CAPITULO TREZE: A COMISSÃO DE

CAPITULO TREZE: A COMISSÃO DE



— A comissão de registro dos nascidos trouxas. — Leu Teddy o nome do capitulo.


— O que quer dizer com isso? — Perguntou Harry.


— Vamos ler para saber. — Falou Vic.


Teddy começou a ler.


— Ah, Mafalda! — exclamou Umbridge, olhando para Hermione. — Travers mandou-a?


— F-foi — chiou Hermione.


 


— Mais confiança Hermione, seu medo pode acabar prejudicando. — Falou Sirius.


— Não piora a situação. — Falou Molly.


— Que bom, você servirá perfeitamente. — Umbridge se dirigiu ao bruxo em ouro e preto. — Aquele problema está resolvido, Ministro, se Mafalda puder ser dispensada para secretariar a sessão, poderemos começar imediatamente. — Ela consultou a prancheta. -Dez pessoas hoje, e uma delas mulher de um funcionário do Ministério! Tsc, tsc... até aqui, no coração do Ministério! — Umbridge entrou no elevador com Hermione, e o mesmo fizeram os dois bruxos que tinham estado atentos à conversa dela com o ministro. -Vamos descer direto, Mafalda, você encontrará tudo que precisa no tribunal. Bom-dia, Alberto, você não vai sair?


— Vou, é claro — respondeu Harry, na voz grave de Runcorn.


 


— Assim tudo piora, quando vocês mais precisam ficar juntos tem que se separar. — Falou Remo.


— É, vocês tinham que ter pegado alguém que andassem juntos, que estivessem ligados. — Concordou Tonks.


— Mas nós não conhecemos ninguém no Ministério, a não ser Kingsley, Tonks, Moody e o Sr. Weasley, então não sabemos quem é próximo de quem. — Falou Rony.


— Tem isso também. — Concordou Gui.


O garoto saiu do elevador. As grades douradas fecharam ruidosamente às suas costas. Olhando por cima do ombro, ele viu o rosto ansioso de Hermione desaparecer de vista, um bruxo alto de cada lado dela, o laço de veludo na cabeça de Umbridge à altura do seu ombro.


— O que o traz aqui em cima, Runcorn? — perguntou o novo ministro da Magia. Seus longos cabelos e barba negros eram raiados de fios prateados e a grande testa proeminente sombreava seus olhos brilhantes, lembrando a Harry um caranguejo espiando debaixo de uma pedra.


 


— É uma ótima comparação Harry. — Falou Dumbledore soltando um risinho.


— Não, o pior é todo mundo comparar a Umbridge com um sapo. — Falou Sirius nem ligando para a mulher que o olhava com raiva.


— Precisava dar uma palavrinha com — Harry hesitou por uma fração de segundo — Arthur Weasley. Alguém me informou que ele estaria aqui no Nível um.


— Ah — disse Pio Thicknesse. — Apanharam-no contatando um Indesejável?


— Não — respondeu Harry, com a garganta seca. — Não, nada disso.


— Ah. É só uma questão de tempo — comentou Thicknesse. — Se quer a minha opinião, os traidores do sangue são tão nocivos quanto os sangues-ruins. Bom-dia, Runcorn.


— Bom-dia, Ministro.


 


— Olha o lado bom, eles conversam com nascidos trouxas, sendo que eles são bem mais legais e confiáveis do que muito sangue puro que anda pelo mundo bruxo. — Falou Sirius.


— Com certeza Sirius. — Concordou Minerva.


— Estão vendo, até mesmo a Minerva concorda comigo, e isso não acontece todo dia. — Falou Sirius fazendo todos rirem.


 


Harry observou o bruxo se afastar pelo espesso carpete do corredor. No momento em que ele desapareceu, o garoto puxou a Capa da Invisibilidade de sob a pesada capa preta, atirou-a sobre o corpo e saiu em direção oposta a do ministro. Runcorn era tão alto que Harry foi forçado a se curvar para garantir que seus enormes pés ficassem cobertos.


O pânico vibrava na boca do seu estômago. Ao passar pela sequencia de portas de madeira envernizadas, cada uma com uma plaquinha indicando o nome do ocupante e a respectiva função, o poder do Ministério, sua complexidade, sua impenetrabilidade, pareceram esmagá-lo, fazendo com que o plano que estivera cuidadosamente preparando com Rony e Hermione, nas últimas quatro semanas, parecesse risivelmente infantil. Tinham concentrado todos os seus esforços na tática para entrar sem serem pegos: não tinham dedicado um instante sequer a pensar no que fariam se fossem obrigados a se separar. Agora Hermione estava presa em uma sessão do tribunal, que, sem dúvida, demoraria horas; Rony estava se esfalfando para fazer uma mágica, que, Harry tinha certeza, estava acima de sua capacidade — e, possivelmente, a liberdade de uma mulher dependia do resultado que obtivesse — e ele, Harry, estava vagueando pelo último andar, sabendo perfeitamente que sua presa acabara de descer no elevador.


 


— Que jeito carinhoso de falar que é a Umbridge. — Falou Dino rindo.


 


Ele parou de caminhar, encostou-se na parede e tentou resolver o que fazer. O silêncio o oprimiu: ali não havia movimento, nem conversas, nem passos apressados; os corredores acarpetados de roxo eram silenciosos como se um Abaffiato tivesse sido lançado sobre o local.


A sala dela deve ser aqui em cima, pensou Harry.


Era muito improvável que Umbridge guardasse as jóias em sua sala; por outro lado, parecia tolice não dar uma busca para se certificar. O garoto, portanto, recomeçou a andar pelo corredor, sem encontrar ninguém, exceto um bruxo de testa franzida, murmurando instruções para uma pena que flutuava à sua frente, escrevendo em um longo pergaminho.


 


— Bruxos tem tanta preguiça de escrever. — Falou Vic.


 


— Eles acham que tudo pode ser resolvido com um aceno de varinha e algumas palavras ditas. — Falou Elliz.


 


Agora, prestando atenção aos nomes nas portas, Harry virou um canto. Na metade do corredor seguinte, desembocou em um espaço aberto, onde uma dúzia de bruxos e bruxas estavam sentados a pequenas escrivaninhas enfileiradas que lembravam as da escola, embora muito mais lustrosas e sem rabiscos. Harry parou para observá-los, porque o efeito era hipnotizante. Em sincronia, eles gesticulavam com as varinhas fazendo quadrados de papel colorido voarem em todas as direções como pequenas pipas cor-de-rosa. Após alguns segundos, Harry percebeu que havia ritmo nessa coreografia, que os papéis formavam o mesmo desenho, e, em seguida, percebeu que a cena que observava era a produção de panfletos, que os quadrados de papel eram folhas que, quando reunidas, dobradas e baixadas magicamente, caíam em pilhas ordenadas ao lado de cada funcionário.


Harry se aproximou, embora os funcionários estivessem tão concentrados naquele serviço que ele duvidava que notassem passos abafados pelo tapete, e fez deslizar um panfleto pronto da pilha de uma jovem bruxa. Examinou-o por baixo da Capa da Invisibilidade. A capa cor-de-rosa do panfleto estava adornada com um título dourado:


 


— Quem será que criou esses panfletos, ou o Ministro esta virando Gay para querer tudo rosa, ou foi a Umbridge. — Falou James.


— Rosa é uma cor tão enjoativa. — Concordou Lily.


— Acho mais provável que foi a Umbridge, já que ela é fanática por rosa. — Falou Rose.


— Imaginem, a Umbridge em Azkaban ordenando que façam uma sela para ela cor de rosa até com o Dementador rosa. — Falou Hugo.


— Mas seu nome é Rose, sabe, igual a Rosa. — Falou Hermione.


— Mas meu nome tem a ver com a flor Rosa, e não com a cor rosa, uma flor delicada e bonita, como eu. — Falou Rose.


— Nunca reparei se você é bonita ou não. — Falou James não se importando com a cara da prima.


— E você acha que eu me importo com a sua opinião? Eu quero que outros meninos me achem bonita, e não meu próprio primo. — Falou Rose.


Os meninos que sabiam do sentimento que Scorpius sentia pela Rose olharam para ele.


— Vocês nem são discretos, não é? — Perguntou Scorpius.


— Discretos, por que? — Perguntou Rose confusa.


— Nada. — Responderam todos que haviam entendido.


Teddy achou melhor voltar a ler antes que Rose falasse alguma coisa.


 


SANGUES-RUINS e os perigos que oferecem o uma sociedade pacífica de sangues-puros


 


— Na minha época isso é crime. — Falou Roxanne olhando especificamente para Umbridge.


 


Sob o título, havia a foto de uma rosa vermelha, e, entre suas pétalas, um rosto afetando um sorriso estrangulado por uma erva verde com presas e aspecto feroz. Não havia nome de autor no panfleto, mas as cicatrizes no dorso de sua mão direita pareceram novamente formigar quando ele o examinou. Então, a jovem bruxa ao seu lado confirmou suas suspeitas ao perguntar, ainda acenando e girando a varinha:


— Alguém sabe dizer se a bruxa velha vai passar o dia inteiro interrogando sangues-ruins?


— Cuidado — disse o bruxo mais próximo, olhando nervoso para os lados; uma de suas folhas escorregou e caiu no chão.


— Será que agora, além do olho, ela tem orelhas mágicas também?


A bruxa olhou para a lustrosa porta de mogno defronte ao espaço que ocupavam; Harry acompanhou seu olhar, e a raiva se ergueu em seu peito como uma serpente armando o bote. No lugar em que haveria um olho mágico na porta de uma casa trouxa, fora embutido, na madeira, um grande olho redondo com uma brilhante íris azul; um olho escandalosamente familiar a quem tivesse conhecido Alastor Moody.


 


— Isso é crime, pegar uma coisa que não é sua, há eu vou matar essa velha. — Falou Tonks se levantando, antes que pudesse tirar uma de suas pernas de debaixo da mesa Remo a fez se sentar novamente.


— Você vai se encrencar, deixa isso quieto, depois se o Olho Tonto souber ele resolve. — Falou Remo.


— Sua ficha de crimes esta engordando cada vez mais Umbridge. — Falou Minerva.


— Quem vai acreditar nesse livro? — Perguntou Umbridge.


— Você mesmo garantiu que esse livro contava apenas a verdade, garantiu isso antes mesmo que começássemos. — Falou Dumbledore.


Depois disso Umbridge não disse nada, havia mesmo garantido que o livro contaria apenas a verdade, estava encrencada, mas antes de algo acontecer iria se vingar daqueles que a estavam derrubando.


 


Por uma fração de segundo, Harry esqueceu quem era e o que estava fazendo ali: esqueceu até que estava invisível. Dirigiu-se à porta para examinar o olho. Estava imóvel: virado para o alto, congelado. Na placa, sob o olho, lia-se:


 


Dolores Umbridge


Subsecretária Sênior do Ministro


 


Abaixo, uma plaqueta nova um pouco mais reluzente informava:


 


Chefe da Comissão de Registro dos Nascidos Trouxas


 


— Isso ainda não aconteceu, e por isso não posso ser acusada de nada. — Falou Umbridge.


— Quem tem que decidir se você vai pagar pelo crime que vai cometer no futuro é Fudge. — Falou Dumbledore.


— É, e também tem o fato de você ter torturado um aluno. — Falou Minerva.


 


Harry se virou para olhar o grupo de produtores de panfletos: embora concentrados no que faziam, eles dificilmente deixariam de notar se a porta de um escritório vazio se abrisse à sua frente. Por isso, apanhou em um bolso interno um estranho objeto com perninhas que sacudiam e um chifre bulboso de borracha à guisa de corpo. Agachando-se sob a capa, colocou o Detonador-Chamariz no chão.


 


— Vai usar isso para distrair eles? Até que é uma boa ideia. — Falou Gui.


 


No mesmo instante, o objeto saiu correndo entre as pernas dos bruxos na sala. Depois, enquanto Harry aguardava com a mão na maçaneta, ouviu-se um forte estampido e elevou-se uma nuvem de fumaça acre e escura a um canto. A jovem bruxa na primeira fila soltou um grito: folhas cor-de-rosa voaram para os lados quando todos, sobressaltados, procuravam à volta a origem do tumulto. Harry girou a maçaneta, entrou na sala de Umbridge e fechou a porta.


Teve a sensação de regredir no tempo. A sala era exatamente igual ao escritório da bruxa em Hogwarts: cortinas de renda, paninhos bordados e flores secas cobriam todas as superfícies disponíveis. As paredes exibiam os mesmos pratos ornamentais, cada um deles com um gato muito colorido e laçarote de fita, aos saltos e cambalhotas, enjoativamente bonitinho. Sobre a escrivaninha, havia uma toalha florida arrematada com babados. Por trás do olho de Olho-Tonto, um acessório telescópico permitia a Umbridge espionar os funcionários do outro lado da porta. Harry deu uma olhada e viu que ainda rodeavam o Detonador-Chamariz. Ele arrancou o telescópio da porta, deixando um buraco, soltou o olho e guardou-o no bolso. Tornou, então, a se virar para a sala, ergueu a varinha e murmurou:


Accio medalhão.


 


— Você já não sabia que não ia funcionar? — Perguntou Hermione.


— Não custa nada tentar. — Respondeu Harry dando de ombros.


— É, mas será que ela deixou o medalhão no escritório? — Perguntou Remo.


Teddy voltou a ler antes que alguém falasse alguma coisa.


 


Nada aconteceu, mas ele não esperara que acontecesse; sem dúvida, Umbridge conhecia todos os feitiços de proteção que havia. Portanto, correu à escrivaninha e começou a abrir as gavetas. Viu penas, cadernos e magidesivo; clipes encantados que serpeavam para fora da gaveta feito cobras e só voltavam a tapa; uma caixinha de renda contendo laçarotes e presilhas para os cabelos; mas nem sinal de medalhão.


Havia um arquivo atrás da escrivaninha: Harry começou a revistá-lo. Tal como o arquivo de Filch, em Hogwarts, estava cheio de pastas, cada uma com um nome na etiqueta. Somente quando Harry chegou à última gaveta, viu algo que o distraiu de sua busca: a pasta do Sr. Weasley.


Puxou-a para fora e abriu-a.


 


Arthur ficou pálido.


 


ARTHUR WEASLEY


 


Registro Sanguíneo: Sangue-puro, mas com inaceitáveis inclinações pró-trouxas.


       Membro notório da Ordem da Fênix.


Família:                     Mulher (sangue-puro), sete filhos, os dois menores em Hogwarts.


NB: O filho mais jovem no momento em casa acamado com grave doença, confirmada por inspetores do Ministério.


Segurança:              RASTREADO. Todos os seus movimentos estão sendo monitorados.


Forte probabilidade que Indesejável nº 1 o contate (hospedou-se com a família Weasley anteriormente).


 


— Já era de se esperar que estou sendo rastreado. — Falou Arthur sem dar muita importância.


— Mas isso não devia acontecer, com milhares de pessoas ruins no mundo e estão rastreando você. — Falou Hermione.


Arthur ficou feliz por Hermione o estar protegendo.


— Um dia essas pessoas caem na real. — Falou Fernando.


 


— Indesejável Número Um — murmurou Harry com seus botões, ao repor a pasta do sr. Weasley e fechar a gaveta. Tinha idéia de que sabia quem seria e...


 


— Acho que todos nós temos uma ideia de quem seja — disse Gina.


— Verdade — todos concordaram.


 


 Com efeito, ao se erguer e correr o olhar pela sala à procura de outros esconderijos, viu na parede um pôster com sua imagem e as palavras INDESEJÁVEL N° 1 gravadas no peito. Nele havia preso um bilhetinho rosa com um gatinho no canto. Harry aproximou-se para lê-lo e viu que Umbridge tinha escrito "A ser punido".


 


— Ser punido pelo que? — disse Sirius — Se a única coisa que ele fez, foi ajudar o mundo bruxo. Na verdade ainda ajuda.


— Disse pouco, mas disse tudo — falou Remus.


Umbridge não disse nada, se dissesse poderia piorar sua situação, daria um jeito nessas pessoas que estão a prejudicando.


 


Mais enraivecido que nunca, começou a apalpar os fundos dos vasos e das cestas de flores secas, mas não se surpreendeu que o medalhão não estivesse ali. Deu uma última olhada na sala, e seu coração parou de bater por um segundo. Dumbledore o fitava de um pequeno espelho retangular, apoiado em uma estante de livros ao lado da escrivaninha.


Harry atravessou a sala correndo e agarrou-o, mas percebeu, no momento em que seus dedos o tocaram, que não era um espelho. Dumbledore sorria melancolicamente da capa acetinada de um livro. Harry não notara imediatamente o rebuscado título em verde sobre seu chapéu: A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore, nem nos dizeres ligeiramente menores sobre o seu peito: de Rita Skeeter, autora do bestseller Armando Dippet: prócer ou palerma?


 


— Tinha que ser verde — falou Hermione — Para chamar bem a atenção. Por que ser discreta né? — no final a voz de Hermione tinha um tom sarcástico.


— Nossa Hermione — Brincou Jorge.


— Não conhecíamos seu lado sarcástico — completou Fred.


 


Harry abriu o livro a esmo e viu uma foto de página inteira de dois adolescentes abraçados, às gargalhadas. Dumbledore, então com os cabelos na altura dos cotovelos, tinha deixado crescer uma barba rala que lembrava a de Krum, que tanto irritara Rony.


 


— Nem sei por que irritava o Rony. Por que será? — brincou Harry fazendo uma cara de pensativo.


— Tem duas possibilidades. — entrou na brincadeira Ginny — 1ª opção: ele ama a Hermione e tem ciúmes do Krum. 2ª opção: ele tem ciúmes do Krum porque ele gosta da Hermione


— Difícil de escolher — fingiu que estava pensando Jorge.


— Verdade – brincou Fred também pensando — Desisto, é muito difícil de saber.


— Muito engraçado vocês. — Falou Rony bravo.


Todos no salão riram da brincadeira dos quatro enquanto Rony ficava tão vermelho quanto seus cabelos.


 


 O garoto que gargalhava em silêncio ao lado de Dumbledore tinha um ar alegre e rebelde. Seus cabelos louros caíam em cachos sobre os ombros. Harry ficou imaginando se seria o jovem Doge, mas, antes que pudesse ler a legenda, a porta do escritório se abriu.


Se Thicknesse não estivesse espiando por cima do ombro ao entrar, Harry não teria tido tempo de se cobrir com a Capa da Invisibilidade.


 


— Ufa. Que sorte, em Harry — disse Ginny.


— Pois é. — falaram Harry, Rony e Hermione.


 


 Nas circunstâncias, pareceu-lhe que o ministro talvez tivesse percebido algum movimento, porque por um momento o bruxo parou muito quieto, observando, curioso, o lugar onde Harry acabara de sumir. Concluindo, talvez, que tivesse visto apenas Dumbledore coçando o nariz na capa do livro que Harry repusera rapidamente na prateleira, o bruxo finalmente foi até a escrivaninha e apontou a varinha para a pena mergulhada no tinteiro. A pena saltou e começou a escrever um bilhete para Umbridge. Muito devagar, mal se atrevendo a respirar, Harry foi recuando para fora da sala, de volta ao espaço aberto em frente.


 


— É melhor sair do que ficar esperando para ler o que ele havia escrito. — Falou Arthur.


— É mesmo, você poderia sem querer fazer um movimento que denunciasse sua presença. — Falou Kingsley.


 


Os produtores de panfletos continuavam agrupados em torno dos restos do Detonador-Chamariz, ainda apitando fracamente e soltando fumaça. Harry correu pelo corredor e ouviu a bruxa jovem comentar:


— Aposto que veio, sem ninguém saber, dos Feitiços Experimentais, eles são tão descuidados, lembram aquele pato venenoso?


 


— Um pato venenoso, quem é o louco que faz uma coisa dessas com o coitado do pato? — Perguntou Jorge.


— É, pra que fazer isso com um pato? Faça como vocês, com pessoas mesmo. — Falou Fred II rindo da cara dos gêmeos.


 


Na corrida para os elevadores, Harry reviu suas opções. Sempre fora improvável que o medalhão estivesse no Ministério, e não havia esperança de descobrir, por magia, o seu paradeiro, enquanto Umbridge estivesse sentada em um tribunal lotado. A prioridade deles agora era sair do Ministério antes que os descobrissem e tentar novamente em outro dia. O primeiro passo era encontrar Rony, então poderiam combinar um modo de tirar Hermione do tribunal.


 


— O ruim é que Hermione está acompanhada de Umbridge. — Falou Remo.


— É, vocês teriam que inventar uma boa desculpa para tirar ela de perto da sapa rosa. — Falou Tonks fazendo todos rirem por causa do apelido.


— Oras, quem você pensa que é para me chamar desse jeito? Eu sou professora dessa escola, e mereço respeito. — Falou Umbridge.


— Uma mulher que tortura uma pessoa por nada não merece respeito. — Falou Tonks dando de ombros.


Umbridge fechou os punhos com raiva.


 


O elevador estava vazio quando chegou. Harry entrou rápido e tirou a Capa da Invisibilidade quando o veículo começou a descer. Para seu imenso alívio, quando o elevador parou aos trancos no Nível dois, entrou um Rony encharcado e de olhos arregalados.


— Dia — gaguejou para Harry, quando o elevador tornou a se pôr em movimento.


— Rony, sou eu, Harry!


— Harry! Caramba, esqueci a sua cara... por que Hermione não está com você?


 


— Como você esquece as coisas tão rápido? — perguntou Luna.


— Quando fico muito nervoso, eu esqueço das coisas rápido — respondeu Rony.


— Atah. Deve ser os Zonzóbulos que atacam mais fortemente quando as pessoas estão nervosas. — Falou Luna.


— É, talvez seja. — Falou Rony a primeira coisa que veio em sua cabeça, sabia que se dissesse algo insensível, e se dissesse alguma coisa insensível com certeza a namorada o bateria, e ele não queria aquilo.


 


— Teve que ir ao tribunal com a Umbridge, não pôde recusar e...


Antes que Harry pudesse terminar a frase, o elevador tornara a parar: as portas se abriram e o Sr. Weasley entrou, conversando com uma velha bruxa, cujos cabelos louros estavam tão eriçados para o alto que lembravam um formigueiro.


 


— Harry, eu acho que você exagera nas descrições. — Falou Hermione.


— É, do modo que você fala nem parece ser uma pessoa. — Concordou Rose.


— A culpa não é minha, é da pessoa que escreveu esse livro. — Falou Harry.


— Mas você com certeza descreveu a aparência da pessoa. — Falou Cath.


— Há, eu desisto, tudo que acontece nesse livro é culpa minha. — Falou Harry.


— É claro ué, você é o personagem principal. — Falou Miguel.


 


— ... entendo bem o que está dizendo, Wakanda, mas acho que não poderei me envolver com...


O Sr. Weasley parou de falar; reparara em Harry. Era muito esquisito ver o Sr. Weasley olhar para ele com tanta antipatia.


 


— Deve realmente ser muito estranho — disse Gui — Acho que só vi papai olhar com antipatia para poucas pessoas.


 


 As portas do elevador se fecharam e os quatro recomeçaram a descer.


— Ah, olá, Reg — disse o sr. Weasley, virando-se ao ouvir a água escorrendo sem parar das vestes de Rony. — Sua mulher não veio ao Ministério hoje para o interrogatório? Ah... que aconteceu com você? Por que está tão molhado?


— Está chovendo na sala de Yaxley — respondeu ele em direção ao ombro do Sr. Weasley, e Harry entendeu que o amigo receava que o pai pudesse reconhecê-lo se os seus olhos se encontrassem. — Não consegui estancar, então me mandaram buscar Bernie... Pillsworth, acho que foi esse o nome...


— Ultimamente tem chovido em muitos escritórios — disse o Sr. Weasley. — Você experimentou o meteolojinx recanto? Funcionou na sala do Bletchley.


Meteolojinx recanto? — sussurrou Rony. — Não, não experimentei. Obrigado, p..., quero dizer, Arthur.


 


— Quase que você estraga o plano Rony. — disse Hermione — Presta mais atenção, meu amor.


— Pode deixar. — falou Rony — Mas quando você estiver por perto vai ser meio difícil prestar atenção em outra coisa — a última parte a garota disse num sussurro para só Rony ouvir.


— Eu te amo, Rony. — Falou Hermione sorrindo.


— Também te amo, Mione.


— Acabou a melação? — perguntou Lilá — Por favor, continue a ler. Se não ficaremos aqui vendo os dois de melação a noite toda.


— Olha quem fala. — Falou Rose direcionando seu olhar para Lila.


— Está insinuando que eu seja igual a eles? — Perguntou Lila.


— Sabe, minha avó me ensinou que eu sempre devo dizer o que penso, e a verdade. — Falou Rose.


— Vovó Molly nunca disse isso. — Falou Hugo confuso.


— Estou falando da Vovó Granger. — Falou Rose.


— Porque a chama pelo sobrenome? — Perguntou Hugo.


— Eu acho que fica legal, vovó Weasley, vovó Granger. Mas eu as chamo pelo primeiro nome também, Molly e Grace. — Falou Rose.


 


As portas do elevador abriram; a velha bruxa com o penteado de formigueiro saiu, e Rony disparou atrás dela e desapareceu de vista.


Harry fez menção de segui-lo, mas viu seu caminho bloqueado pela entrada de Percy Weasley, de nariz enterrado em uns papéis que estava lendo.


 


— Vendo assim parece que o Ministério é tão pequeno, quando você quer encontrar alguém você não encontra, e quando você não quer encontrar alguém, a pessoa aparece do nada na sua frente. — Falou Teddy.


— É, uma vez fui procurar o Teddy, demorei quase uma hora, e nesse tempo, eu encontrei, o Tio Harry, a Tia Gina, Tio Rony, Tia Hermione, Tio Percy, Kingsley, ou seja, eu encontrei todo mundo, menos ele. — Falou Vic.


— É sempre assim. — Falou Artur.


 


Só depois que as portas fecharam foi que Percy percebeu que estava no elevador com o pai. Ergueu os olhos, viu o Sr. Weasley, ficou vermelho como um pimentão e desembarcou no instante em que as portas reabriram. Pela segunda vez, Harry tentou sair, mas, agora, sua saída foi bloqueada pelo braço do Sr. Weasley.


— Um momento, Runcorn.


 


— Desse jeito fica difícil, vocês deveriam ter se transformado em uma pessoa que não chame muita a atenção. — Falou Minerva.


— É, mas acho que na situação que agente tava, nós não tínhamos muita opção. — Falou Rony.


— É, também tem isso. — Falou Miguel.


 


Quando as portas do elevador fecharam e eles desceram, sacudindo, mais um andar, o Sr. Weasley falou:


— Ouvi dizer que você denunciou Dirk Cresswell.


Harry teve a impressão de que o breve encontro com Percy não diminuíra a ira do Sr. Weasley. Concluiu que sua melhor chance era se fazer de desentendido.


— Desculpe?


— Não finja, Runcorn — retorquiu o sr. Weasley, com ferocidade. — Você capturou o bruxo que falsificou a árvore genealógica dele, não foi?


 


— Nossa, eu tenho que elogiar esse cara. — Falou James.


— É, porque conseguir falsificar uma arvore genealógica não deve ser nada fácil. — Falou Fernando.


— Há, se a família dele for muito grande, fica mais difícil. — Falou Al.


— É, imagina falsificar a arvore genealógica de uma família do tamanho da nossa. — Falou Roxanne.


 


— Eu... e se capturei? — desafiou Harry.


— Dirk Cresswell é dez vezes mais bruxo que você — disse o Sr. Weasley em voz baixa, enquanto o elevador continuava a descer. — E, se sobreviver a Azkaban, você terá contas a prestar a ele, isso sem falar à mulher, aos filhos e aos amigos...


 


— Está vendo Harry, papai esta ameaçando você de morte. — Falou Fred.


— Tá ai uma coisa que não se vê todo dia. — Falou Jorge rindo com o irmão.


 


— Arthur — Harry interrompeu-o —, você sabe que está sendo monitorado, não sabe?


— Isso é uma ameaça, Runcorn? — interpelou-o o Sr. Weasley.


— Não — disse Harry —, é um fato! Estão vigiando todos os seus movimentos...


 


— Falando desse jeito Harry, acho que você esta saindo do personagem, sabe, acho que você deveria entrar mais na vida da pessoa em que esta transformado, porque se não você pode acabar se entregando. — Falou Dumbledore.


— É, você tem razão, mas fica mais difícil ser uma pessoa que eu não conheço, que eu não sei a personalidade, se é uma pessoa boa ou ruim. — Falou Harry.


 


As portas do elevador abriram. Tinham chegado ao átrio. O Sr. Weasley lançou a Harry um olhar fulminante e saiu rápido do elevador. Harry ficou ali, tremendo. Gostaria de ter assumido o papel de outro bruxo que não Runcorn... as portas do elevador fecharam com o fragor habitual.


Harry apanhou a Capa da Invisibilidade e vestiu-a. Tentaria livrar Hermione sozinho, enquanto Rony resolvia o problema da sala em que chovia. Quando as portas reabriram, ele desembarcou em um corredor com piso de pedra, iluminado por archotes, muito diferente dos corredores com painéis de madeira e carpetes, nos níveis acima. Quando o elevador partiu chocalhando, Harry sentiu um leve arrepio ao avistar, ao longe, a porta preta que assinalava a entrada para o Departamento de Mistérios.


 


— Mas porque o medo dessa porta? — Perguntou Sirius.


— É com essa porta que ele costuma sonhar. — Explicou Lily.


— Bom, já faz um tempo que eu não sonho com ela. — Falou Harry.


— Isso é bom. — Falou Hermione.


— É, mas é possível que os sonhos voltem a qualquer momento. — Falou Dumbledore.


— Temos que dar um jeito nisso. — Falou Minerva.


— Eu estava pensando em eu mesmo ensinar a Oclumencia, acho que com a convivência com os visitantes vai ajudar um pouco. — Falou Dumbledore para todo mundo ouvir.


 


Ele foi andando, seu destino não era a porta preta, mas o portal à esquerda, que, segundo lembrava, levava à escada e às câmaras dos tribunais. Ao descer, debateu mentalmente suas possibilidades: ainda tinha uns dois Detonadores-Chamariz, mas talvez fosse melhor bater na porta do tribunal, entrar como Runcorn e pedir para dar uma palavrinha rápida com Mafalda. Naturalmente, ele ignorava se o bruxo seria suficientemente importante para agir assim, e mesmo que ele, Harry, fosse bem-sucedido, a prolongada ausência de Hermione poderia desencadear uma busca, antes que pudessem deixar o Ministério...


 


— Vocês tem que ficar juntos o quanto antes, porque se estiverem juntos e o efeito da poção de algum de vocês passar, vocês não vão precisar procurar algum amigo que esteja longe. — Falou Remo.


— É, mas para ficarmos juntos, teríamos que achar pessoas que são próximas, mas como não tínhamos opções, tivemos que pegar pessoas que seriam afastadas mesmo. — Falou Hermione.


 


Absorto em seus pensamentos, ele não registrou imediatamente o frio anormal que começou a envolvê-lo como se penetrasse um nevoeiro. E foi se tornando mais forte a cada passo que dava: um frio que entrava por sua garganta e forçava seus pulmões.


 


— Dementadores – Falou Remus — Como você não tinha percebido, Harry? Você já é quase especialista em saber quando tem um dementador por perto.


— Realmente, Remus — Disse Harry — Eu deveria realmente estar muito nervoso. E outra coisa, tudo o que eu sei sobre dementadores foi você que me ensinou. Você é o especialista, não eu.


— Obrigado, Harry — Remus estava meio corado.


— Você fica muito fofo corado, Remus — Sussurrou Tonks para só ele ouvir.


 


 Então sobreveio aquela sensação sub-reptícia de desespero, uma desesperança que foi se expandindo dentro dele...


Dementadores, pensou.


 


— Finalmente. — Brincou Remus — Você é lerdo, Harry.


— Haha, muito engraçado Aluado. — Falou Harry.


 


Quando alcançou o pé da escada e virou à direita, deparou com uma cena pavorosa. O corredor escuro ao longo das câmaras judiciais estava repleto de vultos altos e encapuzados, seus rostos completamente ocultos, sua respiração entrecortada o único som que se ouvia.


 


— Como podem expor as pessoas ao horror desse jeito. — Falou Molly.


— Conheço alguém que teria o prazer de vivenciar as pessoas sendo torturadas. — Falou Harry olhando para Umbridge.


 


Paralisados de terror, os nascidos trouxas trazidos para interrogatório tremiam apertados nos bancos duros de madeira.


 


— Eles pararam de usar isso contra pessoas ruins para usar contra pessoas inocentes, imagine quantos nascidos trouxas, sendo idosos, adolescentes ou crianças passaram por coisas assim. — Falou Minerva horrorizada.


— É, mas vocês estão lendo isso para não deixarem isso acontecer. — Falou Vic.


 


A maioria escondia os rostos nas mãos, num gesto instintivo para se proteger das bocas vorazes dos dementadores. Alguns estavam em companhia da família, outros sentavam-se sozinhos. Os dementadores deslizavam de um lado para outro diante deles, e o frio e a desesperança que impregnavam o local atingiram Harry como uma maldição...


 


— Nossa, agora sabemos como papai se sente perto deles. — Falou Lily.


— Bom, ser atacado por um bando desses bichos não ajudam uma pessoa em nada. — Falou Harry.


 


Resista, disse a si mesmo, mas sabia que não poderia conjurar um Patrono, ali, sem revelar instantaneamente sua identidade. Então, continuou avançando, o mais silenciosamente que pôde, e, a cada passo, a dormência parecia se apoderar furtivamente do seu cérebro. Ele fazia um esforço para pensar em Hermione e Rony, que precisavam dele.


Caminhar entre os altos vultos negros era aterrador: os rostos sem olhos, ocultos sob os capuzes, se viraram quando ele passou, dando-lhe a certeza de que o sentiam, sentiam talvez uma presença humana que ainda possuía esperança, resiliência...


 


— Eu disse que a capa não iria fazer diferença para eles. — Falou Dumbledore.


— E como eu iria saber que iria encontrar um bando de dementadores? — Perguntou Harry.


Dumbledore não respondeu, entendia que a vida do menino estava tão corrida que ele não poderia nem imaginar o que encontraria pelo caminho, pensar na possibilidade de que o menino não iria precisar passar por isso o deixava feliz.


 


Então, de modo abrupto e chocante, no silêncio gelado, uma das portas da masmorra, à esquerda, abriu-se violentamente, deixando ecoar os gritos em seu interior.


— Não, não, sou mestiço, sou mestiço, estou lhes dizendo! Meu pai era bruxo, era, verifiquem, Arkie Alderton, um conhecido projetista de vassouras, verifiquem, estou lhes dizendo, tirem as mãos de mim, tirem as mãos de...


— Este é o seu último aviso. — Ouviu-se a voz suave de Umbridge, magicamente amplificada de modo a se sobrepor com clareza aos gritos desesperados do homem. — Se resistir, será submetido ao beijo do dementador.


 


— Olha, se não é a nossa professora inocente de torturar alunos. — Falou Sirius sarcástico.


— Esse livro é uma completa mentira. — Falou Umbridge.


— Você mesma disse que esse livro só contaria a verdade. — Falou Rony.


— Bem lembrado Sr. Weasley, você nos deu a sua palavra de que confiava nesse livro, agora depois de tanta descoberta você não pode simplesmente dizer que é tudo mentira. — Falou Dumbledore.


Umbridge preferiu não dizer mais nada.


 


Os gritos do homem cessaram, mas seus soluços secos continuaram a ecoar pelo corredor.


— Levem-no — ordenou Umbridge.


Dois dementadores apareceram à porta da câmara, suas mãos podres e encrostadas apertando os braços do bruxo que parecia desfalecer. Deslizaram pelo corredor com o prisioneiro, e a escuridão que deixaram em seu rastro engoliu o homem fazendo-o desaparecer.


— Próximo: Maria Cattermole — chamou Umbridge.


 


— A esposa do homem em que o Rony se transformou. — Falou Scorpius.


— Vocês também em Hermione, poderia escolher outra pessoa. — Falou Rony tentando colocar toda a culpa em Hermione.


— Ei, a culpa não é minha, como já dissemos varias vezes não tínhamos muitas opções. — Falou Hermione.


— É, e a culpa também é sua Harry, quem mandou ter a ideia de fazer isso de um dia para o outro, poderíamos ter conseguido outras pessoas para transformar. — Falou Rony.


— Nem tentem colocar a culpa em mim não. — Falou Harry.


— Não sei porque vocês estão discutindo isso, isso nem aconteceu ainda. — Falou Gina.


Os três que estavam discutindo não disseram mais nada depois de ouvir as palavras da ruiva.


 


Uma mulher miúda se ergueu; tremia da cabeça aos pés. Seus cabelos negros estavam puxados para trás em um coque e ela usava vestes longas e simples. Seu rosto estava completamente exangue. Ao passar pelos dementadores, Harry a viu estremecer.


Ele agiu instintivamente, sem plano formado, porque detestou vê-la entrar sozinha na masmorra: quando a porta começou a se fechar, escorregou para dentro do recinto.


 


 


— Diz que você entrou discretamente, assim agente entende melhor. — Falou Lorcan.


— É, as vezes as descrições do livro está em grego. — Falou Cath.


— É, é tão difícil quanto entender a tia Hermione descrevendo como usar um feitiço difícil. — Falou Elliz.


— É, ao invés dela ajudar agente, ela piora a nossa situação. — Falou Felipe.


— Nossa, não precisa falar assim de mim. — Falou Hermione fingindo tristeza.


 


Não era a mesma sala em que ele fora interrogado por uso impróprio da magia. Era bem menor; embora o teto tivesse igual altura, deu-lhe a sensação claustrofóbica de estar preso no fundo de um comprido poço.


 


— Bom, agora a descrição melhorou. — Falou Felipe.


— É, porque na verdade o Ministério parece mesmo um poço sem fim. — Falou Arthur.


 


Havia outros dementadores ali, cobrindo o local com sua aura congelante; estavam postados como sentinelas sem rosto nos cantos mais afastados da imponente plataforma. Ali, atrás de uma balaustrada, sentava-se Umbridge com Yaxley, de um lado, e Hermione, com o rosto quase tão lívido quanto o da Sra. Cattermole, do outro. Ao pé da plataforma, um gato de pêlos longos e prateados andava de um lado para outro, e Harry percebeu que sua função era proteger os promotores do desespero que emanava dos dementadores: aquilo era para afetar os acusados e não os acusadores.


 


— Esse é o patrono da Umbridge? — Perguntou Rose.


— Estão vendo, até mesmo pessoas ruins podem ter um patrono. — Falou Elliz.


— Eu fico pensando, pessoas ruins não tem lembranças boas, como ela pode ter um patrono? — Perguntou Hermione indignada.


— Isso é uma coisa que nem eu conseguiria responder. — Falou Dumbledore.


— As vezes as pessoas poderiam ter tido uma infância normal, cheia de alegria, mas conforme foi crescendo as pessoas podem se transformar em uma pessoa ruim, então acho que elas usam lembranças da sua própria infância. — Falou Remo o mais claro possível.


— É, pode ser isso. — Falou Teddy.


 


— Sente-se — disse Umbridge, com sua voz suave e sedosa.


A Sra. Cattermole encaminhou-se aos tropeços para o único assento no centro da sala abaixo da plataforma. No momento em que se sentou, as correntes tilintaram nos braços da cadeira e a prenderam.


 


— A cada palavra as coisas parecem ficar piores. — Falou Vic.


 


— Você é Maria Elizabeth Cattermole? — indagou Umbridge. A mulher acenou uma única vez com a cabeça trêmula.


— É casada com Reginald Cattermole, do Departamento de Manutenção Mágica?


A Sra. Cattermole caiu no choro.


— Não sei onde ele está, devia ter vindo se encontrar comigo aqui!


Umbridge ignorou-a.


— É mãe de Maisie, Élia e Alfredo Cattermole?


A mulher soluçou ainda mais.


— Eles estão apavorados, acham que eu talvez não volte para casa...


 


— Como se eu fosse me importar com o que a família de uma pessoa acusada ser nascida trouxa pensa no que vai acontecer. — Falou Umbridge.


— É claro que você não esta nem ai, porque ninguém também não está nem ai para o que vai acontecer com você. — Falou Scorpius.


— E você, quem se importaria com você? — Perguntou Umbridge.


— Todos aqui se importam. — Falou Teddy se referindo as pessoas do futuro.


— Você Lupin não tem nada a ver com o que eu estou falando com o Malfoy. — Falou Umbridge sem educação.


— Tenho tudo a ver, sou parente dele, um pouco distante, mas sou. — Falou Teddy dando de ombros.


— É, a avó de Teddy é prima da minha avó. — Falou Scorpius.


— O que torna eu e meu irmão parente do Teddy, primos de não sei lá qual grau, mas somos primos. — Falou Cath dando de ombros.


 


— Poupe-nos — disse Yaxley, com rispidez. — Os pirralhos dos sangues-ruins não nos inspiram simpatia.


Os soluços da Sra. Cattermole mascararam os passos de Harry, que se dirigia cautelosamente aos degraus da plataforma. No momento em que ele passou pelo lugar que o gato Patrono patrulhava, sentiu a mudança de temperatura: ali era cálido e confortável. O Patrono certamente era de Umbridge, e brilhava intensamente, porque a bruxa estava muito feliz, em seu elemento, aplicando leis deturpadas que ela própria ajudara a redigir.


 


— Sinceramente, uma pessoa que fica feliz em ver o sofrimento e a dor de uma pessoa não pode ser considerada um ser humano. — Falou Lila.


 


 


Lenta, mas cuidadosamente, Harry contornou a plataforma por trás de Umbridge, Yaxley e Hermione, e se sentou às costas da amiga. Estava preocupado em não sobressaltá-la. Pensou em lançar um Abaffiato em Umbridge e Yaxley, mas até mesmo o murmúrio do encantamento poderia fazer Hermione se assustar. Então Umbridge alteou a voz para se dirigir à Sra. Cattermole, e Harry aproveitou a oportunidade.


 


— Nossa, imagina... Você esta em um silencio total, ai de repente alguém sussurra alguma coisa para você. — Falou Simas.


— Eu daria um pulo na cadeira. — Falou Parvati.


 


— Estou atrás de você — sussurrou ao ouvido de Hermione. Conforme previra, ela levou um susto tão violento que quase derrubou o tinteiro que devia usar para registrar o interrogatório, mas os dois bruxos estavam concentrados na Sra. Cattermole e o movimento brusco lhes passou despercebido.


 


— Credo Harry, eu em, deve ser tão estranho quanto ouvir vozes vindas de dentro da parede. — Falou Hermione se referindo ao fato do amigo escutar vozes vindas da parede no segundo ano.


— Acredite Hermione, é horrível você ouvir vozes vindas de um lugar impossível. — Falou Harry.


 


— A varinha que tinha em seu poder quando chegou hoje ao Ministério, Sra. Cattermole, foi confiscada — ia dizendo Umbridge. — Vinte e dois centímetros e dois décimos, cerejeira, núcleo de pêlo de unicórnio. Reconhece a descrição?


A Sra. Cattermole assentiu, enxugando os olhos na manga.


— Pode, por favor, nos dizer de que bruxa ou bruxo tirou essa varinha?


 


— Como você pode dizer uma coisa dessas, dizer que as pessoas estão roubando varinha uma das outras. — Falou Hermione.


— É verdade, mesmo que ela tenha roubado mesmo, a varinha só corresponde completamente a aquele que a varinha o escolheu. — Falou Dumbledore.


— Como assim?


 — Perguntou Dino.


— Por exemplo, você pega a varinha de uma pessoa, a varinha não vai corresponder a você completamente. — Explicou Dumbledore.


 


— T-tirei? — soluçou a Sra. Cattermole. — Não t-tirei de ninguém. Comprei-a aos onze anos de idade. Ela... ela... ela me escolheu.


E chorou ainda mais.


Umbridge deu uma risadinha suave e infantil que fez Harry ter vontade de atacá-la. Inclinou-se para o balaústre, para melhor observar sua vítima, e um objeto dourado balançou para frente e ficou flutuando no espaço: o medalhão.


 


— Agora eu fiquei confusa, ela é ruim por que esta usando o medalhão, ou por ser ruim por vontade própria? — Perguntou Edu Carmichael.


— Acho que ela é ruim por que ela que, porque o medalhão ainda não foi roubado do Largo Grimmauld. — Falou Sirius.


 


Hermione o viu e deixou escapar um gritinho, mas Umbridge e Yaxley, ainda atentos à sua presa, estavam surdos a todo o resto.


— Não — replicou Umbridge —, não, acho que não, sra. Cattermole. Varinhas só escolhem bruxos. A senhora não é bruxa. Tenho aqui as respostas ao questionário que lhe foi enviado; Mafalda, passe-as para mim.


Umbridge estendeu a mão pequena: ela parecia tão batráquia naquele momento que Harry se surpreendeu com a ausência de membranas entre seus dedos curtos. As mãos de Hermione tremiam de espanto. Ela procurou em uma pilha de documentos equilibrados em uma cadeira ao seu lado, e, por fim, retirou um rolo de pergaminho com o nome da Sra. Cattermole.


 


— Sorte que a Hermione sabe o que fazer. — Falou Rony.


 


— Que... que bonito, Dolores — comentou Hermione, apontando para o medalhão que brilhava entre os babados da blusa de Umbridge.


— Quê? — exclamou Umbridge abruptamente, baixando os olhos. — Ah, sim: uma velha herança de família — disse, levando a mão ao medalhão sobre o busto avantajado. — O "S" é de Selwyn... sou parenta dos Selwyn... na verdade, há poucas famílias de sangue-puro com quem eu não seja aparentada... uma pena — continuou ela em voz mais alta, folheando o questionário da Sra. Cattermole — que não se possa dizer o mesmo sobre a senhora. Profissão dos pais: verdureiros.


 


— Melhor do que ser torturadores de adolescentes. — Falou Hermione.


 


Yaxley deu uma risada de desdém. Embaixo, o peludo gato prateado patrulhava de lá para cá, e os dementadores aguardavam postados nos cantos.


Foi a mentira de Umbridge que fez o sangue subir à cabeça de Harry e obliterar toda a sua cautela; que ela estivesse usando o medalhão que achacara de um marginalzinho para legitimar suas credenciais de sangue-puro. Ele ergueu a varinha, sem se dar o trabalho de ocultá-la sob a Capa da Invisibilidade, e ordenou:


 


— Esse é o problema de ter pavio curto. — Falou James.


— Olha quem fala, o garoto que quase espancou um menino por ele brincar com a irmã mais nova dele. — Falou Miguel.


— Mas aquele menino estava merecendo mesmo, ele acha que pode derrubar minha irmã da vassoura e sair como se nada tivesse acontecido, só eu posso fazer isso, e quando papai esta por perto que ai ele pega a ruivinha desastrada ai. — Falou James.


— Muito engraçado você James, olha como eu estou rindo. — Falou Lily com cara de poucos amigos.


 


— Estupefaça!


Houve um clarão vermelho: Umbridge desmontou e bateu com a testa na borda do balaústre; os papéis da Sra. Cattermole escorregaram do seu colo no chão e, embaixo, o gato prateado desapareceu. Um ar gélido atingiu-os como se fosse uma ventania. Yaxley, aturdido, olhou para os lados, à procura da origem do problema e viu a mão incorpórea de Harry apontando uma varinha em sua direção. Tentou sacar a própria varinha, mas tarde demais.


— Estupefaça!


 


— Tem que ser rápido em umas horas dessas. — Falou Lorcan


— Ér sim. — Falou Harry.


 


Yaxley escorregou da cadeira e caiu dobrado no chão.


— Harry!


— Hermione, se você acha que eu ia ficar parado aqui vendo ela fingir...


— Harry, a Sra. Cattermole!


O garoto se virou, arrancando a Capa da Invisibilidade; embaixo os dementadores saíram dos seus cantos; deslizavam para a mulher acorrentada: fosse porque o Patrono desaparecera, fosse porque seus senhores não estavam mais no comando, pareciam ter abandonado o comedimento. A sra. Cattermole deixou escapar um terrível grito de medo quando a mão pegajosa e encrostada agarrou seu queixo e empurrou sua cabeça para trás.


 


— E o Ministério ainda acha que pode controlar esses bichos. — Falou Dumbledore.


 


— EXPECTO PATRONUM!


 


— Lá vem o Pontas. — Falou Sirius se lembrando de uma vez em que viu o amigo conjurar um patrono da mesma forma que era sua forma em animago.


— Pontas? — Perguntou Kevin Entwhistle.


— Pontas era o apelido do pai do Harry, por causa dos chifres do cervo. — Falou Remo.


— O pai do Harry era um cervo na forma animaga. — Falou Sirius mais especificamente.


Depois disso todos entenderam.


 


O veado prateado voou da ponta da varinha de Harry e avançou contra os dementadores, que recuaram e tornaram a se fundir com as sombras. A luz do veado, mais forte e mais quente do que a proteção do gato, encheu toda a masmorra ao correr repetidamente pelo seu perímetro.


— Apanhe a Horcrux — disse Harry a Hermione.


Desceu, então, os degraus, correndo, enquanto guardava a Capa da Invisibilidade em sua pasta, e se aproximou da sra. Cattermole.


— Você? — sussurrou ela, fitando-o no rosto.


 


— Eu. — Falou Harry.


— Quem mais seria o louco de atacar Umbridge dentro do Ministério? — Perguntou Gina retoricamente.


 


— Mas... Reg disse que foi você que me denunciou para ser interrogada!


 


— Há, você não voltou ainda a ser o Harry, ela está pensando que uma pessoa ruim esta ajudando ela. — Falou Rony.


— Nossa Rony, falando assim as coisas ficam bem mais claras. — Falou Cath.


— Sabe, é que eu sou muito inteligente. — Falou Rony levando um tapa da namorada que ria do lado.


Todos riram do modo como Rony acabara de falar.


 


— Fiz isso? — murmurou Harry, puxando as correntes que prendiam os braços da mulher. — Bem, mudei de opinião. Diffindo! — Nada aconteceu. — Hermione, como me livro dessas correntes?


 


— Será que papai ainda pergunta pra tia Hermione sobre algo que não sabe fazer? — Perguntou Lily.


— Provavelmente. — Falou Rose rindo.


 


— Espere, estou tentando uma coisa aqui em cima...


— Hermione, estamos cercados por dementadores!


— Eu sei, Harry, mas se Umbridge acordar e o medalhão tiver desaparecido... Preciso fazer uma duplicata... Geminio! Pronto... Isto deve enganá-la...


 


— Quem se importa com o que a Umbridge pensa? — Perguntou Sirius.


— É, eu não me importo, mas assim nós podemos evitar que descubram que agente apenas invadiu o ministério atrás de um medalhão, e se Voldemort tomou mesmo o Ministério provavelmente sabe tudo o que aconteceu. — Falou Hermione.


 


Hermione desceu da plataforma correndo.


— Vejamos... Relaxo!


As correntes retiniram e soltaram os braços da cadeira. A Sra. Cattermole parecia tão amedrontada quanto estivera antes.


 


— Poderia falar que era só isso. — Falou Tonks.


— Provavelmente eu tinha vários feitiços na mente, por isso preferi tentar do que dizer. — Falou Hermione.


 


— Não estou entendendo — sussurrou.


— A senhora vai sair daqui conosco — disse Harry, erguendo-a da cadeira. — Volte para casa, apanhe seus filhos e vá embora, saia do país, se for preciso. Disfarcem-se e fujam. A senhora já viu como é, aqui não terá nem meia audiência imparcial.


— Harry — perguntou Hermione —, como vamos sair daqui com todos esses dementadores no corredor?


 


— E o pior, cadê o Rony? — Perguntou Molly preocupada.


 


— Patronos — respondeu o garoto, apontando a varinha para o seu próprio: o veado parou de correr e se encaminhou, ainda brilhando intensamente, para a porta. — Todos que pudermos reunir; conjure o seu, Hermione.


Expec-expecto patronum — disse a garota. Nada aconteceu.


— É o único feitiço com que ela sempre teve problema — disse Harry à Sra. Cattermole completamente bestificada. — É realmente uma pena... Anda logo Hermione...


 


— Nossa Harry, muito obrigado por comentar isso com uma pessoa que nem eu ao menos conheço. — Falou Hermione brava.


— Deviam fazer esse dia um feriado. — Falou Rony.


— Porque? — Perguntou Miguel.


O dia em que Hermione não conseguiu executar o feitiço corretamente. — Falou Rony com as mãos no ar, como se estivesse pensando em uma placa.


 


— Expecto patronum!


Uma lontra prateada irrompeu da ponta da varinha da garota e flutuou graciosamente no ar para se juntar ao veado.


 


— Uma lontra? — Perguntou Lila olhando para Hermione.


— Há, não é um animal tão ruim. — Falou Hermione dando de ombros.


— É, é melhor que um veado com chifres. — Falou Fred zoando com a cara de James


 


— Vamos — chamou ele, e conduziu Hermione e a Sra. Cattermole para a porta.


Quando os Patronos deslizaram para o corredor, ouviram-se gritos assustados das pessoas que aguardavam ali. Harry olhou: os dementadores começavam a recuar de ambos os lados, fundindo-se com a escuridão, dispersando-se ante o avanço das criaturas prateadas.


— Ficou decidido que vocês devem voltar para casa e entrar na clandestinidade com suas famílias — disse Harry aos nascidos trouxas ofuscados pelo brilho dos Patronos e ainda levemente encolhidos de medo. — Vão para o exterior, se puderem. Fiquem bem longe do Ministério. Essa é... ah... a nova posição oficial. Agora, se acompanharem os Patronos, poderão sair pelo átrio.


 


— Falando assim até parece adulto e responsável. — Falou Jorge rindo.


— Obrigado por acabar de me chamar de irresponsável. — Falou Harry fingindo gratidão.


 


O grupo conseguiu subir a escada de pedra sem ser interceptado, mas, ao se aproximar dos elevadores, Harry começou a ficar apreensivo. Percebeu que, se chegassem ao átrio com um veado de prata, uma lontra voando a seu lado e vinte e tantas pessoas, metade delas acusadas de terem nascido trouxas, eles atrairiam uma indesejável atenção. Acabara de chegar a essa desagradável conclusão quando o elevador parou com um tranco diante deles.


— Reg! — gritou a Sra. Cattermole se atirando nos braços de Rony. — Runcorn me tirou daqui, ele atacou Umbridge e Yaxley e nos disse para fugirmos do país, acho que é o melhor a fazer, Reg, acho mesmo. Vamos depressa para casa apanhar as crianças e... por que está tão molhado?


 


— Agora as coisas pioraram, a mulher está achando que o Rony é o marido dela. — Falou Gui.


— O pior que pode acontecer é a mulher beijar o Rony. — Falou Simas sem perceber a cara de brava que Hermione fez


 


— Água — resmungou Rony, desvencilhando-se. — Harry, eles sabem que há intrusos no Ministério, estão falando alguma coisa sobre um buraco na porta da Umbridge, calculo que temos cinco minutos, se tanto...


O Patrono de Hermione desapareceu com um estalo quando ela virou o rosto horrorizado para Harry.


— Harry, estamos presos aqui...!


— Não estaremos se nos mexermos depressa. — Ele se dirigiu às pessoas silenciosas que os acompanhavam boquiabertas. — Quem tem varinha?


Metade delas levantou as mãos.


 


— O correto seria que todos estivessem varinhas. — Falou Minerva.


— Esse tipo de pessoa não tem o direito de segurar uma varinha, é apenas uma dessas pessoas que acha que tem talento com magia e acha que pode ser uma bruxa. — Falou Umbridge com desgosto na voz.


— Pessoas que estão presas em Azkaban ficam sem varinhas. — Falou Cath.


— E o que quer dizer com isso? — Perguntou Umbridge.


— Que se você for presa fica sem varinha, e sem varinha não tem talento, na verdade como você diz, um bruxo sem varinha, não é nada. — Explicou Scorpius o que a irmã quis dizer.


 


— O.K., cada um de vocês que não tem varinha precisa acompanhar alguém que tenha. Precisamos ser rápidos: antes que nos detenham. Vamos.


Eles conseguiram se apertar em dois elevadores. O Patrono de Harry montou guarda diante das grades douradas enquanto elas se fechavam, e os elevadores começavam a subir.


"Nível oito", disse a voz tranqüila da bruxa. "Átrio."


Harry percebeu imediatamente que estavam encrencados. O átrio estava cheio de gente correndo de uma lareira à outra para lacrá-las.


— Harry! — guinchou Hermione. — Que vamos...?


— PAREM! — trovejou Harry, e a voz potente de Runcorn ecoou pelo átrio: os bruxos que estavam lacrando as lareiras se imobilizaram. — Venham comigo — sussurrou ele para os nascidos trouxas aterrorizados que se adiantaram juntos, pastoreados por Rony e Hermione.


 


— Ele está usando o poder que Runcorn tem sobre os outros para poder sair dali. — Falou Arthur.


— Não é uma má ideia. — Falou Remo.


 


— Que aconteceu, Alberto? — perguntou o mesmo bruxo careca que saíra com Harry da lareira mais cedo. Parecia nervoso.


— Esse pessoal precisa sair antes de vocês lacrarem as saídas -disse Harry, com toda a autoridade que conseguiu reunir.


O grupo de bruxos do Ministério se entreolhou.


— Mandaram lacrar todas as saídas e não deixar ninguém...


Você está me contradizendo? — vociferou Harry. — Quer que eu mande examinar a árvore genealógica de sua família, como fiz com a de Dirk Cresswell?


 


— É, você é um ótimo ator Harry. — Falou Felipe.


— Sabemos de quem Al herdou o talento de esconder as coisas dos outros. — Falou Fernando olhando atentamente para Al.


— Do que está falando? — Perguntou Al.


— Não contou a ninguém o que aconteceu ontem de manhã. — Falou Felipe querendo provocar o menino de olhos verdes.


— Do que estão falando? — Perguntou James curioso.


— NADA. — Gritaram Al e Elliz, muitos olharam atentos para a morena, ela parecia querer esconder algo.


— Como pode saber que não aconteceu nada com ele? — Perguntou Lily.


— Porque eu estava com ele, e não aconteceu nada. — Mentiu Elliz.


— É, se tivesse acontecido Al contaria para mim ou para o Scorpius, não é? — Perguntou Rose para Al que assentiu.


Al se sentiu mal por não ter contado a seus amigos o que havia acontecido, falaria com eles uma hora ou outra, mas falaria antes que Felipe e Fernando falassem, ou deixasse escapar.


— Bom, já que não aconteceu nada, continue a ler. — Falou Scorpius olhando atentamente para Al que apenas desviava do seu olhar, sabia que se o amigo estivesse escondendo algo devia ser algo pessoal.


 


— Desculpe! — ofegou o bruxo careca, recuando. — Não quis ofender, Alberto, mas pensei... Pensei que eles estavam aqui para ser interrogados e...


— O sangue deles é puro — disse Harry, e sua voz grave ecoou impressionantemente pelo átrio. — Diria que mais puro do que o de muitos de vocês. Agora vão saindo — trovejou ele para os nascidos trouxas, que correram para as lareiras e começaram a sumir aos pares. Os bruxos do Ministério se mantiveram afastados, alguns parecendo confusos, outros expressando medo ou raiva. Então...


 


— Vai acontecer algo. — Falou Tonks.


— É agora que a coisa vai ficar feia. — Falou Dino.


 


— Maria!


A Sra. Cattermole olhou por cima do ombro. O verdadeiro Reg Cattermole, que parara de vomitar, mas continuava pálido e fraco, acabara de sair correndo de um elevador.


— R-Reg? — Ela olhou do marido para Rony, que soltou um sonoro palavrão.


 


— Olha a hora que esse homem aparece, será que não poderia ter ficado em casa mesmo. — Falou Ted.


 


O bruxo careca ficou de boca aberta, sua cabeça girando absurdamente de um Reg Cattermole para outro.


— Ei... Que está acontecendo? Que é isso?


— Lacrem as saídas! LACREM!


Yaxley irrompera de outro elevador e agora vinha correndo para o grupo junto às lareiras pelas quais os nascidos trouxas, exceto a Sra. Cattermole, haviam desaparecido. Quando o bruxo careca empunhou a varinha, Harry ergueu seu punho enorme e arremessou-o longe com um murro.


— Ele esteve ajudando os nascidos trouxas a fugir, Yaxley! — gritou Harry.


Os colegas do bruxo careca protestaram aos gritos, mas, aproveitando a confusão, Rony agarrou a sra. Cattermole, puxou-a para dentro da lareira ainda aberta e sumiu. Aturdido, Yaxley olhava de Harry para o bruxo esmurrado, enquanto o verdadeiro Reg Cattermole berrava:


— Minha mulher! Quem era aquele com a minha mulher? Que está acontecendo?


Harry viu Yaxley girar a cabeça, e a percepção da verdade começar a se espalhar naquele rosto brutal.


 


— Eu já teria corrido faz tempo, junto com os nascidos trouxas. — Falou Parvati.


— Eu também. — Concordou Lila.


 


— Vamos! — berrou Harry para Hermione; agarrou a mão dela e juntos pularam dentro da lareira no momento em que a maldição de Yaxley passava por cima de sua cabeça. Os dois rodopiaram por alguns segundos antes de emergir no vaso do cubículo. Harry escancarou a porta; encontrou Rony diante das pias, ainda se debatendo com a Sra. Cattermole.


— Reg, não estou entendendo...


 


— Já passou da hora de você falar que não é o marido dela. — Falou Hermione.


 


— Me largue, não sou o seu marido, a senhora tem que ir para casa!


Ouviu-se um barulho no cubículo às costas deles; Harry olhou; Yaxley acabara de aparecer.


— VAMOS! — berrou. Ele agarrou Hermione pela mão e Rony pelo braço e rodopiou.


A escuridão engolfou-os ao mesmo tempo que a sensação de compressão, mas alguma coisa estava errada... A mão de Hermione parecia estar escorregando da sua...


 


— Como assim? — Perguntou Rony preocupado.


 


Harry pensou que ia sufocar, não conseguia respirar nem enxergar e as únicas coisas sólidas no mundo eram o braço de Rony e os dedos de Hermione, que lentamente iam lhe fugindo...


Então ele viu a porta de número doze, no largo Grimmauld, com a aldrava em forma de serpente, mas, antes que pudesse tomar fôlego, ouviu um grito seguido de um clarão roxo; a mão de Hermione prendeu-o com firmeza e tudo escureceu.


 


— Acabou. — Falou Marietta.


— Por hoje acabou a leitura, desejamos uma boa noite a todos. — Falou Dumbledore.

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Comentários (2)

  • vitoria67

    ola amiga sei que esta sendo pessimo ter que sair da fic...eu odiei tudo que eles fizeram, espero que der tuso serto aqui....a claro aqui quem fala ( escreve) e a vitoria vitycar... o saeu  outro lugar de postar e meio chato.....aaaa sim amo herryvitoria para voce

    2012-12-22
  • geb101-geb101

    amey ta perfeito

    2012-12-22
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