Rey Colapogge

 Hermione se sentou no estofado, muito antigo e encardido, e olhou para os amigos, com o medo saltando-lhe aos olhos. Abriu a boca e tornou a fechá-la duas vezes, até se decidir, e por fim começou.
 -Colapogge, era aluno de Hogwarts, cerca de 700 anos atrás. Pelo que se sabe, era um aluno excelente, assim, quase tão bom quanto Dumbledore e Tom Riddle Foram, e quando aluno, ele pertecia à Corvinal. As escrituras antigas dizem que Colapogge foi o aluno que, em toda a história de mais de 1000 anos de Hogwarts, ele fora o aluno mais inteligente que passara por lá. Nos testes de fim de ano, sempre tirava as melhores notas, sem falar que no Quinto ano conseguiu passar em todos os NOM's, sendo sua menor nota um 'Excede Espectativas', na matéria de Herbologia.
 -Mas por quê devemos nos preocupar, Mione, ele não estaria mais vivo, não? Não vai dizer que ele possuia uma pedra filosofal? - Disse Rony.
 -Não, Ron, claro que ele não tinha pedra filosofal alguma! É claro que na época nem existia, sendo criada por Flamel cerca de 200 anos após seu nascimento. O caso, é que após sair da escola, Colapogge tomou um mal rumo na vida. Se envolveu com magia das Trevas, saiu à procura de seguidores - assim como Você-Sabe-Quem...
 Harry interrompeu:
 -Por quê não o chama de Vold...
 Hermione não o ouviu.
 -...também reunia seguidores, para extender seus poderes. Colapogge, um ano após sair da escola, descobriu o quê quase nos matou no ano passado.
 -O quê? Não me diga que...? - Rony olhou-a assustado.
 -Horcruxes! - Concluiu Mione, agora seus olhos cintilavam à beira das lágrimas. - Descobriu o método mais agoniante, aterrorizante e desumano de se dividir a alma em várias partes, assim como contei à vocês no ano passado! É quase impossivel acreditar que um aluno tão brilhante encontrou um futuro tão sombrio pela frente!
Harry olhou para os lados, porém não estava vendo. Seu corpo todo estava concentrado apenas em sua mente, e a idéia de que possivelmente o homem que criou Horcruxes esteja por perto deles, poucos dias após a morte de Voldemort, sobre o que dizia o pergaminho, Colapogge voltaria por cerca daquela década. ''À partir desta data, começa à se impor os poderes dos Herdeiros''. O quê seria isso? O poder dos Herdeiros? Seu pensamento parou no instante que um barulho estoutou no andar de baixo, fazendo todos pularem. Harry instantânea e automaticamente empunhou sua varinha e puxou a Capa de Invisibilidade. Dando sinal para os dois ficarem lá por cima, Harry vestiu a capa e saiu, corcunda, escada abaixo.
Harry chegou ao primeiro andar. Lá não havia nada. No n° 12, ninguém entrava. Com a respiração lenta, sem fazer barulho e com a varinha apontada, Harry vasculhou a casa. Chegando à cozinha, percebeu que Rony e Hermione estavam atrás dele. Os três amigos saltaram pra trás, com as caras demonstrando um pavor desesperado, quando Harry abriu a porta, dando para a rua povoada por trouxas do Grimmauld Place. Um animal, aparentemente duas vezes maior que Harry, que aparentava uma mistura de Puma com Onça pintada, o rosto olhando com raiva para os três. Harry despiu a capa, os três apontaram a varinha, porém tarde de mais; O animal saltou para dentro da casa, passando a pata à milímetros do rosto de Hermione. Impressionante era sua velocidade, que correu para o corredor, deixando os três cheios de pavor. Rony olhava para o animal com uma cara de quem estava prestes à morrer, e Hermione gritava. Harry não sabia o que fazer, e agiu sem pensar, para seu arrependimento. Apontou a varinha para o animal:
-Sectumsempra!
O feitiço vôou e acabou rancando-lhe um pedaço da orelha, com um rugido de dor apavorante. Sem cair, o animal pulou para cima dos três, agarrou Rony pelo braço e puxou-o para fora, quase arrancando-lhe um braço. Hermione chorava desesperadamente, e Rony agora berrava. E agora? 
O quadrúpede correu ao norte, levando Rony que tinha o grito abafado pela dor. Harry automaticamente correu atrás, porém a criatura era pelo menos 10 vezes mais rápida e mais forte. O braço de Rony estava enchardado de sangue, dando à Harry uma agonia muito pior que a dor física, uma dor que nenhum feitiço poderia causar. Voltou à apontar a varinha:
 -Incarcerous!
 Uma corda vôou em direção à perna do animal, e no momento que a tocou à prendeu, fazendo o animal cair com um baque, e Harry desesperado passou à usar os primeiros feitiços que vinham à sua mente:
 -Estupefaça!
 O feitiço bateu nas costas do animal, que estava se levantando., e o fez cair; Harry teve tempo de correr em direção ao Quadrúpede desconhecido, voltando à enfeitiçá-lo.
 -Confringo!
 Harry, sem pensar, usou a Maldição Explosiva, que acabou acertando no pescoço do Quadrúpede, com uma explosão ensurdecedora, fazendo um grande buraco no chão, no qual o animal caiu; Rony, cujo seu braço estava preso pela boca do Quadrúpede, foi arrastado junto para o buraco. Seguro pelo braço livre, Rony se agarrou no patamar de Harry e Hermione, segurando com suas últimas e mínimas forças; Harry, cerca de 50 metros de distância do local, correu em direção de um Rony Semi-Desacordado pela dor, com uma Hermione desesperada gritando em seu ouvido. Seu cérebro dava voltas, ao chegar à Rony, gritou para Hermione:
 -SEGURA O BRAÇO DELE! - Gritou. Hermione obedeceu, e segurou o braço livre de Rony.
 -RELAXO!
 A Boca do animal soltou o braço do amigo, cheio de sangue. O quadrúpede ainda tentou saltar para fora do buraco, para o desespero dos amigos, mas Hermione teve o sendo de murmurar ''Impedimenta'', momentos antes de ser a vez de Harry ser pego.
 -Petrificus Totalus! - Hermione agora apontava para dentro do buraco, em direção ao animal, que ficou parado, dentro do buraco.
 -Acho melhor enterrarmos - disse Harry. - Ele está vivo ainda, o Confringo não o matou.
 Hermione empunhou a varinha e apontou para o monte de terra jogada em volta do buraco, mechendo a varinha como se fosse uma batuta de maestro, subia e descia a varinha, e a terra em volta do buraco foi enterrando o Quadrúpede. Harry olhou para a amiga, viu que estava com o rosto cheio de lágrimas; Olhou para Rony e viu que o amigo estava desmaiado. O pavor preso em seu peito quiz extravasar, porém não teve espaço. Cerca de 5 minutos depois o animal já estava enterrado.
 -Harry... - Hermione ainda chorava, quando chegaram ao Número 12, Harry levando um Rony desmaiado no colo - Você sabe o quê era aquilo? O animal?
 -Não fasso idéia.
 Harry estava deitado no chão. Não sabia o que pensar, sentia vontade de gritar, queria poder fazer algo.
 -Aquilo era um Nundu. O Nundu é o animal mais perigoso do mundo bruxo, Harry. Li sobre os eles, e um adulto nunca foi batido por menos de 100 bruxos juntos... Tivermos sorte de não sermos mortos! - disse Hermione, abrindo a bolsinha de contas.
 Harry não se impressionara. Virou a cabeça para o lado, e percebeu que Hermione estava passando novamente Ditamno no ferimento do amigo. Vendo o braço semi-mutilado de Rony, sentiu um arrepio e voltou-se à olhar para o teto. O quê o animal mais perigoso do mundo bruxo fazia num bairro trouxa?
 -Rony vai ficar bem?
 -Vai. Ditamno nunca falha, porém ele vai ter de ficar algum tempo... bem...
 -O quê?
 Rony abriu os olhos e sorriu para Hermione, a cabeleira ruiva caindo sobre o rosto.
 -RONY! Graças à Deus você acordou! Estava numa agonia tremenda... Quê susto você nos deu!
 -O quê era aquilo?
 -Era um Nundu, Ronald. Espero que não iremos ver outro para o resto de nossa vida. São muitos raros, e são encontrados pelas florestas da Austrália e Jamaica. Nunca ouvi falar de uma espécie aqui. Ele não pode ter vindo sozinho...
 -Então quer dizer...
 -Que alguém deve ter o trazido pra cá! - disse com um arrepio.
 -Mas... quem seria?
 Harry percebeu que a conversa havia morrido ali.

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