Harry passando a mão na canela.


— Bom... Desculpa Harry. — Pediu Hermione envergonhada.


— Tudo bem, mas na próxima vez, ao menos veja onde irá acertar. — Falou Harry.


— Está incentivando a Hermione a me bater? — Perguntou Rony indignado.


— Antes você do que eu. — Falou Harry sorrindo.


— Que tipo de amigo é você? Daqui a pouco estou virando saco de pancada. — Falou Rony.


— Isso sim é amigo. — Zoou James da cara de Rony.


A banda começara a tocar. Gui e Fleur foram os primeiros na pista de dança, sob os aplausos gerais; passado um momento, o sr. Weasley chegou com Madame Delacour, no que foi seguido pela sra. Weasley com o pai de Fleur.


— Gosto dessa música — disse Luna, balançando-se no ritmo de uma valsa, e segundos depois ela se levantou e deslizou para a pista, onde dançou sem sair do lugar, sozinha, agitando os braços de olhos fechados.


— Ela é ótima, não é? — comentou Rony com admiração. — Sempre vale a pena olhar.


 


— Tira o olho da minha mãe. — Falou Lorcan com raiva.


Hermione sentira um pontada de ciúmes.


Luna corou levemente, nunca pensou que um dia receberia um comentário desse, mas desde as aulas da Armada apenas considerava Rony apenas um amigo, mesmo ele dizendo o que não devia.


— Só fiz um comentário. — Justificou Rony.


Lorcan não retirou o semblante de raiva da cara.


O sorriso, porém, apagou-se imediatamente do seu rosto: Vítor Krum havia sentado na cadeira desocupada por Luna. Hermione pareceu agradavelmente perturbada, mas desta vez Krum não viera cumprimentá-la. Com o rosto contraído, ele perguntou:


— Quem é aquele homem de amarrelo?


— É o Xenofílio Lovegood, pai de uma amiga nossa — respondeu Rony. Seu tom agressivo indicava que eles não iriam rir de Xenofílio, apesar da clara provocação. — Vamos dançar — acrescentou ele, bruscamente, para Hermione.


 


— Graças a Merlin, achei que ele nunca pediria. — Falou Jorge.


— Antes tarde do que nunca. — Falou Fred orgulhoso do irmão por finalmente ele ter criado coragem.


Hermione e Rony não conseguiam se olhar, mesmo se gostando ficavam com medo de admitir e não ser correspondidos.


Harry e Gina se olharam e entenderam o que não disseram verbalmente, estavam orgulhosos dos amigos, na opinião deles já havia demorado de mais.


Ela pareceu surpresa, mas também feliz, e se levantou: eles desapareceram na pista de dança que agora ia enchendo de dançarinos.


— Ah, eles estão juntos agora? — perguntou Krum, momentaneamente distraído.


— Ah... mais ou menos — respondeu Harry.


 


O casal ficou mais corado, mas não queriam desmentir o que o amigo havia dito, afinal era uma coisa desejada pelos dois.


 


— Tá vendo, é pra isso que serve os amigos. — Falou Fernando.


— E você quem é? — tornou Krum.


— Barny Weasley.


Eles se apertaram as mãos.


— Você, Barny... conhece bem esse tal Lovegood?


— Não, eu o conheci hoje. Por quê?


Krum franziu o cenho por cima da borda do copo de bebida, observando Xenofílio, que conversava com vários bruxos do lado oposto da pista de dança.


— Porrque — disse Krum — se ele não fosse convidado da Fleur, eu o desafiarria parra um duelo aqui e agorra, porr usarr aquele símbolo nojento no peito.


 


— Estão vendo, eu sabia, esse cara usa mascaras perto da mamãe, se faz de bom moço e depois quando ela se vira ele se transforma, um ótimo mentiroso isso sim que ele é. — Acusou Hugo.


Hermione ficara indignada pelo modo que o amigo que conhecera no quarto ano falasse assim pela suas costas, para ela mentira era a pior coisa que se faz a um amigo, em seu . terceiro e quarto ano sempre pensara em contar aos amigos a verdade sobre o vira-tempo e o fato de Krum a ter convidado para o baile, mas ficara com medo que seus amigos a deixassem por não ter contado a verdade.


Rony queria dizer a Hermione que ele estava certo, mas não o fez por ver como ela ficou triste por ser enganada por uma pessoa que confiava e conhecia, ficara com ainda mais raiva de Krum por a ter enganado desse jeito, e a feito brigar com o amigo por uma pessoa que não passava de uma farsa.


— Continue a ler Lila. — Pediu Rony querendo que todos parassem de olhar para Hermione que olhava para baixo triste por ser enganada assim.


— Símbolo? — admirou-se Harry, olhando também para Xenofílio. O estranho olho triangular brilhava em seu peito. — Por quê? Qual é o problema?


 


— Idiota, brigar com uma pessoa por causa de um símbolo, sem nem ao menos ter um motivo, é isso que o Krum é, apenas um idiota. — Falou Hermione surpreendendo a todos.


A garota estava com as mãos apoiadas no colo, sentira alguém segurar uma de suas mãos, a pele da pessoa era quente, olhara para quem era e surpreendeu que era Rony, ele sorriu para ela como modo de transmitir forças para passar por cima disso, ela retribuirá o sorriso.


— Grrindelvald. Aquele é o símbolo de Grrindelvald.


— Grindelwald... o bruxo das trevas que Dumbledore derrotou?


 


— Prestando atenção na aula de história da magia, Potter? — Perguntou o professor da matéria.


— Bom... Não... Está escrito na figurinha dos sapos de chocolate. — Respondeu Harry meio corado.


O professor fechou a cara, pensando que ele ao menos prestasse atenção a aula.


Dumbledore soltou uma risada divertida pela situação de um dos seus alunos.


— Exatamente. — Os músculos do queixo de Krum se moveram como se estivesse mascando, e ele continuou: — Grrindelvald matou muitas pessoas, meu avô, porr exemplo. Naturralmente ele nunca foi muito poderroso em seu país, diziam que temia Dumbledorre: e com razão, sabendo como foi derrotado. Mas isto... — Ele apontou para Xenofílio. — Isto é o símbolo dele, reconheci na hora: Grrindelvald grravou-o em uma parrede de Durrmstrrang quando estudou lá. Alguns idiotas o copiarram nos livros e nas roupas, querrendo chocarr, se fazerr de imporrtantes, até que aqueles, como nós, que tínhamos perrdido familiarres porr culpa de Grrindelvald demos uma lição neles.


 


— Este símbolo não tem nada a ver com Grindelwald, era apenas o símbolo de uma coisa que ele procurava, na verdade esse símbolo existe a muitos anos antes dele, dizem que fora feito na época dos criadores de Hogwarts. — Falou Dumbledore tentando deixar bem claro que esse símbolo não tinha nada a ver com o antigo bruxo das trevas.


— Eu acho isso um absurdo, querer duelas com uma pessoa por causa de um símbolo, nada a ver. — Falou Rose.


— Sim, isso é um absurdo, achar que Xenofílio é um homem ruim só por usar o símbolo que outro homem também usava. — Concordou Minerva.


— Afinal, Xenofilia é um homem legal, mesmo tendo os costumes diferentes, e falar coisas que algumas pessoas não entendem. — Falou Lily.


Luna ficara feliz por varias pessoas protegendo seu pai, e pelo modo que diziam que ele é diferente e não estranho, soube que uma palavra pode mudar muito o significado de uma frase.


— Mas... Professor, esse símbolo, tem alguma coisa a ver com os fundadores da escola? — Perguntou Hermione.


— Eu acho que não, porque não existe nenhum registro de que isso é possível. — Respondeu Dumbledore.


— Bom, já que tiramos varias duvidas, voltemos a leitura. — Falou Minerva.


Krum estalou as juntas dos dedos ameaçadoramente, amarrando a cara para Xenofílio. Harry ficou perplexo. Parecia-lhe extremamente improvável que o pai de Luna fosse um seguidor das Artes das Trevas, e ninguém mais na tenda parecia ter reconhecido o triângulo, cujo formato lembrava uma runa.


— Você tem, ah, certeza que é de Grindelwald...?


— Não estou enganado — replicou Krum com frieza. — Passei porr aquele símbolo durrante anos, conheço-o bem.


— Bem, tem uma probabilidade de que Xenofílio não saiba o que o símbolo realmente significa. Os Lovegood são muito... incomuns. Ele pode muito bem tê-lo comprado por aí, achando que é o corte transversal de uma cabeça de Bufadores de Chifre Enrugado ou outra coisa qualquer.


— Um corrte trransverrsal do quê?


— Bom, não sei muito bem o que são, mas aparentemente ele e a filha viajam nas férias para procurá-los...


Harry sentiu que não estava sendo muito convincente ao explicar Luna e o pai.


— É ela ali — disse apontando a garota, que ainda dançava sozinha, agitando os braços em torno da cabeça como quem tenta espantar maruins.


— Porr que ela está fazendo aquilo? — perguntou Krum.


— Provavelmente está tentando se livrar de um zonzóbulo — arriscou Harry, que reconheceu os sintomas.


 


— Ótimo palpite. — Falou Lysa.


 


Krum não soube dizer se Harry estava ou não gozando com a cara dele. Puxou a varinha de dentro das vestes e bateu-a ameaçadoramente na coxa; da ponta saltaram faíscas.


— Gregorovitch! — exclamou Harry em voz alta, e Krum se sobressaltou, mas o garoto estava excitado demais para ligar: lembrara-se, afinal, ao ver a varinha de Krum: Olivaras a apanhara e examinara cuidadosamente antes do Torneio Tribruxo.


— Que tem ele? — perguntou Krum, desconfiado.


— É fabricante de varinhas!


— Eu sei.


— Fabricou sua varinha! Foi por isso que pensei... Quadribol...


Krum parecia mais e mais desconfiado.


— Como sabe que foi Gregorovitch que fabrricou a minha varrinha?


— Li... li em algum lugar, acho. Em um... um fanzine — improvisou sem pensar, e Krum pareceu mais tranqüilo.


 


— Até que você sabe mentir... — Começou Fred.


 


— As vezes. — Terminou Jorge.


 


— Eu não me lembrrava de ter jamais discutido minha varrinha com os fãs.


— Então... Ah... Onde anda Gregorovitch ultimamente? Krum pareceu intrigado.


— Ele se aposentou faz anos. Fui um dos últimos a comprarr uma varrinha fabrricada porr ele. São as melhorres, embora eu saiba, é clarro, que os brritânicos dão grrande valorr a Olivarras.


 


— Prefiro as do Olivaras. — Falou James.


— Se bem que é difícil ele produzir uma varinha com pena de fênix, já que a fênix de Dumbledore foi embora depois de sua morte. — Falou Lysa.


— Se é difícil ele fazer, imagina ter uma. — Concordou Lorcan.


— Eu tenho uma com a pena de fênix. — Falou Al.


Todos olharam para ele espantados.


— Você tem a varinha com o mesmo núcleo que a varinha do seu pai? — Perguntou Dumbledore impressionado.


— Sim. — Respondeu Al como se fosse a coisa mais normal do mundo.


— Vamos voltar a ler. — Falou James vendo o constrangimento que o irmão mais novo estava passando.


“Estranho ele ter a varinha igual a do pai dele.” Pensava Dumbledore.


Harry não respondeu. Fingiu observar, tal como Krum, os pares que


dançavam, mas estava pensando com grande concentração. Então Voldemort estava procurando um célebre fabricante de varinhas, e o garoto não precisava ir muito longe para saber a razão: certamente era por causa da reação da varinha de Harry na noite em que ele o perseguira pelo céu.


A varinha de azevinho e pena de fênix tinha vencido a que Voldemort tomara emprestada, algo que Olivaras não tinha previsto nem compreendia. Gregorovitch saberia explicar? Seria, de fato, mais qualificado que Olivaras? Conheceria segredos sobre varinhas que Olivaras ignorava?


 


— Nossa Harry! Você pensa em muitas coisas ao mesmo tempo. — Comentou Sirius.


— E quantas perguntas. — Falou Rony.


 


— Essa garota é muito bonita — comentou Krum, fazendo Harry voltar ao


presente. Krum estava apontando para Gina, que acabara de se juntar a Luna.


— Também é sua parenta?


— É — informou Harry, repentinamente irritado —, e está namorando alguém. Um cara ciumento. Grandalhão. Você não iria querer atravessar o caminho dele.


 


— Olha que fofo!!! — Brincou Fred.


— Ele está com ciúmes. — Completou Jorge.


Harry ficou corado.


— Pode deixar que eu nunca vou te trocar por ninguém. Muito menos pelo Krum — Falou Gina de um modo que só Harry escutasse.


Harry ficou muito feliz ao ouvir isso, mas tentou não demonstrar.


 


Krum resmungou:


— Qual é — disse, esvaziando o copo e se pondo de pé — a vantagem de ser jogador internacional de Quadribol se todas as moças bonitas já estão comprometidas?


 


— Que garoto IDIOTA — Falou Rose.


— Ele nem se acha né? — Falou Lily.


— Agora sabemos a quem o filho dele puxou. — Falou Lysa.


 


E se afastou, deixando Harry, que, depois de apanhar um sanduíche com um garçom que ia passando, contornou a pista de dança apinhada. Queria achar Rony e lhe falar sobre Gregorovitch, mas o amigo estava dançando com Hermione no meio da multidão.


 


— Olha que bonitinho, Fred — Brincou Jorge.


— É mesmo. Nosso irmãozinho está tão apaixonado que está até dançando na frente de todo mundo sem passar vexame. — Falou Fred.


Rony ficou tão vermelho quanto os cabelos.


— Deixem seu irmão em paz. — Repreendeu Molly.


 


Harry se encostou-se a um dos postes dourados e ficou observando Gina, que dançava com o amigo de Fred e Jorge, Lino Jordan, tentando não sentir raiva da promessa que fizera a Rony.


 


— Promessa IDIOTA e RIDICULA. Isso sim. — Disse Gina somente para Harry — Mas bom que você fique com ciúmes e não pode fazer nada.


— Por que bom? — Perguntou Harry em um sussurro.


— Porque ai você aprende a nunca mais fazer uma promessa idiota. — Explicou Gina.


 


Ele nunca fora a um casamento antes, portanto não era capaz de avaliar as diferenças entre as celebrações dos bruxos e as dos trouxas, embora tivesse certeza de que essas últimas não teriam um bolo de casamento coroado por duas fênix falsas que levantaram vôo quando os noivos cortaram a primeira fatia, nem garrafas de champanhe que flutuavam entre os convidados.


 


— Claro que não tem — Falou Hermione.


— Nós sabemos — Falaram TODOS.


 


A noite foi chegando e as mariposas começaram a mergulhar sob o toldo, agora iluminado por lanternas douradas suspensas no ar, e a festa foi se tornando mais descontraída. Fred e Jorge tinham desaparecido na escuridão, havia muito tempo, com duas primas de Fleur;


 


— Nem imagino o que estamos fazendo — Disse Jorge


— Nem eu irmão. — Concordou Fred.


 


Carlinhos, Hagrid e um bruxo atarracado com um chapéu de abas reviradas entoavam, a um canto, "Odo, o herói".


 


— Com certeza estam bêbados. — Falou Gui.


 


Andando entre os convidados para fugir de um tio bêbado de Rony que parecia não ter certeza se Harry era ou não seu filho, o garoto localizou um velho bruxo sentado sozinho a uma mesa. A nuvem de cabelos brancos que envolvia sua cabeça lhe dava a aparência de um diáfano dente-de-leão, encimado por um fez roído de traças. Achou-o vagamente familiar: vasculhando a memória, Harry de repente lembrou que era Elifas Doge, membro da Ordem da Fênix e autor do obituário de Dumbledore.


 


— Saudades do meu amigo Elifas — Comentou Dumbledore.


 


Harry se aproximou.


— Posso me sentar?


— Claro, claro — respondeu Doge. Tinha uma voz aguda e chiada. Harry se inclinou para ele.


— Sr. Doge, sou Harry Potter.


Doge ofegou.


— Meu caro rapaz! Arthur me disse que você estava aqui disfarçado... É uma grande alegria e uma grande honra!


Em um arroubo de prazer e agitação, Doge serviu-lhe uma taça de champanhe.


— Pensei em lhe escrever — sussurrou o bruxo — depois que Dumbledore... O choque... E para você, tenho certeza...


 


— Um choque para qualquer um. — Disse Parvati.


 


Os olhinhos de Doge se encheram de repentinas lágrimas.


— Li o obituário que o senhor escreveu no Profeta Diário. Não sabia que o senhor conhecia o prof. Dumbledore tão bem.


— Tão bem quanto qualquer outro — replicou ele, secando as lágrimas com um guardanapo. — Com certeza conheci-o por mais tempo, se não contarmos o irmão Aberforth que, por alguma razão, as pessoas parecem jamais levar em conta.


 


— Você tem um irmão? — Perguntara Rony a Dumbledore


— Sim. E tinha uma irmã também, mas ela morreu. — Respondeu o Diretor.


 


— Voltando ao Profeta Diário... Não sei se viu, sr. Doge...


— Ah, por favor me chame de Elifas, caro rapaz.


— Elifas, não sei se viu a entrevista que Rita Skeeter deu sobre Dumbledore.


Uma vermelhidão de cólera afluiu ao rosto de Doge.


— Ah, sim, Harry, vi. Aquela mulher, ou urubu seria um termo mais apropriado, decididamente me importunou para conversar com ela. Envergonho-me de dizer que fui grosseiro, chamei-a de metida, e o resultado, como você pôde ver, foram insinuações sobre a minha sanidade.


 


— Isso é a cara da Rita Skeeter. — Falou Hermione


Todos concordaram.


 


— Bem, naquela entrevista — continuou Harry —, Rita Skeeter sugeriu que, na juventude, o prof. Dumbledore se envolveu com as Artes das Trevas.


— Não acredite em uma palavra do que leu! — retrucou Doge na mesma hora. — Em nenhuma, Harry! Não deixe nada macular as lembranças que tem de Alvo Dumbledore!


Harry olhou para o rosto sério e atormentado de Doge e não se sentiu confiante, mas sim frustrado. Será que Doge realmente pensava que era fácil, que ele simplesmente poderia decidir não acreditar? Será que Doge não compreendia que Harry precisava ter certeza, saber de tudo?


 


— Harry sempre com muitas perguntas na cabeça. — Disse Hermione


 


Talvez Doge suspeitasse dos sentimentos de Harry, porque pareceu preocupado e se apressou a enfatizar:


— Harry, Rita Skeeter é uma horrenda...


 


— VERDADE — Gritou Hermione. O que fez todos levarem um susto, pois nunca a tinham visto gritar. Hermione corou e fez sinal para continuarem a leitura.


 


Mas o bruxo foi interrompido por uma gargalhada aguda.


— Rita Skeeter? Ah, eu adoro aquela mulher, eu sempre leio o que ela escreve!


Harry e Doge ergueram os olhos e deram com a tia Muriel parada ah, as penas balançando no chapéu, uma taça de champanhe na mão.


 


— Claro que Muriel acreditaria nessa mulher. É a cara dela. — Comentou Arthur.


 


— Ela escreveu um livro sobre Dumbledore, sabem!


— Olá, Muriel — cumprimentou-a Doge. — Sim, estávamos mesmo discutindo...


— Você aí! Me ceda a sua cadeira, tenho cento e sete anos!


 


— Ela sempre usa a idade dela como desculpa. — Disse Gui


 


Outro primo ruivo dos Weasley saltou de uma cadeira, assustado, e tia Muriel virou-a com surpreendente força e sentou-se entre Doge e Harry.


— Olá de novo, Barry, ou que nome tenha — disse ela para Harry. —


Então, que estava dizendo sobre Rita Skeeter, Elifas? Já sabe que ela escreveu uma biografia de Dumbledore? Mal posso esperar para ler, preciso me lembrar de encomendá-la na Floreios e Borrões!


Doge se tornou frio e grave ao ouvir isso, mas tia Muriel esvaziou a taça que trazia e estalou os dedos ossudos para um garçom que ia passando.


Tomou mais um grande gole, arrotou e acrescentou:


— Não precisam fazer cara de sapos empalhados! Antes de se tornar respeitado e respeitável e toda essa baboseira, correram boatos bem esquisitos sobre o Alvo!


 


— CALÚNIA — Gritaram todos


 


— Calúnias sem fundamento — replicou Doge, ficando outra vez cor de rabanete.


— É bem o que você diria, Elifas — cacarejou tia Muriel. — Notei como você pulou os pontos controvertidos naquele seu obituário!


 


— Essa Muriel parece ser tão irritante quanto Skeeter. — Comentou Hermione — Desculpa Weasley’s, sei que ela é da família de vocês.


— Não liga não Mione — Disse Rony — Todos achamos isso também.


 


— Lamento que pense assim — disse Doge, com a maior frieza. — Posso lhe assegurar que escrevi com o coração.


— Ah, todo o mundo sabe que você venerava Dumbledore; ouso dizer que continuará a achá-lo um santo, mesmo se revelarem que ele matou aquela bruxa abortada que era a irmã dele.


 


Um risinho foi ouvido de Umbridge.


— Tem algo a comentar, professora? — Perguntou Minerva


— Já que você me perguntou... Tenho sim. Acho que esses livros podem até não desmascarar o Sr. Potter, mas vai desmascarar o Dumbledore. O que me deixa muito feliz. — Falou Umbridge.


— Eu não matei a minha irmã — Disse Dumbledore.


— Nós sabemos, professor — Falou Luna e todos concordaram.


— Sabemos Dumbledore que tudo que Rita Skeeter e a Muriel estam falando são calunias. — Disse Minerva


 


Muriel! — exclamou Doge.


Uma frialdade que não se devia ao champanhe gelado começou a invadir o peito de Harry.


— Como assim? — perguntou ele a Muriel. — Quem disse que a irmã dele era uma bruxa abortada? Pensei que fosse doente, não?


— Pois pensou errado, não foi, Barry?! — exclamou tia Muriel, parecendo satisfeita com o efeito que causara. — Enfim, como você poderia saber alguma coisa sobre isso? Aconteceu há muitos anos, antes mesmo que você fosse cogitado, meu caro, e a verdade é que nós que estávamos vivos à época nunca soubemos o que realmente aconteceu. É por isso que mal posso esperar para ler o que Skeeter desenterrou! Dumbledore guardou silêncio sobre aquela irmã por tempo demais!


 


— Jorge, acho que precisamos fazer uma visitinha a nossa queria tia Muriel — Disse Fred.


— Também acho Fred. E não podemos nos esquecer de levarmos alguns de nossos produtos. — Concordou Jorge.


 


— Não é verdade — chiou Doge. — Absolutamente não é verdade.


— Ele nunca me disse que teve uma irmã que era um aborto — disse Harry sem pensar, ainda frio por dentro.


 


— Harry, você está disfarçado. Ela acha que você não conhecia o Dumbledore. — Falou Hermione


— Eu sei, Mione. Eu devo ter esquecido, por causa do susto da notícia.


 


— E por que lhe diria isso? — esganiçou-se Muriel, oscilando um pouco na cadeira, tentando focalizar Harry.


— A razão por que Alvo nunca falava em Ariana — começou Elifas, com a voz emocionada — é, imagino, muito clara. Ficou arrasado com a morte da irmã...


 


Pela primeira vez, os alunos de Hogwarts viram Dumbledore com um olhar triste.


 


— Por que ninguém nunca a via, Elifas? — grasnou Muriel. — Por que metade de nós sequer soube que ela existia, até o caixão sair da casa para os funerais? Onde estava o santo Dumbledore, enquanto Ariana viveu trancada no porão? Estava brilhando em Hogwarts sem se importar com o que acontecia em sua própria casa!


 


— Essa mulher só fala asneira. — Disse Remus.


 


— Como assim "trancada no porão"? — perguntou Harry. — Que quer dizer com isso?


Doge era a imagem da infelicidade. Tia Muriel tornou a responder a Harry com sua voz aguda.


— A mãe de Dumbledore era uma mulher apavorante, simplesmente apavorante. Nasceu trouxa, embora tenham me dito que ela fingia não ser...


— Ela nunca fingiu nada! Kendra era uma excelente mulher! -sussurrou


Doge angustiado, mas tia Muriel não lhe deu atenção.


—... Orgulhosa e muito dominadora, o tipo de bruxa que se sentiria mortificada de produzir um aborto da natureza...


— Ariana não era um aborto da natureza! — chiou Doge.


 


— Doge está te defendendo com unhas e dentes, Dumbledore — Falou Molly.


 


— É o que você diz, Elifas, mas me explique, então, por que ela nunca frequentou Hogwarts! — E, voltando-se para Harry. — No nosso tempo, era comum as famílias esconderem os bruxos abortados. Embora chegar ao extremo de trancafiar uma menininha em casa e fingir que ela não existia...


— Estou lhe afirmando que não foi o que aconteceu! — retorquiu Doge, mas tia Muriel passou de rolo compressor e continuou a se dirigir a Harry.


— Os bruxos abortados normalmente iam para escolas de trouxas e eram incentivados a se integrarem na comunidade trouxa... muito mais caridoso do que tentar encontrar um lugar para eles no mundo bruxo, onde seriam sempre . considerados inferiores; mas naturalmente Kendra Dumbledore não sonharia em deixar a filha freqüentar uma escola trouxa.


— Ariana era delicada! — argumentou Doge desesperado. — A saúde dela sempre foi precária demais para lhe permitir...


— Permitir sair de casa? — cacarejou Muriel. — No entanto, ela jamais foi levada ao St. Mungus e nenhum curandeiro jamais foi chamado para atendê-la!


— Francamente, Muriel, como é possível você saber se...


— Para sua informação, Elifas, meu primo Lancelote era curandeiro no St. Mungus naquela época e contou à minha família, em confiança, que Ariana nunca fora vista por lá. Tudo muito suspeito, era o que o Lancelote pensava!


 


— Para ser amigo dessa coisa, tinha que ser maluco mesmo — Disse Jorge.


— Verdade — Falaram Fred e Gui.


 


Doge parecia à beira das lágrimas. Tia Muriel, que parecia estar se divertindo imensamente, estalou os dedos para que lhe trouxessem mais champanhe. Sem sentir, Harry pensou nos Dursley e como, no passado, o tinham calado, trancado e mantido fora de vista, tudo pelo crime de ser bruxo.


A irmã de Dumbledore teria sofrido o reverso do mesmo destino? Presa por lhe faltar magia? E Dumbledore teria realmente deixado a irmã entregue à própria sorte enquanto partia para Hogwarts, para provar sua genialidade e talento?


 


— Harry, você não está acreditando dessas mentiras não é? — Perguntou Gina.


— Vai ver os zonzóbulos estavam bagunçando a cabeça dele. — Disse Luna.


 


— Agora, se Kendra não tivesse morrido primeiro — retomou Muriel —, eu diria que foi ela quem liquidou Ariana...


 


— Uma mãe nunca mataria a própria filha. — Disse Molly.


— A menos que fosse minha mãe. — Falou Sirius — Ela já tinha tentado várias vezes antes de eu fugir para a casa dos Potter’s.


Todos olharam para Sirius assustados.


 


— Como pode dizer isso, Muriel? — gemeu Doge. — Uma mãe matar a própria filha? Pense no que está dizendo!


— Se a mãe em questão fosse capaz de manter a filha presa durante anos, por que não? — retrucou Muriel sacudindo os ombros. — Mas, como digo, a história não se encaixa, porque Kendra morreu antes de Ariana, portanto, ninguém jamais soube direito...


— Ah, com certeza Ariana assassinou a mãe — replicou Doge, tentando corajosamente desdenhar. — Por que não?


— É, Ariana talvez tenha feito uma desesperada tentativa para se libertar e, no esforço, matou Kendra — concluiu tia Muriel, pensativa. — Pode balançar a cabeça o quanto quiser, Elifas! Você esteve nos funerais de Ariana, não esteve?


 


— Ele estava sendo sarcasmo, sua idiota. — Falou Gina.


— GINEVRA — Ralhou Molly


— Gina, mãe, Gina. Não me chame de Ginevra. — Falou Gina falando como se fosse a palavra mais feia do mundo.


Harry não conseguiu segurar o riso.


— Tá rindo do que Harry? — Perguntou Gina olhando para o moreno.


— Você faz um drama por causa de um nome. — Respondeu Harry rindo.


— Queria ver se você tivesse um nome estranho assim. — Falou Gina.


Harry parou de rir e pediu para que continuassem a ler.


 


— Estive — confirmou Doge, com os lábios trêmulos. — E não me lembro de ocasião mais desesperadamente triste. Alvo estava com o coração despedaçado...


— E não era só o coração. Aberforth não quebrou o nariz de Dumbledore durante a encomendação do corpo?


Se Doge parecera horrorizado antes, não se comparava ao que demonstrava agora.


 


TODOS, inclusive Snape, estavam igualmente horrorizados.


 


 Era como se Muriel o tivesse esfaqueado. A bruxa riu alto e tomou mais um gole de champanhe, que escorreu pelo seu queixo.


— Essa mulher parece aquelas bruxas de histórias trouxas. — Disse Hermione.


Os que conheciam as histórias trouxas concordaram.


 


— Como você...?! — exclamou Doge rouco.


— Minha mãe era amiga da velha Batilda Bagshot — disse ela, alegre. —


Batilda contou tudo a minha mãe, e eu ouvi atrás da porta. Uma briga ao lado do caixão. Pelo que Batilda descreveu, Aberforth gritou que era culpa de Alvo que Ariana tivesse morrido e, em seguida, deu-lhe um murro na cara. Ela contou ainda que Alvo nem sequer se defendeu, o que é estranho, porque poderia ter acabado com o irmão em um duelo com as mãos amarradas nas costas.


 


— Eu não bateria no meu irmão. Além de que eu estava me sentindo culpado. — Disse Dumbledore.


 


Muriel continuou bebendo champanhe. A enumeração desses velhos escândalos parecia animá-la tanto quanto horrorizava Doge. Harry não sabia o que pensar, em que acreditar: queria a verdade, contudo, Doge não reagia, apenas balia debilmente que Ariana adoecera. Harry não conseguia acreditar que Dumbledore não tivesse intervindo se estivesse ocorrendo uma crueldade daquelas em sua própria casa, mas, sem dúvida, havia alguma coisa estranha na história toda.


 


— HARRY!!!! — Disseram Hermione, os Weasley, Luna, Neville, Remus, Tonks e Sirius.


— O QUE? — Falou Harry.


— Como você pode estar acreditando numa coisa dessas? — Perguntou Hermione.


— Isso ainda não aconteceu, Mione. — Falou Harry em forma de se defender.


— Deve ser os zonzóbulos. É o único motivo para o Harry está acreditando. — Falou Luna.


Harry pediu que prosseguisse a leitura antes que alguém falasse alguma coisa.


 


— E vou lhe dizer mais — continuou Muriel, com um leve soluço, baixando sua taça. — Acho que Batilda deu com a língua nos dentes para Rita Skeeter. Aquelas insinuações que ela fez na entrevista sobre uma importante fonte chegada aos Dumbledore... todos sabem que Batilda presenciou o que aconteceu com Ariana, e se encaixaria perfeitamente!


— Batilda jamais falaria com Rita Skeeter! — murmurou Doge.


— Batilda Bagshot? — indagou Harry. — A autora de História da magia?


O nome estava impresso na capa de um de seus livros de escola, embora o garoto reconhecesse que não era um dos que ele tivesse lido com muita atenção.


 


— Ninguém leu, Harry. — Disse Sirius.


— Eu li. — Falou Mione.


— NOSSA, Mione. Nem o Aluado leu. — Falou Sirius com espanto.


— Verdade — Confirmou Remus — Mas a Lily leu. — Falou Remo.


— Leu? Como sabe? — Perguntou Sirius.


— Fiz dupla com a Lily no primeiro ano, lembra? — Perguntou Remo.


— Há é, você era o único com quem ela conversava entre os Marotos, lembro uma vez que James pensou que vocês tinham um caso com ela. — Falou Sirius rindo.


Snape se lembrou que não tinha aula com Lily nessa matéria, era a Sonserina e Lufa-Lufa, um dos poucos momentos que ficavam separados, com a lembrança da antiga amizade esboçou um pequeno sorriso, o qual ninguém percebeu.


— Você e James tinham cada ideia idiota, na onde que eu ia ter alguma coisa com a Lily? — Falou Remo que para ele parecia a coisa mais entranha a se acontecer no mundo, ele e Lily, nada a ver.


— É verdade, era você e a Dorcas. — Falou Sirius.


Tonks arregalou os olhos.


— Quem é Dorcas? — Perguntou Tonks olhando para Remo em forma de resposta.


O antigo professor olhou para o melhor amigo como forma de pedir ajuda, o amigo entendeu o recado e tentou reverter a situação.


— A Dorcas era uma antiga amiga nossa.


 


— É — confirmou Doge, agarrando-se à pergunta de Harry como um


afogado se agarra a uma bóia. — Uma talentosa historiadora da magia e uma velha amiga de Alvo.


— E ultimamente bem gagá, segundo ouvi dizer — acrescentou tia Muriel animada.


— Se isso é verdade, foi ainda mais desonroso Skeeter ter se aproveitado dela — disse Doge —, e ninguém pode confiar em nada que Batilda possa ter dito!


— Há maneiras de se recuperar lembranças, e tenho certeza de que Rita


Skeeter conhece todas. Mas, mesmo que Batilda esteja completamente lelé, tenho certeza de que ainda guarda velhas fotos e talvez até cartas. Conheceu os Dumbledore durante anos... o que valeria uma viagem a Godric’s Hollow, na minha opinião.


Harry, que estivera bebericando sua cerveja amanteigada, se engasgou.


 


— Batilda mora em Godric’s Hollow? — Perguntou Harry.


— Coincidência, não é? — Perguntou Dino.


Harry fingiu não ouvir o menino falando, ainda não se acostumara com a ideia de pensar ver Gina e Dino juntos, por isso de tanta curiosidade fez sinal para que continuassem a ler.


 


Doge deu-lhe palmadas nas costas enquanto o garoto tossia, olhando para tia Muriel com os olhos cheios de lágrimas. Quando recuperou a voz, perguntou:


— Batilda Bagshot mora em Godric's Hollow?


— Ah, sim, há uma eternidade! Os Dumbledore se mudaram para lá depois que Percival foi preso, e ela foi vizinha da família.


— Os Dumbledore moraram em Godric’s Hollow?


 


— Sim Harry, eu já morei em Godric’s Hollow, na verdade eu sugeri que seus pais se escondessem lá, não só por ser uma vila bruxa muito bem protegida, mas também por ser um misto de comunidade trouxa e bruxa. — Confirmou Dumbledore.


 


— Sim, Barry, foi o que acabei de dizer — respondeu tia Muriel irritada.


Harry se sentiu esgotado, vazio. Nem uma vez, naqueles seis anos,


Dumbledore lhe contara que os dois tinham morado e perdido familiares queridos em Godric's Hollow. Por quê? Seus pais teriam sido enterrados perto da mãe e da irmã de Dumbledore? Dumbledore teria visitado seus túmulos e, talvez, passado pelos de Lílian e James a caminho? E jamais contara a Harry... jamais se preocupara em dizer...


E por que era tão importante, Harry não sabia explicar nem para si mesmo, contudo sentia que equivalia a uma mentira não ter mencionado que tinham aquele lugar e aquelas experiências em comum.


 


— Você nunca perguntou nada, Harry. — Disse Dumbledore — Por isso não disse nada.


— Acho que nunca imaginei você mais novo. — Falou Harry


— Quase ninguém imagina. — Falou Teddy.


 


O garoto ficou olhando duro em frente, mal notando o que estava acontecendo ao seu redor, e não percebeu que Hermione se destacara da multidão de convidados, até ela puxar uma cadeira e sentar ao seu lado.


— Simplesmente não consigo dançar mais — ofegou, tirando um dos sapatos e esfregando a sola de um pé. — Rony foi buscar mais cerveja amanteigada. Que coisa estranha, acabei de ver Vítor se afastando enfurecido do pai de Luna, parecia que estiveram discutindo...


 


— Ele acusou o pai da Luna ser um seguidor de Grindelwald, o que acha que ele foi fazer se fosse conversar com o Lovegood. — Falou James sarcástico.


 


— Ela baixou a voz, olhando-o. — Harry, você está bem?


O garoto não sabia por onde começar, mas não fez diferença. Naquele


momento, algo volumoso e prateado atravessou o toldo sobre a pista de dança. Gracioso e reluzente, o lince aterrissou com leveza entre os espantados convidados. Cabeças se viraram, e as pessoas que estavam mais próximas congelaram absurdamente em meio a passos de dança. Então a boca do Patrono se abriu desmesuradamente e ele anunciou na voz alta, grave e lenta de Kingsley Shacklebolt:


— O Ministério caiu. Scrimgeour está morto. Eles estão vindo.


— Que final de capítulo ótimo — Disse com sarcasmo Sirius


— Pois é Almofadinhas — Falou Remus — Terminar um capítulo com uma noticia tão animadora.

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