Feitiços Avançados



Capítulo 20 ~ Feitiços Avançados

 Durante a semana o assunto em Hogwarts fora a morte de Dino. As aulas foram suspensas, alguns alunos foram retirados às pressas da escola por seus pais. O clima não poderia ser pior. Durante a semana, passaram todo o tempo fazendo o resto dos deveres. Tinham, também, organizado um plano, onde Harry invadiria a sala do diretor e poderia, finalmente, ver a memória.
 Harry também mandara uma carta ao [i]Profeta Diário[/i], informando que Severo Snape sempre fora inocente, que Dumbledore o confiara corretamente. O [i]Profeta[/i] também informara que os Dementadores foram banidos da prisão de Azkaban, devido ao mandado do ministro Kingsley Shaklebolt.
 Harry acordou ao domingo saltando da cama, imediatamente despertado. Teria que colocar em prática o plano, naquele dia. Hermione e Rony já cumpriram sua parte do plano, e agora só faltava o mais importante, e não menos difícil: invadir a sala e roubar a penseira.
 O rapaz estava um pouco mais confiante, pois poderia rever Dumbledore. Poderia acontecer que o ex-diretor estivesse dormindo, mas isso não seria problema; Somente a imagem de Dumbledore o reconfortava. Ele era a imagem do poder.
 Harry se vestiu rapidamente, pegou a capa de invisibilidade e desceu para o Salão Comunal. Rony deu o primeiro sinal, informando que Hermione já estava agindo.
 Ele sentou-se ao lado do amigo.
 -Falta quando? – perguntou.
 -Faltam vinte minutos – disse Rony, analisando o relógio. – Hermione já enviou a mensagem, é melhor você correr.
 Harry saiu pelo retrato da mulher gorda e imediatamente cobriu-se com a capa. Subiu as escadas rapidamente, a tempo de parar derrapando em frente à sala do diretor.
 O plano era que Hermione enviasse uma carta ao diretor, com remetente do Ministério, alegando que o Ministro queria falar com ele. Era óbvio que Kim também ficaria confuso, e Harry não pode deixar de se sentir culpado. Enfim, Harry sabia, era [i]pelo bem maior.[/i] Faria de tudo para obter uma informação crucial para a destruição de Rey Colapogge, e aquela lembrança provavelmente o informaria o assassino.
 O diretor estava neste momento colocando o primeiro pé para fora da porta. Harry correu por baixo da capa, e chegou bem em tempo. Quando a gárgula que vigiava a entrada estava se fechando, Harry mergulhou para dentro da porta, na escada circular que levava ao patamar acima.
 Harry despiu-se da capa e apoderou-se da lembrança. A primeira coisa que olhou foi para o armário onde normalmente ela era guardada, mas não estava lá. Harry vasculhou por toda volta, mas nada encontrou.
 Harry revirou a sala de cima para baixo. Procurou nas instantes, procurou nas gavetas, nas centenas de armários, procurou passagens secretas e esconderijos, mas nada encontrou. Foi aí que uma voz, muito próxima, fez Harry se sobressaltar.
 -Ora, ora, você por aqui!
 No reflexo, Harry se virou para a porta, mas viu que não tinha ninguém ali. Ele reconhecera a voz.
 A risada veio próxima ao seu ombro esquerdo, e Harry virou a cabeça. O que viu o reconfortou por dentro, uma chama de vivacidade nasceu em seu interior.
 O quadro de Dumbledore o encarava, sorridente, os óculos meia-lua reluzindo o sol brilhando lá fora. Harry sorriu de volta.
 -Professor Dumbledore! – Harry sentiu as palavras saltarem involuntariamente de sua boca.
 -Sim, Harry. – disse o ex-diretor. – Eu vi você entrar. Por acaso procura algo?
 Harry se sentiu constrangido. Ele viera com o objetivo de roubar a penseira, o que decididamente não era um ato correto. Mas ele tinha as melhores intenções, portanto resolveu confessar.
 Harry enfiou a mão no bolso da jaqueta e tirou de lá a lembrança. Mostrou-a a Dumbledore, que analisou o frasco com atenção.
 -Ora, se não é uma lembrança! – disse Alvo. – Presumo que esteja procurando a penseira, enfim.
 -Sim – Harry confirmou. – Professor, você sabe do que aconteceu? Semana passada?
 -Sei, sim, Harry – afirmou Dumbledore. – A Profª. McGonagall me informou de cada detalhe. Presumo que ela logo terá informações a lhe dar.
 Harry não entendeu o que o diretor insinuara. McGonagall lhe dar informações? Que tipo de informações? Teria algo relacionado com os Herdeiros ou coisa parecida?
 -Professor – disse Harry, satisfeito em mudar de assunto. – Por que o quadro de Snape não está aqui?
 Dumbledore fitou-o com seus olhos azuis profundos e reconfortantes. Era como se estivesse o analisando.
 -Bem, Harry, pelo que soube Severo não era mais diretor no momento em que foi... [i]assassinado por Lord Voldemort[/i] – respondeu o diretor. – Este é o motivo.
 O vácuo se estabilizou na sala por alguns segundos, mas Harry se lembrou que não tinha tempo a perder. Era melhor voltar ao assunto.
 -Me desculpe, Prof. Dumbledore. Mas eu preciso imediatamente da penseira – disse Harry, se virando e retomando a procurada.
 -Sei que tem pouco tempo, Harry – disse Dumbledore. – Mas a penseira está ali. – O ex-diretor apontou com a mão enegrecida para um monte atrás da escrivaninha. – Deve estar por algum lugar abaixo daquele monte. Aqueles são os objetos que outrora pertenciam à minha antiga sala. Aquele monte é o monte a ser descartado.
 Harry olhou para o monte e viu uma pilha de livros. Alguns objetos de prata, cacos de vidro, penas, tinteiros, vestes antigas, pergaminhos, quadros, enfim, uma montanha de objetos. E lá, quase invisível, a penseira.
 O rapaz correu até o monte e apanhou a penseira. Não deveria ter mais de cinco quilos, uma imensa bacia de pedra, gravada com Runas e outros símbolos em sua borda.
 -É sua – disse Dumbledore.
 Harry se surpreendeu, olhou para o quadro de Dumbledore, junto aos outros ex-diretores que estavam ferrados no sono.
 -O que...? – Harry gaguejou.
 -É sua – repetiu o diretor, com um sorriso bondoso, apontando para a bacia de pedra nos braços de Harry. – Você a merece.
 -Mas... Por que...?
 -Ah, Harry – disse Dumbledore. – Eu não faço questão de tê-la, a partir do momento que sou um mero quadro nas paredes do castelo e não posso utilizá-la de forma alguma. Já você, aos plenos dezoito anos, poderá fazer muito uso. Certamente o diretor Richard não a usaria, pois a deixara jogada no monte a ser descartado. Eu gostaria que você ficasse com ela, Harry. Esse sempre foi o meu desejo. Só não pude colocá-la em seu nome no testamento por que pretendia usa-la no plano que tinha com Severo.
 Harry se sentiu honrado, lisonjeado. A penseira certamente fora um dos objetos mais preciosos que Dumbledore já tivera.
 -Muito obrigado! – agradeceu Harry, sem jeito, segurando a penseira nos braços.
 -Não há de quê, Harry. Agora imagino que você tenha pressa.
 -Sim. Até mais, professor.
 Harry correu até a escada circular e apanhou a capa. Desceu as escadas e saiu no corredor.
 Ele correu embaixo da capa e não encontrou ninguém no caminho. Segurando com dificuldade a penseira debaixo do braço, ele correu.
 Enfim ele poderia ver a lembrança. Agora ele tinha a penseira.

 Harry chegou em poucos minutos ao quadro da mulher gorda.
 -Baba de acromântula! – disse ofegante, retirando a capa.
 O quadro girou para dentro. Harry ficou feliz em perceber que ninguém ocupava a sala no momento, o que o livrava de perguntas embaraçosas. Ninguém, é claro, além de Rony e Hermione, que o esperavam aflitos.
 Hermione surpreendeu-se quando seus olhos refletiram a penseira nos braços de Harry.
 -Uau! – disse Rony. – É essa a penseira, Harry?
 -Essa mesmo – respondeu. – Conversei com Dumbledore.
 Harry se sentou ao lado dos amigos e se pôs a narrar cada detalhe de sua ida à diretoria.
 -E Dumbledore disse, também, que Minerva logo iria querer me mostrar algo.
 -Incrível – disse Rony.
 Harry pousou a penseira no tapete feito de coro de urso, e puxou o frasco que jazia em seu bolso. Devagar, Harry o abriu, e despejou o fragmento que o ocupava na bacia.
 Foi instantâneo: Logo a bacia estava cheia. A lembrança circulava-a, Harry pode ver apenas silhuetas no conteúdo.
 -É agora – disse Harry. – Vocês vão comigo?
 -Claro! – confirmou Rony.
 -Quando eu disser três – Harry abaixou a cabeça, encostando a ponta do nariz na substância gelada e pegajosa. – Um... Dois... TRÊS!
 Juntos, eles caíram para dentro do nada. Harry rodopiou levemente por um enorme poço de lembranças, sentiu seus pés deixarem a o salão comunal da Grifinória.
 Harry sentiu-se viajando pelo submundo enquanto seu corpo era arremessado como uma boneca de pano. Estava cada vez mais próximo do solo. Os amigos estavam a seu lado, era tudo o que ele precisava até o momento. Seu cérebro ficou anuviado por alguns segundos, alguns milagrosos segundos em que não conseguia pensar em nada, só aproveitava a viagem...
 Caíram de repente no solo. Harry olhou para os próprios sapatos e viu a grama iluminada pelos seus olhos verdes, ou seria o contrário. Levantou a cabeça, viu Rony e Hermione. Estavam em Hogwarts, no pátio, próximos à casa de Hagrid.
 -Ali está Dino – disse Rony.
 Harry virou a cabeça, e viu lá o amigo, sentado em um banco e milagrosamente vivo. A visão que veio das costas de Harry o fez sobressaltar. Glanmore Lestrange estava ali também, junto de seus amigos. Lestrange estava segurando uma poção colorada, examinando-a, atento. Conversavam entusiasmadamente sobre a poção.
 Alguns segundos se passaram, e Dino Thomas se levantou. Harry imediatamente previu o que iria acontecer. Dino estava subindo para o castelo, estava indo na direção do bando de Glanmore.
 Dino passou a metros de Harry, que estendeu a mão.
 -Dino...
 O amigo atravessou o braço de Harry como se atravessasse o vento.
 -Não pode tocá-lo, Harry – disse Hermione.
 O garoto angustiou-se. Dino estava cada vez mais próximo de Lestrange e seus amigos.
 Então Harry viu sua previsão se confirmar. Dino tropeçou um galho jogado no chão e caiu, esbarrando em Glanmore. A poção em sua mão escorregou, caindo sobre seu rosto, e logo estavam se formando bolhas verdes. Seu rosto estava se embaçando... Estava ficando verde... A pele de seu rosto estava saindo, pele verde e amassada. Começava a sangrar.
 Lestrange gritou, agoniado, cheio de dor. Dino levantou-se rápido, temeroso, erguendo as mãos enquanto os amigos de Glanmore levantavam as varinhas, raivosos...
 -Não... Não... – dizia ele, recuando com as mãos erguidas. – Foi sem querer...
 -Deixem-no. Depois cuidamos dele. Levem-me para Madame Pomfrey. – Ordenou, com o rosto banhado de sangue verde.
 Eles abaixaram as varinhas e agarraram Glanmore. No momento em que foi tirado do chão, disse, com a voz embargada:
 -Você não espera... Por esperar... Thomas.
 E desmaiou nos braços dos amigos.
 A lembrança estava se alterando... Logo estavam em um cenário completamente diferente.
 -Aqui é... – disse Hermione, assustada.
 -Sim, é aqui – confirmou Harry.
 -A cena do crime – complementou Rony.
 Ali estavam Dino. Estava com o rosto enfiado no livro de História da Magia, andando cego como um fantoche. Harry viu um vulto – Não pode ver seu rosto, a lembrança estava embaçada.
 O garoto caminhava sem nada esperar, como num dia comum. O homem estava parado a alguns metros dele... a distância diminuía cada vez mais...
 Logo estavam a dois palmos de distância, e este foi o momento em que Dino percebeu que não estava sozinho, através da sombra que o homem transmitia. Ele parou e levantou os olhos.
 Dino só teve tempo de olhar nos olhos de seu assassino, que por sinal tinha apenas um dos braços. Segurava, em sua única mão, uma lâmina, que Harry reconheceu como a lâmina que perfurava o peito de Dino, no corredor, dias atrás.
 Dino encostou-se, assustado, na parede.
 -D... – balbuciou.
 Não teve tempo de falar mais nada. A lâmina perfurou seu coração com tanta força que entrou na parede. O sangue espirrou nas mãos brancas do assassino, e a vida de Dino Thomas acabou ali.
 O caso é que eles não tinham o suspeito, pois a embação da lembrança os impedia de reconhecer os traços. Harry só pode perceber que os cabelos do assassino eram armados, claros e espessos. E, é claro, percebeu que lhe faltava um braço, ou seja, aparentava ser um velho mutilado. Sentiu seu corpo ser jogado novamente para a sala comunal, caindo de costas sobre o tapete empoeirado.
 -Ai meu Deus! – exclamou Hermione. – Eu não acredito que presenciei isto.
 -Não faz sentido – disse Rony. – Não pode ser Lestrange.
 -Não faço idéia – disse Hermione, coçando a cabeça. – Glanmore Lestrange, com certeza iria querer se vingar, não? Mas certamente ele não era o homem que o matou.
 -Talvez tenha pedido para o matarem?- arriscou Rony.
 -Eu duvido – Harry se pronunciou. – Eu acho que o assassino só pode ser Colapogge.
 -Mas por que ele faria isso? – indagou Mione, presunçosa. – Só quem tinha um motivo era Lestrange, aliás, um [i]quase motivo[/i], pois convenhamos, Dino somente tropeçou.
 Harry espiou pela janela. O sol iluminava as crianças brincando próximas ao lago. [i]Por que Colapogge mataria Dino?[/i]
 -Por que Colapogge bebeu sangue de unicórnio? – Harry lembrou o outro mistério. – Por que motivo ele foi ao banheiro da Murta?
 -Nem sabemos se isso é verdade – disse Hermione. – Talvez seja somente... Coincidência.
 -Sabe que não foi coincidência, Hermione -  exclamou Harry, se alterando. - Colapogge está aqui, em Hogwarts. E provavelmente está com as outras duas Armas de Mérlim.
Hermione ergueu as sobrancelhas? 
 -Por que acha isso? - perguntou.  
Harry a encarou.  
 -Por quê? Já reparou do que é feito o medalhão que encontramos Hermione? É feito de  [i]Ouro Maciço.[/i]

 Algumas horas depois eles chegaram à aula de Feitiços. Estaria ali, junto com eles, a turma da Lufa-Lufa. O professor Flitwick, baixinho, equilibrava-se com dificuldade em cima da pilha de livros próxima ao quadro negro.
 -Boa tarde – disse o professor. – Vamos entrando.
 Harry, Rony e Mione ajeitaram-se numa mesa próxima ao professor.
 Durante os segundos que se passaram a sala de Feitiços ia se enchendo. Logo, todos os alunos do sétimo ano estavam presentes. Aquela era a primeira aula do sétimo ano após a morte de Dino Thomas.
 -Hoje vamos ver os feitiços avançados – anunciou o professor Flitwick. – São avançados, pois estão no nível de sétimo ano, e alguns até mais elevados. É importante vocês dominarem a maioria deles se querem passar nos NIEM’s, ainda mais se tiver a ambição de serem auror.
 Flitwick agitou sua varinha num floreio em direção ao quadro. Palavras foram aparecendo no que antes estava vazio, sem o auxílio de giz.
 O professor estava mais pálido do que de costume, Harry reparou. Seus olhos expressavam a dor pela morte do aluno, uma semana atrás. Era difícil superar, até por um professor.
 Harry pode ler as palavras brotando no quadro. Entre elas, Confringo, que Harry conhecia, o próprio Patrono, o feitiço do Proteu, que Hermione usara uma vez para facilitar a comunicação entre a armada, o feitiço Fidelius, muito visto, e útil, nos últimos anos, e um outro que se chamava ‘’Aresto Momentum’’.
 -Como podem ver os feitiços são da maior complexibilidade, mas tenho a mais absoluta certeza que se praticarem conseguirão dominá-los com facilidade. Agora vou explicar a função de cada um.
 ’’O feitiço ‘Confringo’- começou a explicar - ‘’, também conhecido como a [i]Maldição Explosiva[/i], como diz seu nome, é usada para explosões de porte muito alto. Muito usada para demolição de casas, prédios, castelos e outras construções. Pode ser bem útil, mas se usada em duelos pode usar danos irrecuperáveis. É claro, não pedirei para experimentá-los dentro da sala... Mas se estiverem, por exemplo, num terreno vazio, poderá praticar um pouco. É claro, se ninguém correr riscos.
 ’’Tem, também, um dos feitiços mais usados no mundo bruxo de hoje em dia. O feitiço do Patrono, verbalmente ‘[i]Expecto Patronum[/i]’, tenho certeza que o conhecem. É o único feitiço capaz de afastar um dementador. O patrono é a forma corpórea do sentimento que vive no bruxo. É a emoção em forma de feitiços’’.
 Flitwick agitou a varinha, e da ponta dela surgiu um enorme unicórnio brilhante. Alguns alunos se impressionaram, mas a maioria já conhecia um patrono bem demais para se surpreender. Harry não pode deixar de notar a beleza indescritível que o unicórnio exibia.
 -Quais de vocês é capaz de produzir um Patrono? – perguntou Flitwick.
 Ergueram as mãos no alto Harry, Rony, Hermione (meio tímida), Gina e um garoto com cabelos negros da Lufa-Lufa.
 -Muito bem. Gostariam de... Apresentar-se para a turma...?
 -Tudo bem – disse Harry, e eles se levantaram.
 O cervo voou da varinha de Harry e parou sobre a mesa do professor. Juntos, o cavalo, a lontra e o cão se espalharam, enchendo o perímetro da sala de Flitwick. O patrono do garoto Lufalufano não passou de uma barreira brilhante, incapaz de tomar a forma corpórea.
 -Esplendido – admirou o professor. – São quatro alunos grifinórios, dez pontos para cada, quarenta pontos para a Grifinória! E dez pontos para a Lufa-Lufa.
 Os patronos se evaporaram.
 -É claro que vou ensiná-los a produzir igual – disse o professor aos demais. – Mas hoje não será esse dia. Hoje, apenas teremos algumas aulas teóricas sobre os feitiços avançados. Passamos para o próximo!
 -O feitiço do Proteu – disse Hermione.
 -Exatamente – disse Flitwick. – O feitiço do Proteu, também não menos útil do que o Patrono. Granger, poderia...?
 -O feitiço do Proteu é um feitiço que impõe suas propriedades mágicas ao demais, fazendo com que tudo que aconteça com ele aconteça com suas cópias. Por exemplo, se usado o feitiço do Proteu em duas xícaras, ao encher uma de café a outra se enche também.
 -Muito bem explicado. – disse Flitwick. – Gostaria de fazer uma demonstração. Reparem bem.
 Ele fez um gesto com a varinha e surgiram sobre sua mesa dois garfos.
 -Wingardium Leviosa! – disse, e um dos garfos levitou.
 Ele pegou em suas mãos o outro garfo, e entortou um dos dentes. O garfo levitado também entortou uma de suas pernas, por sua vez.
 -Entendem? – disse Flitwick.
 Durante o restante da aula eles conversaram sobre o feitiço Fidelius (fiel do segredo) e o feitiço ‘’Aresto Momentum’’, capaz de parar um objeto no ar por um determinado tempo.
 Ao fim da aula, os três se encaminharam para o Salão Comunal da Grifinória.
 -Mais dever de casa – disse Hermione. – Terei que fazer amanhã à tarde, hoje tenho o trabalho de Poções para fazer, sem contar no texto que McGonagall pediu sobre a Transfiguração humana...
 -Amanhã à tarde? – disse Harry. – E o jogo contra Corvinal?
 Hermione parou abruptamente.
 -Jogo? – disse ela, corando. – Já é amanhã?
 Harry juntou as sobrancelhas, não entendendo.
 -Sim, é amanhã. Venho dizendo isso a duas semanas, durante os treinos.
 Hermione pareceu mais confusa ainda.
 -Ah, sim – ela fingiu lembrar-se. – Ah, é, o jogo, ta.
 Era óbvio que a garota estava muito nervosa. Dava pra ver em seu rosto. Mas essa tensão iria passar a partir do momento em que jogassem. Tinham treinado demais, sobre chuva, sobre sol, tinham excelentes jogadores e as melhores vassouras da escola. Não havia como perder. Se eles vencessem essa partida, seria mais um passo em direção ao troféu.

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