Informações incompletas



 Depois de alguns dias, Harry, Rony e Hermione juntos iam para a aula de Poções com o professor Slughorn. Particularmente, Harry estava achando essas aulas um tanto [i]espinhosas[/i]. Lembrou como era difícil fazer poções sem o livro do príncipe para lhe ajudar.
 Como era de se prever, Hermione passou a ser a melhor em poções do sétimo ano. Horácio não cansava de bajulá-la, dizendo que futuramente seria uma grande preparadora de poções.
 Na aula anterior, o professor Slughorn os ensinara a criar poções corpóreas. São poções que tem contato direto com o corpo, um exemplo bem detalhado é a poção polissuco. Claro que o trio já sabia utiliza-la até bem demais para alunos do sétimo ano, mas alguns dos colegas tiveram dificuldades. Realmente, era uma poção muito difícil, e Slughorn guardara as prontas em seu armário, para que ficassem prontas dentro de um mês.
 Eles se ajeitaram na sala, na mesa de costume, e colocaram seus caldeirões em ordem. Logo, o professor apareceu. Sua grande careca mostrava exatamente sua personalidade, vazia. Sua bigodeira nostalgicamente fazia Harry lembrar-se do tio Valter, uma pessoa que um ano atrás o garoto daria tudo para não ter de conviver com ele, agora sentia um aperto no peito e receio de onde ele e sua família estava.
 Se voltaram para a Rua dos Alfeneiros, não saberia dizer. Talvez tivessem se mudado para o Alaska. Ou até para a Suíça, onde Tio Valter dizia que sempre sonhara morar.
 -Bom dia! – disse o professor, se ajeitando e apertando seu imenso quadril dentro da cadeira apertada. Seu olhar recaiu na cicatriz de Harry, e ele deu uma espécie de sorriso temeroso misturado com uma enorme admiração.
 O professor descansou sua mala na escrivaninha e respirou fundo, pronto para o início de mais uma aula do semestre. Alisando os únicos fios de cabelo que lhe restavam, ele abriu a maleta, revelando um pequeno estoque de poções portátil.
 Ali tinham centenas de frascos, de todos os tamanhos, tipos e cores. Tinham algumas plantas, tinham pequenas pedras, alguns amuletos, tinham olhos de cabra e até dente de dragão.
 -Hoje iremos ver algumas poções de regeneração. Alguém poderia, por favor, me dizer o que elas seriam... Sim, Granger?
 Hermione já tinha a mão levantada no alto, e respondeu imediatamente.
 -São poções que regeneram partes do corpo, desde membros até a unha do dedão do pé.
 -Exato – confirmou o professor. – As poções de regeneração, mais conhecidas como [i]poções regenerativas[/i], tem o simples intuito de curar partes humanas inacabadas, como acabou de explicar resumida mais detalhadamente a Srta. Granger. Os ingredientes para fazê-la são:
 O professor agitou a varinha, e as palavras apareceram magicamente no quadro-negro.

 Perna de murtisco cozida durante duas horas, doze minutos e quatro segundos exatos;
 Raspas de pena de Grifo
 Solução de sensiário
 Cabelos de veela
 Pernas de aranha

 -Para se preparar é muito simples – começou a explicar o professor. – Primeiro unimos a solução de sensiário – ele colocou o ingrediente dentro do caldeirão. – e depois os cabelos... de veela...- ele adicionou o outro. – Agora, mechemos sete vezes para a esquerda, paramos por dez segundos, e mechemos novamente. Repetiremos esse percurso por [i]sete vezes[/i]. Depois que terminarem, esperem para eu lhes dar a próxima instrução.
 Harry começou a mecher, a solução, antes vermelho vivo, se transformara em um dourado claro e bonito. Depois de mecher quarenta e nove vezes para a esquerda, ele parou.
 -Agora adicionaremos as pernas de aranha. Vamos lá...
 Harry adicionou o ingrediente e o dourado claro se transformou em lilás.
 -Depois de adicionarem, esperem cinco minutos e adicionem o resto dos ingredientes.
 Harry ficou ali, parado, junto de todos os outros. Hermione aproveitou a ocasião para chamar a atenção de Harry.
 -Olhe para isso – ela tirou um pedaço de papel do bolso interno do blusão.
 O garoto deparou-se com uma edição do [i]profeta diário[/i], intitulada na mesma data em que estavam. Na primeira página, Harry se surpreender ao ver um homem de cabelos negros e escorridos, nariz adunco e torto, com os olhos negros como besouros focalizando Harry. A manchete tinha o título de ‘’Snape: Safado ou Santo?’’
 Harry mordeu o lábio ao ler o título, e sentiu um aperto no estômago, receoso do que poderia vir ao ler a notícia. Hermione entregou-o para Harry, que começou a ler.

[i] Mestre em poções, grande bruxo, ilustre comensal da morte e, se as insinuações estiverem corretas, grande espião de Alvo Dumbledore.
 ’’Snape sempre foi um grande professor’’ conta Draco Malfoy, de dezoito anos. ‘’Ele foi o melhor professor de poções que existiu em Hogwarts. ’’
 Severo Snape teve um passado muito infame, sim, ele se tornou partidário Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, Você-Sabe-Quem, ou, para outros, o então falecido cara-de-cobra.
 A pergunta é: Severo Snape foi homem de Dumbledore ou homem de Voldemort? Isso é uma pergunta que foi para o túmulo junto com seus três únicos partidários.
 Harry Potter, o menino que sobreviveu, conta tudo o que todos gostariam de saber sobre esse grande segredo de Snape.
 Segundo relatos de Potter, Snape sempre foi um fiel homem de Dumbledore, e que ao passar dos anos ele vêm espionando Lord Voldemort e repassando todas as informações que poderiam ser necessárias para a destruição do Lorde Negro à Dumbledore.
 Mas, meus caros leitores, a pergunta que não sai de nossas cabeças é: Se Potter diz que Snape foi fiel à Dumbledore, está se contradizendo quando afirma que Snape matou-o. É, para estas e outras perguntas, temos imediatamente a resposta.
 Segundo as palavras do homem da cicatriz, Severo Snape tinha um plano traçado com Dumbledore. Ele afirma também que Dumbledore estava amaldiçoado e morreria em poucos dias, sendo que a única tarefa de Snape foi, então, apressar a morte de Alvo Dumbledore para que assim poupasse a tarefa de outra pessoa que teria de fazer, que no momento não sabemos quem é. Assim reforçaria também a confiança do Lorde sobre ele, pois Snape seria futuramente de grande importância enquanto Harry Potter e seus amigos (Rony Weasley e Hermione Granger) lutavam contra as forças das Trevas.
 Snape foi diretor de Hogwarts durante todo o ano passado, onde interpretou com astúcia oi papel de Comensal da Morte, trazendo grandes malefícios para a escola ele traria um respeito maior ainda por parte de seu ‘’mestre’’.
 O professor de poções foi assassinado há pouco mais de um ano, pelas mãos do próprio Lord Voldemort. Potter recusa-se ao nos informar a causa do assassinato. Enfim, caros leitores, nada mais poderemos fazer além de especular sobre o falecimento desse grande homem.

 -Até que enfim publicaram – disse Harry. – Já faz mais de um mês que mandei a carta. Será que...
 -Muito bem, chega de papo, já se passou o tempo – anunciou Slughorn. – Vamos lá, podem colocar os outros ingredientes. Ah, e as pernas de Murtisco já foram cozidas.
 Interrompido e frustrado, Harry colocou o resto dos ingredientes dentro da poção e começou a mecher. Ela se tornou vinho, depois foi ficando clara, um azul... Então se tornou bege, pálida... Até se tornar completamente opaca e borbulhante.
 -Muito bem – disse o professor. – Podem colocar um pouco de suas poções em um frasco identificado e deixar aqui na minha mesa.
 Harry pegou o frasco de dentro do bolso e colocou a poção lá dentro. Executou um feitiço de colagem para grudar um pedaço de pergaminho no frasco, e escrever lá seu nome.
 O trio encaminhou-se para a escrivaninha e cada um deixou sua poção em frente ao professor. Tinham combinado voltariam a investigar um pouco mais sobre Rey Colapogge.
 Chegando à biblioteca, eles se sentaram e Hermione disse que iria procurar por alguns livros. Logo ela voltara com uma montanha de livros pesados que aparentemente precisariam ler detalhe por detalhe.
 Despejando os sete livros em cima da mesa, ela se sentou e trouxe um para si, e começou a analisá-lo. Harry e Rony apanharam um livro cada.
 Harry tinha pegado um que se intitulava ‘’A herança dos bruxos’’. Nada que leu o interessou. Ele deixou-o de lado e recolheu outro.
 Eles leram os livros, um por um, discutindo as possibilidades, mas nada relevante chegava até eles. Passaram pouco mais de uma hora lendo, mas nada encontraram.
 Provavelmente eles já tinham lido metade da biblioteca inteira. Leram dos livros mais normais até os livros mais esquisitos.
 Hermione também estava se sentindo cansada. Já passavam das seis da tarde, e ela estava lá, com a cabeça apoiada na mão esquerda, lendo cansadamente um livro que se intitulava ‘’Registros de Hogwarts’’.
 A essa altura, Harry já começava a se sentir sonolento. Foi neste momento que ele descobriu como era cansativo ler.
 -Acho melhor desistirmos – disse Rony, pela enésima vez.
 Hermione não o escutou.
 -Eu acho que sei onde pode estar. Esperem um segundo.
 Ela saiu pela décima vez em direção às estantes cobertas dos mais diversos livros. Realmente era muito difícil encontrar algo ali.
 -Sabe o que eu acho? – disse Rony. – É muito mais simples se perguntássemos ao professor Benns sobre esse tal de Rey Colapogge. Ele está em Hogwarts há muito tempo, não? Provavelmente sabe algo.
 -Pode ser. Mas não acho que seja o caso.
 Naquele instante Hermione voltou, séria, segurando um livro mínimo em seu braço. Não deveria ter mais de dez páginas.
 -Esse é o livro que nos dirá quem é Colapogge? – indagou Rony, pressuroso.
 -Creio que sim. – respondeu a garota. – E se não estiver aqui, não está em lugar algum.
 Ela abriu o livro e os três se uniram para ler.
 -Exceções Ministeriais? O que pode haver aí?
 Passando o indicador pela página, ela virou-a, dando de cara com uma lista. Uma lista de sete nomes...
 -Está aí! – disse Harry, quase gritando, atraindo o olhar de Madame Pince.
 E lá estava mesmo. No livro onde tinham os Registros de Animagos, o nome ‘’Rey Holo Colapogge’’.
 -Ah, não pode ser.
 Hermione olhava para algo que fez o coração de Harry esvaziar novamente. Ali estavam vários nomes conhecidos seguidos do animal em que se transformava. Entre os sete, Minerva McGonagall.
 Mas um porém: O nome de Colapogge estava ali, mas não tinha o animal que se transformava. A ponta da página estava rasgada, e a legenda que os informaria o animago de Colapogge fora retirada.
 Harry sentiu a euforia se esvair de dentro dele como uma bexiga desamarrada. Enfim, uma informação crucial para pegarem o bruxo não passava de um simples relato, que só dizia que Colapogge era um animago. No que isso ajudaria? Colapogge poderia ser qualquer animal no mundo todo, se pelo menos soubesse especificadamente em que ele era capaz de se transformar, poderiam procurar pelo perímetro de Hogwarts...
 -Pensem, gente – reanimou Hermione. – Se vocês fossem Colapogge, no que gostariam de se transformar?
 Rony bufou, incapaz de responder. Harry involuntariamente coçou a cicatriz, a marca do início de todo aquele círculo...
 -Vamos embora.
 Harry se levantou com o corpo travado e cansado, apanhou os materiais e enfiou dentro da mochila de couro.
 -Será que ele está escondido na Floresta Proibida? – perguntou Rony, enquanto Hermione guardava os livros de volta nas prateleiras.
 -Pra ser sincero, algo me diz que ele está por lá sim...
 Rony sorriu entristecido, encarando a lua aparecer entre a névoa do último dia de novembro.

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