CAPITULO SEIS: O VAMPIRO DE PI

CAPITULO SEIS: O VAMPIRO DE PI



— Quem vai querer ler? — Perguntou Dumbledore.


 


— Eu vou. — Respondeu Hermione pegando o livro das mão de Dumbledore.


 


O choque de perder Olho-Tonto pairou sobre a casa nos dias que se seguiram; Harry continuou na expectativa de vê-lo entrar mancando pela porta dos fundos, como os demais membros da Ordem que iam e vinham para transmitir notícias. Ele sentiu que nada, a não ser a ação, aliviaria seus sentimentos de culpa e pesar, e que deveria partir em missão para encontrar e destruir as Horcruxes, assim que possível.


 


— O que são Horcrux? — Perguntou Dino.


 


— É um objeto que guarda a alma de alguém. — Respondeu Rose.


 


— E porque o Harry tem que procurar essas tais Horcrux? — Perguntou Molly preocupada.


 


— Porque Dumbledore deixou essa missão para apenas ele antes de morrer. — Respondeu Teddy.


 


— Só pra ele? E a Ordem? — Perguntou Sirius.


 


— Bom, não foi só pra ele, para Rony e Hermione também, e a Ordem não sabe de nada. — Respondeu Vic.


 


— Como assim você da uma missão dessas para três adolescentes de 17 anos, eles podem ser mortos. — Falou Sirius.


 


— Mas a boa noticia é que eles estão vivos, vamos continuar a leitura. — Falou Dumbledore querendo não prolongar o assunto.


 


— Bem, você não pode fazer nada a respeito das... — Rony enunciou a palavra Horcruxes — até fazer dezessete anos. Ainda tem o rastreador. E podemos planejar aqui tão bem quanto em qualquer outro lugar, não? Ou — a voz dele virou um sussurro — já tem idéia de onde estão as você-sabe-o-quê?


 


— Rony, você tem medo de falar o nome de um objeto? — Perguntou Harry


 


— Não. Devo estar com medo de alguém ouvir, isso sim. — Respondeu Rony


 


— Ok. — Falou Harry encerrando o assunto.


 


— Não — admitiu Harry.


 


— Não sabendo onde está o que se procura o que dificulta as coisas. — Falou Sirius.


 


— Acho que a Hermione tem feito umas pesquisas. Ela me disse que estava guardando os resultados para quando você chegasse.


 


— Me diz quando a Hermione não está fazendo pesquisas, ate quando não precisa. — Falou Rony.


 


— É melhor se prevenir. — Falou Hermione.


 


Os dois estavam sentados à mesa do café da manhã; o Sr. Weasley e Gui tinham acabado de sair para o trabalho, a Sra. Weasley subira para acordar Hermione e Gina, e Fleur fora tomar banho.


— O rastreador perderá a validade no dia trinta e um — disse Harry. — Isto significa que só preciso ficar aqui mais quatro dias. Depois eu posso...


— Cinco dias — Rony corrigiu-o com firmeza. — Temos que ficar para o casamento. Eles nos matarão se não estivermos aqui.


 


— Que casamento? — Perguntou Molly animada.


 


— Gui e Fleur. — Respondeu Teddy.


 


Molly deixou um largo sorriso aparecer em seus lábios.


 


Harry entendeu que o "eles" se referia a Fleur e a Sra. Weasley.


 


— Mamãe mataria vocês se não estivessem lá. —Falou Fred.


 


— Com certeza. — Falou Gui.


 


— É só mais um dia — disse Rony, quando Harry pareceu se rebelar.


— Será que não compreendem como é importante...?


— Claro que não — respondeu Rony. — Não fazem a menor idéia. E agora que você tocou nesse assunto, eu queria mesmo esclarecer umas coisas.


 


— Vamos saber o que eles tanto falam quando estão se metendo em confusão. — Falou Gina.


 


Rony olhou para a porta que abria para o corredor a ver se a Sra. Weasley já estava voltando, depois se curvou para Harry.


— Mamãe esteve tentando extrair informações de Hermione e de mim: vamos viajar para o quê. Você será o próximo, portanto prepare-se. Papai e Lupin também perguntaram, mas, quando respondemos que a recomendação de Dumbledore foi para você não comentar com ninguém exceto nós dois, eles não insistiram. Mas a mamãe, não. Ela é decidida.


 


— Mamãe também é assim, pena que eu nunca consegui mentir pra ela, por isso que da raiva ser parecido tanto com papai. — Falou Al.


 


— Também nunca consegui mentir pra ela. — Falou James.


 


— E você Lily? Já tentou mentir pra mamãe? — Perguntou Al sorrindo maroto.


 


— Nunca precisei. — Respondeu Lily.


 


— Há... Esqueci, ninguém nunca desconfiaria da princesinha do papai. — Falou James rindo.


 


— Cala a boca James. — Falou Lily irritada.


 


— Você gosta de atentar a sua irmão em, deixa ela em paz. — Falou Rose a James.


 


— O que você tá falando Rosinha, mesmo sendo a mais velha continua sendo a menininha do papai. — Falou Hugo rindo.


 


— Hugo cuida da sua vida. — Falou Rose brava.


 


— Volta logo a ler antes que eles comecem a se bater. — Falou Lorcan.


 


As previsões de Rony se confirmaram algumas horas mais tarde. Pouco antes do almoço, a Sra. Weasley afastou Harry dos outros, pedindo-lhe para identificar um pé de meia sem par que talvez tivesse caído da mochila dele.


 


— A mamãe tem mais criatividade pra nos afastar das pessoas. — Falou Cath.


 


Scorpius concordou.


 


Assim que o encurralou na despensa mínima ao lado da cozinha, ela começou:


— Rony e Hermione estão achando que vocês três vão deixar Hogwarts — começou ela em um tom leve e informal.


 


— E sempre assim: começa calmo e depois só piora. — Falou Fernando.


 


— Ah — respondeu Harry. — Ah, é. Vamos.


O par apareceu sozinho no canto, saindo de um colete que parecia ser do Sr. Weasley.


— Posso perguntar por que vocês vão abandonar sua educação?


— Bem, Dumbledore me deixou... umas coisas para fazer — murmurou Harry. — Rony e Hermione sabem disso, e querem vir comigo.


— Que tipo de "coisas"?


— Desculpe, mas não posso...


 


— Vai começar. — Falou Gina já prevendo.


 


— Ora, francamente, acho que Arthur e eu temos o direito de saber, e tenho certeza de que o Sr. e a Sra. Granger concordariam comigo! — retrucou a Sra. Weasley. Harry receara a estratégia dos "pais preocupados". Fez força para encarar a senhora nos olhos, reparando, ao fazer isso, que eles tinham exatamente o mesmo tom de castanho dos de Gina. Isso não ajudou nem um pouco.


 


— Olha o Harry está apaixonado — Falou em tom de brincadeira Sirius


 


— Eu também brincaria Sirius — Falou Jorge


 


— Mas ele está apaixonado pela nossa irmãzinha — Completou Fred


 


— Ah claro, se fosse minha irmã, eu também não brincaria. Mas eu não podia perder essa. — Falou Sirius.


 


— Irmãzinha, vocês não acham que ela é grande o bastante para precisar desse monte guarda costa? — Perguntou Elliz.


 


— Ela só tem 14. — Falou Gui.


 


— Ela tem 14 aqui, mas no livro ela já vai fazer 16, tem idade o bastante para se defender sozinha. — Contestou Elliz.


 


Muitos ali ficaram impressionados com as palavras de Elliz, mas não queriam concorda com ela, principalmente os Weasley.


 


— Sabe por que ela é assim? Porque mamãe deu muita liberdade a ela. — Falou Felipe.


 


— Sou grandinha o bastante para cuidar de mim mesma, não preciso que meus irmão virem meus guarda-costas e fiquem me observando. — Falou Elliz.


 


— Tinha que ser filha do Carlinhos. — Falou Rony.


 


— É ele que ensina isso a ela. — Falou Miguel.


 


— Volta a ler logo se não a Elliz não vai mais parar de falar. — Falou Al.


 


— Cuida da sua vida Alvo. — Falou Elliz brava.


 


Todos do futuro arregalaram os olhos.


 


— Você falou Alvo? — Perguntou James.


 


— Falei, por que? — Perguntou Elliz.


 


— Nada, por nada, só achei estranho você o chamar de Alvo. — Respondeu James.


 


Os adolescentes do futuro concordaram com James.


 


— Volta a ler Hermione. — Falou Al sem nem olhar para a mesma, estava com os olhos fixos em Elliz.


 


— Dumbledore não queria que mais ninguém soubesse. Sinto muito. Rony e Hermione não têm que viajar comigo, foi a opção que fizeram...


 


— É claro que iriamos com você, ficou maluco. — Falou Rony.


 


— Ele tem razão. — Falou Hermione.


 


— Também não vejo por que você precisa ir! — retorquiu ela, abandonando todo o fingimento. — Vocês mal atingiram a maioridade, os três! É um absurdo, se Dumbledore precisava que fizessem algum serviço para ele, tinha a Ordem inteira à disposição! Harry, você deve ter entendido mal. Provavelmente ele estava falando de alguma coisa que queria que alguém fizesse, e você entendeu que se referia a você...


 


— Não é pra nenhum alguém é pra ele mesmo. — Falou Dumbledore.


 


— Não entendi mal — respondeu Harry resoluto. — O alguém era eu.


Ele devolveu à Sra. Weasley o pé de meia estampado com juncos dourados que supostamente deveria identificar.


— Não é minha, eu não torço pelo Puddlemere United.


— Ah, claro que não — disse a bruxa, com um retorno repentino e enervante ao seu tom informal. — Eu devia ter me lembrado. Então, Harry, enquanto estiver aqui conosco, não irá se importar de ajudar nos preparativos para o casamento de Gui e Fleur, não é? Ainda falta fazer tanta coisa!


 


— Ele ira dizer que vai ajudar. — Falou Gina.


 


— Como sabe? — Perguntou Harry.


 


— Já negou ajuda a minha mãe? — Perguntou Gina.


 


— Não. — Respondeu Harry.


 


— Se nunca negou até hoje, nunca negará. — Falou Gina.


 


— Não... eu... claro que não — respondeu Harry, desconcertado com a súbita mudança de assunto.


 


— Já cai muito nesse truque. — Falou Scorpius.


 


— Infelizmente nós também. — Falou Lysa se referindo a ela e o irmão.


 


— Você é muito gentil. — Ela o aprovou, sorrindo, e saiu da despensa.


 


— Ela vai tentar separar os três o máximo possível. — Falou Rose.


 


Daquele momento em diante, a Sra. Weasley manteve Harry, Rony e Hermione tão ocupados com os preparativos para o casamento que mal lhes sobrava tempo para pensar. A explicação mais caridosa para tal atitude seria a vontade de distraí-los para não pensarem em Olho-Tonto e nos terrores da recente viagem. Depois de dois dias limpando talheres sem parar, combinando, por cor, presentinhos para os convidados, fitas e flores, desgnomizando o jardim e ajudando a Sra. Weasley a cozinhar enormes tabuleiros de petiscos, no entanto, Harry começou a suspeitar que ela tivesse um motivo diverso. Todos os serviços que distribuía pareciam manter Rony, Hermione e ele afastados um do outro; Harry não tivera oportunidade de falar a sós com os amigos desde a primeira noite, quando lhes contara que Voldemort estava torturando Olivaras.


 


— Falei que ela tentaria separar os três o máximo possível. — Falou Rose.


 


— Acho que mamãe pensa que, se impedir vocês três de se reunirem para fazer planos, poderá adiar a sua partida — murmurou Gina para Harry, na terceira noite, quando punham a mesa para o jantar.


 


— Nossa, que bela ajuda, separa os três para deixar papai com a mamãe. — Falou Lily.


 


— E que é que ela acha que vai acontecer? — perguntou Harry no mesmo tom de voz. — Que talvez outra pessoa liquide Voldemort enquanto ela nos segura aqui preparando vol-au-vents?


 


— Papai fala demais as vezes em, meu Merlin, ele não consegue ficar com a boca fechada não? — Perguntou James.


 


— Por que ele não pode falar nada? — Perguntou Gina.


 


— A ideia é ninguém saber sobre o que eles vão fazer, piorou a mamãe. — Falou Al.


 


— Mas porque a Gina não poderia saber, se o Harry estivesse namorando ela é claro que ele falaria pra ela, não é? — Perguntou Gui.


 


— Não, ele não falaria. — Respondeu Lily.


 


— Mas por que ele não falaria? — Perguntou Molly.


 


— Porque se alguém imaginar que ela sabe onde ele está com certeza iriam atrás dela. — Respondeu Al.


 


— Resumindo ele tenta deixar ela ao máximo longe de confusão. — Falou Lily.


 


— James tentou a mesma coisa com a Lily, mas não deu muito certo. — Falou Sirius.


 


— Isso porque ele nunca pensou a situação dela, sabe, ele vai embora tentando te proteger do perigo, mas imagina como ela se sente não sabendo onde você está, se está bem, se está vivo. — Falou Lysa.


 


— É agoniante você não saber onde a pessoa que ama está. — Falou Vic.


 


— Tipo a Vic ficou dois anos se falando com o Teddy apenas por carta, só o via nas férias. — Falou Rose.


 


— Férias, férias do que? — Perguntou Gui.


 


— Férias da escola. — Respondeu Teddy.


 


— Vocês estão juntos desde a escola? Quantos anos são de diferença? — Perguntou Gui.


 


— Sim, estamos juntos desde a escola, eu sou mais velho que ela dois anos. — Respondeu Teddy.


 


— Meus pais também são dois anos de diferença, mas eles se viam nos finais de semana, quando ela estava na escola. — Falou Cath.


 


— O que quer dizer que a sua mãe tem 13 anos agora. — Afirmou Gina.


 


Scorpius assentiu.


 


— Não e pior que isso, é que a primeira coisa que uma mulher pensa é que você está com outra. — Falou Fred II.


 


— Isso é verdade. — Falou James.


 


— Como se você soubesse o que é ter uma namorada James, quantas namoros serio você já teve? — Perguntou Lysa sarcástica.


 


— Não tive nenhuma namorada posso te garantir, não é como se eu fosse namorar uma pessoa que conheci apenas por um dia, e se fosse pra namorar alguém eu não a trairia, acho que pra se namorar tem que existir confiança na parte dos dois. — Falou James.


 


— Isso quando a garota não está interessada em ser a namorada do filho mais velho do MENINO QUE SOBREVIVEU. — Falou Fred II.


 


— Ou quando não está interessada em ser a NORA DE GINA POTTER: MELHOR ARTILHEIRA DA HARPIAS. — Falou Al.


 


— Pelo menos tem meninas interessadas em vocês, os meninos da minha época tem medo dos meus irmãos. — Falou Lily.


 


— E você fica triste por isso? — Perguntou Gina.


 


— Claro que não, quando os meus irmãos arrumar uma namorada eu vou infernizar a vida dela, virar irmã ciumenta, sabe, aquelas irmãs que é um grude. — Falou Lily sorrindo maroto.


 


— Então aquela menina que me pedia dinheiro em troca de não dizer ao papai o que eu faço voltou, bom saber disso. — Falou James.


 


— Por lembrar isso, você não me pagou por ter te ajudado a pegar o mapa do maroto do papai. — Falou Lily.


 


— Volte a leitura Hermione. — Falou James não querendo prolongar o assunto com a irmã.


 


Ele falara sem pensar e notou que o rosto de Gina ficara lívido.


— Então é verdade? É isso que vão tentar fazer?


— Eu... Não... Eu estava brincando — respondeu Harry, fugindo à pergunta.


 


— Você não sabe mentir, Harry — Falou Gina.


 


— Papai nunca soube mentir para mamãe — Falou Lily.


 


— Papai nunca soube mentir para ninguém Lily — Falou James — Nem mesmo quando ele tinha que brigar comigo e tinha achado a brincadeira engraçada. Ele mal disfarçava.


 


Os dois se encararam, e havia algo mais do que uma forte comoção no rosto de Gina. Subitamente, Harry percebeu que era a primeira vez que ficava a sós com ela, desde as horas roubadas em lugares isolados de Hogwarts. E teve a certeza de que Gina também estava se lembrando daqueles momentos.


 


— Que horas? — Perguntaram todos os Weasley, menos Gina, Arthur e Molly.


 


— Deixem os dois quietos — Brigou Molly


 


— Isso não aconteceu — Falou Harry — Ainda — Comentou somente para Gina ouvir


 


Os dois se sobressaltaram quando a porta abriu e o Sr. Weasley, Kingsley e Gui entraram.


 


— Sempre tem alguém para atrapalhar. — Falou James.


 


Gina e Harry se entreolharam dando um risinho.


 


Agora, era freqüente outros membros da Ordem virem jantar, porque A Toca substituíra o largo Grimmauld nº 12 como quartel-general. O Sr. Weasley explicara que, depois da morte de Dumbledore, que era o fiel do segredo, cada uma das pessoas a quem ele confiara a localização da casa se tornara, por sua vez, um fiel do segredo.


 


— O que indica que Snape pode dizer a localização do Largo Grimmauld. — Falou Sirius.


 


Todos olharam para Snape, que apenas sustentou o olhar de Sirius.


 


— E como somos uns vinte, isso dilui muito o poder do Feitiço Fidelius. A possibilidade de os Comensais da Morte extraírem o segredo de um deles é vinte vezes maior. Não podemos esperar que o segredo seja mantido por muito mais tempo.


— Mas, com certeza, a essa altura, Snape já terá informado aos Comensais o endereço, não? — perguntou Harry.


— Bem, Olho-Tonto preparou alguns feitiços contra Snape, caso ele voltasse a aparecer por lá. Temos esperança de que sejam suficientemente fortes para mantê-lo a distância e amarrar sua língua, se tentar falar sobre a casa, mas não podemos estar seguros. Teria sido loucura continuar a usar o local como quartel-general, agora que sua proteção se tornou tão precária.


 


— Pelo menos na minha época, não existe aquele maldito quadro e a árvore genealógica dos Black. — Falou Teddy.


 


— Quem conseguiu tirar aquela coisa? — Perguntou Sirius.


 


— Monstro. — Responderam James, Al e Lily.


 


A cozinha estava tão apinhada naquela noite que tornava difícil o uso de garfos e facas. Harry se viu espremido ao lado de Gina; as palavras não ditas que os dois haviam trocado o fez desejar que estivessem separados por mais gente. Ele fazia tanto esforço para não roçar no braço dela que mal conseguia cortar a galinha no próprio prato.


— Alguma notícia sobre Olho-Tonto? — Harry perguntou a Gui.


— Não — foi a resposta.


Não haviam realizado um funeral para Olho-Tonto porque Gui e Lupin não conseguiram resgatar o corpo.


 


— Harry, por que você não me chama de Remo ou Aluado? — Perguntou Remo.


 


— Porque você foi meu professor — Respondeu Harry.


 


— Mas não sou mais. — Falou Remo.


 


— Virou costume. — Falou Harry.


 


— Me chame de Remo ou Aluado. Por favor, Harry. — Falou Remo.


 


— Ok, tio Aluado — Brincou Harry.


 


Fora difícil determinar onde poderia ter caído, por causa da escuridão e da confusão da batalha.


— O Profeta Diário não disse uma palavra sobre a morte dele nem sobre as buscas pelo corpo — continuou Gui. — Mas isso não quer dizer nada. O jornal tem omitido muita notícia ultimamente.


 


— Quer dizer desde 1995, né? — Perguntou Harry.


 


— Sim. — Respondeu Remo.


 


— E o Ministério, ainda não convocou uma audiência para averiguar a magia que usei ainda menor de idade para escapar dos Comensais da Morte? — Harry perguntou ao Sr. Weasley, que, do outro lado da mesa, sacudiu a cabeça em resposta. — Porque sabe que não tive escolha ou porque não quer que eu conte ao mundo inteiro que Voldemort me atacou?


 


— A segunda opção. — Falou Sirius.


 


— Acho que a segunda hipótese. Scrimgeour não quer admitir que Você-Sabe-Quem tem tanto poder quanto ele, nem que houve uma fuga em massa em Azkaban.


 


— Scrimgeour virou ministro, esse mundo só está piorando. — Falou Remo.


 


Tenho que fazer com que Fudge continue como ministro.” Pensou Umbridge.


 


— É, para que informar ao público a verdade? — protestou Harry, agarrando a faca com tanta força que as leves cicatrizes no dorso de sua mão direita se destacaram, brancas, na pele: Não devo contar mentiras.


 


— Que cicatriz é essa? — Perguntou Sirius preocupado.


 


— Nenhuma. — Respondeu Harry tapando a mão.


 


— Respondeu logo, que cicatriz é essa? — Perguntou Sirius já ficando com raiva.


 


Hermione pegou a mão de Harry com brutalidade e a pousou em cima da mesa, Sirius chegou perto de Harry e analisou a mão do afilhado, quando viu as letras ali cravadas olhou para o moreno perplexo.


 


— Quem fez isso com você? — Perguntou Sirius.


 


— O Harry andou tendo detenções por contar a verdade em sala de aula. — Falou Hermione.


 


— Tendo detenções com quem? — Perguntou Molly.


 


— Umbridge. — Respondeu Rony vendo que Harry não responderia.


 


— Dumbledore, esse menino foi tortura, e pelo que eu vejo, essa tortura não ocorreu apenas uma vez, a cicatriz está bem nítida na pele. — Falou Minerva que acabara de chegar perto de Harry e analisando a sua pele.


 


— Professora Umbridge devo lhe informar que isso é crime, e irei dizer isso ao ministro, com toda certeza você irá ser julgada por tortura. — Falou Dumbledore.


 


— MAS EU NÃO FIZ NADA, ESSE GAROTO ESTÁ MENTINDO. — Gritou Umbridge.


 


— Professora você está em uma escola, tenha educação. — Falou Minerva.


 


— Se algum adulto responsável por ele pode simplesmente autorizar que usem veritaserum nele para fazer o interrogatório e comprovar que você fez mesmo essa tortura. — Falou Rose.


 


— Como sabe disse Senhorita? — Perguntou Minerva.


 


— Simples, minha mãe trabalha no Departamento de Execução das leis da Magia. — Respondeu Rose.


 


Minerva olhou para Hermione impressionada.


 


“Esses três com certeza tem um grande futuro, principalmente Hermione.” Pensou Minerva.


 


— E quem irá autorizar para ele poder ser interrogado, os trouxas? — Perguntou Umbridge com um misto de sarcástico e nojo na voz.


 


— Pode ser Sirius Black, ele é inocente o suficiente para poder andar pelas ruas trouxas e ser responsável por Harry Potter. — Falou Felipe.


 


Umbridge arregalou os olhos.


 


— Professora, quando terminarmos a leitura quero que me acompanhe, se não for por bem, irá por mal. — Falou Dumbledore num tom que Harry nunca vira na vida.


 


— Mas Harry, por que nunca nos contou? — Perguntou Tonks.


 


— Acho que vocês tem problemas demais. — Respondeu Harry.


 


— Isso não é motivo para esconder uma coisa grave dessas, isso é crime. — Falou Molly.


 


— Eu falei pra ele contar, mas ele não me ouviu. — Falou Hermione.


 


— Agora que está tudo resolvido, voltemos a leitura. — Falou Dumbledore em seu habitual tom calmo.


 


Hermione voltou a ler.


 


— Será que não tem ninguém no Ministério disposto a enfrentá-lo? — perguntou Rony com raiva.


— Claro que tem, Rony, mas as pessoas estão aterrorizadas — respondeu o Sr. Weasley —, aterrorizadas com a idéia de serem as próximas a desaparecer, e seus filhos os próximos a serem atacados! Há muitos boatos assustadores; eu, por exemplo, não acredito que a professora de Estudo dos Trouxas em Hogwarts tenha pedido demissão. Faz semanas que ninguém a vê. Nesse meio-tempo, Scrimgeour passa o dia trancado no escritório: só espero que esteja preparando algum plano.


 


— Coisas ruins acontecendo e ele sentado, trancado em um escritório. — Falou Gina.


 


Harry concordou.


 


Fez-se uma pausa em que a Sra. Weasley, com um gesto da varinha, pôs os pratos usados no aparador e serviu a torta de maçã.


 


Sirius lambeu os beiços.


 


— Você já não comeu? — Perguntou Remo.


 


— Já. — Respondeu Sirius.


 


— Então porque está lambendo os beiços como se não tivesse jantado. — Falou Remo.


 


— Sabe como é, não podem falar de comida pra mim, quer dizer, eu passei dois anos comendo porcaria, era raro o Harry levar alguma coisa pra eu comer. — Falou Sirius.


 


Prrecisamos rresolverr o disfarrce que você vai usarr, Arry — disse Fleur depois da sobremesa. — No casamente — acrescentou, quando ele pareceu não entender. — Naturralmente, nam tam Comensais da Morte entrre nosses convidades, mas nam posse garrantirr que nam falem demais depois de tomarrem champanhe.


 


— E eu achei que não poderia ficar pior, como consegue entender? — Perguntou Sirius.


 


— Depois de um tempo você se acostuma. — Respondeu Gui.


 


— Eu ainda não me acostumei. — Falou Teddy.


 


— Você ia muito à casa do Gui antes de namorar a filha dele? — Perguntou Sirius.


 


— Ahn bom, como a Vic foi a primeira Weasley a nascer eu ia muito à casa dela quando criança. — Respondeu Teddy.


 


— Mamãe dizia que eu gostava do cabelo do Teddy, quando bebê. — Falou Vic.


 


— Como assim do cabelo? — Perguntou Gui.


 


— É porque quando eu era pequeno não controlava a mudança da cor no cabelo e na aparência, então meu cabelo mudava bastante para ruivo, pretos, loiro, castanho e azul, o que dificultava muito padrinho me levar pra lugares cheios. — Respondeu Teddy.


 


— Por que lugares cheios? — Perguntou Sirius confuso.


 


— Porque a minha aparência mudava, imagina eu mudar a minha aparência sem querer e você não ver, não irá saber quem sou eu, sabe, irá pensar que seria outra criança. — Respondeu Teddy mudando a cor dos cabelos para ruivas, iguais os de Gina.


 


— Mas seu cabelo não está de um ruivo normal, esta de um ruivo igual da Gina. — Falou Molly reparando.


 


— É porque eu passava muito tempo com ela e com o padrinho, sabe, eles casaram quando eu tinha três anos, então eu ia muito na casa deles. — Falou Teddy.


 


— Eles se casaram quando você tinha TRÊS anos, quantos anos eles tinham então? — Perguntou Arthur com os olhos arregalados.


 


— Padrinho tinha 21 e tia Gina tinha 20. — Respondeu Teddy.


 


— Merlin, eles eram jovens. — Falou Molly.


 


— Não exagera vovó Molly, eu casei com 21. — Falou Vic.


 


— É normal casar com essa idade na nossa época, e também porque eles já se conheciam a muito tempo, tipo padrinho conheceu tia Gina quando tinha 11, não é? — Perguntou Teddy.


 


— Mas ele conheceu ela como a irmã mais nova do melhor amigo dele, não como namorada. — Contestou Molly.


 


— É pra isso que serve os três anos de namoro que eles tiveram. — Falou Teddy.


 


— Falando no assunto de namoro, a quanto tempo não vejo o meu pai? — Perguntou Vic.


 


— Da ultima vez que fui lá a coisa não deu muito certo. — Respondeu Teddy.


 


— É claro que não daria, minha mãe fez o favor de marcar um jantar em lua cheia, sendo que teria dois meio-lobisomens na mesa, ela ficou louca? — Perguntou Vic num tom sarcástico.


 


— Deve ter ficado, é a velhice, só vai piorar. — Falou Teddy sorrindo.


 


Vic deu um tapa no braço de Teddy rindo.


 


— Mas o que aconteceu Teddy, desse jeito parece que você e o Tio Gui brigaram. — Falou Elliz.


 


— Eles brigaram Elliz. — Falou Vic.


 


— Por que? Não querendo me intrometer, claro. — Falou Rose.


 


— Nada de interessante, apenas um assunto delicado, quando se trata do meu pai. — Falou Vic.


 


— O Dom perguntou sobre a Lua de Mel e quando irão dar muitos sobrinhos pra ele? — Perguntou Miguel em tom sarcástico.


 


Imediatamente os cabelos e olhos de Teddy ficaram negros e Vic arregalou os olhos.


 


— Ele não seria louco de perguntar isso na frente do Tio Gui, seria? — Perguntou James.


 


“Conte até 10 Teddy, conte até 10 e se acalme.” Pensou Teddy.


 


— Pra finalizar o assunto eu só digo que aquele pirralho me odeia, só isso, chegara um dia que eu vou entrar no jogo dele e fazer da vida dele um inferno. — Falou Teddy.


 


— Tem certeza que você é filho do Aluado, você perde a calma tão fácil. — Falou Sirius.


 


Teddy fuzilou Sirius com os olhos, e depois de se acalmar começou a mudar a aparência, para sua aparência verdadeira, Teddy ficou parecido com Remo quando era mais novo.


 


— Entendi, você é mesmo filho do Remo. — Falou Sirius.


 


“Ele se parece mesmo comigo.” Pensou Remo sorrindo.


 


— Volte a ler Srta. Granger. — Pediu Dumbledore.


 


Ao que Harry deduziu que ela ainda suspeitava de Hagrid.


— É, uma boa lembrança — disse a Sra. Weasley da cabeceira da mesa onde estava, os óculos encarrapitados na ponta do nariz, passando em revista uma enorme lista de tarefas que anotara em um longo pergaminho. — Então, Rony, já limpou o seu quarto?


 


— O que, limpar meu quarto pra que? — Perguntou Rony.


 


Por quê?! — exclamou Rony, batendo a colher no prato e olhando feio para a mãe. — Por que o meu quarto tem que ser limpo? Harry e eu estamos muito bem no quarto do jeito que está.


 


— Parece o Hugo falando que não quer arrumar o quarto. — Falou Lily.


 


Hugo mostrou a língua para a ruiva.


 


— Tem dia que esse ai nem arruma a cama, tranca o quarto, esconde a chave só pra mamãe não entrar e ver a bagunça. — Falou Rose.


 


— Pra que eu preciso arrumar o meu quarto, não entra ninguém de especial lá, só eu, nem mesmo a Rose entra lá. — Falou Hugo.


 


— Mesmo assim precisa arrumar, sua cenoura. — Falou Rose rindo do irmão.


 


— Se está tão preocupada com a bagunça do meu quarto vai você mesma arrumar vassoura ruiva. — Falou Hugo também rindo da irmã.


 


— Vocês não deviam ficar brigando assim, são irmãos. — Falou Molly.


 


— Esse é o resultado de misturar Rony e Hermione. — Falou Hugo.


 


— Papai da risada quando vê agente brigando. — Falou Rose.


 


— Mas para rapidinho quando vê a cara que a mamãe faz. — Falou Hugo gargalhando.


 


Todos observavam Hugo gargalhar, e começaram a gargalhar juntos, até mesmo os professores.


 


— Eu gostei do filho do Rony e da Hermione, engraçado ele não é, consegue fazer todo mundo dar risada de nada. — Falou Jorge rindo.


 


— Por favor, volte a leitura antes que o Hugo nos faça rir de novo. — Falou Miguel.


 


— Vamos festejar o casamento do seu irmão dentro de alguns dias, jovem...


 


— Mas eles não vão se casar no meu quarto. — Falou Rony.


 


— E eles vão casar no meu quarto? — indagou Rony furioso. — Não! Então por que em nome das plicas de Merlim...


— Não responda assim a sua mãe — interpôs o Sr. Weasley com firmeza. — E faça o que ela está mandando.


Rony amarrou a cara para o pai e a mãe, depois apanhou novamente a colher e atacou os últimos bocados da torta de maçã.


 


— Não jogue a culpa na torta. — Falou Sirius.


 


— Ele ainda está pensando na torta. — Falou Remo fazendo Tonks rir.


 


— Eu posso ajudar, um pouco da bagunça é minha — disse Harry a Rony, mas a Sra. Weasley cortou a conversa.


— Não, Harry querido, prefiro muito mais que você ajude Arthur a limpar o galinheiro, e, Hermione, eu agradeceria muito se você fosse trocar os lençóis do casal Delacour, sabe, eles estão chegando amanhã às onze horas.


 


— Está tentando os afastar de novo. — Falou Gui.


 


Afinal, havia muito pouco a fazer pelas galinhas.


— Não há necessidade de, ah, dizer isso a Molly — começou o Sr. Weasley, bloqueando o acesso de Harry ao galinheiro —, mas, ah, Ted Tonks me mandou quase tudo que restou da moto de Sirius e, ah, estou escondendo-a, ou, melhor dizendo, guardando-a aqui. É fantástica: tem uma ganacha de escape, acho que é esse o nome, uma bateria magnífica, e será uma ótima oportunidade para descobrir como os freios funcionam. Vou tentar montá-la outra vez quando Molly não... quero dizer, quando eu tiver tempo.


 


— Ele ia dizer quando a vovó não estivesse vendo. — Falou Fernando.


 


Quando voltou à casa, a Sra. Weasley não estava à vista, então Harry subiu despercebido para o quarto de Rony, no sótão.


— Já estou arrumando, já estou arrumando...! Ah, é você! -exclamou Rony aliviado, quando Harry entrou. O amigo estava deitado na cama, e era óbvio que acabara de desocupá-la. O quarto continuava na mesma desordem da semana inteira; a única mudança é que agora Hermione estava sentada no canto oposto, com o seu peludo gato ruivo, Bichento, aos pés, separando livros, alguns dos quais Harry reconheceu serem dele, em duas enormes pilhas.


 


— Maldito gato. — Falou Hugo.


 


— Você também não gosta dele? — Perguntou Hermione.


 


— Quem gostaria, ele arranhou o meu rosto quando eu tinha seis anos, tentei pegar ele pelo rabo e jogar na parede mais ele é muito rápido, então não deu. — Respondeu Hugo.


 


— Já não basta meu irmão e pai ruivos, ainda tem que ter um gato. — Falou Rose.


 


— A moça da loja que o comprei disse que ninguém o queria então eu quis. — Falou Hermione.


 


— Um gato ruivo, já não bastava um amigo e a família inteira dele você ainda teve que comprar um gato RUIVO. — Falou Rose.


 


— Qual é o problema dele ser ruivo? — Perguntou Hermione já irritada.


 


— Eu desconfio que você comprou um gato RUIVO por outro motivo. — Respondeu Rose.


 


Hermione entendeu a indireta, corou e voltou a ler, para que ninguém percebesse, mas para sua má sorte Harry e Rony perceberam.


 


— Oi, Harry — cumprimentou a amiga quando ele sentou na cama de armar.


— Como foi que você conseguiu fugir?


— Ah, a mãe de Rony esqueceu que já tinha pedido a Gina para trocar os lençóis ontem — respondeu Hermione. E jogou o Numerologia e gramática em uma pilha e Ascensão e queda das Artes das Trevas na outra.


— Estávamos conversando sobre o Olho-Tonto — disse Rony. — Acho que ele pode ter sobrevivido.


— Mas Gui viu quando ele foi atingido pela Maldição da Morte — argumentou Harry.


— É, mas o Gui também estava sob ataque — replicou Rony. -Como pode ter certeza do que viu?


— Mesmo que a Maldição da Morte não o atingisse, Olho-Tonto caiu uns trezentos metros — lembrou Hermione, agora segurando o pesado Os times de Quadribol . do Grã-Bretanha e da Irlanda.


— Ele poderia ter usado o Feitiço Escudo...


— Fleur disse que a varinha foi arrancada da mão dele — disse Harry.


— Tudo bem, se vocês querem que ele tenha morrido — concluiu Rony mal-humorado, dando uns socos no travesseiro para afofá-lo.


— É claro que não queremos que esteja morto! — exclamou Hermione, chocada. — É horrível que ele esteja! Mas temos que ser realistas!


Pela primeira vez, Harry imaginou o corpo de Olho-Tonto com os ossos partidos como o de Dumbledore, mas com aquele único olho ainda girando na órbita. Sentiu uma reação violenta, que mesclava desgosto e uma bizarra vontade de rir.


 


— Papai só pode ser louco, sério. — Falou James.


 


— Os Comensais da Morte provavelmente limparam os restos dele, é por isso que ninguém encontrou nada — sugeriu Rony com sabedoria.


— É — acrescentou Harry. — Como o Bartô Crouch, transformado em um osso e enterrado no jardim do Hagrid. Provavelmente transfiguraram o Olho-Tonto e o empalharam...


— Pára! — guinchou Hermione. Assustado, Harry ergueu a cabeça em tempo de ver a garota romper em lágrimas sobre o Silabário de Spellman.


 


— Tomara que ela não esteja chorando por causa de Moody. — Falou Sirius.


 


— Você queria o que, esses insensíveis falando desse jeito. — Falou Hermione.


 


— Tá vendo o que vocês fizeram seus insensíveis. — Falou Hugo num tom de brincadeira a Harry e Rony.


 


— O que você está falando, você é outro insensível. — Falou Hermione a Hugo.


 


— É tipo uma doença, sabe, muito tempo de convivência com o papai. — Falou Hugo fazendo Hermione rir.


 


— Você me lembra o... Nada. — Falou Hermione.


 


— Ia falar o Rony, porque sabe muita gente fala que eu lembro ele. — Falou Hugo.


 


— Não disse nada. — Falou Hermione voltando a ler.


 


— Ah, não! — exclamou Harry tentando se levantar da velha cama de armar. — Hermione, eu não estava querendo transtornar ninguém...


Com uma rangedeira de molas enferrujadas, Rony pulou da cama e chegou primeiro. Com um braço, envolveu Hermione, e enfiou a outra mão no bolso do jeans de onde extraiu um lenço absurdamente sujo, usado mais cedo, naquele dia, para limpar o forno. Em seguida, puxou depressa a varinha, apontou para o trapo e ordenou: — Tergeo!


A varinha chupou a maior parte da graxa. Com um ar de vaidosa satisfação, Rony entregou o lenço ainda fumegando a Hermione.


— Ah... obrigada, Rony... desculpe... — Ela assoou o nariz e soluçou. — Só que é tão ho-horrível, não é? P-pouco depois de Dumbledore... P-por alguma razão, eu nunc-ca imaginei Olho-Tonto morto, ele parecia tão forte!


 


— Nunca te vi chorar, deve ser uma coisa rara. — Falou Hugo.


 


— Eu também nunca a vi chorar, a não ser no meu casamento, porque mulher tem que chorar em casamento, não tinha que ser um momento feliz?
 — Perguntou Teddy perplexo.


 


Os homens riram.


 


— Nos casamentos são lagrimas de felicidades. — Falou Molly.


 


— É, eu sei — concordou Rony, dando-lhe um breve aperto. — Mas vocês sabem o que ele nos diria se estivesse aqui?


— V-vigilância constante — respondeu Hermione enxugando os olhos.


— É isso aí — concordou Rony, reforçando com um aceno de cabeça. — Ele nos diria para aprender com o que lhe aconteceu. E o que aprendi foi a não confiar naquele lixo covarde do Mundungo.


 


Hermione não pode deixar de rir.


 


Hermione soltou uma risada tremida e se curvou para apanhar mais dois livros. Um segundo mais tarde, Rony puxou o braço das costas dela; Hermione tinha deixado cair O livro monstruoso dos monstros no pé dele. O cinto de couro que o prendia soltou-se e o livro abocanhou com força o tornozelo do garoto.


 


— Por falar nesse livro, porque Hagrid não está aqui? — Perguntou Harry.


 


— Ele está descansando da viagem. — Respondeu Dumbledore.


 


— Desculpe, desculpe — Hermione pedia, enquanto Harry arrancava o livro da perna de Rony e tornava a amarrá-lo.


— Afinal, que está fazendo com todos esses livros? — perguntou Rony, mancando de volta à cama.


 


— Tentando escolher qual levar para a viagem. — Respondeu Rose.


 


— Como pode saber? — Perguntou Fred.


 


— É o que eu faria. — Respondeu Rose.


 


— Tentando decidir quais deles vamos levar conosco, quando formos procurar as Horcruxes.


— Ah, claro — disse Rony, batendo na própria testa. — Esqueci que vamos liquidar Voldemort em uma biblioteca móvel.


 


O salão desatou a gargalhar.


 


— Está pegando o jeito Rony. — Falou Jorge.


 


— Ha-ha — replicou ela, examinando o Silabário. — Será que... precisaremos traduzir runas? É possível... acho que é melhor levar, só por precaução.


Hermione jogou o livro na maior das duas pilhas e apanhou Hogwarts, uma história.


 


— Até eu li esse livro. — Falou James.


 


— Eu não acredito. — Falou Rony perplexo.


 


— É porque esse livro foi atualizado, tem fatos mais interessantes de ler. — Falou Fernando.


 


— Escutem aqui — disse Harry.


Ele se empertigara na cama. Rony e Hermione olharam o amigo com expressões iguais que somavam resignação e desafio.


— Eu sei que vocês disseram, depois dos funerais de Dumbledore, que queriam me acompanhar — começou Harry.


 


— Começou o discurso, vamos ver por quanto tempo dura. — Falou Al.


 


— Lá vem ele — comentou Rony com Hermione olhando para o teto.


— Como sabíamos que iria fazer — suspirou a garota, voltando sua atenção para os livros. — Sabem, acho que vou levar Hogwarts, uma história. Mesmo que a gente não volte lá, acho que não me sentiria bem se não carregasse...


 


— Acho que a Hermione teria mais ciúmes do livro do que do próprio marido. — Falou Fred II.


 


— Escutem! — repetiu Harry.


— Não, Harry, escute você — retorquiu Hermione. — Vamos com você. Isto já ficou decidido há meses; aliás, há anos.


 


— Pronto, o discurso acabou. — Falou Lily.


 


— Não durou muito. — Concordou Al.


 


— Mas...


— Cala essa boca — Rony o aconselhou.


 


— Bom conselho Ronald. — Falou Harry.


 


— Quando precisar é só pedir. — Falou Rony.


 


— ... vocês têm certeza que refletiram bem? — insistiu Harry.


— Vejamos — retrucou Hermione, batendo com o volume de Viagens com trasgos na pilha dos descartados, com uma expressão feroz no rosto. — Estou arrumando a bagagem há dias, portanto estamos prontos para partir a qualquer momento, o que, para sua informação, exigiu feitiços extremamente complexos, para não mencionar o contrabando do estoque de Poção Polissuco de Olho-Tonto, bem debaixo do nariz da mãe de Rony.


 


— Hermione. — Repreendeu Molly.


 


— Sempre achei que essa menina um dia fosse se revelar. — Falou Sirius.


 


— Fomos uma má influencia pra ela. — Falou Rony.


 


"Além disso, alterei a memória dos meus pais para se convencerem de que, na realidade, são Wendell e Monica Wilkins, e que sua ambição na vida é mudar para a Austrália, o que eles já fizeram. Para dificultar que Voldemort os encontre e interrogue sobre mim... ou sobre vocês, porque, infelizmente, contei aos dois muita coisa sobre vocês.


 


— Coitado de você Rony, ela contou sobre as brigas diárias que vocês tem. — Falou Lino.


 


Rony ficou branco.


 


"Supondo que eu sobreviva à busca das Horcruxes, procurarei mamãe e papai e desfarei o feitiço. Se não... bem, acho que lancei neles um encanto suficientemente forte para que vivam seguros e felizes como Wendell e Monica Wilkins. O casal não sabe que tem uma filha, entendem."


 


— Você fez tudo isso? — Perguntou Molly admirada.


 


— Acho que sim. — Respondeu Hermione.


 


Os olhos de Hermione tinham se enchido novamente de lágrimas. Rony tornou a levantar da cama, a abraçá-la pelos ombros e a franzir a testa para Harry como se o repreendesse pela falta de tato. Harry não conseguiu pensar em mais nada para contrapor a isso, no mínimo porque era excepcionalmente insólito Rony ensinar alguém a ter tato.


 


— Muito obrigado Harry, sério. — Falou Rony emburrado.


 


Harry riu.


 


— Eu... Hermione, peço desculpas... eu não...


— Não percebeu que Rony e eu temos perfeita noção do que poderá acontecer se formos com você? Pois temos. Rony, mostre ao Harry o que você já fez.


— Nãããh, ele acabou de comer — disse Rony.


— Mostra logo, ele precisa saber!


— Ah, tá, Harry, vem comigo.


Pela segunda vez, Rony parou de abraçar Hermione e saiu mancando para a porta.


 


— Onde ele vai? — Perguntou Molly.


 


— Anda.


— Por quê? — quis saber Harry, saindo do quarto e acompanhando Rony ao pequeno patamar do sótão.


Descendo! — murmurou Rony, apontando a varinha para o teto baixo. Um alçapão se abriu e uma escada desceu aos seus pés. Um barulho horrível, meio gemido meio sucção, saiu do buraco quadrado, juntamente com um horrível cheiro de esgoto.


— É o seu vampiro, não é? — perguntou Harry, que nunca chegara a conhecer a criatura que, por vezes, perturbava o silêncio noturno n'A Toca.


— É — confirmou Rony subindo a escada. — Suba para dar uma olhada nele.


 


— Eu não teria coragem. — Falou Lila.


 


Harry seguiu o amigo pela escadinha até o minúsculo sótão. Sua cabeça e seus ombros já estavam no quarto quando ele avistou a criatura enroscada ali perto no escuro, ferrada no sono com a bocarra aberta.


— Mas ele... parece... é normal vampiros usarem pijamas?


— Não — respondeu Rony. — Nem é normal terem cabelos ruivos ou tantas espinhas.


 


— Estão o transformando em mais um membro da família? — Perguntou Dino.


 


Harry contemplou a coisa, ligeiramente enojado. Na forma e no tamanho, pareceu-lhe humano e, aos seus olhos acostumados ao escuro, não havia dúvida de que usava um pijama velho de Rony. Harry também não duvidava de que os vampiros, em geral, fossem viscosos e carecas, e não visivelmente cabeludos e cobertos de feias espinhas roxas.


— Ele sou eu, entendeu? — disse Rony.


— Não. Não entendi.


 


— Se o Harry não entendeu, imagine eu. — Falou Gina.


 


Harry riu.


 


— Então explico lá no meu quarto, o cheiro está me incomodando. — Os dois desceram a escada, que Rony empurrou de volta ao teto, e foram se reunir a Hermione, que continuava separando livros.


"Quando viajarmos, o vampiro vai descer para morar no meu quarto", disse Rony. "Acho que ele está até ansioso para isso acontecer, mas é difícil saber, porque ele só sabe gemer e babar, mas acena muito com a cabeça quando se menciona a mudança. Em todo caso, ele vai ser o Rony com sarapintose. Bem bolado, hein?"


O rosto de Harry espelhava sua perplexidade.


 


— Eles vão usar o vampiro para que não desconfiem que o Rony está com vocês, entendeu? — Perguntou Gina a Harry.


 


— Entendi. — Respondeu Harry meio inseguro.


 


— É, sim! — insistiu Rony, visivelmente frustrado porque Harry não alcançara a genialidade do seu plano. — Olhe, quando nós três não aparecermos em Hogwarts, todo o mundo vai pensar que Hermione e eu estamos com você, certo? O que significa que os Comensais da Morte irão direto procurar as nossas famílias para obter informações sobre o seu paradeiro.


— Mas, se o plano der certo, parecerá que fui viajar com os meus pais; muitas pessoas que nasceram trouxas estão falando em sumir de circulação por um tempo — esclareceu Hermione.


 


— Nossa, com o passar dos dias, as coisas estão apenas piorando. — Falou Tonks.


 


A Ordem concordou.


 


— Não podemos esconder a minha família inteira, iria parecer suspeito demais, além disso, eles não podem largar o emprego — explicou Rony. — Então, vamos divulgar a história de que estou gravemente doente com sarapintose, razão por que não pude voltar à escola. Se alguém vier investigar, meus pais podem mostrar o vampiro na minha cama, coberto de pústulas. Essa doença é realmente contagiosa, portanto eles não vão querer chegar muito perto. E também não fará diferença se o vampiro não puder falar nada, porque aparentemente ninguém pode, depois que o fungo ataca a úvula.


 


— Nosso Rony ficou inteligente. — Falou Fred tirando uma com a cara do irmão mais novo.


 


— E seus pais concordaram com esse plano? — perguntou Harry.


— Papai, sim. Ele ajudou Fred e Jorge a transformarem o vampiro. Mamãe... bem, você já viu como ela é. Não vai aceitar que viajemos até termos partido.


Fez-se silêncio no quarto, interrompido apenas pelas leves batidas que Hermione produzia ao jogar os livros em uma das duas pilhas. Rony parou, observando-a, e Harry olhava de um para outro incapaz de falar. As medidas que os amigos tinham tomado para proteger as famílias, mais do que qualquer outra coisa, o convenceram de que iriam acompanhá-lo e que sabiam exatamente o perigo que corriam. Quis manifestar o quanto isto significava para ele, mas simplesmente não encontrava palavras que fossem expressivas o suficiente.


No silêncio, ouviram o ruído abafado dos gritos da Sra. Weasley quatro andares abaixo.


 


— Mamãe deve estar enlouquecendo com esse casamento. — Falou Gui.


 


— Gina provavelmente deixou uma poeirinha em uma droga qualquer de porta-guardanapos — comentou Rony. — Não sei por que os Delacour inventaram de chegar dois dias antes do casamento.


— A irmã de Fleur vai ser dama de honra, precisa estar aqui para o ensaio e é jovem demais para viajar sozinha — explicou Hermione, examinando indecisa o Como dominar um espírito agourento.


— Bom, ter hóspedes não vai melhorar os níveis de estresse da mamãe — comentou Rony.


 


— Isso é verdade. — Falou Arthur recebendo um olhar feio da esposa.


 


— O que realmente precisamos decidir — disse Hermione, atirando o Teoria da defesa em magia em uma lata de lixo sem olhá-lo duas vezes e apanhando Uma avaliação da educação em magia na Europa — é para onde iremos ao sair daqui. Eu sei que você disse que quer ir a Godric's Hollow primeiro, Harry, e entendo o motivo, mas... bem... não devíamos dar prioridade às Horcruxes?


 


— Godric’s Hollow? — Perguntou Harry confuso.


 


— É onde o seus pais moravam, o tumulo deles estão lá e a casa que está destruída também. — Respondeu Sirius.


 


— Mas a casa devem ter derrubado e construído uma outra no lugar, não é? — Perguntou Harry.


 


— Não, ainda está lá, do mesmo jeito que da ultima vez que estive lá, é como um monumento, só os bruxos podem ver, claro, não pode ser derrubado completamente e construído alguma coisa lá. — Falou Remo.


 


— Vocês conhecem? — Perguntou Harry a James, Al e Lily.


 


Os três irmãos se entreolharam.


 


— Nós moramos lá. — Responderam os três.


 


— Vocês moram em Godric’s Hollow? — Perguntou Dumbledore.


 


Os três assentiram.


 


— Até que é legal morar lá, sabe, uma cidade pequena, que não tenha movimento ou que a qualquer hora apareça alguém do profeta para tirar fotos do ELEITO. — Falou James.


 


— É irritante essa coisa de ficar tirando foto. — Falou Lily.


 


— Papai teve que colocar feitiços em volta da casa. — Falou Al.


 


— Como alguém pode rejeitar a fama? — Perguntou Lila.


 


— Não é legal ser famoso, sabe, você não tem privacidade, não pode dar um passo que já está no profeto da outra manhã. — Falou James.


 


— Bom, vamos voltar a ler. — Falou Lily.


 


— Se soubéssemos onde encontrar alguma Horcrux, eu concordaria com você — respondeu Harry, sem acreditar que Hermione entendesse, de fato, o seu desejo de retornar a Godric's Hollow. O túmulo dos seus pais era apenas uma parte do atrativo: ele tinha uma forte sensação, embora inexplicável, que o vilarejo lhe forneceria algumas respostas. Talvez fosse simplesmente porque ali ele sobrevivera à Maldição da Morte lançada por Voldemort; agora que enfrentava o desafio de repetir o feito, sentia-se atraído ao lugar onde tudo acontecera, buscando compreendê-lo.


 


— Compreender esse feito é muito complicado. — Falou Sirius.


 


— Você não acha possível que Voldemort esteja mantendo Godric’s Hollow sob vigilância? — arriscou Hermione. — Talvez espere que você volte para visitar o túmulo dos seus pais, uma vez que está livre para ir aonde quiser.


A idéia não ocorrera a Harry. E, enquanto se concentrava para contra argumentar, Rony se manifestou, obviamente seguindo um fluxo independente de pensamentos.


— Esse tal R.A.B. — disse ele. — Sabe, aquele que roubou o verdadeiro medalhão?


 


— Eu ainda não me lembrei desse tal de R.A.B. — Falou Sirius.


 


— Você não vai acreditar quando descobrir. — Falou Miguel.


 


— Você sabe? — Perguntou Sirius.


 


— Sim. — Respondeu Miguel.


 


— Então porque não fala. — Falou Remo.


 


— É melhor lê, sabe, é mais emocionante. — Falou Elliz.


 


Hermione fez que sim com a cabeça.


— Ele disse no bilhete que ia destruir o medalhão, não foi?


Harry puxou sua mochila para perto e tirou de dentro a falsa Horcrux contendo o bilhete de R.A.B.


— "Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder" — leu Harry em voz alta.


 


— Então quer dizer que alguém descobriu sobre isso antes deles, isso torta as coisa mais fácil, não é? — Perguntou Neville.


 


— Sim. — Respondeu Roxanne que estava em absoluto silencio.


 


— Mas só ajuda se a pessoa destruiu o medalhão. — Falou Dumbledore.


 


— Então, e se ele de fato a destruiu? — perguntou Rony.


— Ou ela — interrompeu-o Hermione.


— O que seja, seria uma a menos para se procurar! — concluiu Rony.


— Mas ainda iríamos tentar rastrear o medalhão verdadeiro, não? — quis saber Hermione. — Para descobrir se foi ou não destruído.


— E quando o encontrarmos, como é que se destrói uma Horcrux? — perguntou Rony.


— Bem — começou Hermione —, andei pesquisando.


 


— Que novidade. — Falou Rony irônico.


 


— Como? — admirou-se Harry. — Achei que não havia livros sobre Horcruxes na biblioteca.


— Não havia — esclareceu Hermione corando. — Dumbledore retirou todos, mas... mas não os destruiu.


 


Todos arregalaram os olhos.


 


— Como foi que a Srta. conseguiu esses livros? — Perguntou Minerva.


 


Rony se sentou na cama de olhos arregalados.


— Pelas calças de Merlim, como foi que você conseguiu pôr a mão nesses livros sobre Horcruxes?


— Eu... não foi roubando! — respondeu ela, olhando de Harry para Rony com um ar de desespero. — Eles continuaram a ser livros da biblioteca, mesmo que Dumbledore os tenha retirado das prateleiras. Enfim, se ele realmente não quisesse que ninguém os pegasse, tenho certeza de que teria dificultado muito mais...


 


— Está enrolando. — Falou Rony impaciente.


 


— Não fique enrolando! — exclamou Rony.


— Bem, foi fácil — disse Hermione com uma vozinha humilde. -Lancei um Feitiço Convocatório. Sabem: Accio! E eles saíram voando pela janela do gabinete de Dumbledore para o dormitório das garotas.


— Mas quando foi que você fez isso? — perguntou Harry, olhando para a amiga ao mesmo tempo assombrado e incrédulo.


— Logo depois do... funeral — respondeu ela com uma vozinha ainda mais humilde. — Logo depois de combinarmos que iríamos deixar a escola para procurar as Horcruxes. Quando voltei para apanhar minhas coisas, me... simplesmente me ocorreu que, quanto mais soubéssemos sobre o assunto, melhor seria... e eu estava sozinha lá em cima... então tentei... e funcionou. Eles entraram voando direto pela janela aberta e eu... eu os guardei no malão.


A garota engoliu em seco e, então, justificou suplicante:


— Não acredito que Dumbledore se zangasse, não vamos usar a informação para fazer uma Horcrux, não é?


 


— Claro que não Srta. Granger. — Falou Dumbledore com uma voz doce.


 


Hermione deixou um sorriso humilde aparecer um seus lábios.


 


— Você está nos ouvindo reclamar? — perguntou Rony. — Afinal, onde estão esses livros?


Hermione procurou um pouco e tirou da pilha um grande livro, encadernado em couro preto já desbotado. Fez uma cara de nojo e estendeu-o cautelosamente como se fosse uma coisa recém-morta.


— Esse é o que dá instruções explícitas para se preparar uma Horcrux: Segredos das artes mais tenebrosas. É um livro horrível, realmente assustador, cheio de feitiços malignos. Fico pensando quando foi que Dumbledore o retirou da biblioteca... se foi só quando se tornou diretor. Aposto como Voldemort copiou dele todas as instruções de que precisava.


— Por que então precisou perguntar a Slughorn como preparar uma Horcrux, se já tinha lido o livro? — perguntou Rony.


 


— Slughorn, achei que ele não desse mais aula. — Falou Sirius.


 


— Aquela “coisa” deu aula pra mim, cara de pau. — Falou Teddy.


 


— Você não parece gostar dele. — Falou Remo.


 


— Aquele cara de pau pediu um dos meus pêlos uma vez, como se fosse a coisa mais normal de mundo. — Falou Teddy.


 


— Seus pêlos? Isso tem duplo sentido. — Falou Sirius rindo.


 


— Estou falando dos meus pêlos de quando estou na forma de lobo. — Explicou Teddy.


 


— Mas pra que ele iria querer isso? — Perguntou Remo.


 


— Eu não sou animago. — Falou Teddy.


 


— COMO ASSIM VOCÊ NÃO É ANIMAGO, APARECEU AQUIEM FORMA DE UMLOBO GIGANTE. — Gritou Sirius.


 


— Sirius, por favor, fale baixo. — Repreendeu Dumbledore.


 


— Desculpe. — Falou Sirius.


 


— Eu não sei direito sobre eu ser lobo, eu só sei que consigo fazer isso desde os 13 anos. — Falou Teddy.


 


— 13 ANOS. — Gritou Jorge.


 


— É, eu só sei que sou assim por causa que meu pai é lobisomem e minha mãe metamorfomaga eu só tenho a metade da mutação do meu pai, que é lobo, então o professor pediu um dos meus pêlos para situações acadêmicas. — Explicou Teddy.


 


— E o que você fez? — Perguntou Sirius.


 


— Eu gritei com ele e o xinguei, falta de educação me pedir uma coisas dessa. — Falou Teddy.


 


— Você xingou o professor? — Perguntou Sirius rindo.


 


— Eu xinguei, mas depois ele pediu desculpas quando percebeu que era um dia de lua cheia. — Falou Teddy.


 


— Também nunca gostei daquele homem. — Falou Sirius.


 


— Você nunca gostou dele por não conseguir entrar no clube dele. — Falou Remo.


 


— Pra que iria querer entrar naquele clube, não sei que graça tem naquelas festinhas, aquele homem só sabe se aproveitar da fama das pessoas. — Falou Sirius.


 


— A posto que se ele desse aula de novo aqui, o Harry seria como um diamante pra ele. — Falou Dumbledore.


 


— Mas porque vocês falam dele assim? — Perguntou Harry que não estava entendendo nada.


 


— Ele se interessa em alunos que acha que terá um grande futuro, sabe, como se ele se aproveitasse dos talentos das pessoas. — Falou Remo.


 


— Papai entrou no clube, mamãe também e Tia Hermione também. — Falou Lily.


 


— O Sr. Weasley não entrou? — Perguntou Dumbledore se referindo a Rony.


 


— Não, por que? — Perguntou Rose.


 


— Ele tem talento. — Respondeu Dumbledore.


 


Rony deixou um pequeno sorriso aparecer em seus lábios, como forma de agradecimento.


 


— Volte a ler, por favor. — Falou Minerva a Hermione.


 


— Ele só procurou o professor para saber o que acontecia quando a pessoa subdividia a alma em sete pedaços — disse Harry. — Dumbledore tinha certeza de que Riddle já sabia fazer uma Horcrux na época em que foi à sala de Slughorn. Acho que você tem razão, Hermione, é muito provável que tenha sido daí que ele tirou as informações.


 


— Uma Horcrux já é ruim, mas sete. — Falou Dumbledore.


 


— Então Harry, Rony e Hermione vão sair pra viajar pra procurar sete Horcrux. — Falou Molly.


 


— Mas isso é terrível, como você acha que eles vão conseguir isso? — Perguntou Minerva para Dumbledore.


 


— Magia, especialmente magia das trevas... — Começou Dumbledore.


 


— Deixa rastro. — Completou James e Al.


 


— Como sabem? — Perguntou Dumbledore surpreso.


 


— Vimos a lembrança em que o senhor disse isso ao papai. — Respondeu James.


 


— O pai de vocês tem penseira? — Perguntou Dumbledore.


 


— Sim, diz ele que tem lembranças demais para uma pessoa só, então ele coloca algumas na penseira, e guarda as felizes com ele. — Respondeu Al.


 


— Volte a leitura, antes que o James fale o que não deve. — Falou Lily.


 


— E quanto mais eu leio — continuou Hermione —, mais terrível a idéia me parece, e menos acredito que ele tenha realmente feito seis. O livro alerta para a instabilidade que a pessoa causa ao restante da alma dividindo-a, e isso para se fazer apenas uma Horcrux!


Harry lembrou-se de Dumbledore ter dito que Voldemort ultrapassara a "esfera da maldade normal".


 


— Era de se esperar que ele um dia ultrapassasse. — Falou Harry.


 


Gina concordou.


 


— E não tem jeito de reintegrar todas as partes? — perguntou Rony.


— Tem — respondeu Hermione com um sorriso inexpressivo —, mas causaria uma dor lancinante.


— Por quê? Como se faz? — quis saber Harry.


— Remorso — esclareceu Hermione. — A pessoa precisa estar, de fato, arrependida do que fez. Tem um pé de página. Pelo que diz, a dor do processo pode destruí-la. Não sei por quê, não consigo ver Voldemort fazendo isso, e vocês?


 


— Não. — Respondeu Gina.


 


Todos concordaram.


 


— Não — respondeu Rony antes que Harry o fizesse. — E o livro diz como destruir Horcruxes?


— Diz — confirmou Hermione, agora virando as frágeis páginas como se examinasse entranhas em decomposição —, porque avisa aos bruxos das trevas que os feitiços com que se protegerem têm que ser excepcionalmente fortes. De tudo que li, o que Harry fez com o diário de Riddle foi uma das poucas maneiras infalíveis de destruir uma Horcrux.


 


— Então o diário era uma Horcrux? — Perguntou Gina.


 


— Eu desconfiava, mas não tinha certeza. — Respondeu Dumbledore.


 


— Então furar uma Horcrux com uma presa de basilisco é uma das maneiras de se destruir uma Horcrux. — Falou Harry pensativo.


 


— Parece que sim. — Falou Hermione.


 


— O quê, furar com uma presa de basilisco? — perguntou Harry.


— Ah, bom, que sorte a gente ter um estoque tão grande de presas de basilisco — comentou Rony. — Eu estava mesmo me perguntando o que íamos fazer com elas.


 


— Rony está pegando o jeito. — Falou Fred rindo.


 


— Não precisa ser uma presa de basilisco — explicou Hermione, pacientemente. — Tem que ser alguma coisa tão destrutiva que a Horcrux não possa se auto restaurar. O veneno de basilisco só tem um antídoto, e é incrivelmente raro...


— ... lágrimas de fênix — disse Harry.


 


— Como você sabe? — Perguntou Sirius.


 


— Depois eu conto. — Respondeu Harry.


 


— Exatamente — confirmou Hermione. — O problema é que há pouquíssimas substâncias tão destrutivas quanto o veneno de basilisco, e são todas muito perigosas para se carregar por aí. Mas é um problema que precisaremos resolver, porque romper, quebrar ou moer uma Horcrux não adianta. É preciso deixá-la sem possibilidade de se restaurar por magia.


— Mas, se a gente destrói o objeto em que está guardada — perguntou Rony —, por que o fragmento de alma não pode se mudar para outro lugar?


— Porque uma Horcrux é o absoluto oposto de um ser humano.


Ao perceber que Harry e Rony pareciam confusos, Hermione se apressou a explicar:


 


— Eles nunca entendem. — Falou Hermione.


 


— Você podia falar mais a nossa língua, você parece falar grego. — Falou Rony.


 


— Vejam, se eu apanhasse uma espada neste minuto e transpassasse você, eu não danificaria sua alma.


— O que, com certeza, seria realmente um consolo para mim — disse Rony.


 


Hermione não conseguiu segurar a risada.


 


— Você as vezes é um idiota. — Falou Hermione durante a risada.


 


— Se sou um idiota por que está rindo? — Perguntou Rony.


 


— Porque foi engraçado. — Respondeu Hermione.


 


— Hermione continua logo antes que vocês comecem a brigar de novo. — Falou Harry vendo que Rony iria revidar.


 


Harry riu.


— Devia ser mesmo! Mas o que quero demonstrar é que, seja o que for que aconteça ao seu corpo, sua alma continuará ilesa. Mas com uma Horcrux é o contrário. O fragmento de alma depende do objeto que o contém, do seu corpo encantado, para sobreviver. Do contrário, não sobreviverá.


— Aquele diário deu a impressão de morrer quando eu o perfurei — disse Harry, lembrando-se da tinta que jorrou como sangue de suas páginas e os gritos do fragmento de alma de Voldemort ao desaparecer.


 


— Quando foi que você fez isso, sabe, perfurar uma Horcrux? — Perguntou Remo.


 


— Segundo ano. — Respondeu Harry.


 


— Segundo ano, garoto você é louco, não sabe ficar longe de confusão não? — Perguntou Sirius.


 


— Você queria que eu dissesse a quem? Gilderoy? — Perguntou Harry debochadamente.


 


— Aquela coisa virou professor? — Perguntou Sirius.


 


— Sim, o conhece? — Perguntou Harry.


 


— Claro, ele estudou com a gente, bom, James não se dava bem com ele. — Falou Sirius rindo.


 


— Por que? — Perguntou Lily.


 


— Porque ele tinha uma quedinha pela Lily. — Respondeu Remo.


 


— Uma queda? Ele tinha um tombo pela Lily. — Falou Sirius.


 


Harry não pode deixar de rir pelo modo que Sirius falou.


 


— Depois você nos conta essa história. — Falou Remo.


 


— A história é longa. — Falou James.


 


— Como sabe? — Perguntou Harry.


 


— Como eu havia dito, papai tem uma penseira. — Respondeu James.


 


— E, uma vez que o diário foi completamente destruído, o fragmento nele contido não pôde sobreviver. Gina tentou se livrar do diário antes de você, jogando-o no vaso e dando descarga, mas, obviamente, ele voltou novo em folha.


— Espere aí — disse Rony, franzindo a testa. — O pedacinho de alma naquele diário estava possuindo a Gina, não? Como é isso, então?


— Enquanto o objeto mágico continuar intacto, o pedacinho de alma nele pode entrar em uma pessoa e tornar a sair se ela chegar muito perto do objeto. Não precisa segurá-lo muito tempo, não é o toque que importa — acrescentou ela, antes que Rony pudesse falar. — É a proximidade emocional. Gina abriu o coração para o diário, tornando-se, assim, incrivelmente vulnerável. A pessoa se mete em apuros quando se apega demais ou passa a depender de uma Horcrux.


 


— A cada explicação eu não consigo acreditar que vocês possam fazer isso. — Falou Molly.


 


— Fico imaginando como foi que Dumbledore destruiu o anel -disse Harry. — Por que não perguntei a ele? Realmente nunca...


Sua voz foi morrendo: pensou nas muitas coisas que deveria ter perguntado a Dumbledore e como, desde sua morte, lhe parecia que tinha desperdiçado tantas oportunidades, enquanto o diretor era vivo, para descobrir mais... descobrir tudo...


O silêncio foi quebrado quando a porta do quarto se escancarou, produzindo um estrondo de sacudir as paredes. Hermione gritou e deixou cair O Segredos das artes mais tenebrosas; Bichento disparou para baixo da cama, bufando indignado. Rony pulou da cama, escorregou em uma embalagem velha de sapos de chocolate e bateu a cabeça na parede oposta, e Harry, instintivamente, se jogou para apanhar sua varinha antes de perceber que estava vendo a Sra. Weasley, que tinha os cabelos revoltos e o rosto contorcido de raiva.


 


— Ela deve estar morrendo de raiva por vocês terem ficados sozinhos. — Falou Gina.


 


Harry, Rony e Hermione concordaram.


 


— Lamento interromper essa reuniãozinha íntima — vociferou ela, com a voz trêmula. — Tenho certeza de que vocês precisam de descanso... mas há presentes de casamento empilhados no meu quarto que precisam ser separados, e tive a impressão de que vocês concordaram em ajudar.


— Ah, sim — respondeu Hermione aterrorizada, levantando-se depressa e fazendo os livros voarem para todos os lados. — Ajudaremos... pedimos desculpas...


Com um olhar aflito para Harry e Rony, a garota saiu correndo do quarto atrás da Sra. Weasley.


— É como se a gente fosse um elfo doméstico — queixou-se Rony em voz baixa, ainda massageando a cabeça e saindo com Harry atrás das duas. — Só que sem a satisfação no trabalho. Quanto mais cedo esse casamento terminar, mais feliz eu vou ficar.


 


— Vocês irão estar de férias. — Falou Gina debochadamente.


 


— É — concordou Harry —, então não teremos mais nada para fazer exceto procurar Horcruxes... vai parecer até que estamos de férias, não é?


 


— Vocês pensam iguais. — Falou Hermione.


 


Harry e Gina se entreolharam.


 


Rony começou a rir, mas, ao ver a enorme pilha de presentes de casamento que os esperava no quarto da Sra. Weasley, parou no ato.


Os Delacour chegaram na manhã seguinte às onze horas. A essa altura, Harry, Rony, Hermione e Gina já estavam sentindo certa raiva da família de Fleur; foi de má vontade que Rony subiu as escadas batendo os pés para calçar meias iguais e Harry tentou baixar os cabelos.


 


— Você não entendeu que não da para fazer isso. — Falou Sirius rindo.


 


— Mas poderia tentar, cabelo todo bagunçado, pra tudo conto é lado. — Falou Molly.


 


— Mamãe nunca tentou arrumar nosso cabelo. — Falou James.


 


— Diz ela que é bonito, todo bagunçado. — Falou Al olhando pra cima e mexendo no cabelo.


 


— Deve ter se acostumado com o cabelo do Harry. — Falou Tonks.


 


— Mas é legal o cabelo deles, imagina como deve ficar quando eles acordam. — Falou Cath.


 


— Não é tanto bagunçado assim. — Falou James.


 


Quando foram considerados bem arrumados, os garotos saíram em fila para esperar as visitas no quintal batido de sol.


Harry nunca vira a casa tão arrumada. Os caldeirões enferrujados e as botas velhas que, em geral, coalhavam a escada para a porta dos fundos tinham desaparecido e sido substituídos por dois grandes vasos com arbustos tremulantes a cada lado da porta; embora não houvesse brisa, as folhas balançavam preguiçosamente, produzindo um belo efeito ondulante. As galinhas tinham sido trancadas no galinheiro, o quintal varrido e o jardim anexo fora despojado das folhas velhas, podado e, de um modo geral, cuidado, embora Harry, que o preferia sem trato, achasse que o jardim parecia abandonado sem o seu contingente normal de gnomos saltitantes.


O garoto perdera a noção da quantidade de feitiços de segurança que tinham sido lançados sobre A Toca, tanto pela Ordem quanto pelo Ministério; só sabia que tinham inviabilizado a possibilidade de alguém viajar por magia até ali. O Sr. Weasley, portanto, fora esperar os Delacour no alto de um morro próximo, onde a família chegaria por Chave de Portal. O primeiro sinal de sua aproximação foi uma gargalhada anormalmente aguda, dada pelo Sr. Weasley, soube-se depois, que apareceu ao portão em seguida, carregado de malas à frente de uma bela loura de longas vestes verde-folha, que só poderia ser a mãe de Fleur.


Maman! — exclamou Fleur, correndo para abraçá-la. — Papa!


 


— Imagino a cara do Gui em uma hora dessas. — Falou Tonks rindo.


 


Gui fechou a cara para a mesma.


 


O Sr. Delacour não era nem de longe atraente como sua mulher; era uma cabeça mais baixo que ela, além de extremamente gordo, e usava uma barbicha pontuda e preta. Parecia, contudo, uma pessoa bem-humorada. Sacudindo-se nas botas de salto em direção à Sra. Weasley, ele lhe aplicou dois beijos em cada bochecha, deixando-a perturbada.


Vocês tiverram tante trrabalhe — disse ele com sua voz grave. — Fleur nos contou qu'andarram trrabalhando muite mesme.


— Ah, não foi nada, absolutamente nada! — gorjeou a Sra. Weasley. — Não foi trabalho algum!


Rony aliviou sua frustração mirando um pontapé em um gnomo que estava espiando atrás de um dos vasos com arbustos tremulantes.


Minhe carra senhorra! — replicou o Sr. Delacour, ainda segurando a mão da Sra. Weasley entre as suas, muito gorduchas, e dando-lhe um radiante sorriso. — Nos sentimes muite honrrrades com a eminente união de nosses famílies! Deixe-me arpresentarr-lhe minhe mulherr, Apolline.


Madame Delacour adiantou-se como se deslizasse e se curvou para beijar a Sra. Weasley também.


Enchantée — disse ela. — Se marrido esteve me contanto histórrias muite diverrtidas!


O Sr. Weasley soltou uma risada exagerada; a Sra. Weasley lançou-lhe um olhar que o fez calar-se imediatamente e assumir uma expressão mais apropriada a uma visita a um amigo doente no hospital.


E, naturralmente, já conhecem minhe filhinea Gabrrielle! — disse Monsieur Delacour. Gabrielle era uma Fleur em miniatura; onze anos, cabelos louros platinados, a garota dirigiu um sorriso ofuscante à Sra. Weasley, abraçou-a e, pestanejando, lançou um olhar intenso a Harry. Gina pigarreou alto.


 


— Esta sentindo esse cheiro Jorge? — Perguntou Fred.


 


— Que cheiro? — Perguntou Jorge.


 


— Cheiro de ciúmes no ar. — Respondeu Fred fazendo o irmão rir.


 


Gina corou.


 


— Então, entrem, por favor! — convidou a Sra. Weasley animada, levando os hóspedes para dentro, depois de muitos "Não, por favor!" e "Primeiro os senhores!" e "De maneira alguma!".


 


— Eu tenho uma raiva disso. — Falou Lysa.


 


— As vezes da vontade de empurrar todo mundo fazendo entrar tudo de uma vez. — Falou Lorcan.


 


Os Delacour, eles não tardaram a perceber, eram hóspedes prestativos e agradáveis. Mostravam-se satisfeitos com tudo e desejosos de ajudar nos preparativos do casamento. Monsieur Delacour considerou tudo, desde a distribuição de lugares até os sapatos das damas de honra, "charmant!". Madame Delacour era muito talentosa com feitiços domésticos e deixou o forno limpo em segundos; Gabrielle seguia a irmã mais velha pela casa, tentando ajudar no que pudesse, tagarelando em um francês muito rápido.


Embaixo, A Toca não fora construída para acomodar tanta gente. O casal Weasley agora estava dormindo na sala de visitas depois de calar os protestos de Monsieur e Madame Delacour e insistir que os dois ocupassem seu quarto. Gabrielle ia dormir com Fleur no antigo quarto de Percy e Gui dividiria o quarto com Carlinhos, seu padrinho de casamento, quando ele chegasse da Romênia. As oportunidades de se reunirem para fazer planos praticamente deixaram de existir, e foi por desespero que Harry, Rony e Hermione passaram a se oferecer para dar comida às galinhas só para fugir da casa demasiado cheia.


— Nem assim ela vai nos deixar em paz! — reclamou Rony quando a segunda tentativa de se encontrarem no quintal foi frustrada pelo aparecimento da Sra. Weasley, carregando um grande cesto de roupa lavada nos braços.


 


— Ela não vai mesmo. — Falou Gui.


 


— Ah, ótimo, vocês já alimentaram as galinhas — disse ao se aproximar. — É melhor prendê-las outra vez no galinheiro antes que os homens cheguem amanhã... para armar a tenda para o casamento -explicou, parando e se apoiando à parede da casa. Ela parecia exausta. — Tendas Mágicas Millamant... eles são muito bons. Gui vai acompanhá-los... é melhor você não sair de casa enquanto estiverem aqui, Harry. Devo confessar que complica bastante organizar um casamento, com tantos feitiços de segurança pela propriedade.


— Lamento muito — respondeu Harry com humildade.


 


— Papai não mudou muito. — Falou Lily.


 


— É, sempre se culpando pelas coisas. — Falou Al.


 


— Ah, não seja tolo, querido! — exclamou a Sra. Weasley imediatamente. — Não quis me referir... bem, a sua segurança é muito mais importante! Aliás, eu estava pensando em lhe perguntar como vai querer comemorar o seu aniversário, Harry. Afinal, dezessete anos é uma data importante...


 


— Eu fico imaginando o trabalho que ela teve para fazer os outros casamentos. — Falou Rose.


 


— Como assim, outros? — Perguntou Molly.


 


— Bom, todos os Weasley casaram na Toca, quem não gostaria de casar na Toca. — Falou Lily.


 


— Com certeza a Toca é um lugar muito bonito, aconchegante. — Falou Cath.


 


— Vocês dois já foram a Toca? — Perguntou Arthur a Cath e Scorpius.


 


— Bom, a Sra. Weasley sempre nos tratou bem, mesmo sendo filhos de Draco Malfoy. — Falou Scorpius.


 


“Nunca pensei que um dos Weasley trataria meus filhos tão bem.” Pensou Draco.


 


Molly sorriu para o casal de gêmeos que retribuiu com um sorriso cheio de carinho.


 


— Não quero incomodar — disse Harry depressa, imaginando a pressão adicional que isso traria a todos. — Realmente, Sra. Weasley, um jantar normal seria ótimo... é a véspera do casamento...


— Ah, bem, se você tem certeza, querido. Vou convidar Remo e Tonks, posso? E Hagrid?


— Seria ótimo. Mas, por favor, não se incomode demais.


— Não, não mesmo... não será incômodo...


A bruxa lhe lançou um olhar demorado e inquisitivo, depois sorriu com certa tristeza e, se aprumando, afastou-se. Harry observou-a acenar a varinha quando se aproximou do varal, fazendo as roupas úmidas se erguerem no ar para se pendurarem, e, de repente, foi invadido por uma onda de remorso pela inconveniência e o pesar que estava lhe causando.


 


— Sempre será um prazer recebe-lo na Toca. — Falou Molly sorrindo carinhosamente.


 


— Obrigada Sra. Weasley. — Agradeceu Harry sorrindo.

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