O NOVO MINISTRO



Havia uma pequena comemoração, da qual faziam parte os jogadores dos Cannons, Amanda, Vera, Draco, Hermione e Gui Weasley. Previsivelmente Severo Snape recolheu-se aos seus aposentos dizendo que deveria viajar cedo para a Inglaterra.

- O cara é um porre, não é mesmo? – desdenhou Vera Ivanova.

- Ah, ele é legal quando a gente o conhece bem – tentou defendê-lo Malfoy.

- Acredite, Vera, quando a gente o conhece bem ele continua sendo um porre – disse Toni M’Bea, expondo a sua opinião de ex-grifinório.

- Mas não há dúvida que a sua presença foi fundamental para desmascarar o ministério – ponderou Gui, tentando ser justo.

- O sobrinho da sapa velha achou que Snape, famoso desafeto de Harry, iria participar da tramóia – disse Rony. Hermione havia tratado do corte em seu pulso e fitava o namorado com um ar próximo a adoração.

- Parabéns, Weasley – disse Draco Malfoy – Você realmente teve tutano.

- Obrigado, Malfoy – respondeu Rony com uma visível expressão de surpresa – Você também ajudou bastante. O que foi, Gina? – perguntou o ruivo para a irmã mais nova, certamente por causa da cara divertida que a garota ostentava.

- Vocês dois – respondeu a ruiva com um sorriso – Tão amáveis um com o outro... Hermione, minha amiga, você deveria começar a se preocupar.

- O QUE? – disseram Rony e Draco apavorados, fazendo com que os demais caíssem na risada.

- Eu estou preocupada com a reação do ministério – falou Hermione depois de um longo período. A jovem curandeira estava muito orgulhosa de Rony, mas isso não afastava a sua preocupação. Mexer com o poder maior do mundo bruxo britânico era perigoso, ela sabia por experiência própria.

- Snape acha que esse governo cai como um castelo feito com snap explosivo – disse Gui Weasley – Papai tem a mesma opinião. Ele acha que eles não vão sobreviver a esse desgaste.

- E pensar que os bastardos só perseguiam o Harry por causa de dinheiro – bufou uma furiosa Gina Weasley – Aqueles miseráveis!

- Afinal, por que eles precisavam do meu dinheiro especificamente? – perguntou Harry, um braço em volta do ombro da namorada, fato que parecia não incomodar os antes ciumentos irmãos mais velhos da ruiva.

- Blackwell, Umbridge e outros funcionários pretendiam formar um grupo que se mantivesse no poder eternamente. É preciso comprar o silêncio das pessoas certas – explicou o mais velho dos Weasleys – Os duendes não estavam mais dispostos a liberar empréstimos a perder de vista...

- Então eles resolveram roubar o Harry – completou Hermione com a sagacidade de sempre – É revoltante!

- Não só o Harry – continuou Gui – Parece que há uma lista de outros bruxos ilustres e ricos que eles vinham roubando ou pretendiam roubar. Isso explica em parte a tentativa de desmoralizar o nosso amigo.

- Por Merlin! – exclamou Harry – Tudo isso realmente me deixou cansado. Eu vou dormir – Depois, passando por Rony, o artilheiro dos Cannons fez com que o amigo levantasse e lhe deu um grande abraço – Obrigado mais uma vez.

- De nada, companheiro – respondeu Rony, um tanto sem jeito – Aquele negócio de família, lembra?

- Ah, por falar em família... – lembrou-se Gui subitamente.

- Ah, nem vem! – quase gritou Gina.

- Você pediu a minha irmãzinha em casamento, não é mesmo, Potter? – continuou o irmão de Gina como se não a tivesse ouvido.

- Oba! Isso promete – cochichou Draco para Toni e Vera, esfregando as mãos a espera de alguma confusão.

- E o que é que tem? – perguntou a ruiva com ar de desafio.

- Acontece que como irmão mais velho, eu tenho...

- Tem que encher o Harry, é? – perguntou de novo a garota, o rosto quase tão vermelho quanto os cabelos.

- Tenho que dar os parabéns aos pombinhos – concluiu Gui com um grande sorriso, levantando-se com a mão estendida para o futuro cunhado e depois puxando-o para um abraço – Você não sabe a encrenca em que se meteu, meu amigo – sussurrou no ouvido de Harry e em voz alta: - Você sempre foi bem-vindo nessa família. Eu tenho certeza que falo por todos os Weasleys.

Gina ainda estava abobada quando recebeu o cumprimento e um beijo carinhoso do irmão.
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Como Severo Snape havia previsto, o governo mágico britânico desabou dois dias depois. Amontoados no quarto de Draco Malfoy, todos assistiam ao noticiário da TV Bruxa (“a verdade e a magia da informação chegando ao seu lar”), transmitida em espanhol para a América Latina. Ora Toledo, ora Toni, traduziam as informações.

Georgius Blackwell havia renunciado e estava em prisão domiciliar, esperando ser julgado por dezenas de violações. Umbridge, funcionária menos graduada estava para ser mandada para Azkaban. Dezenas de funcionários do ministério estavam detidos ou em vias de sê-lo. Os duendes do Banco Gringotes pareciam exibir uma satisfação maldosa em denunciar os trambiques dos peixes graúdos. A opinião pública bruxa exigia renúncia em bloco do ministério e substituição dos chefes de todos os departamentos.

Rony Weasley era o herói do momento. A sua amizade com Harry (“O Eleito”) e a coragem da família Weasley, tida agora como um “pilar de honorabilidade do mundo mágico” ou a “reserva moral da sociedade bruxa”, era ressaltada pelo noticiário. Lembravam agora dos feitos do Eleito e dos amigos durante a guerra.

Harry Potter era mencionado a todo o momento. A tentativa de desmoralizar o herói do mundo mágico para e se apropriar ilegalmente das generosas contribuições do rapaz revoltava o bruxo da rua. De novo contavam histórias piegas de como Harry estava magoado, acrescentando agora um final feliz, pois diziam, o jovem havia encontrado o amor junto à sua namorada de infância.

- A boa notícia, minhas amigas – disse uma bruxa com um penteado pavoroso, que dava dicas de comportamento ao público feminino e relatava as últimas fofocas do mundo mágico no noticiário matinal – é que o bruxo mais querido da Grã-Bretanha encontrou o amor ao lado da adorável Ginevra Weasley. A garota fisgou um dos solteiros mais cobiçados do mundo. Esperta ela, não? – disse a bruxa em inglês, enquanto legendas traduziam para o espanhol – Além de bonito e rico, dizem que o moreno nunca havia saído com uma garota, se é que vocês me entendem – piscou a apresentadora em sinal de cumplicidade para os telespectadores.

Nesse momento, antecipando o constrangimento do namorado, a ruiva lançou um feitiço que desligou a televisão. Harry estava rubro de vergonha, enquanto os amigos solidariamente tentavam se manter sérios. Menos Draco Malfoy, é claro.

- Ora, ora – caçoou Malfoy – O último rapaz virgem do mundo do quadribol...

- Cala a boca, Malfoy! – disseram Gina e Harry ao mesmo tempo.
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- Eu posso encontrar uma pessoa de confiança para tomar conta dos seus bens – disse um muito sério Gui Weasley a Harry e Gina após o jantar daquele dia.

- O que você quer dizer com isso? – perguntou Harry, surpreso. Gui realmente andava muito pouco confortável na sua presença. Tirando o cumprimento pelo compromisso com Gina, o mais velho dos Weasleys andava muito reticente na sua presença.

- Os duendes criaram algum tipo de problema para você? – perguntou Gina com o jeito protetor de sempre, certamente herdado da Sra. Weasley.

- Não, claro que não – afirmou Gui de maneira enfática, mas divertindo-se muito com a preocupação da irmã – Eles ainda confiam em mim, mas talvez o Harry queira...

- Não seja tonto! – exclamou Harry – Eu confio em você. Tenho certeza que você não teve culpa daqueles pilantras pilharem o meu ouro. Você não acha que eu vou levar o que Snape disse a sério, não é mesmo?

- Claro que não, Harry, mas...

- Nada de mas – interrompeu-o Harry – Sei que o meu ouro está seguro cuidado por você.
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- Vamos, Andy, respire – dizia Hermione, colocando no rosto do batedor brasileiro uma máscara de oxigênio.

Andy Lopes, jovem e intrépido batedor brasileiro e uma das maiores revelações do quadribol sul-americano nos últimos anos, era mais uma vítima da altitude de Cuzco. Não era fácil jogar quadribol a mais de três mil metros de altitude. O jovem passou mal e teve que aterrisar sua vassoura na área médica, onde Hermione o reanimava com oxigênio e o fazia tomar uma poção para diminuir o mal-estar.

- O problema não é só a altitude – explicava depois Vera Ivanova para o time reunido no vestiário do Estádio Ataualpa, o mais moderno do país, local onde ocorreria a partida contra a seleção peruana – O time deles é muito bom e eles sabem usar a altitude a seu favor. Vão tentar nos cansar antes de meia hora e tornar o jogo o mais longo o possível.

- Quando o oxigênio começa a faltar – ponderou de maneira sombria, Toni M’Bea.

Como Vera vinha alertando nos últimos dias, o selecionado peruano não tinha a seu favor apenas a altitude de Cuzco. Melhor time de quadribol da América do Sul, trinta e cinco títulos sul-americanos, atual campeão da Copa América (realizada a cada três anos), um dos favoritos para ganhar a próxima Copa Mundial de Quadribol, a ser realizada nos Estados Unidos no próximo ano, o Peru era um dos poucos escretes que podiam se dar ao luxo de ter pelo menos dois bons jogadores de quadribol para cada posição.

Além de Toledo, jovem e brilhante artilheira (e que jogaria para o seu país e contra os Cannons na partida próxima), tinham pelo menos mais quatro artilheiros muito bons, todos jogando nos melhores times europeus. Guevara e Quiroga, seus batedores, estavam cotados entre os melhores do mundo nessa posição, mas os reservas Martinez e Yazalde eram também excelentes. Tinha dois goleiros ótimos: a veterana Lina Duarte e o jovem Pedro Santamaría, recém contratado pelos Duendes, o time de Baby Jane O’Neal. E como se tudo isso não fosse suficiente, pelo menos três ótimos apanhadores. Marina Reynoso, a mais experiente e de volta ao seu país depois de jogar anos na Liga Italiana, provavelmente seria escalada no jogo contra o time de Harry e Gina.

Resumindo: Vera Ivanova, embora não dissesse, considerava uma derrota por um placar honroso um resultado bastante aceitável. E torcia para que a falta de oxigênio não derrubasse um dos seus jogadores da vassoura.

- Bom, eu processo os peruanos se alguém passar mal na altitude – disse friamente Draco Malfoy.

Temendo a sua histrionice, os peruanos vinham oferecendo todas as condições para a adaptação do time britânico. A fama de Draco o precedeu no país. A história que havia processado metade dos Estados Unidos e pretendia processar a maior parte do Reino Unido intimidava os peruanos. Poções à base de coca e outros medicamentos foram colocados a serviço dos Cannons, assim como livros e mais livros com dicas de como contornar o problema da altitude, que eram avidamente devorados por Hermione.

- Caminar despacito, comer poquito, dormir solito – disse num espanhol razoável Hermione Granger.

- O que? – perguntou a maioria do time, que não entendia o idioma.

- É a recomendação dos peruanos para a altitude – explicou M’Bea pacientemente – Significa andar devagar, comer pouco e dormir sozinho.

- Humm, essa última recomendação a curandeira não anda seguindo à risca, não é mesmo? – perguntou Vera com um grande sorriso maroto, cutucando Hermione, que havia se tornado ligeiramente rubra.

- Há poções para isso – murmurou a jovem medibruxa.

- Desde que os rapazes estejam inteiros no dia do jogo... – deu de ombros Vera, depois lançando também para Gina um olhar malicioso. Rony parou de rir na mesma hora.

- Vamos voltar às discussões táticas, por favor – falou o ruivo, as orelhas começando a ficar vermelhas.
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Harry não se sentia bem naquela manhã. Depois de várias semanas sem aquela angústia, fruto das crises de abstinência, ele acordara com a conhecida sensação de vazio. Havia se levantado devagar para não acordar Gina, que dormia a seu lado (ele também não seguira a regra de ”dormir solito”), sentando-se numa cadeira confortável, em frente a porta de vidro que dava para varanda, por vários minutos contemplando a paisagem dos Andes. Percebeu quando uma carta foi colocada sob a porta da suíte. Levantando-se para analisar o conteúdo, surpreendeu-se ao ver que era um memorando com timbre do Ministério da Magia Britânico. Convocava-o para uma reunião às dez horas em ponto. E era assinada por Severo Snape. O mais estranho era que a assinatura estava sobre um título: MINISTRO INTERINO DA MAGIA DO REINO UNIDO.

- O QUE? – assustou-se Rony à mesa do café da manhã, cuspindo longe todo o suco de abóbora que estava tomado.

- Recebi uma coruja de papai ontem à noite – Falou Gui, muito sério – O Conselho precisa se organizar para as novas eleições. Como muitos dos membros também estão presos ou sob investigação, precisavam nomear algum interino. Dumbledore era o candidato mais óbvio, mas ele não aceitou. A Professora MacGonagall recusou-se a se afastar de Hogwarts. Snape era a única escolha.

- Mas, e o fato dele ter sido um Comensal da Morte? – perguntou Gina.

- Ele era um espião, Weasley – afirmou Draco Malfoy, que tinha um grande apreço pelo antigo professor de poções e diretor da sua casa em Hogwarts, a Sonserina – Ele é um herói agora, lembre-se disso. Mas, admito que é estranho Severo ter cruzado o oceano novamente para se reunir com Potter, de quem ele não é exatamente um admirador.

- Mas o Harry não está se sentindo bem – afirmou Gina, novamente com seu jeito protetor – A última coisa que ele precisa é do Seboso perturbando-o a dois dias de uma partida difícil.

- Eu estou bem, Gina – disse Harry, surpreso, pois imaginava que a ruiva não havia percebido o seu desconforto pela manhã. Nada parecia escapar da garota quando se tratava dele.

- Não, não está! – afirmou a ruiva – Você se debateu e falou a noite inteira.

- E como você saberia desse fato, mocinha? – perguntou Gui, encarando a irmã muito seriamente.

- Porque nós dormimos juntos, oras! –vociferou a artilheira dos Cannons – Que pergunta idiota!

- Anh, Harry... acho que precisamos ter uma conversa – falou o mais velho dos irmãos Weasleys, as orelhas ligeiramente vermelhas, como acontecia com Rony quando este ficava nervoso ou constrangido.

- Nada disso! – afirmou Gina, postando-se na frente de Harry – Você fica aqui, termina o seu café da manhã e deixa Hermione examiná-lo. Eu e meu “querido” irmão mais velho vamos ter uma conversa. Vocês não vão ficar falando sobre a minha pessoa como se eu fosse uma donzela indefesa.

Harry olhou para Rony e Gui. Rony murmurou algo como “eu já desisti de tomar conta dessa maluca” e Gui deu de ombros, concordando com a “conversa”.
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- OK. Sua “irmãzinha” não é mais virgem. O que você vai fazer? – perguntou a ruiva para o irmão mais velho – Vai matar o Harry ou coisa assim?

Gui ficou sem fala com a franqueza da irmã.

- Garanto que o Harry não fez nada comigo que eu não quisesse e o contrário também é verdade, considerando-se o grau de “experiência” dele nesses assuntos – acrescentou a garota.

- Harry é o primeiro... quer dizer... – atrapalhou-se Gui.

- Harry não foi o primeiro. Eu fui a sua “primeira”, se é que você quer saber – respondeu-lhe a irmã, divertindo-se com a atrapalhação do mais velho.

- Mas... mas...

- Chega, Gui! Eu não vou ficar discutindo a minha vida sexual com você. Eu me lembro bem da fama que você tinha quando era solteiro. “Garanhão Weasley” era o seu apelido na escola, não é mesmo?

- Mas era diferente – tentou desculpar-se o ruivo, as orelhas ficando vermelhas como os cabelos.

- Eu não teria tanta “experiência” como você nem que vivesse mais três vidas – caçoou a irmã caçula – E eu não quero tanta experiência assim. Eu amo o Harry.

- E ele ama você, não é mesmo? – perguntou o rapaz, finalmente relaxando e se permitindo um sorriso – Um sujeito “experiente” , como você acha que eu sou, conhece um sujeito apaixonado.

- Ah, o Harry é tão fofo! – disse a ruiva com um ar sonhador.

Gui sorriu com a expressão da irmã. Ela era irremediavelmente passional como a maioria da família Weasley, pensou o rapaz. Podia agir como uma menininha apaixonada ou como uma mulher forte e protetora, dependendo dos acontecimentos. Como sua mãe. Não havia nada mais a dizer. Harry e Gina estavam destinados um ao outro desde o início dos tempos.

- Bem, só tenha juízo, certo? E desculpe por esse ataque de “irmão-defensor-da-honra-da irmã-mais-nova”. São coisas que a gente mão consegue evitar.

- Eu posso sobreviver a isso – disse a ruiva, dando um beijo no rosto do irmão – E vocês, saiam daí! – disse, apontando a varinha para a porta do quarto, que se abriu, revelando Harry e Rony, que a tudo ouviam com auxílio das “orelhas extensíveis” das Geminialidades Weasleys.

- Oi – disse Rony muito sem graça – Alguém conhece um atalho para o Brasil? – perguntou, numa tentativa miserável de disfarce.

- Fofo! Humpf! – bufou Harry.
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- Fale logo, Snape – disse friamente Harry Potter para Severo Snape.

Harry tinha que admitir que o “Seboso” estava elegante com vestes pretas muito imponentes, o cabelo, agora levemente grisalho e bem mais curto. Provavelmente dera um jeito na conhecida oleosidade do seu couro cabeludo. Harry se perguntou se o Ministério tinha algum serviço de cabeleireiro. Parecia, pensou o jovem artilheiro dos Cannons, quase um ser humano. Mas continuava sendo Snape. Com o nariz de gancho e tudo.

- Modos, Potter – retrucou o ministro interino, parecendo divertido em chamar a atenção do ex-aluno.

- Senão você vai fazer o que? Tirar pontos dele? – desdenhou Gina Weasley, que fizera questão de comparecer à reunião.

- Potter e seu harém de mulheres superprotetoras... – murmurou Snape de maneira cínica.

- Olha aqui, seu seboso de uma figa! – vociferou a ruiva – Eu não vou deixar você usar o seu cargo de ministro pra infernizar a vida do Harry! Harry não possui nenhum harém, seu pervertido desgraçado! Ele tem amigos! Amigos, entendeu? E pessoas que o amam! Talvez o conceito seja estranho para um morcego velho como você!

- Ora, sua pirralha... – começou a dizer Snape, levantando-se da poltrona em que estava sentado.

- Nem pense nisso! – antecipou-se Harry, colocando-se na frente da namorada – Você não vai ofender a Gina na minha frente.

- Potter, a conversa que eu tinha era apenas com você... – começou a dizer Snape, visivelmente aborrecido.

- Acho que cheguei em boa hora – disse uma voz arrastada da porta da suíte ocupada por Snape – Ponha um sonserino e alguns grifinórios juntos e teremos uma nova guerra bruxa – desdenhou Draco Malfoy – Vamos todos nos acalmar, por favor.
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- Poderíamos começar pelo motivo do seu retorno ao Peru, Severo – disse calmamente Draco – Suponho que você não veio pedir um autógrafo do Potter.

- Certamente que não – retrucou Severo friamente – Até porque,
eu torço pelos Tornados.

- Ora, seu traidor imoral! – brincou o loiro – Muito bem, Potter, a conversa está encerrada. Eu não posso deixar você confraternizar com o inimigo – disse de maneira propositalmente afetada.

Gina e Harry riram muito do gracejo do presidente dos Cannons. Até Snape esboçou um sorriso divertido. Todos agora pareciam mais calmos e relaxados e prontos para uma conversa civilizada.

- Vou ser sincero, Potter – disse o ex-professor, tentando pela primeira vez ser civilizado com o ex-grifinório – A dívida que o ministério tem com você é gigantesca. Legalmente você tem o direito de exigir tudo que o ministério tirou da sua conta no Gringotes e não repassou para as causas que você apoiava. Sem falar numa possível indenização por danos morais e materiais.

- E qual é problema? – perguntou Gina, sempre pronta a defender os interesses do namorado.

- O problema, Srta. Weasley, seria a falência do ministério – explicou Snape – Eu teria a glória duvidosa de ser o primeiro ministro da magia da história a dirigir um ministério falido.

- Nossa! Isso me deixa tãooooooo triste... – caçoou a ruiva.

- Gina, por favor – disse Harry, segurando a mão da namorada e se contendo para não rir da cara de desgosto de Snape.

Aquela conversa deveria estar matando-o por dentro, pensou Harry com uma satisfação maldosa. “Se ele vier pedir algum favor, obrigue-o a rastejar pelo chão e lamber o seu pé enquanto canta POTTER É QUENTE!”, sugerira seu amigo Rony, escandalizando Hermione, mas quase matando de rir Toni M’Bea e Vera Ivanova.

- Poderíamos obrigá-lo a cantar o “Potter Laranja” – disse o africano, gargalhando depois da própria piada.

- Eu não vou cobrar a dívida com o ministério – disse Harry depois de alguns momentos saboreando a preocupação do antigo professor de poções.

- Você não vai aceitar a sugestão do Rony? – perguntou Gina divertida – Nem do Toni?

- Eu posso saber o que o seu irmão e aquele africano maluco sugeriram? – perguntou Snape de mau humor.

- Acredite, Severo, você não vai querer saber – disse Draco sombriamente. E num tom mais decidido: - Espere um pouco, Potter. Você vai deixar o ministério sair dessa tão fácil assim? – e depois, virando-se para o ministro interino que o olhava intrigado, acrescentou: - Você é meu amigo, mas o Potter é o meu patrimônio, Severo. Sinto muito. E depois, você ainda torce pelos Tornados...

- Não vai ser tão fácil assim – disse Harry – Vocês aumentarão nos próximos anos os vencimentos dos veteranos bolsistas e dos órfãos e das viúvas. Manterei as minhas contribuições, mas o Ministério vai isentar de impostos o nosso Acampamento de Verão de Quadribol.

- A última parte pode ser providenciada sem problemas – concordou Snape – O resto vai depender do orçamento do ministério.

- Tudo bem, Snape. Só quero uma promessa sua que o ministério irá honrar os seus compromissos. Eu não preciso falir o governo bruxo.

- Um terreno para o estádio! – disse Malfoy de repente

- Como? – perguntou Snape.

- O ministério tem dezenas de áreas que não são utilizadas. Queremos uma dessas áreas para construir um estádio – explicou Draco.

- Draco, de que lado você está? – perguntou Severo irritado.

- Eu já falei – cantarolou o loiro – Estou do MEU lado e do lado do meu time. E quero o Potter na seleção da Inglaterra.

- O estádio podemos providenciar – disse a contragosto o ministro – Agora, a seleção...

- Não me diga que o governo não interfere na seleção, Severo. Aquele idiota que dirige o departamento de esportes mágicos era um pau-mandado do Blackwell. É só nomear alguém com cérebro para a função e alguém que entenda de esporte para dirigir a seleção de quadribol.

- Para o primeiro jogo das eliminatórias européias a equipe já está inscrita...

- Eu sei – confirmou Draco – Eu só não quero mais amolações para o meu jogador.

- Ele não vai sofrer nenhuma amolação – falou Snape com a sua voz desprovida de emoção – Vocês têm a minha palavra.

Depois, quando Harry e Gina haviam se retirado, Severo conversava a sós com Draco:

- Admita que não foi tão difícil assim. E que o Potter é um grande sujeito.

- Você, convertido ao culto do Santo Potter. Quem diria... – disse de maneira sarcástica o antigo mestre de poções.

- Ele é um craque do quadribol, Severo – Draco explicou-se – O cara que vai salvar o quadribol no Reino Unido. Você sabe disso muito bem.

- Eu sei – disse o homem mais velho, quase esboçando um sorriso – Para falar a verdade, nunca vi um artilheiro tão bom como ele. Só um perfeito idiota não o convocaria para a seleção.

- Você, elogiando o “Santo Potter”? – surpreendeu-se Draco.

- Mas ele não precisa saber disso, não é mesmo?

- Mas talvez ele saiba, não é mesmo? – gritou Rony Weasley da porta, recolhendo as famosas “orelhas extensíveis” e retirando-se feliz, como se o natal tivesse chegado mais cedo.

Pálido, o velho mestre das poções encarou Draco por um longo momento, depois se deixou cair numa poltrona macia.

- Eu acho que preciso de uma bebida forte – disse derrotado – E não se atreva a rir, seu fedelho.
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BEM, FOI MAIS UM CAPÍTULO “LEVINHO” (NÃO SE ATREVAM A DIZER FOFO!). MAS, NO PRÓXIMO, QUADRIBOL NOS ANDES, BRASIL EM FESTA PARA RECEBER OS CANNONS. E RONY E HERMIONE FOR EVER!














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Comentários (2)

  • bebelbenedito

    ri muuuuuuito!!!! hahahahahahahahahaha mas talvez ele saiba, não é mesmo?kkkkkkk 

    2013-12-23
  • Larissa Batalha

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK    --- Varios risos para a parte final !! '' E nao se atreva a rir seu fedelho '' KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    2012-07-12
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