Another Perspective
Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D
N/A: Claire, Daphne, Adam
Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin
Chapter 8: Another Perspective
A maior parte das pessoas diria que ser a mais nova de três irmãos não é nada fácil. Pois Claire sempre achara que não era nada de especial. Orgulhava-se de ser a caçula e era tratada como uma pequena princesa. Não havia nada que Tom e Narcissa não fizessem por ela. Lembrava-se de quando eles a tinham levado de Hogwarts, no seu 4º ano, para a proteger da Guerra. Os milhares de galeões que tinham doado ao Hospital só para a manter a salvo. Nunca lhes estaria suficientemente grata.
O apoio da irmã, que lhe dava força e coragem, e de Tom, que lhe transmitia calma e serenidade para continuar, tinham sido fundamentais. Com este porto seguro, ultrapassara todos os obstáculos e assegurara-se que conquistava todos os seus objectivos. E no final, pôde congratular-se por ter conseguido honrar o sacrifício que os irmãos tinham feito por ela e ser bastante boa como curandeira. E pôde, mais tarde, ficar feliz pelos irmãos que, tal como ela, faziam coisas que adoravam, e eram felizes. Bom, não totalmente felizes. Tom tinha o seu espinho e fazia questão de que, para além das irmãs, ninguém soubesse qual era. Claire respeitara a sua decisão, mas vira muitas vezes Narcissa insurgir-se contra o irmão. Conseguia compreender a dor de Tom mas, em parte, achava que a irmã mais velha tinha razão.
'E Narcissa? Cissa apenas não conseguira superar o controlo da minha mãe e a indiferença do meu pai. Eu quase não o senti, pois tinha dois irmãos para me proteger e partilhar brincadeiras. Mas com Tom e, principalmente, Narcissa, o caso mudara de figura. Só eu sei como ela sente falta da nossa avó. Cecília era sábia, tal como Narcissa. Eu sempre soube que a minha irmã era especial. Nunca, por parte dos irmãos, eu e Tom, foi tratada de maneira diferente. Mas os meus pais e a minha avó teimavam em fazê-lo. Não creio que Narcissa alguma vez se tenha importado com a atenção especial da nossa avó, já que Cecília possuía o mesmo dom que a neta. Mas a indiferença do meu pai e a constante pressão da minha mãe afectavam-na, e muito. Tom não se deixava afectar, com o seu temperamento calmo e sereno. Mas Narcissa era fogo! Não se deixava usar, não fazia o que não queria e agia à sua maneira. No momento em que a nossa mãe lhe tentou impingir a sua maneira de agir, Cissa rebentou. Saiu de casa naquele dia, e nunca mais lá voltou. A única razão que a faz lá voltar, de vez em quando, é para me ver. Mas, apesar de tudo, sou feliz! E sei que, um dia, os meus irmãos vão parar de se preocupar com o que não interessa e descobrir que a felicidade deles está mesmo em frente aos seus narizes'.
Eu sempre quis o melhor para a Cissa. Posso, em alguns momentos, não ter sido a amiga exemplar, mas estive com ela sempre que precisou de mim. Nunca foi muito extrovertida, excepto quando quer ser inconveniente, quando quer mesmo uma coisa, ou quando conhece bem a pessoa. Mas sempre foi dedicada, leal e, acima de tudo, nunca teve medo de lutar pelo que acreditava, indepententemente da gravidade das consequências desse acto.
Mas por que é que ela tem de ser tão…fogosa, impulsiva? Por que é que ela não consegue parar, acalmar-se e ver, ver o que é bom para si? Sei que um dia ela já soube. Quando somos adolescentes, achamos que sabemos tudo. Mas se houve uma coisa que Narcissa sempre teve a certeza, era dos seus sentimentos. Podia nunca mos contar, mas era exactamente por isso que eu sabia que ela tinha plena consciência do que sentia.
Desde que parti para Roma, que me sinto nas nuvens. Aqui, para uma eterna romântica como eu, tudo é maravilhoso! O sol brilha todos os dias, as pessoas sorriem e têm sempre um cumprimento simpático para nos brindar. As crianças correm livremente pelas praças, pois aqui não há tanto trânsito como na barulhenta Londres. Posso andar com vestidos esvoaçantes sem ter medo do frio, pois também tenho quem me aqueça. No entanto, o calor que Adam me passa não é o igual ao que ele me passava. Adoro o Adam, claro, é o meu melhor amigo. Mas quando fecho os olhos, não é a ele que vejo na minha mente, tão claramente como se estivesse a vê-lo em pessoa. E tenho a certeza de que essa pessoa me vê a mim; tenho a certeza de que ele me sente, longe ou perto, e que me ama com a mesma intensidade que eu o amo. Nunca disse a Narcissa (talvez por medo do seu 'fogo') e tenho a certeza de que ela nem suspeita. Esperava pela felicidade dela para lhe contar (ela é muito mais compreensiva quando está feliz).
Ai, meu Merlin, eu só quero que tudo se acerte e que toda a gente fique feliz, para que depois eu possa correr atrás da minha felicidade.
Vir para Roma com Daphne foi uma das melhores coisas que já fiz. Sinto-me bem aqui, não tenho preocupações, o sol brilha, faz um calor agradável e as pessoas são muito simpáticas. Mas eu sinto falta de Londres.
Rio-me quando penso no quanto Daphne odeia Londres. Odeia o cheiro, o barulho, o frio, o lixo. Não há nada naquela cidade que Daphne goste. Mas eu, nascido e criado nessa cidade suja e barulhenta, sinto falta do cheiro, do frio, dos agasalhos e dos rostos melancólicos das pessoas. Aqui, apesar de me sentir bem e livre, também me sinto como se estivesse dentro de um micro-mundo. As pessoas sorriem demais, o sol brilha sempre, a comida tem sempre o mesmo sabor. Soa-me a falso, não parece real. Mas estar aqui serviu para me demonstrar o quanto eu gosto do meu país e da minha cidade, que me ensinaram a crescer e a ser o homem que sou hoje.
E se vir para Itália foi uma das melhores coisas que já fiz, manter a minha amizade com Daphne e Narcissa foi fenomenal. Estas duas mulheres enchem-me de alegria! Dá-me prazer vê-las sorrir, vê-las ler o seu livro favorito, vê-las a produzirem-se para sair, ver a cumplicidade entre elas, entre nós! Elas são parte de mim, estão dentro do meu coração e acho que nunca mais de lá vão sair.
Há umas noites conversei com Daphne como nunca tínhamos conversado. Trocámos segredos. Sempre suspeitara de quem seria o dono do coração de Daphne, mas ela deu-me a confirmação. Mas para Daphne, foi uma surpresa ouvir o que eu sempre escondera. Ficou de boca aberta durante vários minutos e a sua primeira pergunta foi: ' A Cissa sabe? '. Claro que não sabia, respondi-lhe. Tal como ela, esperava pela felicidade da minha melhor amiga para lhe contar. Ambos sabíamos que contar aquelas situações delicadas a uma Cissa enraivecida com um certo loiro por perto, não podia dar bons resultados. Decidimos então esperar.
'With every move she makes
I'm deeper than I've been
Holding on and letting go
She just keeps givin' in
Takin' me higher and further
There she goes again givin' more than
She takes
'Cause it's more than love she makes
She goes all the way
É claro que Cissa só vai deixar de resistir no último minuto, quando achar que está tudo perdido. A minha melhor amiga acha que é melhor magoar-se a ela própria do que magoar os outros. Quantas vezes nos protegeu, devido a este seu lema? Quantas vezes ficou com cicatrizes na mão, de tantos castigos que apanhava? E nunca me vou esquecer da bludger que apanhou por mim.
No matter what I need
Her answer's always yes
I only have to dream
And she does the rest
(She Goes All The Way – Rascal Flatts ft. Jamie Foxx)
E por isto, por tudo o que Narcissa é e por tudo o que fez por nós, que decidimos esperar. Talvez ao fim de algum tempo ela decida que é tempo de se deixar levar. Talvez aí vejamos Cissa feliz, como vimos no dia em que foi escolhida libertar Fawkes, na cerimónia de entrega dos diplomas, na formatura de Tom. Foi a primeira e única vez que a vi chorar.
N/A: Um pequenino capítulo de transição só para dar a conhecer um bocadinho melhor Daphne, Claire e Adam enquanto adultos. Este cap é o que, numa série de TV, se chamaria de filler. Mas dando-vos mais um pouco de sabedoria tipicamente portuguesa, digo-vos que no meu país simplesmente chamamos a isto encher chouriços xD
Continuem a ler e deixem reviews, sim? Eu vou tentar escrever mais um bocadinho a minha outra fic 8D
Love,
~Nalamin
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