CAPITULO VINTE: XENOFÍLIO LOVE

CAPITULO VINTE: XENOFÍLIO LOVE



CAPÍTULO VINTE


XENOFÍLIO LOVEGOOD


 


— Xenofílio Lovegood. — Falou Lorcan.


— Um capitulo inteiro para seu avô? — Perguntou James olhando para Lysa que deu de ombros.


— Vamos ler né, para ver o que meu avô tem haver com a busca de vocês atrás da Horcrux. — Falou Lorcan antes de começar a ler.


 


Harry não esperava que a ira de Hermione se abrandasse da noite para o dia, portanto não se surpreendeu que ela se comunicasse principalmente por olhares indignados e silêncios contundentes na manhã seguinte. Rony reagiu mantendo um comportamento anormalmente sério na presença dela, como um sinal externo de seu continuado remorso. De fato, quando os três estavam juntos, Harry se sentia como o único não enlutado em um enterro com poucos acompanhantes. Nos raros momentos que passava sozinho com Harry (apanhando água e procurando cogumelos no mato rasteiro), no entanto, Rony se mostrava descaradamente alegre.


 


— Depois de ficar um tempão longe, até eu ficaria descaradamente alegre. — Falou Scorpius.


 


— Alguém nos ajudou — ele não parava de dizer. — Alguém mandou aquela corça. Alguém está do nosso lado. Uma Horcrux a menos, colega!


Estimulados pela destruição do medalhão, eles começaram a debater a possível localização das demais Horcruxes, e, embora tivessem discutido o assunto tantas vezes anteriormente, Harry se sentia otimista, certo de que outros avanços se seguiriam ao primeiro. O mau humor de Hermione não conseguia estragar o seu alto astral: a súbita virada em sua sorte, a aparição da misteriosa corça, a recuperação da espada de Gryffindor e, principalmente, o retorno de Rony faziam Harry tão feliz que era até difícil ficar de cara séria.


No final da tarde, ele e Rony fugiram mais uma vez da presença negativa de Hermione e, a pretexto de procurar amoras silvestres nos espinheiros desfolhados, continuaram a interminável troca de notícias. Harry conseguira finalmente contar ao amigo as várias viagens que ele e Hermione tinham feito até a história completa do que acontecera em Godric's Hollow; agora Rony estava pondo Harry ao corrente de tudo que descobrira sobre um mundo bruxo mais amplo nas semanas que estivera fora.


— ... e como foi que você descobriu a respeito do Tabu? — perguntou a Harry, depois de explicar as numerosas e desesperadas tentativas de nascidos trouxas para fugir do Ministério.


— O quê?


— Você e Hermione pararam de dizer o nome de Você-Sabe-Quem!


— Ah, sim. Foi um mau hábito que adquirimos — respondeu Harry. — Mas não tenho problema em chamá-lo de V..


 


— Vai voltar a berrar dizendo que não podemos dizer Voldemort. — Falou Hermione girando os olhos.


 


— NÃO! — berrou Rony, fazendo Harry pular para dentro das amoreiras e Hermione (de nariz enterrado em um livro à entrada da barraca) olhar feio para os dois. — Desculpe — disse Rony, puxando Harry para fora dos galhos espinhosos —, mas o nome foi azarado, Harry, é assim que eles rastreiam as pessoas! Usar o nome dele rompe os feitiços de proteção, provoca uma espécie de perturbação mágica... foi como nos encontraram na Tottenham Court!


— Porque usamos o nome dele?


— Exatamente! Você tem que dar a eles o merecido crédito, faz sentido. Somente as pessoas que se opunham seriamente a ele, como Dumbledore, é que se atreviam a usar o nome de Você-Sabe-Quem. Agora que impuseram um Tabu ao nome, qualquer pessoa que o diga é rastreável: um modo rápido e fácil de encontrar membros da Ordem. Quase apanharam o Kingsley...


 


— Se pegassem Kingsley seria mais estranho, ele é o segundo melhor Auror do departamento depois de Moody. — Falou Tonks.


— Nossa, mas assim é fácil pegar as pessoas que não tem medo de Voldemort. — Falou Sirius.


 


— Você está brincando!


— Foi, Gui me contou que um grupo de Comensais da Morte o encurralou, mas ele deu combate e escapou. Agora está fugindo como nós. — Rony coçou o queixo com a ponta da varinha, pensativo. — Você não acha que Kingsley poderia ter mandado aquela corça?


— O Patrono dele é um lince, nós o vimos no casamento, lembra?


— Ah, é...


Os dois foram acompanhando as amoreiras e se distanciando da barraca e de Hermione.


— Harry... você acha que poderia ter sido o Dumbledore?


— Dumbledore o quê?


Rony ficou um pouco sem graça, mas disse em voz baixa:


— Dumbledore... a corça. Quero dizer — Rony observava Harry pelo canto do olho —, foi ele quem teve a espada verdadeira por último, não foi?


Harry não riu de Rony, porque entendeu bem demais o desejo implícito na pergunta. A idéia de que Dumbledore conseguira voltar, que os estava protegendo, seria indizivelmente confortadora. Harry balançou a cabeça.


— Dumbledore está morto. Vi acontecer, vi o corpo. Ele partiu para sempre. Mas, seja como for, o Patrono dele era uma fênix e não uma corça.


— Mas os Patronos podem mudar, não? — perguntou Rony. — O da Tonks mudou, não foi?


 


— Sim, mas foi por causa que ela se apaixonou. — Falou Vic.


Os cabelos de Tonks mudaram da cor rosa para vermelha.


 


— É, mas se Dumbledore estivesse vivo, por que não se mostraria? Por que simplesmente não nos entregaria a espada?


— Aí você me pegou. Pela mesma razão por que não lhe entregou quando estava vivo? A mesma razão por que lhe deixou um velho pomo de ouro e à Hermione um livro de histórias para crianças?


— E qual é a razão? — perguntou Harry, se virando para encarar Rony de frente, desesperado por uma resposta.


— Não sei. Às vezes, quando estava meio aborrecido, pensava que ele estava se divertindo ou... ou queria dificultar as coisas. Mas acho que não, não mais. Ele sabia o que estava fazendo quando me deixou o desiluminador, concorda? Ele... bem — as orelhas de Rony ficaram vermelhíssimas, e o garoto fingiu estar absorto em um tufo de capim a seus pés, que cutucou com a ponta do calçado —, ele devia saber que eu abandonaria vocês.


— Não — corrigiu-o Harry. — Ele devia saber que você sempre iria querer voltar.


Rony olhou-o agradecido, mas ainda desconcertado. Em parte para mudar de assunto, Harry disse:


— Por falar em Dumbledore, você ouviu falar da biografia dele, que a Skeeter escreveu?


 


— Além de ouvir falar, Harry Potter teve que ler essa porcaria que chamam de livro. — Falou Hermione.


— Não é todo dia que se ouve Hermione dizer porcaria. — Falou Rony.


 


— Ah, claro — respondeu ele, imediatamente —, é só o que as pessoas estão comentando. Lógico, se as coisas fossem diferentes, seria um grande furo a amizade de Dumbledore e Grindelwald, mas, no momento, é só uma piada para quem não gostava de Dumbledore e um tapa na cara de todos que achavam que ele era um cara legal. Mas não creio que seja nada de mais. Ele era realmente jovem quando...


— Da nossa idade — interpôs Harry, da mesma forma com que retorquira a Hermione, e alguma coisa em seu rosto pareceu fazer Rony encerrar o assunto.


Havia uma grande aranha parada no meio de uma teia congelada no espinheiro. Harry fez pontaria com a varinha que Rony lhe dera na noite anterior e que Hermione tinha condescendido em examinar e concluir que era feita de ameixeira-brava.


— Engorgio!


A aranha estremeceu, balançando de leve a teia. Harry tentou novamente. Desta vez, a aranha cresceu mais um pouco.


— Pare com isso — disse Rony, com aspereza. — Desculpe ter dito que Dumbledore era jovem, ok.?


Harry esquecera o horror de Rony a aranhas.


— Desculpe... Reducio!


 


— Imagino que não foi legal para você Sr. Weasley ter que ir atrás de Aragogue na floresta proibida no segundo ano. — Falou Dumbledore divertido.


— Não seria legal para ninguém. — Falou Rony.


— Quem é Aragogue? — Perguntou Molly.


— É uma aranha gigante que vive na floresta, digamos que a família dela é um pouco grande, e seus filhotes são um pouco avantajados. — Explicou Dumbledore.


— Quase viramos comida de aranha. — Falou Rony.


— Como vão atrás de aranhas sem saber como se defender delas? — Perguntou Hermione indignada.


— Como iríamos saber nos defender de aranhas sendo que você não estava com nós. — Falou Harry.


— Há, e vão ficar esperando que eu diga quais feitiços usarem? — Perguntou Hermione.


— Mas é sempre assim, você nos diz o feitiço e nós praticamos. — Falou Harry rindo com Rony.


— Ainda bem             que vocês três viraram amigos, imagine como seria sem a Hermione? — Perguntou Gina olhando para Harry e Rony que se olharam.


— Imagine, não teria acontecido muita coisa, no máximo nós teríamos morrido no visgo do diabo. — Falou Rony fazendo cara como se não tivesse nenhuma importância eles quase terem morrido no visgo do diabo.


 


A aranha não encolheu. Harry olhou para varinha de ameixeira-brava. Cada pequeno feitiço que lançara até o momento lhe parecera menos eficaz do que os que produzia com a varinha de fênix. A nova varinha lhe dava a sensação de ser um apêndice estranho, como se tivessem costurado a mão de alguém ao seu braço.


 


— É normal a varinha não funcionar corretamente a você, ela não corresponde a você diretamente porque você não a desarmou o pegou do seu primeiro dono. — Explicou Dumbledore.


 


— Você só precisa praticar — disse Hermione, que se aproximara silenciosamente por trás e ficara observando Harry tentar aumentar e reduzir a aranha. — É só uma questão de confiança, Harry.


 


— Exatamente, mas acho que para ela confiar em você, você teria que tê-la pegado do dono. — Falou Dumbledore.


(Autora aqui: Gente nessa parte pela primeira vez Dumbledore não pode responder uma duvida com tanta certeza, sei que muitas fics Dumbledore sabe de tudo, acho que nessa Dumbledore aprenderá junto com o livro em alguns assuntos)


 


Ele sabia por que a amiga queria que desse certo: ainda se sentia culpada por ter quebrado sua varinha. Ele reprimiu a resposta que lhe subira aos lábios: que ela poderia ficar com a varinha de ameixeira se achava que não fazia diferença, e ele aceitaria a dela em troca. Desejoso de que voltassem a ser amigos, no entanto, ele concordou; quando Rony ensaiou um sorriso para Hermione, porém, ela se afastou e desapareceu por trás do livro mais uma vez.


Os três voltaram à barraca ao cair da noite, e Harry cumpriu a primeira vigia. Sentado à entrada, experimentou fazer com que a varinha levitasse as pedrinhas aos seus pés: mas sua magia continuava a parecer mais inepta e menos potente do que fora antes. Hermione estava deitada na cama lendo, enquanto Rony, depois de lhe lançar muitos olhares ansiosos, apanhou um pequeno rádio de madeira na mochila e tentou sintonizá-lo.


— Tem um programa — disse a Harry, em voz baixa — que irradia as notícias como realmente são. Todos os outros estão do lado de Você-Sabe-Quem e seguem a diretriz do Ministério, mas este... espere até ouvir, é o máximo. Só que não pode ir ao ar toda noite, o pessoal tem que mudar constantemente de lugar para não ser pego, e a gente precisa de uma senha para sintonizar... o problema é que perdi o último...


 


— Não deve ser fácil adivinhar essa senha, existem tantas palavras no mundo. — Falou Dino.


— Suponho que a senha possa ser uma palavra que tenha tudo haver com o assunto. — Falou Dumbledore.


 


Ele deu leves batidas no rádio com a varinha, murmurando, baixinho, palavras soltas. Deu olhadelas furtivas para Hermione, visivelmente temendo nova explosão de fúria, mas, pela atenção que a garota lhe dava, era como se ele nem estivesse presente. Durante uns dez minutos, mais ou menos, Rony bateu e murmurou, Hermione virava página a página o seu livro, e Harry continuava a praticar com a varinha de ameixeira-brava.


Finalmente Hermione desceu da cama. Rony parou de batucar na mesma hora.


— Se estiver incomodando você, eu paro! — disse nervoso a Hermione.


Ela nem se dignou a responder, e se dirigiu a Harry.


— Precisamos conversar — falou.


O garoto olhou para o livro que ela ainda segurava: A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore.


 


— Muito lindo, você pode ler e eu não. — Falou Harry.


— Outra coisa, Hermione não é fácil saber quando você não esta gostando de alguma coisa se você não fala. — Falou Rony se referindo ao fato dela não ter gostado das batucadas e não ter ao menos se manifestado verbalmente.


— Eu também concordo. — Falou Harry concordando com o amigo.


— Mais vocês também em, estão fazendo uma dupla pra dizer o que eu posso e o que eu não posso fazer, o que vocês gostam e o que vocês não gostam, porque não disseram isso há anos atrás? — Perguntou Hermione.


— E correr o risco de você ficar bravo com a gente de uma para outra? Não obrigado, preferíamos não falar. — Respondeu Harry — Agora porque você pode ler o livro da Skeeter e eu não? — Perguntou Harry.


— Porque as mentiras dela não faz efeito em mim. — Respondeu Hermione como se fosse obvio.


 


— Quê? — exclamou, apreensivo. Ocorreu-lhe por um instante que havia um capítulo sobre ele, certamente não estava com disposição para ouvir a versão de Rita sobre sua amizade com Dumbledore. A resposta de Hermione foi completamente inesperada.


— Quero visitar Xenofílio Lovegood.


Harry arregalou os olhos.


 


— Nossa, como ela é direta. — Falou Roxanne.


 


— Desculpe?


— Xenofílio Lovegood. O pai de Luna. Quero falar com ele!


— Ah... por quê?


Ela inspirou profundamente, como se tomasse coragem e disse:


— Aquela marca, a marca no Beedle, o bardo. Olhe para isto!


Ela empurrou A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore sob os olhos relutantes de Harry, e ele viu a foto do original da carta que Dumbledore escrevera a Grindelwald, na caligrafia fina e inclinada do diretor. Harry detestou ver a prova indiscutível de que Dumbledore escrevera aquelas palavras, que não tinham sido invenção de Rita Skeeter.


— A assinatura — disse Hermione. — Veja a assinatura, Harry!


Ele obedeceu. Por um momento, não entendeu o que a amiga queria dizer, mas, examinando a foto mais atentamente com auxílio da varinha, viu que Dumbledore substituíra o "A" de Alvo por uma minúscula versão da mesma marca triangular inscrita em Os contos de Beedle, o bardo.


 


— O que exatamente esse símbolo significa? — Perguntou Marietta Edgecombe.


— Vamos ler, tenho certeza que irá ser explicado. — Falou Dumbledore — Não teria graça se eu ficasse contando a vocês as coisas. — Falou o diretor divertido.


 


— Ah... que é que vocês...? — ensaiou Rony, mas Hermione o fez calar com um olhar, e voltou-se para Harry.


— Não pára de aparecer, não é? Sei que Vítor disse que era a marca de Grindelwald, mas, sem a menor dúvida, estava naquele velho túmulo em Godric's Hollow, e as datas na lápide eram muito anteriores ao nascimento de Grindelwald! E agora isto! Bem, não podemos perguntar a Dumbledore nem a Grindelwald o que significa, nem sei se ele ainda está vivo, mas posso perguntar ao Sr. Lovegood. Ele estava usando o símbolo no casamento. Tenho certeza de que isto é importante, Harry!


Harry não respondeu logo. Olhou para o rosto veemente e ansioso de Hermione e, em seguida, para escuridão ao redor, refletindo. Depois de uma longa pausa, disse:


— Hermione, não precisamos de outra Godric's Hollow. Nos convencemos de ir lá e...


— Mas isso não para de aparecer, Harry! Dumbledore me deixou Os contos de Beedle, o bardo, como saber se não queria que descobríssemos mais a respeito do símbolo?


 


— Toda vez que envolve um desses presentes as coisas só pioram, é um mistério pra cá e outro pra lá. — Falou Lisa Turpin.


— E no final sempre acabamos por discutir, se foi útil irmos a aquele lugar ou não, se valeu a pena ou não. — Falou Harry.


— Valeu a pena vocês irem atrás das aranhas na floresta negra? — Perguntou Hermione.


— A única coisa que descobrimos era que o monstro não era Aragogue e que Hagrid sempre foi inocente. — Respondeu Harry.


— Um monstro daqueles ser inocente. — Falou Umbridge girando os olhos.


— Ele ao menos é mais inocente do que você. — Falou Scorpius olhando feio para Umbridge que retribuiu o olhar.


— Vemos que Hagrid sempre faz bons amigos. — Falou Minerva feliz.


 


— Lá vamos nós outra vez! — Harry se sentiu ligeiramente exasperado. — Ficamos todo o tempo tentando nos convencer de que Dumbledore nos deixou sinais e pistas secretos...


— O desiluminador acabou sendo muito útil — falou Rony. — Acho que Hermione tem razão, acho que devemos procurar Lovegood.


Harry lançou-lhe um olhar mal-humorado. Percebera com absoluta segurança que o apoio de Rony a Hermione não tinha muito a ver com o significado da runa triangular.


— Não será como Godric's Hollow — acrescentou Rony. — Lovegood está do seu lado, Harry, O Pasquim tem apoiado você desde o começo, vive apregoando que todo mundo tem de ajudá-lo!


— Tenho certeza de que isso é importante! — insistiu Hermione.


— Mas você não acha que se fosse, Dumbledore teria me dito alguma coisa antes de morrer?


— Talvez... talvez seja alguma coisa que você precisa descobrir sozinho — respondeu Hermione, com um leve ar de quem se agarra a uma palha.


— É — concordou Rony, bajulando-a —, isso faz sentido.


 


— Rony, você tem que ficar do meu lado. — Falou Harry para o amigo que sorriu divertido.


— Ficara do meu lado quando eu estiver errado e a Gina certa? — Perguntou Rony.


— É claro que não, você estará errado. — Respondeu Harry.


— Então, você que devia ficar do meu lado, eu sou amigo antes da Gina virar namorada. — Falou Rony dando de ombros.


— Ta ai o ruim de ter um amigo que namora sua irmã, ele nunca estará do seu lado, além disso ele sempre irá te entregar se souber algo ruim que você fez. — Falou James, de repente ele parou para pensar no que havia dito e percebeu que a situação seria a mesma se ele estivesse namorando Lysa, ele não considerava Lorcan seu melhor amigo, mas do mesmo jeito era seu amigo.


 


— Não, não faz — retorquiu Hermione —, mas continuo achando que devíamos conversar com o Sr. Lovegood. Um símbolo que liga Dumbledore, Grindelwald e Godric's Hollow? Harry, tenho certeza de que a gente precisa saber o que é!


 


— E eu tenho certeza que se eu me interessar pelo assunto ela vai achar o assunto completamente fútil, que não precisa da nossa atenção e que não era necessário termos ido atrás do Lovegood para descobrir. — Falou Harry.


— Harry, você já devia ter se acostumado com isso, temos que nos interessar pelo que a Hermione esta interessada, se ela não estiver interessada ela não ira sair do nosso pé até nós deixarmos de prestar atenção nesse assunto. — Falou Rony.


— Vocês estão aproveitando a leitura para poderem jogar tudo para fora o que acham de mim, não é? Perguntou Hermione.


— Eles estão aproveitando que estamos em publico Hermione, se não tivessem tantas pessoas como testemunhas eles não falariam nada por medo de você usar magia contra eles. — Falou Gina.


— Falar tudo isso da Hermione é o mesmo que pedir para morrer. — Falou Fred II.


— Há agora é outro que se juntou ao grupinho contra mim. — Falou Hermione indignada.


— Fazer o que, a união faz a força. — Falou Fred II dando de ombros.


 


— Acho que devíamos votar — sugeriu Rony. — Os que são a favor de procurar Lovegood...


A mão dele se ergueu antes da de Hermione. Os lábios dela tremeram de forma suspeita quando levantou a mão.


— Perdeu a votação, Harry, lamento — disse Rony, dando-lhe palmadinhas nas costas.


— Ótimo — respondeu Harry, entre irritado e divertido. — Mas depois de vermos Lovegood, que tal tentarmos encontrar mais algumas Horcruxes? Afinal, onde moram os Lovegood? Algum de vocês sabe?


 


— Não é muito longe de casa. — Falou Gui.


 


— Sei, não é muito longe da minha casa — disse Rony. — Não sei o lugar exato, mas minha mãe e meu pai sempre apontam para os morros quando falam neles. Não deve ser difícil descobrir.


 


— Não é muito difícil de encontrar. — Falou Luna.


— Luna, você fala isso porque já mora lá. — Falou Jorge fazendo a menina soltar um sorriso.


 


Quando Hermione voltou para cama, Harry baixou a voz:


— Você só concordou para tentar sair da lista negra da Hermione.


— Vale tudo no amor e na guerra — respondeu Rony, animado —, e isto é um pouco dos dois. Anime-se, são as férias de Natal, Luna estará em casa!


 


— Uma frase clássica, “vale tudo no amor e na guerra”, bonita frase, não é Scorpius e Rose. — Falou Elliz fazendo com que Rose e Scorpius se olhassem e depois assentissem para amiga que deixou um riso baixo escapar.


 


Tiveram uma excelente vista da aldeia de Ottery St. Catchpole da encosta exposta ao vento na qual desaparataram na manhã seguinte. Do alto, a aldeia parecia uma coleção de casas de brinquedo, raios de sol se alongavam até a terra nos intervalos das nuvens. Pararam uns minutinhos para olhar A Toca, as mãos sombreando os olhos, mas conseguiram divisar apenas as sebes altas e as árvores do pomar, que protegiam a casinha torta dos olhares dos trouxas.


— É esquisito estar tão perto, mas não fazer uma visita — disse Rony.


— Bem, até parece que você não acabou de vê-los. Passou lá o Natal — comentou Hermione com frieza.


— Não estive n'A Toca! — protestou ele com uma risada de incredulidade. — Acham que eu ia voltar lá e contar que abandonei vocês? É, Fred e Jorge teriam ficado muito entusiasmados. E Gina teria sido realmente compreensiva.


 


— Eu disse que ele não iria para lá. — Falou Gui dando de ombros.


— E pra onde ele iria então? — Perguntou Molly surpresa e ao mesmo tempo preocupada.


 


— Então onde esteve? — perguntou Hermione, surpresa.


— Na nova casa de Gui e Fleur. Chalé das Conchas. Gui sempre foi correto comigo. Ele... ele não ficou bem impressionado quando soube o que eu fiz, mas não ficou falando. Entendeu que eu estava realmente arrependido. O resto da família não soube que estive lá. Gui disse a mamãe que eles não iam passar o Natal em casa porque queriam passá-lo sozinhos. A primeira festa depois de casados, entende-se. Acho que Fleur não se importou. Vocês sabem como ela detesta Celestina Warbeck.


Rony deu as costas A Toca.


 


— Como pode ela não gostar de Celestina Warbeck? — Perguntou Molly incrédula.


— Cada um tem seu gosto, não podemos fazer nada se ela não gosta. — Falou Gui.


— Já trancamos ela dentro de um quarto por uma hora, dentro do quarto só se ouvia musicas de Celestina Warbeck, até mesmo mamãe deu risada dos gritos que ela soltou. — Falou Fred II rindo.


— É, ficamos sem sobremesa aquele dia. — Falou James fazendo uma cara que daria dó em todos que olharam.


— Eu não, papai pegou pra mim durante a madrugada. — Falou Lily sorrindo.


— Lily, diz uma coisa que você não consegue. — Falou James como se fosse obvio.


— Há, papai não deixou eu matar a filha da Cho quando eu pedi, disse que seria apenas perda de tempo, sem falar que eu poderia perder a varinha, já que estávamos fora de casa e fora da escola. — Falou Lily sorrindo divertida.


Cho olhou feio para Harry que soltou uma fraca risada, ele nem ao menos a olhou depois do dia do passeio em Hogsmeade.


 


— Vamos tentar ali em cima — disse ele, subindo à frente para o alto da montanha.


Caminharam algumas horas, Harry, por insistência de Hermione, oculto pela Capa da Invisibilidade. O grupo de mortes parecia desabitado exceto por um pequeno chalé, em que não se viam moradores.


— Acham que é o dos Lovegood e eles foram viajar no Natal? —perguntou Hermione, espiando pela janela de uma cozinha pequena e arrumada com gerânios no parapeito.


Rony bufou.


— Escute, tenho a impressão de que você saberia quem são os donos da casa se espiasse pela janela dos Lovegood. Vamos tentar o outro grupo de morros.


 


— Esta dando o troco por eu estar te tratando como se não fosse meu amigos? — Perguntou Hermione para Rony que deu de ombros, o ruivo preferiu não responder a pergunta da namorada.


 


Eles desaparataram, então, para alguns quilômetros mais ao norte.


— Ah-ah! — gritou Rony, quando o vento açoitou cabelos e roupas. Ele apontava para o topo do morro no qual tinham aparatado, onde havia uma casa estranhíssima que se erguia verticalmente contra o céu da tarde, um cilindro negro com uma lua fantasmagórica por trás. — Tem que ser a casa da Luna, quem mais moraria em um lugar desse? Parece um roque colossal!


— Não estou ouvindo rock nenhum — comentou Hermione, franzindo a testa, intrigada.


 


— Ele esta falando de um roque de xadrez, que pra você que não entende isso é a mesma coisa que torre. — Explicou Hugo divertido.


— Como se vocês soubessem tudo de xadrez. — Falou Hermione dando de ombros.


— Hermione, eles são filho do Rony, você acha mesmo que eles não sabem tudo de xadrez? — Perguntou Miguel como se fosse obvio.


— Há é, eu havia me esquecido. — Falou Hermione dando de ombros.


— Como conseguiu se esquecer? É a cara de vocês. — Falou Harry.


— Harry, não fala nada não porque sua situação não esta muito melhor. — Retrucou Hermione para o amigo que preferiu não dizer mais nada.


— É a sua casa mesmo? — Perguntou Simas para Luna.


— Sim, é minha casa, como eu disse não é muito difícil de se achar. — Falou Luna dando de ombros.


 


— Estou falando de um roque de xadrez — respondeu Rony. — Para você, uma torre.


As pernas de Rony eram as mais compridas, e ele chegou ao topo do morro primeiro. Quando Harry e Hermione o alcançaram, sem fôlego, comprimindo as pontadas nos músculos do abdome, encontraram-no rindo de orelha a orelha.


— É deles — disse Rony. — Olhem.


Três letreiros pintados à mão estavam presos a um portão desmantelado. O primeiro dizia "O Pasquim. Editor: X. Lovegood", o segundo "Traga o seu próprio visgo", e o terceiro "Não se aproxime das ameixas dirigíveis".


O portão rangeu quando o abriram. O caminho em ziguezague que levava à porta da casa tinha um emaranhado de plantas estranhas, inclusive um arbusto coberto com os frutos cor de laranja, semelhantes ao rabanete que, por vezes, Luna usava como brinco. Harry pensou ter reconhecido um Arapucoso, e passou ao largo do toco seco. Duas velhas macieiras-bravas, vergadas pelo vento, desfolhadas, mas ainda carregadas de frutinhas vermelhas, e densas coroas de visgo com bolinhas brancas montavam guarda dos lados da porta de entrada. Uma coruja com a cabeça ligeiramente achatada, lembrando um gavião, espiou-os de um galho.


— É melhor você tirar a Capa da Invisibilidade, Harry — disse Hermione —, é você que o Sr. Lovegood quer ajudar, e não a nós.


 


— Será que é nesse capitulo mesmo que iremos descobrir o que significa o tal símbolo que aparece em tudo quanto é canto? — Perguntou Neville.


— Eu acho que não, porque se esse símbolo for tão importante assim terá um capitulo apenas para ele. — Falou Hermione.


— É uma boa hipótese. — Falou Minerva para aluna.


 


Harry aceitou a sugestão e lhe entregou a capa para guardar na bolsinha de contas. Ela, então, bateu três vezes na grossa porta preta cravejada de pregos de ferro com uma aldraba em forma de águia.


Não demorou nem dez segundos, a porta se escancarou e viram Xenofílio Lovegood, descalço, com uma roupa que parecia um camisão de dormir todo manchado. Seus longos cabelos de algodão-doce estavam sujos e malcuidados. Decididamente, Xenofílio estivera mais elegante no casamento de Gui e Fleur.


 


— Qualquer pessoa estaria mais elegante em um casamento. — Falou Vic.


— É, vocês também não conheceriam Rose quando ela esta em casa, ainda mais quando ela acorda com esse cabelo que parece uma vassoura. — Falou Hugo zoando a irmã que olhou para ele com os olhos transbordando de raiva.


— CALA A BOCA HUGO GRANGER WEASLEY, e meu cabelo não parece uma vassoura não. — Falou Rose diminuindo o tom de voz na ultima parte ao perceber que estava gritando muito alto.


Hugo riu, mas não voltou a falar.


 


— Quê? Que é isso? Quem são vocês? Que querem? — indagou com uma voz aguda e rabugenta, olhando primeiro para Hermione, depois para Rony e finalmente para Harry, ao que sua boca se abriu em um perfeito e cômico "o".


 


— Estou tão selvagem assim para me olhar desse jeito? — Perguntou Harry.


— Não é todo dia que se vê um homem que esta fugindo de Voldemort há um ano além de ter sobrevivido da maldição da morte. — Falou Remo.


 


— Olá, Sr. Lovegood — disse Harry, estendendo a mão. — Sou Harry, Harry Potter.


Xenofílio não apertou a mão de Harry, embora o olho que não apontava vesgamente para o nariz corresse direto para cicatriz na testa de Harry.


— O senhor nos deixaria entrar? — perguntou Harry. — Tem uma coisa que gostaríamos de lhe perguntar.


— Não... não tenho certeza de que isto seja aconselhável — sussurrou Xenofílio. Ele engoliu em seco e deu uma rápida olhada pelo jardim. — É um choque... palavra... eu... eu receio que não devia realmente...


— Não vamos demorar — respondeu Harry, ligeiramente desapontado com a recepção pouco calorosa.


 


Tem alguma coisa errada com o papai. Pensou Luna achando a maneira de agir de seu pai completamente estranha, ele não costuma agir assim.


 


— Eu... ah, está bem, então. Entrem rápido. Rápido!


Mal tinham cruzado o portal e Xenofílio batia a porta às suas costas. Estavam na cozinha mais esquisita que Harry já vira na vida.


O cômodo era perfeitamente circular, dando a impressão de que se estava dentro de um gigantesco pimenteiro. Tudo era curvo para se encaixar nas paredes: o fogão, a pia e os armários, e tudo tinha sido pintado com flores, insetos e pássaros em fortes cores primárias. Harry pensou ter reconhecido o estilo de Luna: o efeito em espaço tão pequeno era ligeiramente avassalador.


No meio do piso, uma escada de ferro em caracol levava aos andares superiores. Ouviam-se muitas batidas e atritos vindos de cima: Harry ficou imaginando o que Luna poderia estar fazendo.


 


— Que coisa feia Harry, ficar reparando na casa dos outros. — Falou Lily fingindo o repreender.


 


— É melhor subirem — disse Xenofílio, ainda muito constrangido, mostrando o caminho. O cômodo superior parecia uma combinação de sala de estar e oficina e, como tal, era mais atravancado do que a cozinha. Embora muito menor e inteiramente circular, a sala lembrava um pouco a Sala Precisa na ocasião inesquecível em que se transformara em um gigantesco labirinto formado por séculos de objetos escondidos. Havia pilhas e mais pilhas de livros e papéis sobre todas as superfícies. Modelos delicados de criaturas que Harry não reconheceu pendiam do teto, todas batendo as asas e abrindo e fechando os maxilares.


Luna não estava ali: a origem do estardalhaço era um objeto de madeira com rodas dentadas que giravam magicamente. Parecia uma cria bizarra de uma bancada de oficina com uma velha estante, mas, passado um instante, Harry deduziu que devia ser uma antiquada prensa tipográfica, uma vez que estava produzindo exemplares d'O Pasquim.


 


— Ele diz pra nós que é feio ficar reparando nas coisas das pessoas e ele mesmo faz isso. — Falou James incrédulo.


 


— Com licença — disse Xenofílio e, dirigindo-se à máquina, puxou uma toalha de mesa suja debaixo de uma imensa quantidade de livros e papéis que rolaram no chão e atirou-a sobre a prensa, abafando um pouco as batidas e atritos. Virou-se, então, para Harry— Por que veio aqui?


Antes que Harry pudesse responder, porém, Hermione deixou escapar um gritinho assustado.


— Sr. Lovegood... que é aquilo?


Ela estava apontando para um enorme chifre espiral e cinzento, não muito diferente do chifre de um unicórnio, que fora montado na parede e se projetava mais de um metro sala adentro.


— É o chifre de um Bufador de Chifre Enrugado.


— Não, não é! — contestou Hermione.


— Hermione — murmurou Harry, constrangido —, agora não é o momento...


 


— Com todos os momentos do mundo você foi logo escolher esse para mostrar sua grande inteligência? — Perguntou Rony irônico para Hermione que girou os olhos.


— Para eu ter dado um grito desses eu devo saber que esse negocio é perigoso. — Respondeu Hermione dando de ombros.


 


— Mas, Harry, é um chifre de erumpente! É material comerciável classe B, e é um objeto extraordinariamente perigoso para se ter em casa!


— Como sabe que é um chifre de erumpente? — perguntou Rony afastando-se do chifre o mais rápido que pôde, dado o extremo atravancamento da sala.


— Tem uma descrição dele em Animais fantásticos & onde habitam! Sr. Lovegood, o senhor precisa se livrar disso imediatamente, o senhor não sabe que pode explodir ao menor toque?


 


— A Hermione deixou de ser fugitiva para ser trabalhadora do Ministério. — Falou Gui soltando um riso.


— Da licença, eu apenas não quero que nada de ruim aconteça com o Sr. Lovegood. — Falou Hermione.


 


— O Bufador de Chifre Enrugado — retrucou Xenofílio claramente, com uma expressão de teimosia no rosto — é um animal tímido e excepcionalmente mágico, e seu chifre...


— Sr. Lovegood, estou reconhecendo os sulcos em torno da base, é um chifre de erumpente e é incrivelmente perigoso, não sei onde o senhor o conseguiu...


— Comprei-o — disse Xenofílio, dogmático — há duas semanas, de um jovem bruxo encantador que soube do meu interesse pelo raro Bufador. Uma surpresa de Natal para minha Luna. Então — perguntou, virando-se para Harry —, por que exatamente o senhor veio aqui, Sr. Potter?


— Precisamos de ajuda — respondeu Harry, antes que Hermione pudesse recomeçar.


 


— Imagina se o chifre de erumpente começa a explodir de uma hora para outra. — Falou Lino.


 


— Ah — disse Xenofílio. — Ajuda. Hum. — Seu olho perfeito girou mais uma vez para cicatriz de Harry. O bruxo pareceu, ao mesmo tempo, aterrorizado e hipnotizado. — Sei. O problema é... ajudar Harry Potter... muito perigoso...


— Não é o senhor que vive dizendo a todos que seu primeiro dever é ajudar Harry? — perguntou Rony. — Naquela sua revista?


Xenofílio olhou para trás onde se achava a prensa coberta, ainda batendo e produzindo atritos sob a toalha.


— Ãh... sim, expressei esse ponto de vista. Entretanto...


— ... estava se referindo aos demais e não à sua pessoa? — comentou Rony.


 


— Estão vendo, a doença da Hermione esta passando para o Rony. — Falou Fernando.


— Que doença? — Perguntou Hermione.


— Aquela de saber interpretar tudo o que a pessoa faz ou fala. — Falou Fernando como se fosse obvio.


Hermione sem pensar e como um ato de infantilidade estendeu a língua para ele.


 


Xenofílio não respondeu. Não parava de engolir em seco, seu olhar ia e vinha entre os meninos. Harry teve a impressão de que ele estava se debatendo em um doloroso conflito interior.


— Onde está Luna? — perguntou Hermione. — Vejamos o que ela acha.


Xenofílio engoliu ruidosamente. Parecia estar tomando coragem. Por fim, disse com uma voz quase inaudível por causa do barulho da prensa.


— Luna está lá embaixo no rio, pescando dilátex de água doce. Ela... ela gostará de ver vocês. Vou chamá-la e então... sim, muito bem. Vou tentar ajudá-los.


 


— Tem alguma coisa estranha com ele. — Comentou Molly.


— Também acho. — Concordou Luna.


 


O bruxo desapareceu pela escada em caracol e eles ouviram a porta da frente abrir e fechar. Entreolharam-se.


— Muquirana covarde — disse Rony. — Luna tem dez vezes mais peito que ele.


— Ele provavelmente está preocupado com o que pode acontecer se os Comensais da Morte descobrirem que estive aqui — lembrou Harry.


— Concordo com o Rony — disse Hermione. — Um velho hipócrita nojento, dizendo a todo o mundo para ajudar você e tentando fugir da raia. E, pelo amor de Deus, fiquem longe desse chifre.


 


— As vezes eu penso se você não queria que explodisse para poder jogar na cara do Lovegood que era um chifre de erumpente e não aquilo que ele falou. — Falou Lila para Hermione.


— E correr o risco de estar por perto e me machucar, não obrigada. — Falou Hermione.


 


Harry foi até a janela do lado oposto da sala. Viu o rio, uma fita estreita e luminosa lá embaixo no sopé do morro. Estavam muito alto; uma ave passou adejando pela janela, quando ele olhava na direção d'A Toca, agora invisível atrás de outras elevações. Gina se achava ali em algum lugar. Hoje estavam mais próximos um do outro do que tinham estado desde o casamento de Gui e Fleur, mas ela não poderia fazer idéia de que estava olhando para ela, pensando nela. Supunha que devesse se alegrar com isso, qualquer um com quem entrasse em contato corria perigo, e a atitude de Xenofílio confirmava isso.


Harry deu as costas à janela e seu olhar recaiu sobre outro objeto extravagante, em cima de um aparador curvo e entulhado: um busto de pedra de uma bruxa bonita, mas austera, com um toucado de aspecto bizarro. Dos lados do busto, subiam em curva objetos que pareciam trompas de ouro para surdos. Havia um par de cintilantes asas azuis na tira de couro que passava pelo alto da cabeça, e um daqueles rabanetes cor de laranja em uma segunda tira em torno da testa.


— Olhem isso aqui — falou Harry.


— Encantador — comentou Rony. — Fico surpreso que ele não tenha usado isso no casamento.


 


— Parece ser um acessório feminino. — Falou Gui.


— A Luna poderia ter usado. — Falou Rony dando de ombros.


 


Ouviram, então, a porta da entrada fechar e instantes depois Xenofílio tornava a subir a escada circular para sala, suas pernas finas agora metidas em botas de pescaria, trazendo na mão uma bandeja com xícaras sem par e um fumegante bule de chá.


— Ah, você descobriu a minha invenção preferida — exclamou ele, empurrando a bandeja para os braços de Hermione e se juntando a Harry, ao lado da estátua. — Modelado, muito condizente com a bela cabeça de Rowena Ravenclaw. O espírito sem limites é o maior tesouro do homem!


Xenofílio indicou os objetos que pareciam trompas.


— Esses são sifões zonzóbulos para afastar todas as fontes de distração na área em torno do pensador. Aqui — ele apontou paras asinhas —, uma hélice de gira-gira para induzir a elevação da mente. E por fim — ele apontou para o rabanete cor de laranja — a ameixa dirigível, para intensificar a capacidade de aceitar o extraordinário.


 


— Hermione deve ter um desse invisível na cabeça. — Falou Fred.


— Vocês devem ter combinado para me infernizar nesse capitulo, só pode ser isso. — Falou Hermione.


 


Xenofílio voltou à bandeja de chá, que Hermione conseguira equilibrar precariamente em uma das mesinhas cheias de objetos.


— Aceitam uma infusão de raiz-de-cuia? — ofereceu Xenofílio. — Nós mesmos a cultivamos. — Quando começou a servir a bebida, que era carmim como suco de beterraba, acrescentou: — Luna está do outro lado da Ponte Baixa, ficou muito animada com a presença de vocês. Não deve demorar, já pescou dilátex suficientes para preparar uma sopa para todos nós. Por favor, sentem-se e se sirvam de açúcar. Então — ele tirou uma pilha mal equilibrada de papéis de uma poltrona e se sentou, cruzou as pernas com as botas de pescaria, — como posso ajudá-lo, Sr. Potter?


— Bem — começou Harry, olhando para Hermione, que acenou encorajando-o —, é aquele símbolo que o senhor estava usando no pescoço no casamento de Gui e Fleur, Sr. Lovegood. Queríamos saber o que significa.


 


— Porque você mesma não pergunta Hermione, você que queria ir lá. — Falou Harry para amiga.


 


Xenofílio ergueu as sobrancelhas.


— Você está se referindo ao símbolo das Relíquias da Morte?


 


— Acabou. — Falou Lorcan — Quem quer ler? — Perguntou Lorcan.


— Eu vou. — Ouviram a voz vir da mesa da Sonserina e puderam ver que era Astória.


Lorcan se levantou e foi levar o livro parastória, a menina estava sentada ao lado de uma outra menina que estava sentada de frente para Draco, o loiro olhou para ela espantado.


Eu não acredito que você vai ler. — Sussurrou ele baixo para que apenas ela ouvisse.


— Qual o problema, não tenho nada contra em ler, afinal, ninguém precisa ter, é apenas um livro como qualquer outro que fala das façanhas que Potter e seus amigos fizeram, quer dizer, pelo menos esse livro conta a verdade. — Falou Astória para ele.


Pansy e Dafne não gostaram nada ao ver Astória e Draco conversarem.


— O capitulo acabou na melhor parte. — Falou Tonks.


— Onde a gente já ouviu falar das Relíquias da Morte? Que afinal é praticamente o titulo do livro. — Falou Sirius para Remo.


— James nos contou uma vez da história, você que deveria saber disso, é uma história que as mães costumam contar para crianças antes de dormir, crianças bruxas. — Falou Remo.


— Voce acha mesmo que minha mãe contava histórias para crianças quando eu era pequeno, nem se ela ganhasse dinheiro para isso ela faria. — Falou Sirius.


— Eu li para todos os meus filhos uma história que menciona algo de Relíquias da Morte. — Falou Molly.


 GENTE MIL DESCULPAS PELA DEMORA!!! ESPERO QUE GOSTEM!!!

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Comentários (1)

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