Owl Mail



Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D




Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 6: Owl Mail


Querida Cissa,


Desculpa por ainda não te termos escrito. A culpa é toda do Adam, que me tem arrastado por toda a cidade. Roma é, realmente, uma cidade linda. Tão fascinante, com tanta história, tão romântica! Eu sei que já cá estiveste e disseste ter adorado, e eu também já cá estive há alguns anos, mas não consigo deixar de redescobrir a beleza deste lugar sempre que volto.


E as tuas férias, como vão? Onde é que as foste passar, afinal? Quando partimos vocês ainda não se tinham decidido e, entretanto, não nos escreveste. Saíram de Inglaterra? Merlin, espero que sim. É bonito, o sítio onde estão? Vais trazer-me uma prenda, certo? Sabes que eu gosto de coleccionar prendas tuas, querida.


Diz-nos qualquer coisa, quando puderes. Temos saudades tuas.


Daphne xx


P.S: O Adam está a gritar da casa de banho a dizer para te mandar um grande beijinho!




Querida Daphne (e Adam!),


Parece-me idiota começar por perguntar como vão as vossas férias porque me parece que vão optimamente. Portanto, começo por também pedir desculpa por não ter escrito mais cedo. Mas enquanto vocês descuidaram a escrita devido à diversão, eu tive outros motivos.


Edwin e eu acabámos por ir para Portugal, depois de muita insistência minha. Levei-o até ao Gerês. É um dos sítios mais belos que alguma vez vi. Espero um dia levar-vos lá também. E sim, claro que vos trouxe presentes. E, acreditem, o meu timming para os comprar não podia ter sido melhor. Porque – adivinhem: Edwin disse que recebera uma coruja e que tinha que voltar para Londres o mais rápido possível.


Inacreditável, certo? Discutimos e ele atirou-me à cara o meu 'nome de família'. Conseguem imaginar? É claro que fiz imediatamente as malas, acabei tudo com ele e saí dali o mais rápido possível.


Estava disposta a gozar ainda um pouco das minhas férias e por isso vim para a herdade do Thomas, de onde vos escrevo. Este é o meu quarto dia aqui. Mas, infelizmente, e como tudo na minha vida, tinha de haver um senão: quando cheguei e toquei à campainha, quem é que me vem abrir a porta? Draco 'a doninha cobarde' Malfoy, dizendo que aquela era a 'sua' semana e que não esperava 'visitas'. Ah, e que o meu irmão era o seu melhor amigo! Era realmente só o que me faltava. Estas férias estão a ser óptimas, não haja dúvida.


Espero que se continuem a divertir por aí. Não façam nada que eu não fizesse!


C xx




" Narcissa,


Oh querida, lamentamos muito. Estás bem? Quer dizer, dentro do possível? Adam está aqui a andar do lado para o outro, preocupadíssimo, a pensar se devemos voltar já para Inglaterra. Basta dizeres e nós saímos daqui no próximo botão de transporte.


Mas o que é que deu a Edwin para estragar as vossas férias assim, de ânimo leve? E atirar-te o facto de seres uma Barclay à cara? Isso foi muito baixo. Ele desceu imensos pontos na minha consideração. E Adam está a pedir-me para te dizer que, se quiseres, terá todo o gosto em lhe dar um murro ou dois.


E, ainda por cima, o meu primo está aí contigo na herdade? Bom, vendo bem, podia ser pior. Tens de relaxar, na medida do execrável. Se lhe deres uma oportunidade de conversar contigo sem insultos, vais ver como tudo corre melhor do que pensas. Embora, claro, eu compreenda que não seja agradável tê-lo por perto a chatear quando estás num estado, digamos, pouco feliz.


Não fazíamos a menor ideia de que ele e Tom eram os melhores amigos. Ainda não recebi a resposta dele, portanto não sei o que ele tem a dizer sobre o assunto. Mas Tom e Draco? Eles são tão diferentes, não achas? O que raio terá acontecido para se tornarem amigos?


Responde rápido, Ci. Não nos deixes (ainda mais!) preocupados.


Daph e Adam xx




" Querido Draco,


Deixa-me começar dizendo que não estou por aí. E quando digo 'aí', falo na Grã-Bretanha. Primo, eu estou na ' bella' Itália! Roma é uma cidade linda, tão romântica, enfim: tão parecida comigo.


E tu, onde estás? Posso adivinhar? Na herdade do Tom, certo? Afinal, que história é essa de Thomas Barclay ser o teu melhor amigo? Já não se conta nada à prima favorita? E que tal um relatório completo para te redimires? Espero algumas folhas de pergaminho, ouviste?


Daphne xx


P.S: Não penses sequer em incomodar Narcissa! Se bem me lembro de algumas das vossas brigas – e acredito não saber nem sequer de metade -, sei que não são apropriadas para a situação que ela está a passar. Contém-te!




" Cara prima,


Porque é que insistes em esbanjar a fortuna dos Rosier sempre no mesmo destino? Já não viste tudo o que há para ver em Roma? Quantas vezes visitaste o Coliseu? Começo a pensar que vais aí à procura de alguma coisa, Daphne.


Ah, parece que já trocaste cartas com a Jones. Eu e Tom somos amigos há bastante tempo. Nunca te contei porque nunca calhou. Assunto encerrado. Está bom para 'relatório completo' ou devo ser mais sucinto?


Eu não incomodo ninguém, Daphne. Não tenho culpa que as pessoas se sintam inferiores na minha presença e resolvam recorrer aos insultos para compensar essa inferioridade. Portanto, não percebo para que foi esse pequeno P.S. Mas parece-me que foi porque a Jones te contou aquilo que lhe disse quando a vi à porta. Ora, isso não foi incómodo nenhum. E é claro que não sabes de todas as nossas brigas. Só sabes daquelas que a Jones não gostou.


Diverte-te por aí.


D. Malfoy


P.S: Parece-me que vais receber uma grande carta da Jones. Pelo que consigo ver daqui, ela já vai na segunda folha de pergaminho.


P.S.2: Não, Daphne, não estava a olhar para ela, apenas levantei agora a cabeça para observar e informar-te deste facto. Se queres que te situe geograficamente, eu estou no quarto que Tom me destinou aqui na herdade e que tem uma grande janela. Janela essa que está completamente aberta e pela qual consigo ver a Jones sentada lá em baixo na relva, à sombra duma árvore, a escrever para ti. Queres uma descrição mais pormenorizada? Ela está vestida de vermelho e preto, as únicas cores, para além do verde, que lhe ficam verdadeiramente bem.


P.S.3: Não sei porque raio as mulheres tem um guarda-roupa tão diversificado. Deviam usar as cores que lhes ficam realmente bem. Ah, e está descalça. E…espera. Ela usa óculos? Oh, tenho de lhe fazer ver esse pormenor.




" Meus queridos Daph e Adam,


Estou bem, melhor do que pensava. E é muito gentil da vossa parte oferecerem-se para voltar, mas para férias estragadas já bastam as minhas. Fiquem por aí e tentem curtir ao máximo a cidade.


O que é que lhe deu? O mesmo de sempre. O trabalho é o mais importante e vem sempre primeiro que tudo. E ele já andava há anos para me atirar o meu nome de família, o meu dinheiro e o meu sucesso à cara. Sempre houve um quê de inveja da parte nele no que dizia respeito a isso. Suponho que o que eu lhe disse foi a gota de água.


E o que eu vou dar ao teu primo são cinco segundos para me sair da frente de cada vez que se cruzar comigo. Depois de cinco segundos passados, não me responsabilizo pelos meus possíveis actos (assassinos).


Oh, o Malfoy explicou-me o que aconteceu para ele e Tom se tornarem amigos. Ou, pelo menos, como aconteceu. Disse-me que se conheceram em Hogwarts, no sétimo ano, num jogo de Quidditch. E que a herdade do Tom já pertenceu ao teu primo, que ele a vendeu por uma ninharia. Parece que ele vai lá passar uma semana todos os verões. A semana imediatamente antes de eu ir para lá.


Já viste o que o meu irmão me escondeu durante todos estes anos? Sabe-se lá o que mais pode sair da cartola de Thomas Barclay.


Escrevi o mais rápido que pude. Espero ter sido suficiente.


E espero que vocês estejam bem e a divertirem-se!


Cissa xx




"Draco,


A fortuna dos Rosier é dos Rosier, portanto, o que eu faço com ela não te diz respeito, priminho. Mas ao menos eu não gasto os meus galões apenas em roupa de marca ou snitches de colecção.


E a tua explicação está horrível para 'relatório completo'. Mas Narcissa já me informou de como se conheceram. Agora gostava de saber o que é que levou Draco Malfoy, que sempre odiou Gryffindors, a falar com o capitão da equipa de Quidditch deles.


Incomodas a Cissa. Portanto, tenta não o fazer. Não é, de todo, uma boa altura para andares a massacrar-lhe o juízo. E o que é que queres dizer com 'só sabes daquelas que a Jones não gostou'?


Draco Malfoy, os meus olhos enganaram-me? 'Ela está vestida de vermelho e preto, as únicas cores que lhe ficam verdadeiramente bem'? Estarias tu a elogiar Narcissa Jones? E que história é essa de que a janela do teu quarto fica mesmo (e convenientemente) por cima da árvore onde Cissa estaria a escrever? Estavas a observá-la? Eu sei que ela é espantosamente bonita, mas nunca pensei ver chegar o dia em que dirias algo agradável sobre Narcissa.


Beijinhos, primo! Porta-te bem com a Ci.


Daphne xx


P.S: Narcissa só usa óculos para ler e escrever. Achei que podias necessitar desta informação quando lhe quisesses 'fazer ver esse pormenor'.




" Querida Cissa,


Tens a certeza? Não queres mesmo que voltemos? O Adam continua a achar que é melhor voltarmos, mas se dizes que não, penso que vamos tentar aproveitar o resto da semana.


Mas afinal, qual é mesmo o trabalho do Edwin? Nunca percebi. Bom, agora que falas nisso, a inveja era bastante óbvia. Ele nunca foi contigo a nenhum jantar, gala de entrega de prémios ou até festas de aniversário que eram organizadas pelo Profeta. E arranjava sempre desculpas descabidas. Pensei que fosse uma certa vergonha de ir a esses eventos sociais, mas agora percebo que era algo mais.


Tens de ter calma no que toca ao meu primo, Ci. Ele até pode ser suportável se lhe deres uma chance. E não podes desatar a enfeitiçá-lo passados cinco segundos. Talvez possas esperar antes quinze?


Isso é realmente muito estranho. Eu estive em todos os teus jogos de Quidditch e nunca os vi a trocar uma palavra. E também não entendo porque é que Tom sentiu necessidade de esconder essa amizade de ti. Claire sabe?


Temos saudades tuas, Cissa. Qualquer coisa – qualquer coisa mesmo! – não hesites em nos escrever.


Daphne e Adam xx


P.S: Juntamente com a tua, recebi outra resposta que me informou de que me escreveste vestida de vermelho e preto, descalça e de óculos, sentada na relva à sombra duma árvore e com os pergaminhos espalhados. E de que essas cores são as que te ficam verdadeiramente bem. É verdade?"




 


Depois de ler a resposta de Daphne, Cissa saiu do escritório do irmão, onde se encontrava desde que voltara dos jardins, a rever os livros de contabilidade do irmão, e rumou à sala de estar, onde sabia que Draco se encontrava, disposta a pedir-lhe algumas explicações. Encontrou-o estendido no sofá grande, a ler O Profeta Diário calmamente.


- Malfoy, queres explicar-me como é que Daphne sabia o que eu tinha vestido e como é que os pergaminhos estavam organizados enquanto eu lhe respondia à carta? – disse, rapidamente, prostrando-se à frente dele. - Tenho a certeza de que não fui eu que lhe forneci essa informação. – ele baixou o jornal e olhou-a, indiferente.


- Jones, adoraria dar-te uma complexa explicação mas, infelizmente, não faço ideia de como Daphne soube de tal coisa. Nem eu próprio sabia o que tinhas tu vestido nessa altura, ou como os pergaminhos estariam colocados. Nem me interessaria saber. – Cissa bufou.


- Repara, eu podia simplesmente ler-te os pensamentos, mas estou a pedir resposta duma forma educada. – ele sorriu de lado.


- Agradecido pela tua magnífica educação Barclay.


- Foste tu, não foste, sua doninha albina? – questionou, irritada. - Estavas a observar-me, Malfoy? Aqui está o motivo daquelas náuseas enquanto escrevia. E o que é que queres dizer com 'magnífica educação Barclay'?


- E se tiver sido eu, Jones? – respondeu, olhando-a. – E não, criatura, não te estava a observar. Ouvi barulho por baixo da minha janela e fui descobrir que estavas lá a escrever a tua preciosa carta. – acrescentou, num tom mais irritado. - Se ficaste nauseada, não foi, certamente, minha culpa. Deves ter visto o teu reflexo na água do lago. E quero dizer exactamente o que quis dizer. – Cissa cruzou os braços e encostou-se à lareira apagada.


- Eu sabia que tinhas sido tu, só queria que o admitisses. Então, vamos ver: ouviste barulho e foste verificar o que era. - acrescentou, depois de uma pequena pausa. - Viste-me, sentada no chão, com os pergaminhos espalhados e vestida de vermelho e preto. E essas são as cores que me ficam realmente bem? É esta a tua versão? – 'Merda! Já devia saber que Daphne não ficaria calada quanto ao elogio!'


- Então, Jones, se sabias que tinha sido eu, para quê toda esta conversa? Será porque gostas realmente de falar comigo? – respondeu, continuando a ler o jornal. - Jones Jones, começo a pensar que estás de novo apaixonada por mim! – fez uma pausa, claramente esperando uma reacção dela, que não veio. – E sim, essa é a minha versão: o teu guarda-roupa devia cingir-se ao vermelho e ao preto. Ah, e aqueles teus belos óculos! Falta de vista? Sempre achei que parecias mais velha do que realmente eras, Jones. – ela riu, amargamente.


- Eu só uso óculos para ler e escrever, doninha. Felizmente, vejo perfeitamente bem. Tão bem, que consigo ver, melhor do que o resto das pessoas, o imbecil que tu és. Fantástico, não é?


- Eu sei que só usas óculos para essas duas tarefas, Jones. Além de lindo e charmoso, também sou omnisciente. E não vou responder a essa provocação. É só mania de mulher apaixonada. – disse ele, fazendo um gesto de dispensa com a mão direita.


- Claro que sabes. Daphne disse-te. Não és omnisciente, só tens sorte de a tua informadora ser a minha melhor amiga. E, como não és omnisciente, duvido que sejas omnipresente. E ainda tenho maiores dúvidas sobre o omnipotente. – ele lançou-lhe um olhar assassino. - Mulher apaixonada? Por ti? É melhor tirares o hipogrifo da chuva, Malfoy. Isso não voltará a acontecer. Aprendi a minha lição. Mas obrigada pela tua fantástica opinião sobre o meu guarda-roupa. Não me parece que a vá seguir, de qualquer maneira.


- Jones, não voltará a acontecer? Já aconteceu, querida. – disse ele, olhando-a com um sorriso traquina no rosto. – Ora, de nada, Jones, dispõe. Posso-te apresentar a alguns Malkin's exclusivos, se quiseres. Não que tu não os pudesses comprar, claro. Mas és, como direi? – levou a mão ao queixo, fingindo procurar pela palavra certa. - Demasiado nobre? Não, não é esta a palavra. Casmurra é a palavra adequada. – Cissa revirou os olhos


- Tu não pensas realmente que estou apaixonada por ti, pois não? É que se pensas, a minha irmã tem lugar para ti em São Mungus, Draquito. – afirmou, pronunciando a alcunha num tom exageradamente meloso.


- Não me chames Draquito. A Pansy tinha essa mania. – respondeu ele, com algum nojo. A morena riu.


- Pansy Parkinson? A buldogue? A Eve consigo compreender, mas a Parkinson…Por Merlin, pensei que conseguias ser mais selecto.


- Para quê, Jones, quando se pode ter tudo?


- Não te gabes tanto, Malfoy. Faz rugas. E não podes ter tudo. – retorquiu, desencostando-se da lareira e caminhando na direcção do sofá.


- Ai sim, Jones? O que é que eu não posso ter? Não, espera, vou colocar a questão noutros termos: o que é que me impede de conseguir aquilo que não posso ter? – Cissa encolheu os ombros.


- Tu, na verdade. – ele riu.


- Eu é que me impeço a mim mesmo de conseguir aquilo que não posso ter? Isso não faz qualquer sentido. Começo a achar que estás louca, Narcissa.


- Claro que faz. O facto de estares tão concentrado no teu próprio umbigo é que não te deixa perceber o quanto. – respondeu, parando ao lado da almofada onde ele encostara a cabeça. - E por acaso, chamaste-me Narcissa, Draco?


Não esperando pela resposta dele, Narcissa saiu calmamente da sala, com um sorriso maroto a bailar-lhe nos lábios.




N/A: Espero quetenham apreciado esta maneira peculiar, mas não invulgar, como eu escrevi o capítulo :D Esta última parte em que eles conversam na sala é outra das que já estava escrita há muito tempo e que pude finalmente adaptar satisfatoriamente à versão final da fic.


Keep reading, okay?

Love,
~Nalamin


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