Hope



Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D




Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 21: Hope


- Estás a esconder-me qualquer coisa.


A minha voz, apesar de quase murmurada, ecoou alto pelo espaçoso quarto. Fiquei surpreendida, porque quando ali cheguei não me tinha dado conta que era tão grande. Mas, verdade seja dita, como é que eu podia ter prestado atenção ao quarto quando os lábios de Draco Malfoy estavam sofregamente presos aos meus e as suas mãos despiam rapidamente o meu vestido?


Agora que olhava com atenção, via que a divisão não era grande. Era enorme. A cama onde eu estava deitada, com um sonolento loiro em cima de mim, era uma gigantesca king size de mogno e com dossel, ladeada por duas mesas-de-cabeceira feitas da mesma madeira escura. Do meu lado direito, a uns meros passos da cama, uma porta dava entrada para a casa de banho, e outra para o closet. À frente da cama, uma janela dupla, aberta, com vidraças quadradas e cortinas corridas, deixava ver o jardim bem cuidado da mansão Malfoy.


- Quando estás ocupado a tentar esconder-me algo, arrepias-te sempre que passo a mão pelos teus cabelos. – continuei, vendo que ele não me ia responder. Ele riu, fazendo o meu peito vibrar.


- Memória prodigiosa, a tua.


- Não me esqueço do que é importante.


- Eu sou importante?


- Nem por isso, pelo menos até me dizeres o que raio se passa. – ele levantou a cabeça e beijou-me suavemente. Uma vez, e outra e outra e outra… - Não te vais safar assim tão facilmente. – disse eu, afastando-o de mim. Ele deu um dos seus sorrisos.


- Tens a certeza? – perguntou, enquanto me beijava o pescoço.


- Absoluta. – respondi, rolando na cama e ficando eu em cima do seu magnífico corpo. – Começa a falar. – ele suspirou.


- Esperava que fosse a própria a contar-te hoje à noite, mas dado que me vais negar sexo se eu não falar….


- És tão idiota. – comentei, revirando os olhos.


- …tenho de te dizer que sei quem te escreveu aquela carta para O Profeta a pedir que não escrevesses o artigo. – terminou ele, ignorando o meu comentário. Arregalei os olhos, espantada.


- A sério? E quem foi? – ele ergueu-se, ficando sentado comigo a seu colo. Colocou ambas as mãos na minha face e olhou-me nos olhos. 'Merlin, não vem aí coisa boa!'


- Promete que logo à noite jantas comigo num local à minha escolha. – pediu, sorrindo. Franzi as sobrancelhas.


- Porque é que tenho de prometer? – ele manteve o seu olhar no meu como que me respondendo ' porque eu sou espectacularmente sexy e isso é justificação suficiente'. E quem era eu para negar tal evidência? Suspirei, resignada. – Esta bem, está prometido. Agora diz-me quem foi.


- A minha mãe.




 


- Mandem-lhe uma coruja. Agora. – a voz firme e autoritária de Tom fez-se ouvir por cima da discussão que estava a decorrer no apartamento de James.


- Não, acho que devemos dar-lhe tempo e…


- Engraçado como vocês convivem com Narcissa há tantos anos e sabem tão pouco sobre ela. – comentou James, sentado no sofá de perna cruzada e mãos unidas na cintura. – O vosso primeiro erro foi esconder tudo logo no início.


- Diz o roto ao nu! Até parece que tu disseste alguma coisa! – ralhou Adam.


- Recordo-te, Adam, que eu não disse nada a ninguém. E ainda hoje, excepto os presentes e a minha mãe, mais ninguém faz a mais pálida ideia. – o loiro revirou os olhos.


- Pois, como se não fosse óbvio.


- Seja como for, a Cissa já sabe. Têm de falar com ela o mais rápido possível. – tornou a dizer Thomas. – Eu diria que agora é o momento ideal.


Daphne assentiu e Adam apressou-se a ir buscar onde e com o que escrever.




 


- Está mesmo tudo perdoado, filha? – Claire sorriu.


- Sim, pai, pelo menos no que me diz respeito.


- E os teus irmãos?


- Talvez Thomas. – respondeu, dando um sorriso triste. – Não penso que Narcissa… - a mais nova dos Barclay hesitou em terminar a frase. – Principalmente quando descobriu que, para além de tudo, tinhas sido tu a descobrir o tio Aled morto e que tinhas mantido segredo.


- Sabes que não me orgulho disso. Foi um erro idiota, que já nada tinha que ver com a vossa segurança. Eu só não queria que descobrissem as cartas, querida.


- Eu sei, mãe. Eu sei.




 


- A tua mãe! – exclamei, um bocadinho alto demais.


- A minha mãe.


- Mas…porquê? – Merlin, cada vez aconteciam mais coisas sem sentido nenhum. E, de uma maneira ou de outra, eu estava sempre envolvida.


- Não faço ideia. Sugiro que lhe perguntes, mais logo.


- Mais logo vamos estar com a tua mãe? – ele assentiu, dando um sorriso torto.


- Ela disse que queria conhecer a outra mulher da minha vida. – gargalhei.


- Felizmente que é só com ela que tenho de competir pela tua atenção. Mas espera… - as contas começavam a bater certo na minha cabeça. – Se foi a tua mãe que escreveu a carta e é ela a presidente da empresa, isso faz de ti…


- O herdeiro da fortuna? – terminou ele, convencido. Sorri.


- Isso também, mas eu ia referir-me ao nome da empresa. Agora que penso nisso, não me parece que tenha sido escolhido ao acaso. – o abraço dele puxou-me para mais perto.


- E não foi.


- Isso quer dizer que nomeaste a empresa em minha honra? – perguntei, passando os meus braços pelo seu pescoço e acomodando-me melhor no seu colo.


- Não sejas pretensiosa, Jones. – retorquiu ele, beijando-me e entrando suavemente dentro de mim, fazendo-me soltar um pequeno gemido. - Tens de dividir a honra com Slytherin.




 


- Ok, já está. – exclamou Daphne, assinando finalmente a carta que tinha passado a última meia hora a tentar escrever.


- Cher, vem cá. – chamou James, esperando pacientemente que a coruja lhe pousasse no braço. – Importas-te de levar esta carta a Narcissa? – James hesitou, mas depois sorriu. – Onde quer que ela esteja?


A coruja piou em concordância, pegou na carta com o bico e voou rapidamente pela janela aberta da sala. James olhou para os restantes ocupantes da sala.


- Resta-nos então esperar pela resposta. – Adam suspirou, desconsolado, e atirou-se de uma maneira muito gay para o sofá.


- Se houver resposta.




 


- E agora? – questionou Claire, enquanto passeava lado a lado com os pais pelos jardins da mansão Barclay. – O que é que vocês vão fazer?


- Não creio estar a perceber o que queres dizer, querida. – respondeu William, de sobrancelha franzida.


- Agora que deixaste de ser Auror já não trabalhas, e a mãe já não tem filhos em casa para… - Claire pensou por um momento, tentando arranjar a palavra certa. – Para mimar. – Não era apropriada, de todo, mas servia para demonstrar o ponto de vista que tentava apresentar. – Portanto, o que é que vão fazer?


- Talvez viajar. – respondeu Julie, olhando para o marido com um sorriso. – Recuperar os anos perdidos.


- Sim. E quando voltarmos, falarei com Kingsley. O Ministro foi muito generoso em oferecer-me, desta vez verdadeira e oficialmente, o cargo que vocês pensavam que eu ocupava. – acrescentou William.


- Acho bem. Porque apesar de tudo… – afirmou Claire, parando junto à fonte mesmo no meio do jardim, olhando sorridente para os pais. – Vocês também merecem uma chance de serem, finalmente, tão felizes quanto podem ser.


Com os olhos marejados de lágrimas, Julie abraçou a filha mais nova com força, fazendo-a sorrir ainda mais. William aproximou-se e, suavemente, depositou dois beijos nos cabelos de cada uma, pensando que se Narcissa e Thomas pudessem estar presentes, aquele teria sido, sem dúvida, o momento mais feliz da sua vida.




 


- Gosto mesmo quando me chamas Sky.


Estava deitada de barriga para baixo naqueles fabulosos lençóis de seda que os Malfoy tinham em todas as camas que possuíam (acho que podem imaginar como é que eu sabia disso), tapada apenas até meio das costas e agarrando um monte de almofadas fofinhas. Estava tão feliz que até era idiota. E é lógico que toda essa felicidade se devia ao deus grego que estava a voltar da casa de banho, de toalha à cintura. Ele tinha realmente feito de mim a mulher mais feliz de sempre. Naquela manhã, várias vezes até (se é que me entendem).


- Eu sei. – respondeu ele, sorrindo de lado e entrando no closet.


Um restolhar de asas fez-me focar a minha atenção na grande janela aberta. Uma coruja alta e imponente entrara pela mesma e pousara suavemente nas costas de uma cadeira que se encontrava ali perto. Reconheci-a como sendo de James e, por isso, enrolei-me o meu corpo despido no lençol e saltei da cama, caminhando até ela. Aceitei a carta que me entregava e, quando vi que não planeava mover-se do seu poiso, percebi que o meu primo esperava (bom, dado que era de James que estávamos a falar, era melhor dizer-se exigia) resposta.


Dando um pequeno sorriso e afagando as penas brilhantes de Cher, sentei-me na cadeira onde ela estava empoleirada e abri a carta.


'Cissa,


Estamos profundamente arrependidos de te termos escondido o que escondemos. Achas que nos poderás alguma vez perdoar? Se sim, estaremos no Três Vassouras, às duas em ponto. Queremos muito falar contigo e explicar-te tudo.


Por favor, aparece!


Daphne, Adam, Thomas, James'


Sorrindo levemente, estiquei um pouco o braço para apanhar a pena e o tinteiro que estavam em cima da secretária, rabiscando, em seguida, uma resposta afirmativa num pedaço de pergaminho timbrado com o brasão dos Malfoy (quase que conseguia imaginar o sorriso na cara de James quando reparasse nesse pormenor). Quando terminei, entreguei o subscrito a Cher que, com um piar, levantou voo e saiu pela janela. Fiquei, por momentos, a ver as suas bonitas asas brilharem quando o sol lhes batia directamente.


Depois de tudo o que acontecera na minha vida, eu não esperava, de todo, voltar a sentir-me assim. Pensava que todas as portas por onde a felicidade poderia, eventualmente, entrar, estavam fechadas a sete chaves, trancadas pelo meu profundo sofrimento e, mais tarde, pela minha acomodação a uma vida rotineira e sem muito significado. Mas parecia que a felicidade era matreira e conseguira entrar! Talvez por uma outra porta…


…Ou uma pequena janela que eu me esquecera de fechar e de onde pendia um pequeno letreiro em que se podia ler 'esperança'.




N/A: O nome da coruja de James não é coicidência. Digamos apenas que houve um episódio de Will and Grace que me marcou particularmente xD


Keep reading!


Love,
~Nalamin

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