Prof. Malvett



 -Colapogge? - indagou Gina, mais uma vez franzindo a testa.
 -Sim, Gina. Deixa eu te explicar. Esse homem, chamado Rey Colapogge, Corvino, foi o criador das Horcruxes. Acontece que Hermione encontrou uma escritura que falava sobre ele...
 -Dizia?
 -Bom... Esse pergaminho tinha uma data.
 -Dezessete de janeiro de mil duzentos e setenta e nove - disse Hermione.
 -Esse pergaminho dizia que séculos depois que ele foi escrito, o conflito entre os Herdeiros de Gryffindor e Slytherin iria destruir Hogwarts. Bem... Se eu realmente for o herdeiro de Gryffindor, como todos estão dizendo... Essa foi uma profecia que se realizou.
 -Mas, eu não entendo - disse Gina. - Que diferença isso faz? Não precisam se preocupar, não é mesmo? - Voldemort já morreu, não temos que nos preocupar com Horcruxes mais.
 -O que nos preocupa - disse Hermione - não é isso. O que nos preocupa é o fim da escritura... A partir desta data, começa a se impor os poderes dos Herdeiros.
 -Entendi. Então... Vocês acham que esse Colapogge aí... Vocês acham que ele está vivo através de Horcruxes?
 -Exatamente - disse Rony. - E a data que Você-Sabe-Quem morreu foi dois de maio de mil novecentos e noventa e sete. Enfim... Faz pouco mais de dois meses que, segundo a escritura, começaram a se impor os poderes.
 -E durante esses dois meses, teve algo que indique que isso é verdade?
 -Sim. Pior que sim. - disse Hermione.
 -Quando estivemos no Grimmauld Place - disse Harry -, lembra o ataque do Nundu. Mione falou que um adulto nunca foi detido por menos de 100 bruxos. Nós três conseguimos...
 -Não seja modesto, Harry - disse Hermione. - Você fez todo o trabalho.
 Harry não soube o que dizer, mas imaginando que Gina já tivesse entendido, preferiu o silêncio.
 -Mas, voltando ao assunto das Armas - disse Hermione. - Mérlim enfeitiçou-as para que, se unidas, pudessem satisfazer um desejo - qualquer desejo - de quem as uniu.
 -Então... Então vocês acham que esse tal Colapogge está com as outras duas Armas de Mérlim?
 -Talvez possa estar, talvez não - disse Harry. - O fato das armas terem desaparecido na época dele não ajuda nada pra saber se estão com ele, de fato.
 -É verdade - disse Mione.

 Harry acordou com a luz fraca entrando pela fresta da janela entreaberta na Ala Hospitalar, o calor penetrando e seus olhos embaçados pelo sono. Viu, ao lado, Hermione, e do outro, Rony. Colocou a mão no rosto e sentiu a pele levemente deformada, mas aquilo era uma questão de tempo.
 Esticou a mão direita e apanhou os óculos na mesa-de-cabeceira. Sentando-se, olhou para o relógio: Eram seis e trinta e quatro, e o sol acabara de nascer. Não teriam aula de manhã, mas isso não significava que ele iria dormir mais. Tinham perdido duas aulas de Herbologia e uma de História da Magia no dia anterior. Hoje, teriam aula de Quadribol e Defesa Contra as Artes das Trevas.
 Harry colocou a mão novamente na mesa-de-cabeceira à procura da varinha, e relou a mão em algo de papel. Virou a cabeça e viu um bilhete amassado.
 Curioso, Harry apanhou e abriu-o. Começou a ler:
 ''Quando acordar, tome a poção transparente''.
 Harry virou a cabeça, e percebeu que tinha uma leve torção no pescoço. Apanhou e bebeu a poção sem gosto, e sentiu um calor por cada fibra do corpo: Sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos, que agora ardiam. Quando tudo parou, se sentiu novo em folha.

 Harry, Rony e Hermione chegaram à aula de Quadribol, com as vestes da Grifinória e as vassouras sobre os ombros. Os alunos Corvinos olhavam cobiçosos para Harry, e sua vassoura quase passava despercebida, quando estava ao lado dele. Muitas pessoas passavam olhando, muitas o cumprimentavam, era, com certeza, muito mais famoso do que já fora um dia. O campo de Quadribol estava apinhado de alunos do sétimo ano, ansiosos pela primeira aula de Quadribol.
 -Boa tarde, alunos - disse a voz atrás de Harry. - Sou eu quem vai ensinar Quadribol para vocês durante o ano letivo. Eu sou a Profª McKillen.
 Harry cumprimentou-a com um aceno, e teve a sensação que o olhar da professora faiscou de sua cicatriz para sua vassoura, por um segundo.
 -Primeiramente - continuou a professora. -, presumo que todos vocês saibam as regras de Quadribol. Vamos começar, então, com um treino prático.
 Joana McKillen colocou sua vassoura - uma Nimbus 2001 - no chão, ao lado do braço esquerdo estendido.
 -Vocês já devem saber como fazer isso, não? - perguntou. Harry sabia o que teriam que fazer.
 ''Devem ordenar para a vassoura, Suba! É muito fácil. Posicionem as vassouras no chão.
 Harry obedeceu e colocou sua vassoura nova ao lado direito. Muitos olhares recaíram nela, seriam pela beleza ou por causa do reflexo.
 -Devem dizer com bastante convicção, certo. Quando eu der o sinal...
 A professora levou o pequeno apito de prata à boca e soprou-o. Instantaneamente, um coro de vozes ordenou:
 -Suba!
 Num gesto sincronizado, dezenas de vassouras subiram para as mãos de seus donos. Não ficara sequer uma vassoura no chão.
 -Muito bem - disse a professora. - Agora quero que montem nelas.
 Harry novamente obedeceu. Todos os alunos colocaram as vassouras entre as pernas e ficaram nas pontas dos pés, preparados para decolar.
 -Eu vou soltar a Goles, os balaços e os Pomos - disse a professora. - Quero ver como voam. Não tem posições definidas, vocês só têm que desviar dos balaços, certo?
 Levantando o malote de madeira, a Profª McKillen soltou as quatro bolas ao ar, que voaram com velocidade para o céu azul sem nuvens.
 -Agora! Levantem vôo!
 Os alunos levantaram vôo imediatamente, e Harry sentiu uma euforia incontrolável ao perceber, realmente, como era bom voar naquela vassoura: O calor que sentira minutos atrás agora era passado, Rony e Hermione ficaram logo abaixo, e Harry tomou o topo entre todos, à cada segundo ganhando mais altitude...
 Harry viu um brilho dourado passar distante e sumir; logo, os balaços já voavam de um lado para o outro seguindo os alunos. A goles era bravamente disputada entre os alunos da Grifinória e de Corvinal.
 À toda velocidade, Harry tentou ver o máximo que conseguia: A goles entrara em um dos aros, e a professora, no ar por perto, dava instruções aos alunos. Alguns - Harry era um deles - preferiam voar pelo campo atrás do Pomo de Ouro e fugir dos balaços.
 Novamente ele viu um brilho dourado, no chão. Ninguém mais parecia ter visto então ele aterrissou: Em segundos estava com o braço esticado para a minúscula bolinha dourada...
 Sentiu a bola presa fortemente em sua mão, as asinhas batendo. A professora McKillen voou até ele.
 -Muito bem, Potter. Pode soltá-lo novamente, agora.
 Harry soltou o Pomo no ar, que rapidamente fugiu dele e voou para longe.
 Passaram alguns minutos voando assim, e pode ver de relance Hermione escapando de uns bons balaços e fazendo alguns gols - Gina também estava ali, e era realmente boa. Rony era o mais atrapalhado com a Goles.
 -Muito bem - disse a voz da professora, magicamente ampliada. - Podem descer!
 Os alunos pousaram as vassouras no gramado bem cuidado, olhando para a professora.
 -Muito bom, realmente bom. Gostei de como vocês voam - disse a professora.
 ''Alguns de vocês tem mais habilidade com a vassoura - outros não. ''
 A professora colocou a vassoura sobre os ombros e girou a cabeleira loira, indo à direção ao vestiário. Quando deu o segundo passo, disse para suas costas:
 -Estão dispensados.
 Harry estava impressionado quando subiram para o salão comunal. Seria sua vassoura, ou aquela habilidade era natural? Pegara sete Pomos em menos de uma hora.
 -Potter - disse a professora, se virando. - Preciso falar com você. A respeito dos testes de Quadribol.
 -Sim, professora? - disse Harry se aproximando.
 -A Profª Minerva McGonagall pediu-me pra lhe avisar que quarta, às cinco da tarde, o campo de Quadribol foi reservado para os testes. Bilhetes de avisos foram colocados pelo salão comunal da Grifinória.
 -Certo - disse Harry se virando e saindo.
 -Só mais uma coisa - disse a professora de repente.
 Harry olhou nos olhos da professora McKillen, verde no azul.
 -Espero que a Grifinória vença a Copa - disse, com um sorriso bondoso.
 Harry sorriu para a professora e saiu em direção aos amigos. Encontrou Rony, Hermione e Gina esperando-o no extremo do campo.
 -O que ela queria? - Rony perguntou.
 -Avisar que os testes serão na quarta.
 -Harry, você não precisa nos colocar no time só por que somos seus amigos. - disse Gina, séria, enquanto subiam em direção ao castelo.
 -Eu não vou colocá-los no time por que são meus amigos - explicou Harry. - Vou colocá-los por que vocês são bons, e na Grifinória não tem ninguém melhor. Sem falar que nós quatro já temos mais entrosamento entre nós do que os outros. E, agora, as melhores vassouras, também.
 -Isso é verdade - disse Gina.
 Juntos, os quatro chegaram ao portão de Carvalho e entraram no Salão Principal. As mesas estavam semi-vazias, tinham poucos alunos da Sonserina e poucos da Lufa-Lufa. Eles se sentaram-se à mesa da Grifinória e começaram à almoçar - Frango, batatas, macarrão e peru, acompanhados de Suco de Abóbora - , e logo os outros alunos foram chegando e abafando a mesa.
 Tinham planejado que depois do almoço passariam na biblioteca procurar algo sobre Colapogge. Não teriam muito tempo, agora que começaram as aulas, e tinham que estudar para os NIEM's. O professor de Defesa Contra as Artes das Trevas com certeza não seria tão piedoso quanto as professoras de Duelos e Quadribol.
 Os quatro se juntaram à caminho da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, logo após o almoço. A fila de alunos da Lufa-Lufa e da Grifinória já esperavam em frente à porta, com suas varinhas em punho.
 Minutos depois, o homem de cabelos escorridos e negros se aproximou, andando curvado e com os olhos semi-escondidos pela franja, e Harry se lembrou tristemente do Prof. Snape, que fora morto por Nagini no ano anterior. A cobra, tanto como seu dono, morreu no mesmo dia, para compensar.
 -Bom dia - disse o professor, e Harry pode ver seus olhos negros por um segundo. - Gostaria que entrassem.
 O professor fez um gesto com a mão direita em direção à porta, e os alunos enfileirados entraram. Harry se sentou com Gina e Rony com Hermione.
 -Eu sou o Prof. Malvett - informou o homem de cabelos escuros. - O novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Relembrando, neste ano vocês prestarão os NIEM's, e peço que estudem. E muito. Não será fácil, realmente não será. Enfim... Não vamos enrolar mais, sei que esperaram muito por esta aula, e gostaria de perguntar... Algum de vocês sabe o que são os Erupentes?
 Automaticamente, Hermione ergueu a mão no ar.
 -Muito bem - disse o professor. - Como se chama?
 -Hermione Granger.
 -Qual é a definição para Erupente, Srta. Granger?
 -Bem... O Erupente é um animal africano cinzento e que possui uma força extrema. É levemente parecido com um rinoceronte, pois tem um chifre muito afiado sobre o nariz.
Seu couro grosso repele a maioria de feitiços.
 -Exatamente, dez pontos para a Grifinória.
 O professor deu uma batida na mesa com a varinha, e surgiu uma imagem de um Erupente.
 -O Erupente - continuou a explicar - não é um animal que ataca qualquer um. Ele só ataca se for provocado pela dor. Se um Erupente resolve atacar, os resultados são sempre catastróficos, pois eles têm a propriedade de explodir, além de ser extremamente rápido para seu peso.
 -Quanto pesa um Erupente? - Dino Thomas perguntou, sentado em uma mesa ao fundo.
 -Os adultos podem pesar até uma tonelada. Os filhotes pesam uma média de cem quilos, já quando nascem. Como eu ia dizendo, quando um Erupente resolve atacar, ele ataca para matar. Seu chifre é muitíssimo afiado e corta qualquer tipo de material, qualquer um mesmo.
 Harry, então, se lembrou, de Hermione dizendo no ano anterior que o chifre na casa de Luna era um chifre de Erupente, e seu pai, Xenófilio, não acreditara, o que causou uma imensa confusão.
 -Só tem um feitiço que é capaz de penetrar no couro do Erupente e que não lhe causa dor, alguém saberia me dizer?
 Hermione, novamente foi a única a levantar a mão no alto.
 -Sim, srta. Granger? - disse o professor.
 -O feitiço Invictus - disse ela, abaixando a mão.
 -Exatamente - disse o professor, com um sorriso. - Dez pontos para a Grifinória.
 Ele agitou a varinha, e a imagem do Erupente sobre a mesa desapareceu.
 -O feitiço Invictus é um feitiço que só pode ser produzido sem fala. Ele produz um inchaço por dentro do corpo do Erupente, que faz com que seu coro se solte, devagar. De fato, ele não sente dor alguma ao perder sua pele. A partir do momento em que ele estiver com a pele nua, pode ser facilmente enfeitiçado.
 ''Vamos treinar um pouco com eles, então. ''
 O professor apontou a varinha pra cima e conjurou algumas almofadas.
 -É muito simples - disse o professor. - É só se concentrar no feitiço silencioso, e produzi-lo. Vou fazer uma demonstração, pois o assunto de criaturas estrangeiras com certeza vai cair nos NIEM's.
 Um raio branco saiu da varinha e atingiu a almofada vermelha, próxima. Ela começou a inchar, até que o algodão de dentro dela começou à sair, até estourar.
 -Enfim, é esse o efeito - disse o professor. - Gostaria que vocês tentassem.
 O professor girou a varinha e duas almofadas voaram para cada mesa.
 -Lembrem-se - continuou. - Não falem nada. O feitiço é ''Invictus''.
 Harry apanhou sua varinha e apontou-a para a almofada em sua frente. Concentrando-se ao máximo no nome do feitiço.
 Do mesmo modo que o professor produzira, o feitiço branco explodiu da varinha de Harry e atacou a almofada, que devagar foi inchando, até explodir. Gina também fizera o mesmo, ao seu lado.
 Ao redor Harry viu e ouviu várias almofadas explodirem, o professor sorriu e levantou a mão direita, e todos pararam.
 -Excelente, muito bom, mesmo. É um feitiço avançado até para alunos do sétimo ano, e vocês estão se saindo muito bem.
 Passaram o resto da aula falando sobre os NIEM’s, o professor explicou a importância que tinham e que era muito importante estudar.

 Após a aula, os quatro se encontraram na porta da sala, como foi combinado.
 -O que acharam dele? – perguntou Gina, enquanto caminhavam em direção à biblioteca.
 -De início, pensei que ele fizesse o tipo de ‘’menos conversa e mais ação’’. – disse Hermione. – Mas após passarmos um tempo com ele, percebi que pode ser legal.
 -Pois é – disse Rony, consultando o relógio. – As aparências realmente enganam.
 -O que quer dizer, Rony? – perguntou Gina.
 -Não é nada, foi só um comentário.

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