Cat And Mouse



Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D









Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 20: Cat and Mouse


- O que raio estás a fazer com ela, Draco! – exclamou Liz, puxando Draco para longe de mim. Olhei para ela com a minha melhor cara de WTF?.


- Liz, estás louca! Pára de gritar! – disse Claire, em voz baixa, parando ao meu lado.


- Não quero saber! Responde-me, Draco! O que é que se passa aqui!


- Não tenho de te prestar satisfações, Meddici. Quem raio pensas que és? – retorquiu ele, mantendo o tom de voz baixo como o de Claire.


- Estás a dizer que me usaste! Que esta tarde não significou nada para ti! – gritou ela, agora com toda a sala a olhar na nossa direcção.


Senti o olhar de Thomas em mim antes sequer de ele pensar em virar a cabeça na minha direcção. Seguiu-se o de Claire, Daphne e Adam. Eu sei o que eles temiam. Temiam que eu perdesse a cabeça por completo e começasse para ali a lançar feitiços silenciosos a Liz ou a Draco. E essa era, sem dúvida, uma possibilidade. Mas não foi a primeira coisa em que pensei.


' Am I supposed to be happy?
With all I ever wanted, it comes with a price.
Am I supposed to be happy?
With all I ever wanted, it comes with a price.
You said, you said that you would die for me...


Para começar, pensei na minha idiotice. Pensei que nunca devia ter duvidado das minhas próprias dúvidas. Que deveria ter acreditado nelas até as provar erradas, obsoletas. Que não me devia ter entregue àquele sentimento sem estar completamente segura. Sim, porque eu já nem estava a dar-me ao trabalho de negar. Estava apaixonada por ele. Amava-o tanto ou mais do que no primeiro dia e queria ficar com ele enquanto fosse humanamente possível.


E não precisava de lhe perguntar rigorosamente nada sobre a declaração de Liz. Ela dissera que tinha sido naquela tarde. Portanto, eu sabia perfeitamente porque é que ele tinha dormido com ela: tinha sido por causa do resolver. Eu bem sabia que a entoação que ele dera à palavra significava outra coisa. Só não imaginara o que ele ia fazer depois de, claramente, ter interpretado mal as minhas respostas.


De certo modo, sentia-me culpada. Se tivesse respondido logo 'não, Draco, nunca mais vou voltar para o Edwin', aquilo não tinha acontecido. Mas por outro lado, sentia-me obviamente muito zangada. Então ele tinha sido corajoso ao ponto de arriscar a sua vida pela minha, e agora era fraco ao ponto de ter dormido com Liz apenas porque não tinha a certeza se eu retribuía os seus sentimentos?


Ele sempre fizera isso. Era o seu maior defeito, aquele desejo desmedido de tornar as coisas justas, de ter os pratos da balança a seu ver equilibrados. Até aí tudo bem, até gostava disso nele. O problema era o que ele fazia (e como fazia) para tornar as ditas coisas justas. No final, acabava por assemelhar-se mais a uma vingança do que propriamente ao desejo de fazer justiça.


Apesar de tudo, a minha mente estava claramente iluminada. Não me sentia confusa, de todo. Sabia o que sentia. Sabia que, por mais que, naquele momento, eu quisesse mudar isso, não era possível. Nem naquele momento, nem nunca. No entanto, também sabia que não iria aturar aquilo. Eu queria mesmo, mais que tudo, ficar com ele. Mas se ele ia fazer coisas daquele tipo de cada vez que tivéssemos uma discussão (e é lógico que íamos ter muitas), eu não estava disposta a partilhar a minha vida com ele, de forma nenhuma. Iria apenas fazer-me perder o meu tempo. E eu já perdera oito anos da minha vida. Não estava disposta a perder mais nenhum.


We made plans to grow old,
Believe me, there was truth in all those stories that I told.
Lost in a simple game cat and mouse
Are we the same people as before this came to light?


- Merlin… - ouvi Adam dizer, baixinho, mesmo atrás de mim. Olhei por cima do meu ombro para ele, que me fixava estupefacto e ligeiramente triste. Apenas movendo os lábios articulei 'James'. Ele assentiu, e rapidamente se desmaterializou.


Voltei o meu olhar para Liz e Draco. Ela fixava-o, ainda à espera de uma resposta. E ele fixava-me a mim, à espera de uma reacção. Mas não, não lhe ia dar essa satisfação.


- Creio que deves a Liz uma resposta, Malfoy. Não a faças esperar a noite toda, é simplesmente rude. – disse eu, calma e inexpressivamente.


- Não faças isto, Jones… - disse ele, lançando-me um olhar irritado. Não percebi com que direito é que ele estava zangado comigo.


- Não percebo o que queres dizer, Malfoy.


- Não finjas que não te importas que eu tenha dormido com uma qualquer. – respondeu, quase sibilando. Liz abriu a boca em indignação.


- Senão o quê, Malfoy? Vais dormir com outra e outra e outra até obteres reacção da minha parte? – Sorri amarga. Merlin, tinha ficado mesmo boa naquilo. Aprendera tudo com ele, claro. – Não te tomava por tão desesperado.


Am I supposed to be happy?
With all I ever wanted, it comes with a price.
Am I supposed to be happy?
With all I ever wanted, it comes with a price.
You said, you said that you would die for me...


- Porra, Jones! – ele quase que rosnava. – É preciso escrever um pergaminho e assinar a sangue para que percebas que estou apaixonado por ti? – Quase gargalhei. Eu dissera-lhe exactamente o mesmo, há oito anos atrás. Engraçado como a história se repetia, agora com os papéis invertidos. Mas desta vez eu não lhe ia responder que ele me podia tratar pelo primeiro nome.


- Claro que não. Era apenas necessário que lutasses contra a tua natureza destrutiva. – respondi, fixando intensamente o meu olhar no dele, mas ainda falando no mesmo tom calmo.


You must live for me too...'
(Cat And Mouse – The Red Jumpsuit Apparatus)


- Então é isso? Continuas com o mesmo problema hoje de há oito anos atrás? Não me consegues aceitar como sou.


E a bomba relógio que eu, arduamente, estivera a evitar que explodisse com a minha expressão serena e as minhas respostas calmas, finalmente rebentou dentro de mim. Como, em nome de Merlin, é que ele se atrevera a fazer tal acusação? Como é que ele podia sequer pensar tal coisa, quanto mais dizê-la em voz alta? Estava capaz de o matar. Literalmente. Um pequeno pensamento meu e ele tinha ido ter com tio Voldie sete palmos abaixo da terra. Acho que nunca estivera tão zangada na minha vida. O meu corpo tremia com a raiva. Os meus olhos encheram-se de lágrimas furiosas. Parte da minha mente preparava a resposta que eu tinha para lhe dar, enquanto a outra parte tentava evitar que eu fizesse algo imprudente, como pensar nas palavras 'sectumsempra' ou 'avada kedavra'.


- EU, seu idiota presumido, EU fui a única pessoa nesta merda de vida que realmente te aceitou e se importou verdadeiramente contigo! Fui EU que, mesmo depois de ter sido abandonada, te continuei a amar até hoje! Sou EU que te amo e que nunca vou deixar de o fazer! Não ouses dizer que EU não te aceito, meu filho da mãe. Nem sequer ouses jamais pensá-lo! É melhor que abras os olhos para aquilo que está mesmo à tua frente, imbecil. – gritei, vendo agora que os presentes na sala se tinham aproximado para ver melhor a cena.


- Eu é que tenho de abrir os olhos? A tua melhor amiga está quase noiva do teu irmão e tu nem dás conta! O Sanders namora com o Solomon e tu nem te apercebes! É melhor começares a aceitar os teus próprios conselhos, Jones.


A minha melhor expressão de perfeita estupefacção voltou à minha face enquanto me voltava para uma Daphne completamente corada e um Tom a fixar-me numa mistura de raiva e tristeza. E o que é que ele dissera sobre o Adam? Que namorava com o Solomon? Como em James Solomon? Merlin, o meu primo e o meu melhor amigo eram gays e eu não fazia ideia?


De tudo o que tinha acontecido até ali, aquilo foi, sem dúvida, o que me deixou mais triste. Os meus amigos sabiam que eu era completamente patética nesse campo. E esta não era uma afirmação modesta, era totalmente a verdade. Eu não me apercebia dessas coisas. Mas, porra, eles eram os meus melhores amigos! Eram a minha família! E que tal uma pistazinha aqui para a Cissa, não? Ou uma conversa franca! Qualquer coisa que me deixasse dentro do acontecimento!


O que é que eles temiam? Que eu não aprovasse? Que estupidez! É claro que adoraria ter a Daphne como minha cunhada, minha irmã! Já a considerava assim desde que a conhecera, Tom e Daphne casados só o tornaria mais definitivo. E quanto a Adam? Julgava-me, por acaso, por homofóbica? Como poderia, quando, ainda há meses, eu escrevera um artigo de primeira página sobre os direitos dos homossexuais? E não descrevera só os factos, dera também a minha opinião no assunto, opinião essa que era concordante com a dos gays. Porquê, meu Merlin? Por que é que me haviam escondido tudo aquilo?


- Tens razão, Malfoy. – disse, raivosa, ainda fixando o meu irmão e a minha melhor amiga. – Tens toda a razão. – voltei o meu olhar para ele. – Suponho que começarei por procurar companhias melhores.


- Cissa… - a voz de Daphne ecoou fracamente do meu lado direito. Ignorei-a por completo.


- Há mais alguma coisa que me queiras dizer, Malfoy? – 'Para que eu possa lançar um Obliviate em toda a gente nesta sala?'


- Há. – disse ele, avançando dois passos na minha direcção, ficando muito perto de mim. – Amo-te.


Fechei os olhos e deixei algumas lágrimas deslizarem pelas minhas bochechas. O pior de toda a situação era que eu acreditava nele. Mas como é que eu me podia deixar levar, sabendo que ele podia voltar a fazer aquilo já no dia seguinte?


- Eu sei. – respondi fracamente. – O que não sei é se posso ficar contigo sabendo que não tens força para te impedires a ti próprio de me trair. Ou pior. – acrescentei, dando um passo atrás.


- Eu comprometo-me a amar-te para sempre, arcando as consequências que isso acarreta. Faço um juramento inquebrável.


Olhei para ele, completamente atónita. À nossa volta, as pessoas davam 'ohs' e 'ahs' de espanto. Estaria eu a sonhar? Ele acabara de se oferecer para fazer um juramento inquebrável, comprometendo-se a não me trair? Ou pior?


- És louco! – exclamou Thomas, dando um passo à frente.


- Draco, isso é muito imprudente! E se deixas subitamente de a amar? – a voz de Daphne verbalizou os meus medos.


- Não me parece que isso vá acontecer. Não depois de tudo o que passámos. – enquanto falava olhava para mim, fazendo-me cada vez mais ceder à curiosidade de lhe ler os pensamentos, só para confirmar a veracidade daquelas palavras.


- Então e se for ela a deixar de te amar? – ele quase riu.


- Não a ouviram? Isso não é possível. – respondeu, num tom extremamente convencido.


- Caramba, vamos a isso! Eu sou testemunha. – exclamou Claire, sorrindo levemente.


- Claire, não pactues com esta loucura!


- Cala-te, Thomas! Cada palavra que sai da boca de qualquer um de vocês só me envergonha mais. Quero acabar com isto de uma vez por todas. – explicou, olhando irritada para o irmão. Ele revirou os olhos, ansioso, frustrado e stressado, e voltou-se para Draco.


- Porque raio não lhe disseste tudo isto mais cedo! Há semanas! - Draco encolheu os ombros com um sorriso traquina e nada disse. – Pede-lhe logo em casamento de uma vez por todas!


- Merlin, neste momento ele era a última pessoa com quem eu casaria! – exclamei, ainda zangada.


- És tão mentirosa, Narcissa. - A voz de James ecoou nas minhas costas. Virei-me para o ver caminhar na minha direcção com um sorriso alegre a bailar-lhe nos lábios. – Aposto que iria conseguir sentir esta mentira até no meu apartamento.


- Obrigada por vires. – disse, baixinho.


- Ora, cara prima, não tens de quê. Estou sempre pronto a oferecer os meus serviços. – disse ele dramático. – Então contem-me, família, o que se passa aqui?


Draco bufou, pegou no meu braço e puxou-me para a esquerda, na direcção da janela, afastando as pessoas curiosas do nosso caminho.


'I am a troubled mind, I am a calloused heart
A failing engine from driving way too hard
Trying way too hard
I pulled a 38 out of my bleeding heart
I killed my selfishness for bringing me this far
This far away from you.


- Ouve bem, Sky, porque só vou dizer isto uma vez. – disse ele, quando parámos longe o suficiente para que ninguém nos ouvisse. – Amo-te. Desde o dia em que concorreste para a equipa de Quidditch. – arregalei ligeiramente os olhos, espantada. – Todas as 'namoradas' que tive entretanto foram meras experiências, as minhas tentativas fracassadas de fazer alguma outra ocupar o teu lugar. – fez uma pausa, passando a mão direita pelo seu cabelo sensualmente despenteado. – Liz foi uma imprudência que nunca deveria ter cometido. Mas estavas com o idiota do Fowles há oito anos e eu estava...- ele hesitou por um momento, dando-me tempo de cruzar os braços e franzir as sobrancelhas.


- Com ciúmes? – ele deu um dos seus sorrisos torcidos.


- Seja como for, não se vai tornar a repetir. Nunca mais. – suspirei. Como é que eu podia ter a certeza disso? Com certeza que não o ia deixar fazer o juramento inquebrável. – Eu sei que me amas. E podias contradizer-me mil vezes que eu nunca acreditaria em ti.


Oh, this is the way I wanna go down
(This is the last time) I'm starting over with you,
This is the way I wanna go out.


- Porquê? – Merlin, como se a resposta àquela pergunta interessasse realmente naquele momento!


- Porque na noite em que leste aquelas cartas, James contou-nos que era impossível eu ter saído magoado da batalha, mesmo estando disposto a dar a minha vida pela tua, simplesmente porque tu me protegeste. A força do teu amor por mim fez aquilo que a mãe do Potter, ao morrer, fez por ele.


- Isso não é verdade, Malfoy. Eu não te protegi coisa nenhuma. – ele revirou os olhos, impaciente.


- Não conscientemente. E se tens dúvidas, chama o Solomon aqui. Ele não pode mentir. Melhor, pede antes a qualquer uma destas pessoas para me lançar um feitiço. Não me vai acertar.


- Como assim? A protecção que te dei, se é que te dei mesmo alguma, só durou durante a batalha. – afirmei, numa mistura de raiva, ansiedade e desejo de fazer algum sentido de tudo aquilo.


- Enquanto me amares, e estiveres viva, a protecção dura. - Não respondi, e desviei o meu olhar do dele. 'Mais uma coisa que esconderam de mim', pensei. 'É possível esta noite ficar pior!' – Jones…pela última vez… - tornei a olhá-lo. – Não vou implorar. Não sou assim. Abandonei-te uma vez para te salvar a vida. Se tiver de o fazer agora, será para salvar a minha, porque não aguento estar perto de ti e saber que não és minha. – afirmou ele, seguro confiante, indubitavelmente sexy e mais sincero que nunca. - Amo-te e quero ficar contigo. Basta dizeres que sim.


I never second-guessed the little voice I heard
It's just a whisper that sounded like a scream
I ain't never felt so free.
(Valley Of Tomorrow – Needtobreathe)


Hesitei. Oh, poupem-me, tinha de hesitar! Ele tinha dormido com outra nessa mesma tarde! (Agora que pensava nisso, onde raio estava ela?). Apesar de tudo aquilo que ele tinha dito, e apesar de eu acreditar nele, não conseguia deixar de pensar que ele tornaria a fazer o mesmo se a ocasião o permitisse.


'Tell me, can you feel my heart beat?
Tell me, as I kneel down at your feet
I knew there would come a time
When these two hearts would entwined
Just put your hand in mine
Forever


Segundos passaram. Acabaram por dar lugar a minutos. Os cochichos na sala desconcentravam-me, assim como a atenção que nós dois estávamos a receber de toda aquela gente. Eu não o olhava, não conseguia. Mas sentia o olhar dele fixado em mim. Finalmente, depois do que pareceu um silêncio eterno, ele suspirou suavemente e virou costas, fazendo a multidão levar as mãos às bocas.


Come on just take my hand oh come on
Lets make a stand for our love
But I know this is so hard to believe
So please


Please, believe me
For these words I say are true
And don't deny me
A lifetime loving you
And if you ask will I be true
Do I give my all to you
I will say I do
(I Do – Westlife)


Levei rapidamente o olhar às costas dele e logo me vieram à cabeça duas coisas: a imagem de ele a abandonar a sala das necessidades depois de acabar o nosso namoro e o seu sorriso, mais cedo, quando o chamara pela sua alcunha. Agora bastava decidir. De novo, e como em muitos momentos da minha vida, as palavras de Adam ecoaram por cima do replay daquelas imagens na minha mente: o passado, é lá que fica. Resta-nos escolher esquecer ou lembrar. Eu tinha de correr um risco, escolhesse de que maneira escolhesse. Mas tinha apenas centésimos de segundo para tomar a decisão entre um sorriso ou uma lágrima.


E foi com lágrimas a correrem livremente pela minha face, emoldurando o meu sorriso, que eu fiz a melhor e mais difícil escolha da minha vida.


- Sim!


Estava aterrorizada quando proferi aquela palavra. Tinha medo que aquela não fosse a melhor decisão, tinha medo de ser magoada, de sofrer. E, acima de tudo, tinha medo que as tivesse dito demasiado baixo e que ele não a tivesse ouvido.


No entanto, ele ouviu. Parou imediatamente de andar mas não se voltou. Eu sorria, feita idiota, e as lágrimas não paravam de cair. Conseguia ouvir as pessoas a perguntarem-se umas as outras porque é que ele tinha parado, o que é que eu tinha dito, e porque é que estava a rir e a chorar ao mesmo tempo.


Finalmente, ele voltou-se e começou a andar calmamente na minha direcção, de cabeça baixa. Mesmo que eu me quisesse mexer, não conseguia. Os meus pés pareciam pregados ao chão, os meus punhos não se queriam descerrar. A cada centímetro que ele se aproximava de mim, cada pedacinho do meu corpo e da minha mente gritava de expectativa. E se ele estivesse a voltar para trás só para me dizer que tinha falado tarde de mais? Que tinha deitado tudo a perder porque hesitara?


Quando ele parou à minha frente, continuava de cabeça baixa. Eu era bastante mais pequena que ele, mas mesmo assim não conseguia ver a sua expressão, já que as mechas de cabelo loiro caíam-lhe para os olhos. Merlin, se ele não dissesse nada nos segundos seguintes, eu ia dar em louca com o suspense.


Como se tivesse lido os meus pensamentos, ele levantou a cabeça e olhou para mim intensamente, de testa franzida. 'Porra!', pensei. Tinha a certeza de que me ia dar uma diarreia nervosa, ou algo do género. Mas, de repente, ele sorriu.


- Juro por Merlin, Jones, que se voltas a demorar tanto tempo eu…


Não o deixei acabar. Atirei-me para os seus braços e afundei a minha cara na curva do seu pescoço, rindo e inspirando profundamente o perfume dele. Ele abraçou-me de volta, apertando-me contra ele.


- Assustaste-me. – disse ele, baixinho, contra os meus cabelos. – Não voltes a fazer isso.


- Traíste-me. Não repitas. – retorqui, sem o largar. Senti-o sorrir.


- Bom, tecnicamente não havia nada oficial entre nós, portanto…


Afastei-me para lhe dar um murro no peito e vi o seu sorriso magnífico. Merlin, eu estava tão – e perdoem-me a obscenidade, mas é a única palavra que eu consigo conceber na minha mente para descrever o que sentia – tão fodidamente apaixonada por ele que até doía pensar em estar afastar-me um milímetro que fosse.


- Bom, tecnicamente não há nada de oficial entre nós agora, portanto… - comentei no mesmo tom.


Ele inclinou-se e beijou-me suavemente. Foi como se estivesse a reviver o meu primeiro beijo. De certa maneira, era tudo tão novo! Aquela felicidade imensa, a maneira como ambos sorríamos de modo perfeitamente adolescente contra os lábios um do outro, até o facto de estarmos a beijar-nos em público!


- Oficial o suficiente? – Ri-me.


- Vais ter de repetir esta proclamação daqui a alguns minutos, quando eu apagar a memória de toda esta gente.


- Não creio que isso vá ser um problema.


Sem nunca parar de sorrir, fizemos o caminho de volta à mesa, onde todos, excepto Liz, se nos juntaram rapidamente.


- Graças a Merlin, estava a ver que não, seu idiota! – comentou a minha irmã, abraçando um Draco muito surpreso e dirigindo-se depois a mim. – Espero que depois desta vergonha toda, decidas chamar Claire à vossa primeira filha. – disse, contra o meu ouvido, fazendo-me rir.


Quando ela se afastou de mim decidi, antes que mais algum deles tivesse oportunidade de me perguntar alguma coisa, concentrar-me em apagar as memórias de todos os presentes na sala (excepto, claro, os meus amigos e a minha família). Fechei os olhos e respirei fundo. Idealizei o que queria que todos se lembrassem (que estavam com uma enorme vontade de dançar), e lancei o feitiço na direcção de todos eles.


Rapidamente comecei a ouvir passos apressados na direcção da pista à minha frente e a música começou a tocar. Sentindo-me ligeiramente mais fraca do que há segundos atrás, abri os olhos para ver toda a gente a dançar alegremente à nossa frente. O nosso grupo olhava para aquelas pessoas subitamente demasiado contentes com espanto. Menos a minha perspicaz irmã, claro, que se sentou a meu lado.


- Aposto que não se lembram de nada, certo? – abanei a cabeça, olhando-a.


- Apenas que sentiam uma indomável e incontrolável vontade de abanar o esqueleto.




N/A: Então? Gostaram? Eu tentei escrever esta cena de modo romântico mas não muito fluffy, simplesmente porque Draco Malfoy nunca, jamais seria fluffy.


Keep reading!


Love,
~Nalamin


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