Duas e Meia da Madrugada




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Capítulo VIII
Duas e Meia da Madrugada



Sexta feira a noite. Nenhuma festa, nenhuma comemoração; Namorado cansado de mais para qualquer coisa e amigas preocupadas com trabalhos escolares. Essa é a hora certa para se matar com aquela faquinha de pão. O jeito, era ficar aturando aquele papo CDF que nutriam desde que entramos naquele quarto. Meu relógio já marcava quase duas horas da madrugada, daqui a pouco tinha que ir para não despertar o temido Filth babaca.

Também me pergunto onde estão aqueles namorados idiotas que não arrancaram Deena e Parvati daqueles quartos pra sei lá fazer o que. Quero namorados como antigamente.

- É, mas o trabalho de Astronomia é em trio, o que vamos fazer? Estamos em cinco. – Disse Parvati.

- Mas que raio de trabalho de Astronomia é esse?! – Perguntei assustada.

- Eu tô precisando de nota, gente. – Disse Sarah erguendo uma de suas mãos.

- Vamos fazer assim: a Parvati, a Sarah e a Deena em um, eu, a Hermione e mais alguém em outro, pode ser? – Sugeriu Anne antes que alguém falasse mais alguma coisa.

- E quem seria esse 'mais alguém', Anne? – Perguntei séria, cruzando os braços.

- Será que eu posso? – Uma voz surgiu do canto do quarto. Todas nós movemos nossas cabeças para Meg que lia um pequeno livro sentada em sua cama, em seu mundo. Ergui uma das sobrancelhas já demonstrando tudo que eu sentia em relação a aquela garota.

- Lógico que pode! – Sorriu Anne largamente. Meg deixou seu livro de lado foi até a nossa 'rodinha', sentando na beirada da cama de Parvati. – Pode, não é Mione? – Fiquei olhando por alguns segundos todas ali. Acho que eu era a única indiferente.

- Tanto faz... – Soltei olhando para o outro lado.

- Já tenho ótimas idéias! – Sorriu Meg.

O engraçado, é que todas ficaram prestando atenção nas suas 'idéias', coisas que se você ler em qualquer revista cientifica, você consegue achar. Eu não estava nem aí, apenas capturava palavras.

Cheia daquilo, disse que já era hora e eu tinha que ir embora. Despedi-me rapidamente e saí do quarto. Quem aquela Meg pensa que é?! Mal chegou e já quer se apossar do nosso grupo. Não que eu esteja com ciúmes porque ela consegue ter idéias melhores do que as minhas, mas é que é-

Não tinha uma definição. Era isso, ponto e pronto. Desci as escadas do dormitório, passei pela Sala Comunal totalmente deserta e sai do quadro da Mulher Gorda. Juntei os braços ao corpo com o friozinho que estava fazendo.

Apenas o barulho do meu salto invadia o silêncio calmo dos corredores. Tenho que dar um fim nesse par, são muito barulhentos. Minha cabeça só tinha um pensamento em mente: chegar logo no meu quarto e colocar essa cabeça no lugar.

Falando em cabeça, aquele boato que o Nick Quase Sem Cabeça estava ficando totalmente louco e já tinha atacado pelo menos três alunos que furaram as regras de permanência nos corredores, estavam ficando ainda mais fortes. Não que eu esteja com medo, de forma alguma, mas é que levitamos coisas e corujas levam nossa correspondência, coisas assim são aceitáveis.

Meu olhar ia para cada canto, em cada fresta, janela, porta, em cada tijolo, marca de pé sujo e aranha morta. A tensão era tanta que quando ouvi um misero barulho, dei um pulo levando a mão ao peito. Respirei fundo e vi que o distinto vinha de um armário de vassouras.

Ah, legal, barulhos dentro do armário de vassoura, viva...! Continuei a andar enfiando as mãos no bolso, mas o barulho ficou mais forte. Bom, McGonagall pode ficar feliz e me encher de mimos se eu encontrar um casalzinho. Será magnífico. E ainda mais, e se fosse Gina? Ah, não, Gina estava na enfermaria e eu acho que não sairia por aí agarrando pessoas em armários, fazia a coisa mais explicitamente. Tomara que não seja um monstro ou coisa do tipo. Vozes abafadas surgiram. É, é um casal cheio de amor para dar, ou outras coisas também, mas pare de pensar isso e aja!

Passei a mão na maçaneta e a abri, gritando para qualquer ser que estivesse ali saísse, mesmo que estivesse sem as calças.

Meu queixo caiu. Reconheci aquele cabelo loiro. Coloquei uma das mãos na boca enchendo os olhos de lágrimas falsas e furiosas. Levantaram-se rapidamente colocando suas roupas. Engraçado era a cara de pau que me olhavam. Pensei que perderia a cabeça mas não fiz nada, apenas olhei a qualidade da menina que terminava de colocar sua blusa implorando perdão. Era uma do quinto ou sexto ano, não sei. Minha mente estava tão paralisada que senti leves tonturas mas me segurei firme e forte.

Tentou se aproximar de mim mas não deixei. Dá para imaginar quem é o cretino, não?

McLaggen, aquele lá que dizia que me amava. Deixei uma lágrima cair, mas não por ele e sim por mim. Ainda tenho muito que aprender. Confiei naquele idiota, confiei que o cara mais desejado de toda escola poderia ser um homem de uma mulher só. Como sou idiota. Aquela cenoura sabia de tudo, ela sabia de tudo, tentou me avisar – ou me envenenar contra ele - e eu não ouvi.

- Hermione, amor, eu- - Tentou mais uma vez, mas eu queria metros de distancia daquele filho de uma- - Hermione!

- Some da minha frente, McLaggen. – Soltei olhando fixamente para o chão deixando as lágrimas caírem rapidamente.

- O que ela vai fazer?! – Pediu a menina segurando no braço dele. Mc se esquivou e começou a gritar e xingar a pobre menina.

- Cala a boca, McLaggen, o único errado aqui é você. – Os dois me olharam estáticos. – Você é o errado e sempre foi. – Ergui meu olhar furioso. – Você é um estúpido! – Comecei a correr sem olhar para trás.

Mc era jogador do time, lógico que ia me alcançar.

- Espera! – Pegou fortemente no meu braço.

- Espera nada, McLaggen! Você é um completo idiota! – Me soltei e voltei a andar em passos rápidos.

- Mione, pelo amor de Merlin, vê se entende! – Virei-me abrindo os braços.

- Entender o quê?! Que você estava me traindo a muito tempo?! Que você não consegue ser fiel nunca?! NUNCA?! – Estava vendo Filth aparecer daqui a pouco para ver o que estava acontecendo.

- Por favor, não grite. – Terminou de abotoar sua camisa.

- Me responde: Por que você fez isso? Não era suficiente para você? – Não respondeu nada e assim ficamos. Voltei a correr subindo as escadas principais.

Chorava como uma criança. Meu peito apertava e parecia que eu tinha levado uma facada nas costas. Isso que dá confiar de mais nas pessoas. Devia ter desconfiado que aquele conto de fadas estava perfeito de mais, eu devia ter desconfiado mais cedo! Como eu pude, como eu pude?!

Passava as costas das mãos constantes vezes no rosto, nos olhos e na boca. Chega, chega! Não quero mais saber disso, não quero. Ele dizia que me amava. Será que diz isso para todas e só você não se deu conta disso...? Lógico que sim. Paguei o preço por acreditar nele. Parei de subir as escadas da torre dos monitores. Encostei-me na parede ainda chorando e sentei num dos degraus. Abaixei a cabeça nos joelhos e fiquei ali por alguns segundos.

Está tudo acabado, mas não irá ficar assim. Ergui minha cabeça lentamente olhando o breu que estava lá embaixo, suspirei e solucei enxugando mais uma vez o rosto.





Ay payita mía
Ai meu amorzinho

Guárdate la poesía
Guarde a poesia

Guárdate la alegría pa'ti
Guarde a alegria pra você



Eu vou me vingar, pode ter certeza disso.

- O que está fazendo aqui? – Uma voz surgiu atrás de mim. Reconhecia aquela voz de longe, num sussurro ou num berro. Virei um pouco minha cabeça para trás e suspirei.

- Não te interessa. – Soltei grosseiramente numa voz de choro.

- Tá tudo bem? – Draco conseguia ser um pé no traseiro quando queria. Levantei-me e comecei a subir os degraus das escadas.

- Já disse que não te interessa. – Pensei que ia cair das escadas quando pegou nos meus braços e me trouxe de novo para baixo.

- Lógico que me interessa.

Ficamos nos encarando por não sei quanto tempo. Podiam ser segundos, talvez minutos, mas para mim, uma eternidade. Presa ali, com Draco segurando fortemente nos meus dois braços, um degrau a cima de sua cabeça, só queria que tudo desmoronasse. Comecei a chorar novamente.

- Ele estava me traindo... Sempre me traindo com uma- - Solucei. - desgraçada do sexto ano... – Apertei meus olhos o máximo que podia movendo a minha cabeça para baixo e para o lado, deixando algumas mechas caírem sobre meu rosto. – Sou uma idiota de acreditar nele... – Afrouxou meus braços até parar de segurar totalmente.


No pido que todos los días sean de sol
Não peço que todos os dias sejam de sol

No pido que todos los viernes sean de fiesta
Não peço que todos os feriados sejam de festa

Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón
Muito menos te peço que volte chorando perdão

Si lloras con dos ojos secos
Se choras com os olhos secos

Y hablando de ella
E falando dela



Estava com receio de contar isso para Draco, estava completamente envergonhada. Queria cavar um buraco ali e enfiar minha cabeça dentro, essa é a verdade.

- Mas, Hermione, você também não foi fiel. – Ergui minha cabeça lentamente para o loiro, encarando seus olhos cinzas e profundos logo depois.

Olhando por esse lado, fui exatamente como ele. Aliás, sempre fui exatamente como ele.

- Não adianta ficar chorando, você também não foi justa.

- A última coisa que eu preciso agora são de palavras como essas, Malfoy. – Voltei a me soltar e a subir as escadas.

- Você está assim porque nunca imaginou que poderiam fazer com você o que você fazia com eles. – Disse ainda parado, comigo subindo as escadas. Os meus passos foram desacelerando, eu fui parando até chegar na porta do meu quarto.

- Não, não é verdade.


Ay amor me duele tanto
Ai amor, me dói tanto

Me duele tanto
Me dói tanto

Que te fueras sin decir a donde
Que foi sem dizer aonde

Ay amor, fue una tortura perderte
Ai amor, foi uma tortura te perder.



- Ah não? – Subiu tudo que eu tinha subido e estava ao meu lado. – Vai ficar lamentando até quando? Até o péla-saco do seu namoradinho arrumar uma piranha qualquer? – Cruzou os braços. – Você vai cair no joguinho ridículo dele?

Draco sabia mesmo as palavras erradas de se dizer nesses momentos.

- É isso que ele mais quer no momento, Hermione, ver que mesmo ele fazendo a merda, ele vai sair por cima. Eu sou homem e pode ter certeza que eu já fiz isso. – Fiquei mexendo o chão com a ponta do meu sapado, comprimindo os lábios e com a cabeça baixa. Apoiei-me na parede com uma das mãos e respirei fundo.

Sem quase nada em mente, passei uma das mãos pelo seu pescoço e com brutalidade o trouxe para um beijo quente e necessitado. Tá, aí vocês estão se perguntando: aonde é que se meteu a minha preocupação alheia? Eu respondo: tá no inferno. Assim como McLaggen, aquela menina, o resto do mundo.

Essa é a minha real vontade, mandar tudo e todos para bem longe de mim. Esquecer dos grandes acontecimentos e se vidrar nos mínimos detalhes. Só quero continuar tocando minha vida como sempre toquei. Draco disse as coisas mais sábias que podia dizer. É isso que ele quer, que eu fique deprimida, que eu comece a imaginar coisas banais, mas não vou ficar assim.

Eu sei que eu sempre terei tudo aquilo que eu quero, é só uma questão de tempo e de determinação. Correr atrás não é um defeito e sim uma qualidade.

Passou as mãos pelas minhas costas, pegou no meus rosto e terminou o beijo encostando a sua testa na minha. Estava ofegante e ainda chorando como uma boba, mas não era mais por causa daquele loiro oxigenado, e sim por estar feliz em estar em paz comigo mesma.

- Tenho uma surpresa. – Pegou numa das minhas mãos e me arrastou para seu quarto. Pegou a varinha e vendou meus olhos com um pano vermelho me assustando um pouco.

- O que você vai fazer? – Perguntei num sorriso amarelo. Ouvi abrir a porta e entrar lá para dentro. Deixou-me do lado de fora por alguns instantes até me puxar para dentro também.


Yo se que no he sido un santo
Sei que não tenho sido um santo

Pero lo puedo arreglar amor
mas posso consertar, amor

No solo de pan vive el hombre
Não só de pão vive o homem

Y no de excusas vivo yo.
e não de desculpas vivo eu...

Solo de errores se aprende
Só de erros se aprende

Y hoy se que es tuyo mi corazón
e hoje sei que es teu o meu coração

Mejor te guardas todo eso
Melhor guardar tudo isso

A otro perro con ese hueso
A outro cachorro com esse osso

Y nos decimos adiós
e nos dizemos "Adeus"



Fechou a porta e fez alguns barulhos inaudíveis. Um cheiro de vela estava queimando naquele quarto. E eu posso garantir que não era só uma. Ouço barulhos de taças e depois, sua mão pegou na minha e me fez andar até perto uma das poltronas. Mandou que eu segurasse ali por alguns segundos que ia finalizar o que estava planejando.

- Draco, o que você vai fazer?! – Perguntei rindo. – Um ritual satânico por acaso?

- É, Hermione, um ritual de aclamação ao Deus Havaiano... – Ironizou. Aproximou-se de mim, tirou a minha venda mas pediu que eu ainda ficasse de olhos fechados. Foi atrás de mim e pediu que abrisse.

O quarto, antes com aqueles tons verdes e frios, agora estava laranja e vermelho por causa da luz das vinte velas – aproximadamente – que estavam ali. Na cama, lençóis de seda absurdamente cara e uma garrafa de vinho com duas taças ali perto.

- Lembra do que você me disse naquele dia de Hogsmeade? – Abri um sorriso malicioso e depois um de alegria. – No meu quarto, com lençóis de seda, luz de velas e-

- E vinho, muito vinho. – Completei me virando para ele e colocando as minhas mãos em seus ombros. Dei-lhe um pequeno beijo e depois corri até a cama pegando as taças de vinho. – Taças, Malfoy?! – Perguntei brincando. Peguei cada uma em uma mão e as joguei perto da porta, as estilhaçando. – Pelo amor de Merlin, parece que você ainda não me conhece. ..– Abri a garrafa ajoelhando na cama e bebendo no gargalo vários goles seguidos.

- Tá quebrando o romantismo, sabia?


No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal
Não posso pedir que o inverno perdoe uma rosa

No puedo pedir a los olmos que entreguen peras
Não posso pedir que macieiras entreguem peras

No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal
Não posso perdir o eterno a um simples mortal

Y andar arrojando a los cerdos miles de perlas
e andar atirando aos porcos, milhares de pérolas



- E eu disse que quero romantismo...? – Veio até mim pegando a garrafa da minha mão e a deixando em cima da cabeceira. Pegou na minha nuca e me deu uma dos profundos beijos que já tive a oportunidade de receber.

- 'Pera um minuto. - Interrompi qualquer contato. - Como você sabia que eu ia topar entrar nesse 'ritual'? Que eu saiba, você levou mais do que dez segundos para organizar isso, e não daria tempo mesmo que você soubesse antes de mim que eu ia pegar o Mc no flagra.

- Olha, pra falar a verdade- - Coçou a cabeça. - Eu não sabia se você ia querer, poderia chamar qualquer uma por ai, mas eu te vi ali, sentadinha, chorando feito uma criança e não resisti. - Foi engraçado e me fez rir. Peguei em sua nuca e lhe trouxe para outro beijo.

Parou para arrancar sua blusa de linho e para tirar meu casaco. Ajoelhados ali, começamos a jogar as peças de roupa longe. O que estava dando em mim?!

Agora, os valores de antes, começavam a me perturbar, exatamente como aconteceu com Harry. Mas cadê aquelas 'Hermiones' brigando dentro de mim?! Porque agora elas não aparecem?! Deve ser porque essa paixão pelo Draco, não é amor, amor como eu sinto pelo Harry. É paixão, só paixão. Vontade de estar junto. Fecha os olhos e deixa acontecer, é meu único conforto.

Quando voltei dos meus pensamentos, terminava que tirar minha última blusinha revelando meu sutiã. Deitei por cima de seu corpo, o cercando com as duas pernas. Abaixei-me perto do seu ouvido colocando mexas do meu cabelo atrás da minha orelha e sussurrei um 'até que enfim, saímos do zero a zero'.


Ay amor me duele tanto
Ai amor, me dói tanto

Me duele tanto
Me dói tanto

Que no creas más en mis promesas
Que não crê mais em minhas promessas

Ay amor
Ai amor

Es una tortura
É uma tortura

Perderte
Perderte



- Ainda não.

Sorri maliciosamente tirando meu sutiã. Pude ver nos olhos dele que ele gostou do que viu. Deitou-se em cima de mim e começou a beijar meu pescoço, meu colo, desci lentamente enquanto eu acariciava seus cabelos e inclinava a cabeça para trás sentindo a excitação dele ao tocar meu corpo.

Merlin, ele sabia o que estava fazendo! Estava me deixando completamente louca! Começou a beijar meus seios e apalpava sem o menor pudor mas com delicadeza e firmeza. Sussurrava coisas que eu não ouvi e não queria ouvir, certamente, besterias que homens dizem nessas horas.

Desceu a mão até minha coxa, e a trouxe para cima. Depois, subiu até beijar a minha boca. Posso dizer que os lençóis já não estavam mais no lugar, as velas queimavam como o fogo que ainda tinha dentro de mim. Posso dizer que sim, eu estava necessitada de sexo. Não fazia desde o Natal e parece ser uma coisa tão boa que você logo quer fazer de novo.

Passou aquela mão pela minha barriga e chegou até meus botões da calça. Deus, eu nem tinha colocado uma lingerie especial, nem tinha feito nada, como eu ia adivinhar que eu ia pegar meu namorado com outra e logo após, acabar caindo na cama com outro cara?! Eu não tinha vergonha do Draco, tinha que confessar, nós eramos tão íntimos que qualquer coisa valia.


Yo se que no he sido un santo
Sei que não tenho sido um santo

Pero lo puedo arreglar amor
mas posso consertar, amor

No solo de pan vive el hombre
Não só de pão vive o homem

Y no de excusas vivo yo.
e não de desculpas vivo eu...

Solo de errores se aprende
Só de erros se aprende

Y hoy se que es tuyo mi corazón
e hoje sei que es teu o meu coração

Mejor te guardas todo eso
Melhor guardar tudo isso

A otro perro con ese hueso
A outro cachorro com esse osso

Y nos decimos adiós
e nos dizemos "Adeus"



Eu também fui de encontro ao seu cinto e aos seus botões, me olhou com um olhar possuidor e logo vi minha calça longe dali. Não deu tempo nem de eu tirar sua calça e fazer o papel de 'safada', começou a me beijar mais uma vez, passando a mão por todo meu corpo sem nenhum tipo de pudor mesmo. Vendo que agora eu estava em seu poder, podia fazer de tudo comigo, absolutamente tudo.

- Se eu soubesse que era tão bom, eu teria feito isso antes... - Sussurrou enquanto tirava a própria calça explodindo de desejo.

- Você não tem medo? - Virei-me em cima do seu corpo, descendo lentamente até perto do seu ouvido, dando mordidas e lambidas de deixa-lo louco.

- Medo do quê?

- De sermos descobertos?

- Hermione, francamente, até parece que eu nunca fiz isso aqui em Hogwarts...! - Virou-se por cima de mim novamente descendo a mão lentamente pela minha barriga e entrando pela minha calcinha.

Eu devo estar ficando louca...! Aquele toque era delicado, era delicioso. Eu tenho que confessar mais uma coisa: não é igual ao do Harry, aquele dia ninguém sabia o que estava fazendo, agora, os dois tem certeza do que está acontecendo naquele local.

Eu revirava a cabeça, mordia os lábios, sentia desejo, excitação, queria mais, pedia mais, queria que ele me fizesse a garota mais feliz do mundo. Volto a mim depois de um leve lapso de memória e o trago com mãos e tudo um pouco mais pra cima, virou-e me cima de seu corpo novamente e mordo os lábios olhando aquele peito bem definido que aquele loiro trazia. Cara, eu não me canso de olhar para aqueles músculos.

- Só você pode brincar comigo? - Disse descendo até seu lábio e mordendo um deles e descendo a mão até sua calça, já estava aberta então nem tive muito problema.

Pára tudo! Eu vou ter que falar isso, me desculpem, mas eu vou falar: O QUE ERA AQUILO?! Meu Merlin, que membro enorme! Olha, eu até já tinha notado no meio dos amassos e tal, mas agora, sentindo aquele 'poder' na minha mão, carne na carne, eu pude ver que o clã Malfoy tem outra coisa grande além da fama.


No te bajes, no te bajes
Não fica abatida, não fica

Oye negrita mira, no te rajes
Escute neguinha, olhe... não fale demais...

De lunes a viernes tienes mi amor
De segunda e sexta tem meu amor

Déjame el sábado a mi que es mejor
Me deixe o sábado que é melhor

Oye mi negra no me castigues más
Escuta minha negra, não me castigue mais

Porque allá afuera sin ti no tengo paz
Porque lá fora sem você não tenho paz

Yo solo soy un hombre arrepentido
Eu sou um homem arrependido

Soy como el ave que vuelve a su nido
Sou como uma ave que voa em seu ninho



Arregalei os olhos num tom engraçada e ele sorriu me derrubando mais uma na cama e ficando em cima de mim. Ficaríamos nesse rala e rola até quando?!

- Gostou? Deus caprichou quando fez... - Arrancou sua cueca e começou a me beijar sem parar, passando a mão por todo meu corpo, arrancando a última peça de roupa que impedia aquele ato. - Posso fazer uma pergunta?

Estávamos quase lá, milímetros separava a junção de dois corpos por inteiro, por que ele tinha que vir com perguntinhas?!

- Você não é mais virgem, né? - Fiquei um pouco séria.

- Vamos fazer assim? Termina isso que eu te conto tudo que você quiser saber...

Aquele momento foi o auge, eu me senti completa com ele dentro de mim, eu me senti segura, me senti desejada, me senti mulher mais uma vez. Cada vez tem um gosto diferente. Droga, por que eu não estou me questionando por isso?! Não estou reclamando, é que eu sempre me questiono por dentro, as Hermiones entram em disputa e tudo fica confuso. Agora, parece que eu estou fazendo o certo, achando que tem algo errado.


Yo se que no he sido un santo
Sei que não tenho sido um santo

Pero lo puedo arreglar amor
mas posso consertar, amor

No solo de pan vive el hombre
Não só de pão vive o homem

Y no de excusas vivo yo.
e não de desculpas vivo eu...

Solo de errores se aprende
Só de erros se aprende

Y hoy se que es tuyo mi corazón
e hoje sei que es teu o meu coração



Os movimentos começaram a ficar intensos, os gemidos um poucos mais altos, a cama mexia e o lençol escorregava da cama. Mas que droga, cadê o questionamento?! Isso foi suficiente para meu corpo relaxar e aproveitar aquele momento. Passou-se alguns momentos e Draco caiu ao meu lado exausto.

- Você- - Ofegava e encarava o teto como eu. - você- -

- Não sou e não era virgem. - Suspirei. - Se era isso que você queria saber.

Virei um pouco na cama e deitei em seu ombro passando a mão pelo seu peito.

- Quem? - Encarei qualquer coisa. Meu corpo ainda estava naquele êxtase, naquele orgasmo maravilhoso que alcançamos juntos.

- Não interessa.

- Quem? - Insistiu.

Não posso falar, nunca poderei falar.


Ay ay ay,
Ai, ai, ai

Ay ay ay,
Ai, ai, ai

Ay, todo lo que he hecho por ti
Ai, tudo o que fiz por você

Fue una tortura perderte
Foi uma tortura te perder

Me duele tanto que sea asi
me dói tanto que seja assim...

Sigue llorando perdón
Siga clamando perdão

Yo... yo no voy
Eu.. Eu não vou

A llorar hoy por ti
Chorar por ti



- McLaggen. - Suspirou um pouco aliviado e deitou a cabeça por inteiro no travesseiro. - Chega dessas perguntas, eu quero aproveitar esse momento. - Sorri e ele me deu um beijo.

***


Não consegui dormir nem um minuto se quer. Já estava em meu quarto e noite já se formara dia. Depois de tudo aquilo, Draco tinha pegado no sono. Peguei as peças de roupa e vim para meu quarto. Tomei um relaxante banho e me encontro sentada aqui, nessa poltrona com as pernas encolhidas e o queixo em cima dos joelhos.

O sol começou a brilhar surgindo atrás da floresta. Bichento dormia na minha cama ainda arrumada. Estava me sentindo estranha, estava me sentindo tão diferente. Nesses quinze minutos que estava ali, já pensei que na mesma noite eu termino um namoro de três meses e acabo transando com meu pior inimigo. São esses questionamentos que eu senti falta naquela hora. Onde esse mundo vai parar?! Abaixei a cabeça nos joelhos e a meneei.

Desculpe, mas já estava na hora.

Mas e hoje? Como vai ser? Pelo jeito do Draco, acho que vai ser como um dia qualquer. Como sempre, a gente não vai nem se encostar quando nos encontrarmos e cada um segue sua vida. Vocês não sabem o quanto isso está me cansando, vocês não tem idéia. Mas é o mínimo que eu posso fazer já que ninguém entenderia se eu aparecesse namorada de Draco Malfoy, aquele me xingava e agora passa a noite comigo.

Cara, imagina a reação do Ron! Pior, imagine a reação do Harry se me ver aos beijos com o Draco. Eu estaria assinando a minha sentença de morte juntamente com a dele. Quase metade dessa escola tem um motivo para odiar Draco Malfoy, por que será que justamente eu, a mais humilhada, mais escorraçada por esse garoto, achei um motivo que me faça perder a cabeça quando estou com ele?

***


Em passos rápidos, entrei no Salão Comunal morrendo de fome. Aquele sábado prometia. Dei uma grande olhada por todo o salão, não vi nem McLaggen, nem Draco – ainda deve estar dormindo – e nem Harry – aquele realmente sumiu. Vi Parvati e Anne e fui até elas. No meu lugar de costume, dentro do meu prato, tinha mais de dez cartõezinhos, pássaros da paixão e mais aquelas coisas que me deixavam totalmente de mau humor pela manhã.

- O que é isso? – Perguntei apontando para o prato ainda sem me sentar.

- Chegaram para você. – Soltou Anne virando a página do Profeta Diário.

- Que inferno... – Peguei outro prato me debruçando em cima da mesa e me sentando ao lado de Parvati.

- Como você está? – Perguntou a morena para meu espanto.

- Como eu estou... o que? – Quase ri.

- Hermione, você e Mc terminaram, não? Como você está? – Era óbvio mas as noticias corriam com uma facilidade por essa escola que é um espanto.

- Ah, tô bem. – Sorri meigamente pegando uma torrada e passando geléia.

- Bem...? – Perguntou Anne fechando o jornal. – Tem certeza?

- Lógico gente, bola pra frente, né? – Ri. Parvati e Anne trocaram olhares suspeitos e ficaram em silêncio. – E o Dylan? – Dei uma mordida gostosa.

- Com os amigos dele. – Sorriu falsamente.

- Ah, ontem quando você saiu, a Meg deu uma idéia ótima para o trabalho! – Começou Anne. – Ela disse que podemos montar um mapa astral de cada uma e mais umas coisas que eu adorei, sinceramente, foi ótimo ter chamado ela em nosso grupo! – Parvati concordou.

- Ela se auto convidou, Anne. – Corrigi.

- Mesmo assim, eu não teria idéias como as dela.

- Eu também não. – Comentou Parvati.

- Vamos parar de jogar confete nela, Ok? – Rolei os olhos bebendo um pouco de suco de abóbora.

- Você não vai muito com a cara dela, não é? – Perguntou a morena.

- Não mesmo. – Apoiei nas mãos. – Ela é muito perfeitinha, quase irreal...

- Como seu namoro? – Brincou.

Como estava com um humor digníssimo, não me afetou como ela queria.

- E a Deena? A Sarah?

- Sarah tá dormindo e a Deena foi se encontrar com o Ron. – Olhei no meu relógio de pulso e dei uma risada gostosa.

- Estou gostando de ver, o Ron acordando cedo é uma coisa rara, só aquela loira mesmo para conseguir um feito desses... – Ri. Por falar nela, Deena se aproximava lentamente mexendo as pontas dos dedos com os braços caídos e os olhos mirados no chão. Sentou-se no lugar onde tinha aquele prato cheio de recadinhos e nem ligou. Apoiou-se numa das mãos e suspirou. – Tá tudo bem? – Perguntei com receio. Concordou voltando a ficar ereta; Olhou todas nós com um olhar um pouco longe quando finalmente soltou:

- Estou namorando.

Anne levou as duas mãos a boca sorrindo largamente, eu lhe dei um braço forte sorrindo e lhe chamando de 'meu bebê', coisas da Tonks, Parvati levantou-se para todos e soltou um:

- Deena está namorando o Ron!! – Gritou para todos ouvirem e todos ouviram. Assobios, risos e alguns comentários altos surgiram. Deena queria se enfiar no primeiro buraco que visse e nós só achamos graça.

Não muito longe dali, um prato foi ao chão fazendo todo o salão ficar em silêncio novamente. Todos moveram suas cabeças para aquele canto onde estava Luna estática, com uma expressão pálida olhando fixamente para a nossa Deena.

- Acho que tem alguém aqui com dor de cotovelo... – Cantarolei num sussurro. – Dane-se, você está feliz e isso que importa.

- Agora conta como foi, todos os detalhes.

A loira se inclinou sobre a mesa num sorriso mais do que largo e começou a soltar tudo que aconteceu.

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