Os NIEM's



 Quando junho chegou, os alunos do quinto e sétimo ano de Hogwarts estudavam como nunca para poderem prestar os NIEM’s. Em contados intervalos de cinco minutos, Hermione fazia uma revisão na matéria.
 Harry e Rony também começaram a estudar de última hora. Relutantes, começaram a acompanhar Hermione nas revisões. As aulas já não eram muito severas, ‘’para ficarem com a cabeça fresca antes dos exames!’’, repetia constantemente a professora Minerva McGonagall.
 O significado da sigla dos exames de nivelamento nunca foi tão justificado. De fato, ao entardecer dos dias, Harry se sentia completamente exausto, pois Hermione o forçava a estudar do pôr do sol até o crepúsculo. E ao anoitecer chegar, eles praticavam Transfigurações humanas (última matéria de McGonagall) um nos outros, e se um feitiço sair errado pode causar alguns estragos. Harry geralmente era cobaia de Rony, portanto esse era o primeiro motivo de seu cansaço no fim do dia.
 Os feitiços defensivos propostos por Flitwick eram o segundo motivo de sua abstinência. Assim como nos tempos da AD, treinavam os feitiços entre si. Por sorte, Gina, Luna e outros ex-integrantes da Armada se dispunham a ajudar.
 E para terminar ainda tinham que experimentar antídotos, pois Slughorn insinuou que talvez precisassem prepará-los nos exames. O problema é que para saber se o antídoto era eficaz precisavam primeiro, experimentar alguns venenos não-letais, mas que faziam as pernas bambearem, o cabelo cair e o rosto inchar.

 Quando chegaram à última aula do ano, foi como se entrassem em uma aula de despedida. E, de fato, [i]era[/i] uma aula de despedida. Harry entrou com o pé direito na aula de Transfiguração, e pela primeira vez na vida Minerva McGonagall não mandou-os sentarem e ficarem em silêncio enquanto dava as coordenadas para as Transfigurações. Não, ela esbanjava um sorriso, bondoso e acolhedor.
 -Queria parabenizá-los. Sete anos se passaram desde que atravessaram o lago lá fora e colocaram o Chapéu Seletor, foram colocados em suas casas e passaram a maior parte dos últimos anos aqui neste castelo.
  ‘’Sei como é difícil para vocês ficarem longe da família e do lar, com os corações apertados de saudades...’’ – seu olhar de um rápido devaneio para Harry; depois voltou – ‘’, mas é muito importante o que aprenderam. Não poderão sair a última vez pela porta de Carvalho no saguão sem saber nada do que fora ensinado. Mas tenho certeza que conseguirão passar nos exames que se aproximam.
  ‘’Hoje, faltam exatamente uma semana para os NIEM’s começarem, e espero que não me decepcionem. Não ficarei nada contente se algum aluno tirar uma nota abaixo de um ‘’passável’’, principalmente se este for da Grifinória. O mundo de verdade os espera lá fora. Se querem ser alguém na vida, trabalhar para alguém ou até mesmo abrir seu próprio negócio, ou, quem sabe, trabalhar no Ministério da Magia...” – Harry deixou a atenção escapar por um instante, imaginando como seria sua vida se conseguisse se tornar auror. – ‘’ precisarão se esforçar ao máximo até o próximo sábado.’’
 Harry olhou pelas paredes do castelo. Sentiu algo descer pela sua garganta e gelar por dentro de sue estômago. Arrepiou-se só de pensar e sem ao menos perceber, suspirou enquanto relembrava as memórias de sua infância.
 Era como se um filme passasse por sua cabeça, ele se viu deitado no empoeirado armário que ficava sobre a escada na Rua dos Alfeneiros, e uma mão comprida batia na portinhola, gritando para que saísse e que arrumasse a cama de Duda. Harry sorriu ao se lembrar da tia. E de seu primo. Ele lembrava como era estar sendo agarrado pelo Tio Valter que tentava impedi-lo de fugir para a Toca no carro voador sendo dirigido pelos Weasley, depois do fiasco que fora o jantar publicitário do tio. Como se uma faca atravessasse seu peito, ele se lembrou de Dobby pulando feito louco em sua cama esperando para lhe dar as últimas e assustadoras notícias de Hogwarts. Com tristeza ele contemplou aqueles olhos esbugalhados, e viu o rosto maléfico da falecida – [i]felizmente[/i] falecida, não pode negar – Belatriz Lestrange ao assassinar o Elfo. Se viu na primeira aula de feitiços, quando Rony inutilmente tentava levitar uma pena (‘’Você está dizendo o feitiço errado!’’ Harry recaltou a voz de Mione. ‘’É [i]ving-gar-dium levio-o-sa[/i], o ‘’gar’’ é bem pronunciado e longo.’’), e isso automaticamente o levou para alguns dias depois quando Hermione se escondia no banheiro feminino, após uma ‘’briga’’ com Rony, onde eles venceram o Trasgo Montanhês e pela primeira vez Rony mostrou porque merecia estar na Grifinória. A parti deste momento eles conquistaram a amizade de Hermione.

O chão estava alagado, as paredes respingadas, a pia no centro do banheiro estava aguardando para ser novamente aberta. Um rosto pálido e cinzento materializou-se por trás da porta do primeiro Box. Hermione e Rony jaziam agachados em um canto do banheiro abandonado, e um pequeno caldeirão de estanho fumegava fumaça que forrava o teto. Harry, um pouco mais distante, contemplava atento as torneiras serpentinas da pia. Murta choramingava enquanto eles preparavam a poção mutadora polissuco, a fim de tentarem descobrir se Malfoy era realmente o herdeiro de Salazar Slytherin. E [i]onde[/i] estaria Malfoy a esta altura? É possível que seus pais foram castigados? E até ele mesmo, o mimado filho único?
 O crepúsculo já se estendia enquanto o brilhoso sol da manhã se distanciava ao horizonte. Um monte de penas batia as asas, agoniado, entre as abóboras de um canteiro maltrapilho próximo a um casebre fúnebre que era insignificante próximo ao castelo que havia ao subir da ribanceira. Um homem, o dobro do tamanho que seria um homem normal daquela idade, debruçava-se, tristonho, no peitoril da janela. Hagrid encarava a dura verdade de que o Ministro da Magia já ia em direção à sua casa, segurando seu chapéu-coco braço abaixo, e ao seu lado, um homem com vestes negras e capuz carregava uma estrovenga, que Harry reconheceu mentalmente como Mcnair, o comensal da Morte. A medida em que se aproximavam, Bicuço começara a se debater com maior ferocidade e, com um aceno da varinha do Ministro, sossegou. Lembrou-se de sair correndo pelo caminho que levava ao castelo por trás do canteiro de abóboras seguido de perto por Rony e Hermione, enquanto Dumbledore e Hagrid faziam de tudo para impedir o assassinato injusto do Hipogrifo.
 Ele estava dentro de uma sala encardida e apertada, tinha os joelhos das calças manchados de terra e barro e seus óculos tinham as lentes levemente trincadas. Um macabro caminho de sangue fora traçado até onde eles estavam subindo pelas escadas e atravessando a sala. Nostálgico, ele reviu seu padrinho, Sirius Black, sorrir ao encará-lo e seu estágio eufórico se expandir ao se aproximar de Rony e seu volume no bolso. E, ao lembrar daquela cena, fora automaticamente lançado a uma parecida, não menos apavorante e naquele mesmo local, onde vira a serpente Nagini se enocer por uma proteção mágica criada pelo seu mestre. Com um aperto no coração, e desta vez se esquecendo completamente de que estavam em plena aula de McGonagall, ele se lembrou de Severo Snape, o célebre espião de Alvo Dumbledore, e provavelmente um dos bruxos mais corajosos que Harry tinha conhecimento, desfalecendo ao alcance de seus olhos, exurpado pelo veneno de Nagini. Vira o seu maior protetor (mesmo tendo desconhecimento disto) sendo assassinado. Ele vira, afinal, todos seus protetores serem assassinados. Snape, Dumbledore, Sirius, e o mais importante, o ombro amigo de seu pai.
 Ainda revivendo o passado, ele voltou ao quarto ano. Reviu Alastor Moody (o desconhecido comensal disfarçado) perseguindo-o por todo lado onde andava, tentando implicitamente indicia-lo ao troféu tribruxo para que assim fosse redirecionado ao Lorde das Trevas.
 Afinal não era fácil lidar com aquela situação. Nostálgico, lembrou-se mais uma vez da sua infância, tendo Rony e Hermione sempre ao seu lado para apóiá-lo, na época provavelmente as três crianças mais corajosas do castelo. Agora a parte da infância já se passara. Tempos que jamais voltariam. Lembrou-se de, junto aos amigos, andarem pelo castelo completamente cobertos pela Capa de Invisibilidade, mas hoje eles já tinham crescido, era burrice negar, e não poderiam mais serem completamente escondidos.
 -Harry Potter! – chamou uma voz distante.
 Harry piscou os olhos e ergueu a cabeça. Minerva McGonagall o encarava, junto do restante da classe, em plena aula de Transfiguração.
 -Suponho, Potter, que tenha devaneios mais importantes de que meus conselhos sobre os exames. Não gostaria de compartilhá-los com o restante da classe?
 Harry se sentiu envergonhado. Desejou não ter refletido durante os últimos minutos.
 -Ãhn... Desculpe-me, professora.
 -Certamente. Bem, como eu ia dizendo, se pretender cursar uma carreira de alto escalão no Ministério da Magia, terão de ter pelo menos um ‘’Ótimo’’ em História da Magia e Defesa Contra as Artes das Trevas. Se desejarem...
 Mas o restante da fala de McGonagall fora abafado pela sineta que informava o fim: O clima não era outro se não o de despedida. Nostálgico, Harry olhou pela última vez as paredes encremadas da sala de McGonagall e saiu para o corredor em direção ao Salão Comunal para o almoço.
 Como sempre, o Salão Comunal estava repleto. Harry se apertou entre um grupinho de terceiranistas e outro de quartanistas, e foi alado por Rony à sua direita e Hermione à esquerda.
 Mal se sentaram e a segunda via de Correio-Coruja do dia adentrou pelas janelas do Salão majestoso, variedades de corujas pousando sobre as mesas entregando as cartas aos alunos. Uma Coruja-da-igreja desceu rapidamente batendo as asas com um embrulho preso à perna esquerda, e parou derrapando em frente à Hermione. Harry reparou que era o [i]Profeta Diário[/i]. Hermione abriu-o.
 -Hm... [i]Nada bom... Nada bom...[/i]
 -O que não é nada bom? – perguntou Rony.
 -Ocorreu um massacre a trouxas a leste de... Harry, onde é que seus tios moram mesmo?
 Harry sentiu um arrepio.
 -Little Whinging, Surrey. Mas desembucha de uma vez, Hermione, esse suspense está me matando.
 -Parece que uma vila a leste de Little Whinging foi atacada por bruxos mascarados, onde três famílias foram mortas. As autoridades trouxas não sabem explicar o que aconteceu... E o Primeiro-Ministro trouxa naturalmente foi avisado...
 -E o artigo cita a Rua dos Alfeneiros? – perguntou Harry, que não sabia exatamente em que ponto cardeal se situava a casa dos Dursley.
 -Ah, não, parece que não – ela folheou o jornal durante alguns segundos e então exclamou: - [i]Por Merlim, eles passaram dos limites...[/i]
 -Que aconteceu dessa vez? – indagou Harry, começando a se sentir aborrecido.
 -Encontraram a cabeça de uma velhota chamada Arabela Figg próxima a um arvoredo a norte da cidade. Seu corpo estava em sua casa. A trouxa estava, aparentemente, sentada em sua poltrona assistindo um programa de TV. Foram encontrados também na sala de estar vários corpos de gatos. A maioria deles também estava decapitada.
 Harry engoliu em seco. Ele ouvira errado, tinha certeza.
 -Mione... Você disse... Arabela Figg? Figg, a velha que ficava comigo quando os Dursley saíam?
 -Ela mesma – informou Hermione. – O artigo também informa que ela foi de vital importância para que você continuasse na escola, pois documentara na audiência; logo, ela ajudara a completar sua educação, e tudo isto está ligado.
 -Não faz sentido – disse Harry, a imagem da casa da velha Figg cheirando a repolho surgiu em sua mente, e logo um corpo sem cabeça esparramando sangue na poltrona da sala. Afastou a imagem rapidamente. – Por que é que eles a matariam? Ela é só um aborto.
 -Não, realmente não faz sentido – concordou Hermione. – As pessoas que praticaram a tortura aos trouxas atacaram em apenas a uma vila. A única que foi morta em um lugar diferente foi ela. [i]Justo ela[/i]. Quantos abortos existem em Little Whinging? Não, não é uma coincidência, pois seria demais se bruxos entrassem em uma cidade trouxa, destruísse uma vila inteira e apenas mais uma mulher, e esta, por acaso, fosse uma bruxa abortada. Não, não foi uma coincidência.
 -Você acha que foram os Comensais da Morte? – perguntou Rony. – Talvez Harry estivesse certo quando disse que eles encontrariam um novo líder.
 -Possivelmente algum Comensal que ainda não foi preso estava lá. Mesmo eu achando que não são muitos. A maioria foi realmente presa em Azkaban.
 -Talvez eles estejam armando uma revolução – arriscou Rony. – Foram atrás da Figg pois sabiam que ela tinha uma pequena ligação com a Ordem da Fênix.
 -Pode ser, mas eu acho que não foi isso que aconteceu. Eles poderiam arrancar informações dela de várias formas. A maldição Cruciatus. Veritaserum. E muitas outras maneiras. No entanto, eles preferiram cortar fora sua cabeça.
 Harry viu uma ave passando pela janela.
 -Talvez Colapogge esteja envolvido. – disse, olhando fixamente para o lugar onde a andorinha passara.
 -Coisas estranhas estão acontecendo ultimamente – disse Hermione. Agora ela e Rony olhavam para a mesmíssima janela em que harry olhava. – Sabe Harry, eu acho que finalmente chegou a hora de você usar a Penseira de Dumbledore.

 Durante a primeira semana do mês, Harry não tivera ainda nem a chance de cogitar o conselho de Hermione. O que deveria ser um momento de liberdade após o fim das aulas se transformou em horas e horas em que o trio escondia-se atrás de livros à brisa ensolarada de uma tarde de verão. Geralmente eles se reuniam para revisar as matérias abaixo de uma árvore próxima ao lago. O namoro de Harry com Gina estava ficando cada vez mais inacessível, mas ele lembrara bem de dois anos atrás, quando a namorada prestava os NOM’s ele não deveria atrapalha-lha, e agora ele mesmo tinha que se esforçar ao máximo para os exames.

 Na tarde de segunda feira, Harry acompanhou Gina, Rony e Hermione em direção às masmorras onde prestariam o primeiro exame. Hermione estava mais nervosa do que nunca. Rony também não conseguia esconder um tremor aos joelhos enquanto desciam a primeira escada circular. Harry também se sentia apreensivo. A única que demonstrava indiferença à situação era Gina, que caminhou confiante até entrarem pela porta entreaberta da mesmíssima masmorra onde Slughorn dava suas aulas.
 A Sala de Poções, por sua vez, fora completamente deformada: No lugar onde deveriam estar as mesas circulares e banquinhos baixos de madeira ao pino, estava uma grande e retangular peça de carvalho, com suas oito pernas bem trabalhadas e resistentes, coberta com uma toalha prateada e estendida, onde em alguns lugares se destacava o símbolo do Ministério da Magia. A mesa do professor fora tirada dali, onde só havia uma poltrona grande de veludo dourado, onde um homem baixo e corpulento, de rosto redondo e cabelos ralos e prateados se sentava. O homem usava óculos de aro quadrado e um terno vinho.
 -[i]Solução de Asfódelo com Erva recolhida de um vulcão em erupção logo após o temporal... Picada em sete partes de tamanho exato e misturada ao Sensiário na temperatura de 34ºC, somada com... Ah, o quê o Slughorn disse mesmo...?
 -Ah, relaxa, Hermione – disse Gina à amiga.
 -Ah – disse a garota, sem dar atenção a Gina. – Me lembrei, somada a quatro gotas de Bezoar liquidificado... Pele de sapo cozida... Ah, o quê é mesmo?
 -Sentem-se – disse o homem. Tinha uma voz grave e ressonante que não combinada com sua aparência. Com um gesto, fez aparecer uma variedade de cadeiras em frente à mesa magistral colocada no centro. Os alunos que haviam chegado foram se sentando. Não passavam de doze.
 -Ele não parece muito simpático – comentou Rony.
 -Quieto, Rony – pediu Hermione.
 -Foi só um comentário – respondeu aborrecido.
 -Silêncio – disse o homem na poltrona, confirmando as palavras de Rony. O homem tinha uma expressão entediada no rosto. – Todos sabemos para quê estamos aqui, é claro, e não temos tempo a perder: Por favor, arrumem seus materiais sobre a mesa e começaremos em cinco minutos.
 Ao dizer isso, o professor desviou o olhar dos alunos e começou a observar os próprios joelhos; Harry aproveitou:
 -Gina, você ouviu falar do ataque sobre os trouxas em Little Whinging? – perguntou. Não tivera tempo de contar à namorada antes.
 -Sobre a velha Figg? Sim, soube – respondeu ela. – Mas isso não é nada comparado ao que fizeram com Masirias Fletch na noite passada.
 -O que houve? – quis saber Hermione.
 -Não ficaram sabendo? – disse Gina misteriosa. – Uma trupe de bruxos entrou na casa do cara, mataram ele, a esposa e um de seus dois filhos. O que sobreviveu, por acaso não estava presente no dia. Era um garoto de sete anos que estava dormindo na casa de um amigo, pelo que me disseram.
 -Mas isso é sério? – perguntou Rony. – Sabe, já está confirmado? Ou são apenas rumores?
 -Saiu no [i]Profeta Diário[/i], mas isso não quer dizer muita coisa, não é mesmo?
 -É claro que quer dizer – disse Hermione rispidamente. – Duas mortes em residências em uma semana. Não me diga que...
 -As vítimas também foram decapitadas? – perguntou Gina. Harry adivinhou a resposta com um arrepio. – É, parece que foi o que aconteceu.
 -Mas desta vez é diferente – disse Rony com sabedoria. – Fletch é um bruxo, não é mesmo? Da outra vez trouxas é que foram atacados.
 -Não faz diferença se são bruxos ou não, Rony – disse Hermione. Aparentemente tinha se esquecido das revisões de última hora. – O que acontece é que existe um maníaco por aí que arranca fora a cabeça das pessoas.
 -Ou maníacos – disse Harry, pensando nos Comensais da Morte. Vendo o olhar que os três lhe lançaram, apressou-se a emendar: - Ora, nunca se sabe!
 -O Harry têm razão – disse Gina. Harry sentiu sua admiração pela namorada crescer mais ainda. – Parece que foram deixadas algumas... Hum... [i]Marcas[/i], ou melhor, pistas sobre o assassino... E pelo que parece, não era apenas uma pessoa...
 -Como podem ter certeza? – perguntou Rony.
 -Bom, na noite em que Masirias foi morto, chovia, é claro. E o bruxo morava com sua família em uma fazenda. Ou seja, havia muito barro cercando a casa. Os assassinos entraram, e ao fazerem isso, deixaram a marca de seus pés no chão, e algumas delas eram diferentes das outras.
 -O que novamente não quer dizer nada – disse Hermione. – O próprio Masirias pode ter deixado essas marcas.
 -Não, positivamente não foi ele – teimou Gina. Hermione bufou pelo nariz. – As marcas que foram encontradas eram não batiam com nenhum de seus sapatos encontrados pela casa. E, pelo que parece, o bruxo tinha os pés menores dos que deixaram as pegadas de lama.
 -Mas o que me preocupa é se a mesma pessoa que matou a Sra. Figg matou também a família Fletch. Foram dois casos parecidos, onde arrancaram a cabeça da vítima. Mas tem diferenças, é claro. A Figg morreu sozinha em casa, e é uma bruxa abortada, morando em uma casa trouxa. O Maresias Fletch é um bruxo, e toda a família foi assassinada.
 -O que nos leva a pensar – disse Harry. -, pois Maresias e sua mulher não conseguiriam vencer [i]o bruxo[/i]? Estavam em vantagem, não é mesmo? O que sugere que talvez não seja um assassino apenas.
 -Harry, eu sei que você está convencido de que os Comensais da Morte... – começou Hermione.
 -Eu sei – Harry voltou a interromper. – Eu não disse nada sobre Comensais da Morte.
 -O que quer dizer? – perguntou Gina preocupada.
 -É claro que vocês não pensaram na possibilidade de Colapogge estar erguendo um exército de bruxos.
 No mesmo instante ele soube que alcançara o efeito que procurara: Hermione olhou para ele como se não conseguisse acreditar no que via. Rony ficou pálido e evitou trocar o olhar com ele.
 Gina o encarou por um instante.
 -Não é possível, Harry.
 -Por que não? Ele é um bruxo das Trevas, certo? Ele provavelmente sabe lançar uma Maldição Imperius. Têm lábia suficiente para mostrar seus poderes a bruxos sedentos por poder, que, assim como os Comensais, buscam expandir os seus próprios e procurar por refúgio!

N.A.: O capítulo ainda não terminou. Aguardem.

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