Re-Introduction

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Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D











Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 1: Re-Introduction


Qualquer pessoa certamente diria que eu, Narcissa Prince Barclay Jones, sou o protótipo de jovem promissora feliz. Com 24 anos, tenho o emprego que sempre sonhei e estou a subir na carreira; tenho os melhores amigos do mundo, Daphne Rosier e Adam Sanders, que sempre estiveram a meu lado quando precisava, desde os tempos de escola. Vivo num apartamento bem arranjado, no centro da cidade, perto da redacção d'O Profeta Diário, o meu local de trabalho. Sou independente desde os 19 anos, ganho o meu próprio ordenado e construí a vida que tenho agora completamente sozinha, contando, claro, com a inestimável ajuda de Daphne e Adam (e do Dom, que se revelou incrivelmente útil na minha linha de profissão).


Faço o que posso para cuidar de Claire e Tom, agora com 23 e 26 anos, respectivamente. Claire, que manteve sempre a sua alegria e determinação, está a fazer o seu internato (desta vez, oficialmente) no Hospital de São Mungus, o que faz com que eu a veja muito poucas vezes. Com Tom é diferente. Duas ou três vezes por semana, sempre que a quantidade de trabalho o permite, vou visitar o meu irmão à sua herdade, no interior do país (graças a Merlin pela Desmaterialização. E pelos botões de transporte!). Adoro andar a cavalo com ele ou simplesmente ficar deitada na relva, como costumava fazer quando era mais nova.


Quando era mais nova! Merlin, onde é que esses tempos já vão! '…do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades', não era o que dizia aquele muggle, o Camões? E não podia estar mais cheio de razão. As saudades daqueles tempos são nenhumas, mas as mágoas…Enfim, a maior parte do tempo concentro-me no presente e tento não deixar a minha mente deambular pelo passado. Como dizia o Adam, o que está no passado é lá que fica. Podemos escolher esquecer ou lembrar.


Eu escolhi, indubitavelmente, esquecer.




7h00. Segunda-feira. Mais um dia de trabalho. Cissa levantou-se da sua cama de dossel, calçou os chinelos de quarto, e ainda esfregando um olho, dirigiu-se à casa de banho, disposta a tomar um duche. Dez minutos depois, saiu enrolada na toalha e vestiu-se. Decidiu-se por uma saia azul escura, e como era Verão, um top azul claro, bastante decotado. Calçou-se, aplicou um pouco de gloss, ajeitou os cachos que o seu cabelo castanho-escuro fazia, e saiu.


Adorava andar pela Londres muggle logo pela manhã. Tirando o pôr-do-sol, era a parte do dia que ela mais gostava. As pessoas, algumas apressadas outras ainda tomando o seu café, pareciam estar, naquele momento em que Cissa passava, completamente felizes, fosse por estarem a tomar uma bebida quente, que os protegia contra a fria e húmida Londres, ou por ainda não terem chegado aos seus trabalhos aborrecidos. Ainda caminhou alguns minutos para chegar finalmente à plataforma que fazia a transição entre a Londres muggle e a feiticeira e, descontraidamente, atravessou-a.


Assim que chegou ao outro lado, observou a normal agitação que aquelas ruas possuíam. Era como se a Londres feiticeira fosse um lado mais louco da vida, e a muggle um lado mais calmo e sereno. Sorriu para si com este pensamento. Dirigia-se à redacção, quando chocou com um casal que saíra repentinamente de um pub, à direita.


- Já te disse que ACABOU! – gritava o rapaz, encolerizado, nem sequer reparando que Cissa havia chocado com ele.


- Mas porquê! Porque é que não tentas resolver as coisas sequer! – tentava a rapariga objectar, chorando copiosamente.


- Já não posso mais! Lamento muito. – respondeu, saindo dali a correr, deixando a rapariga chorosa para trás.


A cena fez com que Narcissa se lembrasse de coisas que queria esquecer. Coisas essas que ela tinha a certeza que não lhe abandonariam o pensamento tão cedo.




 


Toda a minha vida estive sozinha. Habituei-me à solidão, e agora até a acho confortável. Mas não consigo deixar de fazer com que tudo o que me lembra…aqueles tempos, me afecte! Por Merlin, já não sou nenhuma criança! Aliás, desde cedo que deixei de o ser e compreendi que, para mim, a vida se traduzia numa pequena palavra: dor.


'Maybe I know
Somewhere deep in my soul
That love never lasts.
And we've got to find other ways
To make it alone.
Keep a straight face.


Mas também aprendi a viver com isso! É tudo uma questão de prioridades e distracções: põe-se tudo o resto à frente, em cima, rodeando – ou seja o que for – aquele sentimento em que não queremos pensar ou sentir o tempo todo. E depois, constrói-se tudo o resto à volta disso, do gesso que colocamos para tapar os buracos onde sabemos que o dito sentimento se gosta de esconder.


And I've always lived like this
Keeping a comfortable distance.
And up until now I had sworn to myself
That I'm content with loneliness.


Because none of it was ever worth the risk.
(The Only Exception – Paramore)


O problema é se, de repente, sem esperarmos, entram pessoas na nossa vida carregando um enorme martelo pneumático, que começa a furar o gesso que tão arduamente colocámos. E aí, como já perdemos a vontade e a força para recolocar o gesso, resta-nos agarrarmo-nos à esperança que há por aí Alguém extremamente habilidoso que odiará ver uma parede tão bonita completamente esburacada e nos dará o privilégio de o ver tapar os buracos, pedacinho a pedacinho. E veremos que esse Alguém fará o trabalho com tamanha perfeição que, no fim, reparamos que, com alguma sorte e se não houver muita humidade ou pérfidos insectos, aquele gesso vai ficar ali por um longo tempo. Talvez para sempre. E mesmo que, de vez em quando, ele comece a ameaçar cair e tornar os buracos de novo visíveis, sabemos que o dito e talentoso Alguém nunca irá desistir até que eles fiquem consertados de novo. Ou até que digamos que já não requisitamos mais dos seus serviços e somos capazes de o fazer sozinhos. Seja como for, nunca, mas nunca ouviremos esse Alguém dizer a palavra que, inicialmente, nos causou todos aqueles horríveis buracos negros na nossa parede vermelha e imaculada que, apesar dos consertos (se é que foram feitos alguns), fica para sempre manchada:


'Acabou'.




 


' – Acabou. ', ecoou a voz dele na mente de Cissa.


- Narcissa! Cissa! CISSAAA!


Narcissa acordou das suas divagações no passado, que não tinham abandonado o seu pensamento desde aquele pequeno episódio que presenciara enquanto se dirigia para a redacção. Olhou para o lado e deparou-se com uma Daphne bastante ameaçadora.


- Uh, desculpa Daph, estava distraída. - desculpou-se com a sua carinha de inocente.


- Jura? Bom, eu não tinha reparado que até tive de gritar para te chamar. – retorquiu a loira, revirando os olhos.


- Que me queres?


- Quero fazer-te um convite. Eu e Adam vamos passar as nossas duas semanas de férias a Roma e gostávamos que viesses connosco. – Cissa fez uma cara triste.


- Oh Daphne, se tivesses pedido mais cedo tinha concordado. Mas Edwin só tem a próxima semana de férias e eu já prometi que as passava com ele. E na semana seguinte vou para herdade do Thomas. – Daphne franziu os lábios.


- Sem ti não vai ser a mesma coisa, Ci.


- Ora, eu já estive em Roma montes de vezes, provavelmente só iria irritar Adam dizendo que já vira tudo aquilo. Vão vocês e divirtam-se. – Cissa viu a amiga assentir e suspirar em resignação.


- E para onde é que vais com o Edwin?


- Ainda não sei. Mas não me apetece ir muito longe. – respondeu, com um suspiro. Daphne arqueou as sobrancelhas, desconfiada.


- Esta tudo bem entre vocês?


- Sim, claro. Porque é que perguntas?


- Pela maneira como respondeste.


- Oh não, eu referia-me ao trabalho. Não quero ir muito longe porque posso ter de voltar aqui a qualquer momento. Sabes como é Catherine. Simplesmente dá-me mais jeito se estiver por perto. – comentou, com (disfarçada) indiferença.


- Hum…pois. – Daphne não parecia muito satisfeita com a resposta da amiga, mas nada acrescentou. - Bom, sendo assim vou mandar uma carta a Adam. Até já.


- Até já. – despediu-se, vendo a loira virar costas e seguir em frente.


- Narcissa! - chamou a voz impaciente da chefe de redacção d'O Profeta, Catherine Davies, andando rapidamente na direcção do gabinete da morena, que sorriu.


- Catherine! A que devo a honra da tua descida ao mundo dos reles mortais? – a outra riu e entrou, fechando a porta atrás de si.


- Acabei de receber a dica de uma história. Os outros jornais e revistas só lhe planeiam pegar dentro de 3 meses. Quero que sejamos os primeiros. E com uma história deste gabarito, tu és a pessoa para o trabalho. – Narcissa suspirou e recostou-se na cadeira.


- Tens noção de que eu vou de férias amanhã, certo? – Catherine fechou os olhos e levou as mãos ao peito, de forma dramática.


- Ah, férias. Já nem me lembro o que isso é. Mas sim, eu sei que vais tirar duas semanas. Isto é para quando voltares.


- E de certeza que a concorrência não vai usar isto?


- Absoluta. A minha fonte é fiável.


- Certo. Então e vais dizer-me sobre o que é que vou escrever? – Catherine sorriu, matreira, e levantou-se.


- Nem por isso. Acho que vou esperar até que voltes ao trabalho. – respondeu, dirigindo-se para a porta.


- Catherine! – admoestou a morena, querendo ver satisfeita a sua curiosidade.


- Boas férias, Miss Jones! – disse a outra, acenando e fechando a porta atrás de si.




N/A: Cá está, o primeiro capítulo. Deixem-me saber o que vocês pensam :D


Love,
~Nalamin

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