JOGOS, PEDIDOS E BANQUETES

JOGOS, PEDIDOS E BANQUETES



Harry levantou-se da poltrona onde estava e andou pela sala aparentemente sem rumo. Gina, que estava em pé do lado do namorado sentou-se. Toni M’Bea e Vitor Krum olharam-se incrédulos. Rony parecia pronto para implicar de novo com Draco, mas Hermione segurava o seu braço, contendo um pouco o ímpeto protetor do goleiro dos Cannons em relação ao seu melhor amigo.

- Você não pode estar falando sério – disse Harry finalmente – Eu não sou um empresário, Malfoy! Eu mal sei administrar os meus bens. Se não fosse o Gui eu nem mesmo saberia quanto tenho no banco!

- Bom, está na hora de mudar. Sabe como é, responsabilidade... – desdenhou o loiro com a sua voz arrastada.

- Vamos lá, Malfoy, qual é o plano? – perguntou Rony, sempre propenso a desconfiar do ex-sonserino.

- O plano, Weasley, é exatamente o que eu propus, sociedade – respondeu o ex-sonserino.

- Ah, qual é, Malfoy? – desdenhou o ruivo – Com toda a dinheirama que a sua família tem, por que você precisa do Harry?

- Weasley, eu não preciso do Potter! – retrucou Draco, ligeiramente irritado – Eu QUERO o Potter. É bem diferente.

- Rony, vamos ouvir o Malfoy, sim? – disse Hermione de maneira apaziguadora.

- Finalmente, um conselho inteligente... – brincou Gui. Depois, levantando-se da poltrona onde estava, acercou-se de Harry, passando um braço sobre os ombros do rapaz – Harry, que tal ouvir o Malfoy? Eu acho que você deveria levar em conta a proposta dele.

- Gui, eu sei que você realmente se preocupa com as minhas finanças – disse o artilheiro dos Cannons – Mas, eu não imagino a mim mesmo como um homem de negócios. Os homens de negócio do mundo bruxo são sujeitos metidos, arrogantes, convencidos e, a maioria deles, apoiou Voldemort durante a guerra! – acrescentou quase gritando.

- Ótimo, Potter – respondeu Malfoy tranqüilamente – Então seja um homem de negócios diferente. Seja o cara legal que você sempre foi. Continue doando dinheiro às causas nobres, mas faça isso através de uma fundação privada, com desconto nos impostos e sem possibilidade do ministério roubar você.

- Posso falar? – perguntou Toni M’Bea, a voz de barítono enchendo o ambiente, como sempre ocorria quando o africano se manifestava.

Como todos ali confiavam muito no gigante africano, seguiu-se um silêncio respeitoso enquanto Toni expunha suas idéias:

- Rony, eu acho louvável a sua lealdade para com o Harry, mas o Draco tem sido muito decente com todo mundo até agora.

- É verdade – concordou Vitor Krum de maneira lacônica.

- Ele e o Gui têm razão quando falam que o Harry deveria usar o seu dinheiro para investir em algo concreto – continuou o africano – Você vai se casar, provavelmente ter filhos. Você tem que pensar no futuro. Todo jogador de quadribol precisa pensar no futuro.

- Quando a gente passa dos trinta anos a carreira não dura mais muito tempo – advertiu o búlgaro, carrancudo como sempre.

- É isso aí – concordou M’Bea – É necessário que a gente tenha o máximo de dinheiro investido. Por isso eu e o Vitor investimos no time. É impossível esse time não dar certo com os jogadores que possui. Agora, o projeto do Draco...

- É megalomaníaco – interrompeu Harry.

- Talvez – disse o africano – Mas é bem sólido.

- Muito sólido, Toni – concordou Gui Weasley – Cada galeão investido aqui vai se multiplicar por cinco no mínimo nos próximos anos. Os duendes estão prevendo que em dois anos a empresa de Malfoy e Harry será a maior empresa bruxa do Reino Unido. Os duendes estão malucos, sabe? Eles colocarão todos os galeões e quantos assessores o Malfoy precisar. Acredite, Harry, aqueles baixinhos não jogam dinheiro fora.

- Eu vou falar uma coisa para vocês, mas não quero que isso saia dessa sala. Afinal é necessário manter minha fama sonserina... – falou de maneira irônica Draco Malfoy.
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A família Malfoy possuía mais galeões e mais propriedades do que qualquer bruxo decente no continente europeu. Por séculos os Malfoys roubaram, trapacearam e enganaram para acumular tal fortuna. Seu dinheiro não era limpo, bem como os métodos que usaram para obtê-lo.

Lucio Malfoy costumava contar às gargalhadas as tramóias de sua família ao longo da história, entretendo os Comensais das Morte nos momentos de descontração. Draco jamais teria a coragem de repetir alguma daquelas histórias. Toni M’Bea, como o sujeito decente que era, envergonhava-se do seu passado de jogador das “Ligas Independentes”. Aquilo, perto do que os Malfoys fizeram para enriquecer era brincadeira de criança trouxa.

Sem contar para ninguém, o jovem sonserino havia prometido a si mesmo que limparia o maldito ouro da família. Que ergueria o seu próprio império. Que no futuro o nome Malfoy poderia estar associado à esperteza, perfídia, mas nunca a roubos, violência e trapaça. Pelo menos não num nível condenável no mundo dos negócios.

Por isso estudara com os trouxas. Um parente distante havia dito que esses entendiam muito mais de negócios do que os bruxos. Entrara no mundo do quadribol porque sempre havia gostado do esporte. E desde Hogwarts sabia que jamais seria o melhor jogador do mundo. Desde que vira Harry Potter voar numa vassoura como se tivesse nascido montado nela, sabia que no máximo seria o segundo melhor. O que não era suficiente para ele. Se não poderia ser o melhor jogador, seria o melhor presidente e empresário.

Seria o melhor e o mais jovem magnata do mundo mágico e ganharia o seu dinheiro limpamente. Investiria cada nuque amaldiçoado dos Malfoys numa empresa respeitável que faria o mundo bruxo sentir orgulho dele.

- Por isso eu quero você, Potter – concluiu finalmente, depois de explicar a sua ambição – Ninguém vai confiar em mim. Mas as pessoas confiam em você. E, de quebra, você ainda vai multiplicar a sua fortuna, continuar ajudando as pessoas e garantir uma vida confortável a essa bela moça ruiva. E aos menininhos de cabelos despenteados que vocês terão um dia – acrescentou com uma piscadela cúmplice.

- Como nós vamos saber se você não quer trapacear o Harry? – perguntou Rony teimosamente.

- Rony... – ia advertindo Hermione, quando Malfoy a interrompeu:

- Tudo bem, Granger. O ruivo está certo em não confiar em mim. Eu também não confiaria em mim no lugar dele – disse com uma quase imperceptível ponta de mágoa – Mas, suponho que você confia em seu irmão e em Olívio Wood. Os dois morreriam antes de permitir que um mínimo nuque seja tirado do seu amigo. Eu posso fazer um Juramento Inquebrável se você quiser, prometendo que não pretendo trapacear o Potter.

- Você o faria? – perguntou Rony impressionado.

- Aqui, agora e na presença de todos – retrucou o loiro friamente.

- Não e necessário, Malfoy – disse Harry tranqüilamente.

- Acho que seria melhor... – ia falando o loiro.

- Não, Malfoy – insistiu o artilheiro dos Cannons – Eu não exigiria isso de ninguém. De ninguém, Rony – disse, olhando para o amigo, que parecia pensar que o juramento seria o mínimo a se exigir de um Malfoy.
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Harry e Gina estavam naquele momento no quarto de Gui acertando os detalhes da participação do ex-grifinório na sociedade. Malfoy continuava sentado na sala de reuniões. Tomava uma traça de hidromel e tinha um sorriso quase imperceptível nos lábios. Que se tornou bastante perceptível quando uma jovem de cabelos crespos retornou ao recinto.

O loiro explicou para Hermione que ela deveria enviar um relatório sobre as condições físicas dos jogadores para uma comissão da Liga Inglesa. Aquilo era praxe e Draco desconfiava que eles nem se davam ao trabalho de ler os pergaminhos.

- Tenho mais uma coisa a dizer – falou de maneira muito séria a jovem curandeira. Ela ficava muito bonita quando estava séria, pensou o presidente. Pensando bem, não era má também quando sorria.

Resumindo: era uma garota bonita de qualquer jeito. Não aquela beleza ligeiramente selvagem e embriagadora de Gina Weasley, com seus cabelos vermelhos e seu ar de guerreira, ou a beleza aristocrática e exótica de Baby Jane, com a sua pele suavemente bronzeada e seus cabelos aloirados. Não, era uma beleza que o sujeito precisava ter sensibilidade para perceber. Odiava o tal Weasley, que certamente teve essa sensibilidade.

- Eu realmente acho que a sua proposta ao Harry é honesta e fico feliz que ele a tenha aceitado – disse Hermione de maneira formal.

- Obrigado, Granger – respondeu o loiro, realmente feliz com a declaração da jovem.

- Acho que podemos também dispensar as formalidades e você pode começar a me chamar de Hermione.

- Também acho... Hermione. Eu gostaria também que você me chamasse de Draco.

- Tudo bem... Draco. Agora quanto à sociedade com o Harry...

- Se eu o enganar... – disse o loiro num tom levemente irônico, antecipando-se ao que Hermione diria.

- Se você trapacear o Harry – disse a curandeira, ignorando o comentário – eu particularmente vou partir você em pedaços. Ele já passou por muita coisa e não precisa de mais problemas em sua vida.

Draco riu da declaração da jovem. Havia, entretanto, um traço de amargura no seu riso. Ele tinha que admitir que só uma pessoa extraordinária como Harry Potter despertaria essa lealdade e esse sentimento de proteção nas pessoas. As pessoas seguiriam o “testa rachada” até o inferno se fosse necessário e ali queimariam felizes se pudessem salvá-lo, ele refletiu. Porque as pessoas amavam o “garoto que sobreviveu” e sabiam que sempre poderiam contar com ele. Ele tinha AMIGOS.

- Você não sabe o que eu daria para merecer esse mesmo carinho de uma pessoa como você – disse o loiro, surpreendendo e desconcertando Hermione.

- O que você quer dizer? – perguntou a garota, o rosto levemente corado.

- Que o Potter tem uma sorte enorme de ter amigos como você e aquele ruivo. Mas, acima de tudo eu invejo aqueles dois por ter uma pessoa como você se preocupando com eles. Eu...

- Não, Draco – disse Hermione suavemente – Melhor não dizer mais nada.

- Você ama o Rony Weasley? – disse subitamente o loiro.

- Mais do que a mim mesma – respondeu Hermione – E amo Harry também, mas de outra maneira.

- Eu não tenho nenhuma chance, não é mesmo? – perguntou Draco, surpreendentemente inseguro, parecendo mais frágil do que em qualquer outro momento que Hermione o tivesse visto.

- Não, você não tem. Mas, eu posso lhe oferecer a minha amizade, se você estiver mesmo mudado.

- Acho que vou ter que me contentar com isso – disse o rapaz, parecendo por um momento que os seus olhos brilhavam.

- Acho que sim – respondeu a jovem, aproximando-se da poltrona onde Malfoy estava e lhe dando um beijo carinhoso no rosto.

Quando Hermione virou-se e saiu da sala, ele ainda tinha a mão no rosto bem em cima de onde os lábios de Hermione o haviam tocado. Vários minutos e vários copos de hidromel depois, ele ainda tocava o local, como que prolongando a sensação do beijo.
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Todos estavam muito elegantes. O ambiente era muito elegante. Até os pratos e os talheres eram elegantes sobre uma série de mesas elegantes com toalhas com estampas elegantes. Aquela elegância toda entediava um pouco o time dos Cannons.

- Pelo menos o Andy disse que o rango é maneiro – afirmou Rony Weasley, pouco preocupado com tanta elegância, enquanto ocupava uma mesa ao lado de Harry, Gina, Amanda e Andy.

- Eles vão servir várias comidas brasileiras e depois doces e frutas típicas – explicou Amanda – Eu tive que convencer os cozinheiros do governo a não servirem um banquete britânico – disse a jovem, rolando os olhos – Era só o que faltava! Servir comida inglesa a ingleses no Brasil...

- É meio idiota mesmo – concordou Rony, recebendo uma cotovelada discreta de Hermione.

- É totalmente idiota! – afirmou Andy, para quem a cotovelada de Hermione no namorado não havia passado desapercebida – E, depois, do jeito que vocês descreviam o que os elfos cozinhavam em Hogwarts...

Antes do banquete, Draco deu o seu show para imprensa:

- O objetivo das Organizações Potter-Malfoy? Você deve estar brincando! Vamos dominar o mundo, é claro!

- Como Harry Potter concordou com você nessa empreitada? - perguntou o correspondente do Profeta Diário na América Latina.

- Eu comecei usando Cruciatus, depois Feitiço Império...

- Você não fala sério nunca? – perguntou uma mulher, provavelmente de alguma revista bruxa de futilidade. Esse tipo de jornalista havia seguido os Cannons até o Brasil atrás de notícias bombásticas.

- Só quando processo alguém – respondeu o ex-sonserino – Nesse momento estou pensando, por exemplo, em processar você. Onde já se viu usar suéter cor de rosa! Francamente...Isso agride minha sensibilidade.

- Potter, como você se sente sendo agora um dos maiores empresários do mundo bruxo? – perguntou um repórter brasileiro num inglês quebrado, quando Harry se dirigia com seus amigos até a mesa destinada a ele.

- Na verdade, normal – respondeu o ás do time laranja de maneira descontraída. E, depois, quando haviam ocupado os respectivos lugares, desabafou aos amigos: - Isso não para nunca?

- Você sabe que não, Harry – respondeu-lhe Gina, segurando a sua mão. Flashes espocaram frente ao gesto banal.

- Céus, eu estou me sentindo um peixe no aquário com todo mundo me olhando – disse Amanda, piscando para escapar dos flashes ofuscantes – Ou uma ameba num telescópio!

- Seja bem-vinda à vida de amiga de Harry Potter – retrucou Hermione com ironia.
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Minutos antes, Vicente Trindade, presidente da comunidade mágica brasileira pedira uma palavra a sós com Harry. Como esse relutasse, Draco Malfoy havia se juntado ao sócio e a mais alguns assessores do presidente do mundo mágico do país. Seguiram-se minutos de conversa diplomática sem sentido, além de bajulação tola. Cansado de políticos de qualquer nacionalidade, o artilheiro dos Cannons, mesmo correndo o risco de parecer pouco diplomático, cortou a conversa.

- Exatamente o que o senhor quer comigo, Sr. Presidente? – perguntou Harry, ligeiramente incomodado de se afastar das sobremesas que pareciam suculentas e estavam sendo servidas naquele momento.

A comida do banquete, com vários tipos de peixes, carnes e caldos servidos de várias formas e em porções generosas estivera realmente deliciosa. Harry ainda não conseguia comer muito, e havia guardado espaço para os doces e as frutas das quais Andy e Amanda falavam tanto. Iria experimentar a tal goiabada, que à simples menção deixava Gina furiosa e arrancava risos dos brasileiros, aparentemente sem motivo.

- É verdade que o senhor pretende financiar a construção de um campo de treinamento de quadribol no Brasil? – perguntou de maneira direta um dos assessores do presidente.

- Seria demais perguntar como a informação chegou aos senhores? – perguntou Draco Malfoy, que até então ficara em silêncio.

- É possível que as paredes tenham ouvido – respondeu um outro assessor de maneira enigmática.

- Senhores, eu o Sr. Potter não gostamos de ser espionados – disse Malfoy com uma ligeira irritação na voz.

- Queiram nos desculpar – disse finalmente o presidente, olhando de maneira contrariada para os assessores – Mas, a verdade é que agora temos a informação...

- E?... – questionou Harry

- Achamos que seria mais interessante para todos nós se os senhores realizassem esse projeto sob a chancela do nosso governo – disse com um inglês quase perfeito o Senhor Vicente Trindade – Isso lhes abriria muitas portas nesse país...

- Acontece, Sr. Trindade, que a Associação Comercial Bruxa do país nos “abriu as portas” e pediu também para ter uma conversinha com eles se o senhor criasse algum problema... Com todo respeito, é claro – disse Draco com o máximo de ironia que conseguia reunir - Eles e os sindicatos de trabalhadores bruxos estão muito interessados nos empregos e nas possibilidades de revendas que os produtos das Gemialidades Weasleys abririam no Brasil.

Vicente Trindade respirou fundo, provavelmente sufocando um impropério. Certamente não era um homem que estava acostumado a ser encurralado e aquilo estava, sem sombra de dúvida fazendo, muito mal para ele. Depois de um olhar de esguelha aos dois assessores, fez um sinal afirmativo com a cabeça. Um claro sinal de derrota.

- Muito bem, como o Sr. Malfoy procurou antes os @#$@$#+ (aqui o Senhor Trindade esqueceu a diplomacia e falou um palavrão em bom português, que Draco e Harry não entenderam) da Associação Comercial, onde não tenho muitos fãs, creio que não há nada mais a fazer. Eu sugiro que voltemos ao salão para apreciar a sobremesa. Não sei porque, mas acho que a minha amada sobrinha e aquele namorado dela andaram dando sugestões aos senhores.

- Não podemos confirmar nem desmentir, Sr. Trindade – retrucou Draco com bom humor.

- Vocês se acham muito inteligentes não é mesmo? – perguntou o mais agressivo dos assessores do presidente Trindade.

- Na verdade não. Um tal de Voldemort se julgava inteligente – retrucou Harry friamente - O senhor sabe o que aconteceu com ele?

- Ele morreu, segundo eu sei – disse o homem mais velho, não parecendo impressionado.

- Pois é. Eu o matei. Depois de morto ele já não parecia tão inteligente assim Por isso que eu digo que a gente não deve subestimar a inteligência dos outros – acrescentou Harry Potter, agora decididamente conseguindo impressionar os interlocutores. Sobretudo quando uma brisa fria soprou após o rapaz pronunciar as últimas palavras.
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- Admita, Potter – dizia Draco de ótimo humor – Nós somos uma boa dupla!

Os jovens contavam aos amigos a discussão com a mais alta autoridade mágica brasileira. Toledo e Tess tinham voltado para o hotel. Eles não vinham perdendo nenhuma oportunidade de ficarem a sós. Amanda e Andy levaram os jogadores, Vera e Draco até um bar bruxo que conheciam para uma esticada, onde eram servidos diversos tipos de drinques com ou sem álcool e petiscos variados.

No retorno ao jantar, Harry anunciou a contribuição das Organizações Potter-Malfoy no valor de quinhentos mil galeões para Andy criar o seu centro de treinamento para jovens aprendizes de quadribol. Aproveitando a propaganda gratuita que o fato proporcionava, o diretor das Vassouras Firebolt para a América do Sul, presente no evento, anunciou que doaria trinta modelos Firebolt Junior (“A vassoura dos futuros campeões”) para a instituição. Harry e Malfoy foram aplaudidos entusiasticamente pelos convidados, e não tão entusiasticamente assim pelos membros do governo brasileiro.

- A propósito – quis saber o ex-sonserino – Onde você guarda o “Harry Maligno”? O tempo todo é só o Harry bonzinho que a gente vê. “Depois de morto ele já não parecia tão inteligente assim” – falou Malfoy, imitando a voz grave de Harry – Cara, aquele burocrata ficou realmente assustado!

- Políticos são todos iguais – resmungou Vitor Krum, enquanto apreciava um coquetel de frutas – Ei, isso é muito bom!

- Nada de bebidas com álcool, crianças – advertiu Vera Ivanova, experimentando uma dose de uma bebida ligeiramente arroxeada.

- Algumas bebidas daqui são muito fortes – constatou Hermione, bebericando um drinque leve com champanhe e abacaxi. Mas essa é muito boa!

- Por isso eu adoro o Brasil! – disse Toni M’Bea - Aqui tem as frutas mais deliciosas do mundo e os drinques mais geniais!

- E eles sabem comer bem! – acrescentou Rony, que devorava um prato de salgadinhos, apesar de tudo que já havia comido no banquete – Isso aqui é o máximo! Como é mesmo o nome?

- Bolinho de bacalhau – explicou Amanda.

- Eu gostei dos doces – disse Gina – Gostei muito de queijo com... Como é mesmo o nome daquele doce?

- Goiabada? – disseram vários ao mesmo tempo – O tal doce afrodisíaco? – perguntou Hermione, rindo.

- O doce não tem fama de afrodisíaco – explicou Andy.

- Não se for “apenas” comido com queijo – emendou Amanda.

- Sabe, eu também acabei tendo umas idéias a respeito... – cochichou Gina para a brasileira, que teve um acesso de risos.
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Uma brisa morna soprava sobre o campo de treinamento construído especialmente para os Cannons, próximo ao elegante hotel onde estavam hospedados. No sábado, já com todos os ingressos esgotados, no Estádio Serra Verde, na região serrana do Rio, os Cannons enfrentariam a seleção brasileira, um dos selecionados emergentes no esporte. No mês anterior brasileiros e norte-americanos haviam realizado um grande jogo, que terminou num empate de 400 pontos. A crônica especializada classificou-o como um dos melhores do ano.

Além do batedor Andy Lopes, que jogaria para o seu país contra o time inglês, os brasileiros tinham ainda como destaque Bel Andrade, a capitã, ótima artilheira que havia sido contratada pelo União de Puddlemere e o apanhador revelação Toninho Santos, de apenas dezenove anos e que havia ingressado recentemente no time norte-americano All-Stars. A crônica falava bastante bem das duas companheiras da capitã Andrade, tidas como muito habilidosas. Ou seja, embora, não possuísse um outro batedor à altura de Andy e não possuísse uma tradição de bons goleiros, o Brasil tinha um time jovem e ofensivo, que se fiava na habilidade das suas artilheiras e no talento do seu jovem apanhador.

- Esse jogo vai ser o contrário do que foi o jogo contra o Peru – explicava Ivanova para o time após o treino leve realizado à tarde – Vai ser uma correria só e os brasileiros vão tentar marcar muitos pontos.

Na última Copa Mundial, realizada na Coréia, sem várias seleções em virtude da guerra que afetou muitas nações européias, o Brasil havia ficado em quarto lugar, sua melhor colocação. O time atual, que só tinha Bel Andrade como remanescente da seleção que havia atuado na Ásia, queria provar o seu valor. Nada melhor do que obter um bom resultado frente à equipe que a imprensa vinha chamando de “a melhor do mundo”.

No Brasil os principais times eram: Bandeirantes do Oeste, tradicional equipe do oeste do estado de São Paulo e o Serrano Quadribol Clube, do Rio de Janeiro, ambos com vários títulos brasileiros e campeonatos sul-americanos. Nos últimos anos os Botos do Pará, de Santarém e o Atlético Bombacha do Rio Grande do Sul, começaram a ameaçar os dois times principais do país, tendo inclusive a equipe gaúcha conquistado a última Liga Sul-Americana de Clubes, numa final sensacional com os Rasa-árvores de Tarapoto, do Peru, o maior vencedor da história do continente.

Sábado, os Cannons enfrentariam o selecionado brasileiro e quarta-feira haveria um jogo festivo contra um combinado sul-americano, promovido pela Federação Internacional de Quadribol, que bancava a excursão do time laranja para a América do Sul a fim de consolidar o esporte no continente.

O amistoso de quarta-feira seria transmitido para todo o Reino Unido, Estados Unidos e Japão. Lino Jordan em pessoa viria até o Brasil para transmitir o jogo pela TV Bruxa (“o quadribol atravessando oceanos para chegar até você”), apesar do avançado da hora na Inglaterra. Os Cannons enfrentariam um combinado sul-americano, com brasileiros, peruanos, argentinos e uruguaios. Os patrocinadores anunciavam também uma grande surpresa para a partida, mas recusavam-se por enquanto a dizer qual seria.

- Não, você não vai jogar como batedor – dizia Vera Ivanova para Apollo Cole – Woodrow joga como batedor. Você é razoável apenas como artilheiro. Já falei que não acredito nesse negócio de jogadores polivalentes.

- Agora que o Potter é o dono do time então... – ia dizendo Cole com a sua tradicional arrogância.

- Ele poderá chutar o seu traseiro – completou Toni M’Bea que voltava do campo de treinamento.

- Eu mesmo às vezes tenho vontade de chutá-lo – disse o carrancudo Vitor Krum.

- OK.Vamos fazer uma fila e chutar o traseiro do Cole – disse Rony sorridente – Tenho certeza que Harry concederia isso pra gente como uma espécie de bônus.

- Eu quero ser a primeira! – gritou Gina, feliz, fazendo com que os jogadores voltassem rindo para o hotel. Menos Apollo Cole, é claro.
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Eram quase cinco horas da tarde de sábado e o barulho vindo das arquibancadas chegava até os vestiários, principalmente porque Toni M’Bea e Vitor Krum mantinham a porta aberta, apreciando a algazarra da audiência. Toni já havia estado no Brasil uma vez e não havia, na sua opinião, público mais entusiasmado do que o brasileiro.

- Aqueles instrumentos de percussão que eles tocam são o máximo – dizia o capitão do time dos Cannons – Me lembra os jogos na África, sabe? – acrescentou com uma ponta de nostalgia.

No fundo do vestiário coletivo (havia uma área reservada separadamente para os rapazes e as garotas do time), Gina ajudava Harry a calçar as luvas de artilheiro (havia acolchoamento na mão e os dedos ficavam descobertos), enquanto Toledo ajeitava a faixa laranja que prendia os longos cabelos ruivos da colega de time.

Toni e Vitor, veteranos do quadribol, adoravam aqueles momentos de camaradagem antes do jogo. E adoravam ainda mais a excitação que antecedia uma partida. Quando jogava nos Estados Unidos, Toni ouviu de Jimmy Aguirre que aquele momento antes do jogo era melhor do que sexo. O africano não concordava muito com a comparação, mas tinha certeza que sentiria muita falta de tudo aquilo quando abandonasse o esporte. Aqueles momentos antes da partida eram quase melhores do que o jogo em si.

- Fica calmo, garoto – dizia Vera para o batedor reserva Woodrow – Eu sei que você vai dar conta do recado – acrescentou a treinadora, dando um tapinha amigável no ombro do jovem. Num canto reservado, Hermione examinava Rony, que vinha sentindo algumas dores nas costas.

- Eu tô legal, Mione – dizia o ruivo – Já joguei estando bem pior.

- Eu não duvido disso – falou a curandeira, contrariada – Mas, depois do jogo eu vou fazer em você um exame completo.

Hermione continuava achando o quadribol uma versão bruxa contemporânea das antigas lutas romanas de gladiadores. E a quinze metros do solo. Foi tirada subitamente de seus devaneios pelo par de braços fortes que a envolveu e retirou a jovem alguns centímetros do chão.

- Olha a indecência aí, vocês dois! – gritou Vera de brincadeira.

- Eu preciso de você, Hermione – disse Rony baixinho no ouvido da namorada, provocando arrepios e causando surpresa – Afinal, quem mais vai cuidar das minhas costas? Casa comigo?

Aquilo era típico de Rony Weasley. Harry pedira Gina em casamento na intimidade do quarto, quando os dois estavam a sós, provavelmente da maneira mais romântica possível. Rony havia feito o pedido num vestiário cheio de jogadores que guardavam as suas energias para mais algumas horas de maluquices aéreas e dizendo que ela deveria "cuidar das suas costas". O senso de oportunidade desse ruivo era notável, pensou Hermione contrariada. Mas... ele a havia pedido, não é mesmo? E antes que pudesse responder ou brigar com aquele grandalhão por ser tão “sensível”, Hermione descobriu-se em lágrimas. Impossibilitada de falar. E todos prestavam atenção nos namorados nesse momento.

Harry, ao ver a amiga chorando, aproximou-se do casal. Rony às vezes se esquecia que o sentimento de proteção que o amigo tinha em relação a Hermione era quase tão grande quanto o da garota em relação a ele.

- Esse tonto – balbuciou Hermione – Me pediu em casamento agora – disse de maneira entrecortada.

- Sempre sensível esse meu irmão... – disse Gina.

- Tá legal – disse o ruivo – Só que eu sou um cara pouco sensível com um anel – disse, descalçando as luvas de goleiro e tirando de uma caixinha uma belíssima aliança de ouro e mostrando a língua para Harry, fazendo cara de quem diz “eu dei um anel, você não deu!”.

- Uau! Quer dizer que cheguei numa hora boa! Você fisgou mesmo o ruivo, hein espertinha?

Demorou um pouco para os jogadores perceberem quem era a dona da voz que entrava vestiário adentro na companhia de Draco Malfoy.

- Jane O’Neil! – exclamou Gina, absolutamente surpresa – O que você está fazendo aqui?

- Olá para você também, Weasley – disse a outra calmamente – Só passei aqui para desejar boa sorte. E... parabéns, Granger.
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Quando os autofalantes do estádio anunciaram a presença de Baby Jane O’Neal, houve muitos aplausos e assovios (principalmente da audiência masculina), mas também alguns apupos. Muitos ainda se lembravam da arrogância do time irlandês quando de sua passagem pelo Brasil. Indiferente às manifestações negativas de uma parte do estádio, O’Neal levantou-se na tribuna de honra, onde estava ao lado de outros astros que jogariam na partida de quarta-feira, e acenou para as câmeras da TV Bruxa Brasil (“a magia do esporte, agora em ritmo de samba para você”).

- Exibida – disse Vera Ivanova para Hermione, ainda chocada demais para responder alguma coisa, o anel dado por Rony parecendo pesar uma tonelada no seu dedo.

- Ela era a surpresa que os patrocinadores estavam escondendo? – perguntou finalmente a curandeira, esquecendo por um minuto a jóia.

- Suponho que sim – concordou a treinadora – Os patrocinadores precisavam de alguém conhecido no time sul-americano para que o jogo tenha uma boa audiência na Europa tarde da noite.

Naquele momento, sob aplausos delirantes e um batuque ensurdecedor, entrou em campo o time brasileiro dando a sua volta de saudação ao público. Os uniformes amarelos com golas e detalhes verdes, devidamente numerados, como ditava a última moda do esporte. Júlio César, goleiro, Andinho (como os brasileiros o chamavam) e Wellington Moura, batedores, a bela morena Bel Andrade, Lea Ribeiro e Júlia Rossi (artilheiras) e o garoto Toninho Santos, apanhador.

- O problema do Brasil é que eles nunca tiveram goleiros muito bons. Esse tal Júlio César é apenas razoável. O outro batedor, o Moura – disse Vera apontando para o negro encorpado, que falava alguma coisa com Andy, é péssimo – explicava a búlgara para uma distraída Hermione – Mas as artilheiras e o apanhador são muito bons.

Hermione, que não entendia quase nada de quadribol, apenas reparava que o time do Brasil parecia muito jovem. As artilheiras Ribeiro e Rossi (respectivamente uma mulata encorpada e uma loira magra e alta) eram praticamente garotas. O apanhador, um negro baixinho, mal parecia ter saído da adolescência. Nesse momento as reflexões de Hermione foram interrompidas pelo frenesi vindo das arquibancadas, assim que o time dos Cannons entrou no campo.

Contrariando a tradição sul-americana de vaiar as equipes adversárias, o time inglês foi bastante aplaudido. Harry, Vitor Krum e M’Bea receberam as ovações mais entusiasmadas. Toledo, por sua vez, recebeu uma vaia discreta. A rivalidade entre Brasil e Peru era muito grande no mundo do quadribol. Os Cannons usavam hoje um uniforme listrado preto e laranja, para não criar confusão nos aparelhos de TV do mundo bruxo, muitos ainda em preto e branco, onde o laranja do time inglês e o amarelo do Brasil poderiam ficar muito parecidos.

Às cinco e cinco da tarde, Toni M’Bea e Bel Andrade, capitães dos respectivos times cumprimentaram-se e começou a partida.

Como era previsto, empurrados por sua fanática torcida, os brasileiros lançaram-se ao ataque. Nos primeiros dez minutos Rony fez três grandes defesas. No primeiro ataque perigoso dos Cannons, entretanto, Harry Potter assombraria o público brasileiro com uma das suas jogadas geniais. Roubou a goles da artilheira Ribeiro, avançou pela lateral direita e fez menção de passar para Gina. Os artilheiros lançaram-se sobre a garota com o objetivo de interceptar o passe. Surpreendentemente ele trocou de mão, virando o corpo no ar e fez uma arremesso cheio de efeito, por cima do goleiro brasileiro, acertando o aro do lado oposto. Um grande OHHHHHHHHH! se fez ouvir por todo o estádio. Dez a zero para os Cannons.

Os artilheiros brasileiros começavam a ter dificuldades para escapar dos balaços arremessados por Toni. Atingida pelo batedor do time laranja, Bel Andrade deixou cair a goles no seu campo de defesa. Gina e Toledo tabelaram em velocidade e a peruana quase entrou com a vassoura no aro central do goleiro brasileiro, fazendo vinte a zero.

Passados mais tinta minutos, o placar mostrava cinqüenta a zero para os Cannons. Harry havia marcado mais dois gols e Gina um. Isso não queria dizer absolutamente que as artilheiras brasileiras não estivessem num bom dia. Fizeram jogadas espetaculares. O problema é que Rony, como ocorrera no Peru, vinha fechando os arcos, com defesas onde usou as mãos, os pés e até a vassoura na posição vertical, ficando reto no ar. O público brasileiro olhava estarrecido. Baby Jane, que entendia um pouco de espanhol ouviu perfeitamente Navarro, o batedor uruguaio que jogaria na quarta-feira, sentado atrás dela, dizer que nem mesmo sabia que aquela jogada era legal.

Era o dia de Rony. Após uma outra defesa dificílima, onde o goleiro tirou com os pés as goles, Harry e Gina desnortearam a defesa brasileira com uma tabela sensacional e Harry mais uma vez encobriu o goleiro Júlio César, marcando incríveis sessenta a zero. O treinador brasileiro pediu tempo. Sob aplausos do público o time laranja e preto desceu até o solo para ouvir as instruções de Vera.

- Vocês estão ótimos – disse a treinadora entusiasmada.

- Nada como jogar com oxigênio sobrando – brincou M’Bea, respirando fundo, fazendo obviamente alusão ao jogo difícil na altitude peruana.

- Como o jogo de artilheiros deles não está funcionando, graças ao ruivo aqui – apontou para Rony, que estufou o peito orgulhoso - eles vão fazer de tudo para pegar o pomo – orientou Vera, olhando na direção de Vitor Krum.

- O garoto ali voa bem – falou o sempre lacônico apanhador búlgaro, apontando para o outro lado do campo.

- O jogo vai ficar mais fácil ainda para nós – continuou a conterrânea de Krum – Os batedores vão se concentrar no Vitor para que o apanhador deles possa agarrar o pomo. Vamos lá, vamos marcar muitos gols! – disse por fim, batendo as mãos e empurrando o time de volta ao jogo.

Que recomeçou com mais uma grande defesa de Rony. E com mais um gol sensacional de Harry, no primeiro arremesso longo que tentou, surpreendendo o goleiro brasileiro. Que já contava com a hostilidade de alguns torcedores. Algumas vaias já se destinavam a ele. E elas aumentaram quando, após fazer uma defesa fácil, tentou ligar uma das artilheiras. Gina, que observara que o defensor brasileiro saía sempre para o mesmo lado, interceptou o passe e lançou Harry. Desesperado para reparar o erro, o goleiro saiu da área para interromper o ataque, pretendendo até fazer uma falta, se necessário. Mergulho Potter fingiu que lançaria a goles para o aro, mas abriu o jogo do outro lado do campo para Toledo, que marcou facilmente.

Os dois primeiros pontos do selecionado brasileiro só ocorreram quando os Cannons já haviam marcava cento e oitenta e muitos torcedores já se retiravam do estádio. Nesse momento os dois apanhadores avistaram o pomo ao mesmo tempo. Ele já havia aparecido algumas vezes e na última delas, Toninho bloqueou Vitor Krum de maneira competente, impedindo-o de encerrar o jogo.

O búlgaro ainda ouviu Andy gritar alguma coisa em português para o seu apanhador. Este, estranhamente, embicou a vassoura para baixo, aparentemente deixando o caminho livre para a “Águia dos Bálcãs”. Que foi atingido em cheio por um balaço. Como grande piloto que era, Vitor apenas desequilibrou-se por alguns metros e uns poucos segundos. O suficiente para que o jovem negro aparecesse à sua frente e apanhasse o pomo. Aparentemente a manobra do batedor e do apanhador havia sido combinada. Os Cannons venceram, mas Toninho Santos apanhara o pomo.

A torcida do Brasil comemorou como se o seu selecionado tivesse vencido a partida.

De volta ao solo, o time inglês parecia muito feliz. Afinal era a terceira vitória que obtinham sobre uma forte seleção nacional. Apenas Vitor Krum estava um pouco abatido. Nenhum apanhador gosta de perder o pomo, mesmo quando seu time ganha.

- Por que eles pegaram o pomo, se não ganhariam o jogo? – perguntou Hermione para Vera, a voz sumida no meio da algazarra da torcida que havia permanecido até o fim da partida.

- Exatamente porque eles sabiam que não ganhariam – explicou a treinadora - Derrota honrosa, eu imagino.

Então, pela segunda vez naquele dia, Hermione sentiu que braços fortes a tiravam do chão. Depois de um beijo arrepiante no pescoço, uma voz muito conhecida disse no seu ouvido:

- Então, você aceita?

Virando-se para encarar o ruivo, muito suado, mas parecendo extremamente feliz, a jovem franziu o cenho por um momento, o que deixou Rony a princípio preocupado. Ele, que sempre havia julgado que Hermione merecia alguém melhor. Mas, então, o rosto dela iluminou-se, parecendo refletir todas as luzes do estádio, que já estavam acesas. E sem dizer uma palavra a garota jogou-se de novo nos braços do goleiro, dando-lhe um grande beijo. Flashes explodiam à sua volta.

- Eu que pensei que os ingleses não fizessem essas coisas em público... – disse um fotógrafo.

- O que diabos foi aquilo? – perguntou Draco Malfoy com um fiapo de voz, sentado ao lado de Jane O’Neal na tribuna de honra.

- Acho que foi um sim – respondeu objetivamente a jogadora da Irlanda.
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O CAPÍTULO 50 (VIVA!!) FICOU UM POUCO MAIOR DO QUE OS DEMAIS. ENTENDAM COMO UM CAPÍTULO COMEMORATIVO. A FIC APROXIMA-SE DO FIM. E, ATENDENDO A PEDIDOS, NESSA FIC EU NÃO MATEI O HARRY.... POR ENQUANTO!























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