MENINOS E MENINAS



No dia seguinte ao jogo dos Cannons contra a seleção brasileira, os jornais brasileiros e ingleses (que os jogadores leriam nos dias subseqüentes) se dividiam comentando a maravilhosa (mais uma!) exibição do time laranja e o inusitado pedido de casamento de Rony Weasley a Hermione Granger.

Rony, aliás, vivia seus dias de glória. A excursão pela América do Sul confirmava a sua forma estupenda, e o fato de ter desencadeado a crise que levara à renúncia do governo bruxo não vinha sendo nada mal para a sua carreira. Draco comentava desgostoso que haveria milhares de propostas para tirá-lo dos Cannons.

Uma famosa escritora e historiadora bruxa já estava preparando uma biografia conjunta do antigo “Trio Maravilha” de Hogwarts. Não autorizada, é claro. O nome provisório seria: “O Trio: Harry Potter e seus amigos derrotando as trevas”.

- Por Merlin! – exclamou Hermione – Mais uma!

- Relaxe, querida – disse Rony sonolento – Dizem que essa biografia é bem fiel à realidade. A autora andou por Hogwarts e pela Toca buscando confirmar ou desmentir algumas informações.

Eram quase nove horas da manhã de domingo e Hermione massageava as costas doloridas de Rony. Ela o ameaçara de morte se ele fizesse novamente “aquela loucura com a vassoura em cima da cabeça”. Mas o ruivo estava feliz. Curtindo a boa exibição do dia anterior e as mãos macias de Hermione sobre as suas costas. E curtindo mais ainda o fato de Hermione ter dito sim. SIM!

- Oh, que mãos! – disse o ruivo extasiado.

- Aposto que você diz isso para todas as curandeiras de cabelos crespos – respondeu a jovem, provocando o noivo. A aliança estava em cima do criado mudo e ela parecia mais brilhante ainda a esta distância.

- Não para todas, futura Senhora Weasley – disse o goleiro dos Cannons – Só para aquelas que eu amo – disse de maneira sedutora, levantando-se agilmente e agarrando Hermione.

- E você ama muitas delas?

- Não, só “uma delas”. E acho que posso provar.

- Rony! O que você vai...

Mas antes que ela pudesse falar alguma coisa, foi calada com um beijo. Um daqueles “beijos-especiais-Weasleys-de-domingo”, como Rony costumava dizer.
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Ninguém sabia que Draco Malfoy raramente dormia mais do que quatro horas seguidas numa noite. Desde os tempos sombrios da guerra ele dormia mal e acordava sobressaltado. Os sobressaltos diminuiriam consideravelmente com o passar do tempo, já não tinha pesadelos, mas ainda dormia pouco à noite. Por isso gostava de dormir tarde e tirar um pequeno cochilo depois do almoço.

O seu curto sono hoje, entretanto, havia sido bem melhor do que nos demais dias. Aconchegado a ele e ressonando suavemente estava Jane O’Neal. Sua pele era escura e sedosa e era uma das poucas mulheres, na opinião de Draco, que era tão bonita dormindo quando acordada. E que mulher!

Nos tempos de escola todos os sonserinos e também membros de outras casas arrastavam por ela vários vagões do Expresso Hogwarts. Até Snape derretia-se ligeiramente na presença da garota. Não que os outros notassem. Apenas o loiro, que conhecia o professor fora das salas de aulas, percebia o quanto ele olhava dissimuladamente as belas formas da garota quando pensava que ninguém prestava atenção.

E Draco havia dormido com a garota! É verdade que ambos estavam ligeiramente bêbados após a pequena recepção que os fãs brasileiros do hotel deram após o jogo. Céus! Caipirinha era a melhor coisa que ele já havia tomado na vida. Nem aqueles drinques milenares e aristocráticos, segredos de estado da família Malfoy, chegavam perto disso. Tudo bem que Andy e Amanda tenham se divertido às suas custas, dizendo que aquilo era um tipo de limonada. Lá pelo quarto copo ele percebeu que o drinque era alcoólico. Só que Malfoys são duros na queda! Na família Malfoy as pessoas começam a tomar rum de groselha e uísque de fogo ainda na mamadeira.

Imagine se ele iria ficar bêbado com aquela “limonada batizada”! O fato de ter dançado um samba e ter cantado o samba-enredo (“que diabos seria isso?”) da escola de samba trouxa da região não queria dizer nada. Mesmo que ele tenha cantado em português, idioma no qual não entendia uma única palavra. Pensando bem ele havia aprendido algumas frases ensinadas por Andy: “Obrigado, amigão”; “Bota mais uma aí” e “Nesse bar não tem macho!”. Essa última frase causou curiosamente um certo frisson no ambiente. Alguns marmanjos particularmente grandes pareciam chateados, mas uma conversa do batedor brasileiro e os olhares de M’Bea do alto dos seus quase dois metros de altura acalmaram o ambiente. Humm... Será que a frase era uma ofensa? Tudo bem, ele havia ficado um “pouquinho” bêbado.

Jane O’Neal, que havia aparecido por lá, ajudou a levá-lo de volta ao apartamento. Daí em diante as coisas ficaram confusas. Ou nem tanto. Aquela garota era capaz de deixar um sujeito sóbrio na hora. Ou embriagá-lo, se o cara estivesse sóbrio.

- Bom dia – disse a garota, que acabara de acordar.

- Bom dia – respondeu Draco animado.

- Ham... você... – começaram a dizer os dois ao mesmo tempo. Constrangidos, ficaram calados e depois disseram juntos novamente:

- Isso não vai... – e calaram-se de novo. Finalmente Jane disse:

- Isso não vai estragar a nossa amizade, espero – disse a garota muito séria, escondendo o rosto no peito de Draco.
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- Duvido que ela tenha cruzado o oceano apenas por minha causa – dizia Harry tranqüilamente.

- Harry, às vezes essa sua ingenuidade é tão fofa! – replicou Gina com uma dose de sarcasmo que se misturava à pena que sentia do namorado por ser tão ”bobinho”.

- As garotas não ficam exatamente fazendo fila na minha porta – falou Harry, achando sinceramente que as mulheres às vezes são ligeiramente paranóicas.

Essa frase arrancou uma gargalhada estridente da ruiva, que quase caiu da cama que dividia com o Eleito.

- Você nunca percebeu mesmo? – ela perguntou, os olhos ainda cheios de lágrimas, fruto do acesso de risos – Eu não sei se amo você mais ainda ou te azaro ser tão “bobinho”!

- Gina, Rony é o cara que faz sucesso com as mulheres! – disse Harry – O que eu tenho demais?

- Ah, nada... – brincou a ruiva – Você é bonito, rico, joga absurdamente bem, tem olhos verdes... Realmente, eu não sei o que as mulheres poderiam ver num rapaz de vinte e um anos com todos esses atributos. E aquela Baby Jane então... – Ah, que ódio!

- Você não precisa se preocupar com ela.

- Ah, não? – bufou a ruiva – Só porque ela é bonita, atirada, oferecida e ainda por cima é obcecada por você? Quem sabe se eu aprender a lançar uma maldição cruciatus...

- Gina...

- Hum... feitiço-azaração para espantar bicho-papão... Nesse feitiço eu sou boa!

- Gina...

- Talvez algum veneno trouxa...

– Gina...

- Quem sabe um bom soco como aquele que você deu no Draco lá em Hogwarts...

- Ela não é você! – quase gritou Harry, interrompendo as divagações homicidas da garota. Como Gina encarou-o espantada, ele explicou: - Não importa o quanto ela seja bonita, atirada e tudo o mais. Ela não tem nenhuma chance comigo. Sabe por que?

- Eu adoraria saber... – disse meigamente a ruiva.

- Porque você é a única mulher que me interessa. Você é a única mulher da minha vida. E a única mulher para quem eu daria isso!

Usando seu poder de fazer mágica sem varinha, Harry fez flutuar até a cama uma caixinha delicada.

- Abra – ele disse no ouvido da ruiva.

- Oh, Harry! – quase chorou a garota. Na pequena caixa estava o anel de compromisso mais bonito que ela já tinha visto. Não estava acostumada com jóias, mas aquele anel deveria ter custado uma fortuna. Quando o assunto do valor do anel foi mencionado, Harry apenas sorriu feliz e disse:

- Ora, de que adianta ser absurdamente rico se um cara não puder se exibir um pouco para a garota que ama. Ah, e quanto a Baby Jane...

- O que tem ela? – perguntou Gina, subitamente lembrando-se do motivo do seu mau humor matinal.

- Eu a vi entrando no quarto do Malfoy ontem à noite.

- Sério? – exclamou Gina, agora duplamente feliz.
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- Ruiva, para de exibir esse anel. A luz dele está me ofuscando – caçoou Vera Ivanova à mesa do brunch generoso que era servido ao time dos Cannons.

- Ah, deixa eu ver ele de novo! – disse Toledo – Uau!

A garota peruana e Tess pareciam fascinadas com a peça.

- Ouro branco, dezoito quilates, cravejado de pedras preciosas moldadas milimetricamente. Arte de duendes peruanos do século XVIII – disse rapidamente Malfoy, segurando a mão de Gina e recitando a avaliação do anel como se fosse um leiloeiro - Atual preço de mercado...

- Não se atreva, Malfoy! – gritou Harry.

- Você falando assim, acaba com todo o romantismo da coisa, Draco – advertiu-o Jane O’Neal. A garota tinha se juntado ao time inglês para apreciar a refeição.

É claro que o anel de Gina não passou desapercebido. “Exibido!”, afirmou Rony, mas na verdade ele apenas estava fingindo estar de mau humor por Harry tê-lo imitado. Ou nem tanto, uma vez que ambos encomendaram os respectivos anéis aos duendes peruanos, famosos por fabricarem e colecionarem jóias preciosíssimas. Rony havia escolhido para Hermione uma jóia fabricada no mais puro ouro, enquanto Harry preferiu uma antiguidade muito cara.

- Mas você tem bom gosto, Harry – afirmou a sensação do time da Irlanda, no que obteve a concordância de todos.

O fato de descer para a refeição junto com Draco Malfoy, não escondendo que havia passado a noite com ele, diminuiu consideravelmente a hostilidade em relação a Baby Jane. Mesmo Gina parecia a princípio disposta a tratá-la civilizadamente.

Inesperadamente, O’Neal levantou-se do seu lugar, caminhando na direção do casal de artilheiros. Abraçou-os ao mesmo tempo, enquanto cochichava no ouvido da ruiva:

- OK, Weasley, você venceu.

Depois deu um beijo suave nos lábios de um Harry muito surpreso, dizendo “Valeu, tigrão!” e se afastou, deixando Gina bufando de raiva e os demais segurando o riso.
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- Eu mato aquela vaca! – dizia Gina para Hermione, que teve que segurar a amiga para que ela não se atirasse sobre Jane O’Neal, evitando a saída triunfal da garota da mesa do brunch.

- Você acha mesmo que o Harry vai cair nos “encantos” dela, Gina? – desdenhou Hermione, enquanto examinava o braço da artilheira dos Cannons.

Antes que o time realizasse um treino leve à tarde, Hermione examinava um por um os jogadores numa sala com equipamentos de medicina bruxa que o hotel havia cedido.

- Claro que não! – protestou a ruiva de maneira veemente – Eu confio no Harry, só não confio naquela...naquela...

- Jezebel? – perguntou Hermione, esforçando-se para não rir.

- Eu só queria ver se ela estivesse dando em cima de um certo ruivo...
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Tess Smith separava uma série de pergaminhos que seriam assinados por Jane O’Neal. Momentaneamente ela reassumira sua função eficiente de secretária e confidente particular da jogadora da Irlanda e havia se afastado de Toledo por algumas horas.

- Decididamente a sua namorada não gosta de mim – disse Jane de repente, voltada para a belíssima vista que a suíte proporcionava da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

- Seria mais fácil se você não ficasse jogando o seu charme pra cima do Harry – respondeu a amiga distraída, enquanto cuidava da papelada.

- Mas eu disse pra você o que eu falei para a ruiva... – respondeu Jane, fazendo um ar falsamente inocente.

- Mas, você precisava beijar o Harry?

- Bem, aquilo foi uma despedida... – disse O’Neal de maneira sonhadora. E, depois, num outro tom, acrescentou: - Você viu como ele olha para ela?

- O Harry? – perguntou Tess, ainda às voltas com os pergaminhos.

- Não, a lula gigante... É claro que é o Harry! De quem estamos falando, afinal?

- Eu estou ocupado lendo os termos desses contratos, ora! Se você quiser lê-los você mesma...

- Ah, desculpa, Tess – disse, virando-se na direção da amiga – Mas, você viu?

- Como se ela fosse o maior tesouro do mundo.

- Sim. O maior tesouro do mundo... – repetiu baixinho – É lindo, não é mesmo? Deve ser isso que as pessoas chamam de amor. Você acha que algum homem algum dia me olhará dessa forma? – perguntou comovida à amiga.

- Os homens olham para você dessa forma , Jane. Eles não olham para mim dessa forma - respondeu Tess.

- Ah, fala sério! – retrucou a outra contrariada – Acontece, querida, que você tem uma mulher que olha pra você dessa forma. E os homens olham para mim como se eu fosse uma boneca inflável! Eu...

- O que é uma boneca inflável?

- Esquece, Tess...

- E o que podemos dizer de Draco Malfoy?

De repente um sorriso ligeiramente sapeca iluminou o rosto bronzeado da jogadora.

- Humm... Aprovado nos três itens, eu diria.

- Quem diria... – gargalhou a amiga.

Segundo Jane O’Neal, há três itens que precisam ser avaliados nos homens. Eles (os homens) precisam ser carinhosos “antes”, entusiasmados “durante” e fofos “depois”. O batedor holandês com o qual ela “não pretendia discutir filosofia do mundo mágico”(*) era bom apenas no segundo item, falhando miseravelmente nos demais.

- E...? – questionou Tess

- Ah, continuamos bons amigos. Amigos que fazem sexo – acrescentou maliciosamente.

- Mas, você desistiu do Harry?

- E eu tenho escolha? Você sabe que nós sonserinos não lutamos batalhas perdidas. Ele ama aquela ruiva, minha cara. Nem mesmo o pior dos sonserinos poderia lutar contra um sentimento desses.

- E o Draco seria o que?

- Digamos que um prêmio de consolação...
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O treino de segunda-feira seguia bem puxado. Hermione havia vetado Rony para o jogo amistoso contra o Combinado Sul-americano (que jogaria reforçado por Baby Jane). O ruivo, que sentia dores nas costas, estava de mau humor. Uma coisa que Rony Weasley não suportava era ficar de fora de um jogo com o estádio lotado.

- Ela está certa, Rony – dizia Vera Ivanova, entre um berro e outro no autofalante mágico que usava para passar instruções ao time – Não tem sentido você se sacrificar num jogo amistoso.

Apesar da irritação por não jogar na partida de quarta-feira, Rony Weasley havia dado todo o incentivo ao jovem Robby York.

- Você jogou bem naquele amistoso nos Estados Unidos, cara – animou-o o ruivo.

- Mas, não foi num estádio lotado com transmissão ao vivo para o mundo todo – respondeu o garoto, ligeiramente apavorado.

- Quando a goles for lançada é tudo a mesma coisa, rapaz – disse de maneira professoral Toni M’Bea, que havia aterrisado ao lado do goleiro reserva.
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No oeste do estado de São Paulo, o mais rico do Brasil, localizava-se Poente, nome poético que designava o ponto cardeal onde a cidade havia sido construída no século XIX. Essa era uma das várias cidades inteiramente bruxas do país. Poente, entretanto, era a maior delas. Havia duas cidades bruxas importantes na região da Amazônia, uma outra no sul do país e outras, grandes centros turísticos, na região serrana e na área dos lagos do Rio de Janeiro. Só que era em Poente que se realizavam os principais eventos do mundo mágico brasileiro. Ali moravam bruxos ricos e era para lá que turistas que visitavam outras partes do país se dirigiam em busca de suvenires. Chaves de portais ligavam a cidade bruxa a praticamente o país inteiro. Só nos Estados Unidos e na Ásia havia cidades maiores do que aquela.

A indústria de suvenires buscados pelos turistas bruxos, os bares e restaurantes e uma agitada vida noturna tornaram a cidade conhecida internacionalmente, integrando o roteiro dos lugares famosos da prestigiosa revista “Turismo Mágico”, que era editada em várias línguas e orientava o turista bruxo sobre as atrações bruxas e trouxas ao redor do mundo.

Andy havia nascido nessa cidade. “Na parte pobre”, fazia questão de dizer. Nos seus arredores, já nos limites com as ricas cidades trouxas da região, mas protegido por inúmeros feitiços, estava a imponente Arena do Oeste, pertencente ao time dos Bandeirantes do Oeste, os “Caipiras”, como os torcedores o chamavam. Várias vezes vencedor da Liga Brasileira e da Liga Sul-Americana de Clubes.

Os Bandeirantes mandavam seus jogos na Arena aonde os Cannons chegariam via chave de portal horas antes do amistoso. Pretendiam também os jogadores, havendo tempo livre, comparar lembranças do país com as quais presenteariam amigos e familiares.

- O Andy aqui prometeu nos levar a um restaurante... Como é mesmo o nome, gatinho? – perguntou Vera ao brasileiro.

- Uma churrascaria rodízio – explicou o batedor.

- Eu fui num lugar desses quando estive no Brasil anos atrás – disse Vitor Krum – Nunca vi tanta comida!

- Sério? – animou-se Rony.

- E tem aqueles doces também? – interessou-se Gina.

- Dezenas deles – disse Amanda que se sentava perto de Gina na mesa de jantar – Inclusive goiabada – cochichou no ouvido da ruiva.

- Como não haverá mais nenhum jogo no país, eu e Hermione achamos que o time pode abusar um pouco – disse jovialmente a treinadora, mas depois, assumindo um tom mais enérgico, acrescentou: - Se vocês ganharem, é claro. E até lá, só comidas leves e bebidas sem álcool. Quer dizer, para a maioria. O Harry e o Robby bem que deveriam tomar umas cervejas amanteigadas e ganhar um pouco de peso.
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No café da manhã do dia do jogo, o time dos Cannons foi surpreendido pela visita de Lino Jordan, “A Voz”. Ele e Marla Donovan haviam chegado na véspera para transmitir a partida para a Inglaterra e outros países de língua inglesa pela TV Bruxa ( "voando com o quadribol através do Atlântico") e pela Radio Bruxa. O antigo companheiro de Harry em Hogwarts era quase tão conhecido quantos os ases do quadribol. Seus famosos cabelos rastafarianos e suas vestes púrpuras eram imitados em todo o Reino Unido. Sua chegada provocou burburinhos e pedidos de autógrafos.

- E aí, Harry? – cumprimentou batendo na mão espalmada do Eleito.

- E aí, Lino! – cumprimentou-o também M’Bea – Você poderia contar aos seus compatriotas aqui algum segredo que eu sei que você descobriu do “Combinado”.

- Que é isso, Toni, meu brother? – gracejou “A Voz” – Você sabe que eu sou um jornalista esportivo pra lá de imparcial e não torço nem um pouquinho para os Cannons.

- Ah, claro! – brincou o africano – E Dan Carter vai escrever uma coluna naquele jornaleco enaltecendo a performance de Harry na partida de hoje...

- Por exemplo – continuou Lino – eu jamais diria para você que os Duendes exigiram a volta de “Paredón” Santa Maria ontem para a Irlanda. Eles não querem arriscar ter Baby Jane e o seu goleiro recém-contratado jogando na mesma partida.

- Ei, isso é realmente uma surpresa – disse Vera Ivanova, subitamente interessada na conversa – Quem joga no gol no time deles?

- Aquela garota argentina – explicou Jordan – Gaby Ortega, que vai jogar nos Estados Unidos. Trouxeram a menina às pressas do seu país.

- Ela é boa – sentenciou Vitor Krum de maneira lacônica – Eu a vi jogar na Espanha.

Quando acontecia de Vera Ivanova não conhecer algum jogador (o que era um fato raro), ela sempre podia contar com a experiência de Vitor e de Toni.

- Eu não vou dizer – continuou Lino, sorrindo de maneira sapeca – que aquele tal de Hernandez vai grudar no Harry e o batedor uruguaio Navarro vai marcar o nosso amigo pessoalmente.

- Valeu, Jordan! – disse a treinadora búlgara, realmente agradecida – Bom, pessoal, vamos terminar esse café que a gente tem muito que conversar.
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O Combinado Sul-americano, que entraria em campo todo de branco, com números azuis, na verdade não era assim tão sul-americano com a presença de Jane O’Neal, mas mesmo sem Paredón Santamaría, reunia inegavelmente a nata do quadribol do continente. A goleira argentina, a morena Gaby Ortega era tida como uma grande revelação na posição. Desde os dezoito anos fora do seu país, estava agora, aos vinte e um, se transferindo da Espanha para os Estados Unidos, o novo “eldorado” dos craques da América Latina. Jogariam ainda o peruano Vilfredo Guevara e o uruguaio Valter Navarro como batedores. Este último um grande jogador de um país sem grande tradição no quadribol. Eleito o melhor da posição na última temporada da Espanha, onde atuava há cinco anos, era um velho conhecido de Vitor Krum, que também jogara no país.

Mas era nos artilheiros e no apanhador Toninho Santos que se concentrava o maior trunfo do Combinado. Baby Jane, Bel Andrade e o peruano Abel Hernandez comporiam a artilharia. Provavelmente as garotas, muito habilidosas, ficariam responsável pelos gols, enquanto o implacável Hernandez marcaria de perto Harry, o que era a sua especialidade. O treinador peruano Ramirez dirigiria o elenco.

- Eu acho isso burrice do tal de Ramirez – desdenhava Toni M’Bea – O problema é deles, mas eu escalaria uma daquelas garotas do Peru ou uma das brasileiras companheiras da Andrade. Não tem sentido perder um artilheiro na marcação do Harry.

- Como se alguém conseguisse marcá-lo... – resmungou Vitor Krum.

Harry baixou a cabeça constrangido. Elogios, mesmo que discretos como os do búlgaro, sempre encabulavam o rapaz.

Era aquele momento especial que antecede a partida. Hermione olhava o semblante descontraído dos jogadores dos Cannons. A jovem curandeira temia estar começando a gostar daquela excitação que precedia o jogo. Até conseguia entender um pouco mais aquele esporte maluco. Já sabia que seu amigo Harry era um “deus”, que Andy e Toni eram craques na posição de batedores. Que Rony era impressionante no gol (além de ficar muito gracinha naquele uniforme). Que Gina e Toledo eram artilheiras talentosas. E Vera Ivanova decididamente levava a sério o seu ofício. A jovem admirava as pessoas obstinadas pelo conhecimento. Mesmo em relação ao quadribol. Percebia que a búlgara, apesar do jeito brincalhão, levava as suas responsabilidades muito a sério. Era comum vê-la tarde da noite traçando gráficos e armando nas maquetes mágicas que possuía, jogadas que seriam ensaiadas e executadas pela equipe.

Harry havia acabado de ajeitar a sua luva de artilheiro. Incentivou o garoto York com um amistoso tapinha nas costas. Gina ajeitava a faixa que lhe prendia os cabelos. Toni e Andy escolhiam o melhor bastão, enquanto Vitor flexionava os músculos. O búlgaro enfrentaria de novo o apanhador brasileiro Toninho Santos. Ele não havia dito a ninguém, temendo parecer pretensioso, mas nenhum apanhador até hoje o havia derrotado em duas partidas seguidas. Aquele garoto podia ser muito bom, mas hoje ele estava preparado para a revanche.
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De novo muitos ingleses dormiriam tarde naquela noite de quarta-feira, pois o jogo estava marcado para as sete horas da noite, horário de Brasília.

Uma brisa suave soprava sobre a bela Arena do Oeste. Alguns artistas apresentaram-se antes da partida cantando umas canções regionais do interior de São Paulo. Quando os times foram anunciados, milhares de torcedores conjuraram chapéus de palha que foram atirados no campo.

- É uma tradição por aqui – explicou Andy para os amigos – Esses são chapéus de “caipira”, que é o apelido do time dono do estádio.

Ao chegarem no vestiário, ficaram surpresos com um estranho líquido verde que estava numa grande jarra mantida gelada por mágica. Ficaram mais surpresos ainda quando o batedor brasileiro correu feliz até o recipiente e entornou uma boa dose num copo de plástico.

- Você não vai tomar isso, não é mesmo? – perguntou Hermione assustada.

- É, Andy, tá maluco? – perguntou Draco Malfoy – Isso pode ser algum tipo de veneno...

- Isso é caldo de cana – explicou sorrindo o garoto, tomando um grande gole – Garapa, como também é conhecida pelos trouxas. É um refresco. O time daqui sempre oferece ao time de fora. É uma tradição – explicou, enquanto Ivanova examinava espantada a jarra.

- Não é de cana que eles fazem aquele destilado? – perguntou a treinadora desconfiada.

- Não, isso aqui não é destilado – disse Hermione depois de fazer um feitiço examinando o composição do líquido.

- Gente paranóica... – resmungou Andy em português.
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- QUE CÉU ESTRELADO, SENHORES OUVINTES, QUE CENÁRIO MARAVILHOSO, QUE BRISA SUAVE! ESSE PAÍS É DEMAIS. DEPOIS EU PRECISO CONTAR PRA VOCÊS SOBRE UMA TAL DE “CAIPORINNHA” QUE EU TOMEI ONTEM...

- Lino, que tal transmitir o jogo? – dizia Marla Donovan fora do microfone para Lino Jordan, “A Voz”, empolgado demais com o cenário marcado por uma lua brilhante e um céu vivamente estralado. Refletores mágicos impressionantes tornavam quase dia a noite brasileira.

O jogo havia começado com um atraso de quinze minutos, uma vez que os funcionários do estádio tiveram muito trabalho para recolher os chapéus de palha que ainda flutuavam magicamente pelo campo.

- Aqui é sempre assim – explicava Amanda para Hermione. A garota brasileira, os reservas do time e Rony ocupavam o lugar da audiência mais próximo da área técnica onde ficavam a curandeira, a treinadora búlgara e Malfoy.

Esse local ficava numa grande plataforma a privilegiados quinze metros do solo, o que dava uma visão impressionante do jogo. Ivanova podia passar instruções para os atletas a poucos metros deles. Amanda e Rony, como muitos torcedores, usavam os tais chapéus de palha. Hermione mal podia conter o riso quando olhava os dois jovens com aquela indumentária.

Os torcedores aplaudiam indistintamente os dois times, mas a preferência óbvia era para o Combinado, que tinha a presença de dois compatriotas do público.

- NO PRIMEIRO ATAQUE DOS CANNONS, GABY ORTEGA FAZ UMA DEFESA ESPETACULAR. A GOLES COM GINA WEASLEY... OUTRA GRANDE DEFESA DA GOLEIRA DO COMBINADO!

- OS CANNONS COMEÇAM COM O SEU ESTILO AGRESSIVO E OFENSIVO. POTTER ESTÁ JOGANDO RECUADO PARA ATRAIR O MARCAÇÃO DE HERNANDEZ, DEIXANDO O CAMINHO LIVRE PARA TOLEDO E PARA A GAROTA WEASLEY.

- GINA WEASLEY COM A GOLES, PASSA PARA TOLEDO, QUE DEVOLVE PARA GINA. É GOL!!! GINA WEASLEY ANOTA DEZ A ZERO!!!

Apesar do jogo ser um simples amistoso, o Combinado Sul-Americano não queria ser de forma alguma derrotado pelo time inglês. Os jogadores jovens do time pretendiam mostrar que estavam a altura daquele que vinha sendo chamado o “maior time de quadribol do mundo”. Apenas três dias de treinamento pareciam ter entrosado perfeitamente Bel Andrade e Jane O’Neal. Após uma troca de passes rápida, Andrade escapou de um balaço atirado por seu compatriota Andy Lopes e marcou o gol de empate do Combinado. Dez a dez.

- GRANDE JOGADA DA ARTILHEIRA BRASILEIRA. AS DUAS GAROTAS PARECEM QUE ESTÃO SE ENTENDENDO MUITO BEM! – constatou Marla Donovan.

Jogando recuado, Harry livrou-se da marcação implacável de Hernandez, escapou de um violento balaço atirado por Navarro, que parecia mirar exclusivamente nele e rumou decidido rumo aos aros adversários. De repente, num movimento que surpreendeu os torcedores e a goleira argentina, que se adiantava para tentar a defesa, apontou a vassoura para baixo, descendo alguns metros, mas jogou a goles para cima, onde estava originalmente, para uma rápida infiltração de Gina, que driblou Gaby Ortega e marcou um belo gol, fruto de horas e mais horas de treinamentos.

- HAHAHAHAHA! – ria abertamente Lino Jordan – NÃO TE ENSINARAM ESSA JOGADA LÁ NA ARGENTINA, NÉ “COMPAÑERA”? SEEEEEEEEENSACIONAL!! VINTE A DEZ PARA OS CANNONS!!!
- É A JOGADA ENSAIADA CHAMADA DE “ELEVADOR”, QUE ERA MUITA USADA PELOS ARTILHEIROS DA BULGÁRIA. CERTAMENTE VERA IVANOVA ESTÁ ORIENTANDO MUITO BEM OS SEUS COMANDADOS! – disse Marla, quase tão entusiasmada quanto Lino Jordan.

Jane O’Neal enganou York com uma rápida troca de mãos (sua especialidade) e empatou novamente a partida. No retorno do jogo, Gina anotou outro gol e Toledo mais um. Quarenta a vinte para os Cannons.

- Boa Robby! – gritou Rony entusiasmado, quando o garoto negro, que parecia agora à vontade no jogo, fez uma grande defesa num arremesso à queima-roupa de Bel Andrade.

- DÁ-LHE, GAROOOOOOOOOTO! – vibrou entusiasmado Lino Jordan após a defesa do goleiro reserva – LÁ VAI O POTTER. É DAÍ, HARRY? É DAÍ, HARRY? – perguntava zombeteiramente “A Voz”, conhecendo a capacidade de arremesso de Mergulho Potter – SEEEEEEEEEEEEESNSACIONAL, SENHORES OUVINTES! GOL DE MERGULHO POTTER, ARREMESSANDO DE LONGE, A SUA ESPECIALIDADE!

- È O PRIMEIRO GOL DE POTTER NO JOGO, JÁ QUE ATÉ AGORA ELE APENAS VINHA ARMANDO AS JOGADAS.

- OLHA ELE DE NOVO! – disse Lino entusiasmado – VAI DE LONGE NOVAMENTE? COITADA DA MENININHA ARGENTINA!

Desesperados, esperando outro arremesso longo, Andrade e Hernandez lançaram-se sobre Harry a fim de interceptá-lo. O Eleito virou o jogo na lateral do campo para Gina, que rumou sem problemas até os aros, marcando facilmente mais um gol.

Nesse momento Ramirez pediu tempo. O árbitro, um brasileiro da comissão de arbitragem da Federação Internacional de Quadribol fez soar o apito, apontando para baixo, o que sinalizava o pedido de tempo. Distraído, no caminho até a grande plataforma acima do solo, que servia de área técnica, Harry foi atingido por um balaço nas costas que o atirou na plataforma de cimento. Do outro lado do campo, na outra plataforma Navarro, o batedor uruguaio, sorria cinicamente. Mas não por muito tempo. Andy, aterrisando na área adversária, acertou a sua vassoura com o bastão de batedor, virando o veículo e jogando o uruguaio de boca no chão. A torcida aplaudiu e gritou “Andinho!”, “Andinho!”.

As coisas ameaçaram descambar para mais violência, pois Guevara, o batedor peruano, partiu pra cima do brasileiro, esquecendo o bastão e fechando os punhos como um lutador de boxe trouxa. E “elogiando” o adversário com vários palavrões em espanhol. Talvez oferecesse perigo se não fosse imobilizado por uma gravata desferida por Toni M’Bea.

- É bom maneirar o vocabulário, garoto! – disse ameaçadoramente o africano, que era fluente no idioma.

Enquanto Toledo tentava acalmar os ânimos, Gina, vassoura em riste e Vitor Krum, também estavam prontos para retribuir os “afagos”. Rony pulara agilmente para a área do conflito e chamava o peruano e o uruguaio para a briga.Vera havia sacado a sua varinha e estava pronta para azarar quantos fossem necessários. Apenas Hermione, assustada com a confusão e Draco Malfoy, atendiam Harry, que respirava com dificuldade. Mas também parecia pronto a entrar na briga, se preciso fosse.

Seguranças uniformizados saíram dos elevadores que conduziam à área técnica e outros chegaram velozmente com suas vassouras do Departamento de Segurança do Governo Bruxo Brasileiro. Parte do público vaiava e parte aplaudia a confusão. Os seguranças rapidamente separaram os briguentos e convenceram Rony a voltar para a área destinada ao público.

Lino Jordan, parcial como sempre, vociferava contra Valter Navarro, que havia iniciado toda a confusão.

- O JUIZ TEM QUE EXPULSAR ESSE URUGUAIO CRIMINOSO! ELE AGREDIU COVARDEMENTE MERGULHO POTTER! O LOPES APENAS DEFENDEU O COMPANHEIRO DE TIME!

- É LAMENTÁVEL QUE A PARTIDA TENHA DESCAMBADO PARA A VIOLÊNCIA – ponderou mais sensatamente a comentarista – MAS O JUIZ VAI TER QUE TOMAR UMA ATITUDE PARA EVITAR QUE O JOGO FIQUE MAIS VIOLENTO AINDA!

O juiz brasileiro chamou os dois capitães, Toni M’Bea e Bel Andrade, e comunicou formalmente sua decisão.

- ELE EXPULSOU NAVARRO E LOPES! – disse Lino indignado – ORA, O BRASILEIRO SÓ DEFENDEU O HARRY!

- DECISÃO CORAJOSA E ACERTADA! – discordou Marla Donovan – E O JOGO VAI RECOMEÇAR COM UMA PENALIDADE A SER COBRADA POR CADA TIME!

- Tá legal! – disse Vera Ivanova, tentando acalmar o time – Sem um batedor de cada alado, o jogo vai ficar muito corrido. Vitor, agora é com você, gatinho. Apanha logo esse pomo e vamos pra casa!

- Pode deixar – disse o búlgaro calmamente. Duas vezes o pomo apareceu mais próximo do apanhador brasileiro, mas com manobras arrojadas a “Águia dos Bálcãs” o havia afastado do caminho, sem conseguir, contudo, ele próprio, a captura.

- Tudo bem com você, Harry? – perguntou a treinadora. O artilheiro estava sentado, segurando os próprios pés, a camisa do uniforme levantada enquanto Hermione esfregava nas suas costas uma substância transparente. Gina ajudou o namorado a levantar.

- Tudo bem – respondeu – Vamos lá! – disse animando o time, que retornou sob aplausos às respectivas vassouras.

No retorno da partida, Harry cobrou a sua penalidade, marcando mais dez pontos, enquanto Jane O’Neal também marcava o pênalti em favor do seu time.

- É AGORA, SENHORES OUVINTES! – vociferava excitado Lino Jordan – AMBOS OS APANHADORES VIRAM O POMO. ELES VOAM JUNTOS, O POMO SE AFASTA!

Vitor Krum e Toninho Santos realizaram uma grande corrida até o pomo, que estava perto dos aros defendidos por Robby York. Ambos saíram juntos atrás dele. Ambos possuíam vassouras Firebolt extremamente velozes. Ambos aparentemente chegariam juntos, mas inesperadamente o pomo se afastou e de repente fez uma curva fechada, ficando mais próximo do brasileiro. Krum, usando a sua envergadura maior (os dois voavam lado a lado), deu um discreto toque de ombro no adversário (jogada considerada legal), desviando-o alguns centímetros para o lado. Quando ambos se aproximavam da bolinha, o búlgaro colocou seu braço esquerdo à frente (era destro, mas um trunfo que possuía era o fato de saber agarrar o pomo com qualquer uma das mãos) e no último segundo antecipou-se, capturando o pomo.

- YESSSSSSSSSSSSSSSS! – berrou Lino Jordan - A ÁGUIA DOS BALCÃS CAPTUROU O POMO, DEPOIS DE UMA DISPUTA SEEEEEEEEENSACIONAL COM TONINHO SANTOS. MAIS UMA VITÓRIA DOS CANNONS! DUZENTOS E VINTE A TRINTA PARA O TIME LARANJA!!! DÁ-LHE CANONS!!!! VENCEREMOS-OH!VENCEREMOS- AH! – cantou o locutor o grito de guerra da torcida dos Cannons.
- TIRANDO O EPISÓDIO LAMENTÁVEL DA VIOLÊNCIA E DAS EXPULSÕES, MAIS UMA GRANDE PARTIDA DOS CANNOS – comentou Marla.

A grande plataforma a quinze metros do solo, onde ficavam as área técnicas, próxima da parte mais privilegiada da audiência, recebia agora os jogadores dos dois times. O time laranja cumprimentava Vitor Krum, que cavalheirescamente também havia cumprimentado o apanhador brasileiro, que parecia muito tímido perto do lendário jogador da seleção da Bulgária.

Harry havia acabado de desmontar da vassoura e estava de braços dados com Gina e Toledo, quando de repente a ruiva afastou a peruana e se jogou sobre Harry para um beijo verdadeiramente cinematográfico. Claro que aquilo fez a alegria dos fotógrafos. Bastante surpreso e um tanto atordoado pelo beijo, Harry olhou de maneira interrogativa para a namorada:

- Não que eu tenha reclamado, sabe? Mas o que...

Mas antes que o artilheiro pudesse perguntar qualquer coisa, Toledo apontou para Jane O’Neal que os olhava a uma distância não muito segura. Não para Gina pelo menos. Sorrindo de maneira afetada, a ruiva acenou alegremente para a artilheira adversária, enquanto lhe dava as costas, acompanhando o resto do time, que seguia feliz para o vestiário, agora ela mesma de braços dados com Harry e com a colega peruana.

- Aquela ruiva é fogo! – comentou Jane com Draco Malfoy, que havia parado ao seu lado nesse instante.

- Garotas grifinórias... – filosofou o presidente dos Cannons – Corajosas e geniosas.

- Hum... eu não me lembro de você ter reclamado de uma certa garota sonserina outro dia – declarou O’Neal, cheia de segundas intenções.

- Não reclamei mesmo – concordou o loiro – Mas e aquele negócio de amizade?

- Podemos discutir hoje à noite. A propósito: no seu hotel ou no meu?
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(*) Referência a uma fala de Jane O’Neal no capítulo 34.



ESTÁ ACABANDO!!! NÃO SEI EXATAMENTE QUANTOS CAPÍTULOS, MAS RESTAM POUCOS (FICS ÀS VEZES SE ESCREVEM SÓZINHAS, SABE?). MAIS UMA VEZ OBRIGADO POR TODOS AQUELES QUE LERAM E COMENTARAM A MINHA FIC.
AVISO: OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS SERÃO, DIGAMOS, FELIZES! SE VOCÊ GOSTA DE VER NOSSOS AMIGOS SOFRENDO, OS CAPÍTULOS NÃO SÃO RECOMENDADOS (RISOS).
MAS... VOCÊS VERÃO QUE ALGUMAS AMEAÇAS FICARÃO NO AR (UHAHAHAHAHAHAHAHAH!).
E MAIS UMA INFORMAÇÃO: O HARRY NÃO MORRE... NESSA FIC!
OBRIGADO!

























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