Amor, Sexo e Mágica



Capítulo XXXV


Amor e Sexo e Mágica


 


- Vamos, Hermione!


 


            Essa maldita mania de todos me apressarem. Harry estava do outro lado da porta do meu quarto, enquanto eu terminava de passar a maquiagem tranqüilamente sentada na frente do espelho do banheiro.


 


- Vai indo na frente! - Gritei de volta rolando os olhos.


 


- Ok!  - Não ouvi mais sua voz, só a porta se fechando.


 


            Terminando de passar a leve base em todo rosto, apelei para os olhos marcados e provocantes.


 


            Chegou o dia do grande Baile de Formatura, eu não estava nem um pouco animada, mas Harry queria ir pois era a última festa que participaríamos naquela escola. Não sei dizer se estava feliz ou triste.


 


            Com os olhos prontos, passei um leve rubor nas bochechas e um batom da cor dos meus lábios. Esborrifei três doses daquele perfume doce no meu pescoço e uma em cada pulso. Coloquei uma pulseira de brilhantes e os brincos combinando.


 


            Abri a porta do banheiro e logo fui colocar minha sandálias, sentando na cama ao lado de Bichento. De pé, analisei todo aquele modelito na frente do espelho de corpo inteiro. Estava magra de mais. Um tomara que caia, variava do tom de pele até um rosa mais forte, fazendo espirais em um fio dourado bordado em todo vestido. Não passava do joelho e era um pouco armado para um simples vestido de festa.


 


            Deixei os cabelos soltos, um pouco lisos e um pouco enrolados sobre os ombros e fiz uma trança com a minha franja, prendendo-a com uma presilha atrás da cabeça. Estava sexy, doce e bem vestida.


 


            Peguei a minha pequena carteira fina de mão e saí do quarto me despedindo de Bichento. Desci as escadas rapidamente, cruzando aquele castelo junto com mais de dez pessoas que eu nem fazia questão de conhecer. Harry deve me odiar por atrasar desse jeito! Ouvi as badaladas do relógio e contei nove. O Baile começara as oito e meia da noite, não estava tão atrasada assim.


 


            Parei na frente do Salão Principal e logo vi Ron e Luna vir ao meu encontro. A loira com um vestido vermelho escarlate e um All Star da mesma cor, e o ruivo com um terno típico dessas datas.


 


- Alguém viu meu namorado por aí? - Perguntei esticando o pescoço e torcendo os dedos.


 


- Da última vez que eu vi, ele tava dando uns cata numa menina do quinto ano... - Luna bateu no seu braço. - É brincadeira, amor.


 


- Ele estava lá dentro junto com Dino, Simas e Neville. - Sorri para ela e mostrei a língua para ele abrindo espaço entre o casal e entrando naquele que seria o Salão do Baile da Primavera.


 


            Logo na entrada, vi uma aluna do sexto ano com uma prancheta nas mãos e uma pena maior do que sua cabeça.


 


- Seu nome, por favor.


 


- Hermione Jane Granger, Grifinória. - Ela conferiu, a pena se mexeu e eu pude entrar.


 


Your touch is so magic to me


Seu toque é tão mágico para mim


 


The strangest things can happen


As coisas mais estranhas podem acontecer


 


The way that you react to me


O jeito que você reage a mim


 


I wanna do something you can't imagine


Eu quero fazer algo que você não imagina


 


Imagine if there was a million me's talking sexy to you like that


Imagine se tivesse milhões de mim falando desse jeito sexy para você


 


You think you can handle, boy


Você pensa que consegue aguentar, garoto


 


If I give you my squeeze and I need you to push it right back


Se eu te apertar eu vou precisar que você faça o mesmo.


 


No som ambiente do coral da escola, nada mais sonolento do que isso, entrei no Salão pedindo licença a muitos que ficaram empacados no meio do caminho. Cumprimentei alguns, dei alguns acenos de longe e parei no meio daquele Salão, sozinha, olhando para todos os lados a procura de Harry. Anne, Deena e Sarah surgiram não quero saber de que lugar, e me puxaram para um local mais reservado.


 


            Anne estava vestindo um vestido até os pés em um azul celeste combinando perfeitamente com seus olhos, contrastando com o vestido frente-única cor de abóbora de Sarah, e Deena, com um lilás delicadíssimo até os joelhos deixando sua pele ainda mais branca.


 


- Com quem vocês vieram? - Perguntei intrigada.


 


- Eu tomei coragem e convidei o Simas, - Soltou Anne ficando corada. - aquelas orelhas até que são charmosas.


 


            Anne e seus gostos esquisitos.


 


- Eu vim com Edwart Galles, é um aluno da Corvinal. - Disse Deena um pouco desapontado. - Pelo menos ele beija bem. - Riu.


 


            Deena e seu lado que eu não conhecia.


 


- Alguma de vocês viu o Harry? Ele simplesmente sumiu!


 


- Ele estava com o Tony agora a pouco, eles estavam por ali. - Apontou para um dos cantos. - Vamos lá, eu também quero ficar um pouco com meu namorado.


 


            Procuramos eles pelo local e os avistei ao canto, conversando com mais Simas e Dino que trazia uma loira em seus braços.


 


- Homens... - Soltei indo na direção deles.


 


 


Baby, show me, show me


Baby mostre-me, mostre-me


 


What's your favorite trick that you wanna use on me


Qual é seu truque favorito que quer usar em mim


 


And I'll volunteer


E eu serei voluntária


 


And I'll be flowing and going


E eu estarei fluindo e indo a um lugar distante


 


Till clothing disappears, ain't nothing but shoes on me


E nada em mim além de sapatos


 


Oh, baby


Oh, baby


 


            Sarah apareceu e entrelaçou seus braços no pescoço de Tony e eu acariciei a nuca de Harry abrindo um largo sorriso para aquele homem charmoso. Me deu um pequeno beijo e ficou com uma das mãos na minha cintura.


 


- E a Anne? - Perguntou Simas intrigado.


 


- Está vindo. - Respondi dando mais um beijo em Harry.



- Está linda, Senhorita Granger. - - acariciou meu rosto – ou devo dizer, Senhora Potter.


 


- Senhora Potter... - Fantasiei com o nome. - Adorei. - Rimos enquanto nos abraçamos.


 


- Será que esse baile ficará desse jeito? Eu não agüento mais tomar Ponche! - Soltou Dino deixando seu copo de lado.


 


- Eu soube que os professores ficariam no Salão até as dez horas da noite. - Ergui uma sobrancelha.


 


- E nós viemos preparados. - Disse Simas batendo o pé em algo debaixo da mesa.


 


- O que é? - Perguntei a eles, mas Harry me respondeu:


 


- Caixas de cerveja amanteigada, litros de Firewisky e garrafas de Hidromel.


 


            Eu apenas ri e puxei Harry para um canto mais reservado. Estávamos debaixo do véu com rosas que se mexiam que cobria toda a parede. A decoração estava realmente linda, nem tive tempo de separar nesses detalhes. Ele segurou no meio queixo e me pressionou contra a parede, segurando meu corpo firme ao seu.


 


            Desceu a mão até meu ombro e de lá, para a minha cintura. Minhas mãos ficava acariciando seus cabelos e os puxando, provocando até o último arrepio que aquele homem poderia dar. Mordeu meu lábio superior e lambeu o inferior, me arrancando alguns suspiros enquanto beijava a minha nuca.


 


            Que sensação única. Pena que sempre tem um filha da mãe que atrapalha...


 


- Vamos, Dumbledore está chamando todos nós. - Disse Dino entrando debaixo do véu.


 


            Bufei o puxei até a multidão que tinha se feito na frente do pequeno palanque de Dumbledore. Ele falava um monte de coisas que aconteceram esses sete anos e eu nem prestei muita atenção. Fiquei olhando as pétalas que caíam do teto, depois aos véus quase transparente que caíam flores, como se fossem cascatas. Aos centros de cada mesa, a roupa de todos que estavam a minha volta.


 


            Tudo que eu estava fazendo, era o que a maioria estava fazendo. Depois de Dumbledore, McGonagall começou seu pequeno discurso de dez minutos angustiantes. Taças com um pouco de Ponche surgiram do céu e desceram até as mãos de todos aqueles que estavam no Salão. Ela sugeriu um brinde a esse final de ciclo da vida, ou coisa parecida. Aquele Ponche tinha gosto de groselha com água. Depois, o Coral da Escola deu espaço a uma banda de rock, não sabia o nome mas até que tocavam bem. Até que enfim algo que faça todos ficar bem acordados.


 


             Aquele bando de animais foram para o centro e começaram a pular, gritar, dançar, alguns professores como Hagrid, foram até o meio para dançar, ou tentar dançar, com os alunos. Não posso negar que eu estou me divertindo. Puxamos cadeiras e todos se sentaram numa torta roda, conversando sobre as coisas mais bizarra que nos aconteceu esses anos que passamos lá dentro. Depois de alguns minutos, Ron e Luna também se juntaram a nós junto com Parvati e Ernesto – seu par – e Deena, desacompanhada. A nossa conversa não podia ser mais proveitosa, afinal, só nós, em todo salão estávamos sentados, quietos, esperando a noite começar para se divertir ao máximo.


 


            Numa leve olhada pelo salão, meus olhos pousaram sobre Alan, que conversava com mais três amigos, ambos da Sonserina. Fiquei séria e fixa, pensando na falta de um integrante ali. Nem sei porque pensei nele naquele momento, voltei a encarar meus dedos em cima do meu colo, pensando em várias coisas ao mesmo tempo: das mais terríveis às mais doces.


 


All night, show it, just you and the crowd


A noite toda mostrando, apenas você e a multidão


 


Doing tricks you never seen


Fazendo truques que você nunca viu


 


And I bet that I can make you believe


E eu aposto que posso fazer você acreditar


 


In love and sex and magic


Em amor e sexo e magia


 


So let me drive my body around you


Só me deixe guiar seu corpo ao seu redor


 


I bet you know what I mean


Eu aposto que você sabe o que eu digo


 


Cause you know that I can make you believe


Porque você sabe que eu posso fazer você acreditar


 


In love and sex and magic


Em amor e sexo e magia


 


- O que foi? - Perguntou Harry perto do meu rosto num pequeno sorriso.


 


- Depressão pós-escola, está vindo rápido do que eu pensei. - Disse ainda encarando meus dedos, ele me deu um beijo na cabeça e voltou a conversar com seus amigos.


 


            E é lógico que eu comecei a pensar de uma maneira errada também. Aquela roda de amigos, eu tinha três ex namorados: Ernesto, Tony e Harry, o atual e permanente, creio eu. Ali, na roda do lado, pude ver McLaggen e atrás dele, Alan. Córner estava dançando com a massa estudantil.


 


            É um numero elevado para quem nem pegava resfriado. Não me arrependendo, mas também não faço questão de ficar tendo uma conversa amigável com a maioria deles. Eu já namorei estrelas do Quadribol, garotos mais populares da escola, comensais da morte, heróis juvenis, pessoas mortas... Minha lista só está aumentando. Contanto que nenhum fique possessivo ao ponto de me seqüestrar, está tudo indo como eu queria ter planejado, mas não tive tempo.


 


            E tudo isso para acabar em meu objetivo principal: conquistar Harry Potter.


 


            Perdi algumas amizades, mas já retomei-as de volta. Também quase matei algumas pessoas, mas estão todas vivas e vivendo suas vidas. Não tenho culpa se quando eu quero, eu tenho, independente do como, onde e porquê.


 


            Esperamos até o último professor, zelador ou qualquer pessoa que tenha um poder maior naquela escola, saísse daquele salão. Dino fechou as portas e todos os garotos da Grifinória, ajudaram levar as grandes caxas de bebida até a mesa onde tinha ponche, petiscos e essas coisas, derrubando a maioria no chão.


 


            Foi uma agitação sem igual. O Salão se transformou em uma grande balada já que a banda já estava quase indo embora, e o nosso futuro DJ da Lufa-Lufa começou a tocar. As luzes ficaram apagadas, apenas com as poucas velas que enfeitavam o Salão. O teto encantado entrou no clima e começou a soltar raios de luz coloridos, alternados. Arrastei Harry para o meio daquela galera e comecei a dançar com o moreno.


 


            Ele apenas ria, dizia que não sabia e nem gostava muito. Mas, como toda mulher que saiba rebolar consegue convencer qualquer homem a fazer aquilo que ela quiser, Harry começou a arriscar nos passos mais idiotas que vi alguém dançar.


 


            Não posso negar que estamos fazendo daquele baile chato e sonolento uma das melhores baladas que já teve naquela escola.


 


            Peguei na nuca de Harry o surpreendendo, e lhe trouxe para um beijo quente e animado. Suas mãos passaram da minha cintura e desceram mais uma pouco, quando voltou, quase ergueu meu vestido por completo. Tinha tantas pessoas ali em volta que nem dei bola, continuei a dançar.


 


            Dançando mais de quinze minutos sem nenhuma pausa, fomos até a caixa de bebidas. Harry arrancara a gravata borboleta e a enfiou no bolso, o smoking foi para um canto e seu cabelo ficou arrepiado. Enfiei a mão lá dentro, sentindo aquele gelo com água refrescar e tirei duas garrafas de cerveja amanteigada, uma para mim e outra para ele.


 


            Antes de abrimos, Tony, Sarah, Ron, Luna e mais alguns garotos, pegaram também e propuseram um brinde.


 


- Um brinde ao fim desses sete ótimos e cansativos anos! - Gritou Ron erguendo a garrafa assim como nós.


 


            Desceu como água, quase a garrafa inteira.


 


- Já pensou que acabou, cara?! - Disse Ron vindo ao nosso lado com Luna em seus braços.


 


            A festa foi bem legal. Eu não tive a oportunidade nem a permissão de ficar muito bêbada, assim como qualquer um, já que estávamos lá para se divertir e não para ficar bêbados e não lembrar de nada no dia seguinte. Fomos embora quase seis horas da manhã, cansados, suados, despenteados e sujos. Ron levava Luna quase dormindo, e eu ia me escorando em Harry, de tanto sono que tinha.


 


            Nos despedimos de todos e subimos as escadas para os dormitórios. Ron se despediu e subiu para seu quarto com a Luna, e eu e Harry, entramos no meu rapidamente.


 


            Joguei minhas sandálias em um canto, minha bolsa em outro e caí na cama do jeito que estava. Senti todos os meus músculos relaxarem. De repente, enquanto repousava meus olhos com esforço, ouvi Harry cantar uma música esquisita. Apenas abri um dos olhos e tentei vê-lo, mas meu campo visual era desprivilegiado.


 


            Era uma música de stripper. Ergui minha cabeça e deitei-me de forma confortável na cama o olhando com um sorriso malicioso nos dentes. Ele rebolava e ia desabotoando botão por botão. A cena mais ridícula que eu já vi na minha vida. Tirou a camisa e colocou uma das pernas em cima da cadeira que tombou e ele foi ao chão, mas logo se levantou e fez o feito de novo com êxito. Tirou as meias como se fosse um grande fetiche e logo, pegou nos botões da calça.


 


- Harry, você tá fazendo papel de ridículo! - Disse rindo daquela situação.


 


- Estou quase acabando! - Finalizou tirando a calça e pulando na cama em cima de mim.


 


- Ok! Ok! Seu animal no cio! - Eu ria enquanto ele beijava meu pescoço e tirava meu vestido sem eu perceber. - Harry! Calma! - Era inútil.


 


            E foi assim até a última peça de roupa sair do meu corpo. Beijava minha boca e meu corpo inteiro. Tirava aquele lençol e me enrolava nele, rolando e rolando na cama.


 


- Você é patético, sabia? - Disse ainda rindo, enquanto ele beijava minha barriga me arrancando cocegas. - Você está bêbado? - Ele ergueu sua cabeça para mim jogando seus óculos no chão e rindo. - Sim, está bêbado... - Lamentei tentando me livrar dele.


 


            Passou as mãos pelo meu corpo, tentou me exitar ao máximo só que o sono estava falando muito mais alto. Começou a beijar meus pés, a fim de me conquistar pela última vez. Passou pela minha canela, meus joelhos e lentamente, foi abrindo minhas pernas e eu não acreditava. Beijou as minhas coxas e me olhou com um olhar sacana.


 


- Eu te odeio... - Soltei segurando em seus cabelos.


 


- Eu te amo...


 


            Aquela língua conseguia me deixar fora de mim. Brincou aonde não devia e me acendeu de uma forma complemente nova. Puxei sua cabeça e limpei as laterais do seus lábios e logo voltei a beijá-lo com muita intensidade.


 


            Virei e fiquei em cima do seu corpo, beijava sua boca, seu pescoço e fui descendo aos poucos, arrancando suspiros daquele homem. Cheguei ao ponto máximo de qualquer homem.


 


- Você não ousaria- - Antes que ele falasse qualquer coisa, eu comecei a lamber aquele membro como se fosse a última coisa que eu colocaria na boca.


 


            Harry urrava, pedia mais e mais. Ao deixá-lo necessitado, sentei em cima, esperando que ele fizesse aquilo que sabe fazer de melhor comigo. Segurou na minha cintura e ergueu uma das suas sobrancelhas num sorriso malicioso.


 


Everything ain't what it seems


Tudo não é o que parece


 


I wave my hands and I got you


Eu mexi minhas mãos e peguei você


 


And you feel so fly assisting me


E você se sente tão leve quando me dá assistência


 


But now it's my turn to watch you


Mas agora é minha vez de te olhar


 


I ain't gonna stop you


Eu não vou te parar


 


If you wanna crowd my neck


Se você quer agarrar meu pescoço


 


Talk sexy to me like that


fale daquele jeito sexy comigo


 


Just do what I taught you, girl


Apenas faça o que eu te ensino, garota,


 


When I give you my heat and I need you to push it right back


quando eu te der meu coração e eu preciso de você para trazer isso de volta


 


            Quando finalmente senti alguma coisa dentro de mim – não posso negar que foi maravilhoso – aqueles movimentos começaram a ficar cada vez mais rápidos, intensos e barulhentos. Minha respiração alta acompanhou a dele durante quase dez minutos, parando poucas vezes apenas para provocar.


 


            E tudo durou quase uma hora, quando caímos na cama mortos de cansados, encarando aquele teto com um sorriso no rosto. Me cobri com a primeira coisa que vi e deitei em cima do seu peito suspirando e lhe dando boa noite, mesmo sendo quase oito horas da manhã daquele sábado.


 


***


 


            Acordei com Harry dizendo coisas românticas no meu ouvido. Logo depois, senti cheiro de torradas, frutas e suco de abóbora. Leu meus pensamentos pois estava morrendo de fome. Abri os olhos aos poucos e logo vi aquele garoto de banho tomado, os óculos nos devidos lugares e um lindo sorriso para me dar bom dia.


 


            Sentei-me na cama puxando um pouco mais o lençol para me cobrir e vi a pequena bandeja de café da manhã que ele preparara para mim.


 


- Bom dia. - Soltei lhe dando um pequeno beijo e olhando faminta para a bandeja. - Você fez isso?


 


- Se eu falar que sim, ganho pontos com você? - Ri passando a mão no seu queixo e lhe dando um beijo. - Pedi para Dobby.


 


- Pobrezinhos, fica explorando os pobres elfos para ficar com toda a glória. - Dei uma barulhenta mordida na torrada.


 


            Tomei meu café da manhã, depois tomei um demorado e gostoso banho. Quando voltei ao quarto, Harry não estava mais lá, mas tinha um bilhete flutuando em cima da cama dizendo que ele foi dar um passeio pela escola, encontrar seus amigos e coisas do tipo.


 


            Olhei no relógio e vi que eram quase quatro horas da tarde. Bocejei longamente e me deitei novamente na cama desarrumada, encarando o teto num leve sorriso.


 


            Passei a mão em cima da cabeceira da cama e peguei um porta retrato de uma foto com meus pais. Fiquei olhando durante alguns segundos, passei a ponta dos dedos em seus rostos e agarrei-os contra o peito. O sorriso foi se fechando e a minha vontade de dormir também foi embora.


 


            Levantei da cama, e corri para procurar uma roupa típica de primavera européia. Me vesti em questão de segundo, arrumei a cama, deixei a toalha dentro do banheiro e enchi novamente o cesto de comida de Bichento, tudo isso usando a varinha.


 


            Como era prático.


 


            Desci as escadas e logo encontro Ron, lendo o Profeta Diário sozinho, sentado no último degrau da escada. Sentei-me ao seu lado e só foi notar minha presença quando eu cutuquei seu ombro.


 


- Draco Malfoy foi visto. - Deixou o jornal nos joelhos para eu também olhar.


 


- Aonde? - Perguntei depois que meu coração deu um salto.


 


- Perto do Beco Diagonal.


 


- Travesa do Tranco? - O olhei e ele fez uma cara de dúvida.


 


- Estão procurando ele como se fossem a pessoa mais perigosa do mundo.


 


- E não é? Quer dizer, ele sabe muitas coisas e está louco para vingar a prisão dos seus pais. - Ron me olhou longamente.


 


- Hermione, você ainda está dormindo ou você está falando sério? - Ironizou. - Draco Malfoy não passa de um mauricinho que está se vendo sem seu papai para ficar correndo atrás dos seus mimos.


 


- Você não tem medo dele?


 


- Ninguém deveria ter! - Fechou o jornal. - Afinal, ele é um babaca. - Bufou e eu suspirei. - Não deixei Harry pegar esse jornal.


 


- Com razão, ele ia ficar paranóico.


 


- Ele é paranóico, Mione...! - Eu ri. - Já arrumou suas coisas?


 


- Nem comecei. Acho que amanhã eu me dedicarei a isso, até a hora da colação.


 


- Eu acho que eu passei de ano. - Disse um pouco pensativo, olhando para frente.


 


- Todos nós passamos, Ron. O máximo que pode ter acontecido com alguém, é pegar alguma retenção em uma matéria só.


 


- E você vai se escrever naquelas vagas que se abriram para ser Auror?


 


- Lógico, e eu acho que você também! - Ele riu.


 


- Eu passo essa, Mione... - Levantou-se e me ajudou também. - Me escrevi para ser goleiro no time de Quadribol da Irlanda. - Meu sorriso iluminou meu rosto.


 


- Isso é ótimo, Ron! - Disse sorridente. - Não arriscaria carreira melhor do que essa pra você!


 


- Que bom que você pensa assim... Mamãe pensa ao contrário, ficou falando várias quando eu falei que tinha me inscrito.


 


- Mas você gosta, e se dá super bem, ela vai engolir tudo que disse. - Passei a mão no seu ombro.


 


            Senti alguma coisa entrelaçar na minha cintura e logo reconheci o rosto de Harry sobre meu ombro. Ron enfiou o jornal do bolso de trás da calça, discretamente.


 


- Soube que Ron irá jogar no time de Quadribol da Irlanda?


 


- Fui eu que dei essa idéia pra ele, Hermione. - Disse Harry rindo com o ruivo.


 


- Quer dizer que eu fui a última a saber?! - Soltei aborrecida cruzando os braços.


 


- Mas você será a primeira que vai estar na milha lista VIP para o camarote.


 


- E o que a Luna disse quando você contou a ela? - Perguntou o moreno.


 


- Ela começou a fantasiar, dizendo que os Irlandeses tem a melhor intuição quando sente a presença de não sei o que. Confusa de mais. - Rimos.


 


- Perfeita pra você. - Brinquei e pegamos o caminho para qualquer lugar deserto daquele castelo.

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