O fim da guerra



 O Grimmauld Place estava excepcionalmente quieto e frio naquela manhã. Entre as r uas 11 e 13, havia um espaço vazio, que ninguém entendia. De vez em quando, alguém passava por lá olhando, pensando que, talvez, se olhasse com atenção, encontraria algo ali. Porém, na maioria das vezes, estes preferiam ir embora. Seria nessa manhã que ali chegaria alguém que teria uma estrela, um brilho próprio. Harry Potter tinha acabado de pegar o Expresso de Hogwarts, e voltara para casa, em King's Cross. Ao seu lado seus fiéis companheiros, além de amigos, Rony e Hermione, o acompanhavam, seguidos de perto por vários bruxos e bruxas, estudantes e professores, ali tinha também um fotógrafo do Profeta Diário, tão eufórico como se acabasse de encontrar o contra-feitiço do Avada Kedavra.
 -Saiam da frente, saiam da frente - dizia, rabugento, o bruxo fotógrafo - Por favor, sou do Profeta Diário!
 Porém, os bruxos que cercavam Harry Potter nem pareciam estar ouvindo-o. A euforia era tão grande, que chamava fortemente a atenção dos trouxas que passavam ali por perto. Harry viu o Sr. e a Sra. Weasley mais atrás, porém, como Harry, não estavam felizes, percebia-se. Tinham sorrisos e olhares de admiração em Harry, mas a perca de um filho, é claro, os deixara abalados; Muitos dos amigos de Harry também morreram na guerra outrora. Harry, poucos dias atrás, venceu, com louvor e garra, aquele que se julga lorde, Voldemort. Aos seus plenos 17 anos, Harry escapara da morte várias vezes. Um Grifinório influente, Harry ajudara a salvar o mundo no ano passado. Estaria, marcado, então, o começo de uma nova era? Harry tinha de crer naquilo. Depois de anos muito agitados, ele merecera aquele tempo de descanso.
 -O quê planeja fazer daqui pra frente, Harry? - perguntou Hermione, que vendo um olhar de incompreensão de Harry, apressou-se em acrescentar - sabe, agora que não voltaremos à Hogwarts.
 -Mas como assim, Mione? É claro que voltaremos à Hogwarts!
 -Harry, nós não pod...
 -Mione, acho que a McGonagall deixe a gente voltar para completar o sétimo ano - Respondeu Harry, olhando desconfiado para Hermione - Achei que iria querer voltar, alias, você é quem mais queria passar nos NIEM's, não?
 -Sim... sim.
 O tom preocupado de Hermione deixou Harry confuso.


 Ao caminharem em direção à saída da estação, o tumulto em volta de Harry ia se dissipando; Os bruxos iam tomando seus rumos, e deixando cada vez os três mais sozinhos.
 -Harry, se quiser, pode passar alguns tempos lá n'toca, eu e Hermione vamos ficar por lá.
 Harry não se surpreendeu ao ver, que Rony e Hermione estavam de mãos dadas.
 E Gina? Quando voltaria à ve-la? Será, que depois de todo esse tumulto, finalmente eles poderiam namorar livremente? Harry ficou todo o tempo sozinho, e vendo seus dois melhores amigos ali, de mãos dadas, apesar de achar que isso era bom, causava uma dor cruciante em Harry.
 Ao chegarem no saguão de King's Cross, Harry percebera que o mundo dos trouxas não era mais o mesmo. Da última vez que estivera ali, o lugar estava agitado e cheio de gente, agora não dava uma alma viva à vista.
 Caminharam até chegar em um bar trouxa, com alguns homens que, às vezes, olhavam torto para eles, e os três entraram no banheiro, sem ligar para o que os trouxas lá fora pensariam.
 Uma vez lá dentro, Harry segurou no braço de Hermione, e desaparataram para o Grimmauld Place.
 Ao chegarem, Harry olhou para as casas. Desta vez, entre as casas n° 11 e 13, existia uma outra, a de n° 12, como deveria ser.
 Harry parou em frente à porta e mecheu em sua mochila; de lá, tirou um pequeno pedaço de madeira, e apontou-a para a porta.
 -Alohomora!
 Com um clique a porta se abriu. Ao entrarem na casa, sentiram aquele cheiro mofado e abafado. A casa estava precisando de umas limpezas. Harry não culpava Monstro, pois nesse fim de tempo, ele estara em Hogwarts, ajudando à derrotar Voldemort.
 Eles subiram algumas escadas, e ficaram no quarto onde Harry e Rony se hospedaram três anos atrás. Uma vez lá dentro, e sem perigo, Hermione se deu ao luxo de colocar de volta o quadro de Finneus Black no lugar de origem.
 -Harry, estava falando sério em voltar para Hogwarts? - perguntou Rony.
 -Estava. Não vejo nada de mais querer completar os estudos, não acha?
 -E claro, concordo com você, Harry, seria muito bom poder voltar despreocupado. Mas temos de esperar que o castelo seja reconstruído.
 -Rony, Hogwarts é uma escola de Magia. Quanto tempo acha que os professores, junto com todos colaboradores, levariam para colocá-la em pé novamente?
 Rony pareceu concordar. Hermione, porém, tinha o rosto virado para o outro lado. Ao se aproximar, Harry pode perceber que a garota estava chorando.
 -Hermione, o que há com você? Não gosta da idéia de voltar à Hogwarts, rever nossos amigos, os professores, o Quadribol, todas as nossas lembranças daquele lugar, Mione, nada te agrada?
 -Harry... Ron... tenho que contar à vocês uma coisa.
 A menina enfiou a mão em uma outra mochila, e de lá tirou o que parecia ser um pergaminho feito de pedra. Ela começou à ler:
 -''O quê todos esperam não é coincidência, para quando se tem cérebro e usa-o na direção correta; Séculos depois, Hogwarts será destruida pelo conflito entre o herdeiro de Slytherin e o de Gryffindor. À partir desta data, começa à se impor os poderes dos Herdeiros.
 Hermione mostrou o pergaminho para eles. Tinha uma escritura antiga, e feita por Runas, porém, Hermione já aprendera a lê-las. Uma data estava empressa no fim do pergaminho: 17/01/1279.
 Harry se surpreendeu ao ver a data. Centenas de anos após a escrita deste pergaminho, aconteceria exatamente como estava descrito pelo autor. Aliás, quem era o autor? Harry ia perguntar à Hermione, mas ela o interrompeu.
 -Tem uma assinatura, ''Rey Colapogge'', foi quem escreveu. Vocês já devem ter ouvido falar dele, não?
 Harry nunca ouvira falar. Será que seria verdade de que ele, Harry, seria o Herdeiro de Gryffindor?
 Hermione baixou a cabeça para eles.
 -Vou contar à vocês a história de Colapogge. Por favor, não me interrompam. O perigo ainda não cessou.

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