Nunca Teremos Paz



Capítulo XXXVI


Nunca teremos Paz


 


- AONDE FORAM PARAR?! - Perguntei para qualquer pessoa ouvir.


 


            Impossível, estava sozinha naquele quarto. Se meu gato respondesse, eu ia deserdá-lo. Faziam mais de dez minutos que estava atrás de minhas sapatilhas e já estava quase atrasada para o começo daquela Colação. Meu barrete estava em cima da cama, junto com meu sobretudo. Só faltavam as malditas sapatilhas.


 


            Não pedi que ninguém esperasse para não atrasar mais ninguém. Revirei todas as gavetas, armários, comodas, até que, debaixo da grande almofada roxa de Bichento, lá estavam elas. Queria matar aquela bola de pelo laranja. As vesti como nunca tivesse vestido mais rápido na minha vida.


 


            Enfiei a varinha no bolso do casaco, o coloquei e peguei meu chapéu, saindo correndo daquele quarto rumo ao salão principal.


 


            Os únicos barulhos audíveis daquela região, eram meus passos totalmente acelerados. Não encontrei uma única alma – viva – naqueles corredores. Desci pulando todos os degraus inúteis e logo parei na frente da entrada do Salão Principal.


 


            A porta já estava fechada, e fez um pequeno barulho quando a abri. Dumbledore estava em seu palanque, falando alguma coisa que nem prestei atenção, mas todos estavam em silêncio e viraram para minha direção. Minhas bochechas ficaram da cor da minha gravata e discretamente – impossível – sentei-me ao lado de Harry, a frente de Ron e Gina.


 


            Enfiei meu chapéu na cabeça e respirei três vezes mais aliviada.


 


- Atrasada como sempre. - Sussurrou Harry e eu lhe mostrei a língua.


 


- Como eu ia dizendo, passou-se mais um ano para alguns, e para outros, passou-se sete anos. - Filosofias furadas de Dumbledore.


 


            Nem tinha percebido como tempo estava agradável. A noite estava um pouco quente mas nada que dispensasse os casacos. Todos estavam bem arrumados, esperando apenas que Dumbledore chamasse um por um para receber o diploma, jogar todos aqueles chapeuzinhos ridículos no ar que mandar todos os professores para aquele lugar.


 


- Eu me lembro muito bem quando esses alunos que estão se formando agora, entraram por aquela porta deslumbrando o céu enfeitado do Salão. Cada um de vocês foi selecionado de acordo com o que sua índole e seu desejo pedissem. Ao passar do tempo, alguns foram desistindo, outros, a vida desistiu de acompanhar. Nesse ano, formamos mais de cinqüenta novos bruxos. Muitos deles eu tive a honra de ensinar, de educar, repreender, porque não e principalmente, ajudar a seguir aquilo que mais queria em suas vidas. - Pausava em todas as vírgulas, olhava para todos como um igual. - Todos os professores estão gratos em lhe ensinarem tudo aquilo que sabem. Essa escola foi a casa de vocês por todo esses anos, será de novos alunos o ano que vem, e provavelmente, eu estarei aqui de novo, saudando os alunos formandos do ano que vem.


 


            Segurei na mão de Harry.


 


- Bom, - - Tirou uma lista de dentro do seu casaco e deixou-a flutuando do lado de uma mesa de rolos de pergaminho. Minerva McGonagall levantou-se e foi a frente da lista. - que comece a Colação, por favor, Minerva.


 


            Ela pegou seus óculos de meia lua e começou a cantar os nomes. Cada nome era uma reação diferente, por ordem de chamada, cada casa vibrava com seu aluno formando. Quando Dino foi, Ron gritou algo que todos riram, prefiro não comentar aqui. As letras foram se passando até chegar a vez de Harry, esse sim foi uma ovação total. Todos, até Dumbledore bateu palmas.


 


            Eu tenho orgulho do meu namorado.


 


            Ele pegou o diploma, apertou a mão de Dumbledore e o velho sussurrou alguma coisa no seu ouvido que o fez agradecer mais uma vez. Voltou e eu lhe dei um beijo na bochecha. Loge depois de três nomes:


 


- Hermione Jane Granger. - Minhas bochechas voltaram a queimar e todos aplaudiram, gritaram e tudo mais. Subi e peguei o diploma nas mãos, Dumbledore piscou e Minerva deu um sorriso. Virei para todos e fiz um gesto típico de show de rock'n'roll mostrando a língua.


 


            Desci e sentei-me de novo, abri o pergaminho e lá estava escrito em letras douradas e bem trabalhadas:


 


            Hermione Jane Granger. Formada com êxito e excelência na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Tinha a assinatura de todos os professores e de Dumbledore, por final.


 


            Eu nem tinha percebido mas já tinha passado todos os nomes, alguns Diplomas ficaram em cima da mesa, aqueles que as pessoas desistiram por diversos motivos. Desde Draco até David. Casos extremos que não vou ficar me culpando agora.


 


- Parabéns a todos os formandos! - Disse Dumbledore e todos os chapéus foram ao ar.


 


            Já estávamos de pé, com diplomas em mãos, Harry pegou meu queixo e me deu um beijo apaixonante, até o chapéu dele, cair na sua cabeça, e o meu na minha.


 


- Sabe o que Dumbledore disse?


 


- O que? - Perguntei no meio de todos que estavam se cumprimentando, fazendo bagunça e barulho.


 


- Que meus pais estavam realmente orgulhosos e nunca perder a jóia mais preciosa do mundo.


 


- Que jóia preciosa é essa? - Perguntei confusa.


 


- Você. - Sorri totalmente sem graça e lhe dei mais um beijo.


 


***


 


            Com um movimento da minha varinha, todas as roupas que estavam jogadas no chão após a minha procura intensa das minhas sapatilhas, foram dobradas e arrumadas para dentro do meu malão. Estabelecendo uma ordem entre roupas de cabide, roupas de gaveta e sapatos. Guardei tudo que estava no banheiro e fechei Bichento dentro da sua gaiola.


 


            Com quase tudo pronto, sentei-me em cima do malão e suspirei olhando aquele grande e pequeno quarto, ao mesmo tempo. Posso muito bem jogar a culpa em cima dele, já que, se eu não tivesse ele, talvez eu fosse mais 'santa'. Não brinque com essas coisas, Hermione, largue de ser criança!


 


             Torci os dedos e suspirei com lágrimas nos olhos pensando que tudo aquilo tinha acabado. Meu sofrimento para ficar estudando, minhas noites sem sono por causa de uma prova. Mas também aquela união, as amizades, as coisas boas que talvez eu nunca mais veja nessa vida que eu vou arriscar.


 


            Abri minha cômoda e lá tinha um monte de cartas dentro da gaveta vazia. Voltei a me sentar no malão e abri algumas que eu nem tinha aberto.


 


Cara Srta. Granger,


 


            Venho por meio desta lhe oferecer um cargo de extrema qualidade no Profeta Diário, como editora das principais colunas desse jornal. Esse cargo exige inteligência, conhecimento avançado de magia, influencia nas maiores massas e com base nas minhas fontes, a senhorita é a mais indicada para esse cargo.


 


            Espero uma resposta o quanto antes,


            Barnabás Cuffe, Editor Chefe.


 


            Amassei e fiz uma pequena fogueira flutuante. Abri outra e fiz a mesma coisa ao ler O PASQUIM, em letras garrafais. A próxima de chamou mais atenção.


 


Cara Hermione J. Granger,


 


            A Biblioteca  Floreios e Borrões tem a honra de lhe oferecer um cargo administrativo de uma de nossas filiais, com base nas suas altas notas na maioria das matérias. Como a senhorita é assídua compradora de livros na loja do Beco Diagonal, nada mais interessante do que um cargo que administre toda a filial. A Senhorita teria acesso a todos os livros, até as Sessões Restritas.


 


            Espero uma resposta e aguardamos ansiosamente pela senhorita.


            Ótavius Garbell.


 


            Se eu tivesse recebido essa proposta um ano atrás, quem sabe eu não mudasse as minhas perspectivas de vida. Amassei e começou a queimar como as outras.


 


À Hermione Jane Granger.


 


            Informamos que a propriedade que estava em nome de John Williams Granger, passa automaticamente para as mãos de sua filha, Hermione Jane Granger, quando completar dezoito anos de idade. Todo e qualquer comprador que aparecer durante o período de menoridade da herdeira, a mesma deve ser contata e autorizar vender ou não a casa. Todos os objetos encontrados dentro do imóvel também são de propriedade da senhorita Granger até a maioridade.


           


            Atenciosamente,


            Governo de Londres.


 


            Fechei a carta lentamente me lembrando daquela outra carta que recebi um dia desses dizendo que minha tia tinha sido contata por um desses compradores. Vasculhei entre as cartas e a achei. Era um senhor rico que queria transformar a casa em alguma pousada ou algo do tipo, espero que ninguém tenha metido os pés pelas mãos.


 


            Ao final das cartas, achei aquela que mais me interessaria, e já tinha lido faz tempo.


 


À Senhorita Hermione Jane Granger,


 


            O Ministério da Magia de Londres tem o imenso prazer e orgulho de convidar uma das melhores alunas da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts a uma vaga de Auror. O curso e o treinamento necessário é cedido pelo próprio departamento em preços acessíveis. A concluir seu sétimo ano, esperamos uma resposta definitiva.


 


            Griselda Marchbanks,


            Chefe da Autoridade de exames Bruxos.


 


            Fechei todas elas, sumi com a bola de fogo e guardei o resto dentro do malão, o fechando definitivamente.


 


***


 


- Já deixou suas coisas na frente do Salão Principal? - Perguntou Harry me conduzindo para o jardim.


 


- Sim, Bichento estava choroso de mais, mas eu o deixei fazendo companhia para Edwiges. - Passou a mão na minha cintura e ficou andando colado em mim.


 


            Comecei a me despedir da maioria das pessoas que ia sentir falta, incluindo pessoas que eu nem conhecia, apenas vieram chorosas me dar um abraço. Prometi a Parvati que sempre ligaria, assim como Deena e Anne. Sarah me prometeu cartões, corujas e tudo mais, sempre me avisando por onde está passando.


 


            Ao abraçar Tony, senti um abraço diferente de todos; um abraço apertado, necessitado.


 


- Calma, prince, eu sempre estarei com você. - Sussurrei no seu ouvido. Separou-se de mim e me deu um beijo na testa.


 


- Eu vou para França muito feliz por estar do lado da garota que eu amo. - Sorriu e eu sorri de volta. - lógico, não tem ninguém como você na cama, mas- - Bati em seu ombro. - Brincadeira.


 


- Irei sentir saudade. - Sorri sem jeito.


 


- Cara, não adianta falar essas coisas, todos nós sabemos aparatar muito bem. França e Londres estão quase assim...- Fez um sinal com as mãos e eu ri. - Vou comer muitos croassaint. - Disse num sotaque bem puxado.


 


- Imagino. - Rimos mais uma vez.


 


            Filth começava a arrumar, do primeiro ao sétimo ano, todos em filas para a verificação dos nomes e as carruagens até a entrada principal da escola. Procurei Harry entre a multidão e não achei. Fiquei estática, enquanto todos passavam por mim.


 


            Senti um algo estranho, levei uma mão ao peito e todas as vozes, barulhos e ações pararam no mesmo momento. As pessoas andavam em câmera lenta, e um vento gelado passou pela espinha. O vazio bateu no meu peito e logo foi cheio pela mão que pousou no meu ombro e me deu um beijo na bochecha.


 


- Estava falando com Dumbledore, desculpa a demora. - Não disse nada, apenas o abracei enquanto todos iam formando suas filas. - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou acariciando meus cabelos.


 


- Não, vamos. - Peguei em sua mão suando frio e fomos no meio de Luna e Ron, que conversavam animadamente, entrando em qualquer lugar da fila.


 


***


 


            Apenas nós três, como nos velhos tempos, dentro daquele vagão. Todas as outras portas abertas, e a nossa, a única fechada. O ar lá dentro era fresco e o assunto ameno, até Harry começar a tocar num assunto um tanto quanto delicado.


 


- Vocês não iam esconder o aparecimento do Malfoy de mim por muito tempo. - Disse jogando um pedaço de jornal nas mãos de Ron que me olhou cúmplice. - Dumbledore conversou comigo sobre isso, disse que os tempos estariam mudando. Ele pressentiu uma forte agitação quando todos leram essa notícia.


 


- Lógico, um aluno, que dividiu a sala com muitos dali por sete anos, de repente, o mais procurado pelo Ministério atualmente. - Soltei cruzando os braços.


 


- Ele consultou a professora Trelawney para saber se alguma coisa negra passava na cabeça do Malfoy, mas ela só encontrou um grande vazio.


 


- Com razão, ele não deve estar nem existindo, ele se privou de tudo, ele está se escondendo nos piores lugares. - Disse Ron.


 


- Vocês acham- - Comecei encarando os dedos. - que ele virá atrás de nós por causa do que aconteceu com seus pais?


 


- Isso é óbvio, Hermione. - Soltou Rony cruzando os braços. - Ele vira como um vampiro em banco de sangue. Principalmente atrás do Harry, ele sempre nutriu um ódio dele, desde quando ele entrou na escola.


 


- Mas nós podemos muito bem contra aquele idiota. - Apertou os punhos. - Dumbledore também me disse para deixarmos toda sua família avisada disso, e proteger sua tia também, Mione. - Me olhou.


 


- Ele está solto em Londres, ele pode ter feito vítimas já. - Sugeri pessimista.


 


- Nada foi encontrado, por enquanto.


 


- Ele sabe que nós estamos saindo da escola, ele pode estar nos esperando em qualquer lugar, Harry. - O ruivo parecia o mais pessimista, para falar a verdade.


 


- Malfoy nunca atacará sozinho, ele está em bando, protegido. - Disse Harry.


 


- Protegido por quem? Quase todos os comensais estão mortos ou presos.


 


- Belatrix está solta. - Respondeu.


 


- E quem mais? Admita, Harry, ele está praticamente sozinho, somos três bruxos poderosos contra ele, que está fugindo, está cansado, está sofrendo fisicamente e mentalmente, nós estamos em vantagem. - Segurei na sua mão.


 


            Ele não disse mais nada apenas ficou fitando o caminho lá fora, sério e concentrado em seus pensamentos. O tempo pareceu esfriar a cada minuto que nos aproximávamos do destino. Saquei um casaco mais grosso e o vesti, fazendo a mesma coisa que os garotos.


 


- Ótimo, - - Começou Ron. - primeiro dia de liberdade e esse tempo irá esfriar...


 


            Harry mexeu o pescoço algumas vezes de forma estranha e fechou os olhos lentamente. Isso chamou a minha atenção mas não disse nada, fiquei quieta segurando sua mão com mais força.


 


            Ao desembarcarmos na estação, Ron correu para pegar nossas bagagens e nós fomos atrás da Senhora Weasley, e talvez de Tonks ou Lupin. Aquela cena de todos se reencontrando era realmente muito comovente e eu evitava ver. Antes de quase subir em um dos bancos para encontrá-los, ouvi a estridente voz da mãe de Ron surgir atrás de nós.


 


            Gina já tinha a encontrado e estava a procura de nós.


 


- Oh, meus queridos! - Abraçou os dois de uma vez só. - Como vocês estão? Está melhor, querida? - Perguntou pegando em meu rosto.


 


- Estamos ótimos, senhora Weasley. - Respondeu Harry dando um sorriso simpático.


 


- E o meu Rony? - Perguntou olhando sobre nossos ombros.


 


- Está pegando as nossas coisas.


 


- Oh, tudo bem, vamos por aqui para esperá-lo.


 


            Naquele exato instante, um grande estrondo invadiu os nossos ouvidos, e como impulso, abaixamos alguns centímetros. Logo, vimos fumaça saindo de uma das cabines do trem. Várias pessoas começaram a correr, algumas para o outro lado, outras pela passagem secreta que, de repente, ficou inativa.


 


            Harry sacou a varinha e correu em direção contrária as pessoas.


 


- HARRY! - Pedi tentando correr, mas Molly me segurou junto com Gina. - HARRY!


 


- Se acalme, Hermione. - Pediu Molly.


 


- ELE ESTAVA ESTRANHO NO TREM, EU TENHO CERTEZA QUE A CICATRIZ DELE ESTAVA DOENDO! - Disse apavorada e desesperada, virando-me para elas e depois tentando correr mais uma vez.


 


            Mais um estrondo e mais pessoas correndo.


 


- Cadê o Ron, mãe? - Perguntou Gina olhando de todos os lados.


 


- Não sei, filha... - Soltou segurando o peito aflita.


 


            Ouvi uma risada um pouco familiar. Minha respiração foi a mil quando vi algo pousar em cima do trem, uma mulher vestida de preto, com cabelos armados e enrolados.


 


- ARTHUR! - Gritou Molly sacando sua varinha também.


 


            O patriarca Weasley surgiu ao seu lado e mandou que nós corrêssemos, mas essa foi a última coisa que eu e Gina fizemos. A plataforma começou a se esvaziar de pessoas e se encher de fumaça. Belatriz andava de um lado para o outro, saltitando e explodindo coisas, um pouco distante de nós.


 


            Com um movimento rápido, consegui que Molly soltasse o capuz da minha blusa e corri para a fumaça mais densa.


 


- HERMIONE! - Gritou Molly. Gina também correu atrás de mim, provavelmente, Arthur também correria se sua mulher não o segurasse.


 


- Hermione! Espera! - Ouvi Gina gritar atrás de mim.


 


            Aquele lado da plataforma estava vazio, várias coisas caídas no chão, malões abandonados, a fumaça estava menos concentrada, mas juntando-se com a fumaça que saída dos freios dos trens, a visualização ficou embaçada. Senti algo pegar no meu braço e lá estava Gina, uma de costas para outra, com varinhas em punho, olhando para todos os lados.


 


- Eu não estou vendo nada... - Soltei passando a mão na frente do meu rosto a fim de aliviar um pouco a fumaça.


 


            Ouvimos mais uma risada de Bella, mas desta vez, ouvimos perto de mais. Entrei em um vagão seguida por Gina, cada uma ficou olhando um lado. O vazio era quase assustador. Ouvimos algo pousar sobre o vagão que estávamos e ficamos em silêncio absoluto. Podia tanto ouvir minha respiração, como a dela. Passos mais altos eram a peça chave que faltava.


 


- Pra que lado?


 


- Para o seu. - Sussurrou e começamos a correr para o meu lado do vagão.


 


            Quase fomos atingidas por algum feitiço. Fechamos a porta e nos escondemos abaixada atrás dela. Nossa respiração ofegante teve que se silenciar quando o silêncio lá fora falou mais alto.


 


- Ela não está sozinha. - Soltou Gina ouvindo alguma coisa no vagão da frente.


 


            Alguma coisa começou a empurrar a porta, e nós a mantivemos trancada, fazendo força com nossos corpos.


 


- ABRAM, SUAS PESTINHAS! - A voz de Bella estriou e logo deu uma risada macabra. Tentou arrombar três vezes, até que parou.


 


            Como não conseguia ouvir nada, colei o ouvido na porta e isso fez com que eu puxasse Gina pela gola de sua blusa e começasse a correr. Bella arrombou a porta, a explodindo. Estilhaços voaram para todos os lados, abrimos outro vagão e saímos do trem com varinhas a postos.


 


- HARRY! - Gritei começando a me desesperar. - RON! HARRY!


 


            Passei a mão na testa para limpar o suor e senti um empurrão forte que me jogou no chão, em direção diferente de onde caiu minha varinha.


 


- GINA! - Gritei enquanto via Gina voar, atingida por um feitiço. - GINA! - Gritei mais uma vez.


 


- Cala a sua boquinha, queridinha! - Disse Bella apontando a varinha para meu pescoço enquanto chutava minha arma para longe do meu alcance. - Cadê o Potter? - Perguntou séria. - Fala, cadê o seu Potter?


 


- Expelliarmus! - Ouvi alguém gritar e logo a varinha de Bella também tinha voado. - Fica longe dela! - era Tonks. - Fique paradinha, Bella! - Ordenou com mais uma legião de Aurores atrás de si.


 


            Bella respirou ofegante e girou, aparatando rapidamente e sumindo dali. Tudo foi tão rápido que não consegui raciocinar. Minha respiração rápida logo foi acompanhada pelo batalhão de perguntas de Tonks, ela colocou de pé e eu só queria ver como Gina estava.


 


- Ela ficará bem? - perguntei com uma dose a mais de adrenalina no sangue. Tonks me segurou e me olhou nos olhos.


 


- Ela ficará ótima, o feitiço pegou de raspão. - Apenas vi alguns bruxos a enfeitiçarem e levitarem seu corpo para outro local. - Agora, eu preciso que você me escute.


 


            Suas palavras entraram na minha cabeça e foi impossível não obedecê-las.


 


- Bella não estava sozinha, estava com mais três comensais e Draco Malfoy. - Eu olhei dos lados e ela segurou em meu rosto mais forte. - Preste atenção! - Ordenou. - Harry desapareceu.

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