Claire de Lune



Disclaimer: O Draco e o mundo mágico são da J.K. O resto é tudo meu 8D




Ser Feliz
Fanfiction by Nalamin


Chapter 10: Claire de Lune


Depois de um bom jantar na companhia da irmã, Cissa conseguiu finalmente descontrair e esquecer o loiro. Estava a divertir-se bastante ouvindo a irmã contar as suas histórias do internato, 'Eu juro que era exactamente aí que a esposa lhe enfiara a varinha!', as suas piadas toscas, e vendo aquele seu sorriso contagiante de criança que nunca cresceu. Claire olhava a vida com alegria, não se preocupando em não ter um namorado ou noivo, uma casa enorme e bem decorada, e imensos galeões no banco. Só lhe interessavam os amigos, a família, o hospital e a sensação óptima que vinha antes, durante e depois de salvar a vida a alguém. Cissa suspirou. Às vezes, gostava de poder ser como ela.


- Então maninha, em que pensas? – questionou Claire, interrompendo os pensamentos da morena, enquanto caminhavam rumo ao bar que Claire escolhera.


- Pensava em ti, na verdade. – respondeu, com um sorriso.


- Coisas boas, suponho eu.


- Como se eu fosse capaz de pensar mal de ti, Claire. Já nos podemos desmaterializar? – Claire riu com a impaciência da irmã.


- Relaxa, Cissa. O ar fresco faz-te bem! Precisas de ganhar umas cores. Estás um bocado pálida, reparei quando saíste do banho. Lembrei-me logo daqueles episódios que tiveste em Hogwarts. Lembras-te? Aquele período, pouco depois de a guerra acabar, em que, ao mínimo feitiço, ficavas muito fraca? A McGonagall até te proibiu de praticares nas aulas.


- Lembro. Nunca descobri porque é que isso acontecia. Mas a McGonagall devia de ter as suas suspeitas.


- Porque é que dizes isso?


- Por causa do Sluggy.


- O Slughorn?


- Sim, ele era chefe da minha equipa e suponho que a professora lhe tenha pedido para me manter debaixo de olho. – Claire riu.


- Deve ter sido terrível ser vigiada pelo velho Sluggy. – respondeu Claire, fazendo com que Cissa soltasse uma gargalhada. – Mas depois desse episódio, nunca mais voltou a acontecer?


- Até agora, não. Aquando da guerra, dispensei mais energia do que o normal e, claro, fiquei mais fraca. Talvez tenha sido por isso. Nunca mais dispensei tanta energia, portanto…


- Hum…é muito esquisito. Talvez devesses passar por S. Mungus para eu te fazer uns exames. – Cissa encolheu os ombros.


- Se te deixar mais descansada, tudo bem. Mas não é nada com que te devas preocupar, deve ter sido só um qualquer efeito secundário do Dom. Não te esqueças que nesse dia tornei-me Animagus.


- Um efeito secundário que só apareceu uma vez em 24 anos? Não me parece. Além disso, se fosse realmente um efeito secundário, terias sofrido daqueles episódios antes. Bom, mas falamos disso depois. Vamos voltar para a casa da avó? Acabei por não deixar lá as cartas.


- Sim, vamos. – desmaterializaram-se.


De volta à casa de Cecília, Claire subiu rapidamente ao andar de cima para deixar as cartas, enquanto Narcissa ficou à sua espera na sala, observando os contornos do que outrora havia sido uma casa cuidada, alegre e cheia de luz. A noite há muito que tinha caído lá fora, e nenhuma das duas se tinha dado ao trabalho de acender as velas. A única iluminação presente provinha da mão de Narcissa e da varinha de Claire, que acabava de descer as escadas.


- Já está. E agora?


- Não sei. Não vou voltar para a herdade. E não me apetece ir para Londres. Acho que vou ficar por aqui mais um pouco. – disse Cissa, encolhendo os ombros. Claire suspirou. - Não tens de ficar comigo, Claire, já sou crescidinha. Vai tu até à herdade, vê Tom, mata saudades. – acrescentou, sorrindo.


- Não te importas, Ci?


- É claro que não! Vai lá.


narcissa sorriu, recebeu um sonoro beijinho na bochecha da irmã e e viu-a desmaterializar-se. Suspirando, foi até à cozinha e começou a fazer um chá.




 


Claire, muito sorridente, e depois de ter parado nos estábulos para fazer um pequeno carinho a Goldeneye, o seu cavalo, entrou na casa do irmão com grande espalhafato.


- Thomas! – chamou, fechando a porta atrás de si e tirando o casaco.


- Mas, por acaso, esta semana é semana da reunião de família dos Barclay? – questionou uma voz grave e entediada à sua direita.


- Malfoy! Como estás? Onde é que está o Thomas?


- Estou óptimo. Saiu, mas já não deve faltar muito para que regresse. – respondeu-lhe, seguindo para a sala.


Claire olhou-o com atenção por um momento. Quando Narcissa falara dele na casa da avó, identificara-o, maioritariamente, pelo seu cabelo loiro. Já não se lembrava de como ele era verdadeiramente bonito. E camisa e calças negras que envergava só faziam sobressair mais a sua beleza.


Seguiu-o até aos sofás onde ele se recostara, a olhar a lareira, e sentou-se a seu lado. Ele revirou os olhos antes de se pronunciar.


- E então, porque é que a caçula dos Barclay veio também visitar o irmão mais velho? – perguntou, numa mistura de interesse, tédio e irritação. Claire sorriu de volta. Independentemente do que tinha acontecido no passado, o que é que Narcissa não via naquele deus? Porque não aproveitava ela a oportunidade?


- O meu nome é Claire, Malfoy.


- Eu sei. E vejo que também sabes o meu. – Claire sentou-se de lado no sofá, voltando-se para ele, antes de responder.


- Como poderia não saber? Narcissa é minha irmã. Além disso, também andei na escola em que eras considerado o mais bonito. Eu própria já tive uma paixoneta por ti. – disse, rindo. Draco sorriu sinceramente.


- A sério? Parece que tenho um efeito qualquer sobre os Barclay. As mulheres caem a meus pés, os homens são os meus melhores amigos.


- Eu disse uma paixoneta, Malfoy. Devia andar no primeiro ano e ainda não tinha bem a noção da realidade e da verdadeira maneira de ser das pessoas, sabes. – Comentou Claire, claramente dando a dica. Draco sorriu tristemente.


- Percebo. Mas sabes, não me arrependo do que fui. – Claire ergueu uma sobrancelha. – Atenção, do que fui, e não do que fiz.


- Nós somos o que fazemos, Malfoy.


- Talvez. Sendo assim, vou pôr as coisas de outro modo: até a tua impetuosa irmã aparecer em cena, não me arrependo de rigorosamente nada. Fez de mim o homem que sou hoje. – Claire riu. Draco olhou-a mortalmente.


- Oh, vá lá, Malfoy, podes parar com os olhares, não me assustam minimamente. E ri-me porque concordo contigo. De facto, o que foste, o que fizeste naqueles tempos, fizeram de ti o homem que és hoje. – disse, ironicamente, enquanto pousava a cabeça na mão esquerda, apoiada nas costas do sofá.


Houve uma pequena pausa em que nenhum deles falou. Subitamente, Claire lembrou-se de uma pergunta que gostava de lhe ter feito, há muitos anos.


- Porquê, Malfoy? – Ele pareceu confuso.


- Porquê o quê?


- Porque é que fizeste aquilo? Sabias que a ias magoar. – os punhos de Draco cerraram-se.


- Fiz o que tinha de fazer. – Claire bufou, irritada.


- Por outras palavras, fizeste o que era mais fácil para ti sem pensares nas consequências que isso traria para Cissa. – retrucou.


- Tu não és ninguém para me julgar. Não sabes de nada. Nada! Não entendes…


- Então ajuda-me a entender, Malfoy! – exaltou-se Claire. - Julgas que gosto de ti? Não gosto, mas adoro a minha irmã! E, infelizmente, és tu que a fazes feliz, por muito que ela tente negar e esconder aquele sentimento. – Draco nada disse. Claire continuou. – Não há nada mais que eu te possa dizer. Na verdade, só te quero fazer mais uma pergunta.


- Como queiras. – respondeu, meio indiferente, meio irritado.


- Ela sabe o porquê? Tom sabe o porquê? Alguém, Malfoy, sabe o porquê? – Ele olhou-a finalmente nos olhos e Claire não pode deixar de reparar que estavam tristes.


- O Snape sabia. E vê o que lhe aconteceu. – Claire revirou os olhos, exasperadamente.


- Não achas que foi por isso que ele morreu, pois não?


- Não, não acho. Sei que foi.


- Malfoy, o Snape morreu porque o Voldemort queria a Varinha do Destino.


- Isso foi o que o Potter contou.


- A tua disputa com o Potter…


- Não sejas ingénua, criatura! – exclamou ele, irritado. - Por acaso pensas que fiz o que fiz por uma disputa de adolescentes? Vai muito para além de eu não gostar do Potter.


- Então o que estás a dizer é que Snape morreu porque sabia o tal porquê?


- Ele morreu porque Voldemort era um cobarde. Ele morreu porque Voldemort não teve coragem de ir ter com a fonte do seu problema.


- Mas o que…


- Ouve, Barclay, - interrompeu ele. - tu não compreendes. Estiveste lá no início, mas não fazes ideia do que foi. As coisas que sacrificámos por um bem maior! – suspirou. - Outra que coisa que não sabes é a dimensão dos poderes da tua irmã.


- O que é que queres dizer com isso?


- Exactamente o que disse. Narcissa não se limita a ler pensamentos. Gostava de ter descoberto o seu Dom mais cedo, poderia ter feito mais.


- Quando é que descobriste do Dom?


- Pouco depois de ter começado o 7º ano, 5º ano dela.


- Foi ela que te contou?


- Foi.


- A sério? Não a percebo. – admitiu Claire.


- Alguém percebe?


- Tu percebes.


- Errado, Barclay. Eu percebi, tempo passado.


- Não. Se fosse tempo passado, não estávamos a ter esta conversa, pois não? Mas, de certo modo, entendo o que queres dizer.


- Como assim? – indagou, curioso.


- Não é a mesma Narcissa que conheceste em Hogwarts. A Guerra mudou-a muito. E digamos que a nossa família nunca foi grande fonte de apoio. Por aquela altura, Narcissa só podia contar com Aled. – viu Draco fazer uma cara confusa. – O avô do James, irmão da nossa avó. Mas mesmo Aled faleceu pouco depois de Cissa se formar de Hogwarts. Já para não falar que o nosso pai desapareceu logo a seguir à Guerra. – suspirou.


- E a vossa mãe? – Claire revirou os olhos.


- Ela e Cissa nunca se deram bem. A minha mãe era demasiado controladora, queria inspeccionar todos os aspectos da vida de Narcissa, principalmente quando ela saiu de Hogwarts. Foi por isso que ela saiu de casa assim que entrou na Universidade.


- Então e o Fowles? Supunha que ele tinha sido uma óptima fonte de apoio. – retorquiu ele, dando um dos seus sorrisos torcidos.


- Um idiota. Sempre achei que Cissa se tinha conformado quando ficou com ele todos estes anos. Talvez seja isso que a ande a deixar tão pálida. – gracejou Claire.


- O quê?


- Bom, para dizer a verdade, até temo que ela tenha algum problema mais grave. Para além de ti, é claro. E do imbecil do Edwin.


- É claro, Barclay. Que tipo de problema? – Claire sorriu. Ele preocupava-se!


- De saúde. Consequências do Dom. Episódios esquisitos que ela teve quando era mais nova. Temo que voltem.


- Episódios?


- Sim. Períodos relativamente curtos de grande fraqueza física e psicológica. Estava a pensar em levá-la amanhã comigo para S. Mungus, para lhe fazer uns exames. – fez uma pausa. – Bom, vou dizer olá a Sasha. - acrescentou, levantando-se do sofá. Draco rapidamente lhe agarrou o pulso.


- Preciso que me faças um favor.


- Que favor, Malfoy? – perguntou Claire, desconfiada.


- Mantém-me informado.


Apesar de ter 'pedido um favor', Draco disse a frase imperativamente. Claire anuiu e saiu da divisão, deixando Draco no mesmo sítio, entregue à sua solidão, pensando. 'Porque é que tem que ser tudo tão difícil?'. Porque é que não podia simplesmente renunciar a tudo e seguir com a corrente? 'Não posso? Ou não quero?'. Não estaria a desistir? Ou a ser afectado pela preguiça? Suspirando, levantou-se e saiu do casarão, fundindo-se com a noite escura.




N/A: Para começar, quero dizer que tenho noção de que o título é ligeiramente idiota xD. Mas não consegui arranjar nenhum que se adequasse bem. E como Claire é praticamente a personagem fulcral neste capítulo e eu estava a ouvir Claire de Lune quandoo escrevi, pronto, acabou por ficar. Se tiverem sugestões melhores, não hesitem e digam-me qualquer coisa :D


Keep reading! (:


Love,
~Nalamin


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