MÉTODOS SONSERINOS



ANTES DE MAIS NADA, GOSTARIA DE ME DESCULPAR. O FRIO
QUE ANDA FAZENDO EM SÃO PAULO ME PEGOU DE JEITO E PEGUEI UMA GRIPE BRAVA. O CAPÍTULO NÃO FICOU COMO EU HAVIA PLANEJADO (CULPEM O VÍRUS!). ATÉ SEGUNDA FEIRA PRÓXIMA, NO MÁXIMO, PRETENDO POSTAR O CAPÍTULO 34. ABRAÇOS A TODOS QUE PACIENTEMENTE ACOMPANHAM A FIC.
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CAPÍTULO 33




Hermione e Rony conversavam alguma coisa séria quando Harry chegou. Conhecia bem aos amigos. Ambos iriam querer saber o que aconteceu na sua “grande noite” com Baby Jane O’Neal.

- E aí, “tigrão”? – caçoou Rony – Isso são horas de chegar? Hermione já estava quase mobilizando o Ministério da Magia.

- Lógico – disse Harry de maneira irônica – Os caras certos pra cuidar de mim.

- Ah, Harry – suspirou Hermione com aquele ar maternal que ao mesmo tempo encantava e irritava o amigo – Você tomou a sua poção?

- Na verdade não – respondeu Harry desanimado. E contou aos amigos a crise que teve na casa de Jane O’Neal.

Rony se controlava solidariamente para não rir. Para o ruivo dormir com uma garota sem um contato mais “particular” era uma grande piada. Entretanto, engoliu o riso com dificuldade, pois havia recebido um olhar maligno da namorada.

- Harry, você não deve ficar mortificado por isso – explicou Hermione pacientemente – Não é uma tragédia você não..., quer dizer, você sabe – gaguejou a jovem medibruxa sentindo-se desconfortável. Não queria ficar fazendo um discurso sobre a inexperiência amorosa de Harry, sabendo que certamente ele se sentia mal com esse assunto.

- Eu não acho uma tragédia não ter dormido com uma garota – disse Harry de maneira tranqüila – Depois, eu realmente não sei ao certo se sinto alguma coisa por Jane O’Neal.

Rony o encarava com um ar indefinível. Certamente ele não achava que era preciso sentir alguma coisa por uma garota para transar com ela. O que ele não diria é claro, pois Hermione acharia isso muito pouco sensível da parte dele. E naquele momento estava imensamente feliz de passar muito tempo com a garota sem as velhas brigas.
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Draco Malfoy estava prestes a jogar uma cartada decisiva. O ministério da magia continuava querendo prejudicar Harry Potter e isso ele não poderia permitir. Não agora que ele e o ex-grifinório estavam do mesmo lado. E decididamente ele era um Malfoy e Malfoys não se dobravam frente a autoridades ridículas nem a velhos velhacos como aqueles donos do time dos Cannons.

Ele recebera a informação antes do café da manhã. Mal se recuperara da dor de cabeça do dia anterior e uma outra tamanho gigante havia sido enviada pelos donos do time e pelo Departamento de Esportes Mágicos do Ministério da Magia do Reino Unido.

Resumindo: O departamento iria suspender Harry Potter até que uma investigação sobre o suposto uso de “magia excessiva” fosse concluída, o que poderia levar séculos. Os velhos caquéticos donos dos Cannons, sempre querendo o lucro fácil, não estavam muito dispostos a esperar e pretendiam fechar o time antes mesmo que ele começasse a jogar. Havia uma proposta milionária para Potter jogar nos Estados Unidos. Eles o liberariam do contrato por uma fábula de dinheiro e negociariam os contratos dos outros jogadores para quem pagasse mais. Ou, seja, os amigos do Eleito iriam para onde só Deus sabia e se Potter criasse dificuldades, a carreira dele e dos outros estaria arruinada para sempre. E depois ele é que era um sonserino sacana! Mas eles iam ver...

Newland Balthus, velho mesquinho e rico, era o principal dono do time e, portanto seu patrão mais destacado. Draco o conhecia bem. Fora um discreto partidário do Lorde das Trevas, mas esperto demais para se envolver diretamente. Tinha mais dinheiro do que qualquer bruxo decente teria, mesmo se vivesse um milênio. Era amigo dos Malfoys desde tempos imemoriais e indicara Draco à presidência dos Cannons. O miserável havia oferecido um bônus razoável em dinheiro se o loiro convencesse Potter a ir para a América e convencesse os demais a aceitar a sorte abjeta de se espalhar pelo mundo.

- O senhor não conhece Potter, M’Bea e os Weasleys, Senhor Balthus – disse Malfoy ao receber por telefone a ordem de despachar os jogadores – Potter não vai aceitar e os demais vão preferir morrer a se submeter ao que nós vamos oferecer.

- Ora, então você vai ter que matá-los, é claro – disse o velhote, emitindo depois uma risada desagradável – Eu não o contratei para que fosse bonzinho com jogadores. Eu lhe pagarei muito bem pelos seus serviços, meu rapaz – acrescentou num tom que era mais uma ameaça do que uma lembrança.

- Farei o que for necessário, senhor – respondeu Draco, segurando a raiva que sentia daquele velho sovina. Os maxilares praticamente cerrados de ódio.

- Eu sei que sim, meu rapaz. Eu conheço bem os Malfoys.

Conhecia bem os Malfoys! Draco iria mostrar o quanto ele o conhecia! Aquele velho desgraçado, assim como os demais ricos e esnobes amigos dos Malfoys nunca tentaram ajudá-lo quando ele foi para julgamento. Foram Potter e Weasley, indivíduos que ele sempre odiou nos tempos de escola, que o inocentaram e o livraram de Azkaban. Não que ele algum dia tivesse sido um Comensal da Morte, mas uma palavra daqueles dois poderia tê-lo desgraçado para sempre. E ele não iria ficar agora do lado daquele velho bastardo. Iria defender seus jogadores e iria ficar no comando, é claro. Afinal de contas ele não era bonzinho como Harry Potter. Ele era um Malfoy e acima de tudo era um sonserino.
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- Onde está Potter? – perguntou Malfoy, enquanto tomava uma xícara de chá.

- Nós o deixamos em casa com Andy, Toledo e as crianças – respondeu Hermione.

Tinham colocado Toledo, Andy e os garotos M’Bea para distrair Harry durante o dia, enquanto era preparada a festa, que seria na casa de Toni. A desculpa seria passear com as crianças enquanto o casal M’Bea resolvia os problemas logísticos da sua estadia na Inglaterra, pois depois da guerra tinham se mudado para os Estados Unidos, onde haviam passado as duas últimas temporadas de quadribol. Os pequenos também queriam conhecer um parque de diversões e Harry, que se dava muito bem com as crianças iria levá-los. Hermione havia recomendado a Toledo e Andy que não deixassem Harry esquecer de tomar as poções.

Na mansão Malfoy eram três da tarde. Rony, Hermione, Helga, Toni, Gina e Vitor Krum ocupavam as confortáveis poltronas e sofás da espaçosa sala de estar.

- Eu chamei vocês aqui para colocá-los a par do que está acontecendo no momento – e contou toda a história. Da tentativa de impedir Harry de jogar, até a sacanagem dos donos dos Cannons.

- Eles podem impedir mesmo Harry de jogar? – perguntou Rony irritado.

- Podem, mas duvido que consigam – explicou Draco – Esse ministério não deve agüentar muito tempo mais. É só uma última vingança. Para não perder o jeito. A decisão deles vai ser contestada hoje mesmo na justiça por nós e pelo sindicato dos jogadores. E os patrocinadores dos times vão ficar loucos com a possibilidade de perder o Potter. Os donos da TV Bruxa vão pirar quando descobrir. Não acho que isso funcione. O mais sério é a venda do time.

- Eles podem ferrar a vida de todo mundo – falou Krum, no seu costumeiro tom carrancudo.

- É aí que entro eu, o cavaleiro loiro protetor dos seus jogadores – disse Malfoy com sarcasmo, apontando para o próprio peito e fazendo um ar de seriedade.

- Eu acho que não quero ouvir essa parte... – resmungou Rony.

- Não seja um bruxo descrente, Weasley – ralhou Draco de brincadeira – Principalmente quando você está prestes a jogar no meu time. A propósito: alguém gostaria de conhecer os recantos bruxos do Novo Mundo?
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- Não, o senhor não vai tomar outro sorvete. Sua mãe me mataria – dizia Harry ao pequeno Owen, que fazia a sua melhor cara de garoto pidão abandonado.

Era um dia totalmente trouxa para eles. Foram a um bonito parque onde realizaram um piquenique na hora do almoço e iriam depois a um parque de diversões. Andy e Toledo se divertiam muito com as brincadeiras entre Harry e os filhos de Toni e Helga. Era muito bom ver o amigo relaxado para variar. Alguns bruxos que passavam pelo local faziam questão de cumprimentar “Mergulho” Potter e alguns, fãs de quadribol, pediam autógrafos também aos companheiros de time de Harry. Este, por sua vez, se divertia muito com Miriam tentando chamar atenção de Andy, enquanto o brasileiro a tratava como criança, exatamente como aos irmãos mais novos da garota. Então, quando saíam do parque, o humor da filha mais velha dos M’Bea realmente azedou. Uma garota morena, bastante bonita, correu na direção do brasileiro, abraçando-o e lhe dando um beijo apaixonado. As três crianças fizeram cara de nojo imediatamente.

- Credo! Ele também gosta de ficar pondo a língua na boca das garotas – disse Miriam contrariada.

- Não sei que graça os caras vêm nisso – disse Daniel – É nojento!

Rindo muito dos comentários dos guris, Harry e Toledo foram apresentados a Amanda Trindade, namorada de Andy. A garota era brasileira como ele e estudava na Inglaterra, no Instituto Merlin de Direito Bruxo. Era filha de diplomatas do seu país que serviam no Reino Unido e havia conhecido Andy num acampamento de férias para bruxos estrangeiros na Irlanda. Isso foi logo depois do batedor ter disputado um torneio de jovens, que havia chamado a atenção do mundo mágico para o seu talento.

Estranhamente Harry sentiu-se muito feliz por saber que o rapaz, que era realmente muito simpático, tinha uma namorada fixa e parecia muito feliz ao lado dela. Havia pensado que ele gostava de Gina, apesar da advertência que esse lhe fizera na Mansão Malfoy. A garota brasileira ficou encantada em conhecer o “grande” Harry Potter. Parecia também conhecer muito de quadribol, pois fez vários comentários sobre partidas da temporada passada, tendo ficado radiante com a possibilidade de conhecer Vitor Krum, Toni M’Bea e “Maluco” Weasley, que Harry lhe garantiu serem seus grandes amigos. Seguindo o hábito brasileiro, beijou Harry, Toledo e as crianças M’Bea, que ficaram indignadas (com exceção de Owen), quando a moça se referiu a eles como “crianças bonitas”.

- Eu não sou criança – disse Miriam de mal humor – Fiz onze anos no mês passado.

- Eu já tenho quase nove – emendou Daniel contrariado.

- Desculpem, eu não sabia - disse a brasileira, piscando para os amigos do namorado, que se esforçavam muito para controlar o riso – Se eu pagar um sorvete, vocês me perdoam? – perguntou, fazendo-se de muito séria.

- Tudo bem – respondeu Miriam ainda desconfiada – Mas nada de ficar beijando o Harry também.

- Pode deixar – disse a namorada de Andy, as costelas doendo de vontade de rir.

- É, a minha irmã fica com ciúmes... AI! – gritou o pequeno Owen quando a menina beliscou-o no braço.
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- Deixa ver se eu entendi – disse Rony, fazendo aquela cara de concentração, que Hermione achava uma graça, mas Gina dizia que parecia uma cara de idiota – Você pretende comprar o time dos Cannons? E nós vamos fazer uma excursão pelas Américas?

- Não, Weasley, eu não pretendo comprar o time dos Cannons. Eu vou comprar o time. Isso eu já decidi. E não me olhe com essa cara de desconfiança. Eu vou salvar a carreira de todos vocês. E, antes que você faça algum daqueles seus comentários grifinórios, não, eu não vou comprar o time porque eu sou bonzinho. Acho que esse time vai dar muito dinheiro. Só que Newland Balthus e os outros proprietários são estúpidos demais para perceber isso. Essa excursão vai render dinheiro e prestígio e as Vassouras Nimbus vão pagar todas as despesas e conceder generosos cachês a todos. A TV Bruxa vai cobrir todos os jogos e o Banco Gringotes, que está abrindo filiais na América Latina e nos Estados Unidos, vai colocar aquela placas mágicas de publicidade nos placares eletrônicos e atrás dos aros. Galeões aos montes, meu chapa. Mas... – e Draco Malfoy fez uma pausa dramática – Eu infelizmente não posso obrigar ninguém a participar dessa excursão. É época de férias e qualquer jogador pode recorrer ao sindicato para não jogar nas férias. Eu não posso obrigar ninguém.

- Só que se a gente não for, o time já era – bufou Gina Weasley.

- Uma avaliação absolutamente concisa e exata da nossa situação, Srta. Weasley – disse Draco friamente.

- Você tem dinheiro para comprar o time? – perguntou Toni – E, o mais importante, os caras querem vendê-lo?

- A resposta para as duas perguntas é sim e não – como Toni e os demais fizeram uma cara de ponto de interrogação, Draco acrescentou: - Eu tenho dinheiro, mas não todo ele disponível no momento. E os donos não pretendem vender, mas eu vou comprar assim mesmo.

- Ah, agora nós entendemos tudo... – resmungou Rony.

- É o seguinte: O time está avaliado no Banco Gringotes em trinta milhões de galeões. Qualquer novo empreendimento no mundo mágico deve ser registrado no Banco dos duendes e no Ministério da Magia com um valor mínimo de avaliação de compra. Trinta milhões é o valor atual. É quase simbólico.

- Trinta milhões é um valor simbólico ? – espantou-se Hermione.

- Esse time de quadribol, se tudo der certo, estará valendo dez vezes mais em um ou dois anos, Hermione. Apenas aqueles velhotes não têm paciência de esperar. Os caras querem lucro imediato ou nada. Felizmente eu aprendi algumas coisas estudando com os trouxas.

- Mas, você tem trinta milhões? – perguntou Rony impressionado.

- Na verdade tenho muito mais do que isso. Ora, não façam essa cara! Todo mundo sabe que os Malfoys são obscenamente ricos. Trapaça e desonestidade sempre renderam muito dinheiro tanto no mundo bruxo quanto no mundo dos trouxas. O problema é que, mesmo no nosso mundo, é impossível reunir trinta milhões da noite pro dia. Muita coisa está investida no exterior, muito está investido em propriedades. Eu posso contar imediatamente com vinte milhões.

- Mas, você não disse como vai comprar o time, se os donos não querem vendê-lo – falou Gina.

- Se eu depositar o valor estipulado, eles não poderiam negar a venda. Só que se aqueles velhacos ficarem sabendo remotamente do meu interesse, o preço quadruplicaria num piscar de olhos. Por isso eu não posso pedir um empréstimo aos duendes.

- Eles não dariam dinheiro a você? – perguntou Hermione.

- É claro que dariam, com todas as propriedades que eu poderia dar como garantia, só se eles fossem retardados, e acredite, aqueles duendes, em matéria de dinheiro não o são. Mas, rapidamente todo mundo ficaria sabendo. Um empréstimo desses não passaria desapercebido. Todos os caras ricos do mundo bruxo possuem informantes no banco. Eu tenho informantes no banco.

- Bem-vindos ao mundo dos ricos e famosos – disse Helga de maneira irônica.

- Pois é – concordou Draco – Eu preciso de dez milhões até depois de amanhã, que é o prazo que me foi dado para convencer o Potter a aceitar a proposta dos ianques e vocês a aceitar qualquer coisa.

Toni e Helga trocaram um olhar enigmático durante alguns segundos. A esposa de Toni acenou com a cabeça, como que aprovando alguma coisa. Finalmente Toni se manifestou. Sua voz de barítono enchendo a sala:

- Eu poderia lhe emprestar três milhões.

Todos olharam o africano espantados. Os Weasleys, mesmo se tivessem tanto dinheiro assim, jamais dariam um nuque a Draco Malfoy, quanto mais três milhões de galeões.

- Você tá maluco, cara! – disse Rony.

- Eu empresto quatro – disse Vitor Krum, quase derrubando Gina e Rony da poltrona em que estavam sentados.

- Vocês todos estão pirados – insistiu Rony.

- Veja bem, Rony – disse Toni, com aquela voz de um cara que respira sabedoria e bom senso – Estou fazendo isso pela gente e pelo Harry. Não vou permitir que um bando de caras ricos, muitos deles simpáticos ao Lorde das Trevas nos impeçam de fazer o que sabemos fazer e ganhar dinheiro. Se isso significa tornar Draco Malfoy dono do time, eu não tenho nada contra – acrescentou, aumentando o tom de voz nas últimas palavras para deixar bem claro seu ponto de vista. Helga o fitava com admiração.

- Sra. M’Bea? – dirigiu Malfoy a interrogação a Helga, certamente para verificar se a esposa do africano tinha algo a contestar.

- Nesse caso eu apoio Toni integralmente – disse gentilmente a mulher.

- Você pode contar com a gente, Malfoy – confirmou Krum a sua posição.

- Mas, ainda faltariam três milhões – ponderou Hermione.

- Bem – fez de novo Draco, anunciando uma nova pausa dramática – Pensei em pedir a Harry Potter.

- O QUE? – boaquiabriram-se os irmãos Weasleys ao mesmo tempo. Mesmo Hermione olhava surpresa.

- E quem disse que o Harry tem tanto dinheiro assim? – quis saber Gina.

- Ora, francamente! – disse Malfoy impaciente – Vocês são praticamente a família do sujeito e não sabem o quanto ele é rico?

- Na verdade nunca falamos de dinheiro – admitiu Rony – Sempre soubemos que o Harry era rico, mas Gui cuida das suas finanças e nunca discute a quantidade de dinheiro que ele tem no Gringotes com ninguém.

- Acredite, Weasley – retrucou Draco – Esses três milhões não fariam a menor falta para ele. Não com a fortuna dos Blacks e dos pais dele, além do que ele ganhou com o quadribol nos últimos anos.

- E posso saber como você soube a quantidade de dinheiro que o Harry possui? - perguntou Rony desconfiado.

- Meus informantes, é claro – respondeu o loiro com tranqüilidade, como se ter informantes que forneçam cifras de outras pessoas fosse a coisa mais normal do mundo mágico.

- Não sei se gosto dos seus métodos, Malfoy – falou Gina.

- Ah, parem com isso! – disse o ex-sonserino impaciente – Eu poderia tentar resolver isso do modo grifinório, honesto e cheio de virtudes. O que a gente conseguiria? A carreira do amigo de vocês e de todos vocês arruinadas. Ou vocês teriam que jogar onde os caras quisessem ou passariam anos contestando na justiça, sem poder jogar. Como vocês acham que o Potter sentiria se soubesse que pode prejudicar todos vocês, com o complexo de salvador do mundo que o cara carrega? OK, eu admito, eu quero ser dono do time e ganhar dinheiro, mas eu quero que a gente faça isso junto. Se eu fosse o sacana de antigamente, aceitava o dinheiro do Balthus e ferrava com vocês.

- Eu acho que ele está certo, Rony – falou por fim Hermione.

- Estou? - perguntou Malfoy, surpreso de alguém do “clube dos adoradores do Santo Potter” concordar com os seus métodos sonserinos.

- Está. E eu já disse que acho que no momento o quadribol e a companhia dos amigos é a melhor terapia que o Harry pode ter. Mesmo que seus “métodos”, Malfoy, sejam os únicos disponíveis. Não sei se concordo com eles, mas também não vejo outra saída. Ainda mais se os demais estiverem dispostos a ariscar. Mas... – agora era Hermione quem fazia uma pausa dramática – Eu espero que o meu emprego de medibruxa do time esteja ainda em pé.

- Claro que está – retrucou Malfoy.

- Muito bem. Então só pega uma vassoura quem eu permitir. Harry e Toledo estavam fisicamente péssimos. Vitor também não estava muito bem. Não sei quem foi o assassino do curandeiro que permitiu que vocês jogassem. Mas, comigo, só jogam aqueles que tiverem ossos e músculos no lugar. E quando não estiverem no lugar, eu vou colocá-los pessoalmente! – vociferou a jovem curandeira, não deixando dúvidas das suas intenções.

- Oh, céus! – lamentou Vitor Krum – Acho que vou voltar para a Bulgária, onde os curandeiros são apenas simpáticos às artes das trevas.

O comentário de Krum provocou risadas intensas na sala. Não que a piada tivesse sido assim tão engraçada, mas Vitor Krum fazer um gracejo era coisa de se comemorar. Hermione não se deixou abalar e continuou:

- E tem o Harry. Ele só vai jogar quando eu achar que está em condições. Não me interessa o quanto os patrocinadores, os ianques ou sei lá mais quem queiram que ele jogue.

- Você manda – concordou Malfoy mais uma vez – Mas, ele precisa estar presente nos jogos na América, jogando ou não.

- Isso não tem problema. Uma viagem realmente lhe fará bem – assentiu a jovem - Mais uma coisa: você só fala com o Harry sobre o dinheiro, sobre a excursão e a situação atual do time depois da festa dele. E nada de pressioná-lo! – acrescentou com o espírito protetor que sempre assumia quando o assunto era o seu melhor amigo.

- Eu concordo – disse Helga – O garoto merece pelo menos uma festa decente.

Quando todos já estavam de saída, Toni disse para Draco:

- A propósito: você está convidado para festa na minha casa. Vou deixar o endereço.

- Eu? – surpreendeu-se o loiro.

- Não, a Murta que Geme – disse Rony sarcástico – Aparece lá, Malfoy. Assim você pode falar com o Harry depois da festa. Pelo menos compra uma lembrança pro cara, já que você vai pedir dinheiro pra ele.
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Gina Weasley amaldiçoou-se pela enésima vez naquele final de tarde. Ela não havia comprado um presente para Harry. Não podia deixar de fazer isso agora que eles eram amigos. “Amigos”. Pensar em Harry dessa forma partia seu coração. Quem ela queria enganar? Amava Harry. Tivera namorados tentando esquecê-lo, dormira com alguns deles para esquecê-lo, mudara de país para esquecê-lo e não havia conseguido. Tinha tomado uma decisão. Precisava saber se o rapaz ainda sentia alguma coisa por ela como Toledo havia lhe dito. Essa viagem para a América seria decisiva.

Aparatara em frente à nova loja de roupas que havia em Hogsmeade. A “Mix” vendia roupas bruxas e trouxas de qualidade e grife. Era tão bom ter dinheiro, depois de passar a maior parte da vida na pobreza, pensou Gina. Nessa loja poderia escolher entre roupas trouxas que Harry normalmente usava, mas de melhor qualidade, ou as vestes bruxas belíssimas que ficavam expostas no departamento apropriado. A “Mix” era freqüentada por jovens bruxos ricos e descolados. Filhos dos executivos das grandes empresas, cantores de rock, incluindo os membros dos grupos “As Esquisitonas” e “Os Caldeirões Negros”, jogadores de quadribol, corredores de corrida de vassouras. Enfim, a fauna bonita, rica e de bom gosto do mundo mágico. E também os insuportavelmente metidos.

Gente como Jane O’Neal, pensou Gina levemente contrariada. Coincidentemente a pessoa cuja lembrança causava contrariedades à ruiva, estava na loja naquele momento, acertando o pagamento das compras que fazia regularmente. Gina sempre via retratos da garota da seleção irlandesa nos anúncios da loja nas revistas bruxas. No dia anterior ela comprara uma bonita camisa de seda, que fora dada de presente a Harry. Infelizmente o rapaz desmaiara e só pela manhã, antes de partir, recebera o seu presente.

Olhando distraidamente o movimento da loja, Jane O’Neal viu a alguns metros dela, Gina Weasley. A ruiva certamente procurava também um presente para o Eleito. O’Neal aproveitou para reparar atentamente nos modos discretos da ruiva. Certamente não era uma pessoa acostumada a escolher roupas caras. Jane também, como boa sonserina, avaliou a rival, medindo-a de alto a baixo. Contrariada, teve que admitir que a grota era realmente bonita. Um tipo de beleza sem excesso de adornos, um tanto selvagem, mas que provavelmente muitos homens achariam devastadora. Ou rapazes como Harry.

E a garota também tinha estilo. Mesmo sendo óbvio que não era uma assídua freqüentadora daquele tipo de estabelecimento, não se sentia nem um pouco intimidada com o ambiente esnobe.

- Não, ele não gosta de preto – disse a ruiva para a atendente que lhe mostrava belas vestes bruxas totalmente negras.

- Talvez esse azul escuro combine com os olhos dele – disse Jane O’Neal, já a dois passos da garota.

- Desculpe? – virou-se Gina em direção à voz com ligeiro sotaque norte-americano e então a reconheceu. “Era só o que me faltava”, pensou a ruiva.




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