Reunion



Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D




Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 14: Reunion


'Quem odeia trabalhar aqui só pode ser completamente louco'.


Este foi o primeiro pensamento de Narcissa ao pôr pé na loucamente atarefada redacção d'O Profeta Diário depois de duas semanas de ausência. Tinha tido saudades, apesar de todo o trabalho que sabia ter à sua espera. E foi com um sorriso, e sem qualquer surpresa, que viu Catherine andar rapidamente na sua direcção com duas pastas grossas debaixo do braço.


- Às vezes desconfio que me puseste um feitiço de localização, Catherine. – comentou, desviando-se de dois estafetas apressados. A outra riu mas não contestou aquela afirmação.


- Bem-vinda de volta, Narcissa. Tivemos saudades tuas. – respondeu, prontamente, passando-lhe logo para a mão as duas pastas.


- Imagino. Depreendo que este seja o meu artigo mistério? – Catherine anuiu.


- Sim, vou dar-te todas as informações assim que conseguirmos chegar ao teu gabinete. – disse, com um suspiro, espremendo-se entre jornalistas, fotógrafos e estafetas.


- Não me lembro de isto ser assim tão populado. Nem sequer a uma segunda-feira. O que é que se passa?


- É por causa de uma nova empresa de perfumes. O dono quer que façamos uma história sobre ele e então decidiu fazer uma generosa doação que dará para cobrir o teu bónus e o meu durante cinco anos. Ah, e mandou amostras para todas as mulheres. – respondeu, revirando os olhos. – Deves ter uma no gabinete.


- Não uso perfume. Mas este deve cheirar mesmo bem. – disse Cissa, olhando em volta, vendo toda a gente num frenesim.


- Aposto que sim. Ah, finalmente!


Catherine empurrou a porta da redoma quadrada de vidro que separava o gabinete de Narcissa das secretárias em blocos dos outros jornalistas, e deixou a morena passar antes de a fechar atrás de si.


- O silêncio é muito pouco valorizado. – comentou, sentando-se na cadeira em frente à secretária de Cissa. – Vamos começar a trabalhar?


- Não devíamos valorizar o silêncio? – retorquiu Cissa, rindo, pendurando o casaco e sentando-se em frente à chefe de redacção.


- Não te armes em espertinha, Narcissa.


- Jamais te faria tal coisa, Catherine. Conta-me então a provação que me espera. – Catherine sorriu diabolicamente, como fazia sempre que tinha alguma informação sobre uma história importante.


- Daqui a menos de duas semanas festejamos o Dia dos Aurores. E todos os anos fazemos uma pequena reportagem sobre isso. Não é nada de especial, apenas uma pequena referência ao porquê de festejarmos o dia. Até costumo entregar isso aos estagiários.


- Sim, eu sei. E então?


- E então que este ano vamos fazer algo diferente. – Cissa franziu o sobrolho.


- Quão diferente?


- Deves saber dos boatos que têm surgido nos últimos meses.


- Sobre a captura dos Devoradores da Morte? Sim, as minhas fontes também disseram qualquer coisa sobre isso, mas não é nada definitivo. Não creio ser possível apanhá-los a todos.


- Bom, desde a semana passada que é definitivo. – Cissa arregalou os olhos.


- Estás a dizer-me que foram todos apanhados? Todos?


- À excepção de Narcissa Malfoy, que nunca foi realmente uma deles, todos os que participaram na Guerra ao lado de Voldemort foram apanhados ou mortos. – respondeu Catherine, ainda sorrindo.


- Mas como é que obtiveste esta informação? Com certeza que é secreta. – perguntou a morena, visivelmente espantada com os recursos da chefe.


- Recebi uma carta. Comecei por achar que quem a escrevera era apenas um maníaco da conspiração, mas quando me encontrei com ele percebi que era verdade.


- Encontraste-te com a pessoa! Viste-lhe a cara? Quem era?


- Não sei, não o reconheci. Mas ele disse que presenciou ambas as Guerras, portanto deve ter pertencido à Ordem da Fénix. Ou então trabalhava no Ministério. Mas isso não é importante. O importante é que ele nos deu a confirmação. – afirmou, entusiasmada.


- Certo. Então e queres que eu escreva sobre a captura dos Devoradores da Morte? – Catherine anuiu. – E como é que a concorrência só saberá disto daqui a dois meses?


- É daqui a dois meses que eles libertam a notícia oficialmente. Ninguém vai escrever sobre isto sem confirmação.


- Como é que nós vamos mostrar que temos a confirmação? – Catherine levantou-se.


- Marquei-te uma entrevista com ele para amanhã. Ele vem cá, às duas. Vais poder fazer-lhe todas as perguntas que quiseres, ele prometeu-me toda a história, sem filtros. – fez uma pausa, dirigindo-se à porta. - As pastas que te dei contém informação sobre os Devoradores da Morte, para que possas começar já a alinhavar o primeiro rascunho. Preciso do artigo completo na minha secretária dois dias antes do Dia dos Aurores. Ah, e isto é para ficar apenas entre nós duas. Não quero fugas, certo, Miss Jones? – Narcissa sorriu, assentido.


- Sim, Miss Davies.


- E se precisares de um fotógrafo chama o…


- O Jace, sim, eu sei. Ele gosta de ti, sabes. – respondeu Cissa, distraidamente, pegando nas pastas e começando a folheá-las.


- Sim, claro. Seja como for, não dou esperanças a miúdos. – a morena riu.


- Ele é mais velho que tu 2 anos, Cat. – a outra espantou-se, abrindo a porta em seguida.


- A sério? Com aquela carinha de rapazote, ninguém diria. – olhou para Narcissa, que sorria. – Bom sorte com isso. – Narcissa suspirou.


- Bem vou precisar.




 


- Miss Jones? – Narcissa levantou os olhos dos quilos de pergaminhos que tinha espalhados em cima da mesa e olhou para a voz feminina que a chamava da porta.


- É Narcissa, Jayne. Sim?


- O seu compromisso das duas acabou de chegar. – Cissa olhou o relógio, atarantada. 'Já são duas? Merlin, nem almocei!'


- Manda-o subir, por favor, Jayne. - A rapariga assentiu e fechou a porta, atravessando rapidamente o corredor.


Nos poucos minutos que sabia que lhe restavam antes de o Auror aparecer ali, Cissa tentou arrumar o mais possível o gabinete. Quando terminou, tirou os óculos, ajeitou a roupa, e colocou os pergaminhos das transcrições em cima da mesa, onde ficaria registada toda a conversa.


- Pode entrar, Miss Jones está à sua espera. – ouviu a voz de Jayne em surdina, do outro lado da porta.


Voltou-se, mas não conseguiu ver a pessoa a quem Jayne se dirigia, já que os estores do seu gabinete estavam fechados, com a óbvia excepção dos da porta. Ouviu o homem agradecer, ouviu os seus passos a aproximarem-se e ouviu finalmente a maçaneta a girar sob a mão dele. Mas quando viu o seu corpo, a sua cara, os seus olhos, o anel que trazia na mão com que girara a maçaneta, pensou que devia estar a sonhar. Como é que Catherine não o reconhecera? Daphne tinha toda a razão. Narcissa era igualzinha àquele homem.


- Olá, filha.




 


'Olá, filha'? Ele atrevera-se a chamar-me filha? Merlin, a raiva que senti naquele momento. Aquele não era o meu pai. O meu verdadeiro pai tinha sido Aled. Com aquele homem eu apenas partilhava uma biologia mais directa. E, paradoxalmente, menos significativa.


E quem era ele para aparecer assim, depois de tantos anos? As contas fizeram-se sozinhas na minha cabeça, e rapidamente percebi porquê. Os Devoradores da Morte já tinham sido todos capturados. E alguns, provavelmente, por ele. Portanto, agora, que já não havia ameaça, William Jones decidira dar um ar de sua graça e vir visitar a filha mais velha! Incrível, o meu pai era mesmo querido. Excepto na parte em que nos abandonou sem uma palavra.


E a lata dele para usar aquele anel no dedo. O anel com o brasão dos Prince! A minha família, não a dele. E onde é que ele o arranjara?


- O que é que estás aqui a fazer? – consegui perguntar, depois de alguns segundos de choque. – E onde é que arranjaste esse anel? – ele sorriu fracamente e avançou uns passos na minha direcção. – Não te aproximes! – exclamei, e ele parou imediatamente onde estava.


- Vim dar uma entrevista. – olhou o anel. – Isto pertencia ao teu primo, Severus. Consegui salvá-lo antes de os Aurores levarem o seu corpo da Cabana dos Gritos.


- Dá-mo imediatamente. – exigi. – Não tens o direito de usar uma coisa que me pertence por direito.


- Pertence à tua mãe, por direito. – argumentou ele. Abanei a cabeça.


- A herdeira de Cecília sou eu, não Julie. – vi-o espantar-se. Sorri amarga e cruzei os braços. – Oh, não sabias? Pois, isso é o que dá em abandonares a família. Dá-mo, se fazes favor.


Ele suspirou tristemente e começou a tirar o anel do dedo. Enquanto o fazia, pude olhá-lo com atenção. Estava diferente do William que me lembrava. Os seus cabelos que outrora tinham sido castanhos como os meus estavam quase completamente brancos. Continuava alto, mas parecia muito mais magro. As covas negras debaixo dos seus olhos escuros indicavam cansaço e, quiçá, alguma tristeza. 'Penitência só lhe fica bem', pensei.


- Aqui tens. – disse, colocando o anel na minha mão aberta.


- Obrigada. Agora podes dar meia volta e sair. – respondi, voltando para trás da minha secretária e sentando-me.


- Narcissa, por favor, deixa-me explicar.


- Oh, eu li a tua carta. Está tudo mais do que explicado. – ele franziu o sobrolho.


- Leste a carta? Mas só era suposto ser-te entregue se eu não sobrevivesse. – encolhi os ombros, raivosa.


- Talvez devesses ter deixado melhores instruções a Julie.


- Porque é que continuas a chamar Julie à tua mãe?


- Não é Julie o nome dela? Espera, também mentiram sobre os vossos nomes? – questionei, sarcástica. Ele suspirou e sentou-se na cadeira à minha frente.


- É claro que não. E tudo o que vos escondemos foi para vos manter em segurança, filha.


- Não me chames isso. – disse, irritada, batendo com o ponho direito na mesa. – Não és nem nunca foste meu pai. Aled era o meu pai. Educou-me, amou-me e morreu por mim, para que eu soubesse a verdade. É muito mais do que tu alguma vez fizeste.


- Vejo que sabes da profecia. – respondeu, olhando o chão.


- É claro que sei. – respondi, fria.


- E como é que te sentes, com o Dom? – ri, cheia de desprezo.


- Referes-te ao Dom da Visão? Não o tenho. – ele arregalou os olhos, assustado. – Pois é, William, tu e Julie, e até Cecília, estragaram a nossa família por uma profecia idiota que nem sequer se realizou. Espero que estejas satisfeito. – suspirou, cansado.


- Narcissa, fizemos o que achámos que tínhamos de fazer para assegurar a vossa…


- Segurança, sim sim, já sei. Tinham muito medo que morrêssemos todos. – interrompi-o, olhando-o com nojo. - Mas se tivessem tirado dois minutos para se sentarem connosco e nos conhecerem ao invés de magicarem planos loucos para nos esconderem a verdade, saberiam que isso seria sempre a aposta errada.


- Foi exactamente por te conhecer, Narcissa, que achámos que deveríamos ser mais cuidadosos.


- Não sabes nada de mim, William, nunca soubeste. Se soubesses, terias sido homem o suficiente para me avisar quando Cecília estava a morrer. Ou para informares os teus filhos, aqueles que dizes amar, de que Voldemort estava a ganhar poder.


- Vocês eram crianças!


- Não sejas idiota, William, e não me julgues também por uma! – explodi. – Nenhum de nós alguma vez foi criança. Vocês não deixaram. E se Claire teve infância foi por minha causa e de Tom.


- Continuas teimosa como um burro, Narcissa. – alvitrou ele, olhando-me intensamente nos olhos. – Não deixas que ninguém te ajude! – tornei a rir. 'Ele acabou mesmo de dizer isto?'


- Não me digas que agora é que decides ajudar-me!


- Sempre a querer fazer as coisas sozinha!


- Sabes como é, alguém me disse que teria de me habituar à solidão desde nova. – retorqui, venenosa.


- E os teus irmãos? – perguntou ele, depois de uma pausa. – Como estão?


- Saudáveis e felizes. Não graças a ti, claro.


- Eu deixei-vos o meu dinheiro para… - levantei-me, agora genuinamente irritada.


- Como ousas! Nós nunca tocámos num cêntimo do dinheiro dos Jones que não nos pertencesse!


- Não era isso que eu queria…


- Eu ganho a vida sozinha desde que saí Hogwarts! Tal como Tom! Nenhum de nós tocou sequer no fundo que nos foi atribuído quando fizemos dezanove anos! Fui eu quem pagou os estudos de Curandeira a Claire, com o meu dinheiro, ganho aqui mesmo, neste jornal!


- Não devias ter feito isso, os fundos que vos deixámos servem para isso mesmo.


- Pois, pai, mas ao contrário de ti, eu não tenho por hábito abandonar as pessoas de quem gosto.


- Narcissa, por favor… - implorava ele, levantando-se também.


- Não quero ouvir nem mais uma palavra!


- Miss Jones? – chamou Jayne, de repente. Fechei os olhos e respirei fundo. 'O que é agora?'


- Diz, Jay.


- Está aqui um senhor para a ver. – franzi o sobrolho. Não tinha mais compromisso nenhum durante a tarde.


- Deixou nome?


- Não, disse apenas que era importante. E urgente.


- Tudo bem, deixa-o entrar. – olhei para William, especado à minha frente. – Estás à espera de que te acompanhe à porta?


- Cissa…


- Sou uma mulher importante e ocupada, como podes ver. Portanto, agradecia-te que…


- Por que será que cada vez que eu encontro alguém desta família, vocês vêm sempre em packs? - 'Oh não. Merlin, mata-me já'.


Draco Malfoy entrara no meu gabinete como se fosse a sua própria sala, fechando elegantemente a porta atrás de si, pendurando o seu casaco e colocando as mãos nos bolsos, olhando para nós. 'Céus, mandem um raio atingir-me imediatamente!'


- O que é que queres, Malfoy? – ele sorriu de lado. 'Estúpido. Idiota. Doninha albina.'


- Ora, Jones, estava com saudades.


- Por Merlin, vai-te embora!


- Isso são maneiras de tratar as visitas, Jones? Certamente que não foi assim que te educaram. – comentou, olhando de lado para o meu pai.


- Garanto-lhe que não foi, Mr. Malfoy. – afirmou o meu pai, com cara de poucos amigos.


- Ah, Mr. Jones. Finalmente decidiu voltar do mundo dos mortos?


- Parece que sim. Como vai a sua mãe? Ainda muito abalada pela captura do Lucius, suponho. – retorquiu, cruzando os braços. O Malfoy quase que rosnava para ele. – E agradecia-lhe que tratasse a minha filha por…


- Miss Jones? – chamou Jayne, a medo, abrindo a porta.


- Jayne, por Merlin, o que é que foi agora? Estou um bocadinho ocupada. – ela corou.


- Desculpe, mas não consegui evitar que ele subisse.


- Ele quem?


- Mr. Fowles. – disse, fechando rapidamente a porta e seguindo para a sua secretária.


- SÓ PODES ESTAR A BRINCAR COMIGO! – Disse eu, falando para o tecto, esperando que Merlin ouvisse e tivesse alguma compaixão. Rapidamente a porta se tornou a abrir, e Edwin espreitou para dentro do gabinete.


- Nar…Oh, Merlin. – disse ele, olhando espantado para os ocupantes do meu gabinete.


- O que é que tu queres, Edwin?


- Levar-te para comer qualquer coisa. Lanchar, jantar, o que preferires. Gostava de falar contigo.


Suspirei e olhei em volta. O meu pai e Draco estavam ainda parados à frente da minha secretária. Um a olhar confuso para mim e o outro a fixar furiosamente Edwin, para quem olhei também em seguida. 'Ok, Cissa, respira. Pensa: tens o teu pai mentiroso que te abandonou e não vês há anos, o Malfoy convencido e irritante que vive para te massacrar o juízo – mas que, em contrapartida, te salvou a vida há anos atrás, e o Edwin, que te quer tirar daqui e dar-te comida. Só tens de escolher'.


- Sabes que mais, Ed? – disse eu, contornando a secretária e vestindo o casaco. – Aceito o teu convite com todo o gosto.


E puxando um Edwin confuso mas feliz pelo braço, saí do gabinete, deixando dois dos homens mais importantes da minha vida para trás.




 


- Isto não pode continuar assim. – afirmou Adam, baixinho, sentando-se na secretária de Daphne. – Sinto-me horrível.


- Eu sei, eu também. – admitiu ela, suspirando.


- Temos de lhe contar. – levantou-se, decidido. – Agora. – Daphne olhou-o, chocada.


- Agora? Mas...


- Já chega de desculpas, Daph. Agora é uma altura tão boa como qualquer outra. Anda daí.


Resignada, a loira deixou que Adam a levasse pelo pulso, quase de arrasto, pelos corredores compridos e atarefados do profeta. Virando à esquerda num dos corredores principais, entraram numa enorme sala cheia de blocos de secretárias, encabeçada por dois escritórios envidraçados: o de Narcissa e o de Catherine.


Respirando fundo para ganharem alguma coragem, Adam e Daphne palmilharam rapidamente a curta distância que os separava da morena, parando em frente à secretária de Jayne, para que ela os pudesse anunciar.


- Boa tarde, Jay. Podemos falar com Narcissa? – Jayne corou ligeiramente e olhou-os, tímida.


- Miss Jones saiu há alguns minutos com Mr. Fowles. Mas as outras duas visitas ainda estão lá dentro.


- Cissa saiu com Edwin? – repetiu Daphne, de sobrolho franzido. – Tens a certeza?


- É claro que sim, Miss Rosier.


- E quem são as visitas que ela deixou lá dentro?


- Um deles é o compromisso das duas. Um Auror que veio dar uma entrevista. Mas não me pareceu que a entrevista estivesse a correr muito bem, Mr. Sanders. – respondeu, tímida.


- E o outro?


- O outro senhor não conheço. Mas agora que olho bem para si, Miss Rosier…ele tem algumas parecenças consigo. – Daphne revirou os olhos.


- Draco. – disseram ela e Adam ao mesmo tempo.


- Draco? – questionou a assistente.


- Draco Malfoy. Jayne, eu vou lá dentro chamá-lo, sim? Quanto ao Auror…suponho que devas chamar Catherine.


- Muito bem, Miss Rosier.


Daphne, com Adam no seu encalço, avançou para a porta e abriu-a rapidamente. Draco encontrava-se lá dentro, discutindo com um homem alto, a quem a loira não conseguia ver a cara.


- Como é que se atreveu, seu miserável, a voltar depois destes anos todos? Depois de lhe ter causado tanta dor?


- Ao menos tenho a minha consciência tranquila por ter protegido os meus filhos logo no início, Mr. Malfoy. Ao contrário do seu pai, que o enviou para a morte. - O homem olhou para Daphne por cima do ombro do loiro. – E parece que temos companhia.


Draco voltou-se e Daphne e Adam puderam finalmente ver com quem o loiro discutia. E se ele não fosse tão alto e não ostentasse todo aquele cabelo branco e a barba de alguns dias, provavelmente eles diriam que estavam a ver Narcissa Jones numa máscara qualquer. Aperceberam-se imediatamente de quem se tratava e trocaram olhares assustados. O homem não se pronunciou e Draco revirou os olhos.


- Sim, é o pai da Jones, Daphne.


- Onde é que ela está? – perguntou, ao fim de alguns segundos, depois de recuperar do choque.


- Não sabemos. Saiu há minutos com um rapaz muito bem-parecido. É o namorado? – perguntou William, dirigindo-se amavelmente a Daphne.


- Ex-namorado. – elucidou a loira, completamente confusa.


- O actual e seu futuro genro está mesmo aí à sua frente. – comentou Adam, também embasbacado, sem medir o que dissera.


- Adam!


- E a sua futura nora está aqui ao meu lado.


- ADAM! – repetiu Daphne, alto, desta vez já completamente alerta do que se passava à sua volta.


- O que é? Por acaso é mentira?


- Este não é certamente o momento… - respondeu, corando violentamente.


- Por Merlin, poupem-me! – exclamou Draco, pegando no casaco e saindo da sala com passos duros.


- Não precisa de ficar envergonhada, minha cara. Mas já que vamos ser parentes, talvez nos devêssemos apresentar. – afirmou William, aproximando-se da loira com um sorriso. – William Stuart Jones, ao seu dispor.


- Daphne Rosier, prazer.


- Ah, Daphne! Perdoe-me, mas não a reconheci. – fez uma pausa. - Mas que escolhas fizeram os meus filhos mais velhos! Sabem-me dizer se Claire…


- Oh não, Claire vive para a profissão. É o seu verdadeiro amor. – explicou Adam.


- Ah, perdoe-me a má educação, não me apresentei a si. William Jones.


- Adam Sanders. – o mais velho sorriu.


- Quis parecer-me que vinham falar com Narcissa.


- Sim, mas pelos vistos não é um bom dia para lhe contarmos o que vínhamos contar. – comentou Adam, rindo.


- Talvez me possam contar a mim, durante o almoço? Como devem ter deduzido pela minha conversa com Mr. Malfoy, as coisas com Narcissa não correram muito bem. – Daphne e Adam trocaram olhares.


- Não creio que Narcissa fosse gostar muito de saber que falámos consigo, Mr. Jones. – confessou Adam. William encolheu os ombros.


- Bom, então não falaremos sobre Narcissa. Quero saber tudo sobre a minha futura nora e o meu filho. Está bom assim?


Adam e Daphne, ainda ligeiramente atarantados, consentiram e seguiram William para fora da sala.




N/A: E William faz a sua grande entrada na fic! 8D


Lots of love,
~Nalamin


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