The End Where I Begin

The End Where I Begin



Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D




Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 5: The End Where I Begin


- Cissa…acorda.


Narcissa abriu lentamente os olhos ao ouvir a voz do irmão a ecoar perto do seu ouvido. O sol entrava pelas cortinas entreabertas do quarto, o que significava que a manhã já ia, pelo menos, a meio. Quantas horas dormira?


- Bom dia. – disse Tom, docemente, quando viu que ela acordara.


- Olá, Tom. – respondeu, sentando-se e esfregando os olhos.


- Dormiste bem? – Cissa sorriu e espreguiçou-se.


- Parece que sim. Que horas são?


- Quase dez. Vim acordar-te para avisar que vou sair por umas horas. Estás a vontade para ficar se quiseres, Ci. Não o deixes incomodar-te. – respondeu Tom, mais sério. A morena suspirou.


- Talvez fique. Tenho saudades de Athena. – ele sorriu.


- Óptimo. – disse, levantando-se. – Eu estou de volta por volta da hora do jantar, sim? – beijou-a na testa. – Porta-te bem.


- Eu porto-me sempre bem, Thomas. – ele riu e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.


Depois de Tom sair, Narcissa deixara-se ficar na cama, gozando a descontracção. Por volta do meio-dia levantou-se, tomou banho, transfigurou o seu vestido nuns calções negros e numa camisola de manga curta verde e saiu para a cozinha, disposta a pedir a Sasha que lhe preparasse qualquer coisa.


A elfo, sempre prestável, presenteou-a com um enorme prato de lasanha acabada de sair do forno. Cissa devorou tudo com deleite e, em seguida, decidiu passar pela pequena biblioteca para ir buscar um dos seus livros favoritos. Foi rapidamente buscá-lo e acabou por se sentar numa das poltronas, junto à enorme janela da sala, lendo-o atentamente.


Horas passaram, e Narcissa estava tão embrenhada na leitura que nem notou quando Draco entrou na sala e se sentou na poltrona à sua frente, até que este tossiu para chamar à sua atenção. A morena olhou então, com desprezo e reprovação, para a criatura que interrompera a sua paz, tentando controlar a fúria que depressa tomara conta de si.


- Perdido? - Perguntou sarcástica.


- Muito pelo contrário, Jones. Exactamente no sítio que pretendia.


- Ah sim? Deveras interessante, de facto. Mas não sei se já te apercebeste que estás a incomodar. Sai. - Disse ela, lançando-lhe um olhar mortal.


- Não sem antes te dizer uma coisa. - Disse o loiro, nunca deixando de sorrir como se se estivesse a divertir muito com tudo aquilo.


- Então diz e vai-te embora. – Disse fria.


- Quanta frieza, Jones. Deve ser esse o motivo pelo qual o Fowles te deu com os pés. - Cissa olhou para ele enraivecida e ia ripostar, mas Draco não deixou. - De qualquer modo, Tom acabou de me mandar uma coruja. Os negócios estão a demorar mais tempo do que aquele que ele pensava e, portanto, só vai poder voltar daqui a dois dias. Percebeste tudo? - Disse, claramente gozando com ela. Cissa revirou os olhos.


- Claro que sim. Ao contrário de ti, nasci com um cérebro proporcional à caixa craniana. - Draco olhou-a com raiva. – Agora, se fazes favor, sai.


- Já? Estava a pensar ficar por aqui mais um pouco. - Disse divertido.


- Pensaste? Mais um facto interessante. Pensava que o sangue só consguia chegar a uma das extremidades do teu corpo...- ripostou ela. Draco ficava cada vez mais furioso.


- Diz-me, Jones...O que te faz pensar isso? - Perguntou ele.


- Bom, como já te disse há muitos anos, essa cor de cabelo não engana ninguém. - Disse Cissa, rindo. Ele tentava segurar a sua fúria de todas as maneiras.


- Ia jurar que o teu amigo Sanders também é loiro, Jones. – ela olhou-o, confusa.


- E daí?


- E daí que sempre pareceste bastante interessada nele.


- Não me parece que tenhas alguma coisa a ver com as pessoas pelas quais eu me interesso, Malfoy. – fez uma pausa. – Perdeste esse direito há muito tempo.


Ele desviou o olhar de Narcissa e fixou a janela. Mantiveram-se em silêncio durante longos minutos. Cissa olhava para ele, curiosa, tentando descortinar o que se passaria dentro daquela mente e o que levara a, depois de entregar a mensagem de Tom – e mesmo sabendo que as coisas entre eles não tinham acabado bem e que distância era a melhor opção -, ficar por ali com ela. Pensou então em ler-lhe de novo os pensamentos.


- Jones, ambos sabemos que eu sei que tens o Dom. – disse ele, ainda sem a olhar. – Portanto, nem penses em ler-me a mente. – acrescentou. 'Conhece-me demasiado bem, este idiota.' Cruzou os braços e decidiu responder-lhe.


- Mas será que sabes que o teu antigo companheiro de Quidditch, James Solomon, meu primo, também tem um? O Verita. Aconselho-te a não lhe tornares a mentir, porque ele saberá. – Afirmou Cissa, meio divertida, meio irritada.


Draco olhava para o nada. Se estava pasmado não o demonstrava. Era isso que Cissa lamentava nele. 'Olhos lindos e sempre sem expressão. Como é que ele consegue? '.


Os minutos passavam e o silêncio reinava. A certa altura, ele fechou os olhos e não se mexeu durante algum tempo. Provavelmente adormecera. 'Bom, não vai ser certamente aqui que ele vai ficar a fazer a sesta!'


- Malfoy? – Disse, baixo. Ele abriu os olhos mas não olhou para ela. – Estavas a dormir?


'Um dia destes quando eu ganhar juízo
Conto-te a história de uma vida levada de improviso
Pode ser que deite a cabeça no teu regaço
E aprenda a derramar uma lágrima por cada passo - errado


- Não. Estava a pensar. – fez uma pausa. – No facto de pareceres não ter mudado nada, Jones. – continuou ele, friamente, em resposta à excelente cara de interrogação de Narcissa.


Um dia destes
Pode ser que seja hoje, seja hoje então
Que eu abro mão do meu coração de ladrão


Cissa olhou para ele com desprezo. Já devia estar habituada a estas atitudes. Mas ali, nos breves momentos em que ele parecia um deus, de olhos fechados, quis acreditar que ele podia ter mudado.


– Continuas poderosa, rica e…sozinha. – acrescentou ele, com o sorrisinho de lado que tanto irritava Cissa.


Sempre perto da loucura, sempre sol de pouca dura
Eu meto água na fervura disfarçando com brandura


- Sou uma sortuda, eu. – respondeu, zangada. – Então agora que já sabes quem sou e no que me tornei e já me torraste a paciência, visto que era obviamente esse o teu desejo, sai daqui. - acrescentou, fria. Ele levantou-se, pôs as mãos nos bolsos e começou a andar calmamente na direcção da cozinha.


- Tanta antipatia pela minha pessoa, Jones. Talvez um dia te torne a provar que sou um rapaz simpático. - Disse sorrindo de lado, saindo de vista e deixando uma Narcissa muito irritada para trás.


Eu - tenho medo que o feitiço vire o feiticeiro
Eu tenho medo que desta vez partas tu primeiro
Tenho tanto medo que talvez compre um rafeiro,
perca o medo de uma vez e te ganhe por inteiro
Um dia destes'
(Um Dia Destes – Da Weasel)




 


'Continuas poderosa, rica e…sozinha'.


'Sometimes tears say all there is to say
Sometimes your first scars won't ever fade away


Ele disse aquilo como se a culpa fosse minha. Como se eu tivesse tido escolha em ter de ser portadora do Dom, como se pudesse arrancá-lo de mim de alguma maneira. Como se fosse minha prerrogativa ter nascido numa família em que os galeões são mais do que abundantes e que nada, absolutamente nada, é impossível de ser comprado. Como se tivesse sido eu a cometer um pecado quando ele me abandonou levando consigo (grande!) parte do meu ser!


Tried to break my heart
Well it's broke
Tried to hang me high
Well I'm choked
Wanted rain on me
Well I'm soaked
Soaked to the skin


Já não bastava ter aparecido na minha vida depois de todo aquele tempo, já não bastava que, por causa da sua presença, as minhas paredes – já frágeis pelos acontecimentos de outrora – estivessem à beira do desmoronamento! Não, ele tinha de estar na minha presença, olhar para mim, falar comigo, fazer-me sentir culpada por coisas sobre as quais eu não tivera nunca qualquer controle!


It's the end where I begin
It's the end where I begin


Como é que ele se atrevera? Será que não tinha qualquer noção da dor que me causara naqueles tempos? E a que me causava agora, será que sabia dela? Será que teria coragem de falar sobre isso, tal como tão desinteressadamente falava dos meus rios de dinheiro ou do meu invulgar poder?


Sometimes we don't learn from our mistakes
Sometimes we've no choice but to walk away'
(The End Where I Begin – The Script)


Há ocasiões em que o silêncio é ouro, mas há outras em que é pura covardia.


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