CAPÍTULO VINTE E NOVE: O DIADE

CAPÍTULO VINTE E NOVE: O DIADE



CAPÍTULO VINTE E NOVE


O DIADEMA PERDIDO


— Eu vou. — Falou Fred II pegando o livro das mãos de Rony — O diadema perdido. — Falou Fred II.


— Finalmente iremos saber onde esse diadema esta. — Falou Hermione.


— Será que o Diadema é mesmo uma Horcrux? — Perguntou Rony.


— Só vamos saber se descobrirmos. — Falou Fred II antes de começar a ler.


— Neville... que... como...?


Mas Neville reconhecera Rony e Hermione e, com berros de alegria, abraçava-os também. Quanto mais Harry olhava o colega, pior ele lhe parecia: tinha um dos olhos inchado, amarelo e roxo, havia marcas fundas em seu rosto e sua aparência de desleixo sugeria que passara um mau bocado. Contudo, suas feições maltratadas irradiavam felicidade quando soltou Hermione e disse mais uma vez:


 


— Como assim, ele levou uma surra? — Perguntou Simas indignado.


— Mas ele estava na escola, como pode estar nesse estado estando na escola? — Perguntou Minerva.


— Com certeza os Sonserinos estão no controle, e eles podem fazer qualquer coisa, não fico surpreso se soubesse que eles andaram espancando os alunos das outras casas. — Falou Rony.


— Mas isso é inadmissível. — Falou Minerva indignada.


— Quando você esta no controle é inadmissível, agora quando Snape esta no controle é uma coisa completamente diferente. — Falou James como se fosse obvio.


Minerva nunca em toda sua vida sentiu tanta raiva de Snape, antes não tinha nenhum motivo para ter raiva dele, tudo bem que o professor tinha seu método de ensino completamente diferente do seu, mas não podia ficar criticando as diferenças das pessoas.


 


— Eu sabia que você viria! Sempre disse ao Simas que era uma questão de tempo!


— Neville, que aconteceu com você?


— Quê? Isso? — Ele menosprezou os ferimentos, sacudindo a cabeça. — Isto não é nada, Simas está pior. Você verá. Vamos andando, então? Ah — ele se virou para Aberforth —, Ab, talvez haja mais umas duas pessoas a caminho.


 


— Ab? — Perguntou Dumbledore confuso.


— É um apelido carinhoso a alguém que nos ajuda. — Falou Elliz.


— O estranho não é o apelido, é a quem esse apelido foi dado, é engraçado. — Falou Dumbledore soltando uma fraca risada.


— Porque é estranho? — Perguntou Molly.


— Porque ele é meu irmão e já é velho, esse apelido parece ser dado a alguém mais jovem, como um adolescente. — Falou Dumbledore ainda rindo fraco, na verdade aquele apelido lembrava seu irmão quando ele ainda era uma criança, na época o irmão não o odiava tanto.


 


— Mais umas duas pessoas? — exclamou Aberforth, em tom ameaçador. — Como assim, mais umas duas pessoas, Longbottom? Há um toque de recolher e um Feitiço Miadura sobre toda a aldeia!


— Eu sei, é por isso que elas estarão aparatando diretamente no bar — respondeu Neville. — Mande-as pela passagem quando chegarem, por favor? Muito obrigado.


Neville esticou a mão para Hermione e ajudou-a a subir no console, e dali para o túnel; Rony seguiu-a e depois Neville; Harry se dirigiu a Aberforth.


— Não sei como lhe agradecer. Você salvou duas vezes a nossa vida.


— Cuide bem delas, então — respondeu Aberforth, ríspido. — Talvez eu não possa salvá-las uma terceira.


 


Não muda nunca. Pensou Dumbledore.


 


Harry subiu no console e entrou no buraco atrás do retrato de Ariana. Havia degraus de pedra lisa do outro lado: a passagem parecia existir há muitos anos. Luminárias de latão pendiam das paredes e o piso de terra estava gasto e sem asperezas; à medida que andavam, suas sombras ondulavam, abrindo-se em leque, pela parede.


 


— Eu não me lembro disso no mapa do maroto. — Falou Rony.


— É porque não tem isso no mapa, eu saberia se tivesse. — Falou Sirius.


— É claro que saberia, você criou o mapa. — Falou Roxanne como se fosse obvio.


 


— Há quanto tempo isso existe? — indagou Rony quando começaram a andar. — Não consta no mapa do maroto, consta, Harry? Pensei que só houvesse sete passagens para entrar e sair da escola, não?


— Eles lacraram todas aquelas antes de começar o ano letivo — respondeu Neville. — Não há a menor chance de se usar nenhuma delas, não com os feitiços que lançaram nas entradas e os Comensais da Morte e dementadores esperando nas saídas. — Ele começou a andar de costas, sorridente, absorvendo a presença dos amigos. — Mas deixa isso para lá... é verdade? Vocês arrombaram o Gringotes? Fugiram montados em um dragão? É o boato que corre, todo o mundo está comentando isso, Terêncio Boot foi espancado por Carrow por berrar isso no Salão Principal na hora do jantar!


— É, é verdade — confirmou Harry. Neville riu com gosto.


— Que foi que vocês fizeram com o dragão?


— Soltamos no mato — disse Rony. — Hermione era a favor de adotá-lo como bicho de estimação...


 


Todos no salão riram do que Rony havia dito, Hermione também riu, mas não antes de dar um tapa no braço do namorado que ainda ria.


— Na minha opinião eu preferia um dragão do que aquele gato. — Falou Rony.


— Falando nisso, o Bichento esta sumido ultimamente, não acham? — Perguntou Hermione.


— Acha mesmo que eu ligo ou não para o sumiço desse gato. — Respondeu Rony como se fosse obvio.


— Ele deve estar procurando uma namorada por ai, ainda bem que ele anda sumido mesmo. — Falou Rose.


— Porque você quer que ele ande sumido? — Perguntou Hermione confuso.


— Porque eu tenho alergia a gatos, mas ele não deve ter percebido que você mudou de dormitório e esta dormindo na sua antiga cama, se aproveitando que a cama esta completamente livre para ele. — Falou Rose tentando acalmar Hermione que já começara a ficar preocupado com o gato.


— Hermione você também poderia ter alergia a gatos, né? — Perguntou Rony para a namorada que soltou um fraco sorriso.


— Rony, até quando você vai continuar a odiar o Bichento? — Perguntou Hermione.


— Não sei, acho que nunca vou gostar daquele gato. — Respondeu Rony dando de ombros.


— Também acho, porque meu pai até depois de velho não gosta do gato. — Falou Rose para Rony e Hermione, o ruivo ao ouvir mencionar ele estar velho franziu as sobrancelhas.


— Seu pai pode até estar velho, na idade, mas na aparência não parece estar tão velho assim, continua bem inteiro em. — Falou Vic.


— Eu já percebi isso, ele ainda me agüenta carregar nas costas. — Falou Rose rindo, durante as férias ela costuma se aproximar bastante do pai, ele as vezes parecia mais crianção do que ela, o que a fazia rir bastante dele, as vezes parecia que os anos de sua vida não havia passado, parecia que ela continuava a viver na época em que o pai sempre a carregava nas costas ou nas vezes em que sempre antes de dormir, ele ia ao quarto dela, e quando a encontrava acordada a fazia rir fazendo suas caretas engraçadas.


— Esta meia pensativa Rose. — Falou Scorpius para a namorada.


A ruiva parecia ter saído daquela época para ir para a época em que ela era apenas uma criança, que tentava a todo custo se tornar adulta com suas atitudes, mas com o pai por perto ser adulta se transformava em ultimo plano.


— É, estava relembrando a infância. — Falou Rose para o namorado.


Fred II vendo que ninguém mais falaria alguma coisa, voltou a ler.


 


— Não exagere, Rony...


— Mas que têm feito? As pessoas andaram dizendo que você estava apenas fugindo, Harry, mas acho que não. Acho que esteve armando alguma coisa.


— Você acertou, mas nos fale sobre Hogwarts, Neville, ficamos sem notícias.


— Tem estado... bem, realmente não parece mais Hogwarts -disse Neville, o sorriso desaparecendo do seu rosto. — Você ouviu falar dos Carrow?


— Os dois Comensais da Morte que estão ensinando aí?


— Eles fazem mais do que ensinar. São responsáveis por toda a disciplina. E gostam de castigar, os Carrow.


— Como a Umbridge?


— Nah, perto dos dois, ela é boazinha. Os outros professores têm ordem de nos mandar para eles quando fazemos alguma coisa errada. Mas não mandam, se puderem evitar. Dá para perceber que eles odeiam os dois tanto quanto nós.


 


— E quem não odiaria, não posso imaginar como é estar ensinando em uma escola que esta nessa situação. — Falou Minerva que não estava gostando nada da nova forma de ensino de Hogwarts que Snape havia implantado.


 


— Ao menos agora temos a chance de mudar tudo isso, impedir que todas essas coisas ruins aconteçam. — Falou Tonks para Minerva que assentiu, Fred II vendo que ninguém falaria mais nada, voltou a ler.


 


"Amico, o cara, ensina o que costumava ser Defesa contra as Artes das Trevas, só que agora é apenas Artes das Trevas. Temos que praticar a Maldição Cruciatus nos alunos que ganharam detenções..."


Quê?


 


— O QUE? — Gritaram todos espantados pelo que acabaram de ouvir, alunos, sendo crianças ou adolescentes sendo torturados sem nenhum motivo, e também não pode existir um motivo que possa causar a tortura de alguém.


Os professores com raiva, fecharam os punhos e olharam para Snape que sustentou o olhar como se não tivesse acabado de ouvir que ele manda professores ensinar alunas a torturar outros alunos, os outros professores de outras matérias nunca em toda suas vidas sentiram tanta raiva do diretor da Sonserina.


Snape pensava que tudo o que estava acontecendo no castelo era culpa de Dumbledore, e o diretor sabia que ele pensava isso, o professor de poções sabia que com certeza estava a mando de Dumbledore de qualquer jeito, sabia muito bem quem mandara a corça, e a mando de quem a pessoa mandara, só não entendia o porque dele ter matado Dumbledore se ele sempre fora fiel ao diretor.


— Isso é horrível, fazer uma coisa tão horrível contra crianças, esses comensais são tudo covardes, eles só sabem fazer essas coisas com pessoas que sabem que não poderia fazer nada para se defenderem, mas quando é com nós adultos que conseguem se defender eles não fazem. — Falou Remo indignado.


— Sim, são todos covardes. — Falou Sirius olhando para Snape que olhava tão frio para ele quando o olhar que recebia do Black.


Teddy olhou para Vic, os dois pensaram na mesma coisa, o que Sirius iria pensar quando soubesse que Snape sempre esteve ajudando Dumbledore, que mesmo depois de tanto tempo da morte de Lily continuou a amar a mulher de cabelos ruivos e por ela concordou em proteger o filho do homem que sempre odiara.


Não tenho certeza, mas achei ter visto uma corça na floresta essa noite, e pelo que eu sei, apenas uma pessoas que continua vivo tem o patrono em forma de uma corça, com certeza padrinho também percebeu isso. Pensou Teddy olhando de canto para Snape, o diretor nem percebeu, já que estava mais preocupado em responder o olhar frio de Sirius.


— Imagine quantas crianças ficaram traumatizadas por essas torturas, são crianças, seres humanos vulneráveis, frágeis que ao invés de estarem aproveitando a escola estão passando por uma coisa dessas. — Falou Arthur.


Harry e Hermione pensavam na mesma coisa, tinham pena de quem era novo no mundo bruxo ou até mesmo na escola, que ao invés de terem um ano letivo divertido como os deles, terem que viver nesse completo pesadelo em um lugar que antes era apenas alegria e comédia.


Fred II vendo que ninguém mais falaria alguma coisa voltou a ler, alguns estavam tão indignados que não sabiam o que falar.


 


As vozes de Harry, Rony e Hermione ecoaram em uníssono pela passagem.


— Isso mesmo — confirmou Neville. — Foi assim que ganhei esse. — Ele apontou para um corte particularmente fundo na bochecha. -Eu me recusei a amaldiçoar. Mas tem gente interessada; Crabbe e Goyle adoram. Primeira vez que são primeiros alunos em alguma coisa, imagino.


 


— Falando em Crabbe e Goyle, quero informar que esses dois alunos e outros que estavam ajudando Umbridge foram presos junto da professora, e quero afirmar a alguns que sei que ficarão surpresos, que não eram apenas Sonserinos, eram alunos de diversas casas que achando estar ajudando Umbridge iriam conseguir passar os anos escolares e achar que assim iriam ser melhores que os outros alunos, e já informo que alunos que cometem crimes como esses, são expulsos da escola e perdem o poder de suas varinhas. — Falou Dumbledore podendo ver muitas pessoas cochicharem umas com as outras sobre o que ele havia acabado de dizer.


 


"Aleto, a irmã do Amico, ensina Estudos dos Trouxas, que é obrigatório para todos. Temos de ouvi-la explicar que os trouxas são animais, idiotas e porcos, e que obrigaram os bruxos a entrar na clandestinidade porque os tratavam com violência, e que a ordem natural está sendo restaurada. Recebi esse outro — ele apontou mais um corte no rosto — porque perguntei qual é a percentagem de sangue trouxa que ela e o irmão têm."


— Caramba, Neville — exclamou Rony —, tem hora e lugar para se fazer gracinhas.


— Você não teve de ouvi-la. Também não teria agüentado. E tem uma coisa, faz bem quando alguém os enfrenta, dá esperança a todos. Eu observei isso quando você se rebelava, Harry.


— Mas eles transformaram você em afiador de facas — comentou Rony, fazendo uma leve careta quando passaram por uma luz e os ferimentos do garoto se sobressaíram mais.


Neville sacudiu os ombros.


 


— Esse menino é masoquista, gosta de sentir dor. — Falou Lila.


Neville estava até mesmo surpreso um pouco, não sabia que um dia teria uma coragem tão grande como essa a ponto de enfrentar um professor depois de ter sido ferido varias vezes.


 


— Não faz mal. Eles não querem derramar muito sangue puro, por isso podem até nos torturar um pouco se formos atrevidos, mas não irão realmente nos matar.


Harry não sabia o que era pior, as coisas que Neville estava contando ou o tom banal com que as contava.


— As únicas pessoas que correm perigo, de fato, são as que têm amigos e parentes criando problemas do lado de fora. Viram reféns. O velho Xeno Lovegood estava fazendo críticas fortes demais n'O Pasquim, então, eles arrancaram Luna do trem quando íamos passar o Natal em casa.


— Neville, ela está bem, nós a vimos.


— É, eu sei, ela conseguiu me mandar uma mensagem.


Ele tirou do bolso uma moeda dourada, e nela Harry reconheceu um dos galeões falsos que os membros da Armada de Dumbledore usavam para trocar mensagens entre si.


 


— Eu não acredito que isso ainda existe. — Falou Hermione rindo baixinho.


— O que é isso? — Perguntou Minerva confusa.


— É umas moedas que eu inventei para podermos nos comunicar sem Umbridge perceber. — Respondeu Hermione.


Os professores e Dumbledore ficaram surpresa pelo que Hermione acabara de dizer, mesmo sendo jovem Hermione tinha varias idéias para ajudar no que precisa para o bem de todos.


 


— Elas têm sido ótimas — disse Neville, sorrindo para Hermione. — Os Carrow nunca sacaram como nos comunicávamos, e ficaram enlouquecidos. Costumávamos sair escondidos à noite e rabiscar nas paredes: Armada de Dumbledore: o recrutamento continua, e outras coisas do gênero, o Snape odiava.


— Vocês costumavam? — perguntou Harry, que reparara no pretérito.


— Bem, com o tempo, foi ficando mais difícil. Perdemos Luna no Natal, Gina não voltou depois da Páscoa e nós três éramos os líderes, por assim dizer. Os Carrow perceberam que eu estava por trás de muitas dessas coisas, então começaram a me pressionar; depois Miguel Corner foi pego soltando um aluno do primeiro ano que tinham acorrentado e foi barbaramente torturado. Isso apavorou as pessoas.


 


Gina mesmo não estando se comunicando a um tempo com Miguel, sentiu pena dele ao saber pelo que ele havia passado por ter tentado ajudar uma pessoa inocente, a preocupação de Gina não passou despercebido por Harry, o moreno pode perceber que estava sentindo ciúmes da namorada, mas entendeu o motivo da preocupação da ruiva, era apenas pena de alguém, e ele também sentiria pena de qualquer pessoa que havia passado por tortura, ele mesmo sabia como era doloroso a dor da maldição.


 


— Não é para menos — resmungou Rony, e nessa hora a passagem começou a subir.


— É, bem, eu não podia pedir às pessoas para suportar o que o Miguel suportou, então, paramos com esses lances. Mas continuamos a lutar, agindo às escondidas, até umas duas semanas atrás. Foi quando eles concluíram que só havia uma maneira de me fazer parar, suponho, e prenderam minha avó.


— Eles fizeram o quê? — exclamaram Harry, Rony e Hermione juntos.


 


Neville sentiu seu coração parar ao pensar que algo ruim pudesse ter acontecido com sua avó, para ele, ela era tudo em sua vida, mesmo tendo seus pais vivos, já perdera as esperanças que seus pais voltassem ao normal, sua avó fazia o papel de pai e mãe, a Neville nunca faltou nada, o menino já recebera conselhos que apenas um pai poderia dar a um menino, as vezes até ficava com vergonha de tirar duvidas com sua avó, e pensar na vida sem sua vó seria o fim para ele, o mesmo que estudar na escola sem seus amigos para estar sempre ao lado dele.


 


— É — disse Neville, ofegando um pouco porque a passagem estava se tornando muito inclinada. — Bem, dá para vocês entenderem o raciocínio deles. O seqüestro de crianças para forçar os parentes a se comportarem tinha dado bons resultados, e suponho que seria apenas uma questão de tempo pensarem em fazer o contrário. Agora -Neville ficou de frente para eles e Harry se surpreendeu com o seu ar risonho —, com a vovó, eles deram uma dentada maior do que cabia na barriga. Uma bruxa velhota morando sozinha, provavelmente acharam que não era preciso mandar ninguém muito poderoso. Enfim — Neville deu uma gargalhada —, Dawlish ainda está no St. Mungus e, vovó, foragida. Ela me mandou uma carta — Neville bateu no bolso do peito das vestes — me dizendo que sentia orgulho de mim, que sou filho dos meus pais e que continue a resistir.


 


Neville não pode deixar de soltar uma fraca risada, sua avó mesmo sendo uma mulher de idade era bem durona, nunca levava desaforo para casa e na opinião dela, não seria uma pessoa comandada por um homem sem nariz que a derrubaria tão fácil, e ela sempre dizia a ele para que ele não segurasse suas opiniões e decisões, que não tivesse medo de dizer o que pensa para as pessoas, dizia para ele, que sua mãe, mesmo estando naquele estado, não se lembrando do próprio filho, sempre estará orgulhoso dele, seja onde a consciência dela estar, e com as palavras da avó, Neville sentia o amor por sua avó e seus pais crescerem cada dia mais, ele as vezes dizia a si próprio que um dia seria tão corajoso quanto seus pais.


Sim, esse menino será tão grande quanto os pais, tenho certeza disso. Pensou Dumbledore vendo os olhos de Neville brilhar, o diretor tinha certeza de que o menino estava pensando nos pais naquele momento.


 


— Legal — disse Rony.


— É — concordou Neville, feliz. — Só tem que quando perceberam que não tinham como me pressionar, resolveram que Hogwarts poderia muito bem passar sem mim. Não sei se estavam planejando me matar ou me mandar para Azkaban; qualquer que fosse o caso, achei que era hora de desaparecer.


— Mas — perguntou Rony, inteiramente desconcertado — não estamos... Não estamos voltando direto para Hogwarts?


 


— Mas eles não estão indo para o castelo? — Perguntou Sirius confuso.


— Se esconder, mas onde? Snape saberia se ele estivesse se escondendo em algum lugar do castelo, afinal ele é diretor da escola no momento, como não saberia? — Perguntou Minerva, a todo momento Minerva ficava cada vez mais surpresa pelas brilhantes maneiras que os jovens tinham em se proteger e proteger seus amigos.


— Snape é diretor por muito pouco tempo, um ano não é tempo suficiente para descobrir todo os esconderijos que existe no castelo, ele não descobriu onde eu estava me escondendo no terceiro ano do Harry, e olha que era um esconderijo bem obvio. — Falou Sirius.


Fred II riu e voltou a ler depois que ninguém mais voltou a falar.


 


— Claro. Você verá. Chegamos.


Eles viraram um canto e logo adiante a passagem terminava. Um pequeno lance de escada levava a uma porta igual a que havia atrás do retrato de Ariana. Neville abriu-a e galgou a escada. Quando o seguia, Harry ouviu o colega gritar para pessoas invisíveis:


— Vejam quem está aqui! Eu não disse a vocês?


Ao emergir da passagem para a sala além, ouviram-se gritos e aplausos... — HARRY!


— É Potter, é POTTER!


— Rony!


— Hermione!


 


— Isso são pessoas os chamando? — Perguntou Parvati.


— Deve ser. — Respondeu Felipe dando de ombros.


 


Harry teve uma impressão confusa de coisas coloridas penduradas, de candeeiros e muitos rostos. No momento seguinte, ele, Rony e Hermione foram engolfados, abraçados, receberam palmadas nas costas, tiveram os cabelos despenteados, as mãos apertadas, aparentemente por umas vinte pessoas: parecia que tinham ganhado uma final de quadribol.


— Ok, ok, calma pessoal! — gritou Neville e, quando o amontoado de gente recuou, Harry pôde observar o ambiente.


 


— Não precisavam bagunçar meu cabelo, ele não precisa de ajuda para estar desarrumado. — Falou Harry passando a mão nos fios escuros e bagunçados.


Gina riu.


— Eu te entendo. — Falou Al fazendo o mesmo movimento de mão nos cabelos que Harry, como o garoto do futuro estava de frente para Harry, Harry sentiu-se como se estivesse de frente para um espelho, vendo uma versão dele sem a cicatriz.


— Al, esta fingindo ser um espelho? — Perguntou James para o irmão que olhou para ele e riu.


— Volte a ler Fred II. — Falou Al para o primo que assentiu e voltou a ler.


 


Não reconheceu a sala. Era enorme e lembrava o interior de uma casa de árvore particularmente suntuosa, ou talvez uma gigantesca cabine de navio. Redes multicoloridas pendiam do teto e de uma galeria que rodeava o cômodo cujas paredes sem janelas eram revestidas de painéis de madeira escura, cobertas de tapeçarias de cores vibrantes. Harry viu o leão dourado da Grifinória sobre o fundo vermelho, o texugo negro da Lufa-Lufa sobre o amarelo e a águia bronze da Corvinal sobre o azul. Só estava ausente o verde e prata da Sonserina. Havia estantes superlotadas, algumas vassouras encostadas nas paredes e, a um canto, um grande rádio com caixa de madeira.


 


— Não conheço esse lugar. — Falou Sirius confuso.


— Nem eu. — Falou Remo também estando confuso.


 


— Onde estamos?


— Na Sala Precisa, é claro! — respondeu Neville. — Desta vez ela foi demais, não? Os Carrow estavam me perseguindo, e eu sabia que só tinha um esconderijo possível: consegui passar pela porta e foi isso que encontrei! Bem, não estava exatamente assim quando cheguei, era bem menor, só tinha uma rede e tapeçarias da Grifinória. Mas se expandiu à medida que mais gente da Armada de Dumbledore foi chegando.


 


— Essa sala precisa nos impressiona cada vez mais. — Falou um dos professores que estavam na mesa dos professores.


— Com certeza. — Concordou Minerva.


 


— E os Carrow não podem entrar? — perguntou Harry, olhando ao redor à procura da porta.


— Não — respondeu Simas Finnigan, que Harry não reconhecera até ouvir sua voz: o rosto do colega estava inchado e roxo. — É um esconderijo de verdade, desde que um de nós esteja sempre presente, eles não podem nos surpreender, a porta não se abrirá. É tudo obra do Neville. Ele realmente saca essa sala. Você tem que pedir exatamente o que precisa... tipo "Não quero que nenhum seguidor dos Carrow possa entrar", e a sala fará isso! Você só tem que garantir que não deixou nenhum furo! Neville é o cara!


 


— Só uma perguntinha, quem mostrou essa sala precisa para vocês? — Perguntou Sirius.


— Um amigo meu, o Dobby, o Elfo que nos ajudou, sabem, eu perguntei a ele se ele conhecia algum lugar que eu pudesse ficar sem Umbridge me achar e que fosse um lugar espaçoso. — Respondeu Harry.


— E como ele conheceu esse lugar? Esta aqui a apenas um ano. — Falou Minerva confusa.


Harry olhou para Hermione que negou minimamente com a cabeça.


— Há bom, ele não me disse como conhecer o lugar, e ele é um elfo, pode aparatar para onde quiser aqui no castelo. — Falou Harry o mais convincente possível.


Fred II percebendo que Minerva perguntaria mais alguma coisa voltou a ler, percebeu que a professora percebeu que Harry não falara a verdade, e que ele não queria mentir mais uma vez para ela.


 


— Na realidade, não tem mistério — disse Neville, modestamente. — Eu já estava aqui fazia um dia e meio, louco de fome, desejei arranjar o que comer e a passagem para o Cabeça de Javali se abriu. Entrei por ela e deparei com Aberforth. Ele tem nos fornecido comida, porque, por alguma razão, essa é a única coisa que a sala não faz.


— É, bem, comida é uma das cinco exceções da Lei de Gamp sobre a Transfiguração Elementar — afirmou Rony, para surpresa geral.


 


— Esta vendo, todo mundo tem seus momentos de inteligência rara. — Falou Rose para Rony que riu e deu de ombros.


 


— E assim estamos nos escondendo aqui há quase duas semanas — informou Simas —, e a sala acrescenta mais redes toda vez que precisamos, e até fez brotar um banheiro muito bom quando as garotas começaram a chegar...


— ... foi quando desejaram muito poder se lavar — acrescentou Lilá Brown, que Harry não havia notado até aquele momento. Agora que reparava melhor o ambiente, reconheceu os rostos de muitos colegas. As gêmeas Patil estavam ali, bem como Terêncio Boot, Ernesto Macmillan, Antônio Goldstein e Miguel Corner.


 


Miguel ao ouvir seu nome soltou um fraco suspiro ao saber que estava junto dos amigos, e não na ala hospitalar onde os Carrow poderia o pegar a qualquer momento, ou ate mesmo outros alunos da Sonserina.


— Eu só não entendi muito bem, só apareceu banheiro depois que as meninas chegaram? E vocês tomavam banho onde? — Perguntou Hermione para Neville e Simas que se olharam e coraram ao pensar na mesma resposta.


— Hermione, é normal esses meninos porcos ficarem sem tomar banho, meus irmãos já ficaram uma semana sem tomar banho. — Falou Elliz indicando Fernando e Felipe que arregalaram os olhos ao ouvir o que a irmã havia dito.


Dominique olhou para Fernando esperando que ele dissesse algo, mas o namorado estava mais preocupado em fazer cara feia para a irmã que ria da cara dos dois.


— Olha que mentira Elliz. — Falou Felipe para a irmã que ria.


— Desculpe, é mentira mesmo, mas foi muito engraçado. — Falou Elliz ainda rindo a lembrar a cara que eles haviam feito.


— Eu vou jogar você dentro de um pântano e você vai ver quem é a porca, Fiona. — Falou Fernando para a irmã que parou de rir instantaneamente.


— Você não seria louco de fazer isso. — Falou Elliz para o irmão.


— É ele não faria isso mesmo. — Falou Dominique cutucando o namorado por baixo da mesa, o menino sentiu a menina cutucar sua perna e teve que se segurar para não ter pulado do banco, olhou para ela e a mesma estava com uma cara feia.


Viu ela mover os lábios em uma frase.


— Fica quieto.


Elliz depois disso não falou mais nada para os irmãos, e nem os irmãos falou algo para ela, Fred II vendo que ninguém mais falaria algo, voltou a ler.


 


— Mas contem o que vocês andaram fazendo — pediu Ernesto — são muitos os boatos que correm e temos procurado nos manter informados sobre vocês pelo Observatório Potter. — Ele apontou para o rádio. — Vocês não arrombaram o Gringotes?


— Arrombaram! — confirmou Neville. — E o dragão também é verdade!


Ouviram-se breves aplausos e alguns gritos; Rony fez uma reverência.


 


Todos riram da atitude de Rony no livro.


— Temos que aproveitar as oportunidades da vida. — Falou Rony rindo também.


 


— Que estavam procurando? — perguntou Simas, ansioso. Antes que alguém pudesse desviar a pergunta com outra, Harry sentiu uma dor terrível e causticante na cicatriz. Ao se virar rapidamente de costas para os rostos curiosos e extasiados, a Sala Precisa desapareceu, e ele se viu parado no interior de um casebre de pedra, em ruínas, as tábuas podres do soalho arrancadas aos seus pés, uma caixa de ouro desenterrada aberta e vazia ao lado de um buraco, e o berro de fúria de Voldemort vibrou em sua cabeça.


 


— Ele esta atrás do anel. — Falou Dumbledore que já havia estado no casebre.


— Tinha essa caixinha? — Perguntou Tonks para Dumbledore que assentiu e fez sinal para que Fred II voltasse a ler.


 


Com enorme esforço, ele se retirou da mente de Voldemort e voltou ao lugar em que estava, na Sala Precisa, oscilando, o suor porejando em seu rosto e Rony sustentando-o em pé.


— Você está bem, Harry? — Ele ouviu Neville perguntar. — Quer se sentar? Imagino que esteja cansado, não...?


— Não — respondeu Harry. Ele olhou para Rony e Hermione, tentando lhes comunicar, mudamente, que Voldemort acabara de descobrir a perda de uma de suas Horcruxes. O tempo estava se esgotando depressa: se Voldemort decidisse visitar Hogwarts em seguida, eles perderiam sua oportunidade — Temos que ir andando. —  Falou, e as expressões dos colegas revelaram compreensão.


— Que vamos fazer, então, Harry? — perguntou Simas. — Qual é o plano?


 


— Que plano? — Perguntou Harry confuso.


— Não estão planejando se colocar contra Snape e os Carrow, estão? — Perguntou Minerva confusa.


— Vamos ler para descobrir. — Falou Fred II voltando a ler.


 


— Plano? — repetiu Harry. Ele estava exercendo toda a sua força de vontade para não se deixar sucumbir à fúria de Voldemort: sua cicatriz continuava a queimar. — Bem, tem uma coisa que nós, Rony, Hermione e eu, precisamos fazer, e depois temos que sair daqui.


Ninguém mais estava rindo nem aplaudindo. Neville pareceu aturdido.


— Como assim "sair daqui"?


 


— Eles acharam que entramos no castelo para iniciar uma guerra contra Snape. — Falou Harry.


— Eu não perderia a chance e tentaria ao menos matar o Snape. — Falou Sirius dando de ombros.


— Sirius, acha mesmo que eu perderia meu tempo indo atrás de Snape, sabendo que Voldemort estava cada vez mais perto de me pegar? — Perguntou Harry como se fosse obvio.


— É, você tem razão, mas eu tentaria. — Falou Sirius dando de ombros.


— O que temos que fazer é achar as Horcrux. — Falou Hermione.


— Mas poderíamos ajudar. — Falou Simas.


— Entenda uma coisa, o Harry recebeu ordens de Dumbledore, e essas ordens dizia não contar das Horcrux a ninguém, apenas para mim e para a Hermione, vocês acham mesmo que o Harry contaria as ordens que recebeu de Dumbledore para vocês? Tipo, não é que ele tenha algo contra vocês, mas é que para contar, ele teria que quebrar uma das ordens de Dumbledore que não era contar para mais ninguém. — Explicou Rony.


— Se fosse mesmo para o Harry contar a vocês sobre as Horcrux, eu e o Rony teríamos que implorar para ele falar para vocês. — Falou Hermione — Porque, convencer o Harry de uma coisa não é fácil não em, eu já sofri varias vezes tentando colocar algo na cabeça desse ai. — Falou Hermione apontando para Harry que riu.


— E você acha que é fácil ter que ler um monte de livros na biblioteca, até mesmo invadir a biblioteca no meio da noite eu fiz por você, isso no primeiro ano. — Falou Harry para a amiga que deu de ombros.


— Então era você? — Perguntou Minerva para Harry.


— Eu o que? — Perguntou Harry confuso.


— Era você que o Filch disse saber estar andando na biblioteca na sessão restrita no meio da noite. — Respondeu Minerva para o aluno que ficou com as bochechas levemente rosadas.


— Bom, foi né, mas foi a Hermione que mandou. — Falou Harry colocando a culpa na amiga.


— Não jogue a culpa em mim não, precisávamos saber quem era Nicolau Flamel. — Falou Hermione em sua própria defesa.


— E no final a resposta sobre Nicolau Flamel estava em um sapo de chocolate. — Falou Rony rolando os olhos de Teddy — Volte a ler antes que Hermione diga algo. — Falou Rony vendo que a namorada iria dizer algo, mas desistiu quando ouviu Fred II voltar a ler.


 


— Não viemos para ficar — respondeu Harry, esfregando a cicatriz, tentando suavizar a dor. — Tem uma coisa importante que precisamos fazer...


— Que é?


— Eu... eu não posso dizer.


Seguiram-se murmúrios de desagrado a essa notícia: as sobrancelhas de Neville se contraíram.


— Por que não pode nos dizer? É alguma coisa ligada à luta contra Você-Sabe-Quem, certo?


 


— Eles vão insistir em saber. — Falou Harry revirando os olhos.


 


— Bem, é...


— Então nós o ajudaremos.


Os outros membros da Armada de Dumbledore assentiram, alguns entusiasticamente, outros solenemente. Uns dois se levantaram de suas cadeiras para demonstrar sua disposição de agir imediatamente.


— Você não está entendendo. — Pareceu-lhe ter repetido aquilo muitas vezes nas últimas horas. — Nós... Nós não podemos dizer. Temos que fazer isso... Sozinhos.


— Por quê? — perguntou Neville.


 


— Ta parecendo minha mãe quando quer saber de algo. — Falou Gina recebendo um olhar de repreensão da mãe, a ruiva não pode deixar de rir diante o olhara da mãe que estava sentada ao lado do marido.


 


— Porque... — Em seu desespero para começar a procurar a Horcrux restante, ou, pelo menos, ter uma conversa particular com Rony e Hermione para decidir por onde começar a busca, Harry teve dificuldade em pensar. Sua cicatriz ainda queimava. — Dumbledore nos encarregou de uma tarefa, que não devíamos comentar... quer dizer, ele queria que a fizéssemos, só nós três.


— Nós somos a Armada dele — insistiu Neville. — A Armada de Dumbledore. Estivemos todos unidos nisso, temos continuado a resistir enquanto vocês três estiveram lá fora sozinhos...


— Não tem sido exatamente um piquenique, colega — disse Rony.


 


— Foi estranho o jeito que você falou agora. — Falou Hermione rindo.


— Como assim? — Perguntou Rony confuso.


Não tem sido exatamente um piquenique, colega. — Falou Hermione fazendo uma careta e tentando imitar a voz do namorado, as pessoas que estavam em volta riram da tentativa dela de imitar uma voz masculina.


 


— Eu nunca disse que foi, mas não vejo por que não podem confiar na gente. Todos nesta Sala estiveram lutando e acabaram aqui porque estavam sendo caçados pelos Carrow. Todos aqui provaram sua lealdade a Dumbledore, lealdade a você.


— Escute — começou Harry, sem saber o que ia dizer, mas não importava: a porta do túnel acabara de abrir às suas costas.


— Recebemos sua mensagem, Neville! Olá, vocês três, achamos que deviam estar aqui!


Eram Luna e Dino. Simas deu um urro de prazer e correu a abraçar o seu melhor amigo.


— Oi, pessoal! — cumprimentou Luna, feliz. — Ah, que ótimo estar aqui de novo!


 


— Agora vai ser mais difícil de explicar. — Falou James rindo fracamente.


 


— Luna — disse Harry, perturbado —, que está fazendo aqui? Como foi...?


— Pedi a ela para vir — respondeu Neville, mostrando o galeão falso. — Prometi a ela e a Gina que, se você voltasse, eu avisaria. Todos pensamos que a sua volta significaria realmente uma revolução. Que íamos derrubar Snape e os Carrow.


— Claro que é isso que significa — confirmou Luna, animada — Não é, Harry? Vamos expulsá-los de Hogwarts à força?


 


— Luna esta louca ou só eu achei isso? — Perguntou Harry.


— Foi a companhia da Gina que a levou para o mal caminho. — Falou Rony levando um chute da irmã por baixo da perna, já que ela estava de frente para ele, com Harry do lado, o moreno riu e acabou por ter levado um tapa no braço da namorada, causando risos em Rony.


 


— Escutem — disse Harry, com uma crescente sensação de pânico. — Sinto muito, mas não foi para isso que voltamos. Tem uma coisa que precisamos fazer e depois...


— Vocês vão nos deixar nessa confusão? — quis saber Miguel Corner.


— Não! — protestou Rony. — O que estamos fazendo vai acabar beneficiando todo mundo, estamos tentando nos livrar de Você-Sabe-Quem...


— Então nos deixe ajudar! — exclamou Neville, irritado. — Queremos participar!


Houve novo ruído atrás deles, e Harry se virou. Seu coração pareceu parar: Gina vinha agora passando pelo buraco na parede, seguida de perto por Fred, Jorge e Lino Jordan. Gina deu a Harry um sorriso radiante: ele tinha esquecido ou, então, nunca apreciara realmente como era bonita, mas nunca sentira menos satisfação em vê-la.


 


— É agora que ele não vai conseguir dizer nada mesmo. — Falou Jorge rindo do cunhado.


Agora tudo esta ferrado de vez. — Sussurrou Harry.


 


— Aberforth está ficando meio rabugento — comentou Fred, acenando em resposta aos vários gritos de saudação. — Ele quer dormir, e aquilo virou uma estação de trem.


O queixo de Harry caiu. Logo atrás de Lino Jordan vinha sua antiga namorada, Cho Chang. Ela sorriu.


 


Harry preferiu não ver a feição de irritada que Gina sustentava no rosto, olhou para frente, estando de frente para Hermione, viu a amiga segurando a risada.


Por outro lado, Gina não conseguiu deixar de perceber que Cho sustentava um radiante e convencido sorriso no rosto, não se agüentando ela direcionou sua mão por baixo da mesa e beliscou a coxa do namorado, como em uma tentativa de descontar sua raiva, o moreno ao sentir a dor em sua coxa colocou sua mão por cima da dela, a ruiva assim que sentiu a mão dele por cima da sua deixou de lado o beliscão, olhou para o lado esperando que ele olhasse também, e foi o que ele fez, o moreno tomando iniciativa própria entrelaçou seus dedos nos dela, ainda deixando suas mãos que estavam juntas em cima de sua própria coxa.


Segundos depois Gina deu de ombros, percebeu que ela não tinha que dizer nada quanto a Harry ter namorado Cho, afinal ela namorou Dino, e o melhor ainda é que depois de receber o livro Harry perdeu seu interesse em Cho.


— É, outra coisa que se pode mudar na sua vida, olha como o meu pai quer te ajudar. — Falou James rindo para Harry.


James olhou em direção de Cho e percebeu ela fazer uma cara feia para ele.


— Eu não tenho medo de você, cara feia para mim é fome. — Falou James não ligando se estava toda a escola ali ou não.


 


— Recebi a mensagem — disse ela, erguendo o seu galeão falso, e atravessou a sala para se sentar ao lado de Miguel Corner.


— Então, qual é o plano, Harry? — perguntou Jorge.


— Não há nenhum — respondeu Harry, ainda desorientado pela repentina aparição de tanta gente, incapaz de apreender tudo aquilo, enquanto sua cicatriz continuava a queimar barbaramente.


— Vai improvisar à medida que formos indo, é isso? É o que mais gosto — comentou Fred.


— Você tem que fazer isso parar! — disse Harry a Neville. — Para que chamou todos de volta? Isto é uma insanidade...


— Vamos lutar, não é? — perguntou Dino, tirando do bolso o galeão falso. — A mensagem dizia que Harry tinha voltado e que íamos lutar! Mas vou precisar de uma varinha...


 


— Mas vocês não deviam ter feito isso, se precipitaram ao dizer ao monte de gente que chegamos para lutar, não havíamos dito nada. — Falou Hermione.


—  E como você vai para um lugar, sabendo que irá duelar sem varinha? — Perguntou Simas para Dino que riu e deu de ombros.


 


— Você não tem varinha...? — começou Simas.


Rony virou-se subitamente para Harry.


— Por que eles não podem ajudar?


— Quê?


— Eles podem ajudar. — Ele baixou a voz para que ninguém mais pudesse ouvir, exceto Hermione, que estava entre os dois. — Não sabemos onde a coisa está. Precisamos encontrá-la depressa. Não temos que dizer a eles que é uma Horcrux.


Harry olhou de Rony para Hermione, que murmurou:


— Acho que Rony tem razão. Nem sabemos o que estamos procurando, precisamos deles. — E, ao ver que Harry parecia em dúvida: — Você não tem que fazer tudo sozinho.


 


— As vezes parece que vocês dois planejam estar contra mim. — Falou Harry para os dois melhores amigos que deu de ombros e soltaram fracas risadas.


 


O garoto pensou depressa, sua cicatriz ainda formigando, seu coração ameaçando rachar outra vez. Dumbledore o alertara para não falar sobre as Horcruxes a quem quer que fosse, exceto Rony e Hermione. "Segredos e mentiras, foi assim que fomos criados, e Alvo... tinha um pendor natural..." Estaria virando um Dumbledore, guardando os segredos só para si, com medo de confiar? Mas Dumbledore confiara em Snape, e a que isso levara? A morte no topo da torre mais alta...


— Está bem — disse, em voz baixa, para os dois. — Ok. — dirigiu-se aos que estavam na sala, e todo o barulho cessou. Fred e Jorge que contavam piadas para divertimento dos que estavam mais próximos se calaram, e todos olharam atentos, nervosos.


 


— Nos viramos por um minuto e Fred e Jorge já começam a contar piada, vocês não cansam não? — Perguntou Hermione para os gêmeos que se olharam.


— Não, não nos cansamos de contar piadas. — Respondeu Fred.


— Do mesmo jeito que você não cansa de ir até a biblioteca e ficar lendo aqueles livros empoeirados diversas vezes. — Falou Jorge dando de ombros, Hermione sorriu fracamente e fez sinal para que Fred II voltasse a ler.


 


— Tem uma coisa que precisamos encontrar — começou Harry. — Uma coisa... uma coisa que nos ajudará a derrubar Você-Sabe-Quem. Está aqui em Hogwarts, mas não sabemos onde. Talvez tenha pertencido a Ravenclaw. Alguém já ouviu falar de um objeto assim? Alguém já topou com algum objeto com uma águia gravada, por exemplo?


 


— Não é como se nós topasse com alguma coisa preciosa assim, de uma hora para a outra. — Falou Lysa como se fosse obvio.


 


Ele olhou esperançoso para o pequeno grupo de alunos da Corvinal, para Padma, Miguel, Terêncio e Cho, mas foi Luna quem respondeu, empoleirada no braço da poltrona de Gina.


— Bem, tem o diadema perdido. Falei dele para você, lembra, Harry? O diadema perdido de Ravenclaw? Papai está tentando duplicar.


— É, mas o diadema perdido — comentou Miguel Corner, virando os olhos para o teto — está perdido, Luna. Essa é justamente a questão.


— Quando foi perdido? — perguntou Harry.


— Dizem que há séculos — informou Cho, e Harry sentiu desânimo. — O professor Flitwick diz que o diadema desapareceu com a própria Ravenclaw. As pessoas têm procurado, mas — e ela apelou para os colegas da Casa — ninguém encontrou o menor vestígio, não foi?


 


— As coisas não mudaram de situação, continuamos sem saber de nada, com ou sem ajuda de outras pessoas, não é que eu esteja dizendo que ajuda de vocês não valem nada, mas é que da até um desanimo saber que vocês não tem nenhuma ideia. — Falou Harry para os amigos que assentiram.


 


Todos sacudiram a cabeça confirmando.


— Desculpem, mas o que é um diadema? — perguntou Rony.


— É uma espécie de coroa — explicou Terêncio Boot. — Acreditava-se que o da Ravenclaw tinha propriedades mágicas, ampliava a sabedoria de quem o usava.


— Isso, os sifões dos zonzóbulos do papai...


Mas Harry interrompeu Luna.


— E nenhum de vocês nunca viu nada parecido?


Todos tornaram a sacudir a cabeça. Harry olhou para Rony e Hermione e viu o próprio desapontamento espelhado no rosto deles. Um objeto que se perdera havia tanto tempo, e aparentemente sem deixar vestígio, não parecia um bom candidato a Horcrux escondida no castelo, porém, Cho retomou a palavra.


— Se você quiser ver que aparência acreditam ter o diadema, eu posso levá-lo à nossa sala comunal e lhe mostrar, Harry. Ravenclaw foi esculpida usando-o.


 


Gina ao ouvir aquilo apertou o abraço entre sua mão e a mão de Harry, não estava gostando nada daquela ideia, Cho poderia tentar se aproveitar de Harry enquanto iam até o salão comunal da Corvinal.


Cho continuava com seu sorriso de vitoriosa, Harry olhou feio para ela, mas ela continuou com aquele maldito sorriso, Harry agradeceu por saber agora quem realmente era Cho Chang.


— Isso não vai dar certo. — Falou Al.


Já até sabia o modo como sua mãe iria reagir a aquela ideia, provavelmente Elliz iria reagir da mesma forma.


 


A cicatriz de Harry queimou outra vez: por um momento a Sala Precisa flutuou à sua frente, e em seu lugar ele viu a terra escura deslizando sob os pés e sentiu a enorme cobra enrolada em seus ombros. Voldemort estava voando outra vez, fosse para o lago subterrâneo fosse para ali, para o castelo, ele ignorava, mas tanto fazia, quase não restava tempo.


— Ele está viajando — disse, em voz baixa, para Rony e Hermione. Harry olhou para Cho e tornou a olhar para os amigos. — Escutem, sei que não é uma grande pista, mas vou dar uma espiada na estátua, para saber ao menos que aparência tem o diadema. Me esperem aqui e segurem, sabem... a outra... bem segura.


Cho se erguera, mas Gina disse meio agressiva.


— Não, Luna levará o Harry, fará isso, não, Luna?


 


Luna arregalou os olhos, mas acabou por rir do medo de Gina em deixar Harry e Cho sozinhos, olhou para a amiga e viu que ela estava com as bochechas levemente rosadas.


— É pra isso que serve as amigas. — Falou Gina dando de ombros, a ruiva não deixou de piscar para Luna que piscou para ela em resposta também.


Ciumenta. — Sussurrou Harry para Gina que ficou corada levemente.


Engraçadinho. — Sussurrou Gina em resposta.


 


— Aaah, claro, com todo prazer — respondeu ela, alegremente, e Cho tornou a se sentar, desapontada.


— Como saímos? — perguntou Harry a Neville.


— Por aqui.


Ele levou Harry e Luna para um canto, onde um pequeno armário se abria para uma escada íngreme.


— Surge a cada dia em um lugar diferente, por isso, nunca conseguiram encontrá-la. O único problema é que nós nunca sabemos exatamente onde vamos parar quando saímos. Cuidado, Harry, há sempre patrulhas nos corredores à noite.


— Tudo bem. Vemos vocês daqui a pouco.


 


— Tomara que ninguém encontre eles. — Falou Molly preocupada novamente.


 


Ele e Luna subiram correndo a escada, que era longa, iluminada por archotes e fazia curvas inesperadas. Por fim, chegaram ao que lhes pareceu uma parede maciça.


— Entre aqui embaixo — disse Harry a Luna, apanhando a Capa da Invisibilidade e atirando-a sobre os dois. Deu, então, um empurrãozinho na parede.


Ela se dissolveu ao seu toque e os dois saíram depressa: Harry olhou para trás e viu que a parede tornara a se fechar imediatamente. Achavam-se em um corredor escuro; Harry puxou Luna de volta às sombras, procurou na bolsa pendurada ao seu pescoço e encontrou o mapa do maroto. Segurando-o junto ao nariz, procurou e localizou os pontinhos dele e de Luna.


— Estamos no quinto andar — sussurrou, observando Filch se afastar deles, um corredor à frente. — Vamos, é por aqui.


 


— Ainda bem que ele esta longe com aquela maldita gata. — Falou Lorcan que varias vezes já fora pego pela gata.


 


Saíram, então, andando furtivamente.


Harry rondara à noite pelo castelo muitas vezes, mas nunca seu coração batera tão rápido, nunca tanta coisa dependera de passar ileso por esses corredores. Atravessando quadrados de luar no piso, passando por armaduras cujos elmos rangiam ao som dos seus passos abafados, dobrando quinas sem saber o que encontrariam do outro lado, Harry e Luna prosseguiram, verificando o mapa do maroto sempre que havia luz suficiente, parando duas vezes para deixar um fantasma passar sem atrair sua atenção para eles. Ele esperava encontrar um obstáculo a qualquer momento; seu maior receio era o Pirraça, e apurava os ouvidos a cada passo para identificar os primeiros sinais da aproximação do poltergeist.


— Por aqui, Harry — sussurrou Luna, puxando a manga dele em direção a uma escada circular.


Subiram em círculos apertados e estonteantes; Harry nunca estivera ali antes. Finalmente, chegaram a uma porta. Não tinha maçaneta nem fechadura: nada, exceto uma tábua lisa de madeira envelhecida e uma aldraba de bronze em forma de águia.


 


— A maneira de entrar no salão comunal da Corvinal é a mais difícil do castelo. — Falou Minerva.


— É sério? — Perguntou Harry para a professora que assentiu.


 


Luna esticou a mão pálida, que parecia a de um fantasma flutuando no ar, desligada de braço ou corpo. Ela bateu uma vez, e, no silêncio, a batida pareceu a Harry um tiro de canhão. Imediatamente o bico da águia se abriu, mas, em vez do grito do pássaro, uma voz suave e musical perguntou:


— O que veio primeiro, a fênix ou a chama?


— Humm... que acha, Harry? — perguntou Luna, pensativa.


 


— O que? Não tem uma senha? — Perguntou Rony surpreso.


— Não, você tem que responder algo para poder entrar. — Respondeu Lysa.


— Imagine se nós dois estivéssemos na Corvinal, Neville, ficaríamos para fora 24 horas. — Falou Rony para Neville que assentiu e riu.


 


— Quê? Não tem uma senha?


— Ah, não, você tem que responder a uma pergunta.


— E se você errar?


— Bem, aí terá que esperar até alguém acertar — disse Luna. — Assim, você aprende, entende?


 


— Mas Luna, não podemos ficar esperando que alguém apareça. — Falou Harry para a amiga.


 


— É... o problema é que não podemos realmente nos dar o luxo de esperar por mais ninguém, Luna.


— Não, entendo o que você quer dizer — respondeu Luna, séria. — Bem, então, acho que a resposta é que um círculo não tem princípio.


 


— Uma ótima resposta. — Falou Dumbledore para Luna que sorriu e assentiu.


 


— Bem pensado — disse a voz, e a porta se abriu.


A deserta sala comunal da Corvinal era ampla e circular, mais arejada do que qualquer outra que Harry já vira em Hogwarts. Graciosas janelas em arco pontuavam as paredes, ladeadas por repos-teiros de seda azul e bronze; de dia, os alunos deviam ter uma vista espetacular das montanhas ao redor. O teto era abobadado e pintado com estrelas que se repetiam também no carpete azul-escuro. Havia mesas, poltronas e estantes e, em um nicho na parede oposta à porta, uma alta estátua de mármore branco.


Harry reconheceu Rowena Ravenclaw pelo busto que vira na casa de Luna. A estátua se erguia ao lado de uma porta que provavelmente levava aos dormitórios no andar de cima. Harry se dirigiu à mulher de mármore, que pareceu fitá-lo com um meio sorriso intrigado no rosto belo, mas levemente intimidante. Um diadema de aspecto delicado fora reproduzido, em mármore, no topo de sua cabeça. Não era muito diferente da tiara que Fleur usara em seu casamento. Nesta havia dizeres mínimos gravados. Harry saiu de baixo da capa e subiu no pedestal de Ravenclaw para lê-las.


 


— O espírito sem limites é o maior tesouro do homem. — Falou Luna que tinha as palavras decoradas na cabeça, desde pequena ela tinha essa frase na cabeça decorada.


 


— "O espírito sem limites é o maior tesouro do homem."


— O que faz de você um pobre de espírito — disse uma voz aguda. Harry virou-se, e deslizou do pedestal para o chão. O vulto de ombros caídos de Aleto Carrow estava parado ali; no mesmo instante em que Harry erguia a varinha, ela pressionou com o dedo curto o crânio com a serpente, marcado a fogo em seu braço.


 


— Meu Merlin, as coisas vão ficar feias. — Falou Tonks.


— Acabou, quem quer ler? — Perguntou Fred II.


(Autora aqui: Mais uma vez eu tentei fazer mais falas do que nos capítulos anteriores, espero que tenham gostado :D)


 

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Comentários (2)

  • AnnyChase

    Muito demais esse capitulo... Sei lá, nem sei o que comentar. Rsrsrs, mas a Gina com ciúmes da Cho foi demais. Eu simplesmente odeio a Chang. Uma vaca chorona!

    2013-05-19
  • Clenery Aingremont

    Quero ver como vai ser agora =)

    2013-05-18
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