EPÍLOGO



EPÍLOGO (I CAN SEE CLEARLY NOW)





Ver Gina Weasley e Harry Potter trocando olhares amorosos na mesa do brunch de domingo, no Golden Hotel quase tirava o apetite de Draco Malfoy. Mas, ver Rony Weasley dando comida na boca de Hermione Granger, realmente tirava o apetite do loiro!

- Draco querido, você esqueceu de fechar a boca – disse-lhe zombeteiramente Jane O’Neal.

Toledo e Tess foram as últimas a descer para o grande salão onde era servida a refeição suntuosa. Alguns funcionários do imponente estabelecimento olharam com ar depreciativo as duas moças e um deles chegou a fazer um comentário bastante desagradável, que não passou desapercebido a Harry. O rapaz levantou do seu lugar, afastando-se de Gina delicadamente.

- Veja o herói em ação – disse Draco, piscando um olho para Jane.

O artilheiro sensação dos Cannons estendeu a mão para o funcionário que havia feito o comentário preconceituoso. Esse, surpreso, apertou a mão do rapaz, feliz com a sua amabilidade.

- Como é o seu nome, senhor?

- Archibald Sargent – respondeu o funcionário, parecendo muito satisfeito em se chamar Archibald Sargent.

- Eu sou Harry Potter.

- Eu sei exatamente quem é o senhor. É uma honra conhecê-lo, Sr. Potter.

- O que o senhor faz exatamente aqui nesse hotel, Sr. Sargent? – perguntou Harry, parecendo muito interessado.

- Sou o chefe do serviço de garçons nesse horário, senhor.

- Muito bem, Sr. Sargent. O senhor sabe que aquele rapaz loiro ali é dono desse hotel agora, não é mesmo?

- Perfeitamente, senhor.

Nesse momento, as atenções se voltavam para o Eleito e para o diálogo inusitado que ele travava com o homem mais velho. Alguns hóspedes olhavam os dois com curiosidade. Outros apenas aparentavam enfado, algo comum entre alguns bruxos ricos, que compunham inegavelmente a maioria dos hóspedes e freqüentadores habituais do estabelecimento. Toledo fez um gesto discreto para Harry, dizendo que estava tudo bem. O jogador apenas sorriu para a sua colega de time e prosseguiu, ignorando-a.

- O senhor sabe que tecnicamente eu também sou dono desse hotel, não é mesmo?

- Sim senhor – assentiu o funcionário, ligeiramente desconfortável. Ele não estava entendendo para onde aquele diálogo se encaminhava.

Agora não havia viva alma no salão que não estivesse prestando atenção na conversa. Draco parecia se divertir muito. Jane olhava espantada para Harry. Ela nunca tinha visto o ex-grifinório agir dessa forma. Para ela, Harry era bonzinho e tímido, o que despertava o instinto maternal das garotas. Bem, é verdade que o rapaz despertava na artilheira da Irlanda também outras coisas, como o desejo de esganar uma certa ruiva, por exemplo. E não era nada má, a jogadora teve que admitir, aquela versão do Eleito que ela não conhecia.

- O senhor é casado, Sr. Archibald Sargent? – perguntou Harry de maneira surpreendente.

- Eu não vejo o que isso...

- Apenas responda, senhor – o rapaz falou com firmeza. A sua voz grave assumiu um tom que os amigos conheciam bem. Aquele era o momento em que o “Harry bonzinho” saía para dar uma volta e o outro Harry, frio, decidido e levemente perverso assumia o controle da situação, pensou Draco, divertindo-se bastante.

- Mas eu não sei o que isso tem a ver com o exercício da minha função, senhor – disse o chefe dos garçons, de maneira polida, mas ligeiramente impaciente.

- Digamos que o exercício da sua função está nesse momento por um fio, Sr. Sargent. Então responda à pergunta. Por favor.

O Sr. Sargent nesse momento engoliu em seco. O colarinho de repente ficou muito apertado. Principalmente por que o “por favor” pronunciado por Harry Potter parecia muito mais uma ordem do que um pedido. O Sr Sargent teve também a nítida impressão de que um vento frio havia soprado naquele momento. O que era impossível, uma vez que o clima no salão era controlado magicamente.

- Eu sou casado, senhor – disse por fim o homem mais velho.

- Fico feliz em saber – disse Harry – A sua esposa é bruxa ou trouxa, senhor? E, por favor, não me diga que isso não é da minha conta.

- Bem, ela é uma bruxa nascida em uma família trouxa – informou o outro, incomodado.

- O senhor não deve se envergonhar por isso, senhor. Minha mãe também era nascida trouxa e eu tenho muito orgulho dela.

- Certamente que sim.

- Albertina Sargent é parente sua, senhor? – perguntou Harry, surpreendendo o funcionário.

- É minha filha. Ela termina Hogwarts no ano que vem. É uma grande admiradora do senhor.

- Sim, eu me lembro dela. Uma garota muito simpática e ouvi dizer que é uma ótima aluna. Corvinal, não é mesmo?

- Sim senhor.

- O senhor gostaria que alguém chamasse a sua esposa ou a sua filha de sangue ruim, Sr. Sargent?

- Certamente que não! – disse o funcionário, indignado, agora claramente se controlando para não explodir.

- Isso seria ofensivo e pusilânime, não é mesmo? – perguntou Harry calmamente.

- Certamente, Sr. Potter. Posso perguntar a razão disso, senhor?

- O senhor não imagina? – perguntou o jovem de maneira sarcástica – Às vezes as pessoas são ofensivas e pusilânimes, mesmo sem se dar conta disso. Como o senhor foi, sem se dar conta, eu espero, minutos atrás. Porque, do contrário, o senhor “é” um homem ofensivo e pusilânime, e aí eu teria que pedir para aquele rapaz loiro demiti-lo. Eu não gosto de pessoas ofensivas e pusilânimes, Senhor Sargent. Mas também não quero que um pai de família perca o emprego apenas por ter sido ofensivo e pusilânime sem se dar conta do fato.

De repente Archibald Sargent fez uma expressão estranha, como se acabasse de perceber algo que parecia estar ali na sua frente o tempo todo, mas que ele não havia notado.

- O senhor está se referindo ao comentário que fiz sobre as...

- Damas – interrompeu Harry.

- Como, Sr. Potter?

- Essas duas damas. Vamos, repita comigo, Sr. Sargent. Damas – disse o Eleito, pronunciando bem devagar as sílabas, como se estivesse falando com alguém que não conhecesse o idioma.

- Essas damas, senhor – repetiu Sargent, assumindo uma coloração ligeiramente avermelhada.

- Não é difícil, não é mesmo? Digo, tratá-las respeitosamente.

- Certamente que não, Sr. Potter.

- Pois bem, Sr. Sargent – disse Harry, elevando ameaçadoramente a voz – Essas damas são minhas amigas e do Sr. Malfoy também. Aquela moça morena, – disse, apontando para Toledo, que se encolheu tímida - especialmente, é quase uma irmã para mim. Se o senhor ou qualquer funcionário desse hotel arrogante as desrespeitarem novamente eu vou ficar muito, muito irritado. E pode se acostumar com a presença delas aqui. De quem é mesmo esse hotel, Sr. Sargent?

- Do senhor e do senhor Malfoy.

- Exatamente. O senhor, ou qualquer outro funcionário, poderão até mesmo perder o emprego se faltarem de novo com o respeito com essas damas. O senhor transmitirá essa informação a todos. Fui claro, Senhor Sargent?

- Claro como o dia, Senhor Potter.

- Muito bem, fico feliz que tenhamos nos entendido. Lembranças a Albertina, Sr. Sargent.

- Serão dadas, Sr. Potter.

Dando um tapinha no ombro do chefe dos garçons, Harry deu por encerrado o diálogo inesperado, indo se sentar de novo junto à noiva, que lhe deu um beijo no rosto. “Meu herói”, sussurrou Gina, enquanto os hóspedes e comensais cochichavam comentários, uns aprovando, outros desaprovando a atitude do Eleito.

- Esse é o cara! – falou Rony para Hermione. O ruivo tinha um grande ar de satisfação.

- Uau! – disse Jane O’Neal, impressionada.

- Faço minhas as suas palavras, querida – disse Draco, atacando um omelete de cogumelos. Ver Harry Potter bancar o herói realmente abriu o seu apetite
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- Como ele faz isso? – perguntou Jane O’Neal baixinho, para Hermione, que ocupava, com Rony, a mesa ao lado dela.

- Isso o que? – disse Hermione distraída, recusando o enésimo pedaço de alguma coisa, que Rony queria que ela experimentasse.

- Uma hora ele age como o Dom Corleone, logo depois se comporta como o Ursinho Puff – explicou a jogadora da Irlanda, apontando para Harry, que estava muito constrangido e olhava para aos lados, incomodado por algo que Gina lhe dizia sobre as propriedades mágicas das camas das suítes do Golden Hotel

- Dom Corleone? – perguntou Rony

- Quem é o Ursinho Puff? – perguntou Draco. Ele e Rony eram completamente e igualmente ignorantes quanto às referências trouxas.

- Harry Potter. Apenas isso – disse Hermione, aceitando finalmente um gole de suco de abóbora – Eu o amo por ser apenas ele mesmo.

- Nossa! – disse Baby Jane ainda impressionada.
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A contagem regressiva apontava três dias. Dali a três dias Hermione se tornaria a mais nova Senhora Weasley. Um medo irracional começou a tomar conta de Rony. Tudo estava pronto. A cerimônia na igreja anglicana próxima à casa dos pais da garota. A festa que seria realizada na Toca posteriormente, apenas para os bruxos e para os poucos parentes de Hermione que sabiam que ela pertencia a esse mundo. A viagem para o Brasil via chave de portal, onde passariam alguns poucos dias numa praia paradisíaca, presente de Andy e Amanda. A casa havia sido comprada pelo batedor e cedida gentilmente aos amigos. Ficariam longe de qualquer notícia sobre quadribol, Rony esperava. Não queria ver aquilo que certamente seria um vexame da seleção inglesa, sem sua irmã, Harry e Angelina.

Mas o pânico irracional que o assolava por esses dias não possuía nenhuma relação com o quadribol. Hermione não casaria com ele! Ela descobriria que ele era limitado, obtuso e mal-educado. Que não havia lido tantos livros como ela, que não compreendia o mundo trouxa e que não era digno de uma moça inteligente e bonita.

- O que você tem, Rony? – perguntou a garota, acariciando os cabelos ruivos do noivo e sentando no seu colo.

Estavam mais uma vez no apartamento do Beco Diagonal, agora cheio de caixas onde as coisas de Rony estavam guardadas. Na manhã seguinte elas seriam despachadas para a casa no condomínio Parque dos Magos.

- Você. Acho que não mereço uma garota como você – disse o goleiro dos Cannons desolado

- Não seja bobo, Ronald Bilius Weasley!

- Sério, Mi. O que você viu num cara como eu?

- Você me faz rir, você me contraria o tempo todo. Que graça teria amar alguém que só concorda com você? E eu nunca achei que era demais para ninguém. Principalmente para o homem que eu amo. Um homem amoroso, leal, corajoso e também meu melhor amigo – disse a garota com um sorriso doce.

- Você...

- Não fale nada – a garota calou-o com um beijo, e depois sussurrou no seu ouvido: - Acho que não precisamos daquela cama do Golden Hotel, não é mesmo?

- Pode apostar que não! – disse o ruivo, carregando Hermione para o quarto.
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Os bruxos foram avisados que teriam que comparecer vestidos como trouxas. Harry, os Weasleys e o casal M’Bea ficaram responsáveis pela inspeção aos convidados e por criar feitiços ilusórios a fim de esconder possíveis capas verde-limão ou ternos lilases. Felizmente isso não foi necessário. Alguns bruxos e bruxas, no máximo, usaram alguns ternos e vestidos fora de moda, mas nada muito chamativo ou ofensivo.

O pânico irracional de Rony continuava, contudo. Harry e Toni tiveram que ameaçar os gêmeos Fred e Jorge, pois os dois a todo instante alimentavam a paranóia do irmão mais novo com histórias escabrosas e mirabolantes sobre fugas de Hermione, com Draco Malfoy, com algum bruxo rico do setor artístico e até com Vitor Krum, o que era impossível, pois o búlgaro ocupava o seu lugar na igreja, muito bem acompanhado da sua noiva Lilá Brown. Como ameaças de azarações e maldições não pareciam assustar os dois, Harry lançou mão da ameaça definitiva:

- Se não pararem de incomodar o Rony eu vou chamar a mãe de vocês!

- Traidor! – praguejou Jorge, mas saiu de mansinho de perto do irmão.

- Que gente mais sem senso de humor! – reclamou Fred, também se afastando, deixando finalmente Rony em paz.

O ruivo usava um terno Armani preto impecável, assim como o seu padrinho Harry. Para contrariedade de Hermione, o toque exótico ficou a cargo das gravatas laranjas (última moda no mundo bruxo graças aos Cannons), que o noivo, o padrinho, Draco e todos os jogadores usavam.

A noiva, é claro, chegou atrasada. Rony, a beira de um ataque de nervos, era tranqüilizado a todo instante por Harry. Quando finalmente Hermione entrou na igreja, acompanhada pelo pai, e o organista começou a tocar enfim a marcha nupcial, o ruivo quase teve, agora sim, um ataque. Mas por outro motivo. Ela estava linda! Toda de branco, as mãos enluvadas, os cabelos crespos, hoje mais lisos do que de costume, presos por uma tiara de ouro branco. Claro que ela ainda se arrependeria e fugiria a qualquer momento, raciocinou a mente insana do ruivo. Ela era bonita demais para ele.

Durante todo o tempo que o sacerdote trouxa levou para fazer o seu sermão, Rony ficou admirando Hermione com o canto do olho e ao mesmo tempo vigiando-a para impedir a sua fuga. Ela seria dele para sempre. Faltava pouco agora. Ela não havia fugido, pensou aliviado! Quando ambos finalmente disseram o “sim” e Harry, seu padrinho, lhes deu as alianças, ao tirar a luva direita de Hermione, não resistiu e beijou a sua mão antes de lhe colocar o anel. A garota tinha os olhos brilhantes, com lágrimas que eram contidas com muito custo. Mas ele também esteve várias vezes prestes a cair no choro. Harry e Gina, seus padrinhos, sorriam ao seu lado. O seu melhor amigo e a sua irmã também estavam emocionados e felizes. Se não estivesse tão nervoso, Rony teria ouvido os “ahs” e “ohs” emitidos pelas mulheres quando beijou a mão da sua esposa. Teria visto Molly soluçando, assim como a Senhora Granger, Helga, Angelina, Toledo e Ninphadora Luppin. Teria visto Draco ficar estupefado com a beleza da noiva. Teria visto algumas primas de Hermione, que zombavam dela quando era pequena por ser “estranha”, morderem-se de inveja pela sua beleza e pelo fato da “prima estranha” ter arranjado um sujeito tão simpático e imponente. “Você viu que ombros?”, dissera uma delas, lançando olhares cobiçosos para Rony.

Sim, um ciclo ali se completava. O pânico irracional abandonou o ruivo e ele era de novo aquele “Maluco” Weasley confiante que tanto cativava os jornalistas do mundo esportivo bruxo. Quando finalmente beijou a agora Senhora Weasley, a “sua” Senhora Weasley, rompendo com a tradição britânica que ignora beijos entre os cônjuges durante a cerimônia, Ronald Bilius Weasley teve a certeza de que estava pronto para ser feliz para sempre.
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Uma área em torno da Toca havia sido isolada e feitiços para afastar os trouxas foram invocados. Na verdade os jornalistas estavam frustrados, pois não foram avisados da data do casamento. Uns poucos que ficavam rondando a residência dos Weasleys foram premiados com a movimentação de dezenas de bruxos e logo toda a mídia do mundo mágico havia sido avisada. Os mesmos seguranças que normalmente eram contratados para garantir a ordem nos jogos de quadribol foram contratados para manter longe a imprensa. Como ministro, Arthur tinha o direito de requisitar aurores e outros funcionários para garantir a sua segurança e a da sua família, que também ajudaram a manter bem longe da festa a maioria dos fotógrafos e repórteres. Rita Skeeter e a sua sobrinha Anna vociferavam que o público tinha direito de ser informado sobre o casamento do filho do ministro Weasley. Apenas, como forma de contentar uma parte da mídia, alguns poucos jornalistas, que não eram dados a exageros e sensacionalismos e uns poucos fotógrafos, dentre eles os irmãos Creeveys, foram finalmente admitidos. Sobretudo porque os irmãos Colin e Denis, como sempre, estavam muito mais interessados em fotografar Harry Potter do que propriamente os noivos.
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Uma orquestra bruxa tocava algumas melodias suaves e algumas pessoas arriscavam uns passos de dança. Toni M’Bea havia prometido que cantaria uma canção em homenagem aos noivos. No aniversário de Harry e às vezes, nas concentrações, antes dos jogos, o africano havia se mostrado um cantor muito bom e muito afinado. Harry o preferia de longe ao espalhafatoso English Cool J.

Mesinhas foram colocadas ao longo dos jardins, ampliados magicamente para o evento. Coberturas mágicas, que mantinham uma temperatura agradável, apesar do frio outono britânico, garantiam os conforto dos convidados. Até então, fora os gritos histéricos das Skeeters, impedidas de participar da festa, o único incidente ocorrido foi uma ameaça de Harry de azarar ou socar um primo de Fleur, esposa de Gui, que tentara jogar o seu “charme francês” para cima de Gina.

Toni M’Bea e Draco interviram prontamente, evitando escândalos e salvando a vida do pseudo galã francês. Que foi tentar a sorte para cima de Toledo, atraído pelo charme moreno da artilheira. Enquanto a peruana tentava se livrar do “encosto” e Tess se preparava para lançar sobre o parente da cunhada de Gina algum feitiço doloroso e constrangedor, as pessoas foram sendo encaminhadas para as mesas onde seriam servidas as iguarias e as bebidas da festa. O francês, fugindo dos jardins da Toca e gritando numa voz estranhamente fina e esganiçada, protagonizou o único episódio embaraçoso daquele dia festivo.

- Jane me ensinou esse feitiço – cochichou Tess para Gina, que estava curiosa para saber o que havia ocorrido – Não se preocupe. Amanhã ele já estará normal e com tudo no lugar certo, se é que você me entende - piscou a garota.

O fornecimento de bebidas e canapés foi interrompido momentaneamente e os garçons, contratados por Draco, como cortesia aos noivos, afastaram-se discretamente. O Senhor Weasley havia pedido silêncio.

- Harry, que sempre foi visto por todos nós como um membro dessa família, vai dizer agora algumas palavras. Peço a atenção de todos – disse o recém eleito ministro.

Parecendo bastante inseguro, Harry pigarreou, ameaçando ler alguns pergaminhos à sua frente, mas depois os afastou decidido. Quando começou a discursar, contudo, tendo o som das palavras amplificadas por um feitiço, a sua voz saiu firme, brincando, a princípio, para aliviar a própria tensão.

- Acho que eu nunca vou perdoá-lo por isso, Arthur – disse sorrindo e olhando para o futuro sogro, que sorriu em resposta – Mas, vamos lá – acrescentou decidido – Ninguém pode dizer não a um pedido do ministro da magia, não é mesmo?

O jovem calou-se por um momento, enquanto as pessoas riam e assobiavam alegremente com o comentário. Não muito distante, numa mesa à sua esquerda, parecendo prestar muita atenção nas suas palavras, o Professor Dumbledore erguia a sua taça, como que brindando o antigo pupilo. Harry continuou:

- Bem, se isso fosse uma daqueles contos de fadas trouxas, começaria sem dúvida com “era uma vez”. Era uma vez um garoto magricela e de óculos (ou seja, eu), criado numa família de trouxas que o desprezava. Quando ele estava num trem, indo para uma escola desconhecida, assustado com tantas novidades, o menino conheceu duas pessoas que mudariam a sua vida para sempre. Um garoto ruivo, um tanto tímido e inseguro, e uma garota de cabelos armados, dentes um pouco salientes, e muito mandona...

- Ei! – protestou Hermione de brincadeira, atenta a cada palavra dita por seu melhor amigo.

As pessoas riram novamente. “Ela ainda é mandona!”, disse Draco, arrancando um novo protesto da recém-casada e vários comentários bem-humorados dos convidados.

- Bom , como eu ia dizendo, antes que a “Senhora Weasley Mandona” me interrompesse (mais risadas), eu dividi com o garoto ruivo a primeira refeição da minha vida. Vocês não sabem o quanto aquilo foi importante para uma pessoa que cresceu sem amigos. Hermione me daria, o garoto magricela da história, no final daquele ano, o primeiro abraço afetuoso que me lembro de ter recebido. Rony e Hermione. Eles foram meus primeiros amigos de verdade, minha primeira família e as primeiras pessoas que eu amei. Descobrimos muitas coisas juntas. Como derrubar um trasgo montanhês de quatro metros de altura (risos e exclamações de surpresa), como burlar as regras de Hogwarts... Desculpe, Professor Dumbledore...

- Ah, disso eu não tenho dúvidas! – disse o homem idoso jovialmente.

- Como lutar contra um dragão – continuou Harry de bom humor, ignorando o comentário do ex-diretor – Como compreender os amigos, como consolá-los, como lutar contras as trevas sem sucumbir a elas. Como descobrir um outro tipo de amor – olhou na direção de Gina, que tinha os olhos marejados – Como lidar com ele, sabendo que esse tipo de amor é bem mais assustador do que aquele que se origina da amizade fraterna de pessoas que se admiram e se respeitam. Hoje, aquela menina e aquele garoto ruivo, são essas pessoas extraordinárias. Um grande homem e uma mulher maravilhosa. Estão juntos, como deveria ser. Como estava escrito que estariam. E eu me sinto honrado de ser o melhor amigo dos dois.

O jovem fez uma pequena pausa e tomou um gole de água. Molly chorava baixinho, mas tinha um sorriso de felicidade nos lábios. Seria impossível descrever o amor e a admiração que ela tinha por aquele garoto que um dia chegara na sua casa num carro voador, parecendo tão magro e faminto com as suas roupas excessivamente largas, mas também tão doce e tão gentil.

- Eu desejo ao casal, meus grandes amigos, toda a felicidade do mundo. Porque poucas pessoas mereceram tanto essa dádiva como eles. Se esse fosse um daqueles contos de fadas que eu mencionei no início, essa seria a hora de dizer: “Eles viveram felizes para sempre”. Eu amo vocês – e erguendo uma taça de champagne, declarou triunfalmente: - UM BRINDE A RONY E HERMIONE WEASLEY!

Brindes e aplausos explodiram nos jardins da Toca. Muitas pessoas tinham lágrimas nos olhos. Hermione chorava abraçada a Rony. Esse se esforçava muito para não começar a chorar também

Enquanto os recém casados ainda recebiam as congratulações e Harry era cumprimentado pelo discurso, a orquestra bruxa se reunia de novo no pequeno palco armado em frente às mesas. Obedecendo a um gesto de Toni, começaram a tocar “As time goes by” e Toni M’Bea a cantar a melodia. Inegavelmente ele tinha uma belíssima voz.



You must remember this,
A kiss is still a kiss,
A sigh is just a sigh;

A kiss is still a kiss

A sign is just a sign

The fundamental things apply

As time goes by


Malfoy assistia os casais dançando na pista improvisada, inclusive os noivos, que se beijavam a todo instante. Jane O’Neal, a sua acompanhante, havia aceitado o convite de Lino Jordan e bailava com “A Voz” ao ritmo da música cantada por Toni.

- Você não vai dançar, Malfoy? – perguntou Harry, colocando ao seu lado uma taça de espumante.

- Claro que não, Potter – respondeu o loiro, com a voz arrastada de sempre, apreciando a bebida oferecida pelo ex-grifinório – Malfoys preferem beber a dançar.

- Eu queria pedir uma coisa para você – falou Harry, um tanto desconfortável.

- Não se preocupe, Potter – disse o loiro de maneira distraída, seus olhos sendo a todo instante atraídos para Hermione, que tinha agora a cabeça recostada no ombro de Rony – A sua festa ficará mais bonita do que essa, afinal eu...

- Não é sobre isso que eu quero falar! – interrompeu-o o sócio.






And when two lovers woo

They still say I love you

On that you can rely

No matter what the future brings

As time goes by




- Eu e Gina andamos conversando sobre o casamento... e... bem...

- Potter, a sua eloqüência me cansa!– implicou o presidente dos Cannons.

- Você sabe que será uma cerimônia de casamento totalmente bruxa.

- Claro que sim, Potter. Como a sua noiva e você queriam.

- Bem, você sabe que são permitidos até três casais de padrinhos nesse tipo de cerimônia.

- Potter, eu sei disso! Eu contei esses detalhes para você, lembra?



Moonlight and love songs never out of date

Hearts full of passion, jealousy and hate


Woman needs man

And man must have his mate

That no one can deny


- Bom, eu gostaria que você fosse um dos padrinhos. Você e Toledo – disse Harry, um pouco rápido demais.

- Você o quê? – Draco engasgou nesse momento com o espumante.

- Bom, você não é obrigado, mas você tem sido um bom sujeito nos últimos tempos, então eu pensei... Quer dizer, eu e Gina pensamos...

- Seria uma honra, Potter – disse Draco, cortando a atrapalhação de Harry. Mas, estava bastante emocionado com o convite.

- Obrigado, Malfoy – falou Harry, parecendo muito feliz – Vou contar para Gina – disse, dando um tapinha amistoso no ombro do loiro.




It is still the same old story

The fight for love and glory

A case of do or die

The world will always welcome lovers

As time goes by r

Woman needs man

And man must have his mate

That no one can deny

It is still the same old story

The fight for love and glory

A case of do or die

The world will always welcome lovers

As time goes by


Enquanto os noivos se despediam de todos e se preparavam para se dirigir até à Estação Internacional de Portais, e os convidados aplaudiam entusiasticamente a performance de Toni, Draco Malfoy permanecia imóvel em sua mesa. Harry Potter o havia convidado para padrinho de casamento! Maldito grifinório com complexo de salvador do mundo! Mas ele não iria se comover apenas por isso. Ou iria? Quando Jane O’Neal voltou para a mesa, surpreendeu Draco com uma expressão estranha no rosto.

- O que você... – ia dizendo a jogadora da Irlanda, mas ficou realmente surpresa ao prestar atenção aos olhos azuis-acinzentados do loiro – Draco, você está chorando?

- É claro que não! – respondeu o ex-sonserino de mau humor - Esses grifinórios... – disfarçou, enquanto via Hermione e Rony se despedir, aos abraços e beijos, de Harry e de Gina.”Você é realmente um cara de muita sorte, Weasley!”, pensou contrariado.
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Enquanto Rony e Hermione aproveitavam a lua de mel no calor dos trópicos, Draco meticulosamente cuidava dos preparativos para a festa do casamento de Harry. Agora era uma questão de honra organizar a festa mais elegante e espetacular já vista no mundo mágico! Afinal, ele, Draco Malfoy, não seria padrinho de casamento de uma festa qualquer!

- Eu disse o melhor vinho feito por elfos franceses ou portugueses! – vociferou o loiro para Leo Pires, um bruxo nascido trouxa (um aborto, portanto), grande conhecedor dos meandros dos dois mundos.

Era ao Sr. Pires, um português residente há tempos na Inglaterra, que os bruxos ricos recorriam quando precisavam de coisas do mundo trouxa ou bruxo. Qualquer coisa. Legais e ilegais, diga-se de passagem. E Draco estava particularmente irritado porque pedira os melhores e os mais apreciados vinhos do mundo bruxo e o outro estava encontrando dificuldades para fornecê-los para a festa de casamento.

- Mas, Sr. Malfoy – disse o português – Vinhos feitos por elfos alemães também são muito bons!

- Pires, qual a parte de “melhor vinho feito por elfos franceses ou portugueses” você não entendeu? – ralhou o presidente dos Cannons – Elfos alemães fazem cidras, cervejas trouxas, sucos de maçã e aqueles vinhos brancos que os trouxas amam e que os bruxos detestam!

- Mas isso vai custar uma fortuna!

- Ah, não! Me fala alguma coisa que eu não saiba!

- Malfoy... – ia dizendo Harry timidamente.

- Quieto, Potter – implicou Draco – Você é “apenas” o noivo, lembra?

No escritório das Organizações Potter-Malfoy, Draco, Harry e as defensoras de Harry, Angelina, Helga, Toledo e Tess, discutiam detalhes do casamento que prometia ser a festa do ano. Aconselhado por Draco, o artilheiro dos Cannons havia concordado em permitir que um número limitado de jornalistas estivesse presente na cerimônia e na festa subseqüente. Isso não evitaria, mas diminuiria consideravelmente o tumulto em torno do evento e passaria uma imagem simpática de Harry e dos Weasleys. Sem contar que, gostando ou não, ele era uma celebridade e a sua futura esposa era a filha mais nova e a única menina dentre os filhos do Ministro Weasley.

No seleto grupo de jornalistas, escolhidos entre os mais sérios e menos propícios a inventar bobagens sensacionalistas e piegas, não estavam incluídas, é claro, as Skeeters, tia e sobrinha, sem sombra de dúvida as mais chatas escribas do mundo mágico e no caso de Rita, a mais maldosa e desonesta.

- Afinal, Malfoy, qual a diferença entre um vinho feito por elfos alemães, portugueses ou franceses? – perguntou Harry.

- O senhor está brincando, não é mesmo, Sr. Potter? – perguntou Leo Pires incrédulo.

- Potter, eu fiz você experimentar esses vinhos na minha casa ontem! – disse Malfoy exasperado. É verdade que o ex-grifinório raramente bebia, mas desconhecer a diferença entre os vinhos mencionados chegava a ofender o loiro, que aprendera diferenciá-los antes mesmo de aprender a diferença entre suco de abóbora e suco de tomate.

- Eles me deram dor de cabeça, isso sim! – defendeu-se Harry.

- Céus! Estamos lidando com um bárbaro – suspirou Malfoy derrotado – O que a Weasley viu em você, afinal?

- Acho que foram os olhos verdes – disse Angelina.

– Ah, o jeitinho tímido dele é tão fofo! – brincou Toledo, deixando Harry rubro

- Bem , alguém que com doze anos mata um basilisco e com quatorze enfrenta um dragão deve ter... sei lá... uma “pegada” animal – divertiu-se Tess, arrancando risadinhas do restante das damas presentes. Aquelas risadinhas femininas que tanto embaraçavam o noivo em questão desde que ele era um adolescente atrás de companhia para o baile de Hogwarts no seu quarto ano na escola.

- Sem contar... – ia dizendo Helga, divertindo-se muito com o embaraço de Harry e a expressão de desgosto de Draco.

- OK, Senhora M’Bea. Com todo o respeito, eu já entendi – interrompeu-a o organizador da festa – Pires, que tal voltarmos ao vinho? – disse para o alívio do seu sócio. Mas as mulheres continuaram com os seus risinhos.
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O clima festivo presente antes do jogo havia se dissipado como uma névoa tênue sob os primeiros raios de sol de uma manhã de verão. A transmissão da TV Bruxa (“todas as emoções do quadribol ao vivo e em cores”), direto da Grécia, havia terminado Eles imaginavam que aquilo pudesse acontecer, mas não daquela forma. Um vexame! Lino Jordan, a “Voz”, quase disparara uma dezena de palavrões ao vivo quando viu Vince Crabe ser expulso depois de jogar o bastão de batedor sobre a artilheira grega. Felizmente Cho Chang havia conseguido apanhar o pomo e a Inglaterra perdeu para a Grécia por apenas vinte pontos. Para a Grécia! País com quase nenhuma tradição no quadribol.

Três dias antes os ingleses empataram com a medíocre seleção de Chipre. Pelo menos nesse jogo Daves, Swan e Barryngton , artilheiros da equipe, conseguiram marcar cento e setenta pontos. Pena que o pomo aparecera quase na cara da apanhadora cipriota, que o apanhou e obteve uma empate. Naquele jogo, Crabe e Pierce, os batedores, deram um show de incompetência. Pierce conseguiu atingir sua própria apanhadora com um balaço na testa, obrigando a jovem a atuar grogue durante boa parte do jogo.

- Um pufoso cego joga melhor do que esses caras! – vociferou Draco de mau humor.

Estavam na Mansão Malfoy. Harry e Gina, o casal M’Bea e seus filhos mais novos, Apolo Cole e seu sobrinho Dylan, e Tess. Krum e Jane O’Neal jogavam pelas respectivas seleções nas eliminatórias européias, assim como Toledo e Andy haviam sido convocados pelos selecionados dos seus países para as duras eliminatórias das três Américas.

Harry, Gina e as crianças estavam tão tristes que Draco estava quase ficando com pena deles. Quase!

- Vocês aí, parem de agir como crianças choronas! – implicou o loiro.

Estranhamente Harry e Gina reclamaram que não eram chorões, enquanto Daniel, Owen e Dylan reclamaram que não eram crianças.

- Mais que merda! – desabafou Gina – Com esses batedores e esses artilheiros a Inglaterra não ganha de ninguém!

- Esse técnico vai ser escorraçado. Escutem só o que eu digo – ponderou M’Bea – O cara não consegue dar um padrão de jogo ao time. Tudo bem que não são os melhores jogadores, mas...

- Mas eles deveriam ter pelo menos uma jogada ensaiada – concluiu Malfoy – Uma jogada não é pedir muito...

- Foi tão ruim assim? – perguntou Helga, que mesmo acompanhando há anos as peripécias do marido no quadribol, nunca conseguiu entender completamente aquele esporte que os bruxos amavam tanto.

- Foi sim, querida – confirmou Toni sombriamente – E o pior é que a Inglaterra conseguiu apenas um empate com um time que deve perder de todo mundo.

- Mas, vejam pelo lado bom – disse Draco com seu infalível raciocínio sonserino – Eles vão implorar para que vocês joguem na seleção – apontou para Harry e Gina – Vocês vão ser idolatrados, aclamados...

- E linchados se a Inglaterra não se classificar para a Copa dos Estados Unidos – interrompeu Harry de mau humor.

- Ora, Potter, não seja pessimista – retrucou Malfoy.

- Toni, por que você não aceitou a convocação para a seleção de Uganda? – perguntou Gina curiosa – Não estão ocorrendo também as eliminatórias africanas agora?

- Bem, eu não aceitaria, mesmo que houvesse uma convocação – explicou o africano.

- Como assim? – quis saber Harry – Eu não consigo imaginar alguém deixando de convocar uma batedor como você.

- É. Precisa ser muito burro – concordou Dylan.

Ficou muito claro que aquela assuntou não era do agrado de Toni, mas a sua esposa rompeu o silêncio constrangido que pairou por um instante na sala:

- Os “amáveis” ugandenses acham que o Toni traiu o seu país aliando-se a você na guerra, Harry.

- O QUE? – disseram Harry, Gina e Draco ao mesmo tempo. Até Apolo Cole parecia espantado com essa revelação.

- Uganda ainda tem muita gente que acha que Voldemort seria melhor para os africanos se tomasse o poder – disse Toni com o semblante fechado – Muitos são apenas idiotas, outros só ouviram falar de Voldemort. Nunca viram o monstro em ação.

- Não é possível! – espantou-se Gina.

- Bem, por que só nós ingleses seríamos idiotas? – caçoou Draco – A idiotice é um bem universal, futura Senhora Potter.

- Mas quem precisa deles, não é mesmo? – perguntou Toni mais animado – Eu tenho amigos maravilhosos, uma esposa linda e filhos legais – afirmou, desmanchando os cabelos dos garotos.

- É isso aí, Toni – concordou Draco animado – Que tal biscoitos e chocolate quente para esquecer esse vexame do quadribol e os idiotas que não querem o maior batedor do mundo?

A proposta do loiro foi saudada com entusiasmo pelas crianças e também por Gina.
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Além da volta triunfal do agora casal Weasley, bronzeados e felizes, as semanas seguintes presenciaram mais algumas exibições soberbas dos Cannons na Liga Britânica. Continuando a sua impressionante seqüência de vitórias (para o desespero dos apostadores, que viam Draco amealhar fortunas cada vez maiores a cada partida), derrotaram o poderoso e popular time do União de Puddlemere (duzentos e trinta a vinte) e os Pegas de Montrose (inacreditáveis cento e sessenta a zero), jogo em que Vitor Krum apanhou o pomo em apenas doze minutos. Recorde dos últimos quarenta e três anos em competições oficiais.

Antes do recesso do fim de ano e com Draco dividindo-se entre a presidência dos Cannons e a preparação da festa de casamento de Harry, Cannons e Duendes de Dublin fizeram o jogo mais esperado da temporada, depois de Cannons e Tornados. É verdade que a partida havia se esvaziado ligeiramente, pois ambos os times estavam já classificados para as semifinais. Os Duendes, entretanto, jogariam com o seu time principal, enquanto que nos Cannons, Toledo e Vitor Krum estavam se recuperando de contusões e ficaram ausentes do clássico contra o time da Irlanda.

Aquele foi o mais difícil jogo dos Cannons no ano. Com grandes atuações de Jane O’Neal e Pat Moran, artilheiros titulares da seleção irlandesa, os Duendes, empurrados por sua fanática torcida, estiveram sempre à frente no placar, mesmo com as defesas espetaculares de Rony no gol do time laranja. Com Apolo Cole, Nat Mars e apenas Gina como titular entre o trio de artilheiros, os Cannons lutavam bravamente, mas não conseguiam reverter a desvantagem no marcador. Enquanto isso, Harry jogando de novo como apanhador, posição que conhecia bem e que lhe rendeu o apelido de “Mergulho” Potter, travava um grande duelo com Mirna Makiba, a talentosa titular da seleção nigeriana, recém-contratada pelo time da Irlanda.

Quando já haviam sido transcorridas quase duas horas e meia de uma partida tensa e emocionante, e o placar marcava duzentos e dez a oitenta para os Duendes, Harry, fazendo jus ao apelido, mergulhou das proximidades do meio do campo até quase a base dos aros defendidas por “Paredón” Santamaría, o goleiro peruano que jogava para o time irlandês. Travando uma corrida sensacional com a apanhadora adversária, o Eleito, a um metro do chão atirou-se da vassoura, numa acrobacia espetacular (e perigosa) e apanhou o pomo, rolando na grama úmida e gelada e enchendo-se de lama e de escoriações, que fariam mais tarde o desespero de Hermione.

- SEEEEEEEEEEEEEEEENSACIONAL! – berrava Lino Jordan no alto-falante do estádio de Dublin, para a contrariedade dos torcedores dos Duendes – UMA APANHADA ES-PE-TA-CU-LAR! EU DISSE ES-PE-TA-CU-LAR MERGULHO POTTER VIRA O JOGO PARA OS CANNONS!!! VOCÊ NÃO PERDEU O JEITO NÃO É MESMO, POTTER? POTTER É O CARA!! SÓ AQUELE ASNO DO PETERS NÃO ENXERGA ISSO! AQUELE CÃO SARNENTO! AQUELE HIPOGRIFO DEPENADO! AQUELE TESTRÁLIO ANÊMICO! AQUELE...

- Lino, por favor! – implorou Marla Donovam fora do microfone.

“A Voz” estava se referindo ao desastrado técnico da Inglaterra, demitido, como era de se esperar, após os dois jogos iniciiais na eliminatórias européias. Jerry White era o favorito para assumir o selecionado e todo esperavam ansiosamente que Potter, os Weasleys e Angelina Johnson pudessem enfim classificar o país para a Copa Mundial que seria realizada no ano seguinte nos Estados Unidos.

No mais uma vez festivo vestiário dos Cannons, Hermione tratava dos arranhões e machucados sofridos por Harry na queda da vassoura, com a tradicional contrariedade.

- Pular de uma vassoura em movimento! Francamente! - bufava a curandeira a todo o momento – Você poderia ter quebrado uma perna, um braço!

- Hermione, por favor! – disse Draco – O cara salvou a partida!

Gina, próxima à curandeira, também examinava Harry como se alguma coisa importante houvesse sido quebrada ou estivesse fora do lugar, e como se ela fosse uma especialista em medicina mágica.

- Seu maluco! – ralhou a ruiva – Se você não estiver inteiro para o casamento eu...

- Ou para a lua de mel – gracejou Toni, deixando Harry e Gina ligeiramente rubros.

- Ah, eu sei que ele vai estar inteiro para o casamento e para a lua de mel, não é, gatinho? – disse Vera Ivanova, dando uma palmada no traseiro de Harry, que estava deitado de bruços, com Hermione aplicando uma poção curativa nas suas costas. Que possuíam no momento grandes vergões em razão do seu contato nada amistoso com o gramado.

- Ei! – reclamou o jogador.

- Não coloque a sua mão cheia de dedos por aí, Dona Ivanova! – advertiu Gina.

- Nossa! Que ruiva mais estressada... – disse maratomente a búlgara.
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Três semanas antes do casamento os presentes começaram a chegar de várias partes do mundo. Aurores do ministério foram despachados por Arthur Weasley para as dependências da Mansão Malfoy, onde dois enormes aposentos estavam sendo destinados aos mimos enviados pelos não poucos fãs de Harry Potter. Alguns também eram enviados especificamente à “Garota Weasley”, especialmente da Itália, onde Gina havia jogado e deixara muitos fãs.

Partira exatamente do loiro a idéia de inspecionar magicamente os presentes. Harry havia achado, a princípio, a medida excessiva, mas os amigos concordaram que algum bruxo das trevas escondido em algum lugar, poderia se aproveitar do evento para enviar ao Eleito alguma maldição ou algum objeto com um feitiço das trevas.

Dava um trabalho insano desembrulhar todos os presentes e inspecioná-los magicamente. Eram tantos, que a mesma firma de segurança bruxa que afastaria os intrusos da cerimônia, fora contratada para ajudar os aurores. Contudo, nada de perigoso constava dos objetos enviados. É verdade que havia coisas constrangedoras, como um par de trajes “cerimoniais”, confeccionados por uma bruxa russa, enviados de presente ao casal. A mulher garantia que se fosse usado por ambos na noite de núpcias, proporcionaria felicidades e filhos bonitos e saudáveis. Ela dizia que fazia parte de um antigo ritual de bruxos eslavos, aprendido com os tártaros, que por sua vez aprenderam com os assírios.

- Essa mulher é uma pervertida!– disse Harry, envergonhado, segurando a roupa bastante sumária.

Hermione e Rony estavam roxos de rir e Draco gargalhava aos berros, batendo as mãos na mesa de carvalho da sala da mansão.

- Potter, você tem certeza que não quer experimentar a roupa? – dizia o loiro entre um acesso de risos e outro.

- Só falta um dos gêmeos aparecer por aqui agora – murmurou Harry.

Como que atendendo ao seu pedido, ambos os gêmeos entraram na sala de estar da mansão naquele momento. Passaram por lá para assinar alguns papéis dos negócios que tinham em Comum com as Organizações Potter-Malfoy na Ásia.

Ah, não! – gemeu Harry.

Até mesmo Gina havia achado graça dos minúsculos trajes rituais russos.

- Olha esse buraquinho aqui! – dizia Rony, agora decididamente passando mal de tanto rir.

– Trajes rituais russos de acasalamento – disse Fred, avaliando a peça de roupa.

- Hummm... Esse aqui deve valer algumas centenas de galeões – avaliou Jorge – Confeccionado a mão...

- Como, diabos, vocês conhecem isso? – perguntou Harry surpreso.

- Não faça perguntas embaraçosas para nós, Potter – caçoou Jorge.

- É. Fizemos uma vez uma viagem muito proveitosa à Rússia, onde algumas bruxas... – ia dizendo Fred.

- Poupe-me das suas aventuras – cortou-o Gina.

- Bem, achamos que a roupa tinha potencial econômico... – disse Jorge casualmente.

- Tanto que está a venda e é um item muito requisitado na Divisão Adulta das Gemialidades Weasley – sentenciou Fred.

- Divisão Adulta? – perguntaram Rony e Draco, parecendo muito interessados.

- Por que o interesse, Ronald? – perguntou Hermione num tom de voz perigoso, que fez com que Rony se encolhesse.

- É, Ronald, por que o interesse? – imitou Malfoy – Mais tarde vocês me darão todos os detalhes dessa “divisão adulta”, rapazes - Como todos o olhavam de maneira questionadora, o loiro defendeu-se: - Estou interessado profissionalmente. Vocês sabem, investimentos...

- Eu sei que tipo de investimento – sentenciou Hermione - Homens! – exclamou a curandeira.
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Eram como jardins de inverno, só que maiores e mais luxuosos. Duas grandes áreas da Mansão Malfoy foram reservadas para a cerimônia de casamento e para a festa posterior, respectivamente. Duas grandes redomas cobertas por um teto mágico, como aquele que existia em Hogwarts. Paredes de vidro tão finas que pareciam cristais, mas térmicas e isolantes e duras como aço, com finos desenhos que representavam felizes cenas campestres (Draco achava aquilo brega, mas era costume no mundo mágico) e incrustadas de mensagens de felicidade e prosperidade, foram erguidas dando sustentação ao teto.

Nessa redoma, com bancos compridos, ladeados de pequenas esculturas trouxas, seria celebrado o casamento. Pequenas esculturas de mármores representado amor e o enlace matrimonial em diversas culturas enfeitavam a entrada do recinto e também o local onde a união seria celebrada de acordo com as leis mágicas. As obras de arte foram encomendadas por Draco junto a artistas bruxos e trouxas

Harry havia ficado exasperado com as despesas da cerimônia, que ele queria a todo custo pagar, no que foi impedido pelo sócio.
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- Escute aqui, Potter – disse Draco, dois dias antes do casamento – Nós dois sabemos que dinheiro não é exatamente um problema nem na minha vida nem na sua. Então fique bonzinho e pense apenas no casamento e na lua de mel e deixe os detalhes da cerimônia para os profissionais, certo? – e depois, num tom malicioso, acrescentou: - Esteja em forma na noite de núpcias e não desaponte a sua garota.

- Ah, mas ele nunca desaponta! – retrucou Gina de maneira decidida. Malfoy não havia reparado que a grota havia entrado naquele momento no escritório da presidência das Organizações Potter-Malfoy.

- Hum-hum – pigarreou Draco, ligeiramente constrangido – Eu me referia à viagem após a cerimônia.

- Viagem? – perguntaram Harry e Gina bastante surpresos.

Ambos haviam pedido emprestado a mesma casa onde Rony e Hermione passaram a lua de mel, no Brasil.

- Ora, vocês não acham que eu iria permitir que o meu sócio passasse a lua de mel no mesmo lugar que o casal Weasley, não é mesmo? – perguntou com a sua voz arrastada – Francamente, Potter e Weasley, que falta de imaginação!

- Mas... – ia dizendo Gina.

- Escute aqui, “Quase-Senhora-Potter”. Quando nós Malfoys organizamos uma cerimônia de casamento, isso significa organizar tudo, ouviu bem? Já conversei com Andy a Amanda e eles concordaram que vocês gostariam de um lugar romântico para passar a lua de mel. Eu tenho um chalé muito confortável no sul da França. Lugar trouxa, ninguém conhece vocês.

- Puxa! – espantou-se Gina.

- Veja bem: França, romance, vinho, lençóis de seda. O resto é com vocês. Eu tenho certeza que vocês vão imaginar um complemento ideal... – o loiro sorriu irônico.

- Obrigado, Malfoy – falou Gina, muito feliz, dando um abraço no presidente dos Cannons e um beijo estalado no seu rosto.

- Ora... – respondeu Draco encabulado – De nada – e retribuiu o beijo na ruiva – Vocês realmente merecem – disse, aparentando uma alegria que realmente surpreendeu ao casal.
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A decoração, todos comentavam, era luxuosamente discreta, mas de muito bom gosto. Draco obrigou a empresa que contratou para organizar a cerimônia a extirpar o que fosse exagerado e caracteristicamente ostensivo, pois sabia que exuberância em excesso não seria do agrado dos noivos.

O loiro pessoalmente selecionou a dedo, com a conivência do casal, os nomes finais da lista de convidados, surpreendendo-se com o fato de Harry nem mesmo cogitar enviar convites aos seus parentes trouxas.

- Eles devem ser insuportáveis, não é mesmo? – perguntou Draco para Gina, enquanto Harry examinava o restante da lista.

- Você nem imagina o quanto – concordou a ruiva.

Agora os convidados estavam em sua maioria acomodados e ansiosos. Vários ex-colegas de Hogwarts, alguns políticos e burocratas do ministério estavam presentes. E muitos jogadores de quadribol

Os jogadores e ex-jogadores presentes ali comporiam sem problemas várias seleções mundiais. Vitor Krum, Vera Ivanova e Dimitri Vulchanov, da Bulgária. Jimmy Aguirre, Pam Bernard e Max Brankovitch, dos Estados Unidos. Jane O’Neal, Tim Ryan, Trisha Phelps, Mia Mullet e Pat Moran, da Irlanda. Andy Lopes, Toninho Santos e Bel Andrade, do Brasil. Alessandro Di Napole e Lina Francesco, da Itália, ex-companheiros de time de Gina quando a ruiva jogava naquele país. Cris Toledo, “Paredón” Santamaría e Marianita Reynoso, do Peru. Mirna Makiba, da Nigéria. Marisa Brants e Amy Peters, de Gales. Gaby Ortega, da Argentina. Apollo Cole, da Jamaica. Os irmãos Massao e Mieko Furukawa, do Japão. E mais uma infinidade de jogadores da Inglaterra e da Escócia. Angelina Johnson, Kátia Bell, Rogério Daves, Cho Chang, Jerry White, Imelda Price. Só para mencionar os mais famosos. E, é claro, Toni M’Bea, que atualmente se definia como um “cidadão do mundo”.

Alguns jornalistas presentes faziam piadas sobre a possibilidade de se organizar uma Copa do Mundo após a cerimônia. E ficaram surpresos e abismados quando a imensa e imponente figura de Julius Halfenus Armstrong III, vice-presidente da comunidade bruxa dos Estados Unidos e um fã incondicional de quadribol, entrou na redoma de vidro, ladeado por seguranças que mais pareciam trasgos montanheses de terno. Havia suspeitas que no congresso a ser realizado no seu país antes da Copa Mundial, o Senhor Armstrong III seria conduzido à presidência da Confederação Mundial de Quadribol, uma vez que o mandato ora exercido pelo homem gordo expirava em poucos meses. E todos sabiam que Half, como era conhecido amistosamente pelos jogadores, preferia de longe o quadribol à política. Cumprimentado por vários atletas que eram seus amigos, Half acomodou o corpanzil perto de Vera Ivanova e dispensou os seguranças. Acenou para Harry, que aguardava nervoso a noiva, na área destinada à celebração propriamente dita
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- Eu vou chegar exatamente na hora! – repetia Gina de maneira decidida para a sua cunhada Fleur.

- Mas os homens esperam sempre que as noivas cheguem atrasadas – explicou a francesa – Dá um charme à cerimônia...

- Pois eu acho isso frescura! – retrucou a ruiva de maneira obstinada – Eu vou agora!

- Só um minuto, minha filha – disse a Sra. Weasley.

Inesperadamente a matriarca deu um grande abraço na filha caçula., ajeitando mais uma vez a sua coroa e o seu véu.

- Eu tenho muito orgulho de você. Pela sua personalidade. E você está linda – disse a mulher mais velha – Agora vamos. Harry deve estar nervoso, como todo noivo.

O “faz-tudo” Goyle abriu a porta da limusine mágica (que afugentava objetos e coisas do seu caminho), mas ficou parado por um momento olhando a noiva. A mãe da garota, suas cunhadas Fleur e Hermione, Helga e Miriam M’Bea também se acomodaram no espaçoso veículo bruxo. Ela estava deslumbrante, constatou o brutamontes. “Potter, seu maldito grifinório sortudo!”, pensou ex-sonserino enquanto conduzia o carro em direção à Mansão Malfoy.
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Harry a havia visto de todas as formas. Suja e ferida, mas com um semblante decidido de guerreira em plena batalha durante a guerra. Radiante nas suas roupas de quadribol e com um sorriso de triunfo, os cabelos vermelhos ao vento, sobrevoando o campo após uma vitória ou contrariada após uma derrota. Linda nas sus vestes de formatura em Hogwarts, sorrindo para a câmera de Colin. Desajeitada, mas mesmo assim adorável, num pijama muito grande, descendo sonolentamente as escadas para o café da manhã na Toca. Adorável com o seu uniforme impecável na escola. Irresistível e nua nos seus braços fazendo amor. Ele a amara em todas essas situações. Mesmo antes de se dar conta disso. Mas nada o havia preparado para aquela visão de Gina. Nada nem ninguém. Com um vestido branco com o colo e a gola rendadas, um pequeno véu, preso no alto da cabeça por uma delicada coroa cravejada de pérolas (belíssimo presente de Rony), a ruiva, os cabelos soltos destacando o contraste com a vestido de noiva imaculadamente branco, atraiu naquele momento quase todos os olhares dos presentes. E Harry teve vontade naquele mesmo momento de socar uns marmanjos, que quase literalmente babavam à passagem da “sua” Gina.

Gina achara Harry bonito muito antes que ele começasse a chamar a atenção de outras garotas. Os olhos verdes, a voz grave, os cabelos rebeldes, a postura decidida quando se dispunha a fazer alguma coisa. O jeito tímido, a sua modéstia, o seu grande coração, a sua delicadeza quando faziam amor. Havia tanto em Harry que ela amava que seria impossível enumerar. Mas aquele Harry, com trajes bruxos negros de gala, que eram uma mistura de roupas bruxas e trouxas, com um manto que lembrava um terno, com calças de fraque, camisa branca e gravata prateada, estava um escândalo! Se ela não estivesse prestes a se casar com aquele garoto, a ruiva tomaria satisfações com a artilheira japonesa dos Tornados e a apanhadora nigeriana dos Duendes, ambas sentadas à direita do caminho que ela trilharia até Harry. Eram das poucas pessoas presentes que continuavam olhando para o noivo, mesmo após a entrada triunfal (e no horário!) da noiva. Ela não gostou nem um pouco dos olhares nada inocentes que as duas dirigiam ao “seu” Harry. Não eram as únicas, mas essas eram tão descaradas que não passaram desapercebidas pela ruiva. Mesmo naquele momento. Mesmo com o nervosismo que a envolvia, ou talvez, exatamente por isso.

Precisamente no horário determinado, a jovem noiva, tendo à sua frente Miriam, sua dama de honra, ao seu lado o seu pai, que a conduzia pelo braço, e atrás de si as madrinhas Hermione, Toledo e Helga, caminhou graciosa e decidida até o local que Harry a esperava e aonde o Professor Alvo Dumbledore e a Professora Minerva MacGonagall, os celebrantes escolhidos por Harry entre aqueles indicados pelas autoridades mágicas, oficializariam o casamento.

- ESTAMOS AQUI REUNIDOS HOJE – disse a voz calma e bondosa de Alvo Dumbledore, ampliada magicamente – PARA CELEBRAR O CASAMENTO DESSES JOVENS ADORÁVEIS, QUE DE LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE SE UNIRÃO PELOS LAÇOS DO MATRIMÔNIO.

As palavras do idoso professor eram praxe nos casamentos bruxos e o ex-diretor cumpria à risca o ritual. Nos casamentos ilustres era comum que pessoas importantes que faziam parte do Grande Conselho fossem os celebrantes em nome do Ministério da Magia. E entre as opções possíveis no conselho, Harry escolhera a sua antiga professora e o seu antigo diretor de Hogwarts, que possuíam a sua estima e a sua admiração. Além das declarações de praxe, às vezes os celebrantes saíam um pouco do protocolo e faziam um pequeno discurso, como aquele realizado pela atual diretora de Hogwarts:

- É COM IMENSO PRAZER QUE PRESIDIMOS ESSA CERIMÔNIA DE DOIS ILUSTRES EX-ALUNOS DE HOGWARTS, DUAS GRANDES ALMAS, QUE EU TENHO CERTEZA, SÃO ORGULHO DE SUA FAMÍLIA E DE SUA COMUNIDADE. EU TENHO CERTEZA TAMBÉM, HARRY POTTER - disse a Professora Minerva MacGonagall, pousando sobre o jovem os seus olhos severos, que, entretanto, no momento, brilhavam de felicidade – QUE OS SEUS PAIS, NO DESCANSO ETERNO QUE DESFRUTAM, ESTÃO SATISFEITOS E ORGULHOSOS COM O HOMEM QUE VOCÊ SE TORNOU.

- HARRY TIAGO POTTER – disse o velho professor – VOCÊ, DE LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE, ACEITA GINEVRA MOLLY WEASLEY COMO SUA LEGÍTIMA ESPOSA?

- Sim – disse Harry, extremamente emocionado.

- GINA MOLLY WEASLEY – disse a professora – VOCÊ ACEITA HARRY TIAGO POTTER, DE LIVRE ESPONTÂNEA VONTADE, COMO SEU LEGÍTIMO ESPOSO?

- Sim – disse a garota ruiva. Uma lágrima de felicidade correu livremente pela sua face.

Como fazia parte da tradição, atrás de Harry, tão elegantes quanto o noivo, estavam postados Rony, Draco e Toni. Atrás de Gina, esforçando-se muito para não cair no choro, bonitas e elegantes nas suas vestes bruxas de gala, Helga, Hermione e Toledo.

Como conheciam o ritual, Harry e Gina deram-se as mãos nesse momento.

- COMO OS NOIVOS DECLARAM-SE DISPOSTOS A REALIZAR A UNIÃO DE LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE, EU, ALVO PERCIVAL WULFRIC BRIAN DUMBLEDORE, EM NOME DO MINISTÉRIO DA MAGIA DECLARO CASADOS HARRY TIAGO POTTER E GINEVRA MOLLY WEASLEY, QUE PASSA A SE CHAMAR A PARTIR DE AGORA GINEVRA MOLLY POTTER. EU OS DECLARO MARIDO E MULHER.

Depois de colocarem as alianças que lhes foram dadas por Rony, os recém-casados aproximaram-se timidamente um do outro e, tal como aconteceu no casamento de Rony e Hermione, indo contra a tradição, eles se beijaram. Muito emocionado, Alvo Dumbledore, com um sorriso radiante, aplaudiu os noivos, gesto que foi imitado por todos os presentes. “VIDA LONGA AOS POTTER”, saudou Toni M’Bea com a sua impressionante voz de barítono. A saudação foi repetida por todos os convidados. Várias vezes. Era uma antiga tradição bruxa.

- Senhora Potter – disse Harry simplesmente, quando finalmente parou de beijar a esposa.

- Senhor Potter – devolveu a ruiva, feliz. E baixinho para que apenas Harry pudesse ouvir: - Já te disseram que você fica muito gostoso nessas roupas de gala?
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Os convidados dirigiam-se para o outro jardim, onde haveria o serviço de bufê e onde uma orquestra bruxa já tocava uma música suave para descontrair o ambiente.

Vista do jardim de inverno onde foi realizada a cerimônia de casamento, o jardim coberto onde ocorreria a festa lembrava um daqueles globos de vidro enfeitados vendidos em lojas trouxas. Apenas mais bonito. A sensação aumentou porque naquele momento começou a nevar, e olhando de fora, a cobertura mágica do jardim, que refletia o clima lá fora, criava a ilusão de ótica de um grande globo iluminado, onde a neve caia suavemente, dando a muitos presentes a impressão de que era algum feitiço realizado pelos organizadores da cerimônia.

Nos meses seguintes, a festa de casamento de Harry Potter e Gina Weasley seria cantada em prosa e verso e o jovem Draco Malfoy consagrado pelas revistas bruxas de futilidades como o maior anfitrião do mundo mágico e o jovem de maior bom gosto, o que apenas aumentaria a disputa pelo “solteiro rico mais cobiçado do mundo bruxo britânico”. É verdade também, que ninguém admitiria depois não ter sido convidado para o evento. Se todos aqueles que disseram nas semanas seguintes, estar presente no casamento do Eleito, realmente estivessem, este haveria abrigado, de maneira totalmente improvável, toda a população bruxa do Reino Unido e de outros países.

Arthur Weasley claramente estava desconfortável com os seguranças e funcionários do ministério sempre em volta dele e com os excessivos afagos e cumprimentos recebidos. Os gêmeos Fred e Jorge prometiam para mais tarde um grande espetáculo de fogos de artifício mágicos (uma “deflagração super luxo”) e discretamente ofereciam a todo o momento para os recém-casados alguns artigos “especiais” totalmente gratuitos da Divisão Adulta das Gemialidades Weasley. Embora Harry e Gina recusassem com veemência, muitos jogadores e muitas jogadoras de quadribol presentes na festa, e até alguns políticos, interessaram-se vivamente..

O finíssimo vinho feito por elfos franceses começou a ser servido, enquanto o não menos fino espumante italiano, fornecido por Leo Pires a peso de ouro, era guardado para a hora dos brindes aos noivos, após os discursos de praxe. Com a concordância de Gina e de Harry, os políticos e os bajuladores de sempre foram impedidos de realizarem os seus falatórios, exceção feita ao Ministro da Magia, também pai da noiva, que fez um breve discurso, reiterando a felicidade de ter Harry na sua família, agora oficialmente, e convidando a todos para aproveitar a festa e realizar um brinde aos noivos (o primeiro da noite). Elfos empregados no serviço de bufê (“Muito bem pagos, ouviu bem, Hermione”?) providenciaram as taças e os respectivos conteúdos. Arthur agradeceu ainda a Draco Malfoy pela maravilhosa cerimônia, o que rendeu aplausos entusiasmados ao loiro, que num canto do jardim coberto, agradeceu polidamente com um aceno de cabeça e continuou orientando o serviço, ameaçando processar a empresa organizadora da festa se as bebidas e os acepipes não fossem servidos de acordo com as suas minuciosas instruções.
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Kirley McCormack, guitarrista da mais popular banda do mundo bruxo, “As Esquisitonas” e English Cool J (para o desespero de Harry) deram rápidas e aplaudidas “canjas”. Todos, contudo, esperavam a performance de Toni M’Bea, que dessa vez parecia ter se esmerado nos ensaios. Sua filha Miriam, Amanda, namorada de Andy Lopes, e a nigeriana Makiba, que diziam ter uma bela voz, além do rapper, cantor do abominável “Potter Laranja”, fariam o backing vocal e McCormack e mais dois integrantes da sua banda o acompanhamento instrumental. Três dias arás, Harry havia quase sido expulso da casa de Toni, pois todos ensaiavam com afinco e não o deixaram ouvir os ensaios, pois queriam surpreendê-los no dia da cerimônia.

Menos desajeitado do que nos tempos de escola, mas mesmo assim sem ser ainda um grande dançarino, Harry dançou uma valsa com Gina, que se divertia com a sua atrapalhação. Foi obrigado também a dançar com Hermione e escapou várias vezes de Jane O’Neal que parecia disposta a dançar com ele de qualquer jeito. Depois de uma conversa que Gina havia tido com a jogadora irlandesa, surpreendentemente a ruiva pediu para Harry atender o convite da garota

- O que Gina disse para você? – perguntou, curioso, o Eleito, enquanto era conduzido graciosamente pela artilheira da Irlanda.

- Ah, nada demais... – disse a outra, parecendo se divertir com o assunto – Ela me ameaçou de morte, eu acho, se eu “tirasse uma casquinha” de você.

Harry riu com vontade frente a aquela afirmação. Era bem típico de Gina.

- Mas ela ficou mais calma quando eu disse que sei quando um homem está apaixonado – acrescentou O’Neal – Infelizmente não por mim. Bem, não se pode ganhar todas. Nós nos divertiríamos muito, Harry. Mas você está em boas mãos.

Quando acabou a música, Jane O’Neal deu um beijo no rosto de Harry e lhe desejou sinceramente toda a felicidade do mundo.
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Enquanto Harry dançava com Jane, Draco Malfoy afastou-se por um momento das ameaças aos organizadores da festa e dançou com Gina uma música.

- Eu nunca vou esquecer esse dia, Draco – disse a ruiva com sinceridade, enquanto se moviam com leveza pelo salão improvisado. Draco era um bom dançarino, a ruiva tinha que admitir.

- Não queremos que você esqueça mesmo, ruiva – retrucou o loiro. Subitamente ele quase parou de dançar, surpreso com algo que a esposa de Harry havia dito – Ei, você me chamou de Draco?

- Não me diga que isso fere a hierarquia dos Cannons – brincou a garota.

- Eu nunca diria isso – respondeu o rapaz de maneira surpreendente – Você está linda, ruiva. Parabéns. O Potter tem muitos motivos para te amar e você a ele – disse casualmente.

- Oh, eu sei disso – e antes que ela voltasse para Harry, ao final da dança, a ruiva deu em Draco uma abraço e um beijo – Obrigado por tudo que você fez por nós.

“Garotas grifinórias!” – pensou o loiro antes de voltar a implicar e ameaçar com processos a empresa organizadora da festa. “Uma hora querem te matar, depois ficam te beijando...”
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As pessoas agora faziam um silêncio reverente enquanto Rony Weasley, um dos padrinhos, se preparava para dizer algumas palavras a todos, como era tradicional em cerimônias de casamento britânicas, bruxas ou trouxas.

- Meus caros amigos – iniciou o discurso Rony. A voz amplificada magicamente – Aquele rapaz moreno ali, que não para de agarrar a minha irmãzinha...

- Ela também está agarrando ele! – interrompeu Fred, recebendo imediatamente um beliscão de Molly. A matriarca da família fez questão de ficar perto dos gêmeos para impedir que seus filhos mais irrequietos atrapalhassem com suas brincadeiras o discurso do irmão.

- Obrigado, mamãe – disse Rony sorridente, agradecendo-a por calar Fred – O que eu poderia dizer de Harry Potter? Que ele é o sujeito mais leal e corajoso que eu conheci? Que ele salvou a minha vida durante a guerra, a vida da minha irmãzinha, ainda em Hogwarts? Que ele salvou meu pai quando era apenas um moleque de quem todos duvidavam e chamavam de louco? Que ele é o maior jogador do quadribol do mundo? – dando uma olhada marota na direção de uma mesa onde vários jogadores prestavam atenção ao seu discurso, sorriu e piscou para eles – Ops! Foi mal...

Os jogadores riram do bom humor do ruivo. Alguns murmuraram alegremente que a Inglaterra ainda precisava se classificar para a Copa dos Estados Unidos.

- Oh, estaremos lá, não tenham dúvida! – afirmou o ruivo, recebendo manifestações de apoio da maioria inglesa presente – Mas, enfim, o que eu poderia dizer do Sr. Potter aqui que já não tenha sido dito? Pouca coisa, na verdade – continuou Rony, retomando o tom sério – Eu o vi durante a guerra padecendo com o sofrimento dos outros e preocupado em salvar as pessoas. Eu o vi, de maneira contraditória, em nome do amor que sentia pela minha irmã, quase sacrificar esse mesmo amor para salvá-la. Eu não sei se concordo com a atitude dele, mas só uma pessoa extraordinária chegaria tão longe e tomaria medidas tão drásticas em nome do amor.

O silêncio agora não era apenas reverente. Era quase religioso. Nem mesmo Fred e Jorge encontravam algo engraçado para dizer nesse momento. Eles prefeririam a morte a admitir, mas tinham muito orgulho do seu irmão mais novo.

- Bem, ele está casado com a minha irmã agora, como no fundo eu sempre soube que estaria. Afinal – ele fez uma cara marota – eu não permitiria nenhum outro marmanjo tomando liberdades com a minha irmãzinha.

Todos riram muito com o comentário. Antes que brindes fossem erguidos, Rony continuou:

- Eu não consigo imaginar outro destino para duas pessoas que se amam tanto. E eu tenho a honra de ser amigo de Harry Potter. Desde sempre. Até o fim dos tempos. Agora a minha esposa vai também nos dizer algumas palavras. Ela tem o direito, afinal é amiga do casal e os ama tanto quanto eu.

- Obrigada, Rony – começou a falar Hermione um tanto encabulada. O marido regulou o feitiço amplificador, uma vez que a garota falava mais baixo do que ele: – Dois meses atrás, no meu casamento, meu grande amigo Harry Potter falou de um conto de fadas. Então, Sr. Potter, me permita imitá-lo – disse a curandeira, mais descontraída.

Todas as atenções se voltaram para ela.

- Era uma vez uma menina ruiva, que passou a infância admirando um herói do mundo mágico. Era uma admiração a uma figura mítica, que ela nunca imaginava que fosse encontrar. Como muitas crianças nascidas nas famílias bruxas, desde pequena, ouvira falar daquele que com um ano de idade derrotara “você-sabe-quem”. O que ela não poderia imaginar era que esse garoto se tornaria o melhor amigo do seu irmão. E que ele era um menino de carne e osso, tímido, mas muito corajoso, capaz de salvá-la de um mal inominável, tendo apenas doze anos de idade.

Gina, esforçando-se enormemente para não chorar, segurava a mão de Harry.

- Essa menina, que se tornaria uma moça bonita, inteligente, decidida, disputada pelos rapazes em Hogwarts, achava que o garoto em questão, infelizmente, veria a ela apenas como a irmã do seu melhor amigo, ou no máximo como mais uma amiga. Mas o garoto, que tem como único defeito ser meio lento para coisas que são óbvias...

– Ah, isso eu notei! – disse Draco Malfoy de maneira irônica, arrancando risos, recebendo ele também, um beliscão de Jane O’Neal.

- Como eu ia dizendo – retomou Hermione – Era impossível que o garoto não reparasse nela, não apenas pela sua beleza, mas porque ela era uma garota a altura da sua coragem, da sua lealdade e possuía um coração e uma nobreza tão grandes como ele mesmo as possuía. Claro! Essa é uma característica de família – brincou a jovem, olhando cheia de admiração para o marido. Vários Weasleys encolheram-se encabulados nesse momento, até mesmo os gêmeos – Eles lutaram juntos numa guerra, pelo que era certo e justo. Isso quase acabou com a possibilidade de permanecerem juntos. Mas o amor, o verdadeiro amor sempre encontra o seu lugar, eu disse uma vez para aquela menina. Que se tornou essa mulher maravilhosa, a quem eu amo como a uma irmã. E que se casou hoje. Com o homem da sua vida, não o seu herói mítico, mas um homem de carne e osso, de valor e coragem. Que eu tenho a honra de considerar o meu melhor amigo, meu irmão. Esse rapaz extraordinário, que passou por tanta coisa na vida, mas que sempre preservou a pureza na alma, a bondade no coração, a coragem nas suas atitudes. Para mim ele nunca foi o Eleito, o Escolhido. Ele é apenas Harry Potter. Que merece o amor e a devoção que Gina sempre teve por ele, assim como ela também merece e se mostrou a altura do amor e da devoção que ele sente por ela.

Hermione parou de falar por um momento. A emoção visivelmente havia embargado a sua voz.

- Então... – disse a jovem com dificuldade, erguendo um brinde, no que foi seguida pelo esposo – A HARRY E GINA!

– VIDA LONGA AOS POTTER! – disseram várias vozes em uníssono, erguendo brindes ao casal.

Num canto discreto do jardim, sendo abraçado por Jane O’Neal, Draco, com os olhos marejados, apreciava Toni M’Bea e o seu “conjunto” se preparar para cantar a música “I can see clearly now”, que seria o ponto culminante da festa.

- Malditos grifinórios! – disse para a sua amiga, aceitando o lenço que ela lhe estendia.
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I can see clearly now the rain is gone

I can see all obstacles in my way

Gone are the dark clouds that had me blind

It's gonna be a bright (bright)

Bright (bright) sunshining day

It's gonna be a bright (bright)

Bright (bright) sunshining day


Numa performance que faria muito cantor profissional pensar seriamente em se aposentar, Toni começou a cantar o velho reggae trouxa dos anos setenta. Velhos e novos convidados ocuparam a pista de dança improvisada e começaram a se mexer alegremente, acenando felizes para Gina e Harry, ainda sentados e de mãos dadas, continuando a receber os votos de felicidades. Alguns como Lino, Angelina, Fred, Jorge e (quem diria!) a artilheira galesa Marisa Brants davam um show à parte. Toledo e Tess também se mexiam com muito jeito.

Os músicos das “Esquisitonas” tocavam muito bem e o backing vocal, formado pela filha mais velha de Toni, Amanda, pelo rapper English Cool J e pela apanhadora nigeriana dos Duendes, Makiba, caprichava no refrão e estavam realmente um arraso!


Oh yes, I can make it now the pain is gone

All of the bad feelings have disappeared

Here is the rainbow I've been praying for

It's gonna be a bright (bright)

Bright (bright) sunshining day (ooh...)

Look all around,

There's nothing but blue skies

Look straight ahead,

There's nothing but blue skies.


Finalmente, quando o casal Potter resolveu arriscar alguns passos tímidos do reggae, a deflagração de luxo dos fogos das Gemialidades Weasley foi detonada, sendo recebida com aplausos entusiasmados. Parecendo combinar com a letra da música, um imenso brilho, como se fosse um sol rompendo o frio inverno britânico, iluminou a redoma e os nomes de Harry e de Gina piscaram e brilharam no teto, dando lugar depois a um coração púrpura e à silhueta dos dois jovens se beijando. Apenas luz e estrondo, sem fumaça, e sem que a banda de Toni parasse de cantar.

Enquanto os mais velhos aplaudiam com lágrimas nos olhos, os mais novos continuavam sacolejando ao som da música. Que Miriam e Cool J acrescentavam o refrão “É o Potter Laranja!” entre os versos. “Gina Laranja!” também começou a ser acrescentado pelos dançarinos, as mãos elevando-se para o ar.

Discretamente Malfoy aproximou-se dos recém casados com algo brilhando em suas mãos.

- Há uma limusine mágica aí fora – explicou o loiro – Essa chave – mostrou a chave que estava em sua mão – uma vez colocada na ignição do veículo, levará vocês imediatamente para o meu chalé na França.

- Atravessando o Canal da Mancha? – perguntou Harry, incrédulo.

- Potter, é um veículo mágico! Tenha dó! Nele vocês encontrarão roupas de bruxo e de trouxas, champagne e alguma comida suficiente para a viagem. Em algumas horas vocês estarão lá. Uma vez na França o carro irá a qualquer lugar que vocês quiserem, sem ser notado pelos trouxas.

- E os convidados? – perguntou Gina.

- Pelo que eu posso ver, todos estão se divertindo bem... Eu cuido deles! Já avisei os Weasleys, Helga e Toledo. Ah, uma coisa importante... – disse Draco maliciosamente – Os bancos são muito espaçosos e a limusine não tem chofer. Vocês a terão inteirinha durante a viagem. Aproveitem.



Oh yes, I can make it now the pain is gone

All of the bad feelings have disappeared

Here is the rainbow I've been praying for

It's gonna be a bright (bright)

I can see clearly now the rain is gone

It's gonna be a bright (bright)

It's gonna be a bright sunshine day

It's gonna be a sunshine, sunshine day

It's gonna be a sunshine, sunshine day

It's gonna be a bright sunshine day

It's gonna be a bright sunshine day

It's gonna be a bright sunshine day

It's gonna be a bright sunshine day
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Não importava o feitiço que guiava aquele limusine. Ele era genial. Estavam agora em algum lugar no norte da Inglaterra e o carro deslizava suavemente como um tapete mágico numa brisa calma. Harry nunca gostou muito de champagne e morangos, mas os apreciava naquele momento, uma vez que pareciam adequados para um casal em lua de mel.

Há pouco eles haviam realmente “aproveitado” o conforto da limusine, como Draco havia sugerido. Talvez um pouco mais, até. E Gina dormia recostada ao seu esposo com um sorriso feliz. A vida de Harry tomando um rumo que ele não conseguiria imaginar anos atrás.

Como amava aquela ruiva! E como era bom contar com os amigos extraordinários que possuía. Sim, provavelmente ele era uma boa pessoa e boas coisas estavam finalmente acontecendo na sua vida. Não importava que fosse uma fria noite de inverno na Europa. Harry Potter, como dizia o velho reggae, enxergava claramente agora. Um belo dia de sol.

FIM

















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Comentários (1)

  • Vitória Leopoldina Gomes Mendes

    adorei o final.... e gosto muito da forma como você descreve o potter... como um homem que eu realmente gosto de me imaginar... continua a afirmar, adoro suas fics!  mas se me permite uma critica não entendi muito bem como o ministerio foi deposto... sabe quem cabe depor o ministro é a alta corte mas se a alta corte estava sendo investigada.... quem investigada a todos? PS: vc ja escreveu um livro? atenciosamente,  Vitória Mendes e-mail:[email protected]

    2011-09-08
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