UM MALFOY DESCONTROLADO

UM MALFOY DESCONTROLADO



Coluna de Marla Donovan, no “Profeta Esportivo” de 31 de julho:

Hoje Harry Tiago Potter completa vinte e um anos de idade. Vinte e um anos! Ouvimos falar nesse jovem há tanto tempo que parece que Harry existe há séculos. Mas ele só possui vinte e um anos. Um garoto, para pessoas da minha idade. Já disse várias vezes que nessas duas década e meia que acompanho o quadribol britânico e internacional, nunca vi um jogador como ele. “Mergulho” Potter, foi o apelido que Lino Jordan lhe deu pela sua facilidade de realizar aqueles incríveis vôos verticais em direção ao solo e emergir com o pomo de ouro e um sorriso nos lábios. Poderia preencher todas essas linhas para falar de suas excepcionais qualidades como apanhador e também como artilheiro, que parece que se tornará a sua posição de agora em diante.

Infelizmente, caros leitores, tenho que tratar nessa coluna de assuntos relacionados à política de nosso não muito estimado governo bruxo. Infelizmente, devo insistir. Na verdade, política é uma coisa que me interessa muito pouco, a não ser na condição de cidadã do mundo mágico. Como tal, assim como milhares de outros bruxos, sobretudo aqueles descendentes, como eu, de pais trouxas, possuo um débito inestimável para com Harry Potter e seus amigos da Ordem da Fênix, que nos livraram da ameaça do Lorde das Trevas, com o risco da própria vida e com um uma coragem sem par.

Depois de tudo que esse garoto passou (aqui estou eu de novo chamando-o dessa forma!), que não vou repetir aqui, pois as agruras da vida de Harry são de conhecimento público, seria de se esperar que o governo bruxo fosse grato a ele, ou no mínimo o deixasse em paz para exercer os seus talentos no quadribol. Afinal, como herói da guerra contra “você-sabe-quem”, grande apoiador e financiador de várias obras sociais, seria de se esperar que ele fosse tratado como um verdadeiro esteio da comunidade mágica do Reino Unido. Mas não é assim que as coisas se passam.

Depois da patética tentativa de acusá-lo de ingerir substâncias ilegais, cujo resultado foi aquele vexame magistral que todos viram o desfecho, os nossos burocratas, que parecem não ter nada para fazer além de aporrinhar Harry, voltaram à carga, agora tentando impedi-lo de jogar, alegando uso de “magia excessiva”. Ou seja, acusam-no de trapaça. Bom, era de se esperar que de trapaça o nosso ministério entendesse, depois daquelas que vêm realizando contra o jogador em questão. Tudo porque Harry marcou um gol espetacular, arremessando a goles de aproximadamente sessenta metros de distância. Que ótimo! Agora todos os bons jogadores estarão sob suspeita.

Realmente não me interessa, embora suspeite, das razões do ministério na sua perseguição insana ao “garoto que sobreviveu”. Só tenho uma coisa a dizer: deixem o jovem em paz! Deixem-no fazer o que ele sabe fazer (bem), que é jogar quadribol. Outro dia, eu cobria a reunião anual da Associação Internacional de Quadribol e conversando com Max Brankovitch, capitão do selecionado dos Estados Unidos, esse me perguntou se nós ingleses éramos loucos, perseguindo um jogador sensacional como Harry. No final da conversa, ele foi ainda mais irônico:

- Por que vocês não mandam o cara pra América? Lá nós trataríamos o garoto como um rei.

Pois é, caros leitores. Sem mais comentários. E esperamos que Harry tenha realmente um feliz aniversário, junto às pessoas que ama. Sinceramente, ele merece pelo menos isso.
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- Você devia ter confiado em mim – disse Gina entre os braços de Harry. Sem dúvida a cerveja amanteigada tomada em excesso estava começando a fazer efeito. A garota se sentia leve e etérea, e ao mesmo tempo cheia de coragem e energia. Ou talvez fosse o ponche que os gêmeos haviam batizado com uma generosa dose de rum de groselha – Mas, eu também deveria ter entendido as suas razões. Digo, uma vez que você é o amor da minha vida.

- Sou? – perguntou Harry atônito. Ele percebeu que a garota estava um tanto alterada, mas aquela conversa era realmente perturbadora. Não conversavam dessa forma desde aquele fatídico dia chuvoso.

- Você sempre foi – respondeu Gina com a voz embargada – como eu poderia não amar você? – perguntou a garota, de uma maneira estranha e sonhadora, que lembrava um pouco Luna Lovegood nos seus bons dias. Aquela lua, a brisa que começava se tornar fria naquele momento, o cheiro das flores do jardim dos M’Bea, tornava tudo levemente onírico e irreal.

- Você não quer falar disso durante o dia? – perguntou Harry inseguro. Ele teve vontade de dizer: “Você não quer falar disso quando estiver sóbria?”. Temia que as palavras ficassem perdidas como num sonho. Mas não se atrevia a soltar a ruiva, que parecia se apoiar nele, e ignorando a pergunta, continuou:

- Você nunca dormiu com uma garota, não é mesmo?

Harry afastou-se um pouco, afrouxando o abraço. Olhou a ruiva, constrangido, temendo que ela estivesse zombando dele. Ela não estava. A sua expressão era triste e seus olhos brilhavam sob o luar. Ele nunca a achou tão linda. Ou melhor, achou. Cada uma das vezes que estiveram juntos abraçados. Cada vez era como se fosse a primeira. Ele a julgara linda todas as vezes. Sem permitir uma resposta, a menina disse:

- Não sei se mereço um garoto como você, Harry. Mas eu ainda te amo. Muito – ela murmurou e agarrou-se a ele como se Harry fosse a sua tábua de salvação, como se precisasse dele para não se afogar. Harry a amparou e juntos sentaram num dos bancos em volta do jardim. Gina aconchegou-se a ele e ficaram muito tempo sem dizer nada. Quando o rapaz tirou uma mecha que caia sobre o rosto da ruiva, percebeu surpreso que ela dormia. Abraçada a ele.
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- Eu sou uma idiota, uma cretina! – vociferava Gina Weasley no dia seguinte à mesa do café da manhã. Uma dor de cabeça ameaçando rachar-lhe o crânio.

Helga e Hermione tentavam com esforço conter o riso. Eram nove horas da manhã e Hermione havia ficado na casa dos M’Bea para ajudar os amigos com a bagunça resultante da festa, uma vez que o casal não possuía elfos domésticos (uma forma abjeta de escravidão, na opinião da Sra. M’Bea) e os empregados que faziam a limpeza só viriam no dia seguinte. Os demais haviam voltado de madrugada para as respectivas residências e Toni não acordaria tão cedo. Não depois do rum batizado dos gêmeos e dos vários números musicais com os quais tinha brindado os convidados até altas horas.

- Gina, tome pelo menos um suco de laranja. Depois eu lhe dou uma poção contra ressaca – disse Hermione, com o já conhecido espírito de medibruxa profissional.

- Quer dizer que todo mundo viu o Harry me carregando para o quarto? – perguntou a ruiva com uma tênue esperança de que as amigas dessem uma resposta negativa à pergunta.

- Hum-hum. E foi lindo, devo acrescentar – disse Helga com uma expressão romântica.

- Oh, céus! – lamentou-se Gina – Os gêmeos devem ter se divertido à beça.

- “O que você fez com a nossa irmãzinha, seu anão degenerado” – imitou Hermione, a voz grossa e zombeteira de Fred Weasley.

- “Embebedar a garota para se aproveitar dela é um truque muito baixo, Potter” – imitou Helga a voz mais grave e igualmente cínica de Jorge – “Acho que vamos ter que fatiá-lo e servi-lo no café da manhã no lugar do bacon”.

- “Você sabe realmente como fazer uma garota cair nos seus braços, Potter” – disse Hermione numa voz arrastada, que era uma imitação engraçada de Draco Malfoy.

- Maldição! – praguejou a ruiva, acrescentando depois alguns palavrões que chocaram Hermione (“Gina, por favor!”) e arrancou muitas risadas de Helga.

- Nossa! – surpreendeu-se a Sra. M’Bea – Esse último eu ainda não tinha ouvido. O que significa a expressão...

- Acho que eu não quero saber – interrompeu Hermione constrangida.

- Eu vou matar Fred e Jorge por causa daquele ponche! – praguejou Gina novamente – E meus pais vão me matar depois – acrescentou baixinho para ela mesma.

- Mas, fora o desmaio – e Helga aqui se esforçou muito para não rir, o esforço fazendo com o os seus olhos lacrimejassem – seria muito indiscreto perguntar o que aconteceu?

E Gina contou às amigas o estranho diálogo etílico e onírico que tivera com Harry, de como se agarrara a ele até adormecer, sentindo-se mais patética ainda depois de relatar o ocorrido.

- Se eu soubesse que você precisaria ficar bêbada para ter essa conversa com Harry, eu mesma teria embebedado você há mais tempo – desabafou Hermione, com a concordância de Helga.

- Mas, ele não disse nada – choramingou a ruiva – A essa altura ele deve estar pensando que eu sou uma bêbada idiota que precisa tomar uns drinques pra ficar romântica.

- Ele não disse nada porque, se eu conheço bêbados sentimentais, você deve ter desatado a falar sem ouvir nada do que ele tinha a dizer – ralhou Helga.

- E depois você apagou – completou Hermione, fazendo com que Gina se sentisse mais miserável ainda – Mas há um jeito de resolver isso, sabe?

- Há? – perguntou a ruiva esperançosa.

- VÁ ATRÁS DELE! – disseram as amigas ao mesmo tempo.
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- O que diabos é um passaporte? – perguntava Draco Malfoy exasperado a Zabini, seu fiel assessor, que embora de uma tradicional família bruxa, havia, a pedido do seu chefe, estudado tudo a respeito dos trouxas.

- Você tirou um quando viajou para Alemanha como trouxa para estudar, lembra? – explicou o rapaz negro – É que eles não pedem dentro dos países da Comunidade Européia.

- E por que aqueles ianques malucos exigem isso? – resmungou Draco contrariado. Domingo o time partiria para os Estados Unidos para uma série de jogos e depois iria para o Peru e o para o Brasil. Como não era possível ir para o país da América do Norte através de chave de portal, eles iriam de avião como trouxas. Draco conseguiu passagens num vôo domingo à tarde. E hoje já era quinta feira e ele não se lembrava como conseguir os tais...

- Como é mesmo o nome do negócio, Blas? – questionou Draco pela enésima vez.

- Passaporte – respondeu pacientemente o assessor.

- Pansy, ligue-me com Leo Pires – disse o loiro amplificando a voz através de um feitiço para que a sua secretária o ouvisse na sala ao lado.

Pires era um português residente na Inglaterra há muito tempo. Único nascido trouxa (um “aborto”, portanto) numa tradicional família de bruxos europeus, ganhava muito bem a vida providenciando coisas trouxas para bruxos. Exemplo: carta de motorista e aulas de volante para bruxos que queriam dirigir automóvel, informações sobre investimentos financeiros no mundo dos trouxas para bruxos que queriam diversificar seu patrimônio. E toda uma sorte de coisas para bruxos que gostavam de coisas de trouxas, mas que não queriam se misturar com eles. E certamente sabia onde e como obter passaportes em tempo recorde.

- Deixa eu ver - dizia Draco ao telefone – Os jogadores, que você sabe quem são, a namorada do garoto brasileiro, a medibruxa do time, esposa e os filhos do Toni e mais três garotos da escola de quadribol do Potter e do Weasley, que serão reservas... Como assim, o nome deles? Eu vou pagar uma fortuna e você ainda quer que eu saiba o nome completo de todos? Era só o que me faltava... Como assim, reserva? Não é só ir lá no aeroporto e pegar o avião? O QUE SIGNIFICA “RESERVAR” PASSAGENS?

Zabini se divertia muito com as trapalhadas do chefe e com a sua constante surpresa sobre a complexidade do mundo dos trouxas. Como havia estudado bem esse mundo, já havia reservado a maioria das passagens e sabia que não haveria dificuldades em encaixar mais pessoas, mesmo sem reservas, pois esse vôo de domingo não era dos mais movimentados. Esclareceu o loiro sobre isso com um sinal de que tudo estava bem nesse quesito.

Como eram férias dos jogadores, o time viajaria como se fosse uma viagem de lazer. Mas iria jogar, é claro. Familiares e namoradas acompanhando o time para dar à imprensa a idéia de um grupo unido como uma família feliz.

- Ótimo. Eu lhe darei os nomes e providenciarei as fotos até o início da tarde – concluiu Malfoy, desligando o telefone. Depois, virando-se para o assessor, disse dramaticamente:

- Como o mundo dos trouxas é esquisito! E, Blas, eu quero todo mundo na Mansão Malfoy à tarde e arrume alguém para tirar as fotos para o passaporte.
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Poderia ter aparatado direto no apartamento que o irmão dividia com Harry. Embora isso não fosse muito educado no mundo bruxo, não haveria problemas. Os amigos dos rapazes viviam aparecendo sem avisar. Mas Gina precisava andar, tomar um pouco de ar e esperar que a poção que Hermione lhe havia dado fizesse o seu santo efeito.

Embora se sentisse um lixo naquela manhã, caminhava decidida com suas roupas simples de trouxas e os olhares cobiçosos que recebia dos bruxos no Beco Diagonal mostrava que não estava tão ruim assim.

- Harry? – chamou cautelosa, ao entrar no apartamento e ver o ex-namorado sentado no sofá da sala de estar. Seu irmão Rony provavelmente ainda dormia, uma vez que o ruivo detestava levantar cedo. Ao chegar mais perto, percebeu chocada que o moreno tremia de maneira descontrolada.

- Oh, céus, Harry! – lamentou-se a garota – Eu vou chamar o Rony.

- Não! – reclamou o rapaz com dificuldade – Fique comigo um pouco... Por favor... – ofegou.

Sentando-se ao lado de Harry, Gina o abraçou e depois, com dificuldade, fez com que o rapaz repousasse a cabeça no seu colo. Ele estava gelado e o suor fazia com que os cabelos grudassem na sua testa.

- Você é uma ilusão, não é? – perguntou, a respiração irregular fazendo com que as palavras saíssem com dificuldade – Eu sempre sonho com você...

Sufocando o choro e a dor de perceber o quanto Harry ainda sofria por ela, Gina colocou as mãos frias do rapaz entre as suas, acariciou a sua face, afastando os cabelos úmidos da sua testa e disse de maneira decidida:

- Eu sou real Harry. E isso também é – acrescentou, abaixando-se, enquanto o rapaz se levantava de encontro a ela, fazendo com que os lábios dos dois se tocassem suavemente. Depois, ainda segurando as mãos de Gina, Harry recostou a cabeça de novo em seu colo. Fechou os olhos, aos poucos se acalmando e a ruiva percebeu que um leve sorriso se formava no seu rosto, adormecendo a seguir.

Minutos mais tarde, Rony, que saía do seu quarto ainda bocejando, parou surpreso ao ver a cena: Harry dormindo no colo de Gina, que lhe acariciava o rosto. O conhecido ar maternal que tantas vezes tinha visto na matriarca dos Weasleys parecia iluminar a garota. O ruivo, por um momento, pensou em fazer algum comentário engraçado, mas mudou de idéia ao receber um olhar cortante da irmã mais nova.

- Então... – ia dizendo Rony.

- Então nada – cortou a ruiva – Chame Hermione. Agora.
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- O POTTER É MEU, OUVIRAM BEM? MEU! – gritava um histérico Draco Malfoy na presença de Zabini, Pansy Parkinson, Goyle e da família M’Bea que havia acabado de chegar na mansão. Depois, percebendo como a frase deve ter soado, olhou sem jeito para os presentes e acrescentou mais calmo: - Hum, isso soou meio gay, não é mesmo?

- Bastante, chefe – concordou Goyle, um sorriso cínico formando-se na carona de trasgo.

- Definitivamente – acrescentou Zabini de maneira profissional.

- Gay Power, eu diria – cutucou Pansy, caindo na risada em seguida.

“Malditos sonserinos”, praguejou Draco mentalmente. Estava ficando mal acostumado no meio de tantos grifinórios politicamente corretos. A razão da histeria do loiro estava associada ao fato de que havia sabido naquele momento que os norte-americanos estavam dispostos a pagar até dez milhões de dólares bruxos para ter Harry Potter no time dos Azulões de Fitchburg, tri-campeão nacional e duas vezes campeão da Copa da América do Norte e Caribe. Um jornalista do Profeta Esportivo acabara de ler para Malfoy por telefone a notícia que circulava na imprensa bruxa da América desde o começo da semana. Fazendo as contas mentalmente, descobrira que dez milhões de dólares bruxos dava quase sete milhões de galeões ingleses. “Malditos ianques!”, praguejou mais uma vez.

O time em questão era de propriedade de um bruxo muito rico da costa leste que não poupava esforços para atrair para a sua equipe os melhores jogadores do mundo. Harry Potter com certeza turbinaria a Liga do país, que tinha a concorrência do Trancabola, esporte assemelhado ao quadribol, muito popular entre os bruxos da América. E Malfoy não podia pagar tudo isso a Harry agora, quando estava acabando de comprar o time.

- Potter não vai aceitar ir pra América, chefe – resmungou Goyle na sua voz de trasgo.

- Ele é um maldito grifinório, Draco – concordou Zabini, com a sua frieza característica – Esses caras não ligam pra dinheiro.

- Sim – vociferou Toni – encarando com hostilidade o assessor de Draco – Se ele fosse um maldito sonserino , certamente mataria a mãe por dinheiro. Sem ofensas, Draco.

Por um momento a tensão pairou no ar, com os dois homens negros encarando-se com hostilidade. Os filhos de M’Bea, gostando de ver o pai colocar aquele metido no seu devido lugar. Foi quando as pessoas esperadas começaram a chegar, desviando a atenção de todos.

Apollo Cole, bem vestido como sempre, com roupas elegantes de trouxa. Aidan Lynch, o treinador irlandês, Toledo, Andy e a namorada Amanda, que já estavam hospedados na mansão, mas haviam saído para dar uma volta.Vitor Krum entrou em seguida, cumprimentando a todos com um leve aceno de cabeça. Finalmente chegou o “Trio Maravilha”, seguido por Gina Weasley. A garota abraçava Harry, mas parecia ser muito mais para amparar o rapaz do que um abraço de namorados. Isso não escapou a Malfoy, que olhou preocupado para o moreno. “Ah, droga, Potter, não vá morrer agora”, pensou, esforçando-se para convencer a si próprio que sua preocupação com o “garoto que sobreviveu” era apenas de natureza comercial.

Logo após Harry e seu grupo, chegaram dois rapazes e uma moça, alunos da escola de quadribol que ele e Rony mantinham, todos muito intimidados com o luxo da mansão e pelo fato de estarem na presença de jogadores tão famosos. Eram recém-formados em Hogwarts e seriam os reservas do time na excursão pelas Américas. Formariam, com outros rapazes e moças, uma espécie de segundo time e substituiriam os titulares quando necessário durante a temporada normal.
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- Por favor, Potter – dizia de maneira patética Draco Malfoy – Você não pode me abandonar agora. O nosso time sem você não será a mesma coisa.

- Quem diria... – gracejou Rony – Draco Malfoy implorando.

- Implorando? Implorando? – perguntava Malfoy, de novo à beira da histeria – Eu nem comecei a implorar ainda! Eu estou sem tempo para manter a dignidade, Weasley! Eu deixo isso para os grifinórios como você – Depois, virando-se para Harry, continuou: - Você não estaria interessado num pagamento em bruxas virgens etíopes, não é mesmo?

- Como é que é? – disseram ao mesmo tempo Rony e Andy, recebendo dolorosas cotoveladas de suas respectivas namoradas.

- Malfoy, não seja nojento! – esbravejou Gina.

- Que tipo de pagamento é esse? – indagou Cris Toledo, ficando constrangida depois, com olhar escandalizado da ruiva em direção a ela – Quer dizer, só por curiosidade... – tentou concertar a peruana, muito sem jeito.

- Eu gostaria de lembrar que há crianças na sala – advertiu Helga, obtendo a concordância do marido e de Hermione.

- Vamos deixar o ”pagamento” de lado, certo? – falou finalmente Harry com um certo ar cansado. Todos estavam acomodados em sofás, poltronas ou sentados no chão, no carpete macio. Gina não desgrudava do rapaz desde a crise da manhã – É claro que eu não estou interessado em ir pros Estados Unidos, Malfoy.

O loiro abriu um imenso sorriso, como se o natal tivesse sido antecipado e vários sábados de sol tivessem se seguido ao evento natalino, possibilidade bem remota na Inglaterra, diga-se de passagem.

- Eu acho que você deveria considerar essa possibilidade, Harry – falou Gina calmamente – Quero dizer, ir para os Estados Unidos.

Todos os rostos na sala viraram-se para a ruiva. “Ela tá maluca?”, perguntou Zabini para Pansy, muito baixo, mas o silêncio que caiu no aposento foi tão assombroso que todos o ouviram, fazendo com o que o rapaz negro se encolhesse constrangido. Harry a encarou surpreso.

- Falo sério – insistiu a jovem – O governo fica enchendo o saco do Harry, nós dependemos dele pra que esse time não vá pro brejo. É muita pressão. Acho que ele poderia se recuperar melhor das crises de abstinência sem tudo isso, longe da Inglaterra.

- Gina, querida – disse Harry, ainda um tanto ofegante, talvez efeito da crise da manhã, talvez tentando controlar a ansiedade. As mulheres presentes mal puderam conter um suspiro ao ouvir o garoto chamar a ruiva de “querida” – O quadribol e o dinheiro me interessam muito pouco. Quer dizer, eu gosto de jogar quadribol, mas jamais faria isso longe dos meus amigos. Longe de vocês – disse, varrendo a sala com os olhos – E eu ficaria muito infeliz se ficasse longe de você mais uma vez – acrescentou, olhando para a ruiva, agora sim, arrancando suspiros de Helga, de Toledo e um sorriso cúmplice de Hermione. A garota da escola de quadribol e Amanda enxugaram discretamente uma lágrima. Os garotos M’Bea imediatamente começaram a aplaudir Harry.

- Ah, Harry – soluçou Gina, abraçando o jovem, sob aplausos calorosos dos demais – Eu vou cuidar muito bem de você, ouviu bem? – cochichou no ouvido dele, fazendo com que Harry se arrepiasse, apesar do dia quente de verão.

Os aplausos continuaram na sala, até mesmo vindos dos sonserinos, empregados de Draco, e de Apolo Cole.

- O amor não é lindo? – perguntou o treinador irlandês Lynch com sarcasmo para Malfoy – Quase me vira o estômago – acrescentou.

- É mesmo? – perguntou Malfoy de maneira distraída. Ainda olhava os dois grifinórios, ambos constrangidos com os aplausos entusiasmados – A propósito, você também me vira o estômago, Lynch. E como eu sou o dono do time agora, você está despedido – disse tranqüilamente, depois virou-se e aderiu à comemoração dos demais.

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BEM, MAIS UM CAPÍTULO! OBRIGADO A TODOS PELOS REVIEWS. SÃO UM ÓTIMO INCENTIVO. OBRIGADO MESMO! ISSO AQUECE UM POUCO ESSE FRIO MISERÁVEL QUE ESTÁ FAZENDO EM SAMPA, SEM CONTAR OUTRAS CONFUSÕES, QUE VOCÊS CERTAMENTE ESTÃO OUVINDO FALAR.

A PROPÓSITO: A MAIORIA DAS INFORMAÇÕES SOBRE QUADRIBOL, ASSIM COMO O NOME DO TIME NORTE-AMERICANO E O NOME DO CAPITÃO DO TIME DOS ESTADOS UNIDOS, FORAM TIRADOS DO LIVRO “QUADRIBOL ATRAVÉS DOS SÉCULOS”.

NO PRÓXIMO CAPÍTULO, A VIAGEM PARA A AMÉRICA E O NOVO "TÉCNICO" DOS CANNONS. NÃO PERCAM!!!




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Comentários (1)

  • bebelbenedito

    ai q felicidade! harry e gina vão voltar!!!!!!!!!!!! um dos meu casai preferidos!

    2013-12-19
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